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Is 60, 1-6
Ef 3,2-3a.5-6
Mt 2,1-12
“Vimos uma estrela no oriente (quer dizer, no seu surgir) e viemos adorá-lo.”
Normalmente, quando falamos de estrelas, não dizemos que surgem, mas que aparecem.
A única estrela que vemos surgindo é o sol, enquanto todas as outras aparecem pouco a
pouco conforme o céu vai escurecendo. Em vez disso, os Magos falam de uma estrela que
surge. Depois de alguns versículos o evangelista Mateus retoma a mesma expressão,
dizendo: E eis que a estrela que tinham visto no seu surgir ia à frente deles...”
O Evangelho da Epifania dá uma indicação da natureza da estrela que nos ajuda a definir
o lugar em que devemos buscar seu significado. Mateus observa que os Magos “vendo a
estrela, alegraram-se imensamente”. Esta observação nos diz algo fundamental: é no
coração dos Magos, e não no firmamento, que devemos buscar a estrela que surgiu um
dia para indicar o nascimento de Jesus, em seus corações sedentos por felicidade, sedentos
por alegria que dá sentido e realização à jornada da vida. A estrela dos Magos é
basicamente seu coração. Claro, deve ter havido um sinal exterior, perceptível para todos
eles, mas nada mais foi do que o suporte e a confirmação de uma luz que os Magos viram,
ou melhor, sentiram surgir em seus corações. Somente em seus corações criados para
encontrar Deus poderia surgir a intuição de que por aquela Criança valia a pena deixar
tudo e empreender em uma longa viagem. O desejo de encontrá-la era neles a luz sempre
ardente que o sinal fugaz e inconstante da estrela havia fomentado.
Estes sinais, estas estrelas, estão presentes na vida de todo ser humano.
E nisto, também, a estrela dos Magos é um símbolo de nosso coração, porque não só se
move, busca, viaja, mas também "descansa" quando alcança Aquele para o qual estava
tendendo: "E eis que a estrela que tinham visto no seu surgir ia à frente deles até que
parou sobre o lugar onde se encontrava o menino".
Onde Está Jesus Cristo, o desejo de vida repousa, e o repouso do desejo é a satisfação do
coração, a alegria: "Quando viram a estrela [parada no lugar onde estava o Menino],
alegraram-se imensamente”.
Esta realização, esta alegria, está misteriosamente ligada a um lugar. Antes de ver a
Criança, os Magos já transbordam de alegria quando encontram o lugar onde Ele está.
A alegria dos Magos, por ter encontrado o lugar, é uma profecia da alegria daqueles que
encontram a Igreja, uma comunidade cristã na qual nosso coração percebe o dom da
presença de Cristo, o Dom que se concentra na Eucaristia.
Toda a verdade e o sentido da nossa vida se manifestam na tensão entre o nosso coração
feito para Deus e a presença de Jesus Cristo, o Emanuel, no lugar eclesial onde nasceu
para nós e permanece presente para nos encontrar, preenche-nos com alegria e acolher a
oferta da nossa vida, o ouro, o incenso e a mirra da nossa adoração.