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É fácil manter a fé em Deus quando a conta está no azul, a saúde vai bem e as
pessoas que você ama estão do seu lado. Mas e quando tudo isso vai embora? Será que é
possível manter a fé mesmo nas experiências mais difíceis da nossa vida? A pregação de
hoje tem o objetivo de revelar a essência da fé que tudo suporta. Por gentileza, abra sua
Bíblia no livro de Jó. Vamos recontar a história contida nos dois primeiros capítulos do
livro e em seguida descobrir seu significado para nossos dias.
Narração da história
Jó perdeu tudo: os seus bens, os seus dez filhos e sua saúde. Ele não entendeu
porque isso aconteceu na sua vida, afinal, ele era um homem bom. O fato de Jó ter
sofrido sem um motivo explícito nos chama à atenção. O problema da dor é um assunto
muito sensível que nos enche de perplexidade. Mas há algo mais surpreendente na
história: a fé de Jó. Que fé é essa que tudo suporta? Que fé é essa que consegue
sobreviver na mais profunda dor? Essa fé precisa ser estudada pela NASA e examinada
no microscópio. Qual sua composição? Qual é o seu diferencial? O que faz ela
funcionar tão bem?
Com base no texto bíblico é possível achar uma resposta: a fé de Jó não era
interesseira. Satanás estava errado. Ele achava que Jó servia a Deus por causa das
bênçãos que recebia, e não porque verdadeiramente amava seu Criador. Por isso que o
diabo retrucou dizendo “tire tudo dele, aí ele desistirá da fé”. Mas não foi isso que
aconteceu.
Existem dois tipos de fés: a fé interesseira e a fé despretensiosa. A primeira é
completamente centrada nas bênçãos; a segunda é completamente centrada no
abençoador. A fé interesseira não serve a Deus pelo que ele é, mas pelo que se pode
receber dele. A fé despretensiosa é diferente; ela existe para glória de Deus. Quem tem
uma fé interesseira diz: “Eu sirvo a Deus para que as coisas comecem a dar certo na
minha vida”; mas quem tem uma fé despretenciosa afirma “Eu sirvo a Deus porque ele
é a minha vida”. A primeira fé vive para ver as bênçãos, a segunda fé vive para ver o
próprio Deus. Mas como distinguir a fé interesseira da fé despretensiosa? Somente o dia
mal é capaz de revelá-las, pois somente uma delas permanece. A fé que se empolga com
as bênçãos, fissurada nas recompensas, não dura, mas a fé centrada no abençoador
permanece mesmo no olho do furacão.
Se você basear sua fé naquilo que você ganha ou perde, sua fé vai ser muito
inconstante e em breve morrerá, porque a vida é uma roda gigante: hora você tá em
cima, perto dos céus; hora você tá embaixo, perto do chão onde será enterrado. O
problema é que só enxergamos Deus participando da nossa vida quando estamos no alto
da roda gigante. Mas quando estamos embaixo, na miséria e no sofrimento, logo
questionamos: “onde está o Senhor?”. Sabe onde ele está? Ele está presente no dia bom
e no dia mal, no caos e na bonança, na alegria e na agonia.
Portanto, quando a dor bater na porta de sua casa, entrar e lá permanecer, isso
não significa que Deus está sendo mau, infiel ou injusto com você. O Senhor não está
em falta contigo. Ele continua misteriosamente benevolente. A fé interesseira sempre
acha que está faltando esta ou aquela bênção, mas a fé despretensiosa sabe que Deus
não lhe deve nada.
E parando pra pensar, o Senhor não é obrigado a visitar minha conta bancária,
nem a me dar saúde que quero e preservar a vida de quem me faz feliz ou até mesmo
preservar a minha própria vida. Ele não tem uma dívida comigo, pelo contrário, eu que
devo a minha vida a ele. Nós não devemos adorá-lo porque queremos algo dele, mas
porque ele nos quis primeiro.
Conclusão evangélica
A impressionante fé de Jó aponta para aquele que exercitou a fé despretensiosa
com perfeição. Jesus não serviu a Deus visando receber alguma recompensa. Ele nunca
exigiu nada, ele nunca achou que Deus lhe devia alguma coisa. Cristo se manteve fiel
no deserto aonde não havia pão, e se manteve fiel no madeiro aonde sentiu sede. Jesus
confiou na bondade de Deus até o fim. Em sua agonia no jardim, com a alma
profundamente abatida até a morte, suando sangue, ele disse: “que seja feita a tua
vontade e não a minha”. Com muita dor ele recebeu o mal da parte de Deus, mas ele
sabia que o Senhor poderia usar a sua tragédia para sua própria glória.
Foi justamente neste exercício perfeito da fé despretensiosa que ele, por mérito,
se tornou o nosso intercessor. Um intercessor completo e plenamente capaz de nos
ajudar. Ele tem currículo e repertório suficientes para nos preparar para a calamidade,
apaziguar nosso desespero e curar as dores mais sobre-humanas que você possa sentir.
Ele aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. Ele sabe o que é padecer. Ele foi
para cruz, visitou a sepultura, desceu ao mundo dos mortos, venceu a morte, quebrou os
grilhões, ressuscitou em glória e hoje vive para interceder por quem se aproxima de
Deus. Será que ele não é capaz de ajudar quem sofre? Jesus é o caminho que leva quem
sofre ao abençoador e o fio condutor que liga sua alma ao Deus da sua vida. E nele,
somente nele, a fé pode ser mantida, até mesmo quando nada resta nas mãos, a não ser
um caco de telha. O Senhor seja adorado!