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O Significado Esotérico das Pedras Preciosas

Que história maravilhosa tem o resplendor da Safira; que segredo tem a cintilação do
Diamante; quais os sonhos do coração da Pérola? Com que deleite nos adornamos com a
beleza exterior das pedras preciosas sem perceber sua natureza íntima e a história de sua
criação.

Os sábios dizem que poderemos encontrar o porquê de todo ser buscando-o nos arquivos
espirituais. Todas as coisas grandes ou insignificantes convergem-se no Universo em uma
sinfonia multicor de harmonia e luz. As grandes Hierarquias pensam nos acordes da música.
Os átomos da música vibram no éter e formam núcleos que atraem outros átomos
semelhantes em cor e vibração. A maravilhosa sinfonia encontra os primeiros e sutis
reflexos no coração do cristal, que depois de épocas incomensuráveis manifesta seu
esplendor.

Qualquer pedra preciosa é uma forma de pensamento de uma grande Hierarquia. Este
pensamento foi enviado à Terra para concretizar-se no cristal, anunciando sua mensagem. É
por isso que a pedra preciosa emite as vibrações em harmonia com seu Signo e Astro, que
elaboram sua formação harmônica e vibratória.

A dinâmica força de Marte dirigida à Terra em fusão é conhecida como Signo de Áries, que
trabalhou na formação da pedra que chamamos Diamante. No Mundo dos Astros, o
Diamante tem seu idêntico espírito de ascensão; no Plano terrestre, esse desejo se manifesta
em sua forma inferior como ambição descontrolada. Esse mesmo fogo, que se apresenta no
Plano inferior como ambição desmedida, transforma-se em desejo de elevação, quando
purificado e transfigurado. Admirável é o significado oculto do fogo. Há poucos capazes de
entender e sentir a força interna que emitem as pedras preciosas.

O Jaspe rosado é o raio de amor celestial que Mercúrio, o mensageiro dos deuses, leva
através do Signo de Virgem, que representa o princípio maternal, a idealização do amor — a
grande alma feminina na criação, que anima toda a natureza e expressa os sentimentos de
amor de todas as religiões, na proporção do seu alcance; esse raio, no mundo terrestre, é o
símbolo do perdão, porque o atributo divino é o amor.

As pedras lunares significam, no Mundo Celeste, o espírito místico, o aprofundar-se em


Deus. Na Terra, simbolizam as almas dos sonhadores e místicos. São formados pelos raios
cristalizantes de Saturno e seu Signo, Capricórnio, que falam de penas e tristezas: a tristeza
amadurece o místico, por isso ele pode entender melhor as penas do mundo. O maior
místico foi aquele que levou a coroa da amargura.

O coração fogoso do Signo de Leão e os raios amarelos do Sol formam o Rubi. Seu raio
avermelhado transpassa os Mundos superiores como espírito da verdade e desce à Terra para
penetrar a vida como serviço.

Os acordes amorosos de Vênus nos trouxeram, pelo sopro de Libra, o magnífico mistério
que chamamos Opala. No País espiritual, a Opala é símbolo do espírito dos mistérios. Os
mistérios da vida atual só podem ser compreendidos à luz das reminiscências de vidas
passadas.
As forças sublimes da Hierarquia de Câncer criaram a Esmeralda. No Mundo Celeste, é o
raio da caridade. Na Terra, esse raio é a esperança: acima de toda luta na Terra, é, a
esperança, a gentil filha da caridade. Nas profundezas do coração da Esmeralda descansa o
beijo ensolarado da esperança.

A Ametista irradia a chispa fogosa que Marte preparou nos cadinhos ferventes de Áries. No
Mundo Celeste, brilha o espírito curador como o raio da Ametista; para o ser humano a
Ametista é o símbolo da compaixão. Até que o verdadeiro significado da compaixão seja
compreendido, a saúde (ou cura) permanente não poderá ser alcançada.

O ancião Saturno abre as portas de Aquário. A estranha luz tão pouco entendida e emitida
por ele formou a Safira. Nos Mundos Celestes, a Safira é a luz da profunda percepção e
emite suas sombras sobre a Terra, na Lei divina da compensação. Como Afrodite emerge da
lagoa dourada, assim o espírito da beleza surge do coração de Touro. Ele ilumina todos os
espaços e seu enorme reflexo chega à Terra trazido por Vênus. Para nós, filhos da Terra, ele
vive no fogo dourado da Ágata.

A deusa das recordações tece fios tênues no céu e imerge todas as coisas atingidas por seus
sonhos nos profundos matizes violáceos. O raio de Mercúrio, mensageiro dos deuses,
sempre está pronto a ajudar a humanidade. Ele nos incumbe desse raro sentimento de
simpatia que bem poucos são capazes de discernir e encontra sua expressão na Água
Marinha. Os portadores dessa pedra preciosa deveriam aguçar os ouvidos para o ciciar dos
deuses.

Quem é que conhece o significado do misterioso Ônix negro? Ele teve seu começo no meio
misterioso de Câncer — aquele Portal empírico pelo qual a alma humana desceu à Terra. A
Lua, como uma mulher enlutada e triste, dá-nos essa bela pedra para lembrar-nos de que
necessitamos desenvolver o espírito de comiseração. O Ônix nasceu do Signo de Câncer, o
Signo das lágrimas, e só o conhecimento da origem das penas e lágrimas faz a alma
desabrochar-se em flor maravilhosa de diáfano esplendor, em uma doçura silenciosa.

A casta mão de Saturno e seu sóbrio domicílio, o Signo de Capricórnio, formou o Ônix
branco, alma gêmea do negro no desenvolvimento do mineral. Saturno, o Senhor do tempo,
com o relógio de areia e a foice, é ao mesmo tempo o raio purificador que guia a alma
escura à pureza. A alegria dos Anjos com cada alma que faz penitência encontra sua
expressão no Ônix branco. Essa pedra tem em certas formações também a coloração do
índigo: essa cor tão mística, incluindo em si muitos diferentes tons que lhe dão sua profunda
significação e indicam com a sua mistura de dores — “a luz-sombra” — as múltiplas
esperanças do ser humano na sua peregrinação rumo ao Alto, onde vencerá. Ele, por isso,
recebe a Pedra branca (Jo 2:17) como símbolo da divina amizade. O Ônix branco simboliza
o espírito da amizade.

O sublime espírito do idealismo emite, da casa de Sagitário, poderosos luminais azuis do


éter. Eles atravessam a aura de Júpiter, que os devolve à Terra. São resplandecentes da bem-
aventurança que se cristalizaram na Turquesa. Por intuição, toda humanidade gosta de abrir-
se à influência mística dos tons azuis. Eles falam dos ideais superiores e de um País de
felicidade no almejado Firmamento. Aquele que possui uma Turquesa devia lembrar-se de
que ela traz em si um raio azul da sonhada felicidade nos Éteres distantes.

Em cada indivíduo foi submergido o espírito da Vontade criadora. Em muitos corações ele
ainda está adormecido, em outros já começa a despertar e apenas alguns conseguiram
manifestá-lo. Do tesouro de Escorpião, o raio fogoso de Marte nos presenteia com o Topázio,
que traz em si o espírito da transmutação. É um processo que somente o fogo possa realizar.
A Vontade criadora e a transmutação são dois grandes guias da alma no caminho da
evolução e ninguém pode fazer a obra prescindindo de um deles: o Topázio simboliza ambas.
Contemple a luz do Topázio e verá a mensagem que ele quer dar — habita nele o espírito da
transmutação aureolado pela Vontade criadora.

O significado íntimo do Signo de Peixes é harmonia e união; como nenhum outro, esse
Signo está ligado à nossa humanidade, a qual, considerando sua futura grandeza, ainda
percebe a verdade como através dum vidro opaco. Nesse Signo criam-se os começos da
Turmalina, na qual as ondas amorosas azuis de Júpiter se expressam. Falam à humanidade
do espírito de união que repousa no fundo do coração do Signo de Peixes, que um dia
perceberemos frente a frente. O espírito da promessa, que mora no Mundo Espiritual, para
nós ao mesmo tempo tão perto e tão distante, deu-nos esse símbolo adornado de alegria.

“Tu és o amor todo compreensivo

Tu és a força que tudo envolve —

Se essa luz não me acompanhasse,

Como é que encontraria o caminho na noite?”

Assim, o azul do amor divino envolvente e o fogo da força divina cristalizaram-se no âmago
da Terra. Ambos se uniram no fogo escarlate do Sol e na luz amorosa da Turmalina. Os que
possuem essa pedra deveriam procurar sobrepor-se ao seu próprio eu pessoal, porque ela
significa um raio do espírito do altruísmo. No seu íntimo ressoa sem cessar a canção do
“Serviço por Amor — o caminho mais curto a Deus”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1970)

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