Você está na página 1de 10

A Unção dos Enfermos

O Sacramento que cura


Na doença, o homem experimenta a sua impotência, seus limites e sua
finitude.
A enfermidade e o sofrimento sempre estiveram entre os problemas
mais graves da vida humana. A doença pode causar as mais
contraditórias reações: desde a angustia, o desespero e a revolta contra
Deus, até mesmo uma busca de Deus, uma volta e uma sincera
conversão a Ele.
A Bíblia e os doentes
O homem do Antigo Testamento vive a doença diante de Deus. É
típico o salmo 38, onde o doente desabafa sua queixa sobre a
enfermidade e, ao mesmo tempo, implora a cura.
Já o Novo Testamento nos apresenta Jesus Cristo como o médico
das almas e dos corpos. Ele veio curar o homem inteiro. Teve
predileção pelos doentes e chega a se identificar com eles;
“Estive doente e me visitaste” (Mt 25, 36).
Muitas vezes Jesus pede aos enfermos que creiam. Serve-se de sinais
para curar: saliva e imposição das mãos. Os doentes procuram tocá-lo
“poque deles saía uma força que curava a todos” (Lc 6,19). Comovido
com tantos sofrimentos, Jesus não apenas se deixa tocar pelos
doentes, mas assume suas misérias: “Ele levou nossas enfermidades e
carregou nossas doenças” (Mt 8,17, citando Is 53,4).
Curai os Enfermos
“Partindo, eles pregavam que todos se arrependessem. E expulsavam
muitos demônios, e curavam muitos enfermos” (Mc 16, 12-13).
Depois da ressurreição, Cristo renova esse envio: “Em meu nome [...]
eles imporão as mãos sobre os enfermos e estes ficarão curados )Mc
16, 17-18).

Assim, Pedro cura o paralítico no pórtico Formosa (At 3, 6) e realiza a


milagrosa cura de Enéas (At 9, 34).
De fato, Jesus tinha dito claramente: “curai os doentes” (Mt 10, 8).
Na Igreja primitiva
Já na Igreja primitiva, ainda na era apostólica, os doentes eram uma
preocupação constante.

Sabe-se que, desde o primeiro século, havia o costume de levar a


eucaristia para os doentes e também existia um rito especial para
ungir os enfermos. Esse testemunho nós tiramos da carta de São
Tiago: “Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros
da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do
Senhor. A oração da fé salvará o doente e o porá de pé; e se tiver
cometido pecados, estes lhes serão perdoados” (Tg 5, 14-15).
Foi a partir desse testemunho tão claro que a Igreja, no Concílio de
Trento, reconheceu, nesse tido, um dos sete sacramentos.
Um Sacramento para os enfermos
O Concílio de Trento afirma claramente que Jesus Cristo instituiu esse
sacramento e o confiou aos apóstolo. “Eles curavam muitos enfermos,
derramando óleo sobre a cabeça” (Mc 6,13).

Em 1972, o Papa Paulo VI escreveu uma constituição apostólica onde


se diz:
“O sacramento da Unção dos Enfermos é conferido às pessoas
acometidas de doenças perigosas, ungindo-as na fronte e nas mãos
com óleo devidamente consagrado, dizendo uma só vez:

Por esta unção e pela sua piíssima misericórdia, o Senhor vinha em teu
auxilio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto de teus
pecados, ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos”.
O ministro e o rito da unção
Só os bispos e sacerdotes são ministros desse sacramento. Como
vimos acima, já são Tiago aconselhava chamar os presbíteros da Igreja.
Trata-se de uma celebração litúrgica e comunitária. É importante a
presença de uma pequena assembleia, principalmente dos familiares,
da qual todos participem e rezem pela saúde do enfermo.
O catecismo até recomenda que seja celebrada dentro da Eucaristia,
com a participação da comunidade paroquial.
Os elementos ou sinais visíveis do sacramento

São a presença do sacerdote, a leitura e explicação da palavra de


Deus, a imposição das mãos e a unção com o óleo, especialmente
abençoado pelo Bispo.
Os efeitos do Sacramento
A unção dos enfermos confere um dom particular do Espírito Santo.

Essa é a principal graça desse sacramento. E ela dá ao doente a força e


a coragem para lutar contra a enfermidade.
Outra consequência é o perdão dos pecados.
Além disso, o doente fica mais unido a paixão de Cristo, e se o doente
não está mais em condições de recuperar a saúde, então é
preparação para a última viagem.

Você também pode gostar