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Faculdade de letras e ciências sociais

Departamento de arqueologia e antropologia

Licenciatura em antropologia iv, ano 2021, semestre I

Cadeira: Antropologia de Moçambique

Docente: Johan Zonjo

Discente: Diana Uamusse

Agosto, 2021

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Índice
I. Sobre a biografia de Henri Junod...........................................................................................2

II. Sobre a escrita de Usos e Costumes dos Bantus....................................................................2

IV. Sobre a estrutura da Etnografia Usos e Costumes dos Bantu..............................................3

V. Sobre o legado da obra Henri Junod.....................................................................................4

Referência Bibliográfica............................................................................................................5

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I. Sobre a biografia de Henri Junod

- R: Henri Junod nasceu na Suíça de Neuchatel.

-R: Portanto, a atuação de Junod no território de Moçambique iniciou no ano de 1889. Henri-
Phillipe Junod informou-nos que seu pai atuou por quatro períodos diferentes no território de
Moçambique: (1) de julho de 1889 a junho de 1896, (2) de maio de 1899 a abril de 1903, (3)
de junho de 1904 a julho de 1909, e (4) de junho de 1913 a setembro de 1920. Somando
todos estes períodos podemos afirmar que Junod atuou como missionário no território de
Moçambique por mais de vinte e três anos. O objectivo da vinda de Junod a Moçambique
consiste na medida em que este vinha se enquadrar no grupo de pastores em moçambique
enviados pela Suíça com o objectivo de evangelizar e disseminar o cristianismo em
Moçambique.

- Para Paulo Rodrigues (2006), Junod teve contacto a antropologia principalmente por
protagonizar, um debate com Radcliff-Brown acerca da relação entre o " irmão da mãe " e o "
filho da mãe". Na historiografia da disciplina, ele foi considerado, de maneira geral um
evolucionista, em grande medida, por ter servido como representante da aplicação da "
história conjectural" na argumentação de Radcliff-Brown.

-De acordo com Paulo Rodrigues (2006), a obra "Usos e costumes dos Bantus "foi publicada
entre 1912 e 1913.

-Para Paulo Rodrigues (2006), o que distingue a obra de Junod de autores de sua época è que
Junod não pode ser comparado a Malinowski. Portanto, Junod não desenvolveu um método
próprio e pragmático. Enquanto Malinowski, desenvolveu o método de trabalho de campo
designada" Observação Participante ". Junod, tentou á sua maneira, cumprir o objectivo de
apresentar um total de um grupo com as teorias que tinham em mão.

II. Sobre a escrita de Usos e Costumes dos Bantus

-A principal preocupação de Junod segundo Rodrigues Paulo (2006), foi entender a vida
social dos tsongas como um todo, e também, Junod colocou, por isso o desafio de
compreender as práticas sociais sem que houvesse um instrumento teórico metodológico
desenvolvido para tanto.

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-As técnicas iniciais de antropologia que Junod utilizou consistem na medida em que após o
encontro com James Bryce, um historiador britânico de Oxford e amigo de James Frazer de
visita ao sul da África, já no ano de 1896, Junod voltou à Suíça para suas férias viagem que o
fará perder sua filha de um ano, Elisabeth. Em território suíço, o missionário tratou, então, de
experimentar o conselho de Bryce, sistematizando e apresentando aquilo que pesquisara – de
maneira íntima com sua atividade missionária sobre os africanos com quem conviveu (idem

-Para o Feliciano (1996) A metodologia de pesquisa utilizada por Henri Junod consistem em
dois métodos que foram chave para a compreensão das relações entre os tsongas: o uso do
método genealógico sistematizado por Rivers e a análise de rituais de passagem formuladas
por Van Gennep, assim desempenhando um importante contributo no campo de parentesco e
no ritual.

-Consoante os tratamento das práticas, os discursos, os comportamentos, etc. São tratados na


perspectiva de Gajanigo (2006) através de uma perspectiva teórica evolucionista e daquilo
que que foi chamado de “história conjetural” ou seja, a análise histórica a partir de uma
conjetura sobre como seriam os estágios anteriores de civilização.

-Portanto, as fontes de informação tratadas por Henri Junod tiveram um grande destaque. Na
análise de Feliciano (1996), a coleta de dados e interpretações, o Junod recebeu ajuda de
vários, inclusive por meio de sua autoridade missionária e de educador. As interpretações e
informações fornecidas por esses informantes são atribuídas durante a exposição etnográfica,
sem deixar de externar seu agradecimento especial aos que mais o auxiliaram, o que, no caso,
incluiu uma breve introdução sobre a vida e a situação em meio a qual a relação foi
estabelecida, através de fotos, relatos e biografia das mesmas.

IV. Sobre a estrutura da Etnografia Usos e Costumes dos Bantu

-Segundo Ngoenha (2011), Junod imaginava colonizar os africanos no sentido de libertar o


negro da pobreza, da escravatura, do islamismo. Então, colonizar queria dizer-se grande
colonizador no século XX era sinónimo de grande filantropo, humanista. Os colonialistas
aliás humanistas de hoje chamam doadores, ONGs, cooperantes etc.

-Na etnografia de Junod Usos e costumes dos bantos: a vida duma tribo sul-africana. Vol. 1 e
2 as descrições abrangem vários grupos identificados como “tsongas”, sendo os rongas um
dos grupos dentre os “tsongas”. Para Junod, o que define a unidade dos “tsongas” é a língua,
apesar de reconhecer algumas variações linguísticas no grupo. Para Junod os “tsongas” com

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suas famílias, aldeias e clãs formariam uma etnia que, em toda obra, ele intitula de tribo. O
primeiro volume da etnografia é intitulado Vida social e constitui-se de descrições a respeito
da vida do indivíduo homem e mulher, vida da família e da povoação, e vida nacional o clã, o
chefe, a corte e o tribunal, e o exército. O segundo volume é intitulado Vida mental e
constitui-se de descrições a respeito da vida agrícola e industrial, vida literária e artística, e
vida religiosa e “superstições” (Gajanigo, 2006)

-Os fins a que se destina a obra na perspectiva de Junod pode caracterizar-se em dois
objetivos pelo qual Junod escreveu Usos e Costumes, foi o desejo de fornecer ao próprio
“povo tsonga” sua cultura “emoldurada” como relicário frente à sua destruição e também
Como o mesmo diz em sua introdução: “O meu fim foi submeter a tribo tsonga a um estudo
deste gênero científico e completo. Para Junod, era possível que estes indígenas
aproveitassem um estudo desse gênero e viessem mais tarde a ser-nos gratos por saberem o
que tinham sido no tempo da sua vida primitiva” e assim produziria acervos sobre usos e
costumes dessa sociedade para a próxima administração que viesse ocupar (Gajanigo 2006)

-Na perspectiva de Ngoenha (2011) Junod imagina formar os evangelistas num espírito de
simplicidade e obediência, em lugar do espírito de “decadência” do Transvaal do Norte. Essa
nova tarefa impôs-lhe uma importante questão: a língua nativa. Deferia de Ennes e
Albuquerque na medida em que este acreditava que os rongas (grupo que vivia próximo ao
atual Maputo) tinham uma língua própria e tinha uma pretensa em colonizar para libertar.
Enquanto a colonização de Albuquerque tinha fins e objectivos meramente explorativos

V. Sobre o legado da obra Henri Junod

-O legado que a obra de Junod deixa para Antropologia, è que a obra de Junod serviu e ainda
pode servir para uma antropologia social, fundamentada no método etnográfico, ou seja, a
obra de Junod deixa um legado extremamente importante, portanto, merece ser objeto de
mais estudos, a genealogia da contribuição da obra de Junod segue pelo caminho da teoria
ritual. Sua relação de proximidade com Van Gennep traduziu-se numa colaboração criativa
do missionário no que diz respeito ao conceito de “rito de passagem”. Junod foi o primeiro a
usar esse conceito extensivamente e com centralidade em uma etnografia (Paulo Rodrigues:
2006).

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Referência Bibliográfica

Gajanigo, Paulo Rodrigues. 2006. “O Sul de Moçambique e a História da Antropologia: Os


usos e Costumes dos Bantos, de Henri Junod”. Dissertação de Mestrado apresentada ao
Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade
Estadual de Campinas. Campinas, SP.

Ngoenha, Severino E. 2011. “A actualidade de Junod” in Severino E. Ngoenha & José P.


Castiano Pensamento Engajado: Ensaios sobre Filosofia. Maputo: Editora EDUCAR,
Universidade Pedagógica, pp. 97- 110

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