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Ampliando horizontes: ensino

de inglês para crianças com


transtorno do espectro autista
Otto Henrique Silva Ferreira*
Juliana Reichert Assunção Tonelli**

Resumo Introdução
Quando tratamos do ensino de inglês A área de ensino de língua inglesa
para crianças, o cenário da educa-
para crianças (LIC) como língua adicio-
ção atual se apresenta como propício
a propostas de pesquisas que forta- nal vem crescendo em número de pesqui-
leçam a importância da inclusão em sas, o que abre possibilidades para novos
contexto escolar. Neste trabalho obje-
tivamos discutir, por meio de análise
debates, e envolvem-se temáticas que
qualitativo-interpretativa, o papel da agregam conhecimentos e auxiliam na
aprendizagem da língua inglesa para formação de professores para atuarem
crianças com transtorno do espectro
autista (TEA) em seu desenvolvimento também no contexto da educação infantil
linguístico, evidenciando a contribui- e primeiro ciclo do ensino fundamental
ção da língua inglesa para a supera- (TONELLI; CRISTOVÃO, 2010; SAN-
ção das dificuldades de aprendizagem
que podem surgir em decorrência do TOS, 2011; TUTIDA, 2016). Em con-
diagnóstico. Os dados foram gerados a trapartida, a Base Nacional Curricular
partir de atividades inseridas em uma
Comum (BRASIL, 2017), frustrando o
sequência didática desenvolvida e apli-
cada em contexto de estágio supervisio- desejo e as necessidades de educadores/
nado em língua inglesa, junto a uma
turma do nível pré-5, incluindo um
aluno autista. Os resultados apontam *
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Estudos
que, realizadas as adaptações de mate- da Linguagem da Universidade Estadual de Londrina
(UEL). E-mail: otto.letras@gmail.com
riais e abordagens, o ensino da língua
pode favorecer o desenvolvimento lin-
**
Pós-doutora em Didática das Línguas pela Universidade
de Genebra e em Linguística Aplicada pela Universida-
guístico das crianças com TEA, além de de Brasília. Docente no Curso de Letras Estrangeiras
de possibilitar o engajamento social, a do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da
fim de caracterizar, de fato, a inclusão. Universidade Estadual de Londrina (UEL). Docente
permanente no Programa de Pós-graduação em Estu-
dos da Linguagem e no Mestrado Profissional em Letras
Palavras-chave: Ensino de inglês para Estrangeiras Modernas (UEL). E-mail: jtonelli@uel.br
crianças. Transtorno do espectro au-
tista. Inclusão escolar. Desenvolvi- Data de submissão: set. 2020 – Data de aceite: nov. 2020
mento linguístico. http://dx.doi.org/10.5335/rdes.v16i3.11449

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as que atuam nesta etapa da escolari- a escola. Diante dessas e outras caracte-
zação, não inclui o ensino de LIC nos rísticas que serão apresentadas em seção
anos iniciais, e apresenta uma proposta subsequente, entendemos que sejam
de ensino de língua inglesa baseada nas necessárias atividades e propostas que
interações sociais e a aprendizagem por contemplem as necessidades específicas
meio das práticas somente para alunos desses alunos, sendo que é essencial
mais velhos. que os professores tenham a formação
Como consequência da aplicação da adequada para lidarem com o preparo e
política de inclusão escolar advinda a utilização desses materiais (ROCHA,
da Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 2016; MEDRADO; CELANI, 2017).
13.146/2015), que garante a todos os Neste artigo, discutimos por meio de
alunos direitos iguais de receberem a análise de atividades componentes de
educação e a informação, vem aumen- uma sequência didática1 (SD) (DOLZ;
tando o número de alunos com laudo de NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004), an-
deficiência nas escolas. Em virtude disso, corada no referencial teórico relacionado
é necessário que os professores estejam ao TEA e ao ensino de LIC, possíveis
preparados para a possibilidade de tra- contribuições que a aprendizagem de
balharem em contextos de inclusão, já uma língua estrangeira/adicional, mais
considerando que cada um dos alunos em especificamente o inglês, pode promover
sala de aula possui suas singularidades e ao desenvolvimento das capacidades de
que há alunos que necessitam de adapta- linguagem2 (CL) (DOLZ; PASQUIER;
ções de materiais e propostas, pois só por BRONCKART, 1993) do aluno autista,
meio de capacitação os docentes saberão tomando por base o interacionismo
agir e transformar o ambiente escolar em sociodiscursivo (BRONCKART, 2003),
inclusivo (VITALIANO, 2013). corrente teórica que considera a lingua-
Dentre os possíveis laudos, de acordo gem como elemento fundador do funcio-
com Lemos, Nunes e Salomão (2020), o namento e desenvolvimento humano.
de transtorno do espectro autista (TEA) Acreditamos que por meio da linguagem
vem, cada vez mais, sendo identificado a criança possa tornar-se apta a agir e
nas escolas. Os alunos com o diagnósti- interagir na sociedade, estabelecendo
co de TEA têm as suas capacidades de relações interpessoais e lidando com
socialização e interação afetadas (PEN- sujeitos e objetos.
NINGTON, 1997), além da busca pelo O trabalho está organizado em cinco
reconhecimento de padrões e referências partes: na primeira, apresentamos a
que lhes proporcionem segurança nos definição e as características do TEA,
ambientes onde frequentam, incluindo junto a um panorama das legislações

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e diretrizes vigentes no Brasil para o Os desafios que envolvem a inclusão
ensino e a inclusão. Após, fazemos uma de crianças com TEA em sala de aula
relação com o campo do ensino e a apren- estão relacionados à construção de rela-
dizagem de LIC, visando compreender ções sociais e contextos que favoreçam
como estes ocorrem atualmente em nosso o estabelecimento de ciclos de amizade
país, de acordo com o aporte teórico que e relacionamento afetivo junto a esses
fundamenta este artigo. Em seguida, alunos, pois é importante que visualizem
iniciamos a discussão para compreender a escola como um ambiente acolhedor, a
se, e de que forma, ocorreu a inclusão de fim de aprenderem de forma significativa.
um aluno com TEA em grau severo (S1) De acordo com Pennington (1997), o diag-
em aulas de inglês e de que forma o en- nóstico precoce pode funcionar como uma
sino de inglês pode colaborar para o seu ferramenta que facilita a definição de es-
desenvolvimento linguístico. Na quarta tratégias que favoreçam a aprendizagem
parte, discorremos sobre os métodos e e o desenvolvimento cognitivo da criança.
analisamos três atividades realizadas No Brasil, a Lei nº 12.764 (BRASIL,
por S1 e, por fim, são apresentadas as 2012) instituiu uma política de proteção
considerações finais a respeito do tema aos direitos dos indivíduos com TEA,
discutido no artigo. reconhecendo essas pessoas perante as
suas limitações e características comuns
O transtorno do espectro e reservando seus direitos como portado-
autista e inclusão res de uma síndrome clínica.
Segundo Silveira, Santos e Silva
O TEA, assim denominado após as (2015), os prejuízos em que o TEA impli-
modificações de nomenclatura trazidas ca podem limitar o interesse dos alunos
pelo manual de diagnóstico e estatística em atividades escolares tradicionais,
de transtornos mentais3 5 (DSM-5) (APA, tornando ainda mais importante os pro-
2013), é definido por Pennington (1997) cessos de desenvolvimento e elaboração
como um transtorno que pode implicar de materiais, além da escolha adequada
em dificuldades de aprendizagem dian- pela abordagem a ser utilizada. Em
te do fato de afetar os indivíduos em adição, Rocha e Tonelli (2013b, p. 3) ca-
suas capacidades de cognição social e racterizam o TEA como um transtorno
interação; além disso, algumas crianças que “priva o indivíduo de seu desenvol-
diagnosticadas com TEA desenvolvem vimento social pleno”.
a oralidade tardiamente, o que pode Considerando as peculiaridades e
implicar na necessidade de adaptação individualidades apresentadas por cada
de atividades para esses alunos. uma das crianças presentes na sala de

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aula, podemos definir a escola como um A inclusão se tornou mais visível e
ambiente heterogêneo, repleto de indi- ganhou força no cenário da educação
víduos que aprendem e se desenvolvem brasileira a partir da sanção da Lei Bra-
de formas únicas e diferentes (COUDRY; sileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015)
FREIRE, 2005). A Lei nº 9.394 (BRASIL, que, em seu texto, esclarece ter o objetivo
1996), aprovada após a Declaração de de “assegurar e a promover, em condições
Salamanca (BRASIL, 1997), garante o de igualdade, o exercício dos direitos e
ensino que contempla as características das liberdades fundamentais por pessoa
individuais de cada aluno, de modo a com deficiência, visando à sua inclusão
possibilitar a aprendizagem de todos. social e cidadania” (BRASIL, 2015, art.
Para obter a inclusão dos alunos com 1º). Por considerarmos a escola como um
TEA em sala de aula, precisamos nos local para a construção da identidade
pautar do conceito de educação para social do cidadão e o desenvolvimento
todos (BRASIL, 1988) e compreender- por meio das interações, afirmamos que
mos como passamos de um sistema que a lei deve ser contemplada dentro do
excluía os alunos com deficiência, para ambiente escolar, a fim de favorecer o
o sistema que busca incluí-los junto aos desenvolvimento do conhecimento dos
alunos regulares em sala de aula. alunos com deficiência no contexto de
No passado, as pessoas com deficiên- inclusão escolar.
cia eram marginalizadas pela sociedade, Segundo Vitaliano (2013), os prin-
o que se estendia também ao ambiente cipais atores para a constituição de
escolar, onde eram rejeitadas e forçadas mudanças que transformam o ambiente
a tentarem se adequar às condições, às escolar em acolhedor e inclusivo, são os
propostas e normas consideradas padrões professores e gestores escolares, por meio
para a sociedade (CARNEIRO, 2012). de ações que possibilitem e promovam a
Sanches e Teodoro (2006), por sua vez, aprendizagem. Porém, a autora assume
abordam o movimento de passagem desse que há dificuldades relacionadas à im-
cenário de exclusão, em que os alunos com plantação da educação inclusiva, des-
deficiência sofriam com as imposições, tacando entre as possíveis razões para
para o de inclusão, onde há propostas de a existência de tais dificuldades a falta
adaptação de metodologias e materiais de investimento na área para a compra
para o ensino desses alunos em salas de materiais pedagógicos e ferramentas,
regulares, considerando suas individuali- adaptações estruturais para fins de aces-
dades e necessidades, sem deixar de lado sibilidade nas escolas, além do desprepa-
o fato de que eles são parte de um grupo ro dos profissionais que deveriam fazer a
em que todos devem ser ensinados. diferença na implementação das práticas

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inclusivas. Ainda, segundo a autora, inglês aos alunos da educação infantil e
isto ocorre, pois há lacunas na formação do primeiro ciclo do ensino fundamental.
oferecida em cursos de licenciatura, que A autora aponta soluções a alguns dos
não preparam suficientemente os alunos problemas que os professores podem
para atuarem em contexto de inclusão. vivenciar em salas de aula de inglês
Concordamos com Barros, Silva e Cos- com crianças pequenas, com base em
ta (2015) quando destacam o fato de que evidências que apontam a necessidade
os esforços políticos e financeiros para a de melhor preparação dos professores
efetividade das propostas inclusivas de- para a atuação no contexto de ensino de
vem ser vistos na prática e não somente LIC, conforme mostram Tonelli, Ferreira
em legislações e diretrizes. A luta pelos e Belo-Cordeiro (2017).
direitos básicos, como o de aprender, só Assim como Garton e Copland (2019),
se transforma, realmente, em conquista, acreditamos que está aumentando a
quando há a possibilidade de ser concre- oferta do inglês como língua adicional
tizada na sociedade em situações e con- nas séries iniciais na América Latina
textos reais, por meio de práticas e ações e no Brasil. A ausência de leis e dire-
socioeducativas dentro e fora da escola. trizes claras faz com que a proposta de
pesquisas surja como a fonte ideal para
O ensino e a o reconhecimento de ideias, materiais
aprendizagem de inglês e abordagens que ofereçam suporte aos
profissionais que se formam nos cursos
para crianças de graduação e veem a área de ensino de
O ensino de LIC vem sendo discuti- LIC como um campo em que há espaço
do com frequência e, por consequência, para exercerem a docência.
surgem questões relacionadas ao desen- Concordamos com Rocha (2010) quan-
volvimento e à utilização de materiais do discorre sobre as implicações da
didáticos, à formação de professores, à globalização no mundo, que reforçam
organização de salas de aula, aos mo- problemáticas como a da desigualdade,
dos de avaliar, às políticas linguísticas, diante de uma população cada vez mais
entre outras (GARTON; COPLAND, repleta de uma pluralidade linguística e
2019). Rocha (2010) explora a temática cultural que poderia e deveria ser refor-
e aborda o ensino de LIC diante de todas çada como identidade individual de cada
as suas limitações e desafios, apontando aluno. Ainda, em acordo com a autora,
que estes existem em função da falta de reconhecemos o importante papel que
diretrizes específicas no Brasil, que não exerce a Linguística Aplicada neste pro-
possui leis que garantam o ensino de cesso, porém, para que sejam superadas

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tais implicações como as das dificuldades No caso de os alunos com o diagnósti-
de ensino e aprendizagem em função da co de TEA, embora há as limitações nas
desigualdade social, os professores preci- capacidades de interação e socialização
sam estar preparados para ensinarem a impostas pelo transtorno, entendemos
todos, auxiliando e mediando esse proces- que a aprendizagem e o desenvolvi-
so, permitindo aos alunos se reconhece- mento estejam relacionados ao conceito
rem no ambiente escolar para que, deste de plasticidade cerebral (VYGOTSKY,
modo, se identifiquem como participantes 1991), considerando o cérebro como uma
ativos na sociedade e construam as suas unidade mutável que se desenvolve e
histórias como seres humanos críticos e pode se regenerar de forma gradativa,
linguisticamente desenvolvidos. possuindo capacidades cognitivas que
Assim como Lopes (2012), acreditamos são transformadas de acordo com os
ser necessário estar atentos não somente estímulos que recebem ao longo da vida
ao desenvolvimento cognitivo e linguísti- (COSTA; SILVA; JACÓBSEN, 2019).
co dos alunos, mas também aos aspectos Relacionando o conceito de plasticida-
afetivos e sociais para a aprendizagem de cerebral à área do ensino de línguas,
(VYGOTSKY, 2001, 2003). Quando fala- compreendemos que o desenvolvimento
mos do ensino de LIC com o diagnóstico linguístico seja processual e que erros
de TEA, é necessário que identifiquemos decorrentes de dificuldades de aprendi-
a forma como o desenvolvimento linguís- zagem dos alunos não apontem para a
tico pode exercer papel fundamental impossibilidade de aprender, mas para
para as relações sociais dos indivíduos, marcas de que a aprendizagem está ocor-
que podem ter as suas possibilidades de rendo. Como é por meio da linguagem que
interação ampliadas pela compreensão e estabelecemos nossas relações, ações e co-
a utilização da segunda língua. municações, os seres humanos necessitam
do desenvolvimento de suas capacidades
Ampliando horizontes linguísticas para agirem socialmente.
Tratando do ensino a crianças com
Partindo dos pressupostos inerentes TEA, Santos et al. (2013) apontam que
à lei da inclusão escolar, todos os alunos as atividades a serem aplicadas devem
devem ter direitos iguais, o que torna conter estímulos concretos, para facilitar
parte da função dos professores e gesto- a organização visual e preterir a inte-
res escolares criarem um ambiente que ração estritamente verbal. Em adição,
proporcione condições de desenvolvimen- Sousa, Costa e Castro (2012) indicam a
to a seus alunos, independente de limi- necessidade da proposição de atividades
tações impostas por suas deficiências. que proporcionem a aprendizagem por

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meio da ludicidade, já que é fundamental uma possibilidade para o desenvolvi-
que as crianças se interessem pela me- mento de atividades que contemplem as
todologia de ensino para que aprendam necessidades específicas de cada criança,
e se desenvolvam de forma significativa. diante da possibilidade de adaptação
Sem desconsiderar o aspecto desa- (DOLZ, 2009) e da utilização de recursos
fiador, Rocha e Tonelli (2013b) indicam tecnológicos multimodais, transpassan-
a importância do ensino de inglês a do barreiras e buscando superar limites.
alunos com TEA, relacionando o desen- É necessário que os professores explorem
volvimento dos indivíduos a forma como materiais que aproximem o aluno com
a aprendizagem de uma língua estran- TEA dos temas abordados nas ativida-
geira/adicional pode auxiliar no processo des, a fim de que haja a compreensão
de aquisição de novas capacidades de linguística dos estímulos apresentados
interação social e, consequentemente, no contexto e, desta forma, o aluno passe
cognitivas. Ademais, Santos et al. (2013) a se interessar pelo idioma.
afirmam que, mesmo considerando as O aumento nas possibilidades de ex-
limitações inerentes ao diagnóstico de ploração de conteúdo que se apresenta
TEA, é necessário não nos atermos às junto ao estudo de uma segunda língua
atividades que não apresentem desafios traz novas possibilidades de trabalho da
aos alunos, que somente exercitem as comunicação ao aluno, possibilitando que
habilidades que já possuem. os professores busquem alternativas e va-
Desta forma, apontamos que traba- riem ainda mais as atividades, com o ob-
lhar as dificuldades de desenvolvimento jetivo de adequá-las às individualidades.
linguístico advindas do diagnóstico de Além do cuidado com os materiais e as
TEA por meio da língua inglesa pode ser próprias atividades, é importante que os
uma alternativa para ensinar aos alunos, professores saibam enxergar e valorizar
desde que busquemos atividades que seus papéis em relação ao aluno e a sua
estimulem e permitam a aprendizagem inclusão em sala de aula. A criança com
da criança junto aos outros alunos no TEA tem no professor uma figura de re-
contexto de inclusão, porém, compreen- ferência e busca nele a compreensão para
dendo que há limitações que exigem a comportamentos padrão em sala de aula,
exploração de materiais que oportunizem identificação de rotina e de organização
ao aluno a experiência de aprendizagem (SANTOS et al., 2013).
adequada a sua individualidade. Reconhecendo a importância da
A proposta de ensino de LIC, por meio construção social e da identidade das
de gêneros textuais usando a SD como crianças, Rocha e Tonelli (2013a, p. 36)
dispositivo de organização, aparece como afirmam:

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O ensino de LI é de suma importância para o Paraná, onde o primeiro autor realizou
aprendizado e desenvolvimento do aluno au-
seu estágio supervisionado obrigatório,
tista, pois este implica não apenas na apren-
dizagem linguística, mas também na inserção sob orientação da segunda autora. As
deste aluno na sociedade globalizada. atividades foram criadas e selecionadas
sob o critério de estarem inseridas nos
Entendemos que a aprendizagem de
módulos4 da SD e terem sido idealizadas
uma língua estrangeira/adicional pode
como intervenções específicas para o
representar a oportunidade de conheci-
ensino e a inclusão de S1, considerando
mento de novas culturas, o que colabora
suas limitações.
para o desenvolvimento de um senso de
Ressaltamos que todas as atividades
sociedade, além da compreensão de ele-
foram coproduzidas e analisadas pelos
mentos relacionados à diversidade, o que
autores assegurando, assim, aspectos
pode facilitar a aproximação da criança
éticos de pesquisa. A esse respeito, es-
com TEA e auxiliar no estabelecimento
clarecemos que a pesquisa desenvolvida
dos seus vínculos sociais.
está inserida em projeto de pesquisa
mais amplo sob título “Ensino de línguas
Métodos e análise das
adicionais para crianças com base em
atividades gêneros textuais organizado em torno
do dispositivo sequência didática: pro-
Diante das análises de atividades por
posições de adaptações”, registrado na
meio do estudo de caso (YIN, 1993; DÖR-
Pró-reitoria de Pesquisa da Universida-
NYEI, 2006) proveniente das atividades
de Estadual de Londrina (UEL) (número
realizadas por um aluno, este artigo está
12597) e aprovado pelo Comitê de Ética
inserido no paradigma qualitativo-inter-
em Pesquisa envolvendo seres humanos
pretativo de dados (DENZIN; LINCOLN,
na mesma universidade, sob número
2006; COHEN; MANION; MORRISON,
33755020.3.0000.523.
2010).
Durante o processo de elaboração da
Para identificar como podem ser or-
SD, consideramos o fato de que o diag-
ganizadas e adaptadas atividades que
nóstico de autismo em grau severo de S1
promovam, de fato, a aprendizagem de
implicava em dificuldades para se comu-
inglês de crianças com TEA, apresenta-
nicar e se relacionar com outras crianças
remos três atividades arroladas em uma
da turma, afetando também a oralidade
SD e aplicadas ao aluno S1, incluído em
e a possibilidade de participação de ativi-
uma turma de nível pré-5 em um centro
dades com autonomia e mediação redu-
de educação infantil de universidade
zida. S1 também apresentava interesses
pública localizado no norte do estado do
restritos, dando preferência à realização

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de propostas que envolvessem estímulos A primeira atividade de S1 que tra-
visuais, organização de figuras e ativida- zemos para a análise (Figura 1) teve
des em que pudesse apresentar respostas por objetivo aproximar as crianças do
por meio de movimentos corporais. conceito e do papel do personagem por
Tomando por base Bronckart (2003) meio da identificação da personagem
e o conceito de par mais experiente principal da HI utilizada na apresen-
(VYGOTSKY, 1998), desenvolvemos tação da situação. Os alunos deveriam
atividades que promovessem interações pintar somente a lagarta, repetindo
e escolhas conjuntas, para favorecer a oralmente o nome da personagem junto
comunicação e as trocas de experiências ao professor. Na atividade exposta por
entre as crianças. Com base no contexto meio da Figura 1, a seguir, percebemos
de aplicação das atividades, o gênero que S1 conseguiu identificar e pintar a
textual selecionado para ser o norteador personagem principal da HI, conforme
das atividades da SD foi história infantil requisitado no enunciado da atividade.
(HI) (TONELLI, 2005) e a HI utilizada
na apresentação da situação5 aos alu- Figura 1 – Pinte a personagem da HI
nos foi The Very Hungry Caterpillar 6
(CARLE, 1969). Na produção inicial7,
os alunos deveriam organizar a história
na ordem correta dos seus aconteci-
mentos, de acordo com os elementos e
personagens mencionados pelo professor,
colando as figuras na ordem correta e
reconhecendo o que fosse requisitado.
A realização desta atividade tinha por
objetivo diagnosticar os conhecimentos
dos alunos e foi realizada em grupos de
quatro crianças, sendo que cada uma
realizava as etapas e respondia aos
comandos individualmente. Durante a
atividade, foi percebida a necessidade
de intervenções para o desenvolvimento
das CL de S1 e dos outros alunos, pois Fonte: os autores.

demonstraram dificuldades para o reco-


nhecimento das partes da história e das Tendo em vista o fato de que o aluno
personagens em inglês. ainda não tinha a oralidade desenvolvida

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em função do TEA, foi solicitado a ele que contação de uma história. Para que S1
apontasse para a personagem, enquanto pudesse selecionar o animal, trouxemos
o professor repetia o nome da lagartinha imagens com várias opções e pedimos
em inglês: caterpillar. O aluno participou que ele escolhesse, dentre todas elas,
ativamente da proposta, realizando a ati- qual era o seu animal favorito. Durante
vidade conforme havia sido requisitado, a mediação, foi necessário chamar a
assim como os seus colegas de turma. atenção de S1 para as figuras algumas
A segunda análise é de uma atividade vezes, a fim de concentrá-lo na proposta;
em que o mesmo aluno, S1, teve que es- porém, após certo tempo, S1 escolheu a
colher qual seria a personagem principal figura do cachorro. Na Figura 2, apre-
em sua própria HI, já que a produção sentamos o desenho realizado por ele,
final da SD consistia na elaboração e no qual representou o animal escolhido.

Figura 2 – Desenhe seu animal favorito

Fonte: os autores.

Após a realização desta atividade, a explicação de qual havia sido o animal


escolha de todos os alunos da sala foi escolhido. Com o auxílio do professor,
compartilhada por meio da apresenta- S1 foi à frente e mostrou o seu desenho,
ção do desenho à frente da classe e a apontando para o cachorro, para reforçar
a escolha da personagem principal da HI.

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A última atividade (Figura 3) que Very Hungry Caterpillar e em sua própria
trazemos teve por objetivo desenvolver as HI, observando desenhos da lagartinha
capacidades linguístico-discursivas e as como é no início e das comidas que ela
capacidades de ação do aluno, já que alia comeu no meio do enredo, e desenhando
estudo referente às partes da história e a sua própria versão da história, com o
ao vocabulário utilizado. Na referida ati- cachorro como personagem principal, re-
vidade, foi solicitado a S1 que relacionas- presentando também um acontecimento
se o conteúdo abordado na história The que ocorreria no meio da HI.

Figura 3 – O que o cachorro come

Fonte: os autores.

Nesta atividade podemos observar representarem um dos acontecimentos


que o aluno fez a relação entre algumas que fariam parte do enredo no meio da
das comidas que a lagartinha comeu e HI. Da mesma forma que a anterior,
também as desenhou. Porém, ele não esta atividade foi apresentada em frente
ilustrou todas as comidas, demonstrando à sala, processo do qual o professor fez
a capacidade de escolher entre as frutas, parte, mediando e auxiliando S1 para
doces e salgados, quais, dentre esses, ele que socializasse seu desenho ao restante
gostaria de incluir em sua história, para da turma.

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Após o desenvolvimento das ativida- educacionais especiais. No caso do ensino
des, o aluno conseguiu, como produção de LIC a alunos com TEA, nota-se que a
final da SD, com mediação do professor, adaptação de materiais é essencial para
criar a sua própria HI, optando pelo que o ensino e a aprendizagem ocorram
cachorro como personagem principal da de forma efetiva. Assim, propostas que
história, escolhendo as comidas que fa- não sejam estritamente verbais, mas que
riam parte do enredo, quando o cachorro envolvam estímulos visuais e concretos
fica forte e grande, e incluindo um final, em atividades lúdicas fazem-se neces-
em que o cachorro ficou velhinho e teve sárias. Além disto, importa ressaltar a
filhotinhos. importância da figura do professor como
mediador em sala de aula, assumindo,
Conclusão assim, um papel essencial no processo
de criação da identidade da criança
Apesar de termos apresentado neste como um aluno que não somente faz
artigo as leis e diretrizes que colocam a parte do contexto escolar, mas que dele
inclusão e reafirmam o direito de edu- participa ativamente a despeito de suas
cação a todos no Brasil na atualidade, limitações.
a falta de recursos e capacitação de Consideramos que, quando as aulas
profissionais faz com que, muitas vezes, são planejadas mantendo em vista as
a inclusão, na prática, não ocorra. Na questões discutidas neste artigo, tendo
escrita deste texto, tivemos como objetivo em conta as limitações em que implicam
reunir evidências que pudessem indicar o diagnóstico de TEA e as individualida-
que, no caso apresentado, não somente des de cada aluno, o ensino de LIC pode
é possível ensinar inglês a crianças com favorecer o desenvolvimento linguístico
TEA, mas também que a aprendizagem de crianças acometidas pelo autismo,
da língua adicional pode promover o ampliando os horizontes do aluno e
desenvolvimento linguístico dos alunos. possibilitando a superação de desafios
A proposta da escola como um am- relacionados às dificuldades na comuni-
biente acolhedor, que favoreça o de- cação e interação próprios ao transtorno.
senvolvimento do aluno como um ser Reconhecendo os desafios que envolvem
que possui a sua identidade e papel na o ensino da LIC a alunos com diagnóstico
sociedade, só é cumprida e os objetivos de TEA, propomos privilegiar as possibi-
só são alcançados, se as oportunidades lidades que tal prática pode proporcionar
são apresentadas a todos os alunos, aos alunos, abrindo espaço para novas
respeitando as individualidades de cada discussões e pesquisas que reforcem a
um, as especificidades e necessidades importância da criação de espaços para

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o autoconhecimento e o estabelecimento Expanding horizons: teaching
de vínculos sociais por meio do desenvol- English to children with
vimento linguístico. Entendemos que a autism spectrum disorder
aprendizagem do idioma representa uma
conquista valiosa não só para os alunos, Abstract
mas também aos professores que atuam
When it comes to teaching English
no contexto de LIC. Assumimos que to children, the education scenario
existam dificuldades impostas pelo TEA, nowadays is presented as opened to
mas afirmamos que estas não impedem new research proposals that reinforce
the importance of inclusion in scho-
a interação e a aprendizagem. lar context. In this paper we aim to
Por meio deste artigo, esperamos discuss, through qualitative-interpre-
colaborar para que outros professores tative analysis, the role of English
learning to the linguistic development
e pesquisadores se dediquem a pensar of children with Autistic Spectrum
atividades, adaptar materiais e ensinar Disorder, discussing the contribution
a alunos com deficiência em contexto of the English language to the pro-
cess of overcoming the challenges
de inclusão, motivando-os a realizarem
that may arise from the diagnosis.
seus trabalhos para compreender que é The data were generated through
possível atingir seus objetivos relaciona- activities that are part of a didactic
sequence developed and applied in a
dos ao ensino e à aprendizagem e que é
supervised internship context, to a le-
importante que busquem identificar as vel 5 group of students, including an
maneiras como as atividades que pro- autistic child. The results point out
porcionam e as abordagens de ensino that, whether didactic material and
approach adaptations are made, tea-
podem e devem ser significativas para o ching English to children with autis-
desenvolvimento de seus alunos. tic spectrum disorder can favor their
A expectativa é que haja um mo- linguistic development, in addition to
enabling social engagement, characte-
vimento crescente de pesquisas com rizing, in fact, inclusion.
propostas de reflexão que possibilitem
aos professores refletirem a respeito de Keywords: Teaching English for chil-
dren. Autistic spectrum disorder.
seus papéis como mediadores do conhe- Scholar inclusion. Linguistic develo-
cimento das disciplinas que lecionam em pment.
sala de aula, reforçando a importância
de suas ações para a construção de co- Notas
nhecimento e identidade de cada uma 1
Dispositivo didático para a organização de
de suas crianças, sejam eles alunos com atividades visando o ensino de línguas e o de-
deficiência, ou alunos regulares8. senvolvimento das capacidades de linguagem
(DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004).

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3
Diagnostic and statistical manual of mental
disorders, em inglês. BRASIL. Declaração de Salamanca: sobre
4
As atividades das SD são arroladas em módu- princípios, políticas e práticas na área das
los, sendo que cada um possui uma temática e necessidades educativas especiais. 1997.
um objetivo condizente com o desenvolvimento Disponível em: http://portal.mec.gov.br/se-
das CL (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY,
esp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em:
2004).
5
Etapa da SD em que o gênero é apresentado 29 jun. 2015.
aos alunos e é explicada a proposta do projeto BRASIL. Ministério de Educação e Cultura.
de classe (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
2004).
Estabelece as diretrizes e bases da Educação
6
A lagarta muito faminta, em língua portuguesa.
7
Nesta etapa da SD, o professor aplica uma Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996.
atividade diagnóstica aos alunos, a fim de com- BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015.
preender o conhecimento prévio que possuem Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pes-
(ou não) em relação ao gênero e adaptar as
soa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
atividades dos módulos (DOLZ; NOVERRAZ;
SCHNEUWLY, 2004).
Deficiência). Disponível em: http://www.pla-
8
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