Você está na página 1de 10

A Eucaristia – o alimente do cristão

Jesus Cristo, que conhecia as leis da natureza e


experimentou pessoalmente vida humana, onde o
alimento é essencial, instituiu um sacramento que se
celebra em torno da mesa e que alimenta a vida nova
iniciada pelo Batismo.
Aliás, a instituição da Eucaristia foi longamente preparada. Já
no Antigo Testamento, em diversas ocasiões, Deus alimenta o
seu povo:

O maná no deserto (Ex 16, 12-14), o pão do profeta (2Rs 4, 42-


44) ou o pão de Elias (1Rs 10, 6-8). No Novo Testamento, as
duas multiplicações de pão são uma preparação próxima para
um novo pão que virá saciar a fome espiritual. O discurso
eucarístico (Cf. Jo, 6 25-59) dá essa explicação. Haverá um pão
que matará a fome espiritual e dará forças para viver
eternamente.
A instituição da Eucaristia
Precisamente, no contexto de uma refeição, com os seus mais
próximos amigos, aos quais veio para servir (sentido do lava-
pés), Jesus instituiu a eucaristia: “Como tenho desejado comer
este jantar de páscoa convosco, antes do meus sofrimento...
Tomai e comei, isto é meu corpo [...] fazei isso em memória de
mim” (Lc 22, 14-20).
Observemos ainda a conclusão: “fazei isto”. É um verdadeiro
mandato do Senhor que a igreja cumpre até que Ele venha.
História da Eucaristia
Está claro que os apóstolos entenderam esse mandato do Senhor.
Desde as comunidades primitivas a Igreja celebra a Eucaristia.
Os Atos dos Apóstolos testemunham isso, como muita clareza: “Os
cristãos perseveraram na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em
comum, na fração do pão e nas orações” (At 2, 42).
O texto nos chama atenção para as reuniões em comum e a fração
do pão. Os Santos Padres, desde Irineu até Crisóstomo, viam nesta
fractio panis, ou seja, na fração do pão, uma verdadeira Eucaristia.
Plínio, o moço, governador do Ponto e da Bitínia, no ano 111
escreveu uma carta ao imperador Trajano (97-117),
consultando-o sobre o modo de proceder diante dos Cristãos.
Nela dá informações muito precisas sobre a práxis dos cristãos
em sua província:
“Reúnem-se na primeira-feira, de madrugada, cantam louvores
a Cristo, fazem refeição em comum, mas tudo normal e
inocente [...] tudo isto eu descobri, graças a duas escravas, que
sob tortura, contaram tudo em detalhes”.
Plínio, o moço, governador do Ponto e da Bitínia, no ano 111
escreveu uma carta ao imperador Trajano (97-117),
consultando-o sobre o modo de proceder diante dos Cristãos.
Nela dá informações muito precisas sobre a práxis dos cristãos
em sua província:
“Reúnem-se na primeira-feira, de madrugada, cantam louvores
a Cristo, fazem refeição em comum, mas tudo normal e
inocente [...] tudo isto eu descobri, graças a duas escravas, que
sob tortura, contaram tudo em detalhes”.
São Justino Mártir, em torno do ano 155, explica ao imperador
Antonino Pio (138-161) o que os cristãos faziam:

“No dia do sol, como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar


os habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Lêem-se ora
os comentários dos apóstolos, ora os escritos dos profetas.
Depois, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar
à imitação de tão sublimes ensinamentos... Seguem as preces
da comunidade e, quando as orações terminam, saudamo-nos
uns aos outros com o ósculo.
Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos o pão e o
vinho [...]. Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do
universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças
(em grego: εὐχαριστία - eucharistian)longamente pelo fato de
termos sidos julgados dignos destes dons.
Terminadas todas as orações e as ações de graças, todo o povo
presente prorrompe numa aclamação, dizendo: Amém. Depois
de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter
respondido, os diáconos distribuem a eucaristia e levam-na
também aos ausentes.
Percebe-se, nessa descrição da metade do século segundo, que
a nossa liturgia eucarística se mantém, em sua estrutura básica,
com era celebrada nos primeiros séculos do cristianismo.

Tanto na descrição de S. Justino, como nas celebrações de


hoje, temos a Liturgia da Palavra (com as leituras, homilia e
as preces)e a Liturgia Eucarística (com a apresentação do pão
e do vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão).
No caminho de Emaús

Se olharmos bem, este é o esquema utilizado pelo Senhor


ressuscitado, como os discípulos de Emaús: no caminho lhes
explica a Escritura e, depois, à mesa “tomou o pão, abençoou-
o, partiu-o e distribuiu-o a eles” (Lc 24, 13-35). No caminho, a
liturgia da palavra e, à mesa, a liturgia eucarística.

Você também pode gostar