Este documento discute a mediação cultural como uma categoria autônoma. Primeiro, explica como a mediação cultural se difundiu com o aumento da comunicação de massa e como ela é essencial a qualquer processo cultural. Segundo, define mediação cultural como uma interposição que promove relações entre pessoas e como uma categoria com suas próprias simbologias. Por fim, discute como a mediação cultural está conectada à recepção e produção cultural e à semiótica.
Este documento discute a mediação cultural como uma categoria autônoma. Primeiro, explica como a mediação cultural se difundiu com o aumento da comunicação de massa e como ela é essencial a qualquer processo cultural. Segundo, define mediação cultural como uma interposição que promove relações entre pessoas e como uma categoria com suas próprias simbologias. Por fim, discute como a mediação cultural está conectada à recepção e produção cultural e à semiótica.
Este documento discute a mediação cultural como uma categoria autônoma. Primeiro, explica como a mediação cultural se difundiu com o aumento da comunicação de massa e como ela é essencial a qualquer processo cultural. Segundo, define mediação cultural como uma interposição que promove relações entre pessoas e como uma categoria com suas próprias simbologias. Por fim, discute como a mediação cultural está conectada à recepção e produção cultural e à semiótica.
Curso: Artes Visuais - Licenciatura Aluno: Davi Ascendino Castilho
Resumo do artigo: A Mediação Cultural Como Categoria Autônoma
Um nicho de diversas profissionais e demandas produtivas foi criado com a
ampliação, migração para outras áreas e a popularização da mediação cultural e sua importância em contextos de trocas de informação e comunicação. Consequentemente, há uma diluição do termo, que precisa ser compreendido contextualmente para que se ordene, se objetive e se especifique em seus usos nas diferentes áreas em que se apresenta. Para isso, a princípio, depreende-se que, historicamente, a mediação cultural se difundiu na “cultura da informação”, ou seja, quando veículos de comunicação atingem tamanha onipresença na vida cotidiana que começam a propor novos hábitos sociais envolvendo a aquisição da informação. Nessa difusão, através do conceito de “zona de desenvolvimento proximal”, entende-se a mediação como intrínseca a qualquer processo cultural que envolva processos informacionais ou comunicacionais, onde eles não ocorrem sem ela. Assim, afasta-se do ideal da mediação apenas como processo subordinado, funcional e instrumentalizado (quando serve como intermediação, reguladora e zona de conexão entre diferentes polos), pois o termo é transformado em discurso e categoria teórica essencial, central, indutora, mas também produtora de sentidos. Partindo dessa independência, a mediação cultural pode ser compreendida conceitualmente de muitas formas. Inicialmente como interposição de um ser que tenta promover relações viáveis entre outros dois seres, onde o termo “cultural” entra como diferenciador e qualificador em relação aos outros tipos de mediação. Porém, tal visão é considerada simplista e instrumentalizada. Para além dessa definição, há a mediação cultural como categoria de objetos e atividades com simbologias e semiológicas próprias, mesmo que se conectem com aspectos do mundo sensível e material. Há também ela enquanto ação transformadora de situações e dispositivos de comunicação e, por fim, como recurso quando os conceitos simples e comuns de comunicação falham e é necessária a atuação de um intermediador, a ponto do processo não ocorrer sem ele. Assim, a mediação se torna ativa, ordenada e ordenadora. Ela é constituída, não se subordinando ao que lhe é externo, de um fazer ético que pretende ser ora vertical, transcendendo experiências materiais, ora horizontal, pois estabelece relações mais democráticas, sem hierarquias de poder. Ela deve visar esse tipo de ação, onde impera o duradouro e a coletividade e que usa o conflito e a troca de subjetividades como local de comunicação; também pode contribuir para desfazer dificuldades que alguém pode ter a partir do contexto social e histórico em que está inserido, de empecilhos cognitivos ou ambos. Dessa forma, ela abre espaços para que as pessoas possam se relacionar com o mundo, visando a sensibilização, as trocas e as sugestões de possíveis rotas e relações frente os objetos. Logo, esses mediadores visam a cultura e a já mencionada criação de sentidos, enquanto que o difusor visa a mera transferência de informações. A mediação cultural também se interconecta com outros campos. Ressalta-se dois: Há a conexão entre mediação, recepção e produção cultural onde ambas se interferem; provêm a comunicação e articulam o texto, o média e a cultura, grupos que abordam aspectos de conexão e semiótica nas ações culturais. E há também o contexto em que a mediação propõe a saída de um modelo diádico entre informação e comunicação, para um modelo triádico onde se interligam o mediador, o texto e o leitor, numa categoria de significação. Nessa perspectiva, há uma relação potente entre a mediação cultural e a semiótica, onde a primeira está presente em todas as operações da segunda, já que a mediação está ativa e presente em toda criação de signos. Ademais, há a questão da qualificação e profissionalização de pessoas para trabalharem na área. Tais profissionais, quando capacitados, teriam como base tanto certos valores éticos, cidadãos e de coletividade, como teriam acesso e fariam uso racional e potente dos chamados “dispositivos de mediação”, que são específicos para cada demanda e intenção do mediador cultural, diferenciando o dos “mediadores difusos”. Porém, existe o receio de que, apesar da complexidade do mundo globalizado, não se veja a necessidade de intermediários da informação, pois a sofisticação dos aparelhos de comunicação os fariam se regulamentarem sozinhos, o que não se justifica. Dessa forma, o senso de comunidade é afastado, fazendo com que a ação mediadora se esvazie, criando, por fim, uma sociedade sem mediações, que desqualifica os profissionais mediadores e os torna inúteis. Concluindo, quando se media aspectos da cultura profundamente, cria-se espaços de transição, onde ocorre a construção do senso de coletividade. Mediar é, portanto, independência categórica e força criadora, que se usa para interpretar e dar sentido ao mundo e tudo que há nele.