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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DE


GUARULHOS

ARTE INDÍGENA

CARINA ZDUNIAK (6º termo/vespertino – 167.367)

RESUMO DO TEXTO:
Claudia Andujar e a tradução xamânica
2.023
RESUMO DO TEXTO:

Claudia Andujar e a tradução xamânica, de 16 de outubro de 2019.

O texto Claudia Adujar e a tradução xamânica é um artigo digital,


publicado pela Revista Zum, do Instituo Moreira Sales e escrito por Pedro de
Niemeyer Cesarino, graduado em filosofia pela Universidade de São Paulo,
mestre e doutor em antropologia social pelo Museu Nacional/ UFRJ, também é
autor dos livros Oniska – poética do xamanismo na Amazônia, ganhador do
prêmio Jabuti de Ciências Humanas. Na leitura, nos deparamos com linguagem
acessível, dada a natureza do texto, ambiente de publicação e público leitor.
Contudo, existem diversos elementos de intertextualidade que vão possibilitar a
expansão da leitura, para melhor compreensão e uma exposição fidedigna de
trechos das obras apresentadas, com enfoque na tradução da filosofia da
cultura Yanomami expressada em seus hábitos e rituais, e representada as
fotografias de Claudia Andujar.

A estrutura do artigo é organizada para problematizar e enaltecer as


obras de Andujar, haja vista que, o primeiro parágrafo é iniciado com
indagações sobre as possibilidades de representar na fotografia o que é
invisível aos olhos nus, ocidentais e não-indígena, bem como fora de rituais de
consagração Yanomani, os xapiripë, que conforme o texto, são múltiplos
humanoides que existem a muitos anos e estão presentes quando da
consagração da yãkoana preparada para consumo ritualístico pelos Yanomami.

Rompendo paradigmas e promovendo um olhar mais íntimo, Niemeyer


levanta a crítica quanto as obras fotográficas que foram apresentadas antes, no
contexto e além de Andujar, as quais se voltavam aos adereços, arquitetura e
corpos indígenas, devendo estes serem numerados, categorizados e
catalogados para distinção de raça, etnia, identidade e tipos de objetos.
Inclusive uma crítica às narrativas construídas sobre quem eram os Yanomami
e como eram registrados, pela a sociedade dominante de hoje e de outrora, na
exposição da fotógrafa e ativista, Marcados, e posteriormente abordada nos
relatos de iniciação xamânica, do xamã e também ativista, Davi Kopenawa,
conforme menciona Niemeyer.

Onde ambas as obras são potencialmente impactantes e moduladoras


das escolhas de tradução visual dos povos Yanomami, observado que,
respeitosamente, Andujar e Kopenawa adentram, convivem, compreendem,
ainda que parcialmente os hábitos e ritos, e por determinados período passam
a pertencer àquela comunidade, para então, representar, conforme suas
técnicas fragmentos daquela cultura.

A intertextualidade nos remeterá a identificar que de fato os xapiripë não


são passíveis de serem fotografados, nem mesmos os sons produzidos por
essa comunidade, mas a expertise de Andujar em conjunto com sua pesquisa,
possibilitou que nas fotografias de exposição Catrimani, nos anos 70 e 80, além
dos movimentos miméticos reais dos xamãs em ritual, fossem igualmente
representados pela utilização de técnicas com fogo no escuro, um recurso de
verossimilhança que até hoje causa grande impacto e admiração aos
observadores de suas fotografias.

Para além, da cultura, sutilmente, Niemeyer também explora o ambiental,


social e político, ao correlacionar com os trabalhos de Kopenawa e Andujar ao
ativismo político em defesa da vida, organização social, demarcações de
terras, não exploração e apropriação indevida dos registros ali produzidos,
como também respeito aos preceitos religiosos e espirituais desse povo, do
qual Andujar foi alvo, sendo considerada, em tempo de guerra civil no Brasil,
uma espiã do governo expropriador e genocida, do ponto de vista daqueles que
estavam em comunidade Yanomami.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

NIEMEYER, Pedro Cesarino. Claudia Andujar e a tradução xamânica.


Revista Zum, 2019. Disponível em: revistazum.com.br. Acessado em: 18 de Out.
2.023.

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