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O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe confere os incisos V
e VI do artigo 87 e seu parágrafo único da Constituição Estadual e tendo em vista o disposto
na Lei nº 19.848, de 3 de maio de 2019 e o contido no protocolado nº 15.751.613-2 e, ainda,
considerando o disposto no § 4º do artigo 72 da Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de
1998; no § 1º do artigo 6º da Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; e, no Decreto
Federal nº 6.514, de 22 de julho de 2008;
considerando que a Lei nº 10.247, de 12 de janeiro de 1993, regulamentada pelo Decreto nº
2.320, de 20 de maio de 1993, atribui ao Instituto Ambiental do Paraná, nos termos da Lei nº
10.066, de 27 de julho de 1992, a fiscalização pelo cumprimento das normas federais e
estaduais de proteção ambiental, impondo as respectivas sanções administrativas decorrentes
de infração administrativa ambiental, aplicadas mediante lavratura de termos próprios;
considerando o Decreto Federal nº 9.760 de 11 de abril de 2019 que altera o Decreto Federal
nº 6.514 de 22 de julho de 2008;
DECRETA:
CAPÍTULO I
Do Programa de Conversão de Multa Simples em Serviço de Preservação, Melhoria e
Recuperação da Qualidade do Meio Ambiente.
Art. 1.º Fica instituído, no âmbito do Estado do Paraná, o Programa de Conversão de Multas
Ambientais, emitidas pelo órgão estadual ambiental emissor da multa integrante do Sistema
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.
Parágrafo único. A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria
e recuperação da qualidade do meio ambiente, excetuadas as multas decorrentes de infrações
ambientais que tenham provocado mortes humanas.
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I - Recuperação:
VI - Educação ambiental;
§ 2.º O disposto no § 1º deste artigo não se aplica aos assentamentos de reforma agrária,
aos territórios indígenas e quilombolas e às Unidades de Conservação, ressalvadas as Áreas de
Proteção Ambiental.
Art. 4.º Não caberá conversão de multa para reparação de danos decorrentes das próprias
infrações.
Art. 5.º O autuado poderá requerer a conversão de multa de que trata este Capítulo:
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Art. 6.º A conversão da multa se dará por meio de uma das seguintes modalidades, a ser
indicada em cada caso pelo órgão estadual ambiental:
II - Pela adesão do autuado a projeto previamente selecionado na forma de que trata o artigo
3º, observados os objetivos de que tratam os incisos I ao XI do caput do artigo 2º deste
Decreto.
§ 2.º A hipótese de que trata o inciso II do caput deste artigo fica condicionada à regulação
dos procedimentos necessários à sua operacionalização.
Art. 7.º O valor dos custos dos serviços de preservação, conservação, melhoria e recuperação
da qualidade do meio ambiente será igual ou superior ao valor da multa convertida.
I - Sessenta por cento, quando o requerimento for apresentado por ocasião da audiência de
conciliação ambiental;
II - Cinquenta por cento, quando o requerimento for apresentado até a decisão de primeira
instância; e
III - Quarenta por cento, quando o requerimento for apresentado até a decisão de segunda
instância.
§ 3.º O valor resultante do desconto não poderá ser inferior ao valor mínimo legal aplicável à
infração.
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§ 3.º Caberá recurso, no prazo de vinte dias, da decisão do Núcleo de Conciliação Ambiental
que indeferir o pedido de conversão da multa aplicada.
§ 5.º Caberá recurso hierárquico, no prazo de vinte dias, da decisão da autoridade julgadora
que indeferir o pedido de conversão da multa aplicada, na forma da Lei nº 10.247, de 12 de
janeiro de 1993 e Decreto Federal 6.514/2008.
§ 6.º Não caberá recurso da decisão da autoridade superior que indeferir o pedido de
conversão da multa aplicada.
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§ 5.º A efetiva conversão da multa se concretizará somente após a conclusão do objeto, parte
integrante do projeto, a sua comprovação pelo executor e a aprovação pelo órgão estadual
emissor da multa.
II - Na esfera civil, a execução judicial imediata das obrigações pactuadas, tendo em vista seu
caráter de título executivo extrajudicial.
Art. 10. Os extratos dos Termos de Compromisso celebrados serão publicados no Diário Oficial
do Estado do Paraná, pelo órgão estadual emissor da multa.
Art. 11. O órgão estadual emissor da multa definirá as diretrizes e os critérios para os
projetos a que se refere este Decreto e a forma de acompanhamento e fiscalização da
execução dos serviços prestados em decorrência das multas a serem convertidas.
Art. 12. O autuado que houver pleiteado a conversão de multa sob a égide do Decreto nº
10.221, de 27 de junho de 2018, em qualquer de suas modalidades, terá garantido o desconto
a que se refere o inciso I, do art. 7º deste decreto.
§ 1.º O autuado que não houver pleiteado a conversão de multa sob a égide do Decreto nº
10.221, de 27 de junho de 2018, poderá:
I - Pleitear a conversão da multa com cinquenta por cento de desconto, nos casos em que já
houve decisão administrativa em grau de defesa;
II - Pleitear a conversão da multa com quarenta por cento de desconto, nos casos em que já
houve deliberação administrativa em grau de recurso, até a inscrição em dívida ativa.
Art. 13. O órgão estadual emissor da multa estabelecerá, em regulamento próprio, as regras
para julgamento dos pedidos de conversão de multas que lhes forem dirigidos, respeitado o
disposto neste Decreto.
Art. 14. A critério do órgão estadual emissor da multa, o Programa de Conversão de Multas
poderá envolver a participação dos órgãos locais do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA, na seleção e no monitoramento dos projetos beneficiados, vedada a delegação a
esses entes do poder decisório quanto ao termo de compromisso firmado e aos seus efeitos.
CAPÍTULO II
Do Núcleo de Conciliação
Art. 16. A conciliação deve ser estimulada pela administração pública estadual ambiental, de
acordo com o rito estabelecido neste Decreto, com vistas a encerrar os processos
administrativos estaduais relativos à apuração de infrações administrativas por condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente.
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Parágrafo único. A intimação pessoal ou por via postal com aviso de recebimento deverá ser
substituída por intimação eletrônica quando houver concordância expressa do autuado e
tecnologia disponível que confirme o seu recebimento.
Art. 17. Por ocasião da lavratura do Auto de Infração, o autuado será notificado para,
querendo, comparecer ao órgão ou à entidade da administração pública estadual ambiental
em data e horário agendados, a fim de participar de audiência de conciliação ambiental.
§ 1.º A fluência do prazo para apresentação de defesa administrativa fica sobrestada pelo
agendamento da audiência de conciliação ambiental e o seu curso se iniciará a contar da data
de sua realização.
§ 2.º O sobrestamento de que trata o § 1º acima não prejudica a eficácia das medidas
administrativas eventualmente aplicadas.
Parágrafo único. O relatório de fiscalização será elaborado pelo agente autuante e conterá:
III - Os critérios utilizados para fixação da multa acima do limite mínimo, quando for o caso;
e
Art. 19. O Núcleo de Conciliação Ambiental será composto por, no mínimo, dois servidores
efetivos, sendo ao menos um deles integrante do órgão ou da entidade da administração
pública estadual ambiental responsável pela lavratura do Auto de Infração.
b) apresentar as soluções legais possíveis para encerrar o processo, tais como o desconto
para pagamento, o parcelamento e a conversão da multa em serviços de preservação,
melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente;
d) homologar a opção do autuado por uma das soluções de que trata a alínea “b” deste artigo.
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Art. 20. A conciliação ambiental ocorrerá em audiência única, na qual serão praticados os atos
previstos no inciso I do § 1º do artigo 19 deste Decreto, com vistas a encerrar o processo
administrativo de apuração da infração administrativa ambiental.
§ 2.º O autuado poderá apresentar justificativa para o seu não comparecimento à audiência
de conciliação ambiental, acompanhada da respectiva prova, no prazo de dois dias, contados
da data agendada para a audiência.
§ 3.º Fica a critério exclusivo do Núcleo de Conciliação Ambiental reconhecer como válida a
justificativa de que trata o § 2º acima e agendar uma nova data para a audiência de
conciliação ambiental, com devolução do prazo para oferecimento de defesa.
§ 4.º Não cabe recurso contra o indeferimento da justificativa de que trata o § 2º deste
artigo.
§ 5.º Desde que haja concordância do autuado, a audiência de conciliação ambiental poderá
ser realizada por meio eletrônico, conforme as diretrizes e os critérios estabelecidos em
Portaria conjunta do Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e do
dirigente do órgão estadual ambiental.
III - A certificação de que foram explanadas ao autuado as razões de fato e de direito que
ensejaram a lavratura do auto de infração, e que foram apresentadas as soluções possíveis
para encerrar o processo;
IV - A manifestação do autuado:
1. A indicação da solução legal por ele escolhida para encerrar o processo e os compromissos
assumidos para o seu cumprimento;
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§ 1.º O Termo de Conciliação Ambiental será publicado no sítio eletrônico do órgão estadual
ambiental, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua realização.
Art. 23. O autuado poderá, no prazo de vinte dias, contados da data da ciência da autuação,
apresentar defesa contra o Auto de Infração, cuja fluência fica sobrestada até a data de
realização da audiência de conciliação ambiental.
§ 2.º O desconto de trinta por cento de que tratam o § 2º do artigo 3º e o artigo 4º da Lei nº
8.005, de 22 de março de 1990, será aplicado sempre que o autuado optar por efetuar o
pagamento da multa, permitido o parcelamento.
Art. 24. Encerrada a instrução, o autuado terá o direito de manifestar-se em alegações finais,
no prazo máximo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. A autoridade julgadora notificará o autuado por via postal com aviso de
recebimento ou por outro meio válido que assegure a certeza de sua ciência, para fins de
apresentação de alegações finais.
Art. 25. A decisão da autoridade julgadora não se vincula às sanções aplicadas pelo agente
autuante, ou ao valor da multa, podendo, em decisão motivada, de ofício ou a requerimento
do interessado, minorar, manter ou majorar o seu valor, respeitados os limites estabelecidos
na legislação ambiental vigente.
Parágrafo único. Nos casos de agravamento da penalidade, o autuado deverá ser cientificado
antes da respectiva decisão, por meio de aviso de recebimento, para que se manifeste no
prazo das alegações finais.
CAPÍTULO III
Das Juntas Superiores de Julgamento de Recursos - JSJR
Art. 26. A Junta Superior de Julgamento de Recursos - JSJR, compete realizar o exame
preliminar e elaborar a proposta de decisão sobre os recursos administrativos dos autos de
infração ambiental, interpostos em face a decisão prolatada pelo órgão estadual ambiental.
Art. 27. A Junta Superior de Julgamento de Recursos - JSJR terá seu funcionamento,
composição, e rito regrados por Regimento Interno a ser proposto pelo Colegiado e editada
por meio de Resolução do Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo,
observada as diretrizes a seguir.
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III - O quórum para instalação das sessões da JSJR é de maioria simples de seus membros e
as decisões serão deliberadas pela maioria simples dos presentes.
§ 1.º Compete aos membros da JSJR realizar o exame preliminar e elaborar a proposta de
decisão sobre os recursos administrativos interpostos em face a decisão prolatada pelo órgão
estadual ambiental autuador que, depois de votada e aprovada, será deliberada pelo
Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.
§ 2.º As Câmaras Recursais poderão ser instituídas por Resolução da Secretaria de Estado do
Desenvolvimento e do Turismo, conforme necessidade, a fim de atender a demanda.
§ 3.º os membros indicados da JSJR, relacionados no inciso I deste artigo, serão designados
por ato do Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, para o
exercício de mandato de 2 (dois) anos, renovável por igual período.
Art. 28. O Presidente da JSJR será designado por ato próprio do Secretário de Estado do
Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, e lhe incumbirá:
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IV - Declarar-se impedido para julgar expedientes administrativos quando tiver sido parte
integrante da autuação administrativa em pauta.
Art. 31. A JSJR contará com uma Secretaria-Executiva, sob a coordenação do Presidente da
respectiva Junta.
Parágrafo único. A Secretaria a que se refere o caput deste artigo será estabelecido em
Regimento Interno de que trata o artigo 28 deste Decreto.
Guto Silva
Chefe da Casa Civil
MARCIO NUNES
Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo SEDEST
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