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Alegre
2016
LAYS MOREIRA LESSA
Alegre
2016
FICHA CATALOGRÁFICA
LAYS MOREIRA LESSA
Dedico este trabalho aos meus pais,
que tanto apoiaram e incentivaram o
meu crescimento profissional.
AGRADECIMENTOS
À minha mãe, por não me deixar desistir. Ao meu pai, por acreditar que um sonho é sempre
possível. Aos dois, por serem meus maiores exemplos de persistência e determinação.
À Professora Dsc. Sâmia D’Angelo Alcuri Gobbo, pela sua dedicação, paciência e pela
orientação deste trabalho, sempre me ensinando, incentivando e motivando a querer
aprender mais. Por ser exemplo a ser seguido como profissional, pela alegria, leveza e paz
de trabalhar todos os dias com amor pelo que faz. Agradeço não apenas pela oportunidade
de ser sua orientada, mas também por ter tido a honra de ser sua aluna na graduação.
Aos demais professores, por todas as vivências e aprendizagens, sem vocês nada disso
seria possível hoje.
O sentido, acho, é a entidade mais
misteriosa do Universo.
Relação, não coisa, entre a consciência, a
vivência,
as coisas e os eventos.
O sentido dos gestos.
O sentido dos produtos.
O sentido do ato de existir.
Me recuso a viver num mundo sem
sentido.
Precisamos buscar o sentido.
Pois isso é próprio da natureza do sentido:
ele não existe nas coisas,
tem que ser buscado,
numa busca que é sua própria fundação.
Só buscar o sentido faz, realmente sentido.
Tirando isso, não tem sentido.
Leminski
RESUMO
Apesar de todos os benefícios que podem ser gerados pelas atividades ao ar livre,
observa-se que o contato com a natureza é restrito. Esse distanciamento gera
distorções na compreensão sobre o meio natural, influenciando a percepção
ambiental. Oportunizar as vivências sensoriais torna-se importante porque esta
experiência oportuniza um novo olhar do ambiente e das coisas, incentivando a
interpretação socioambiental. O objetivo deste trabalho foi conhecer e confeccionar
recursos pedagógicos interativos e sensoriais, buscando instrumentalizar o Polo de
Educação Ambiental da Mata Atlântica do Instituto Federal de Educação
Tecnológica do Espírito Santo, Campus de Alegre, por meio da criação de um
Espaço de Vivência Sensorial para atender aos visitantes, em especial aos
portadores de necessidades especiais (PNE). Para seu desenvolvimento foi utilizado
método exploratório descritivo. Registra-se no âmbito literário um satisfatório número
de recursos didático-sensoriais desenvolvidos, destacando-se os apontados pela
pedagogia montessoriana. Buscou-se eleger àqueles que oportunizam experiências
sensoriais por meio de quatro sentidos: visão, audição, tato e olfato. Para a
confecção adotou-se o princípio prático e sustentável. Foram selecionados e
confeccionados 15 recursos. Os recursos possuem o formato sensorial, assim, para
sua utilização recomenda-se, quando possível, que os olhos sejam vendados. Este
procedimento intensifica as sensações. A confecção destes recursos é um primeiro
passo para a criação de um espaço de vivência sensorial, podendo ser ampliado
com novos trabalhos. Este espaço imprime e favorece o princípio da educação
inclusiva, pois estes recursos atendem algumas necessidades dos deficientes
visuais.
Despite all the benefits outdoor activities may proportionate, it is observed how
restricted is the contact with nature. This distance generates distortions in the
understanding of the natural environment, influencing in the environmental
perception. Opportunizing the sensory experiences becomes important because this
experience shows a new look of the environment and things in general, promoting
the social-environmental interpretation. The objective of this article was to know and
create sensory and interactive pedagogical sources, seeking to instrumentalize the
Pole of Environmental Education of Mata Atlântica of the “Instituto Federal de
Educação Tecnológica of the Espírito Santo”, Campus “Alegre”, through the creation
of a Space of Sensory Experience to provide attention to visitors, especially the
people with special needs (PSN). For its development, descriptive exploratory
method was used. It is registered in the literary sphere that a satisfactory number of
didactical-sensory sources developed, especially mentioning the ones pointed by the
montessoriana pedagogy. It was prioritized to elect the ones that provided sensory
experiences through the four senses: sight, hearing, touch and smell. For its
confection it was adopted the practical and sustainable principle. Fifteen sources
were selected and made. The sources have the sensorial format, so for their use it is
recommended, whenever possible, that the eyes be coved. This procedure
intensifies the sensations. The creation of these resources is a first step towards the
creation of a space of sensory experience, and can be extended with new works.
This space impresses and favors the principle of inclusive education, as these
resources cater some needs of the visually impaired.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 11
3 METODOLOGIA .................................................................................... 18
5 CONCLUSÃO ....................................................................................... 32
6 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 33
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta algumas idéias acerca da importância das sensações para o
desenvolvimento humano. Segundo Carvalho (2004), as sensações são processos
do organismo vivo para obtenção de informações sobre o ambiente. Elas se iniciam
nos órgãos sensoriais e chegam ao cérebro, onde são interpretadas por um
processo chamado percepção. Os dois processos são interdependentes e se
influenciam mutuamente. Além disso, a percepção é um dos elementos mais
importantes no processo de ensino e aprendizagem.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Pode-se usar como exemplo um som quando é captado pela nossa sensação
auditiva, identificar se esse som é uma voz humana, uma buzina ou um barulho de
algo quebrando, fica a cargo da nossa percepção auditiva. Da mesma forma,
quando eu vejo um objeto captado pela minha sensação visual, a percepção visual
vai interpretar e associar aquela imagem a um conceito, onde eu posso estar vendo
um sofá, um rádio ou mesmo um animal de estimação (MARTINS, 2011).
A sociedade vive um momento de intensa reflexão sobre a forma como vem tratando
a natureza e sobre as consequências desse tratamento, como a influência no clima
e nos demais elementos do ecossistema. Diante disso outras dimensões precisam
ser incorporadas na educação, sendo que, grande destaque vem sendo dado à
dimensão socioambiental (LIMA, 1992).
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Inserido neste contexto e procurando atender os eixos social e ambiental por meio
de projetos e ações estratégicas sustentáveis, o Pólo de Educação Ambiental da
Mata Atlântica do Instituto Federal de Educação – Campus de Alegre (PEAMA - Ifes
de Alegre) promove diversas atividades socioambientais para todo entorno.
objetos e os efeitos internos dessas qualidades sobre nós. A percepção nos permite
formar ideias, imagens e compreensões do mundo que nos rodeia. Essa visão se
aproxima do conceito da UNESCO (1988) em que a percepção é “a maneira pela
qual o homem sente e compreende o meio ambiente”, e avança no sentido de
considerar os fatores culturais como importantes para a formação da percepção.
Vários estudiosos afirmam sobre a importância das sensações para uma melhor
percepção ambiental, o que confirma a importância da experiência sensorial por
meio de recursos didático pedagógicos, principalmente em espaços não formais de
educação.
Ferrara (1999) ressalta que suscitar as sensações se torna fundamental para que
possamos compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas
expectativas, satisfações, valores e condutas, pois cada indivíduo percebe, reage e
responde diferentemente frente às ações sobre o meio. Essa experiência possibilita
não apenas o entendimento do que o indivíduo percebe, mas também promover a
sensibilização, a consciência, bem como o desenvolvimento do sistema de
compreensão do ambiente ao seu redor.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Além dos estudos bibliográficos, fez-se uso da observação direta do espaço foco
desta pesquisa, o PEAMA - Ifes de Alegre, com o objetivo de analisar a melhor área
externa disponível para criação do Espaço de Vivências Sensoriais, bem como dos
possíveis instrumentos a serem produzidos e alocados no local. Num terceiro
momento esta pesquisa assume característica prática, a partir da idealização e
confecção de recursos didáticos sensoriais que serão disponibilizados neste espaço.
Com este suporte metodológico, este trabalho utiliza o formato descritivo para
caracterizar os 15 recursos didáticos sensoriais confeccionados para serem
dispostos no espaço de vivências sensoriais.
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4 RESULTADO E DISCUSSÃO
4.1 RESULTADOS
Para atender aos objetivos desta pesquisa, buscou-se construir objetos que
promovam a sensibilidade do visitante por meio das sensações que estes
proporcionam. Acredita-se que estas experiências podem viabilizar uma melhor
percepção ambiental, a partir do momento que é propiciado algumas relações entre
visitante, meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem, valorizando
sua capacidade perceptiva sensorial, fator determinante não somente para a boa
conduta ambiental, mas ainda, para a apropriação dos princípios inclusivos em todos
os espaços.
primordial para a aprendizagem, bem como para a vida prática. Assim, buscou-se
eleger àqueles que oportunizam experiências sensoriais por meio de quatro
sentidos: visão, audição, tato e olfato. Na confecção deste rol de instrumentos,
adotou-se o princípio prático e sustentável, garantindo segurança para os usuários.
Promover a sustentabilidade;
11 Arranjo de tampinhas
Reconhecer sons da natureza (chuva);
Estimular a percepção sensorial auditiva.
12 Conjunto de odores Estimular sensações olfativas;
Promover a percepção através de odores.
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13 Caixa de tecidos
Estimular a percepção sensorial tátil e visual.
Desenvolver a coordenação motora;
14 Chocalhos Despertar curiosidade;
Reconhecer materiais que produzem devido som;
Estimular a percepção sensorial auditiva.
Capas dos livros com Promover curiosidade nos não portadores de DV;
15
identificação em braile Estimular a percepção sensorial tátil;
Gerar conhecimento.
Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pela autora.
Caixa de lixas
Composto por retângulos uniformes, é um conjunto composto por 12 diferentes
texturas de lixas que possibilita a sensação dos diferentes tipos de texturas
(FIGURA 2).
Canudo de fitas
Trata-se de um canudo com 18 fitas de diferentes texturas, cores e larguras
(FIGURA 3).
Livro de Texturas
Caixa de conchas
Caixa que abriga mais de 25 tipos distintos de conchas. Entre elas um caracol maior,
que além de possibilitar a sensação por meio do tato, permite que seja vivenciada
também a audição (FIGURA 6).
Garrafas de sons
Uma sequência de 11 garrafas de formato padrão, contendo líquido (água tingida de
verde) em diferentes medidas. Optou-se pelo uso gradativo com diferença de 25ml.
As garrafas foram devidamente tampadas e vedadas com rolha. Para serem
penduradas num cabo de madeira em local apropriado fez-se uso de um cordão de
fibra natural (FIGURA 8).
Arranjo de tampinhas
Conjunto de odores
Um kit composto por sete diferentes odores: canela em casca, cravo, pimenta do
reino, cavalinha, erva doce, carda momo e orégano (FIGURA 12).
Caixa de tecidos
Baseado na teoria montessoriana, Standing (1962) afirma que para a educação dos
sentidos, a seleção de materiais é mais tradicional, embora possa contar com
inovações dos professores. Para esta área, há dezenas de materiais que procuram
educar sentidos específicos, como o da percepção de cor, peso, tamanho, textura,
cheiro ou som. Montessori acreditava que antes de se iniciar qualquer trabalho
puramente intelectual, os sentidos deveriam estar plenamente desenvolvidos.
Nesta perspectiva:
Assim, de acordo com Carvalho (2004) pode-se afirmar que os sentidos são partes
necessárias e fundamentais no processo de percepção dos indivíduos relacionados
ao ambiente. Torna-se importante associar a esse sentido, os estudos dos
processos cognitivos, culturais e limites fisiológicos ou biológicos, para assim
compreendermos melhor a inter-relação homem, natureza, percepção.
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5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS