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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BOLÓGICAS

LAYS MOREIRA LESSA

AMPLIANDO SABERES POR MEIO DE UM ESPAÇO DE VIVÊNCIA SENSORIAL

Alegre
2016
LAYS MOREIRA LESSA

AMPLIANDO SABERES POR MEIO DE UM ESPAÇO DE VIVÊNCIA SENSORIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Coordenadoria do Curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas do Instituto Federal do Espírito Santo como
requisito parcial para obtenção do título de Graduação
de Licenciatura em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profª. Dra. Sâmia D’Angelo Alcuri Gobbo

Alegre
2016
FICHA CATALOGRÁFICA
LAYS MOREIRA LESSA
Dedico este trabalho aos meus pais,
que tanto apoiaram e incentivaram o
meu crescimento profissional.
AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente à Deus, por todos esses dias de trabalho e estudo.

À minha mãe, por não me deixar desistir. Ao meu pai, por acreditar que um sonho é sempre
possível. Aos dois, por serem meus maiores exemplos de persistência e determinação.

Ao Sr. Francisco Piassi e à D. Mônica Zampirolli, por compreenderem minhas ausências e


mesmo assim acreditarem em mim enquanto profissional. À família CIAC, pelo incentivo e
apoio.

À Professora Dsc. Sâmia D’Angelo Alcuri Gobbo, pela sua dedicação, paciência e pela
orientação deste trabalho, sempre me ensinando, incentivando e motivando a querer
aprender mais. Por ser exemplo a ser seguido como profissional, pela alegria, leveza e paz
de trabalhar todos os dias com amor pelo que faz. Agradeço não apenas pela oportunidade
de ser sua orientada, mas também por ter tido a honra de ser sua aluna na graduação.

Agradeço aos pesquisadores e professores da banca examinadora pela atenção e


contribuição dedicados a este estudo.

Aos demais professores, por todas as vivências e aprendizagens, sem vocês nada disso
seria possível hoje.
O sentido, acho, é a entidade mais
misteriosa do Universo.
Relação, não coisa, entre a consciência, a
vivência,
as coisas e os eventos.
O sentido dos gestos.
O sentido dos produtos.
O sentido do ato de existir.
Me recuso a viver num mundo sem
sentido.
Precisamos buscar o sentido.
Pois isso é próprio da natureza do sentido:
ele não existe nas coisas,
tem que ser buscado,
numa busca que é sua própria fundação.
Só buscar o sentido faz, realmente sentido.
Tirando isso, não tem sentido.

Leminski
RESUMO

Apesar de todos os benefícios que podem ser gerados pelas atividades ao ar livre,
observa-se que o contato com a natureza é restrito. Esse distanciamento gera
distorções na compreensão sobre o meio natural, influenciando a percepção
ambiental. Oportunizar as vivências sensoriais torna-se importante porque esta
experiência oportuniza um novo olhar do ambiente e das coisas, incentivando a
interpretação socioambiental. O objetivo deste trabalho foi conhecer e confeccionar
recursos pedagógicos interativos e sensoriais, buscando instrumentalizar o Polo de
Educação Ambiental da Mata Atlântica do Instituto Federal de Educação
Tecnológica do Espírito Santo, Campus de Alegre, por meio da criação de um
Espaço de Vivência Sensorial para atender aos visitantes, em especial aos
portadores de necessidades especiais (PNE). Para seu desenvolvimento foi utilizado
método exploratório descritivo. Registra-se no âmbito literário um satisfatório número
de recursos didático-sensoriais desenvolvidos, destacando-se os apontados pela
pedagogia montessoriana. Buscou-se eleger àqueles que oportunizam experiências
sensoriais por meio de quatro sentidos: visão, audição, tato e olfato. Para a
confecção adotou-se o princípio prático e sustentável. Foram selecionados e
confeccionados 15 recursos. Os recursos possuem o formato sensorial, assim, para
sua utilização recomenda-se, quando possível, que os olhos sejam vendados. Este
procedimento intensifica as sensações. A confecção destes recursos é um primeiro
passo para a criação de um espaço de vivência sensorial, podendo ser ampliado
com novos trabalhos. Este espaço imprime e favorece o princípio da educação
inclusiva, pois estes recursos atendem algumas necessidades dos deficientes
visuais.

Palavras-chave: Diversidade. Educação ambiental. Sensação. Percepção.


ABSTRACT

Despite all the benefits outdoor activities may proportionate, it is observed how
restricted is the contact with nature. This distance generates distortions in the
understanding of the natural environment, influencing in the environmental
perception. Opportunizing the sensory experiences becomes important because this
experience shows a new look of the environment and things in general, promoting
the social-environmental interpretation. The objective of this article was to know and
create sensory and interactive pedagogical sources, seeking to instrumentalize the
Pole of Environmental Education of Mata Atlântica of the “Instituto Federal de
Educação Tecnológica of the Espírito Santo”, Campus “Alegre”, through the creation
of a Space of Sensory Experience to provide attention to visitors, especially the
people with special needs (PSN). For its development, descriptive exploratory
method was used. It is registered in the literary sphere that a satisfactory number of
didactical-sensory sources developed, especially mentioning the ones pointed by the
montessoriana pedagogy. It was prioritized to elect the ones that provided sensory
experiences through the four senses: sight, hearing, touch and smell. For its
confection it was adopted the practical and sustainable principle. Fifteen sources
were selected and made. The sources have the sensorial format, so for their use it is
recommended, whenever possible, that the eyes be coved. This procedure
intensifies the sensations. The creation of these resources is a first step towards the
creation of a space of sensory experience, and can be extended with new works.
This space impresses and favors the principle of inclusive education, as these
resources cater some needs of the visually impaired.

Keywords: Diversity. Environmental education. Sensation. Perception.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 11

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 13

2.1 SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO: CONCEITO E IMPORTÂNCIA .............. 13

2.2 O PEAMA - IFES DE ALEGRE, A EDUCAÇÃO E A PERCEPÇÃO


AMBIENTAL ........................................................................................... 14

3 METODOLOGIA .................................................................................... 18

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................... 19

5 CONCLUSÃO ....................................................................................... 32

6 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 33
11

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta algumas idéias acerca da importância das sensações para o
desenvolvimento humano. Segundo Carvalho (2004), as sensações são processos
do organismo vivo para obtenção de informações sobre o ambiente. Elas se iniciam
nos órgãos sensoriais e chegam ao cérebro, onde são interpretadas por um
processo chamado percepção. Os dois processos são interdependentes e se
influenciam mutuamente. Além disso, a percepção é um dos elementos mais
importantes no processo de ensino e aprendizagem.

Ayres (1995) define a integração sensorial como a habilidade inata em organizar,


interpretar sensações e responder apropriadamente ao ambiente, de modo a auxiliar
o ser humano no uso funcional, nas atividades e ocupações desempenhadas no dia-
a-dia. Dessa forma, a integração sensorial oferece oportunidades para que o
indivíduo organize a sua conduta, produzindo com isso respostas adequadas
exigidas pelo ambiente.

Faggionato (2014) diz que existem trabalhos em educação e percepção ambiental


que buscam não apenas o entendimento do que o indivíduo percebe, mas também a
promoção da sensibilização e do desenvolvimento do sistema de percepção e
compreensão do ambiente. Diante disso, conhecer estas possibilidades torna-se
importante.

A Educação Ambiental Transformadora possibilita a formação de cidadãos críticos e


reflexivos, ecologicamente participantes, capazes de disseminar os princípios do
desenvolvimento socioeconômico sustentável com o objetivo de construir uma nova
sociedade, mais justa, politicamente atuante, e consciente das relações de
interdependência entre o homem e a natureza (LEAL, 2013). Nesse contexto, a
Educação Ambiental (EA) com seu caráter transformador, pode contribuir para a
formação de uma sociedade de fato inclusiva e sustentável, estando, portanto,
intimamente interligada com a Educação Inclusiva.

No que diz respeito à interdisciplinaridade e transversalidade da EA na escola, Leff


(2001) nos diz que “O saber ambiental questiona todas as disciplinas e todos os
níveis do sistema educacional”. Assim, partindo-se da ideia de que a Educação é
uma prática social promotora de cidadania, a Educação Ambiental, como uma das
12

dimensões da Educação, entende-se que esta também pode efetivar a Educação


Inclusiva (GATTO, 2013, p.21-22).

Este trabalho tem como objetivo conhecer e confeccionar recursos pedagógicos


interativos e sensoriais, buscando instrumentalizar o Pólo de Educação Ambiental da
Mata Atlântica do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo,
Campus de Alegre (PEAMA - Ifes de Alegre), por meio da criação de um Espaço de
Vivência Sensorial para atender aos visitantes, em especial aos portadores de
necessidades especiais (PNE).
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO: CONCEITO E IMPORTÂNCIA

Segundo Saviani (2005) para compreender a natureza da educação, deve-se


compreender a natureza humana. A percepção de mundo, para os seres humanos,
se dá por meio dos sentidos sensoriais: audição, tato, paladar, olfato e visão. A
união e o estímulo desses sentidos facilitam o processo de aprendizagem do
educando, pois o conhecimento do mundo chega por meio desses sentidos, sendo
captado por células sensoriais e, posteriormente, interpretado pelo cérebro. Dessa
forma, o corpo se estabelece como o principal instrumento de aprendizagem
(GOLDSCHMIDT et al., 2008). O sistema nervoso central processa todas as
informações sensoriais enviadas a partir de vários sistemas sensoriais do corpo e
ajuda a organizar, priorizar e entender as informações (SÁ, 2016). Portanto, “é
preciso saber ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar, o que equivale a dizer que os
sentidos devem ser educados tanto quanto o pensamento lógico ou moral” (FREIRE,
2000, p. 126).

Cada pessoa percebe o mundo ao seu redor de maneira diferente. Isso se dá


porque além dos neurônios serem ligeiramente diferentes, nosso genoma é distinto
e nós somos submetidos a diferentes experiências. A experiência prévia é
importante para a acuidade de nossos sentidos. A mesma pessoa pode ter
diferentes percepções de uma mesma coisa, dependendo de seu estado fisiológico
e psicológico (MARTINS, 2011). A ciência, em sua versão positivista, considera a
percepção como algo distinto da sensação, embora a relacione por meio da
causalidade estímulo-resposta. Nesse sentido, a percepção é o ato pelo qual a
consciência apreende um dado objeto, utilizando as sensações como instrumento
(NÓBREGA, 2008).

Para o clássico Ebbinghaus (1885), sensações são aqueles conteúdos da


consciência “produzidos imediatamente na alma por excitações exteriores, sem
intermediários específicos, em especial sem experiências; puramente à mercê da
estrutura inata dos órgãos materiais de uma parte e, por outra, a maneira original da
alma reagir frente os impactos nervosos”. É praticamente a capacidade de codificar
certos aspectos da energia física e química que nos circunda, representando-os
14

como impulsos nervosos capazes de serem compreendidos pelos neurônios, ou


seja, é a recepção de estímulos do meio externo captado por algum dos nossos
cinco sentidos. A sensação permite a existência desses sentidos (MARTINS, 2011).
De acordo com essa observação, não existe “sensação pura” na mente de um
adulto, já que a maioria destas sensações só poderá existir na consciência de um
recém-nascido.

O conceito wundtiano de sensação, segundo o clássico Hoffmann (1913), resume-


se, como “estado simples, puramente intenso e qualitativo que pode segregar-se
pela análise das diversas percepções sensíveis”. Observa-se então, que não é
como as sensações do recém-nascido. Contudo, a percepção se encarrega de
interpretar essas sensações, associando-as com informações sensoriais que já
possuímos, montando conceitos sobre tudo ao nosso redor.

Pode-se usar como exemplo um som quando é captado pela nossa sensação
auditiva, identificar se esse som é uma voz humana, uma buzina ou um barulho de
algo quebrando, fica a cargo da nossa percepção auditiva. Da mesma forma,
quando eu vejo um objeto captado pela minha sensação visual, a percepção visual
vai interpretar e associar aquela imagem a um conceito, onde eu posso estar vendo
um sofá, um rádio ou mesmo um animal de estimação (MARTINS, 2011).

Assim, sensação se difere de percepção, pois a percepção é uma decorrência da


nossa sensação e nem sempre está inteiramente disponível à nossa consciência,
uma vez que é filtrada pelo mecanismo da emoção, atenção e sono. Nesse sentido,
quanto mais se desenvolve as sensações, mais ampla pode tornar-se a percepção
ambiental.

2.2 O PEAMA - IFES DE ALEGRE, A EDUCAÇÃO E A PERCEPÇÃO AMBIENTAL

A sociedade vive um momento de intensa reflexão sobre a forma como vem tratando
a natureza e sobre as consequências desse tratamento, como a influência no clima
e nos demais elementos do ecossistema. Diante disso outras dimensões precisam
ser incorporadas na educação, sendo que, grande destaque vem sendo dado à
dimensão socioambiental (LIMA, 1992).
15

Para Faggionato (2014) a educação e percepção ambiental ajudam a reaproximar o


homem da natureza, e destaca que existem trabalhos que buscam não apenas o
entendimento do que o indivíduo percebe, mas também a promoção da
sensibilização e do desenvolvimento do sistema de percepção e compreensão do
ambiente, a exemplo, os espaços denominados “sensoriais”.

Inserido neste contexto e procurando atender os eixos social e ambiental por meio
de projetos e ações estratégicas sustentáveis, o Pólo de Educação Ambiental da
Mata Atlântica do Instituto Federal de Educação – Campus de Alegre (PEAMA - Ifes
de Alegre) promove diversas atividades socioambientais para todo entorno.

O Pólo possui uma privilegiada Área de Vivência, com locais destinados ao


descanso, higiene e permanência dos visitantes. A estrutura dos sanitários é
adaptável e atende as diversidades. A estrutura física ainda conta com um salão
administrativo e de reuniões, e um espaço com exposição de ricos artesanatos
provenientes de materiais recicláveis e fibras naturais (SILVA e GOBBO, 2014).

A área externa é gramada contendo móveis rústicos, folders indicativos e jardinagem


que imprimem uma beleza ímpar ao local. A prática sustentável é visível em toda
ambiência com aproveitamento de pneus, casqueiro e resíduo madeireiro que
promovem benefícios de ordem econômica, social e ambiental. Possui árvores
frondosas, bem como canteiros com flores que são atrativos para pássaros, demais
aves e insetos, e ainda um viveiro para produção de espécies vegetais nativas, e um
amplo espaço natural para estacionamento de veículos (SILVA e GOBBO, 2014).

Diante desta área descrita, pode-se destinar a inserção de alguns recursos


sensoriais específicos para o local, que venham contribuir para e sensibilização
ambiental; um “espaço de vivência sensorial”.

Segundo Carvalho (2004), a experiência sensorial vivenciada em diversas maneiras,


possibilita a formação de valores e atitudes sensíveis à diversidade, à complexidade
e à solidariedade diante dos outros seres humanos e da natureza. Portanto, é
necessário não só oferecer informações, como também propor e disponibilizar
experiências e convívios que reconstruam a conexão entre o ser humano consigo
mesmo, com o outro e com a natureza.

Vários estudiosos reconhecem o papel das sensações e dos sentidos na formação


da percepção. Segundo Chauí (1996), a sensação é o que nos dá as qualidades dos
16

objetos e os efeitos internos dessas qualidades sobre nós. A percepção nos permite
formar ideias, imagens e compreensões do mundo que nos rodeia. Essa visão se
aproxima do conceito da UNESCO (1988) em que a percepção é “a maneira pela
qual o homem sente e compreende o meio ambiente”, e avança no sentido de
considerar os fatores culturais como importantes para a formação da percepção.

A percepção, para Guimarães (1995) possui as seguintes características: é o


conhecimento sensorial de totalidades e que são dotadas de sentido; é uma vivência
corporal; demonstra a relação do sujeito com o exterior. Segundo este autor, por
meio do seu conhecimento é possível delimitar qualidades para o mundo. Envolve a
história pessoal. É uma conduta vital, e uma interpretação de coisas e objetos que
nos rodeiam. Além disso, envolve valores sociais. Assim, os significados e os
valores das coisas percebidas decorrem de nossa sociedade e do modo como nela
as coisas e as pessoas recebem sentido, valor ou função.

Segundo um dos primeiros estudiosos em percepção ambiental, Tuan (1980),


existem diversas maneiras de perceber as paisagens, de se construir a realidade
através de experiências únicas. Ao entrar em contato com o meio ambiente, as
pessoas fazem uso dos cinco sentidos em um processo associado com os
mecanismos cognitivos, ou seja, cada indivíduo percebe, reage e responde
diferentemente frente às ações sobre o meio. As respostas ou manifestações são,
portanto, resultado das percepções, dos processos cognitivos, julgamentos e
expectativas de cada indivíduo.

O ambiente natural assim como os ambientes construídos são percebidos de acordo


com os valores e as experiências individuais dos homens onde são atribuídos
valores e significados em um determinado grau de importância em suas vidas
(GUIMARÃES, 1995).

As diferentes percepções do mundo estão relacionadas às diferentes


personalidades, à idade, às experiências, aos aspectos sócio-ambientais, à
educação e à herança biológica. Os estímulos sensoriais, os sentimentos
relacionados ao espaço e a paisagem originam-se de experiências comuns voltadas
para o exterior. A percepção do ambiente, as imagens, seus significados, as
impressões absorvidas e os laços afetivos são únicos em cada ser humano
(AVANZI, 2004).
17

Vários estudiosos afirmam sobre a importância das sensações para uma melhor
percepção ambiental, o que confirma a importância da experiência sensorial por
meio de recursos didático pedagógicos, principalmente em espaços não formais de
educação.

Ferrara (1999) ressalta que suscitar as sensações se torna fundamental para que
possamos compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas
expectativas, satisfações, valores e condutas, pois cada indivíduo percebe, reage e
responde diferentemente frente às ações sobre o meio. Essa experiência possibilita
não apenas o entendimento do que o indivíduo percebe, mas também promover a
sensibilização, a consciência, bem como o desenvolvimento do sistema de
compreensão do ambiente ao seu redor.

Segundo Ferrara (1999), a linguagem ambiental e a percepção que dela têm os


usuários de um local têm sua existência identificada pela sensação gerada por meio
da observação que capta de um objeto, que após registro mental as associa com os
demais objetos presentes na natureza analogicamente.
18

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O método adotado foi o exploratório descritivo. De acordo com Andrade (2006,


p.124), “a pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico”.

Inicialmente fez-se um trabalho bibliográfico, buscando informações acerca do


entendimento de alguns conceitos básicos que envolvem a percepção ambiental,
bem como dos possíveis recursos instrumentais que propiciam o desenvolvimento
da sensação e percepção, analisando a possibilidade de confecção.

Além dos estudos bibliográficos, fez-se uso da observação direta do espaço foco
desta pesquisa, o PEAMA - Ifes de Alegre, com o objetivo de analisar a melhor área
externa disponível para criação do Espaço de Vivências Sensoriais, bem como dos
possíveis instrumentos a serem produzidos e alocados no local. Num terceiro
momento esta pesquisa assume característica prática, a partir da idealização e
confecção de recursos didáticos sensoriais que serão disponibilizados neste espaço.

Os recursos foram produzidos no segundo semestre de 2016, no Ifes, Campus de


Alegre, e dentro das possibilidades foram feitos o reaproveitamento de materiais.
Buscou-se coletar, reciclar e reutilizar materiais do cotidiano imprimindo princípios
sustentáveis.

Com este suporte metodológico, este trabalho utiliza o formato descritivo para
caracterizar os 15 recursos didáticos sensoriais confeccionados para serem
dispostos no espaço de vivências sensoriais.
19

4 RESULTADO E DISCUSSÃO

Diante de diagnósticos preocupantes em relação ao futuro do planeta, a escola


passa a ter um papel cada vez mais importante na formação de indivíduos
comprometidos com a tarefa de organizar a sociedade sob novos moldes – mais
humano, inclusivo, saudável e sustentável.

A educação socioambiental tem se mostrado um complexo e urgente desafio. De


aulas compartimentadas e isoladas da interação curricular com outras disciplinas, a
educação socioambiental vem sendo pensada de maneira holística, buscando
diferentes espaços para novas vivências (TREVISOL, 2003). Surgem então, os
espaços não-formais de educação que possibilitam novas experiências e novos
saberes em relação à conexão homem-natureza, a exemplo, as vivências sensoriais.

Considerando estas ideias e o princípio exploratório prático que este trabalho


assume, este item foi subdividido. Inicialmente foi apresentada, de forma descritiva,
a relação dos instrumentos didático-sensoriais confeccionados para serem dispostos
na área externa do PEAMA - Ifes de Alegre. Em seguida, foi dissertada uma
discussão que fundamenta e justifica a importância destes recursos para o processo
de ensino, de aprendizagem e principalmente de educação ambiental.

4.1 RESULTADOS

Para atender aos objetivos desta pesquisa, buscou-se construir objetos que
promovam a sensibilidade do visitante por meio das sensações que estes
proporcionam. Acredita-se que estas experiências podem viabilizar uma melhor
percepção ambiental, a partir do momento que é propiciado algumas relações entre
visitante, meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem, valorizando
sua capacidade perceptiva sensorial, fator determinante não somente para a boa
conduta ambiental, mas ainda, para a apropriação dos princípios inclusivos em todos
os espaços.

No âmbito literário encontra-se um número satisfatório de recursos didático-


sensoriais, destacando os apontados pela pedagogia montessoriana que oferece
materiais manipuláveis, considerando que seus aspectos multissensoriais é um fator
20

primordial para a aprendizagem, bem como para a vida prática. Assim, buscou-se
eleger àqueles que oportunizam experiências sensoriais por meio de quatro
sentidos: visão, audição, tato e olfato. Na confecção deste rol de instrumentos,
adotou-se o princípio prático e sustentável, garantindo segurança para os usuários.

Foram selecionados e confeccionados 15 recursos que são apresentados no Quadro


1 com seus respectivos objetivos:

Quadro1: Recursos didáticos pedagógicos confeccionados e objetivos

Nº Recurso Objetivos de Ensino e Aprendizagem

 Fornecer informações sobre o percurso da trilha e seus


1 Mapa da Trilha da Figueira respectivos pontos;
 Estimular a atividade sensorial tátil.
2 Caixa de lixas  Estimular a atividade sensorial tátil.
 Possibilitar a exploração da visão (cores);
3 Canudo de fitas  Estimular a percepção tátil de diferentes texturas;
 Despertar a atenção, bem como aprimorar a coordenação
motora.
 Desenvolver habilidades sensoriais;
4 Livro de texturas
 Estimular a atividade tátil e visual (videntes);
 Desenvolver aspectos cognitivos.
 Propiciar um momento de interação com a natureza por
Livro de flores, folhas e meio de penas, folhas e flores;
5
penas  Estimular a percepção sensorial tátil e visual;
 Ampliar sentidos;
 Conhecer diferentes tipos de penas e plumas.
 Possibilitar experiência auditiva por meio da concha
6 Caixa de conchas caracol;
 Aproximar o indivíduo da natureza;
 Estimular a percepção sensorial tátil.
Caixa de vida diária  Despertar a imaginação;
7
(dailylife box)  Estimular a percepção sensorial tátil;
 Conhecer diferentes componentes da vida cotidiana.
 Desenvolver a musicalidade por meio da sonoridade;
8 Garrafa de sons
 Estimular a percepção sensorial visual e auditiva;
 Promover a coordenação motora.
Régua de contas (paleta  Despertar a concentração;
9
de números)  Facilitar a aprendizagem matemática;
 Estimulação tátil.
Móbile de sons: deus do
10 vento de bambu e de  Estimular a percepção sensorial auditiva.
metal  Despertar a audição dos diferentes sons.

 Promover a sustentabilidade;
11 Arranjo de tampinhas
 Reconhecer sons da natureza (chuva);
 Estimular a percepção sensorial auditiva.
12 Conjunto de odores  Estimular sensações olfativas;
 Promover a percepção através de odores.
21

13 Caixa de tecidos
 Estimular a percepção sensorial tátil e visual.
 Desenvolver a coordenação motora;
14 Chocalhos  Despertar curiosidade;
 Reconhecer materiais que produzem devido som;
 Estimular a percepção sensorial auditiva.
Capas dos livros com  Promover curiosidade nos não portadores de DV;
15
identificação em braile  Estimular a percepção sensorial tátil;
 Gerar conhecimento.
Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pela autora.

Os recursos propostos possuem o formato sensorial, assim, sendo utilizados por


videntes recomenda-se, quando possível, o uso de venda nos olhos, ou na sua
impossibilidade, recomenda-se que os olhos sejam fechados. Este procedimento
intensifica as sensações.

 Mapa da Trilha da Figueira


Oriundo de um trabalho de Silva e Gobbo (2014), este mapa mostra todo percurso
da Trilha da Figueira com seus respectivos pontos. Foi impresso colorido, em lona, e
feito sobreposição em todo percurso com cordão, resultando relevo, e usado contas
para demarcar os 38 pontos existentes em todo percurso (FIGURA 1).

Figura 1: Recurso “Mapa da Trilha”.

Fonte: Silva e Gobbo (2014) adaptado pela autora.


22

 Caixa de lixas
Composto por retângulos uniformes, é um conjunto composto por 12 diferentes
texturas de lixas que possibilita a sensação dos diferentes tipos de texturas
(FIGURA 2).

Figura 2: Recurso “Caixa de lixas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

 Canudo de fitas
Trata-se de um canudo com 18 fitas de diferentes texturas, cores e larguras
(FIGURA 3).

Figura 3: Recurso “Canudo de fitas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.


23

 Livro de Texturas

Composto por 13 páginas, este livro oferece 12 diferentes texturas de papel, e


também com diferentes cores e desenhos (FIGURA 4).

Figura 4: Recurso “Livro de texturas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

 Livro de flores, folhas e penas

Trata-se de um livro com 15 páginas. Apresenta diferentes tipos de penas, folhas e


flores. Entre as folhas, existem naturais desidratadas e de tecido (feltro). As flores
são de plástico, tecido e de feltro. Apresenta cores variadas e diferentes formatos
(FIGURA 5).

Figura 5: Recurso “Livro de flores, folhas e penas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.


24

 Caixa de conchas
Caixa que abriga mais de 25 tipos distintos de conchas. Entre elas um caracol maior,
que além de possibilitar a sensação por meio do tato, permite que seja vivenciada
também a audição (FIGURA 6).

Figura 6: Recurso “Caixa de conchas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

 Caixa de vida diária (daily life box)


Conforme sua denominação, esta caixa contém utensílios da vida diária tais como:
botão, clip, cartão de crédito, chave, lápis, borracha, apontador, fita, elástico,
pedrinha, espiral plástico, adaptador de tomada, entre outros (FIGURA 7).

Figura 7: Recurso “Caixa de vida diária – daily life box”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.


25

 Garrafas de sons
Uma sequência de 11 garrafas de formato padrão, contendo líquido (água tingida de
verde) em diferentes medidas. Optou-se pelo uso gradativo com diferença de 25ml.
As garrafas foram devidamente tampadas e vedadas com rolha. Para serem
penduradas num cabo de madeira em local apropriado fez-se uso de um cordão de
fibra natural (FIGURA 8).

Figura 8: Recurso “Garrafas e sons”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

Bréscia (2003) destaca que a musicalização é um processo de construção do


conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical,
favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do
prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção,
autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também
contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação. Já Chiarelli
e Barreto (2005) perceberam, em seus estudos, que as atividades de musicalização
permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção de
esquema corporal, e também permitem a comunicação com o outro, permitindo
maior comunicação e integração grupal.

 Régua de contas (paleta de números)


Régua que contém contas de diferentes tamanhos e cores. Segue uma ordenação
numérica de 1 a 10. Foi confeccionada com régua de madeira, linha de algodão e
contas (FIGURA 9).
26

Figura 9: Recurso “Régua de contas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

A psicomotricidade para Goldschmidt et al (2015), possibilita por meio de atividades


específicas, a estimulação do sistema sensorial para o desenvolvimento da criança,
pois é através do tato que o indivíduo começa a explorar o ambiente a sua volta.
Esse exercício torna-se importante no futuro para a interação da pessoa com os
objetos que farão parte de sua vida escolar e social. Da mesma forma, eles afirmam
que é possível afirmar que por meio dessa exploração do ambiente com o uso das
mãos e do consequente aumento de informações recebidas pelo sistema nervoso,
ocorrerá uma transformação dos estímulos em informações necessárias para
interpretação do meio em que se vive. Todo esse processo gera aprendizado
cognitivo (GOLDSCHMIDT et al (2015).

 Móbile de sons: deus do vento de bambu e deus do vento de metal (alumínio)

Trata-se de um pendente construído com quatro canos de diferentes comprimentos,


mas igual espessura. Foram utilizados dois materiais: alumínio e bambu. No centro é
inserida uma linha com um pendente. Ao movimentá-lo, o mesmo toca nos canos
laterais emitindo um som diferenciado. O pendente pode ser do mesmo material ou
diferente (FIGURA 10).
27

Figura 10: Recurso “Móbile, deus do vento”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

 Arranjo de tampinhas

Chama-se também móbile por possuir o mesmo formato do recurso anterior. É um


pendente que emite sons, porém feito com tampinhas de garrafa (metal), que são
penduradas numa argola por meio de uma linha em comprimentos diferentes. Além
das tampinhas, para fins estéticos, foram inseridas contas para melhor acabamento
e intensificação do som (FIGURA 11).

Figura 11: Recurso “Móbile de tampinhas”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.


28

Outros estudos em relação ao trabalho sensorial por meio de sons foram


desenvolvidos por Lima (2010), quando concluiu que a música e som são linguagens
cujo conhecimento se constrói e não um produto pronto e acabado. Assim, a
musicalização na escola é essencial pois traz alegria, descontração, entusiasmo,
tudo o que se precisa para o trabalho escolar. Segundo Sekeff (2007) “a música é
um poderoso agente de estimulação motora, sensorial, emocional e intelectual”.

 Conjunto de odores
Um kit composto por sete diferentes odores: canela em casca, cravo, pimenta do
reino, cavalinha, erva doce, carda momo e orégano (FIGURA 12).

Figura 12: Recurso “Conjunto de odores”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

LIPOVETSKY (1996) ao estudar as sensações, pode observar que esse


recurso possibilitou a exploração de movimentos corporais e a utilização de todos os
sentidos sensoriais, desenvolvendo a percepção cognitiva. Ficou evidente a
importância do uso de todos os sentidos sensoriais nas atividades, pois o olfato, tato
e audição, por exemplo, facilitam o processo de transformação do concreto para o
abstrato, levando o educando à cognição significativa.
29

 Caixa de tecidos

Recipiente em formato retangular, que contém 20 diferentes tipos de tecidos, em


diferentes texturas e cores. Os tecidos possuem o mesmo formato e tamanho, sendo
suficiente para que seja manuseado (FIGURA 13).

Figura 13: Recurso “Caixa de tecidos”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

 Chocalhos: pedrinhas, arroz, argila e milho

Feito de quatro diferentes formatos de latas reutilizadas, que no seu interior é


colocado também quatro diferentes tipos de grãos: arroz, milho, argila e brita. Para
melhor conservação e padronização, foi recoberto com adesivo plástico - contact
(FIGURA 14).

Figura 14: Recurso “Chocalhos”.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.


30

A literatura confirma que a prática por meio de atividade lúdica fornece


subsídio para o educando observar, interagir, experimentar, investigar e formar o
verdadeiro conhecimento científico. Dessa forma, as atividades favorecem a
aprendizagem sobre Ciências.

Marin (2008), concluiu que o processo de sensibilização, de conscientização e


conhecimento envolve todo o processo de percepção ambiental presente na
Educação Ambiental, despertando na sociedade ações positivas que sensibilizem os
indivíduos e os educandos da importância de se preservar o meio ambiente.

Nesta perspectiva, Nascimento e Rocha (2010) diz que o desenvolvimento de


atividades ligadas à Percepção Ambiental e Educação Ambiental deve proporcionar
uma maior sensibilização em relação ao meio ambiente com o propósito de
fortalecer o exercício da cidadania e as relações interpessoais com a natureza.

 Capas dos livros com escrita em braile

Pensando em atender aos portadores de necessidades especiais foi priorizada,


quando o recurso dispõe de espaço suficiente, a escrita em braile para atendimento
aos deficientes visuais (DV) cegos ou de baixa visão (FIGURA 15).

Figura 15: Capas dos livros com identificação da escrita em braile.

Fonte: Dados da pesquisa e confeccionado pela autora.

Trabalhar com o intuito de inserir pessoas portadoras de necessidades especiais


(PNE) no meio comum deveria ser requisito de muitas instituições. Afinal, devemos
considerar as características individuais de cada um e entender que é direito de
todos o acesso à educação. Pensando nisso, deve-se garantir o convívio e a
aprendizagem coletiva entre pessoas portadoras ou não de alguma deficiência. Com
31

força transformadora, a educação inclusiva aponta para uma sociedade também


inclusiva.

Baseado na teoria montessoriana, Standing (1962) afirma que para a educação dos
sentidos, a seleção de materiais é mais tradicional, embora possa contar com
inovações dos professores. Para esta área, há dezenas de materiais que procuram
educar sentidos específicos, como o da percepção de cor, peso, tamanho, textura,
cheiro ou som. Montessori acreditava que antes de se iniciar qualquer trabalho
puramente intelectual, os sentidos deveriam estar plenamente desenvolvidos.

Matarezi (2001) destaca que o processo de sensibilização, de conscientização e


conhecimento envolve todo o processo de percepção ambiental presente na
educação ambiental, despertando na sociedade ações positivas que sensibilizem os
indivíduos da importância de se preservar o meio ambiente, contribuindo para uma
melhor qualidade de vida.

Nesta perspectiva:

O desenvolvimento de atividades ligadas às sensações proporciona à


comunidade uma maior sensibilização em relação ao meio ambiente com o
propósito de fortalecer o exercício da cidadania, as relações interpessoais
e com a natureza, acelerando o desenvolvimento de novas atitudes
capazes de produzirem novas ações coerentes com a sustentabilidade
ambiental, cultural, econômica, social e espacial (MATAREZI, 2006, p.
188).

Assim, de acordo com Carvalho (2004) pode-se afirmar que os sentidos são partes
necessárias e fundamentais no processo de percepção dos indivíduos relacionados
ao ambiente. Torna-se importante associar a esse sentido, os estudos dos
processos cognitivos, culturais e limites fisiológicos ou biológicos, para assim
compreendermos melhor a inter-relação homem, natureza, percepção.
32

5 CONCLUSÃO

O espaço de vivência sensorial proposto mostrou-se interessante e possível de ser


criado, visto que não exige uma estrutura edificada para sua implantação, podendo
ser inserido ao espaço existente.

A confecção destes recursos é um primeiro passo para a criação de um espaço de


vivência sensorial, podendo ser ampliado com novos trabalhos que irão propiciar
novas experiências.

Este espaço proposto imprime e favorece o princípio da educação inclusiva, pois


estes recursos atendem algumas necessidades dos deficientes visuais, possibilitado
a conexão e as inter-relações elementares que podem existir entre a vida e o meio
ambiente.
33

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