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345-90
COMUNICAÇÃO E MEMÓRIA
MURITIBA-BA
2023
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
1 INTRODUÇÃO
A Comunicação e Educação são duas áreas de conhecimentos que estão interligadas por
meio da Educomunicação. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) 1, publicou
no ano de 2014, o documento 99, intitulado Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil. Esse
documento são diretrizes que norteiam a comunicação eclesial como também a relação da igreja
com a sociedade contemporânea.
O diretório após 10 anos passou pelo processo de atualizações e no ano de 2023 foi
lançado com as alterações, pois houve a necessidade de se adaptar com a transformação
comunicacionais que ocorrem na sociedade atual e as contribuições do Papa Francisco 2. No
capítulo IX, intitulado “Educar para a Comunicação” empregou o conceito Educomunicação:
1
“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da
Igreja Católica no País…; nela, conjuntamente, eles exercem funções pastorais e dinamizam a missão
evangelizadora…. Respeitadas a competência e responsabilidade de cada membro, quanto à Igreja universal e à
própria Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial, fomentar a comunhão entre os
membros…, ajudar os Bispos no seu ministério para o benefício de todo o povo de Deus, concretizar o afeto
colegial e facilitar o relacionamento de seus membros, sendo espaço de diálogo, ajuda fraterna e de encorajamento
recíproco…., estudar assuntos de interesse comum, promover a ação evangelizadora, exercer o magistério
doutrinal e a atividade legislativa, segundo as normas do direito…, representar o Episcopado brasileiro junto a
outras instâncias, inclusive a civil” (Estatutos art. 1º e 2º).”
Disponível em< https://www.cnbb.org.br/a-cnbb-esclarecimentos/>. Acesso em 21 de outubro de 2023
2
Em 13 de março de 2013, o Cardeal Jorge Mário Bergoglio foi eleito à Cátedra de Pedro: primeiro Papa jesuíta
e americano e o primeiro com o nome de Francisco.
Disponível em< https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2021-03/papa-francisco-aniversario-
pontificado.html> Acesso em 21 de outubro de 2023
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
Somente uma abertura e acolhida efetiva dos jovens, que brote de uma
sincera e autêntica conversão pastoral e social, pode reconhecer a força
do jovem como construtora de um mundo mais justo, fraterno e inspirado por uma
espiritualidade fiel aos valores éticos e fundamentais do
ser humano. (DIAS, 2012, p.34).
e leigos3 são protagonistas necessita ganhar reconhecimento por parte dos pastores, para que
não se ocultem as luzes que devem ser colocadas nos lugares mais altos para iluminar todo
ambiente eclesial. (CNBB, 2023, p.22).
Com base no Diretório de Comunicação e dos caminhos percorridos pela a Igreja
Católica com campo da comunicação, o objeto de estudo para este projeto é a sobre a Juventude
protagonistas na Educomunicação Diocesana do Recôncavo da Bahia. A Educomunicação se
adequa com a Comunicação popular, pois tem como protagonismo o povo, neste contexto a
juventude. Sendo eles construtores de um diálogo que contribui para o crescimento humano,
uma vivência comunitária, sendo sujeitos transformadores da sociedade. Ressaltando que a
educomunicação não existe somente nos espaços escolares, mas em outras esferas da sociedade
contemporânea, no espaço de educação não formal.
3
A palavra “leigo” (em grego laïkós, e em latim laicus) deriva da palavra grega laós, que quer dizer “povo”. No
entanto, o termo teve sempre uma conotação negativa: “leigo” é aquele que não sabe, que não domina determinado
conhecimento, que não tem o conhecimento ou a habilidade necessária para determinada arte ou ciência, que não
possui conhecimento aprofundado sobre determinada área do saber. Pode ser tomado como sinônimo de ignorante.
Foi usado assim, sobretudo na Idade Média, para diferenciar o povo, muitas vezes iletrado, sem acesso à cultura,
de uma elite cultural e muitas vezes clerical. Na modernidade, o termo se estendeu ao nível geral, sendo usado em
praticamente todas as áreas humanas com este sentido pejorativo.
<https://www.vidapastoral.com.br/edicao/leigo-um-conceito-em-evolucao/>
4
Disponível em <https://www.diocesedecruzdasalmas.com.br/dados-hist%C3%B3ricos.>
Acesso em 16 de outubro de 2023.
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
A juventude é protagonista em todo o processo, pois tem voz e vez, expressam suas
ideias, compartilham saberes, olham as necessidades e anseios de suas paróquias e contribui
para as ações pastorais e sociais. São envolvidos diretamente nos movimentos da sua própria
comunidade, sendo inseridos na Pastoral da Comunicação (PASCOM 5), eles gerenciam as redes
sociais e sites, produzem matérias, vídeos, produções radiofônicas, revistas e promovem
campanhas sociais.
5
A Pastoral da Comunicação (PASCOM) é a presença e a ação da Igreja nos ambientes comunicacionais.
Sua atuação se estabelece a partir das ações próprias do campo da comunicação com sentido pastoral e
evangelizador. É a pastoral do ser e do estra em comunhão com toda a comunidade eclesial, garantindo a acolhida
e a participação, a organização solidária e a gestão democrática dos processos comunicacionais. A expressão
“Pastoral da Comunicação” nasce da junção de duas realidades que interagem reciprocamente: Comunicação e
Pastoral. (CNBB, 2023, p. 181).
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
4 FUNDAMENTAÇÃO
As mudanças sociais, culturais, políticas e religiosas ocorridas nos séculos XIX e XX,
fizeram com que a Igreja católica convocasse para o Concílio Vaticano II, que teve sua primeira
sessão no dia 11 de outubro de 1962, o principal motivo era a necessidade de uma renovação e
adaptação da Igreja Católica às questões relacionadas a contemporaneidade. O catolicismo
universal neste período passava por uma crise e acreditava que a utilização da mídia de massa,
pudesse mudar esse cenário.
“As políticas internacionais voltadas à formação para a comunicação encontram eco
também na Igreja Católica, que recomendou aplicar as propostas de mudanças e decisões
do Concílio Ecumênico Vaticano II6 (1962-1965), em relação à comunicação, por meio de
Conferências nos Continentes.” (CORAZZA, 2014. P.31-32)
Durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, o marco para a comunicação da Igreja
Católica é o Decreto Inter Mirifica7, sobre os meios de comunicação social. “O concílio
Ecumênico Vaticano II reforça o importante papel de leigos e leigas no diálogo entre fé e cultura
e sua atuação no campo da comunicação.” (CNBB, 2023, p.192).
6
O Concílio Ecumênico Vaticano II é considerado um dos maiores acontecimentos da Igreja no Século XX.
Constitui também um dos maiores feitos do pontificado de Angelo Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, e trouxe
grandes renovações para a Igreja Católica. O Concílio é a assembleia de todos os bispos do mundo ou de uma
representação dos bispos do mundo inteiro que, em comunhão com o Papa, procura esclarecer questões de fé, de
moral ou da vida prática da Igreja.
Disponível em https://noticias.cancaonova.com/especiais/canonizacao-joao-paulo-ii-e-joaoxxiii/entenda-o-
concilio-vaticano-ii-convocado-por-joao-xxiii/. Acesso em 21 de outubro de 2023.
7
O Inter Mirifica é composto por 24 artigos, sendo 2 artigos de introdução; 10 artigos
destinados à doutrina, referentes ao capítulo 1, intitulado Normas para o correto uso dos
meios de comunicação social; 10 artigos sobre a ação pastoral, correspondendo ao capítulo 2
Os meios de comunicação social e o apostolado, e 2 artigos finais de conclusão. (ALVARENGA, 2016, p.37)
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
De acordo com Alvarenga (2016, p. 37) “no decreto Inter Mirifica, o que muda é o foco
da preocupação da Igreja, que agora não está simplesmente interessada em combater essas
tecnologias de comunicação, mas sem de se apropriar dessas mesmas tecnologias”, percebe- se
que a mídia e religião não eram muito exploradas, porém com a evolução do mundo moderno
e com base no Concílio Vaticano II, houve uma pressa para que a Igreja explorasse os meios de
comunicação de massa. A Igreja Católica tem todo um cuidado em relação ao uso dos meios
de comunicação para a divulgação, tendo um compromisso com a ética para não utilizarem os
veículos de comunicação de maneira negativa.
Através do Inter Mirifca percebe-se que a Igreja Católica norteia sempre a necessidade
de educar para o bom uso da Comunicação.
Promovam-se por todos os meios eficazes e assegurem-se a todo o custo a produção
e a exibição de filmes destinados ao descanso honesto do espírito, proveitosos para a
cultura e arte humana, sobretudo aqueles que se destinam à juventude; isto consegue-
se, sobretudo, apoiando e coordenando as realizações e as iniciativas honestas, tanto
da produção como da distribuição, recomendando as películas que merecem elogio
por juízo concorde e pelos prémios dos críticos, fomentando e associando entre si as
salas pertencentes a bons empresários católicos. (INTER MIRIFICA, 1996,
ONLINE).
“São perceptíveis os esforços da Igreja no Brasil para manter sempre viva e ativa a
reflexão sobre o uso dos meios de comunicação na ação evangelizadora. Prova disso
são as experiências e vivência da comunicação nas comunidades, em suas ações, nos
organismos especializados e nos documentos produzidos ao longo do tempo.”
(ALVARENGA, 2014, p.55).
4.2 Educomunicação
4.3 Juventude
A juventude é uma categoria social que vem ganhando destaque nos trabalhos
acadêmicos. Dar visibilidade a juventude é reconhecer que eles contribuem positivamente para
a transformação social. Diversos são os estudos para conceituar a juventude. “A juventude é
uma categoria social que passa a se constituir e adquire o sentido atual a partir do advento da
modernidade.” As Nações Unidas definem a juventude pelo grupo etário composto por pessoas
entre 15 e 24 anos, a Política Nacional de Juventude (PNJ), considera todos da faixa etária entre
15 e 29 anos. (WEISHEIMER, 2014, p.09).
A Igreja Católica tem uma atenção em especial para com a juventude, Papa Francisco
coloca a confiança na juventude para o futuro da Igreja, enfatiza sempre o protagonismo juvenil.
Na Campanha da Fraternidade 2013 cujo o tema foi: “Fraternidade e Juventude”, reafirma este
protagonismo da juventude como parte essencial da Igreja Católica.
Luiz Carlos Dias, em seu artigo intitulado: “CF 2013 “Fraternidade e Juventude” O
protagonismo dos jovens na Igreja e na Sociedade”, elucida o empenho da Igreja a inserir os
jovens nas atividades da Igreja.
A Igreja possui uma longa caminhada de experiências com a juventude. Basta recordar
os movimentos lidados à Ação Católica Especializada (JAC, JEC, JOC, JIC e JUC).
Como grande educadora e “mestra em humanidades”, sempre fomentou e apoiou as
iniciativas de formação juvenil e defendeu a dignidade e a importância do jovem. É
devido a este imenso arcabouço de experiências e conhecimentos, que a Igreja quer
falar ao coração de cada jovem e convidá-lo a se abrir ao encontro pessoal e profundo
com Jesus Cristo, que pode dar verdadeiro significado à nossa existência. (DIAS,
2012, p.15).
A Igreja busca a participação ativa dos jovens nas atividades, na liturgia, dos
movimentos e pastorais. No texto base da Campanha da Fraternidade 8 2013, a Igreja
valorização a formação educativa para que os jovens possam ser inclusos digitalmente nas
paroquias e comunidades, porém destaca que a educação é um meio eficaz na formação da
juventude.
Para isso, é necessária uma atitude educativo-interativa com os jovens que dialogue
com eles. Por outro lado, a ambiência em que eles vivem também precisa de uma ética
que considere a comunicação como espaço de relações e de cultivo de valores que
edificam a existência e a sociedade. Dentro do universo midiático, muitos jovens
fazem as escolhas de vida e de fé, sentem- -se atraídos pelos valores testemunhados,
fazem suas opções vocacionais, empenham-se pelo estudo. (CNBB, 2013, p. 26).
8
Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta,
Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa
humana, dos filhos e filhas de Deus. Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da
Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma
verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho;
partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na
esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3). Disponível em: https://campanhas.cnbb.org.br/campanha-da-
fraternidade.> Acesso em 20 de outubro de 2023.
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
5 METODOLOGIA
A região do Recôncavo passou a ser assim conhecida a partir do Século XVI e engloba
uma faixa de terra formada por mangues, baixios e tabuleiros que contornam a Baía
de Todos os Santos. Pode ser descrita como um retângulo de aproximadamente 10 mil
quilômetros quadrados na direção nordeste-sudeste, entre os meridianos 37 e 39 a
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
O Recôncavo da Bahia é uma região que tem uma grande importância para o Brasil,
devido a sua história marcada pelas lutas para conquistar a independência, é um berço rico em
manifestações culturais e com grandes riquezas naturais. Dentro da perspectiva do Recôncavo,
o lócus de pesquisa se desdobrará nos limites territoriais da diocese de Cruz das Almas.
As cidades do Recôncavo da Bahia que compõem o território Diocesano são delimitadas
de acordo com a figura 1 abaixo:
Para o método de análise de conteúdo será adotada a linha teórica de Bardin. A análise
de conteúdo surge na perspectiva de perceber as produções da juventude através da Pastoral da
Comunicação, correlacionando com as práticas educomunicacionais. “A análise de conteúdo é
um conjunto de técnicas de análise das comunicações.” (BARDIN, 2016, p. 37). Ainda de
acordo com o autor supracitado a análise de conteúdo é dividida em três fases conforme Figura
2.
2- EXPLORAÇÃO 2- TRATAMENTO
1- PRÉ -ANÁLISE DOS RESULTADOS
DO MATERIAL
• Primeira leitura • Leitura detalhada • Interpretação e
• Criação de • Categorização discusão dos
dados
indicadores • Organização do
material
7 EXEQUIBILIDADE DO PROJETO
REFERÊNCIAS
BAHIA, José Péricles Diniz. Ser Baiano na medida do Recôncavo. Cruz das Almas/BA:
EdUFRB, 2019.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro.
São Paulo. 2016.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 11 ed. Rio de Janeiro. Paz e terra. 2021.
GIL, Antonio Carlos. Entrevista In: Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. Ed. São
Paulo. Atlas, 2008.
JACKS, Nilda Aparecida; SCHMITZ, Daniela Maria. Sujeitos Juvenis E Protagonismo
Social Em Jesús Martín-Barbero.” Revista FAMECOS, vol. 24, no. 2, 24 Mar. 2017, p.
Juventude e educomunicação da comunicação Diocesana no Recôncavo da Bahia
PUNTEL, Joana T. Inter Mirifica: texto e comentário. São Paulo: Paulinas, 2012