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Origens

Muitos maçons perguntam qual a origem da Câmara de Reflexões pois,


todos eles, queiram ou não, entram em contato com ela no dia de sua
iniciação. Sua origem remonta à lenda dos três assassinos do Mestre
Hiram Abiff que, após cometerem o crime, refugiaram-se em uma caverna
para evitar serem descobertos e posteriormente presos pelos emissários
do Rei Salomão. Naquele momento, eles refletiram sobre o crime que
cometeram e sobre suas condições humanas.

Contato

Quando da iniciação, o profano tem sua primeira experiência e contato


com nossos mistérios, contato esse real, através da Câmara de Reflexões,
local sagrado, onde o candidato se concentra, medita, reflete sobre a
importância de sua vida, sobre como nós somos pequenos e frágeis diante
da providência divina e do mundo, fazendo-o conduzi-lo a meditação
permitindo o acesso a seu interior. É no mais profundo silencio que ele se
prepara para nascer de novo, para tornar-se um novo homem e reflita
sobre o passo que irá dar. Neste sagrado momento, ele se interioriza em
seu Deus Interior. Neste isolamento ele é confronta-se com o silêncio, o
esmero, a inércia e a obscuridade. Ele encontra-se num local fechado de
meditação, todo pintado de negro, que simboliza não sua a morte física,
mas uma morte do seu ser. Este momento de meditação permite que ele
faça um balanço de sua vida passada, Sentido uma morte simbólica virtual
que será uma passagem para uma nova vida.

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Ela tem suas paredes negras e ali não deve penetrar qualquer luz do
exterior, sendo que ela é composta de um banco e uma mesinha. Sobre a
mesa, um pedaço de pão e uma moringa de água, um recipiente com
enxofre e outro com sal. Ainda ali, caneta e tinta. Próximo ao pão e à água,
um crânio escaveirado. Uma ampulheta completa os utensílios que se
encontram sobre a mesa. Nas paredes, pintados, símbolos de morte:
esqueletos, ossadas e uma foice segadeira. Na parede fronteira à mesa, há
a figura de um galo e as palavras “Vigilância e Perseverança”. Em letras
maiúsculas a palavra VITRIOL. Nas outras paredes, frases de advertência
como tais: “Se a curiosidade aqui te conduz retira-te, entre outras frases
(página 18 de nosso ritual).

Símbolos

O Galo – A figura de um galo, é o símbolo da audácia e


vigilância. Indicando que um novo dia se aproxima trazendo ao neófito o
futuro que está por chegar, libertando-se da escuridão a que está
submetido. O Galo anuncia um novo dia, anunciando que o futuro irmão
está para receber a Luz. Ele simboliza ainda a esperança da ressurreição, o
alvorecer de uma nova era, visto que o neófito vai morrer para a vida
profana e renascer na vida maçônica, sendo que o maçom deve estar
sempre vigilante no seu dia a dia.

A Foice –Sugere ao neófito que todos os seus vícios e todas as suas


imperfeições deverão ser cortados e extirpados, para que possa assim
estar apto para conhecer a verdadeira Luz.

Crânio e o Esqueleto – Ambos simbolizam que nossa vida aqui é


passageira, e a morte corporal inevitável, sendo o prelúdio do
renascimento de uma nova vida. Símbolo da morte física, onde o homem
velho se extingue para transformar-se, representam não uma morte,
definitiva, mas, sim, uma morte dinâmica, que anuncia uma novo
momento de vida. Significando, em uma única palavra, Transformação.

A Ampulheta – É o instrumento para medir o tempo, mediante uma


porção de areia dentro dela. Simboliza a passagem do tempo, indicando ao
Maçom que ele deve aproveitar o seu tempo, com coisas úteis e
proveitosas para si próprio e também para a humanidade., não devendo
dedicar sua vida, somente ao acúmulo de riquezas e ao gozo dos prazeres
mundanos, desperdiçando sua vida.

O Pão e a Água – O Pão é, um símbolo do alimento essencial ao ser


humano, O Pão ainda simboliza o laço que deve unir os Maçons
fraternalmente, já a Água representa a fonte de vida; da purificação,
indispensável para o ser humano, sendo o símbolo da Mãe Natureza, que
gera de vida material, mas, também, a vida espiritual. São ambos
indispensáveis a vida.
O Sal – É uma representação da vida, da pureza e da sabedoria; preceitos
que devem orientar os passos do candidato em sua nova jornada dentro
da ordem maçônica .O Sal é símbolo ainda da palavra empenhada ao fazer
seu juramento, porque a palavra do Maçom, como o sal, deve ser
indestrutível.

O Mercúrio – O mercúrio é o símbolo alquímico universal e do princípio


feminino passivo, sendo considerado como o princípio da Inteligência e
Sabedoria. Na mitologia grego-romana, ele é o mensageiro dos deuses,
sendo o agente harmonizador dos contrários, que procura colocar a ordem
no caos, pois ele representa algo que é instável em cada um de nós.

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O Enxofre – É o símbolo do espírito e por isso simboliza as nossas paixões,


nossos desejos excessivos, o que nós temos de mais sinistro. Ele
corresponde ao fogo, sendo que Mercúrio à água. É o princípio gerador
masculino (yang). É um símbolo de culpa e punição, de forças destruidoras,
do desastre,

“A pedra Filosofal é um Sal perfeitamente purificado, que coagula o Mercúrio a


fim de fixá-lo em um Enxofre extremamente ativo. Esta fórmula sintética
resume a Grande Obra em três Operações que são: a purificação do Sal, a
coagulação do Mercúrio e a fixação do Enxofre”. (In “O Simbolismo
Hermético” de Oswald Wirth)

O Testamento – É um documento jurídico utilizado na vida profana, para


deixar ao futuro falecido suas últimas vontades. Mas na Maçonaria é
considerado como um testamento “filosófico”, e iniciático sendo uma
preparação para a nova vida que ele irá começar. Através dele, os Irmãos
terão um real conhecimento dos verdadeiros sentimentos e intenções do
Profano.

A Vela – A Câmara de Reflexões é iluminada apenas pela luz de uma vela,


sendo que há várias interpretações sobre este símbolo. Entre elas indica
que o profano recebe sua primeira Luz na Maçonaria, sendo ela, o reflexo
de Deus no plano terrestre. Simboliza também a luz da razão, que ilumina
a Câmara e que deve iluminar a mente do profano, dando-lhe assim a
esperança de um mundo totalmente novo e diferente, que se deslumbra a
sua frente,
Conclusão

Em resumo, a Câmara de Reflexões nada mais é do que a transição de uma


vida para outra, ou seja da vida profana para a vida Maçônica, que usa de
seus elementos e símbolos para preparar o futuro irmão e para essa nova
vida.

Autor: Dermivaldo Collinetti

Dermivaldo é Mestre Maçom da ARLS Rui Barbosa, Nº 46 – GLMMG – Oriente de


São Lourenço e, para nossa alegria, um colaborador do blog.

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