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Os dois grandes mandamentos

Presidente Dallin H. Oaks


Primeiro conselheiro na Primeira Presidência

Devemos tentar guardar os dois grandes mandamentos. Para isso,


precisamos encontrar um equilíbrio entre a lei e o amor.

Minhas queridas irmãs no evangelho de Jesus Cristo, cumprimento-as por serem


divinamente designadas guardiãs da família eterna. O presidente Russell M.
Nelson nos ensinou: “Esta Igreja foi restaurada para que as famílias possam ser
formadas, seladas e exaltadas eternamente”.1 Esse ensinamento tem implicações
importantes para as pessoas que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais
ou transgêneros, geralmente conhecidas como LGBT.2 O presidente Nelson
também nos lembrou de que não “temos [sempre] que concordar uns com os
outros para amarmos uns aos outros”.3 Esses ensinamentos proféticos são
importantes nos debates familiares para respondermos a perguntas de crianças e
jovens. Busquei inspiração por meio da oração para falar a este público porque
vocês são particularmente afetadas por essas questões, que direta ou
indiretamente afetam todas as famílias da Igreja.

I.
Começo com o que Jesus ensinou sobre quais eram os dois grandes
mandamentos.
“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”4
Isso significa que somos ordenados a amar todas as pessoas, uma vez que a
parábola do bom samaritano ensinada por Jesus diz que todos são o nosso
próximo.5 No entanto, o zelo ao guardar esse segundo mandamento não pode
fazer com que nos esqueçamos do primeiro, amar a Deus de todo o coração,
alma e pensamento. Demonstramos esse amor “[guardando Seus]
mandamentos”.6 Deus exige que obedeçamos a Seus mandamentos porque
somente por meio dessa obediência, incluindo o arrependimento, podemos
voltar a viver em Sua presença e nos tornar perfeitos como Ele.
Em seu recente discurso aos jovens adultos da Igreja, o presidente Russell M.
Nelson falou do que chamamos de “uma forte conexão entre o amor de Deus e
Suas leis”.7 As leis que se aplicam de modo mais significativo às questões
relacionadas àqueles que se identificam como LGBT são a lei de Deus sobre o
casamento e a lei da castidade que acompanha a primeira. Ambas são essenciais
no plano de salvação elaborado por nosso Pai Celestial para Seus filhos. Como o
presidente Nelson ensinou: “As leis de Deus são totalmente motivadas por Seu
amor infinito por nós e por Seu desejo de que nos tornemos tudo o que podemos
nos tornar”.8
O presidente Nelson ensinou: “Muitos países (…) estão legalizando o casamento
entre pessoas do mesmo sexo. Como membros da Igreja, respeitamos as leis do
país (…), incluindo o casamento civil. A verdade, entretanto, é que no início
(…) o casamento foi ordenado por Deus! E até hoje ele é definido por Ele como
um casamento entre um homem e uma mulher. Deus não mudou Sua definição
de casamento”.
O presidente Nelson continuou: “Deus também não mudou Sua lei da castidade.
Os requisitos para entrar no templo não mudaram”.9
O presidente Nelson nos lembra de que “nossa incumbência como apóstolos é
ensinar a verdade, nada além da verdade. Essa incumbência não dá [aos
apóstolos] a autoridade para modificar a lei divina”.10 Além disso, minhas irmãs,
os líderes da Igreja devem sempre ensinar a importância singular do casamento
entre um homem e uma mulher e da lei da castidade que está relacionada à lei
do casamento.

II.
O trabalho de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias está
centralizado na preparação dos filhos de Deus para o reino celestial, e mais
particularmente para sua mais alta glória, exaltação ou vida eterna. Esse mais
alto destino só é possível por meio de um casamento para a eternidade.11 A vida
eterna inclui os poderes inerentes de criação pela união do homem e da
mulher12 — ao que a revelação atual descreve como a “continuação das
sementes para todo o sempre”.13
Em seu discurso aos jovens adultos, o presidente Nelson ensinou: “Cumprir as
leis de Deus vai mantê-lo seguro à medida que avança rumo a uma possível
exaltação” — ou seja, tornar-nos como Deus, com a vida exaltada e o potencial
divino de nossos pais celestiais.14 Esse é o destino que desejamos para todos os
que amamos. Por causa desse amor, não podemos deixar que nosso amor seja
mais importante do que os mandamentos, o plano e a obra de Deus, que
sabemos que vai trazer uma felicidade imensa àqueles a quem amamos.
Entretanto muitas pessoas que amamos, inclusive algumas delas que conhecem
o evangelho restaurado, não acreditam ou escolhem não seguir os mandamentos
de Deus no que diz respeito ao casamento e à lei da castidade. E quanto a essas
pessoas?
A doutrina de Deus mostra que todos somos Seus filhos e que Ele nos criou para
termos alegria.15 A revelação atual ensina que Deus proveu um plano para uma
experiência mortal na qual todos podemos escolher obedecer a fim de buscar
Suas mais elevadas bênçãos ou fazer escolhas que levam a um dos reinos de
menor glória.16 Devido ao grande amor de Deus por todos os Seus filhos, esses
reinos menores ainda são mais maravilhosos do que os mortais podem
compreender.17 A Expiação de Jesus Cristo torna todas essas coisas possíveis, à
medida que Ele “glorifica o Pai e salva todas as obras de suas mãos”.18

III
Eu falei do primeiro mandamento, mas e o segundo? Como guardamos o
mandamento de amar nosso próximo? Aconselhamos os membros que as
pessoas que seguem os ensinamentos de lésbicas, gays, bissexuais ou
transgêneros e agem como elas devem ser tratadas com o amor que nosso
Salvador nos ordena demonstrar a todas as pessoas ao nosso redor. Assim,
quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado nos Estados
Unidos, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze declararam: “O evangelho
de Jesus Cristo ensina que devemos amar e tratar todas as pessoas com bondade
e respeito — mesmo quando discordamos delas. Afirmamos que aqueles que se
valem de leis ou de decisões judiciais que autorizam o casamento homossexual
não devem ser tratados com desrespeito”.19
Além disso, nunca devemos perseguir as pessoas que não compartilham de
nossas crenças e de nossos compromissos.20 Lamentavelmente, algumas pessoas
que se encontram nessa situação continuam marginalizadas e rejeitadas por
alguns membros e líderes de nossa família, ala e estaca. Todos nós devemos nos
empenhar para sermos mais gentis e mais educados.

IV.
Por razões que não compreendemos, temos desafios diferentes em nossa
experiência mortal. No entanto, sabemos que Deus vai ajudar cada um de nós a
superar esses desafios se buscarmos Sua ajuda de modo sincero. Depois de
sofrermos e nos arrependermos por termos violado as leis que nos foram
ensinadas, todos seguiremos para um reino de glória. O definitivo e final juízo
será feito pelo Senhor, que sozinho tem o conhecimento, a sabedoria e a graça
necessários para julgar cada um de nós.
Enquanto isso, devemos tentar guardar os dois grandes mandamentos. Para isso,
precisamos encontrar um equilíbrio entre a lei e o amor — guardando os
mandamentos e trilhando o caminho do convênio, enquanto amamos as pessoas
ao nosso redor durante a jornada. Essa jornada exige que busquemos inspiração
divina para saber o que devemos apoiar, ao que devemos nos opor, como amar e
ouvir respeitosamente e como ensinar durante o processo. Nossa caminhada
requer que não comprometamos nossa obediência aos mandamentos, mas que
demonstremos uma medida completa de compreensão e amor. Nossa caminhada
deve ser atenciosa com as crianças que estão incertas sobre sua orientação
sexual, mas desencoraja que prematuramente rotulemos essas crianças porque
para a maioria delas essa incerteza diminui com o tempo.21 Nossa caminhada se
opõe ao que convida ao afastamento do caminho do convênio e nega apoio a
qualquer coisa que leve as pessoas a se afastarem do Senhor. Em todas essas
coisas, lembramo-nos de que Deus promete esperança, alegria verdadeira e
bênçãos para todos aqueles que guardam Seus mandamentos.

V.
As mães, os pais e todos nós somos responsáveis por ensinar esses dois grandes
mandamentos. Para as mulheres da Igreja, o presidente Spencer W. Kimball
descreveu essa responsabilidade nesta grandiosa profecia: “Boa parte do enorme
crescimento que ocorrerá na Igreja nestes últimos dias se dará porque muitas das
boas mulheres do mundo (…) serão atraídas à Igreja em grandes números. Isso
se produzirá porque as mulheres da Igreja demonstraram retidão e lucidez em
sua vida e porque serão vistas como distintas e diferentes — de modo positivo
— das mulheres do mundo. (…) Assim, os membros da Igreja do sexo feminino
constituirão uma força significativa tanto em termos numéricos quanto no
tocante ao crescimento espiritual da Igreja nos últimos dias”.22
Falando dessa profecia, o presidente Russell M. Nelson declarou que “o dia que
o presidente Kimball previu é hoje. Vocês são as mulheres que ele
previu!”23 Nós, os poucos que ouvimos essa profecia feita há 40 anos,
percebemos que entre as pessoas que as mulheres desta Igreja podem salvar
estão seus próprios amigos e entes queridos que são atualmente influenciados
pelas prioridades do mundo e pelas distorções diabólicas. Minha oração e minha
bênção é que vocês ensinem e ajam de modo a cumprir essa profecia, em nome
de Jesus Cristo. Amém.

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