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CRISMA – A GRANDE OPÇÃO

Retomando a ideia básica de que sacramento é um


sinal visível, instituído por Jesus Cristo, que produz a
graça de Deus invisível, queremos agora enfocar o
sacramento da maturidade cristã, a Confirmação ou
Crisma.
O ministro

O ministro ordinário da Crisma é o Bispo. É uma excelente


oportunidade m que o bispo visita as comunidades e
confirma a fé dos jovens. É a ocasião em que o bispo, qual
pastor do rebanho, faz aquilo que Jesus disse a São Paulo:
“E tu, uma vez confirmado, vai e confirma teus irmãos”
(Lc 22, 32).
O jovem sente a presença do bispo. Percebe que se trata de um
grande sacramento, já que o bispo veio especialmente para
confirmar os crismandos.
Trata-se de uma opção de vida, assumida diante do bispo e
confirmada, através de um sacramento, instituído pelo próprio
Jesus Cristo.
Em caso extraordinário, por um impedimento muito sério, o
bispo pode delegar um sacerdote para conferir o sacramento.
Mas sempre é um pouco frustrante, para o jovem, quando isso
acontece.
Se o motivo da ausência do bispo não for muito bem explicado,
sempre dá a impressão de que os jovens ainda estão em segundo
plano e não se tornaram prioridade na diocese.
Para a Confirmação, como para o Batismo, convém que os
candidatos procurem a ajuda espiritual de um padrinho ou
madrinha. A Igreja recomenda que seja o mesmo do Batismo, “a
fim de marcar bem a unidade dos dois sacramentos”. A finalidade
deles é sempre representar a fé da Igreja, na celebração do
sacramento, e servir de estímulo e exemplo para a vivência cristã
do afilhado ou da afilhada.
O sinal visível

A imposição das mãos é um gesto bíblico, usado pelo


próprio Jesus, em diferentes circunstâncias. Os apóstolos
impunham as mãos e conferiam o Espírito Santo num ato
que causava, por vezes, um grande impacto. Célebre foi a
ocasião em que Paulo estava impondo as mãos e se
achegou o mago Simão que, com a mão no dinheiro, queria
comprar o direito de impor as mãos (At 8, 18-19).
A imposição das mãos é o primeiro gesto da Crisma. Significa
que o Espírito Santo está tomando posse desses jovens que
querem agora difundi-lo e divulgá-lo sempre mais.
A unção com óleo é um gesto bem conhecido no Antigo
Testamento. O óleo significava força, energia, poder. A unção era
um ritual que significava a escolha feita por Deus para uma
missão. Lembrava-se nesse gesto, que a força e o poder vem de
Deus. Os reis eram ungidos com óleo, num gesto que
simbolizava que eles foram escolhidos por Deus para exercer o
poder que o próprio Deus lhes conferia.
Famosa foi a unção de Davi (1Sm 16, 13), antes um jovem
franzino, que cuidava das vacas do campo. Após a unção com
óleo, o Espírito precipitou-se sobre ele e o transformou.
Tonando se forte, mostrou muita sabedoria, tornando-se rei de
Israel. Também Salomão foi ungido rei e se tornou um homem
muito sábio e justo.
A unção era prática comum no tempo de Jesus. Ele mesmo ungiu
alguns enfermos e, para a igreja primitiva, a unção com óleo era
um gesto consagrador.
“Mas em que batismo fostes batizados? E responderam: no
batismo de João [...] e quando Paulo impôs-lhes as mãos, o
Espírito Santo desceu sobre eles” (At 19, 3-6).

Portanto, o rito essencial do sacramento acontece na


imposição das mãos e na unção com o óleo do santo crisma, na
fronte do crismando, com as palavras: “N, recebe o selo do dom
do Espírito Santo”. Depois uma saudação: “A paz esteja
contigo”. Ao que o crismando responde: “E contigo também”.
A graça invisível da Crisma

Embora o sacramento seja rico de sinais visíveis que


podem ser filmados ou fotografados, o que realmente
acontece na Crisma, isto é, a graça do sacramento, é de
todo invisível.
Os efeitos da Crisma são muitos e muito importantes:
Aperfeiçoa a graça batismal;
Enraíza-nos mais profundamente na filiação divina;

Incorpora-nos mais firmementes a Cristo;


Torna mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associando-
nos mais à sua missão;
Ajuda-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra,
acompanhada de obras.
Antes de tudo, confere a plena e consciente
posse do Espírito Santo.

No Sacramento da Crisma, com a posse do Espirito Santo,


ganha-se um força especial para difundir e defender a fé, pela
palavra, em palestras e depoimentos, e pela ação, como
verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar com valentia o
seu nome e para nunca mais sentir vergonha com relação a Cruz.
Santo Ambózio, bispo de Milão, no final do século IV, dizia aos
crismandos:

“lembra-te, portanto, de que recebeste o sinal espiritual, o


Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e
força, o Espírito de conhecimento e de piedade, o Espírito do
Santo temor, e conserva o que recebeste. Deus pai te marcou
com o seu sinal, Cristo Senhor te confirmou e colocou em teu
coração o penhor do Espírito”.
Finalmente, é importante ainda acrescentar que a crisma também
só se recebe uma única vez, por tratar-se também de um
sacramento que imprime uma marca indelével.

É Cristo mesmo que marca o Crismando, àqueles que optaram


conscientemente por Ele, revestindo-os da força do alto para
serem suas testemunhas entre os homens.

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