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Dinâmica de Apresentação
Desenvolvimento
- Entrega-se uma folha em branco para cada participante que vai desenhar um coração
grande e colocar seu nome fora do coração.
- Divide-se o coração em 4 partes. Na primeira parte do coração desenhar um símbolo que
expresse um fato importante de sua vida. Na segunda parte escrever a primeira letra do
nome de uma pessoa que é muito importante para você. Na terceira parte desenhar um
símbolo que expresse o seu maior sonho. Na quarta parte desenhar um símbolo que
expresse a sua expectativa para este encontro.
- Partilha em plenário: dizer o nome, escolher um dos símbolos que desenhou nas partes
do coração que melhor diz de si mesmo.
Material: uma caixa em formato de coração e papéis coloridos. Cartaz com o significado
das cores.
Desenvolvimento
(Fundo musical)
- Cada um, agora, feche os olhos e tome contato consigo mesmo. Respire profundamente.
Sinta seu próprio corpo. Escute o barulho da sua respiração e o pulsar do seu coração.
Escute os ruídos que estão ao seu redor. Tente escutar o barulho o mais longe possível.
Agora, escute o seu coração: como estou me sentindo? Sinto-me triste? Alegre?
Desanimado? Esperançoso? Entusiasmado? Deprimido? Em paz? Agitado interiormente?
Seguro? Inseguro? Medroso? Confiante?
- Abra os olhos e a sua frente há papéis de várias cores. Escolha as cores que expressam
seus sentimentos neste momento e coloque os mesmos na caixinha do seu coração.
Tristeza Paz
Alegria Agitação
interior
Desânimo Segurança
Esperança Insegurança
Entusiasmo Confiança
Depressão Medo
- Convidar cada um para identificar a sua própria caixa e depois colocá-la no chão num
tecido montado em formato de coração, refletindo que viemos para este encontro com tudo
com o que somos e nos colocamos no coração da Trindade para vivermos esta experiência
na comunidade.
REGRAS (construir junto com os jovens e depois acrescentar as que seguem abaixo, caso
não saia do grupo)
O TRÍDUO PASCAL
Na Didascalia, do início do III século, encontramos urna descrição da forma mais antiga da
celebração da páscoa: "Reuni-vos todos juntos e ficai sem sono e vigilantes toda a noite,
suplicando e rezando, lendo os profetas, os evangelhos com temor e tremor. Permanecei em
súplica até a terceira hora da noite depois do sábado, e então quebrai o vosso jejum... E depois
oferecei os vossos sacrifícios, e então comei e alegrai-vos, jubilai e exultai, porque o penhor da
nossa ressurreição, o Cristo, ressuscitou; e isso vos seja uma lei até o fim dos tempos".
Como este texto nos mostra, a páscoa do Senhor, isto é, a passagem dele deste mundo para
a outra vida, se celebra na noite que precede o dia da ressurreição. As duas partes essenciais são
uma prolongada liturgia da palavra, leituras e orações, e a liturgia eucarística. A primeira parte era
celebrada em jejum, na "ausência do esposo"; na eucaristia sentia-se vivamente a presença dele,
do ressuscitado, que estava vivo no meio dos seus e lhes preparava a mesa para que comessem
com ele.
De Hipólito e Terturiano sabemos que já na época deles se celebrava na noite pascal também
o batismo. Assim se realizava nos novos membros da Igreja aquilo que se comemorava da vida
de Cristo: morte para o homem velho e nova vida de filhos de Deus.
Vários ritos que foram introduzidos nas celebrações do tríduo pascal têm provavelmente uma
origem funcional-prática. Em grande parte, estes ritos chamaram mais a atenção dos fiéis por
causa da sua visibilidade do que os elementos essenciais que se dirigem menos aos sentidos dos
fiéis.
Assim, acrescentaram-se na quinta-feira santa dois ritos à celebração eucarística: a
transladação da reserva eucarística, que se desenvolverá especialmente na tardia Idade Média,
quando na devoção eucarística dominou sempre mais o desejo de ver a hóstia. O rito da
espoliação do altar é uma evolução e alegorização do ato funcional de retirar as toalhas do altar,
que antigamente eram postas antes e retiradas depois de cada celebração eucarística.
Na liturgia da sexta-feira santa pode-se lembrar a entrada solene da Cruz com a aclamação:
"Eis o lenho da Cruz Vinde, adoremos!"
A bênção do Círio no início da vigília pascal é uma solenização do ato bem prático de
acender uma luz para poder ler durante a noite. O mesmo rito achou uma ampliação lírica no
canto do "Exultemos".
A origem da bênção do fogo não é clara. É provável que se trate de um rito pagão que os
celtas introduziram na liturgia cristã.
A reforma do tríduo pascal poderia ser protraída além do estado atual, principalmente por
verdadeira adaptação ao gênio dos diferentes povos. Mas mesmo assim temos na celebração
central do ano litúrgico diante de nós um grande tesouro cujas jóias mais preciosas nos foram
preservadas através das vicissitudes de quase dois milênios e que depois da reforma litúrgica dos
decênios passados estão novamente resplandecendo no seu brilho original.
Na liturgia da noite pascal, a páscoa aparece como festa da redenção. Mais do que
comemoração da ressurreição de Jesus, ela é celebração de libertação: libertação dos israelitas
da escravidão do Egito, que é imagem da libertação dos cristãos; libertação nossa da escravidão
do pecado e da morte e entrada "na liberdade dos filhos de Deus" (Rm 8,21). Pelo seu sacrifício
pascal Jesus realizou esta obra da redenção.
Desde os tempos antigos da Igreja, a noite da páscoa, a festa da redenção, foi considerada o
momento mais indicado para a celebração dos sacramentos pelos quais a obra de Cristo é
apropriada pelo cristão: pelo batismo, o homem morre e ressuscita com o Cristo (Rm 6,3ss); pela
confirmação lhe é dado "o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos" (Rm 8,11).
Redenção é incorporação do homem em Cristo. Expressões como "vestir-se de Cristo" (Gl3,27) e
"unção" (2Cor 1,21; lJo 2,20.27) no contexto de batismo e confirmação foram entendidas num
sentido ontológico, e não figurativo. Os iniciados estavam convencidos de que a redenção
acontecera para eles na celebração dos sacramentos.
Esta incorporação se realizava na assembleia dos membros do corpo de Cristo, na presença
e pela mão do bispo, que é representante do Pai, que trata a videira e todos os ramos (Jo 15,1-8).
Depois desta inserção no Cristo, o cristão podia, pela primeira vez, entrar na oração e no sacrifício
de Cristo, na eucaristia pascal. É evidente como esta maneira de compreender os sacramentos
estava intimamente ligada à concepção (implícita) da Igreja como sacramento de Cristo, e de
Cristo como sacramento do Pai.
Nesta noite o Ressuscitado está presente e ativo na sua Igreja, incorporando-se novos
membros que passam com ele da vida do homem velho para uma vida nova, da vida segundo a
carne para uma vida segundo o Espírito. Os outros que já foram incorporados renovam e
aprofundam esta nova vida, entrando assim sempre mais no mistério de Jesus morto e
ressuscitado.
Os ritos secundários, o fogo e o círio pascal, a procissão de entrada e o Exultemos explicam
os ritos essenciais dos sacramentos pascais: o fogo do Espírito é a força vital da Igreja; Jesus
Cristo é a luz que ilumina a noite da humanidade; ele se torna sempre de novo presente entre nós.
Nós o aclamamos, nós o louvamos e agradecemos ao Pai, cantando o cântico pascal por
excelência, o aleluia.
O domingo de páscoa, a oitava e todo o tempo pascal são o prolongamento da celebração do
mistério da noite de páscoa, e especialmente um período de aprofundamento litúrgico-espiritual
para os neófitos. Nos dias posteriores à noite pascal, o acento se coloca na ressurreição e na
glorificação, assim como antes está na paixão e na morte.
Mesmo não fazendo parte do tríduo pascal, o domingo de ramos tem uma grande
importância para a celebração da morte e ressurreição do Senhor, de modo especial pela co-
memoração da entrada do Senhor em Jerusalém. Esta celebração dá a tônica para toda a
semana santa, especialmente para os últimos dias dela. É o Messias, é o Rei que se torna
presente no meio do seu povo, que toma posse da sua cidade. Assim, o olhar se fixa em Jesus
como Senhor, como aquele que passa pela paixão a uma nova vida, que vence, morrendo, todos
os seus inimigos. Aqueles, porém, que o acompanham e o aplaudem de coração sincero,
chegarão com ele, através dos sofrimentos, à alegria e à vitória sobre o pecado e todo mal.
Em dois sentidos a quinta-feira santa é celebração da entrega: Judas entregou o Senhor aos
seus inimigos, o Senhor se entregou para nós, sobretudo na eucaristia.
A entrega de Jesus através de uma traição não é um fato isolado. Todos os discípulos de
Jesus o traíram quando fugiram. Pedro o traiu negando-o. Nós o traímos pelos nossos pecados,
talvez até celebrando a eucaristia "sem discernir o corpo", comendo e bebendo assim "a própria
condenação" (lCor 11,29). A reação da liturgia diante dessa entrega do Senhor era, durante
muitos séculos, a reconciliação dos pecadores na manhã da quinta-feira santa. Embora se tenha
perdido a celebração desta reconciliação solene, não se perdeu a reconciliação individual, e
redescobrimos a celebração comunitária do perdão no sacramento da penitência.
O mistério central da quinta-feira santa é a entrega de Jesus na eucaristia, no corpo dado e
no sangue derramado por nós. No lava-pés temos uma concretização eloqüente da entrega de
Jesus "até o fim" (Jo 13,1). Na eucaristia que Jesus institui "naquela ceia derradeira" (Oração
Eucarística V), todos os participantes entram na atitude de Jesus de se entregar, de se doar pelos
outros. A celebração da liturgia, especialmente da eucaristia, e esta antes do que nunca na noite
de quinta-feira santa, é realmente ocasião de entrar em comunhão de vida com Jesus, comunhão
de vida que é entrega aos irmãos, entrega, no entanto, que é a única realização válida do próprio
ser.
Partes essenciais da liturgia da paixão e morte do Senhor são a leitura da paixão segundo
são João e a adoração da santa Cruz. Ambas estas partes têm em comum que não param na
descrição e contemplação do sofrimento de Jesus. Para João, a cruz não é apenas instrumento
de morte, mas ao mesmo tempo trono de exaltação. O Jesus de João interpreta assim a cruz:
"Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do
Homem" (Jo 3,14). "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem..."( Jo 8,28). "Quando eu for
elevado da terra, atrairei todos a mim" (Jo 12,32).
Em consonância com esta visão, a cruz entra na sexta feira santa na assembléia como sinal
de vitória, num cortejo triunfal. Ela é aclamada como instrumento de salvação, e o povo a adora
como tal. Mais ainda, na terceira parte da liturgia da sexta-feira, no rito da comunhão, Cristo está
presente como aquele que vive, que superou a morte e deixa todos participarem da sua vida
através da comunhão eucarística.
O sábado santo é dia a-litúrgico. Na vida concreta da maioria dos fiéis ele é dia de
preparação para a páscoa com as mais diversas ocupações, desde a limpeza da casa e do carro
até a purificação no sacramento da penitência, da preparação da liturgia da vigília pascal até a
preparação da comida festiva para o dia da páscoa. De outro lado, o sábado santo é o dia de um
mistério que desde a antiguidade foi considerado tão grande, que é mencionado explicitamente no
Credo: desceu à mansão dos mortos. Este mistério tem dois aspectos: um que diz respeito ao
próprio Cristo e outro que diz respeito aos mortos, que pela descida do Cristo foram redimidos. O
segundo aspecto pertence ao tema da vitória de Cristo, que implica a libertação dos homens,
tema que é próprio do dia da ressurreição.
Sob o ponto de vista cristológico, contemplamos na descida à mansão dos mortos a morte de
Jesus como tal. Não entra nesta contemplação aquela força que será revelada na ressurreição.
Fixamos o olhar na situação de Jesus como morto e sepultado, isto é, no seu despojamento total.
Durante a vida terrestre de Jesus manifestou-se nele sempre algo de grande, de extraordinário, e
isso não era diferente na paixão de Jesus, até na Cruz. Entre a morte na cruz e a ressurreição dos
mortos o Filho de Deus nem dispõe do seu corpo humano. O jejum e a oração da Igreja antiga
eram, sem dúvida, a forma mais indicada de comemorar esta "ausência do esposo".
O sábado santo poderia também nos levar a contemplar a nossa própria morte, e ele nos
poderia convidar a pensar naqueles que nos precederam na morte, na espera da ressurreição.
Conclusão
QUINTA-FEIRA SANTA
Hoje é quinta-feira. É uma quinta-feira diferente dos outros dias da semana. Hoje a Igreja
convida seus fiéis à reflexão sobre a Instituição da Eucaristia.
Jesus sabia muito bem que nos iria deixar. Ele sabia o que estava para acontecer nas
próximas horas. Antes da doação suprema, ele deu-nos mais uma prova do seu imenso amor.
A Páscoa dos judeus, mãe da Páscoa cristã, trazia em seu seio alguns elementos básicos
daquilo que hoje celebramos na quinta-feira santa: o início de uma nova ordem das coisas, a
partilha, a preservação da vida e o memorial dos feitos de Deus.
Êxodo 12, 1-8.11-14: traz as instruções do Antigo Testamento concernentes à refeição da
Páscoa Judaica.
Prefigura a Páscoa de Cristo e o banquete pascal que ele instituirá.
Ao instituir a eucaristia e sofrer a paixão durante as celebrações pascais, Cristo pretendeu
mostrar que ele era o cumprimento das figuras do AT, que ele era o verdadeiro cordeiro,
morto em sacrifício, cujo sangue, salvaria seu povo.
São três momentos significativos que acontecem na quinta-feira santa: Missa Crismal, Lava-
pés e Missa vespertina da Santa Ceia.
O evangelho de João 13, 1-15 descreve o lava-pés dos discípulos. O gesto de lavar os pés
desconcerta e espanta os apóstolos.
Pode nos parecer um tanto esquisito, mas na época de Jesus era um simples gesto de
hospitalidade.
Realizado por Jesus Cristo na última ceia, teve um significado bem mais profundo.
Transmitiu antes de mais nada, a mensagem do serviço mútuo.
Consciente de estar realizando o projeto de Deus, Jesus mostra como esse projeto se traduz em
ações concretas que serão a norma da comunidade:
• Despoja-se do manto: (sinal de dignidade do “senhor”)
• Pega o avental: (toalha, ferramenta do servo)
É o Senhor que se torna o servo. Despojar-se do manto significa dar a vida sob a forma de
serviço.
De fato, quem devia lavar os pés eram os escravos não judeus, ou as mulheres judias. Daí o
escândalo de Pedro.
O Lava-pés de Jesus se prolonga até a cruz, e nela tem seu ponto culminante.
“Tu está mais disposto a dar que nós a receber. Tu nos lava com a água e o sangue do seu
coração aberto!”
“Lavaste os pés, não como um rito, mas como gesto humilde de serviço. Deixo-me levar?
Aprenderemos a lição? De joelhos Jesus ensina de uma cátedra ao nível do solo. Faz-me
entender o que significa dar-se até o extremo. Tiras o manto tal como ao longo da vida despojavas
de tudo. O teu amor não nos põe condições. Nunca te afastaste de nenhum Judas. Amar os
traidores é também um sacramento que salva o mundo.
A leitura de I Coríntios 11, 23-26 nos dá o relato paulino da última ceia e da instituição da
Eucaristia.
Testemunha a fé da Igreja primitiva na presença real, no caráter sacrifical da eucaristia
(“Isto é meu corpo, que é para vós”) e sua consciência de que celebrando a Eucaristia, é o
cumprimento do mandamento do Senhor: “Fazei isto em memória de mim!”
ORAÇÃO PESSOAL
Rezar o texto de I Coríntios 11, 23-26 (20 min)
Peça ao Espírito santo que o(a) ilumine neste momento de oração pessoal
Vinde e mudai a nossa história / refazei nossa memória / dai-nos vossa força e luz.
Fazei-nos gente de esperança / a andar com confiança / no passo que a vós conduz.
Fazei-nos entrar na nova andança / a andar nova andança / Mão do arado olhar pra frente. E dai-
nos a vossa alegria / o raiar de um novo dia / paz no coração da gente.
Fazei-nos cantar nova canção / dai-nos força e união / pra fazer o amor vencer.
Tornai-nos muito sal e luz / testemunhas de Jesus / pra justiça florescer.
“ISTO É MEU CORPO QUE É DADO POR VÓS”. Sou capaz de doar minha vida pelo
outro? Na família, na sociedade, na escola, o que partilho?
1 – Procure um lugar tranquilo e agradável.
2– Leia com calma o texto indicado mais de uma vez.
3 - O que o texto me diz?
4 – O que Deus me fala através deste texto?
5 – O que digo a Deus? (minha oração)
6 – Termine com a oração do Pai-Nosso
ORAÇÃO PARTILHADA
Depois da oração pessoal partilhar em grupos de dois ou três o que rezou. (15min)
Em seguida partilhar no grupo todo. (15 min)
ENCENAÇÃO
Dividir em dois grupos.
Grupo 1: fará a encenação do Lava-pés. (João 13, 1-15)
Tempo marcado antes da festa da Páscoa / hora chegada de passar deste mundo ao Pai.
Pois Deus viera e pra Deus voltando vai / foi durante a Ceia / que Jesus levantou-se da mesa.
Trocou o manto por uma toalha / numa bacia derramou a água / e então tendo nas mãos / todo
poder que o Pai lhe deu / começou a lavar os pés / dos discípulos seus.
Deixar-se lavar os pés é ter parte com Jesus do mistério redentor da sua cruz. Ele serve o amor
até o fim / Ele é servidor como Pai que também faz assim.
Lava, Senhor, nossos pés / cure o nosso coração / que o mundo veja quem és / no gesto de
nossas mãos.
Depois de lavar-lhes os pés / pois o manto e sentou-se de novo / e perguntou vocês entenderam /
o que fez o seu mestre, o Senhor / e falou lhe dei o exemplo / vocês viram o que eu fiz / quem
compreender e assim o fizer / será muito feliz.
Por isso lavar os pés, da irmã e do irmão / derramar por inteiro o coração / é criar o sonho um
mundo de iguais. É servir o amor / pois é assim que Jesus sempre faz.
Comunhão sempre refeita, com o planeta em que nascemos / Esta terra onde vivemos
aqui / É tornar-se irmão da água, da flor, do fruto que acalma / A fome que não permite
o irmão sorrir!
É viver lembrando sempre dos companheiros ausente / Dos que hoje são sementes no
chão / É olhar-se frente a frente, sem ódio nem falsamente
É afirmar sinceramente "sou teu irmão"?
É fazer-se solidário aos sem terra e sem salário / Sem casa ou presidiários, na dor / É
provar da novidade, da mais pura liberdade / De uma nova humanidade, de paz e amor!
É firmar o compromisso com o poder feito serviço / Pois Cristo sempre fez isso irmão /
A honra do Pai divino, não é tanto o culto, o hino... / É vida, e o nosso destino é
libertação! Aleluia, Aleluia!...
Quem comunga nesta mesa com o Senhor / Na sua vida com os irmãos quer comungar.
Todo aquele que quer ser seu seguidor Todo dia sua cruz carregará.
Texto de apoio
Como viver este dia?
A quinta- feira santa é um dia cheio de calor humano, em que acolhemos as grandes dádivas que
o Senhor nos deixou como herança. Um dia inteiro para refazer os vínculos que nos unem como
irmãos na fé.
Enquanto agradecemos os grandes dons do Senhor – eucaristia, sacerdócio e mandamento do
amor -, perdoamo-nos uns aos outros, vivendo uma jornada de reconciliação e de unidade.
Reconciliando-nos, antes de tudo, com as pessoas com quem vivemos diariamente e às quais
devemos maior compreensão, respeito, confiança e ajuda.
Não é necessário fazer coisas extraordinárias ou difíceis, basta abrir o coração e realizar os
pequenos gestos de sacrifícios de amor e fraternidade que alegram tanto a alma e são como
bálsamo que cura as feridas.
Sejamos generosos, hoje, e meticulosos no carinho e na gratidão. Nosso povo, tão sofrido e
torturado pela violência, pelo egoísmo e pela ambição, precisa de amor sincero e de amenidade
no trato. Vamos concorrer para isto.
Que se consolidem hoje nossos vínculos de comunhão com o Senhor e entre nós; que nossa
comunidade renasça na participação e na solidariedade; que em nossas famílias seja construída a
unidade. Que a fraternidade e o compartilhar dos benefícios que vivemos como família, grupo e
comunidade se extravasem por meio de atos concretos de solidariedade e de dedicação ao outro.
Em nossa oração pessoal, diante do altar da reposição ou do altar do Santíssimo, louvemos e
agradecemos ao Senhor pelo precioso dom da Eucaristia, pelas pessoas que nos prestam
serviço, pelas nossas famílias, pelos sacerdotes que nos batizaram, enfim, por todos que nos
revelam o verdadeiro rosto de Deus.
COMUNIDADE UNIDA NA DOR
SEXTA-FEIRA SANTA o sentido da vida e da morte de Jesus
Vamos fazer hoje uma grande contemplação da Paixão de Cristo. Esta sexta-feira santa
nos permite contemplar Cristo nosso irmão e amigo que morre na cruz. Este dia nos leva a refletir
sobre a comunidade humana que vive muitas vezes, não só unida na dor, mas também imersa na
dor. Como comunidade cristã, queremos experimentar a proximidade de Jesus nos momentos de
dor; recordar que nunca estaremos sozinhos: Deus está conosco. Animados pela fé, queremos
ser solidários com as pessoas que sofrem e ser comunidade unida na dor.
Jesus, em seu sofrimento na cruz quer dar sentido à vida, a dor humana mesmo que tudo
possa parecer perdido. “Não existe amor maior que dá a vida pelos amigos” (Jo 15, 13). Estas
palavras de Jesus nos ajudam a compreender o verdadeiro sentido da Cruz.
Jesus sofreu, suportou nossas dores e enfrentou o sofrimento injusto que padece muitas
pessoas. A cruz de Jesus nos recorda que o único sofrimento que tem sentido é aquele que brota
da luta contra a injustiça. Jesus foi crucificado para tirar da cruz os crucificados da história. Tudo
isto recordamos na sexta-feira santa: Jesus lutou contra o mal e sua coerência nesta luta o levou
a Cruz.
A cruz manifesta a grande opção de Jesus: viver o projeto do Pai, construir o Reino, dar a
própria vida para defender e recuperar para todos a dignidade de filhos Deus e irmãos.
Neste dia, diante do Senhor Crucificado seria bom nos questionar com seriedade qual está
sendo nossa opção fundamental: estamos defendendo a vida e a dignidade das pessoas? Que
estamos fazendo para eliminar as cruzes nos ambientes em que vivemos? Dedicamos-nos a tirar
da cruz os crucificados que encontramos em nosso caminho ou somos “crucificadores” com nossa
indiferença, comodismo, superficialidade? O quanto estamos dispostos a arriscar para recuperar
para todos a dignidade de pessoas e irmãs, solidarizando-nos na dor?
2 – Um encontro transformador
(sugere-se que alguém prepare o monologo previamente. Este momento tem como objetivo
propiciar um ambiente mediante o qual o jovem tenha um encontro pessoal com Jesus para
depois buscar um encontro com a comunidade).
Introdução:
Todos os dias vivenciamos inúmeros encontros. Encontros com a família, encontros com a
comunidade, encontros com amigos, encontros com a realidade social. Porém mais importante
que a realidade social é nossa realidade pessoal. Já que a realidade social é composta por muitas
realidades pessoais. Portanto, nosso estilo de vida pode fazer a diferença se vivermos como
Jesus, amando, tornando mais leve a dor dos outros, ajudando aqueles que nos cercam a
carregar suas cruzes.
Hoje, Jesus nos convida a convertermos: “O tempo já se cumpriu e o Reino de Deus está
próximo. Convertam-se e acreditem na Boa Notícia” (Mc 1, 15). Jesus nos oferece a oportunidade
de nos aproximar Dele e ser suas novas testemunhas. É hora de perguntarmos: Onde está a
vida? E onde deveria estar a nossa vida? Nossa vida deve estar em Jesus, na conversão a Ele,
na participação em sua morte e ressurreição. Hoje, nós devemos dar a oportunidade de viver a
melhor vida que brota do amor de Deus e que se sobrepõe a toda situação de dor. O caminho não
é fácil, porém Jesus sempre estará conosco.
Monólogo:
Iluminação inspirada em Jeremias na casa do Oleiro – Jer 18, 1-6. Ambiente com espelho, que
motive o (a) jovem que fará o monologo a olhar-se nele e provocar um diálogo consigo mesmo (a).
Ele (a) entra com raiva, incomodado (a), tira algo e depois de refletir sobre todos seus problemas,
dramatiza dizendo:
“Meu Deus, por que estão me acontecendo estas coisas? E agora para completar meus pais vão
se divorciar... como sempre, pensando somente neles.
(demonstrando raiva) Depois que arruinaram a minha vida, se esqueceram de mim e vão resolver
suas vidas; destroem a minha vida para resolver as suas (irônico).
Que pais exemplares! Depois (com mais entonação), se atrevem a perguntarem... (se vira e diz
com raiva) a razão pela qual vou tão mau nos meus estudos. Porém, quem pode estudar com a
cabeça tão cheia de problemas? Que importância tem os estudos em uma vida como a minha?
(triste) É na verdade não sou tão inteligente como pensava. (cabisbaixo e pensativo) Vale a pena
viver todas estas coisas? (pausa)
Para que? (Olhando com pena no espelho) Olha, olha, que tipo de homem (mulher) sou...
(chorando) Por que Deus, por que me acontecem estas coisas? Que eu fiz para merecer isso?...
(com resignação) Eu sei e você também sabe; tudo isto me aconteceu por eu ser insignificante.
Eu não sou uma pessoa de valor, sou inútil, não sou ninguém.
Ninguém se interessa por mim, ninguém me entende, ninguém se importa de escutar-me...
(Indiferente) Pois, não me importa, não me interessa que ninguém me escute, ninguém pode fazê-
lo porque ninguém entende o que eu penso e sinto. Todos estão tão envolvidos em
superficialidades e em suas coisas que não se dão conta que tem pessoas ao seu redor, que eu
estou ao seu redor.
Por exemplo, você, Deus, olha minha vida cheia de problemas e me deixa só, me abandona.
Senhor, esqueceste de mim, deste pecador que nada faz bem.
Porque não resolve os meus problemas? Porque você que é tão Onipotente, não resolve minha
vida? Porque não acaba com meu sofrimento?... Já não agüento, é demais... a vida tornou-se
insuportável, nada tem sentido e não vale a pena viver.
(neste momento, o jovem continua pensando, porém em silêncio, já que uma canção, que contém
mensagens positivas, nos fornecerá o que o jovem está pensando em silêncio.
Eu canto pra você que ja perdeu a fé / Eu canto pra você que até brigou com Deus,
Eu canto pra você que não se encanta mais / Eu canto pra você que já perdeu a paz.
Eu canto pra você que já chorou demais / Eu canto pra você que se feriu no amor,
Eu canto pra você que sente a solidão / Eu canto pra você que quase desistiu.
Eu canto pra você que quer se encontrar / Eu canto pra você que quer recomeçar,
Eu canto pra você que sonha com céu / Eu canto pra você que quer voltar pra Deus.
Há tempo ele espera pra curar suas feridas pra lhe dar nova vida e a sua paz (bis)
Foi sem você que eu pude entender. Que não é fácil viver sem te ter
Meu coração me diz que não. Eu não consigo viver sem você, sem você...
Nunca sem você
Meu Senhor, meu Senhor eu não sou nada,
Sem você, sem você...
Conclusão do monólogo:
“Nossos pensamentos vêm e vão. Às vezes perdemos o sentido da vida; nos sentimos sozinhos,
incompreendidos e não sabemos o que fazer com nossa vida e com a dor. Essas coisas passam.
Porém somente aqueles que buscam Jesus e lutam para fazer a diferença em suas vidas e na
vida dos outros, conseguirão ser felizes. Sinto que Jesus me iluminou, carregou comigo minha dor
e ainda que meus problemas não tenham sido resolvidos, sinto a força e a coragem para enfrentá-
los”.
b. Deserto:
Partilha
MANTRAS:
1- Ele me amou e se entregou por mim. Ele me amou e se entregou por mim.
2- Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor. Ele afasta o medo.
3- Vidas pela vida, vidas pelo Reino. Todas as nossas vidas, como as suas Vidas, como
a vida d.Ele, o Mártir Jesus!
Com sua morte na cruz, Cristo no deu uma vida nova e deste modo somos chamados a
viver como novas criaturas, identificadas com a dor e promovendo a solidariedade, pois o mais
belo é dar a vida por amor.
Somos parte de uma comunidade unida na dor e no amor: a Igreja. Vivendo em
comunidade, todos juntos formamos uma família, que cresce na amizade, no respeito, na
responsabilidade, na tolerância, no amor, na solidariedade, etc.
A Igreja é a grande família na qual devemos encontrar um motivo de esperança, que nos
indique o caminho para um novo amanhã. Nosso lar, por sua vez, é a pequena igreja doméstica,
que com suas virtudes e dificuldades vai crescendo na unidade e no amor.
Atividade
Vamos agora examinar a igreja doméstica, que é nosso ambiente familiar e social.
- Em pequenos grupos vamos destacar os sinais de vida e os sinais de morte que encontramos ao
nosso redor: na família, na escola, na sociedade.
- Em seguida, ainda nos grupos, iluminemos nossa reflexão com o texto de Ef 4, 1-13, que nos faz
um chamado a conservar a unidade do Espírito com o vínculo da paz: Como podemos ser
agentes dessa unidade na família, escola e sociedade?
Plenária
4 – Via-Sacra
Caso não haja possibilidade de participar da via-sacra na paróquia. Realizar com os jovens a via-
sacra em casa.
Jovem 1: Silêncio, Silêncio. Neste momento somos convidados a escutar e contemplar Cristo
crucificado, unidos na dor.
Jovem 2: Em silêncio poderemos escutar uma palavra de vida, surgida dos lábios de Cristo
crucificado. Uma palavra que nos abra para sempre as portas da vida e nos ensina a ser
solidários (as) na dor.
Voz em off: Oh, vocês que passam pelo caminho, vejam se há dor semelhante a minha. Era
desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos. A verdade
é que ele tomava sobre ele mesmo, nossas dores. Ele foi ferido por causa dos nossos pecados,
esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas
feridas, o preço da nossa cura. Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Ele foi eliminado
do mundo dos vivos. Deram-lhe sepultura entre ímpios. Sendo contado como um malfeitor; ele, na
verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores. Oh, vocês que
passam pelo caminho vejam se há dor semelhante a minha.
Jovem 1: Olhem essa cruz. Nela morreu um inocente. Cada dia morre milhares de pessoas
inocentes.
Jovem 2: Jesus ficou do lado de todos os crucificados do mundo e por isso Ele foi crucificado:
Não existe amor maior do que dar a vida pelos outros. Jesus deu a vida por toda a humanidade.
CANTO DE VERÔNICA ou
Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão!
Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão!
Anim.: Eis aqui Cristo, morto, crucificado. Sua cruz é o produto de todas as cruzes. Faz parte da
liturgia da sexta-feira Santa ajoelharmo-nos diante dessa Cruz para adorá-la e agradecermos ao
Cristo nela pregado o dom de nossa salvação. É um sinal de reconhecimento e amor, mas é
também um momento de compromisso.
A crucifixão de Jesus não se consumou naquele dia. Até hoje ele continua morrendo nas
cruzes que tantas pessoas, espalhadas pelo mundo inteiro, carregam. Se nos emocionamos com
as dores da Paixão de Jesus, não podemos ser indiferentes aos sofrimentos que penalizam tantas
pessoas, irmãs nossas. Também diante dessas cruzes nos ajoelhamos, não para adorar, pois são
humanas, mas para tratá-las, para eliminá-las da vida de cada um que nasceu para ser feliz já
neste mundo.
Que a experiência desta sexta-feira aumente nossa sensibilidade para as cruzes dos seres
humanos e nossa coragem de lutar, unidos aos que sofrem desde dores físicas até os danos
impostos por nossa sociedade injusta, cuja dinâmica sempre beneficia os privilegiados e exclui os
fracos e carentes.
É tempo de contemplação. Eis aqui todos os crucificados do mundo. Escuta e contempla
como comunidade unida na dor.
- Tempo de oração pessoal. Música de fundo. Alguma canção apropriada cantada muito
suavemente. Depois de um tempo de oração cada participante deixa o lugar, em silêncio, quando
achar conveniente.
8 – À noite se não houver procissão do Senhor morto na comunidade paroquial, assistir com os
jovens o filme de Zefirelli sobre a vida e morte de Cristo.
COMUNIDADE UNIDA PELA VIDA
SÁBADO SANTO
"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão
e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua
ressurreição (Circ 73).
No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos.
É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está
despojado. O sacrário aberto e vazio.
A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho
com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o
dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão.
O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito
da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum
est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O
assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no
horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam
os discípulos de Emaús.
É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando
os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa
dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra,
vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).
Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A
grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em
que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada,
como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a
ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São
três aspectos -não tantos momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da
Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:
"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter
inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua
alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e
o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da
descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba
manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que
estabelece na paz o universo inteiro.”
MOMENTO ORANTE
(Ambiente: montar algo como se fosse um sepulcro, lugar sombrio, música orquestrada, um lugar
ou recipiente com terra)
MANTRA
Ele me amou e se entregou por mim!
Ele me amou e se entregou por mim!
Cristo esteve no sepulcro. Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria
situação sepulcral. O que me caberia enterrar? Que feridas em minha história de vida precisam
ser enterradas de uma vez por todas? Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como
armas para agredir as outras pessoas. Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem
uma recriminação tácita aos que me feriram em algum momento. Com isso, posso descartar
minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como
pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente.
Preciso sepultar também os sentimentos de culpa que me consomem e dos quais não consigo
me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a
todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para
libertar-me. Quando paro de andar em círculos em torno de minha culpa, aí sim realmente posso
despertar para a vida nova.
No Sábado de Aleluia desço até o meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa
lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida. Cristo desceu ao sepulcro de meu
medo e das minhas sombras, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo de minha alma.
Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar
acerca de meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.
(Agora, convida cada jovem escrever aquilo que o impede de renascer para uma vida nova e
enterrar também no sepulcro. Enquanto “sepultam”, ouve-se a música)
Comece a pensar /em tudo que o é preciso e possível mudar / tentando entender a história que
se faz não vai voltar / nem retroceder.
Pergunte o porquê / de tanta força perdida sem poder recolher. Saber ajuntar / é ter nas mãos o
poder,
e o gosto de ser, de se transformar ô ô ô de recomeçar.
Comece a criar, fazer o mundo mais humano e feliz. Não deixe morrer / a flor que surgiu do meio
da dor.
É vida e amor, é fruto de paz / justiça criança, é a esperança que se faz...
Comece a gritar / aos quatro ventos do mundo / que você pretende lutar. Tentando dizer que o
tempo que se tem aos poucos se vai e não voltará.
Isso pode doer / e até sangrar a ferida. É o preço do amor. Jamais se calar, fazer a verdade
romper,
brotar e crescer. É dar atenção ô ô ô ao seu coração.
Comece a criar, fazer o mundo mais humano e feliz. Não deixe morrer a flor que surgiu do meio
da dor.
É vida e amor, é fruto de paz, justiça criança, é a esperança que se faz...
Meu Pai, a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes eu vos
agradeço.
Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se faça em mim e em todas as
vossas criaturas: não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego minha vida em vossas mãos, eu vo-la dou, meu Deus, como todo o amor do meu
coração porque eu vos amo e porque é para mim uma necessidade de amor dar-me, entregar-me
em vossas mãos sem medida, com infinita confiança, porque sois meu Pai.
Vivemos esperando, dias melhores, dias de paz, dias a mais. Dias que não deixaremos para trás.
Vivemos esperando o dia em que seremos melhores, melhores no amor, melhores na dor,
melhores em tudo. Vivemos esperando. O dia em que seremos para sempre. Vivemos
esperando. Dias melhores para sempre.
VIGÍLIA PASCAL
Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva
começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.
A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da
Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de
Páscoa.
O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se as velas para
todos os que participem da Vigília
Luz de Cristo
"Segundo uma antiqüíssima tradição, esta é a noite de vigília em honra do Senhor (Ex 12, 42).
Os fiéis, tal como recomenda o evangelho (Lc 12, 35-36), devem assemelhar-se aos criados, que
com as lâmpadas acesas nas mãos, esperam o retorno do seu senhor, para que quando este
chegue os encontre velando e os convide a sentar à sua mesa" (Missal Romano, p. 275).
O fogo novo é abençoado em silêncio, depois, toma parte do carvão abençoado e colocado no
turíbulo, coloca-se então o incenso e se incensa o fogo três vezes. Mediante este rito singelo a
Igreja reconhece a dignidade da criação que o Senhor resgata.
A cera, por sua vez, é agora uma criatura renovada. Devolver-se-á ao círio o sagrado papel de
significar ante os olhos do mundo a glória de Cristo Ressuscitado. Por isso se grava em primeiro
lugar a cruz no círio. A cruz de Cristo devolve a cada coisa seu sentido. Por isso o Cânon
Romano diz: "Por Ele (Cristo) segue criando todos os bens, os santificas, os enche de vida, os
abençoas e repartes entre nós".
Ao gravar na cruz as letras gregas Alfa e Ômega e as cifras do ano em curso, o celebrante
proclama: "Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. Dele é o tempo. E a eternidade. A
ele a glória e o poder. Pelos séculos dos séculos. Amém".
Assim expressa com gestos e palavras toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos,
exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo, pessoas, coisas e tempo
estão sob sua potestade.
O Círio é decorado com grãos de Incenso, que segundo uma tradição muito antiga, que
passaram a significar simbolicamente as cinco chagas de Cristo: "Por tuas chagas santas e
gloriosas nos proteja e nos guarde Jesus Cristo nosso Senhor".
O celebrante termina acendendo o fogo novo, dizendo: "A luz de Cristo, que ressuscita glorioso,
dissipe as trevas do coração e do espírito".
Após acender o círio que representa Cristo, a coluna de fogo e de luz que nos guia através das
trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança a procissão dos ministros. Enquanto a
comunidade acende as suas velas no Círio recém aceso se escuta cantar três vezes: "Luz de
Cristo".
Estas experiências devem ser vividas com uma alma de criança, singela, mas vibrante, para
estar em condições de entrar na mentalidade da Igreja neste momento de júbilo. O mundo
conhece demasiado bem as trevas que envolvem a sua terra em desgraça e tormento. Porém,
nesta hora, pode-se dizer que sua desventura atraiu a misericórdia e que o Senhor quer invadir a
toda realidade com torrentes de sua luz.
Já os profetas haviam prometido a luz: "O Povo que caminha em meio às trevas viu uma grande
luz", escreve Isaías (Is 9,1; 42,7; 49,9). Esta luz que amanhecerá sobre a Nova Jerusalém (Is
60,1ss.) será o próprio Deus vivo, que iluminará aos seus e seu Servo será a luz das nações (Is
42,6; 49,6).
O catecúmeno que participa desta celebração da luz sabe por experiência própria que desde seu
nascimento está em meio às trevas; mas tem o conhecimento de que Deus o chamou para sair
das trevas e a entrar em sua luz maravilhosa" (1 Pd 2,9). Dentro de uns momentos, na pia
batismal, "Cristo será sua luz" (Ef 5, 14). Passará das trevas à "luz no Senhor" (Ef 5,8).
Este hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, alegria do céu, da
terra, da Igreja, da assembléia dos cristãos. Esta alegria procede da vitória de Cristo sobre as
trevas.
Em seguida é proclamada a grande Ação de Graças. Seu tema é a história da salvação resumida
pelo poema. Uma terceira parte consiste em uma oração pela paz, pela Igreja, por suas
autoridades e seus fiéis, pelos governantes das nações, para que todos cheguem à pátria
celestial.
Liturgia da Palavra
Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, medita as maravilhas que desde os
inícios Deus realizou com seu povo. Nesta celebração as leituras são mais numerosas (nove, ao
invés das duas ou três habituais).
Nesta noite a comunidade cristã se detém mais do que o normal na proclamação da Palavra.
Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de Cristo e iluminam a História da Salvação e o
sentido dos sacramentos pascais. Há um diálogo entre Deus que se dirige ao seu Povo (as
leituras) e o Povo que Lhe responde (Salmos e orações).
As leituras da Vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o
próprio Cristo: "...e começando por Moisés e por todos os profetas, os interpretou (aos discípulos
de Emaús) em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito"(Lc 24, 27).
Primeira leitura: Gn 1,1-2,2 ou 1,1.26-31a - Viu Deus que tudo o que tinha feito era bom.
Segunda leitura: Gn 22,1-18 ou 1-2.9a.10-13.15-1 O sacrificio de Abraão, nosso pai na fé.
Terceira leitura Ex 14-15,1 - Os israelitas cruzaram o mar Vermelho.
Quarta leitura: Is 54,5-14 - Com misericórdia eterna te ama o Senhor, teu redentor.
Quinta leitura: Is 55, 1-11 - Vinde a mim, e vivereis; firmarei convosco uma aliança
perpétua.
Sexta leitura: Br 3,9-15.32-4,4 - Caminhai na claridade do resplendor do Senhor.
Sétima leitura: Ez 36.16-28 - Derramarei sobre vós uma água pura, e vos darei um
coração novo.
É importante destacar esta passagem ao Novo Testamento: o Missal indica neste momento
diversos símbolos, tais como a decoração do altar (luzes, flores), o canto do Glória e a
aclamação do Aleluia antes do Evangelho. Também se ilumina de maneira mais plena a Igreja, já
que durante as leituras do Antigo Testamento deve estar iluminada de maneira discreta.
Sobretudo o evangelho, tomado de um dos três sinóticos, de acordo com o Ciclo, é o que deve
destacar-se: se trata do cumprimento de todas as profecias e figuras, proclama a Ressurreição
do Senhor.
Primeira leitura: Rm 6,3-11 - Cristo, uma vez ressuscitado dentre os mortos, já não morre.
EVANGELHO
ANO A: Mt 28.1-10 - Ressuscitou e vos precede em Galiléia.
ANO B: Mc 16, 1-17 - Jesus de Nazaré, o que foi crucificado, ressuscitou.
ANO C: Lc 24.1-12 - Por que buscam entre os mortos aquele que está vivo.
Liturgia Batismal
A noite de Páscoa é o momento no qual tem mais sentido celebrar os sacramentos da iniciação
cristã.
Depois de um caminho pelo catecumenato (pessoal, se é que se trata de adultos e da família,
para as crianças, e sempre nos diz respeito, da comunidade cristã inteira), o símbolo da água -a
imersão, o banho- busca ser a expressão sacramental de como uma pessoa se incorpora a
Cristo na sua passagem da morte à vida.
Como diz o Missal, se é que se trata de adultos, esta noite é quando tem pleno sentido que além
do Batismo também se celebre a Confirmação, para que o neófito se integre plenamente à
comunidade eucarística. O sacerdote que preside nesta noite tem a faculdade de conferir
também a Confirmação, para fazer visível a unidade dos sacramentos de iniciação.
A celebração consta dos seguintes elementos:
A ladainha dos santos (se ocorre um batizado), de acordo com a sugestão do Missal;
A bênção da água trata sobretudo de bendizer a Deus por tudo o que fez por meio da
água ao longo da História da Salvação (desde a criação e a passagem pelo Mar Vermelho
até o Batismo de Jesus no Jordão), implorando-lhe que hoje também este sinal atualize o
Espírito de vida sobre os batizados;
o Batismo e a Confirmação segundo seus próprios rituais;
a renovação das promessas batismais, se não se realizou a celebração do Batismo, (do
contrário já a realizaram junto com os batizados e seus padrinhos). Trata-se de que todos
participem conscientemente tanto da renúncia como da profissão de fé;
a sinal da aspersão, com um canto batismal, como recordação plástica do próprio
Batismo. Este sinal pode se repetir todos os domingos do Tempo Pascal, ao início da
Eucaristia; a Oração universal ou oração dos fiéis, que é o exercício, por parte da
comunidade, do seu sacerdócio batismal intercedendo perante Deus por toda a
Humanidade.
Liturgia Eucarística
A celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano, mais
importante que a do Natal ou da Quinta-feira Santa. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz
participar do seu Corpo e do seu sangue, como memorial da sua Páscoa.
É o ponto mais importante da celebração
Todos estes elementos especiais da Vigilia querem ressaltar o conteúdo fundamental da Noite: a
Páscoa do Senhor, a sua passagem da Morte à Vida.
A oração ao início das leituras do Novo Testamento invoca a Deus, que "ilumina esta noite santa
com a gloria da ressurreição do Senhor". Nesta noite, com mais razão que em nenhum outro
momento, a Igreja louva a Deus porque "Cristo, nossa Páscoa, foi imolado". (Prefácio I de
Páscoa).
Porém, a Páscoa de Cristo é também a nossa Páscoa: "na morte de Cristo nossa morte foi
vencida e em sua ressurreição ressuscitamos todos" (Prefácio II de Páscoa).
A comunidade cristã se sente integrada, "contemporânea da Passagem de Cristo através da
morte à vida". Ela mesma renasce e goza na "nova vida que nasce destes sacramentos pascais"
(oração sobre as ofertas da Vigilia): pelo Batismo se submerge com Cristo em sua Páscoa, pela
Confirmação recebe também ela o Espírito de Vida, e na Eucaristia participa do Corpo e Sangue
de Cristo, como memorial de sua morte e ressurreição.
Os textos, orações, cantos todos apontam a esta gozosa experiência da Igreja unida ao seu
Senhor, centralizada nos sacramentos pascais. Esta é a melhor chave para a espiritualidade
cristã, que deve centralizar-se mais que na contemplação das dores de Jesus (a espiritualidade da
Sexta-feira Santa é a mais fácil de assimilar), na comunhão com o Ressuscitado dentre os mortos.
Cristo, ressuscitado, venceu a morte. Este é na verdade "o dia que o Senhor fez para nós". O
fundamento de nossa fé. A experiência decisiva de que a Igreja, como Esposa unida ao Esposo,
recorda e vive a cada ano renovando sua comunhão com Ele, na Palavra e nos Sacramentos
desta Noite.
Leitura do texto do Genesis 1,1.26.31 em dois grupos. (Cada grupo deverá ter potes de tintas
de várias cores e um papel madeira. Convide os jovens a identificarem as cores presentes no
texto bíblico e depois peça que o grupo desenhe com tinta o mundo como Deus criou).
No princípio, Deus criou o céu e a terra. Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem e
segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais
domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão”. Deus criou
o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou. E Deus os
abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai
sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão”. Deus
disse: “Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores
que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais
da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos
os vegetais para alimento”. E assim se fez. E Deus viu tudo quanto havia feito e achou que era
muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: o sexto dia.
(Enquanto os jovens confeccionam o seu painel, colocar a música: Aquarela de Toquinho Depois
que o painel ficar pronto deixar secar e expor o mesmo para que todos possam contemplar em um
outro momento)
Depois desses acontecimentos, Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele
respondeu: “Aqui estou”. E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te
à terra de Moriá e oferece-o ali em holocausto sobre o monte que eu te indicar”.
Quando chegaram ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu ali o altar, colocou a lenha em
cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha do altar. Depois estendeu a mão e tomou a faca a fim
de matar o filho para o sacrifício. Mas o anjo do SENHOR gritou-lhe do céu: “Abraão! Abraão!” Ele
respondeu: “Aqui estou!” E o anjo disse: “Não estendas a mão contra o menino e não lhe faças
mal algum. Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu único filho”. Abraão ergueu os
olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num espinheiro. Pegou o carneiro e ofereceu-o em
holocausto no lugar do seu filho.
O anjo do SENHOR chamou Abraão pela segunda vez, do céu e lhe falou: “Juro por mim mesmo
— oráculo do SENHOR — já que agiste deste modo e não me recusaste teu único filho, eu te
abençoarei e tornarei tua descendência tão numerosa como as estrelas do céu e como as areias
da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência
serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.
Leitura do texto Exodo 14,15. no grande grupo. (No meio da sala uma folha grande papel
madeira e pincel atômico preto)
“Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro?...
- Quais são as dores das juventudes hoje que pedem socorro? (Escrever no painel)
(Depois que o grupo escrever, colocar no centro da sala os três painéis: os dois que retratam o
mundo que Deus criou e no meio dos dois, o painel dos gritos das juventudes. Composto o
cenário, convide o grupo a contemplar estes dois universos e depois cada dupla receberá um
pequeno trecho biblico e deverá partilhar o mesmo, tendo a seguinte pergunta para a reflexão: o
que Deus está me falando neste momento?)
“A palavra do SENHOR veio a mim nestes termos: “Filho do homem, a casa de Israel estava
morando em sua terra. Mas eles a mancharam com sua conduta e suas más ações. Sua conduta
era para mim como a impureza da menstruação. Então despejei sobre eles a minha indignação
por causa do sangue que derramaram no país e dos ídolos com que o contaminaram. Eu os
dispersei entre as nações e eles foram disseminados pelos países. Julguei-os de acordo com sua
conduta e suas más ações. Chegando às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome
quando a respeito deles se dizia: ‘Este é o povo do SENHOR, mas tiveram de sair de sua terra’.
Então eu tive consideração com o meu santo nome que a casa de Israel profanava entre as
nações para onde foram. Por isso, dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor DEUS: Não é por
causa de vós que eu ajo, casa de Israel, mas por causa de meu santo nome que vós profanastes
entre as nações para onde fostes. Santificarei o meu grande nome, profanado entre as nações no
meio das quais o profanastes. As nações saberão que eu sou o SENHOR — oráculo do Senhor
DEUS — quando por meio de vós mostrar minha santidade à vista delas. Eu vos tomarei dentre
as nações, recolhendo-vos de todos os países, e vos conduzirei à vossa terra. Derramarei sobre
vós água pura e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos.
Eu vos darei um coração novo e porei em vós um espírito novo. Removerei de vosso corpo o
coração de pedra e vos darei um coração de carne. Porei em vós o meu espírito e farei com que
andeis segundo minhas leis e cuideis de observar os meus preceitos. Habitareis na terra que dei a
vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus.”
(Após a leitura do texto bíblico e a partilha em dupla, abrir para uma rápida partilha no grupo e
depois a leitura restante do livro do Exodo)
Leitura do texto Exodo 14,15-15,1)
“O SENHOR disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos israelitas que se
ponham em marcha. Quanto a ti, ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o, para
que os israelitas passem em seco pelo meio do mar. De minha parte, vou endurecer o coração
dos egípcios para que os persigam, e eu seja glorificado às custas do faraó e de todo seu
exército, seus carros e cavaleiros. Os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando eu for
glorificado às custas do faraó, dos seus carros e cavaleiros”. Então o anjo de Deus, que
caminhava à frente das tropas de Israel, tomou posição atrás deles: a coluna de nuvem que
estava na frente postou-se atrás, inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o de Israel —
a nuvem era tenebrosa, mas iluminava a noite — de modo que durante a noite inteira uns não
podiam ver os outros. Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante a noite inteira o SENHOR
fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte, fazendo recuar o mar e transformando-o em
terra seca. As águas se dividiram e os israelitas entraram pelo meio do mar a pé enxuto,
enquanto as águas formavam uma muralha à direita e outra à esquerda deles. Os egípcios
puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar
adentro. Na vigília da manhã, de cima da coluna de fogo e de nuvem, o SENHOR lançou um
olhar sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. Emperrou as rodas dos carros, de modo que
só a muito custo podiam avançar. Então os egípcios disseram: “Vamos fugir de Israel, pois o
SENHOR combate a favor deles, contra nós”. Mas o SENHOR disse a Moisés: “Estende a mão
sobre o mar, e as águas se voltarão contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”. Moisés
estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao estado normal, enquanto os
egípcios em fuga corriam ao encontro das águas. Assim o SENHOR lançou os egípcios ao meio
do mar. As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do faraó, que tinha
entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só. Os israelitas, ao contrário, tinham
passado a pé enxuto pelo meio do mar, enquanto as águas formavam uma muralha à direita e
outra à esquerda deles. Naquele dia o SENHOR livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os
egípcios mortos nas praias do mar Israel viu a mão poderosa do SENHOR agir contra o Egito. O
povo temeu o SENHOR e teve fé no SENHOR e em Moisés, seu servo.”
(Após a leitura, contemplando os gritos das juventudes, perguntar: qual o líder pode tirar a
juventude da escravidão? Momento para partilhar e depois, faça o convite para que cada jovem
alí presente seja “o líder” para conduzir a juventude para a terra prometida. Contemplando o
mundo que Deus criou e os gritos das juventudes, dê sua resposta a estes gritos, recriando o
mundo juvenil como Deus sonhou. Podem utilizar tudo que já construíram e todo o material que
desejarem usar. Durante o trabalho pode colocar a música “Escolhe, pois a vida! Hino da
CF/2008. Após a reconstrução, deixar o jovem falar e depois entregar o poema Vida de Madre
Teresa de Calcutá).
VIDA
A PIPOCA
(Rubem Alves)
(Lanche neste dia pipoca e guaraná. Preparar-se para a festa com o banho e vestir a melhor
roupa, afinal hoje é dia de festa)
CEIA JUDAICA
Personagens: mãe, dirigente (patriarca), comentarista, o mais novo do grupo, Elias, narrativa da
última ceia - Jesus, narrador, Pedro, Tomé, Filipe - coro (04 pessoas), servidores.
Materiais necessários: Pães Ázimos (pão sem fermento), várias jarras com vinho (suco de uva),
ervas amargas (almeirão, catalônia, rúcula, couve), harrosét (suco, maçã ralada, noz moída e
canela), salmoura (água com sal), cálice para Elias, carne assada, guardanapos para envolver os
pães, guardanapos para cada conviva, copos p/ o vinho, copos com harrosét, pequenos pratos
para a carne e p/ as ervas, travessa de água e toalha para a lavagem das mãos do dirigente,
talheres, frutas (maçã e mexerica) e chocolates.
Comentário: Nas famílias judias, cabe à mãe acender as luzes da festa. Isso nos faz crer que, na
última ceia de Jesus, foi Maria quem acendeu as luzes. Nós, cristãos, também acendemos luzes
na Vigília Pascal, quando no início da celebração temos a benção da luz, que é a Luz de Cristo.
(Neste momento, estando tudo escuro, a mãe vai acendendo as velas. Após a recitação materna,
reacendem-se as luzes do ambiente.)
MÃE: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que nos santificaste por teus
mandamentos e nos ordenaste esta festa das luzes. Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do
universo, que nos conservastes até hoje. Que esta casa seja abençoada, e que tua luz brilhe
sobre nós, dando-nos a Paz.
Comentário: Antes da divisão, todo alimento deve ser abençoado, como na missa, o pão e o
vinho são abençoados pelo celebrante.
DIRIGENTE: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que nos escolheste entre
todos os povos, nos exaltaste acima de todas as línguas e nos santificaste com os teus
mandamentos. Com amor eterno nos deste, ó Senhor nosso Deus, dias santificados, para que
celebrássemos esta festa do pão ázimo. Por isso reunimo-nos comemorando a nossa libertação,
lembrando nosso êxodo do Egito. Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, que santificaste Israel e
suas festas.
(o primeiro cálice é servido por vários "servidores", que auxiliam o dirigente)
Comentário: O vinho é servido 04 vezes na ceia, tirado da mesma jarra, para demonstrar união.
Da mesma forma, Jesus serviu os discípulos, e o primeiro cálice ainda não consagrado, dizendo
"Tomai este cálice e distribui-vos entre vós. Pois digo-vos: já não tornarei a beber do fruto da
videira até que venha o Reino de Deus."
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que criaste o fruto da videira.
(o primeiro cálice é tomado. Então, leva-se ao dirigente a bacia com água e a toalha e todos
lavam as mãos)
Comentário: Lavar as mãos significa purificação interior. Provavelmente foi neste momento que
Jesus lavou os pés de seus discípulos na última ceia.
(após o gesto de lavar as mãos todos recitam)
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que nos santificaste com teus
mandamentos e nos ensinaste o ritual de lavar as mãos.
(pegar as ervas amargas e molhá-las na salmoura, símbolo das lágrimas e sofrimentos no Egito)
Dizer juntos:
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que criaste o fruto da terra.
(todos comem da erva amarga. Agora, os servidores trazem os pães envolvidos em guardanapos
e os entregam ao dirigente. Este divide o pão do meio em dois e guarda o restante)
DIRIGENTE: Vou partir o matsá ao meio e envolver no guardanapo a parte maior. Ela será
partilhada no fim da ceia, e agora é a lembrança do Messias escondido, cuja vinda – para nós
judeus, é muito esperada.
Comentário: Durante a Páscoa, os judeus eram obrigados a usar o pão ázimo, porque na saída
do Egito os hebreus não tiveram tempo para fermentar os pães. O pão da Eucaristia é sem
fermento por que Jesus também usou o pão ázimo.
DIRIGENTE: Olhem: este é o pão do tormento, que nossos pais comeram no Egito. Todos vós
que tendes fome, vinde e comei. Todos que o desejam, vinde e celebrai a Páscoa conosco.
Permita, Javé, redimir-nos de todo mal e toda escravidão. Este ano festejamos aqui, no ano que
vem, na terra de Israel, em Jerusalém. Este ano somos escravos. No ano que vem seremos livres!
Comentário: Agora, relembremos a história da Primeira Páscoa. Hoje, quem faz as perguntas é o
mais jovem, provavelmente, na última ceia de Jesus, quem o fez foi João.
O MAIS NOVO: Por que esta noite é diferente das outras? Nas outras noites, comemos todo tipo
de pão. Por que hoje só comemos o pão ázimo? Todas as outras noites comemos várias
verduras. Por que hoje comemos as ervas amargas? Todas as outras noites não colocamos
tempero nas verduras. Por que hoje colocamos água salgada e harosset? Todas as outras noites
comemos sem motivo especial. Por que esta noite celebramos a Páscoa?
DIRIGENTE: Eis o porquê: Os arameus haviam perseguido de tal modo nossos pais que estes
abandonaram a terra de Israel e foram para o Egito. Neste país, se construiu uma grande e forte
nação. Porém, no Egito, nosso povo foi oprimido, perseguido e obrigado a ser escravo. Clamamos
então, ao Senhor Deus de nossos pais, e Ele nos ouviu. E nos levou para fora do Egito, por meio
de muitos sinais e prodígios.
Esses prodígios, contra os egípcios, são recordados como as 10 pragas que os deixaram com
muito medo, porque o faraó não queria deixar os hebreus partirem. Cada uma das pragas que nós
formos lembrando, deixem cair uma gota do seu vinho no prato. Como o vinho diminui, assim
nossa alegria diminuiu com o sofrimento e morte de nossos opressores. Apesar de tudo, eram
também filhos de Deus, como nós.
Comentário: A cada praga, deixem cair uma gota de vinho no seu prato.
DIRIGENTE:
A água transformada em sangue;
As rãs;
As moscas;
A doença do gado;
As úlceras;
A chuva de pedra;
Os gafanhotos;
As trevas;
A morte dos primogênitos.
DIRIGENTE: Portanto, mesmo se fôssemos sábios no conhecimento da Lei, ainda assim seria
nosso dever relembrar, todos os anos, o fato inesquecível de nossa saída do Egito.
Comentário: Agora o dirigente explica a relação entre a saída do Egito e a Ceia Pascal através
dos alimentos.
DIRIGENTE: Este é o pão do tormento que nossos pais levaram consigo para fora do Egito como
está escrito: "Cozeram bolos ázimos com a massa que levaram do Egito, pois esta massa não se
tinha fermentado, porque tinham saído às pressas do país e não puderam deter-se nem para fazer
provisões”.
DIRIGENTE: Marór significa erva amarga. O comemos para lembrar que os egípcios
amarguraram a vida de nossos pais.
Todos: Qual o significado da Harroset? (Suco [vinho], maçã ralada, noz moída e canela)
(o dirigente ergue a cremeira com a harosset)
DIRIGENTE: A harroset, com sua cor vermelha significa a massa e os tijolos que os hebreus
faziam no Egito. Misturada com as ervas amargas, simboliza a vida, com coisas boas e outras
más, porém abertas à esperança!
Minha força e meu canto é o Senhor! Salvação ele se fez para mim!
Cantemos a Deus que nos libertou das mãos do inimigo dos pés do opressor!
Cantemos a Deus que nos libertou. No longo deserto com a gente ele andou!
Cantemos a Deus que nos libertou. A lei da justiça pra nós ensinou!
DIRIGENTE: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que nos redimiste, libertaste
nossos pais do Egito, e nos permitiste viver esta noite para participar do cordeiro, pão ázimo e das
ervas amargas. Possa, assim, o Senhor, nosso Deus e Deus de nossos pais, permitir-nos viver
até outras festas. Possa tua vontade ser cumprida por Jacó, teu servo escolhido, de modo que o
teu Nome seja santificado por todos na terra e todos os povos sejam levados a louvar-te. E nós te
cantaremos novos hinos de louvor pela nossa redenção e pela nossa libertação. Glorificado sejas
tu, ó Senhor, que redimiste Israel!
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que criaste o fruto da videira!
(todos tomam do segundo cálice, e o dirigente pega a primeira matsá)
DIRIGENTE: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que da terra tiras o pão!
Comentário: Como o vinho vem da mesma jarra, a divisão do mesmo pão mostra unidade. Por
isso o dono da casa molhava um pedaço de pão no harroset oferecendo aos convidados.
Também Jesus fez isso quando molhou o pão e o ofertou a Judas, demonstrando seu imenso
amor àquele que o trairia.
DIRIGENTE: Vamos tomar das ervas amargas e colocar nelas um pouco da harroset,
comprometendo-nos a assumir a vida de cada dia, com todas suas dores e alegrias.
(cada um pega sua folha, molha na harroset)
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que por tua vontade nos
santificaste e nos ordenaste comer das ervas amargas temperadas com sua doçura!
DIRIGENTE: Bendito seja o Senhor nosso Deus, rei do universo, que alimentou todo o mundo
com bondade, graça amor e misericórdia! Ele dá pão a todos, pois eterno é seu amor e santo é
seu nome. Ele é quem tudo sustenta, faz bem a todos e provê alimento para todos seus filhos.
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, Nosso Deus, que dás alimento a todas as criaturas!
(todos comem o pão e o terceiro cálice é servido)
Comentário: Este é o cálice, que em Lucas, Jesus disse: "Este é o cálice da nova aliança em
meu sangue, que será derramado por vós”. Agora, recitemos o salmo antes de beber do vinho.
(em pé, com o cálice na mão)
DIRIGENTE: Que poderei retribuir ao Senhor, por tudo que Ele me dá?
DIRIGENTE: Cumprirei meus votos para com o Senhor na presença de seu povo.
DIRIGENTE: Sou, Senhor, o teu servo. Teu servo, filho da tua terra.
DIRIGENTE: Cumprirei meus votos, para com o Senhor na presença de todo seu povo; nos átrios
da casa do Senhor, no teu recinto, ó Jerusalém.
Coro 2: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que criaste o fruto da videira.
(todos tomam o terceiro cálice)
A TAÇA DE ELIAS
DIRIGENTE: Demos as boas vindas a Elias, o profeta, defensor de seu povo, mensageiro de
Deus! Bendita é sua presença, inspiração para nós e toda humanidade.
Comentário: Acolhemos hoje, o profeta Elias. Lembrando de homens e mulheres que morreram
para anunciar a liberdade e a fé, salvando as pessoas dos mais maldosos tiranos, como o faraó
que escravizou os hebreus.
DIRIGENTE: Vamos nos lembrar dos milhões de judeus e pessoas de todas as crenças que
morreram e continuam morrendo por causa da busca incessante de riquezas materiais, destruindo
aquilo que para os judeus, cristãos e todos os povos é o mais importante: o Dom da vida que é
manifestação de Deus.
Comentário: agora, saudemo-nos com um gesto de paz, para que haja realmente o amor ao
irmão no nosso coração.
A BENÇÃO FINAL
Todos: Bendito sejas tu, Adonai, nosso Deus, rei do universo, que criaste o fruto da videira!
(o quarto cálice é tomado)
DIRIGENTE: O Senhor abençoe e guarde a vocês. O Senhor lhes mostre sua face e conceda-
lhes sua graça. O Senhor volva seu rosto para vocês e lhes dê a paz.
Via-sacra da RESSURREIÇÃO
Acolhida:
Mantra: O Ressuscitado (Taizè);
Todos: Amém.
Dir.: A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o Ressuscitado, o amor do Pai das Luzes e a
comunhão do Espírito Santo Consolador estejam convosco!
Dir.: Queridas jovens, queridos jovens, a alegria da Páscoa permanece conosco. Iluminados por
Cristo, somos novas criaturas, as coisas antigas já se passaram, somos o povo novo, nascido da
cruz e da ressurreição. Alimentemos nossa fé e nossa esperança na ressurreição acendendo
nossas velas no Círio Pascal.
Oremos: Ó Pai, pela ressurreição do vosso Filho, confirmai a nossa fé e a nossa esperança na
vida mais forte que a morte. Fazei que não nos deixemos vencer pela tristeza e pelo medo, mas
colaboremos na construção de um outro mundo possível, dom do vosso amor e do vosso Filho,
nosso Senhor. Amém.
1ª Estação: A ALVORADA!
Leitor: Os poderosos da terra acreditavam ter decretado o fim da história de Jesus de Nazaré. De
ter-lhe definitivamente colocado uma pedra em cima. Pelo contrário, aquilo era só o início. Não se
pode parar Deus. Assim como não se pode parar a alvorada. Não podemos fechar num sepulcro o
criador da vida. A vida venceu a morte para sempre! “Não temas”, disse o Anjo. Nunca mais
teremos medo. Não é só um novo dia que começou: é a alvorada de um outro mundo possível.
Leitor: Os poderosos da terra acreditavam ter decretado o fim da história de Jesus de Nazaré. De
ter-lhe definitivamente colocado uma pedra em cima. Pelo contrário, aquilo era só o início. Não se
pode parar Deus. Assim como não se pode parar a alvorada. Não podemos fechar num sepulcro o
criador da vida. A vida venceu a morte para sempre! “Não temas”, disse o Anjo. Nunca mais
teremos medo. Não é só um novo dia que começou: é a alvorada de um outro mundo possível.
Quando não houver desejo / Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo / Em cada um de nós / Aonde Deus colocou...
Leitor: O que houve no sepulcro? Jesus não está: o sepulcro está vazio! Onde está a morte? A
vida triunfou! A porta se escancarou para o tempo e a história. Faz voar em pedaços o que
impedia os apóstolos de compreender quem era Jesus, de verdade: Deus que veio viver e morrer
como um homem. Estão certos, a prova está sob seus olhos: não é necessário buscar entre os
mortos aquele que está vivo. Ele despedaçou as cadeias da morte. Aquele que é mais forte do
que a morte não pode permanecer num túmulo.
3ª Estação: O NOME
Leitor: Maria Madalena dedicou sua vida a Jesus; esteve ao seu lado durante a pregação e
durante a Paixão. Continua a procurá-lo, não desiste. Vê o sepulcro vazio, vê até mesmo Jesus,
mas não alcança a fé: é como se tivesse uma venda nos seus olhos e no seu coração. Mas Jesus
a chama pelo nome: Maria, e ela vê e entende. Jesus chama pelo nome. Procura os seus um a
um. No batismo recebemos um nome, o nosso nome e o primeiro a pronunciá-lo foi Deus e Ele
continua a nos chamar pelo nome, porque, como Maria Madalena, nós também tornamo-nos
apóstolos para anunciar aos outros aquilo que vimos e ouvimos.
Uma das assessoras diz o nome de cada jovem presente, enquanto toca a música de fundo.
4ª Estação: O CAMINHO
Leitor: Há uma estrada que vai de Jerusalém a Emaús. Nela caminhavam dois homens
profundamente desiludidos. Jesus, aquele que havia correspondido a todas as suas esperanças,
fora crucificado como um escravo. Não lhes aflora nem mesmo a dúvida de que Jesus possa ter
ressuscitado, porque não mais o esperam. Aquele caminho é como o caminho do homem de hoje.
Um caminho pelo qual homens e mulheres correm para acumular coisas, fechados na própria
ilusão. Neste caminho com os homens, anda um desconhecido. Uma presença discreta, que
procura explicar o segredo da vida. Os jovens de hoje saberão reconhecer Jesus?
Leitor: Como se faz para conhecer Jesus? Ele mesmo nos deixou alguns sinais. O sinal da
Palavra (entra uma pessoa com a Bíblia): quando Jesus fala, os dois discípulos de Emaús sentem
como se houvesse um fogo que arde dentro deles. O sinal do pão (entra uma pessoa com o pão):
quando Jesus o abençoa e reparte, os dois discípulos o reconhecem. O Evangelho e a Eucaristia
são os nossos sinais do caminho. Não podemos perder-nos se os seguimos.
Leitor: Os apóstolos fecharam a porta. Temem ser presos. Não creem na história das mulheres.
De repente, quando menos esperam, eis Jesus presente entre eles. Jesus estende as mãos e
então, com seus olhos, veem as feridas feitas pelos pregos. Tocam-no com suas mãos e com
seus ouvidos escutam a sua voz que diz: “A paz esteja convosco!”. Neles, então é como se
rompesse um véu, e a felicidade os preenche, semelhante a uma corrente que quebra. É Ele, e
eles estão certos: Jesus saiu do sepulcro. Cumpriu sua palavra. Venceu a morte e está vivo! Não
é uma ilusão. É a realidade! Agora eles estão prontos para dar a vida a fim de testemunhar o que
viram, sentiram e tocaram. São agora portadores da paz!
Os presentes se abraçam.
Dir.: Somente vós sois o caminho que conduz à paz e à verdadeira liberdade.
Todos: Nós cremos, Senhor!
7ª Estação: O SOPRO
Leitor: Jesus se aproxima dos discípulos ainda cheios de medo e sopra sobre cada um deles. É
como um sopro de vida, como uma brisa, como um novo ar que passa sobre eles. É como se
Jesus dissesse: “Eu vos dou o meu sopro de vida, o Espírito Santo.” É o sopro da vida de Deus.
Ele vos impelirá para os caminhos do mundo para levar a Boa Nova. E a primeira boa notícia é
esta: os discípulos serão os portadores do perdão de Deus. Os discípulos não podem viver no
medo: devem partir em missão. O Espírito de Jesus os impele, como veleiros para o mar aberto.
Dir.: Para dizer com coragem a boa notícia que vem de vós.
8ª Estação: A DÚVIDA
Leitor: Quando os discípulos disseram a Tomé que haviam visto com seus próprios olhos Jesus
vivo, ele não acredita e diz: “Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser o meu
dedo no lugar onde estavam e minha mão no seu lado, não acreditarei”. Para crer é preciso ver e
tocar com a mão aquilo que se vê. É o que muitos repetem ainda hoje. Tomé acreditou quando
Jesus falou com ele. Não foram as mãos, mas a mente e o coração abertos à Palavra de Jesus
que ajudaram a sua fé.
Todos: Senhor, nosso coração e nossa mente estão abertos à vossa Palavra.
Todos: Senhor, nosso coração e nossa mente estão abertos à vossa Palavra.
Todos: Senhor, nosso coração e nossa mente estão abertos à vossa Palavra.
9ª Estação: A REDE
Leitor: Os discípulos voltaram ao trabalho, para o duro trabalho dos pescadores. Trabalharam
durante toda a noite, mas, de manhã, a rede estava vazia. Todo o trabalho, todos os esforços e
tentativas não serviram para nada. Basta, porém, a presença e a Palavra de Jesus para mudar
tudo e o trabalho se transformar em milagre. Fadigas, esforços, tensões acompanham nossa vida
de todos os dias. Há quem o faça pelo sucesso, outros pelo dinheiro e também porque é obrigado.
Só Jesus pode transformar cansaço e esforços humanos em um milagre.
Um novo sol se levanta, Meu irmão é você que está ao meu lado
Pois nasce hoje a civilização do amanhã. Todos filhos de Deus que nos criou.
Uma corrente mais forte Ele veio a esta terra
Que o ódio e que a morte. Para unir a humanidade.
Nós sabemos: o caminho é o amor. Nós sabemos: o caminho é o amor.
Leitor: Simão, disse Jesus: “Tu te chamarás Pedro e sobre ti, como sobre uma rocha, eu
construirei a minha Igreja. E nem mesmo a potência da morte poderá destruí-la”. E outra vez: “Eu
rezei por ti, para que tu saibas conservar a tua fé. Confirma teus irmãos”. E antes de nos deixar, o
seu pequeno rebanho, quis deixá-lo em boas mãos: nas mãos de Pedro.
Num instante de silêncio, rezemos por aqueles que nos ajudaram e ajudam a crescer na fé.
Leitor: Jesus havia marcado um encontro com seus discípulos, o último em um monte da Galileia.
Jesus quer que os discípulos entendam bem a importância do momento: aquele monte é como o
Sinai, a montanha onde Deus se encontrou com Moisés. Agora, Jesus manda os anunciadores do
novo mundo: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulas”. E acrescentou:
“Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Jesus está conosco
até o fim dos tempos.
Dir.: Dai-nos amor para aquilo que fazemos e humildade para agir em vosso nome.
Leitor: Com o coração apertado pela infinita tristeza do adeus, os discípulos ainda estão lá, com
os olhos fixos no céu, onde Jesus desapareceu. Os anjos os convidam a começar logo a missão
deles sobre a terra. Agora e a vez deles. O tempo da Igreja, o nosso tempo, começou. Mas não
serão homens como os outros: caminharão sempre como a beira do paraíso, carregando consigo
a nostalgia dos céus. Para fazer nascer o céu sobre a terra no coração de quem os ouve.
Dir.: Quando ouvimos a vossa Palavra, sentimos o desejo de agir como Vós.
Leitor: Há uma presença discreta, mas constante, na vida de Jesus: Maria, sua mãe. Na vida de
Jesus, Maria esteve presente, como primeira testemunha da realização das promessas de Deus.
Jesus confia seus discípulos a ela. Confia-os como filhos. Assim, Maria continua a ser mãe.
Continua a cuidar de nós para sempre.
Dir.: Maria, ajuda-nos a abandonar a nossa vida em Deus, para que se faça em nós a tua Palavra.
Dir.: Ensina-nos a descobrir a cada dia as maravilhas que Deus opera em nós e no universo.
Leitor: É difícil vencer o medo. Os discípulos, aqueles que se escondiam, percorrem as ruas da
cidade, dirigem-se aos passantes em voz alta, como que para comunicar-lhes uma notícia
importante. Há neles uma nova força. Como uma chama que dispersa os temores da noite, como
brasas que amolecem o ferro, como fogo que toca de leve com carícias de calor o corpo frio;
como uma flecha de luz, que ilumina o caminho. O Espírito do Senhor veio e deixou neles a sua
marca. Tudo se esclarece. A missão deles é difundir por toda a terra o amor que Jesus veio
semear. Há como que um novo fogo, do qual nunca haviam sentido o calor; ardem do mesmo
fogo de Deus.
Mantra: Banhados em Cristo somos uma nova criatura, as coisas antigas já se passaram,
somos nascidos de novo.
Ao redor do Círio Pascal e de uma vasilha com água, cada participante terá um momento
pessoal para retomar as anotações feitas ao longo dos dias. Pegar sua caixinha novamente
e verificar: quais são os meus sentimentos neste momento? São os mesmos quando
cheguei? Escrever o que significou a experiência para você. Em seguida, haverá a partilha
dos momentos mais significativos.
Dir.: Lembrando o nosso Batismo, sacramento que nos insere na comunidade cristã,
fundamentada no mistério da Paixão-Morte-Ressurreição de Jesus Cristo, vamos lavar
nossas mãos na água e (re)acender nossas velas no Círio Pascal, o fogo novo do Cristo
entre nós. (deixar as velas ao lado Círio)
Entrega do símbolo
Anunciemos com nossa vida, que é Páscoa: A VIDA VENCEU! A VIDA SEMPRE
VENCERÁ, PORQUE JESUS CRISTO ESTÁ PARA SEMPRE ENTRE NÓS!
FELIZ PÁSCOA!
CELEBRAÇÃO DE PÁSCOA NA FAMÍLIA
(Ambiente: todos se sentarem em volta de uma mesa e sobre ela colocar o pão)
Jovem: Celebramos o acontecer de Deus no meio do seu povo, no meio de nós. Vivemos o
mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus em comunidade. Por três dias formamos
uma comunidade unida no amor, unida na dor, unida pela vida e agora, somos anunciadores
do Amor, da alegria da Ressurreição.
Voz 1: No domingo, primeiro dia da semana, Deus ressuscita Jesus. Esse é o maior de
todos os sinais. Deus nos mostra que somos feitos para a vida. Jesus está vivo no meio de
nós. Agradeçamos ao Senhor o seu imenso amor pela humanidade revelado na
ressurreição de Jesus.
Jovem: A Páscoa de Jesus é um apelo para nos darmos conta da nossa própria páscoa.
Trata-se de assumir a própria vida à luz da ressurreição do Jesus Cristo.
Voz 2: Viver a vida como ressuscitados é procurar efetivar valores como justiça,
solidariedade, verdade, sinceridade, honestidade.
Voz 3: Daí que a vida eterna começa no hoje de nossas vidas, mediante o encontro com o
Senhor que está vivo e nos interpela nas dores, angústias, alegrias e esperanças da
humanidade, sobremaneira nos mais pobres e injustiçados.
Jovem: Celebrar a Páscoa de Jesus é celebrar a vida. Quais os sinais de vida presentes
em nosso meio que nos recorda a ressurreição do Senhor?
(Neste momento, cada um pode partilhar uma alegria que vivenciou, um fato no qual sentiu
forte o amor de Deus Ressuscitado em sua vida).
ORAÇÃO DE LOUVOR
Lado 1: Nós te agradecemos por tantos sinais de vida presentes na nossa família.
Todos: Exultemos de alegria
Lado 2: Nós te agradecemos, Senhor, a possibilidade de crescer, nosso esforço de viver a
fraternidade e a solidariedade.
Todos: Exultemos de alegria
Lado 1: Nós te agradecemos, Senhor, pela beleza da vida e pelo amor que nos impulsiona
a caminhar.
Todos: Exultemos de alegria
Lado 2: Nós te agradecemos, Senhor, por ter feito raiar no mundo a eterna manhã da
ressurreição e, por isso, se renova em nós a esperança.
Todos: Exultemos de alegria
Lado 1: Nós te agradecemos, Senhor, por mudar a tristeza em alegria; o ódio em amor; por
transformar nossos corações e fazer brilhar no mundo os sinais da vida nova da
ressurreição.
Todos: Exultemos de alegria
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado,
chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas
que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e
começou a caminhar com eles. Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes
de reconhecê-lo. Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles
pararam, com o rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único
peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” Ele perguntou:
“Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta
poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo. Os sumos
sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o
crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já
faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do
nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o
corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele
está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres
tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”. Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e
lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo
sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por
todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a
ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante.
Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou
para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a
bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o
reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então um disse ao outro: “Não
estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as
Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde
encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: “Realmente, o
Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no
caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Jovem: Dois discípulos estão a caminho de Emaús, fugindo da decepção que sofreram.
Tinham depositado sua esperança em Jesus. Mas agora tal esperança estava pregada na
cruz. Só lhes restava deixar para trás o lugar do desapontamento. Como os dois discípulos,
muitas pessoas estão decepcionadas com a própria vida.
Voz 1: Jesus aproxima-se dos discípulos, não banaliza a experiência deles. Ele a leva a
sério, mas ao mesmo tempo a reinterpreta:
Todas: “Não era preciso que o Cristo sofresse isso para entrar na sua glória?”
Voz 2: Ressurreição é falar com as pessoas do mesmo modo que Jesus. É resgatar suas
esperanças e sua fé!
Jovem: Quando os discípulos chegam à aldeia e Jesus quer prosseguir o caminho, ambos
insistem com Ele:
Todos: “Fica conosco, pois a tarde está caindo e o dia já começa a declinar”.
Voz 3: E Ele entrou para ficar com eles.
Voz 4: Jesus não faz nenhum discurso, não procura continuar lhes esclarecendo o que é a
vida deles ou tirar-lhes o medo. Ele apenas fica com eles. Isso basta.
Voz 5: E faz algo que lhes apaga todo o medo. Parte o pão, louva a Deus e compartilha o
pão com eles. Então se abrem os olhos dos discípulos, e eles o reconhecem.
Com.: Ao partir o pão, compartilhamos nossa vida uns com os outros, participamos da
própria vida de Jesus Cristo. Aí encontramos o ressuscitado. Cristo mesmo está entre nós
como aquele que superou a morte e nosso medo, e transformou morte em vida.
(Neste momento o jovem parte o pão e dá um pedaço para cada membro da família. Ao
entregar o pedaço de pão, diz: A paz de Jesus Ressuscitado esteja com você! Depois que
todos receberem o pão, rezam juntos esta oração:
Senhor Jesus Cristo, tua ressurreição é a nossa esperança nos momentos mais difíceis.
Por tua ressurreição venceste a violência: que ela nos leve a acreditar na paz.
Por tua ressurreição venceste as divisões: que ela nos leve a acreditar na fraternidade.
Por tua ressurreição venceste o ódio: que ela nos leve a acreditar no amor.
Por tua ressurreição venceste a morte: que ela nos leve a acreditar na vida.