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Parafuso de Arquimedes

Josias Silva de Jesus1


Laciel Vitor Araújo1
Raimundo Nonato Costa Mendes1
Weslley Soares²

1. INTRODUÇÃO

As técnicas para o transporte de água foram mudando ao longo da história das


civilizações. Desde pegar água do rio, com o auxilio de vasilhas, até processos mais
complexos. A necessidade para agilizar essas tarefas atravessou gerações.

A evolução foi do balde com corda até bombas d’água. Muitos nomes importantes
de suas épocas fizeram contribuições para ajudar a facilitar essas atividades, Isaac
Newton, Leonardo da Vinci, Arquimedes entre outros. Arquimedes em especial construiu
diversas e engenhosas invenções que foram muito populares em sua cidade.

Uma das mais populares ficou conhecida como Parafuso de Arquimedes. Foi muito
utilizado nas irrigações para elevar a água de um para o outro. Com isso, este presente
trabalho tem o objetivo de construir um pequeno parafuso de Arquimedes e testar sua
funcionalidade e sua eficiência assim como, verificar suas vantagens e desvantagens.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Arquimedes

Provavelmente Arquimedes deve ser bem conhecido em muitas áreas do


conhecimento e pesquisa, e isso não é surpresa, pois ele é considerado um dos maiores
cientistas de todos os tempos e o maior matemático da antiguidade. “É comparável nos
tempos modernos apenas a Isaac Newton não apenas por desenvolver trabalhos
experimentais e teóricos de grande alcance, mas pelo brilhantismo e influência de sua
obra”. (Assis, 2008, p, 13-14)
Arquimedes (Figura 1) viveu de 287 a 212 a. C., nasceu e viveu a maior parte de
sua vida na cidade de Siracusa, Sicília, hoje atual Itália, nesse período era território
Grego. Filho de astrônomo seu nome se originava de duas palavras: arché, que significa
domínio; e medos, que significa mente. Segundo ainda Assis (2008) ele é detentor de
muitas descobertas e suas contribuições são em diversas áreas da ciência,
principalmente no princípio da estática e da hidrostática, como é dita na famosa história
contada por Vitrúvio (c. 90-20 a.C.) em seu livro sobre arquitetura.
1
Nome dos Acadêmicos.
2
Nome do Professor Tutor Externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (ENM0185) – Prática do Módulo II - 08/07/21
2

Figura 1. Retrato de Arquimedes.


Fonte: http://luznafisica.wikidot.com/cientistas-arquimedes

Essa história é citada em Assis (1996) e E. Mach (1960) a qual:


“Quando obteve o poder real em Siracusa, Hierão mandou, devido a
uma afortunada mudança em sua situação, que uma coroa votiva de
ouro fosse colocada em certo templo para os deuses imortais, que
fosse feita de grande valor, e designou para este fim um peso
apropriado do metal para o fabricante. Este, em tempo devido,
apresentou o trabalho ao rei, lindamente forjado; e o peso parecia
corresponder com aquele do ouro que havia sido designado para isto.
Mas ao circular um rumor de que parte do ouro havia sido retirada, e
que a quantidade que faltava havia sido completada com prata,
Hierão ficou indignado com a fraude e, sem saber o método pelo qual
o roubo poderia ser detectado, solicitou que Arquimedes desse sua
atenção ao problema. Encarregado deste assunto, ele foi por acaso a
um banho, e ao entrar na banheira percebeu que na mesma
proporção em que seu corpo afundava, saía água do recipiente. De
onde, compreendendo o método a ser adotado para a solução da
proposição, ele o perseguiu persistentemente no mesmo instante,
saiu alegre do banho e, retornando nu para casa, gritou em voz alta
que havia encontrado o que estava procurando, pois continuou
exclamando, eureca, eureca (encontrei, encontrei)!”

Dessa história acima citada, podemos ver o quão brilhante era Arquimedes, pois
medindo o volume de água transbordada do recipiente, ele saberia o volume da coroa e,
por sua vez a massa da coroa e se a mesma era feita de ouro ou não, apenas
comparando sua massa com a massa do ouro. Além de suas contribuições em teorias e
leis, Arquimedes em sua época era reconhecido por ser um inventor de máquinas e
muitas delas foram usadas em guerras.
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Pires (2016), “com seus conhecimentos matemáticos foi capaz de criar projetos de
grande importância tais como: balança hidrostática, alavancas, polias e o chamado
parafuso de Arquimedes, que ainda hoje é usado no Nilo” e seu princípio é usado para
transportar água de locais baixos para mais altos. Hoje, esse dispositivo ainda é utilizado
para irrigação de lavouras e bombeamento de sólidos e líquidos sem uso de bombas
elétricas.

2.2. O PARAFUSO DE ARQUIMEDES

Durante a história europeia a busca por água potável, por civilizações primitivas,
ocasionou uma necessidade em construção de aparelhos para seu manuseio, já que as
águas localizavam-se no subterrâneo. O primeiro sistema criado foi um balde atado a uma
corda, utilizado para retirada de água em poço, depois foi suspenso por um gancho e,
posteriormente, por uma roldana.

Seguindo essa necessidade Arquimedes criou o “Parafuso sem fim”, ou “parafuso


de Arquimedes”, considerados por muitos estudiosos o grande avanço das máquinas
hidráulicas. Esse engenho é formado por um parafuso colocado dentro de um cilindro oco
que pode ser visualizado semelhante a um plano inclinado, com uma inclinação variando
de 30° a 35° de elevação (figura 2). Ele podia ser operado manualmente ou acoplado a
um moinho ou outro mecanismo movido com os pés, como uma bicicleta.
Figura 2. Ilustração do Parafuso de Arquimedes.
Fonte: https://historia-do-brasil-e-do-mundo.hi7.co/parafuso-de-arquimedes-56c536824af79.html

Seu funcionamento consiste na elevação do nível de água através do movimento


rotativo, sendo aplicado quando as alturas de elevação não são tão elevadas e os caudais
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são significativos. Muito utilizado na engenharia sanitária, quer na elevação de águas


residuais de interceptores, quer em sistemas de elevação de estações de tratamento de
águas residuais (Gonçalves, 2015).

A parte mais baixa do parafuso é colocada na água e o parafuso é rodado. À


medida que a extremidade inferior roda, será arrastado um determinado volume de água,
que será conduzido durante o processo até sair na extremidade superior do tubo.

O principal objetivo deste trabalho é construir um parafuso de Arquimedes, utilizá-lo


para transferir líquidos entre dois pontos com elevações diferentes, bem como demonstrar
sua eficiência no transporte, seguindo roteiro fornecido pela disciplina de Seminário
Interdisciplinar da instituição UNIASSELVI.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. MATERIAIS

Os materiais utilizados neste trabalho foram dispostos no material didático “Diretriz


da Disciplina Seminário Interdisciplinar” disponível na trilha de aprendizagem na página
da UNIASELVI. Os materiais a seguir listados foram constituídos por aqueles já utilizados
para outras finalidades ou destinados à reciclagem, que são:

 1 pedaço de cabo de vassoura;


 1 mangueira transparente (5 mm de D);
 3 pedaços de madeira (sendo 1 para a base e 2 para os suportes);
 1 pedaço de palito de churrasco (10 cm);
 Uma tampinha de garrafa PET;
 2 fundos de garrafa PET;
 Martelo;
 Pregos pequenos;
 Cola instantânea.

3.2. METODOS
Para começar devemos montar o protótipo, de início usaremos os pedaços de
madeira para construir o suporte do equipamento. Prendemos os dois pedaços menores
(14x3 cm) na base (30x15 cm) usando os pregos pequenos, de modo que haja um
espaçamento entre eles de mais ou menos 6 cm e altura de 14 cm em relação à base.
Figura 3. Foto do suporte. 5
Fonte: Própria do autor.

Utilizando o pedaço de cabo de vassoura, com 30 cm de comprimento, e a


mangueira transparente foi montado o corpo do parafuso de Arquimedes. Com auxílio da
cola instantânea a mangueira foi fixada de forma espiral ao cabo, deixando uma parte do
cabo de vassoura livre para poder ser colocado aos suportes (figura 4).

Foi utilizado aproximadamente 28 cm de mangueira. Na parte do cabo com sobra


foi fixada a tampinha de garrafa PET com um pedaço de palito de churrasco atravessando
em um de seus cantos (figura 5).

Figura 4. Corpo do protótipo do Parafuso de Arquimedes.


Fonte: Própria do autor.
Figura 5. Parte de cima do Corpo do protótipo do Parafuso de Arquimedes. 6
Fonte: Própria do autor.

Para finalizar o equipamento, o parafuso foi preso nos suportes pela parte
contendo a tampinha, ficando a uma altura de 11 cm em relação à base. Próximo aos
suportes foi colocado um recipiente (fundo de garrafa PET) para coletar o líquido oriundo
da parte superior do parafuso e outro no extremo da base, utilizado como recipiente de
origem do líquido, como mostrado na figura 6.

Figura 6. Protótipo do Parafuso de Arquimedes finalizado.


Fonte: Própria do autor.
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Encontraremos a vazão ao botar o equipamento em uso manual por 1 minuto e


depois, medir a quantidade de líquido transportado para o coletor. O ângulo de inclinação
fica entre 30 – 40° para o tal usaremos 30°, logo podemos usar a razão seno para obter o
desnível:
h

x
θ senθ=
h

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a descrição detalhada da metodologia de construção do protótipo, serão


expostos aqui os dados de seu funcionamento obtidos com esse equipamento. Os dados
serão todos listados em uma tabela para melhor organização dos valores.

Primeiro foi calculado o desnível pela relação Seno, em seguida o equipamento foi
pesado e posto em funcionamento. No teste de vazão, o parafuso foi posto em
funcionamento manual durante 1 minuto e foram transportados 20 ml de líquido.
Terminado o tempo o volume obtido no coletor foi medido, os resultados obtidos e
calculados encontram-se na tabela a seguir:

Peso (Kg) Vazão fluido (l/min) Vazão Grãos (l/min) Desnível (cm)

0,35 0,02 X 10,5

Após realizar o teste de funcionamento foi possível verificar algumas vantagens sobre
este equipamento:
 Tem um modo fácil de operação;
 Uma vazão de líquido relativamente boa;
 Baixo custo de construção.
E claro também desvantagens:
 É aplicável apenas em pequenas alturas, no máximo 7 ou 8 metros (Fernandes,
2008, p. 9);
 Operante apenas em espaços horizontais e com decaimentos inclinados.
Apesar de ser antigo o parafuso de Arquimedes ainda é bem útil e sua
funcionalidade utiliza a inércia mecânica para transportar fluídos de um local baixo para
um mais alto. Embora possua desvantagens, essa máquina apresenta boa capacidade e
eficiência de transporte.
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5. REFERÊNCIAS

A. K. T. Assis. Arquimedes, o Centro de Gravidade e a Lei da Alavanca. 1ª ed..


Apeiron, Montreal, Canadá, 2008, p. 13-14.
A. K. T. Assis. Sobre os corpos flutuantes - tradução comentada de um texto de
Arquimedes. Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência, 1996, p. 69-80.
E. Mach. The Science of Mechanics - A Critical and Historical Account of Its
Development. Open Court, La Salle, 1960, p. 107.
FERNADES, M. C. M. Modelação Hidráulica da Exploração de um sistema Elevatório
de Águas Residuais. Relatório de Projeto para obtenção de grau de Mestre em
Engenharia Civil. Porto: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2008, p. 9.
GONÇALVES, N. R. V. Arejamento Colateral de Águas em Sistemas de Elevação por
Parafuso de Arquimedes. Dissertação de Mestrado em Eng. Sanitária, UNL, 2015, p. 24.
PIRES, C. S. O parafuso de Arquimedes, 2016, p. 3.

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