Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
VII (VIII).
132. Passemos a falar da Anacatástrofe, ou retrocesso.
133. Cada acto tem o seu contraponto noutro acto.
134. O declinio indeterminado do mundo supõe um recuo
condicionado quer ao Absoluto quer à Nulitude.
135. As aparências são reparadas nas essências.
136. O aparente sentido único do tempo é compensando pelo
regresso interno às origens.
137. A decadência esconde o extase que a co-habita.
138. A relação Catástrofe/Anacatástrofe é a Homeostética.
139. Se a Nulitude é o fundo do Absoluto então toda a
degradação é relativa.
140. A aparência da degradação é o Mal. A reparação da
degradação é o Bem.
141. O sentimento de indegradável é o paradísiaco.
142. O sentimento de inalienável degradação é o inferno.
143. O sentimento de lenta reparação é o purgatório.
144. O sentimento de eterna insolubilidade é o limbo.
145. A Anacatástrofe propõe a aceleração do purgatório com
vista ao indegradável paradísiaco.
146. O infernal é necessário como afinação das capacidades
reparadoras e como co-produtor da complexidade galopante. O
infernal é dado como um modo suave de inferno, isto é, como
degradação reciclável.
147. Essa complexidade galopante é um efeito do retrocesso
através da Anacatástrofe.
148. Dessa complexidade nasce um efeito tranquilizador que se
assemelha à simplicidade.
149. Da mesma forma subsiste uma ânsia pela diversidade e
pela multiplicidade.
(tratado)
(Babstract)
(dos mitos)
(entrevista 2)
(Krisis e Manifestos)
(manifestos 2003)
Recordo-me que a leitura de Borges, de Plotino e de Adorno
por volta de 1981 criou em mim um gosto pelo delirio
conceptual. Como no poema: «metacatástrofe de excesso
enigmático» ( o termo «metacatástrofe» ou «anacatástrofe» é do
domínio homeostético, e quer dizer que há algo que é a
inversão das catástrofes, um pouco como a «neguentropia»). Ou
ainda «Pavão zero». O neutro e o nulo como algo
transbordante? A confusão voluntária que gosto de estabelecer
entre imagens e conceitos desagradará a um wittegensteiniano,
buscando clareza, ordem ou jogos, na linguagem. Mas quando
o jogo é precisamente o cruzamento de jogos, a provocação da
mestiçagem estamos perante os estéreis mas gloriosos
gongorismos, dando-se um preciosismo metafórico em que os
conceitos não passam de objectos metamorficos. Estes são
cozinhados com os efusiantes fumos da desordem.
(tradução do Spandakatika)
(sublimaquia)
Metacatástrofe
..............................
Metacatástrofe de excesso enigmático
enigma que regressa como arredores,
enigma que é de si mesmo o festim.
..................................................
Na terminologia insistiamos em termos ôcos e pomposos como
Metacatástrofe, o que queria dizer, mais ou menos, uma
catástrofe às arrecuas.
(suma homeostética)
(Canibalismo e vegetalização)
A importância da assimetria/dissimetria, da mistura, do
negativo, leva à criação de novos interditos (e da própria
novidade): proibir é orquestrar esquecimentos — mas será que
algo se perde? Será que a memória do “essencial” não fica
inscrita para sempre no fundo do pensamento? O esquecimento
é um parênteses no tempo. O que se esquece será rememorado.
A paródia, o exagero, o desregramento, a infracção, etc., são na
sua inevitabilidade a inscrição da metacatástrofe que renova.
(da inscrição)
catástrofe/simulacro = metacatástrofe/dissimulacro
Acontecimento/ Inacontecimento/Anacontecimento
(léxico grego-homeostético)
Esta Novidade não é a catástrofe, mas (preparem os binóculos!)
o para-além-da-catástrofe.
A Artephysis (notas)
(pré-homeostética rew)
KATHARSIS/KATASTROPHÉ/METAKATASTROFE
— Há um poema que começa assim Metacatástrofe de excesso
enigmático/ enigma que regressa como arredores,/enigma que é de si
mesmo o festim. A ideia de catastrofismo governou os anos 80, e
foi popularizada por uma não-leitura de René Thom, o eco
dóxico das suas teorias matemáticas respeitantes à emergência
das formas (vêr entrada Metacatástrofe). O catártico é sempre
sensível. A hamartia que pede a catástrofe deriva da
espectralização e dos jogos de espectros daí derivados. Escreve
surpreendentemente Almada Negreiros: É precisamente por o
homem não ter cumprido o cogniscível que cai em transcendência, e
em transcendência não há catarsis, desligaram-se-lhe a alma, o
espírito e o corpo, reina nele o mental em tirano. A catarsis do belo é
a terceira vez que o homem é parido; a primeira pela mulher; a
segunda com intervenção do parteiro Sócrates (maiêutica); a terceira
em que o próprio se dá à luz, nu e simples como da primeira vez (a
sagrada) três umbilicais serão cortados até que o próprio fique livre,
os dois últimos só podem ser cortados pelo próprio. É infinitament
emais fácil entrar no cognoscível do que sair depois de se ter servido
dele um homem. Apenas a catársis tem este poder. E com catársis
entramos no belo.
(léxicos)
(novela grega)
(diário pastiche)
(ficções conceptistas)
(a roda e o espelho)
Citações de outros/interpretações