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* As opiniões expressas nos artigos e textos são de inteira responsabilidade dos respectivos autores.
Semestral.
Editor(es): Luciano Soares de Souza / Lourenço Magnoni Júnior et al.
ISSN online (2447-1518)
CDD 910
1.Ciência. 2.Tecnologia. I.Souza, Luciano Soares de. II.Título
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA:
Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS): Dr. João Luís Cardoso de Moraes - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Diretora Superintendente: Profª. Laura Margarida Josefina Laganá Me. Juliano Munhoz Beltani - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Vice-Diretora Superintendente: Profª. Drª. Emilena Lorenzon Bianco Dr. Lourenço Magnoni Júnior - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Coordenador de Ensino Superior de Graduação (CESU): Dr. Luciano Soares de Souza - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Rafael Ferreira Alves Me. Luiz Antonio Cabanas - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Coordenadora da Assessoria de Inovação Tecnológica: Me. Marcelo Martello - Fundação Educacional de Penapolis
Profª. Drª. Emilena Lorenzon Bianco Drª. Maria da Graça Mello Magnoni - Universidade Estadual Paulista - Bauru
Faculdade de Tecnologia de Lins (Fatec): Dr. Nailton Santos de Matos - Faculdade de Tecnologia de Barueri“Padre Danilo José de Oliveira Ohl”
Diretor: Prof. Dr. Luciano Soares de Souza Me. Osvaldo Contador Junior - Faculdade de Tecnologia de Jahu
Coordenador do Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas: Me. Otávia Feio Castro - Universidade Federal do Pará
Prof. Dr. Anderson Pazin Me. Rafael Belintani - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Coordenador do Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Programa Me. Samuel Stabile - Faculdade de Tecnologia de Araçatuba
de Articulação da Formação Profissional Média e Superior: Me. Sandro da Silva Pinto - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Prof. Dr. Fábio Lúcio Meira Me. Sérgio Miele Ruggero - Universidade Paulista UNIP
Coordenador do Curso de Tecnologia em Logística: Me. Thiago Seti Patricio - Universidade Estadual Paulista - Bauru
Prof. Dr. Eduardo Teraoka Tofoli
Coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão de Qualidade: Equipe de Revisão Técnico-Científica:
Prof . Me. Sandro da Silva Pinto Prof. Me. Anderson Pazin - Faculdade de Tecnologia de Lins (Fatec)
Coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial: Prof. Dr. Lourenço Magnoni Júnior - Faculdade de Tecnologia de Lins (Fatec)
Prof. Dr. André Ricardo Ponce dos Santos
Coordenador do Curso de Sistemas para Internet: Revisão de Português e Inglês:
Prof. Me. Adriano Bezerra Profª. Me. Elaine Valencise Hidalgo de Moraes - Faculdade de Tecnologia de Lins (Fatec)
Membros/Members:
Dr. Alciano Gustavo G. Oliveira - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Dr. Ana Carolina Cortez Noronha - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Dr. Anderson Pazin - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Dr. André Ricardo Ponce dos Santos - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Dr. Andrey Tarichi - Universidade Paulista UNIP - SJRP
Dr. Edio Roberto Manfio - Faculdade de Tecnologia de Garça
Me. Euclides Reame Junior - Faculdade de Tecnologia de Barueri“Padre Danilo José de Oliveira Ohl”
Drª. Fabiana Ortiz Tanoue Mello - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
Dr. Fernando Augusto Garcia Muzzi - Faculdade de Tecnologia de Lins“Prof. Antonio Seabra”
ISSN 2447-1518
Sumário
Carta ao Leitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Artigos
Aproveitamento do jatobá como recurso florestal não madeireiro no espigão divisor aguapeí/peixe. Perspectiva para exploração econômica e
estruturação da cadeia de valor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
André Ricardo Ponce dos Santos • Jéssica Maria Andrade Silva • Thamires Juliana Alves Paulino • Fernanda Ticianelli de Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo . . . . . . 187
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte 204
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda Ticianelli de Oliveira Doná
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253
João Vitor Sampaio Sutti Lopes • Richard Felicio Barboza • Eduardo Teraoka Tofoli
ISSN 2447-1518
Index
Letter to the Reader . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Articles
Using jatobá as a non-timber forest resource on the divider spike aguapeí/peixe. Perspective for economic exploration and structuring of the
value chain . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
Results management with emphasis on formation of sales price in an ice cream industry . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
André Ricardo Ponce dos Santos • Jéssica Maria Andrade Silva • Thamires Juliana Alves Paulino • Fernanda Ticianelli de Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
Concepts and guidelines for performance indicators to assist in decision making . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179
Lucas Rubira Oliveira • Demerval Rogério Masotti
An analysis of the use of electronic commerce among students at a technological education institution in the interior of the State of São Paulo 187
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
The preparation of tax planning as a contribution in a decision-making process: a case study in a small industry . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda Ticianelli de Oliveira Doná
Proposal for a quality management system in a tannery in the heartland of Sao Paulo State . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
The importance of layout in business productivity: a case study at Newdrop company . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
O ano de 1999 ficou marcado por fazer a passagem para os anos 2000 do século XXI que
chegaram carregados de expectativas sobre novas possibilidades e mudanças em diversas frentes
para a humanidade. Porém, já se passaram praticamente quase 23 anos e o contexto econômico,
político, social e ambiental do Planeta Terra se agravou consideravelmente ao invés de melhorar.
Então, para que possamos construir um outro mundo possível e viável nas próximas
décadas do século XXI, teríamos que investir massivamente na educação para promover
o avanço das inovações científicas, tecnológicas e informacionais e provocar mudanças e
transformações significativas no cotidiano das empresas, das pessoas, dos grupos sociais e da
sociedade como um todo, promovendo a emergência de novos paradigmas na prática social,
produtiva e ambiental no meio urbano e rural.
Num novo contexto de mundo e sociedade mais equilibrados, a articulação de políticas
públicas e os investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia, informação e inovação
seriam essenciais para o desenvolvimento de práticas econômicas capacitadas para promover
mudanças nos processos produtivos, melhorando sua eficiência para reduzir o uso de recursos
naturais, reciclando os resíduos produzidos no meio urbano e rural, combatendo a desigualdade
social e a exclusão digital.
Sendo assim, é sabido que as ideias de desenvolvimento, de progresso material e social vigentes
no mundo globalizado, são conceitos oriundos das primeiras décadas da modernidade Industrial. Em
pleno do século XXI, ainda são utilizados como parâmetros para balizar a “opinião pública” em relação
a distribuição das riquezas entre as nações, os indicadores econômicos e de bem-estar, de cultura e
civilidade dos povos. Portanto, ao deslocarmos dos domínios do senso comum, percebemos que na
atualidade o insumo mais estratégico para os países ricos e alguns “emergentes”, é o investimento
em educação para termos um contexto científico robusto para desencadear o desenvolvimento de
pesquisas de ponta geradoras de tecnologias e inovações para serem aplicadas nos setores vitais da
produção industrial/agroindustrial e o preservar o meio ambiente.
Conectada neste contexto de mundo, a Faculdade de Tecnologia de Lins ao longo de
seus mais de dez anos de existência tem procurado desenvolver um conjunto de ações técnico-
científicas e didático-pedagógicas com o intuito de promover o ensino, a pesquisa e a extensão
universitária, visando à disseminação e à mobilidade do conhecimento científico, tecnológico e à
inovação em Informática, Gestão e áreas afins.
A Revista de Ciência e Tecnologia é um espaço de difusão para todas as ideias e tendências
acadêmicas, técnicas, científicas e práticas em debate nos Cursos de Tecnologia em Análise
e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da Produção Industrial, Gestão da Qualidade, Jogos
Digitais, Logística e áreas afins, visando sua divulgação e consolidação como veículo plural de
comunicação. Nessa direção, sempre estará aberta às ações que ponham a ciência e a tecnologia
brasileira próxima dos que buscam a construção de um Brasil moderno e justo. Assim sendo, os
artigos que integram esta edição lançam importantes reflexões para a compreensão da complexa
dinâmica da ciência, da tecnologia, da informação e da inovação do mundo globalizado.
O lançamento desta edição da revista da Fatec Lins é feito sob as luzes do profícuo debate
intelectual que iluminará as reflexões de autores de diversos espectros ideológicos durante a sua
existência enquanto publicação de difusão de conhecimento formal sistematizado e apurado.
Os Editores
138 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
LETTER TO THE READER
TThe year 1999 was marked by the transition to the 2000s of the 21st century, which
arrived full of expectations about new possibilities and changes on several fronts for humanity.
However, almost 23 years have passed, and the economic, political, social and environmental
context of Planet Earth has worsened considerably instead of improving.
So, in order for us to build another possible and viable world in the next decades of the
21st century, we would have to invest massively in education to promote the advancement of
scientific, technological and informational innovations and bring about significant changes and
transformations in the daily lives of companies, people, social groups and society as a whole,
promoting the emergence of new paradigms in social, productive and environmental practice in
urban and rural areas.
In a new context of a more balanced world and society, the articulation of public policies
and public and private investments in science, technology, information, and innovation would be
essential for the development of economic practices capable of promoting changes in production
processes, improving their efficiency to reduce the use of natural resources, recycling waste
produced in urban and rural areas, combating social inequality and digital exclusion.
Therefore, it is known that the ideas of development, of material and social progress in force
in the globalized world, are concepts originating from the first decades of industrial modernity. In
the 21st century, economic and well-being, culture and civility indicators of people are still used
as parameters to guide “public opinion” in relation to the distribution of wealth among nations.
Therefore, when we move beyond the domains of common sense, we realize that currently the
most strategic input for rich countries and some “emerging” countries is investment in education
so that we have a robust scientific context to trigger the development of cutting-edge research that
generates technologies. and innovations to be applied in vital sectors of industrial/agro-industrial
production and preserving the environment.
Connected in this world context, the Faculty of Technology of Lins, over its more than 10
years of existence, has sought to develop a set of technical-scientific and didactic-pedagogical
actions with the intention of promoting teaching, research, and university extension, aiming at
dissemination and mobility of scientific, technological and innovation in Informatics, Management,
and related areas.
The Journal of Science and Technology is a space for dissemination for all academic,
technical, scientific, and practical ideas and tendencies in debate in the Technology Courses in
Analysis and Systems Development, Industrial Production Management, Quality Management,
Digital Games, Logistics, and related areas, aiming at its dissemination and consolidation as a
plural vehicle of communication. In this direction, it will always be open to actions that put Brazilian
science and technology close to those that seek the construction of a modern and fair country.
Thus, the articles that make up this second edition launch important reflections to understand the
complex dynamics of science, technology, information, and innovation in the globalized world.
The launch of this edition of the Fatec Lins Journal is done under the lights of the prolific
intellectual debate that will illuminate the reflections of authors of various ideological specters during
its existence as a publication of the dissemination of formal and systematized formal knowledge.
The Editors
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 139
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
ABSTRACT: Preliminary studies are presented regarding the economic viability of using the
native Jatobá fruit (Hymenaea courbaril) as a non-timber forest resource, on the Aguapeí/Peixe
divide. The jatobá’s area of occurrence extends from Mexico to central-southern Brazil, present
in several tropical biomes. This work considers a small spatial section located in the extreme
1 Doutora em Geografia, com pesquisa em desenvolvimento regional. Professora do Centro Universitário de Adamantina
e coordenadora do Projeto Jatobá. E-mail: izabelcastanha@fai.com.br.
2 Doutor em Administração. Professor do Centro Universitário de Adamantina e da FATEC Lins. E-mail: reinaldo.
nocchi@fatec.sp.gov.br.
3 Doutorando em Agronegócio e Desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação da UNESP/Tupã. Economista e
professor do Centro Universitário de Adamantina.
140 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Aproveitamento do jatobá como recurso florestal não madeireiro no espigão divisor aguapeí/peixe.
Perspectiva para exploração econômica e estruturação da cadeia de valor
west of São Paulo, called Nova Alta Paulista, an area originally covered by the Atlantic Forest.
The studies considered 50 trees, with the annual insertion of another 10 individuals, taking into
account the species’ production in alternate years. Among the various by-products provided by
Jatobazeiro, only flour was considered to carry out the calculations. Of trivial use in cooking, it
constitutes an input to enrich traditional recipes and high-value foods, such as vinegar, syrup,
recipes for people with dietary restrictions, among others. It is concluded that the exploitation
of this forest resource is profitable and can provide extra income to small rural landowners,
since collection and processing are activities that are easy to carry out. Some of the drawbacks
are the limited availability of fruits (the trees produce biennially) and the delay for new trees to
begin producing. As for demand, this is a market still under construction, but which shows great
potential, especially in times of appreciation for healthy eating and environmental responsibility in
the face of the contemporary climate crisis.
Keywords: Jatobá. Non-timber forest resource. Economic exploitation. Productive chain. Divider
spike Aguapeí Peixe.
INTRODUÇÃO
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 141
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
142 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Aproveitamento do jatobá como recurso florestal não madeireiro no espigão divisor aguapeí/peixe.
Perspectiva para exploração econômica e estruturação da cadeia de valor
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 143
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entende-se por cadeia produtiva o “conjunto das atividades que envolvem a transformação de
matéria-prima em produto pronto, incluindo sua distribuição ao consumidor” (nomus.com.br, 2023).
Considera-se a farinha de jatobá como produto florestal não madeireiro (ARAÚJO, 2011)
e sua exploração, em especial no estado de São Paulo, requer organização da cadeia produtiva,
indo desde o mapeamento das árvores remanescentes, a produção e plantio de mudas para
a ampliação da oferta de matéria prima, a mobilização para a coleta, a estruturação do local e
de técnicas para a despolpa e a torra, o envasamento, a etiquetagem, a logística que perpassa
todas as etapas e os canais de distribuição até a venda, quer seja na condição de insumo (B2B
ou B2G) ou ao consumidor final (B2C).
144 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Aproveitamento do jatobá como recurso florestal não madeireiro no espigão divisor aguapeí/peixe.
Perspectiva para exploração econômica e estruturação da cadeia de valor
Tabela 1. VENDAS
Tabela 2. CUSTOS
Custos Fixos
Descrição Projeção Mensal Projeção Ciclo - 4 meses
Mão de obra operacional R$ 4.224,00 R$ 16.896,00
Depreciação R$ 847,95 R$ 3.391,80
Manutenção/Conservação R$ 38,27 R$ 66,67
Aluguel veículos R$ 5.000,00 R$ 20.000,00
Eventuais R$ 1.200,00 R$ 4.800,00
Total Custos fixos R$ 11.310,22 R$ 45.154,47
continua
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 145
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
continuação
Item Valor
Custo fixo R$ 45.154,47
Receita total R$ 273.720,00
Custo variável R$ 79.159,19
Ponto de equilíbrio R$ 63.526,06
Base: valores do ciclo de 4 meses
Fonte: Elaborado pelos autores.
146 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Aproveitamento do jatobá como recurso florestal não madeireiro no espigão divisor aguapeí/peixe.
Perspectiva para exploração econômica e estruturação da cadeia de valor
Item Valor
Lucro Líquido ano 01 R$ 142.247,21
Lucro Líquido ano 02 R$ 143.906,52
Lucro Líquido ano 03 R$ 164.352,96
Lucro Líquido ano 04 R$ 186.851,63
Lucro Líquido ano 05 R$ 211.628,27
Lucro Líquido ano 06 R$ 238.113,16
Lucro Líquido ano 07 R$ 266.435,27
Lucro Líquido ano 08 R$ 297.872,81
Lucro Líquido ano 09 R$ 332.768,49
Lucro Líquido ano 10 R$ 371.502,69
Lucro Líquido Total R$ 1.087.099,75
Item Valor
Lucro líquido Médio R$ 181.183,29
Investimento Total R$ 107.250,27
Índice de Rentabilidade 169%
Fonte: Elaborado pelos autores.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 147
Izabel Castanha Gil • Reinaldo de Oliveira Nocchi • Rogério Buchala
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
148 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Aproveitamento do jatobá como recurso florestal não madeireiro no espigão divisor aguapeí/peixe.
Perspectiva para exploração econômica e estruturação da cadeia de valor
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 149
André Ricardo Ponce dos Santos • Jéssica Maria Andrade Silva • Thamires Juliana Alves Paulino • Fernanda Ticianelli de
Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
RESUMO: Em um cenário em que a gestão está voltada para os resultados de suas atividades,
o efetivo controle dos gastos operacionais é de suma importância para as empresas. Ele auxilia
no processo de formação de preço de venda e, por conseguinte, analisa se tal preço aplicado
é suficiente para cobrir seus custos e despesas. Não obstante a isso, este trabalho objetiva
apresentar um modelo de gerenciamento de resultados em uma indústria de pequeno porte
situada no interior do estado de São Paulo. Para cumprir tal objetivo, foi realizada uma revisão
da literatura, com vistas a resgatar os principais conceitos sobre o assunto. Para consolidar este
trabalho, foi realizado um estudo de caso em que foi possível identificar que a empresa opera
atualmente um lucro de 15% (quinze porcento) sobre cada produto vendido. Com isso, foram
evidenciados a margem de contribuição unitária e total, o percentual dos custos e despesas
fixas, operacionais e financeiras, os impostos para o cálculo do Markup e análise do Custo-
Volume-Lucro. Por fim, foi apresentada a análise do Markup final com a precificação ideal.
1 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins “Prof. Antonio Seabra” e do UniSALESIANO de Lins. E-mail: anrsantos@
uol.com.br.
2 Graduada em Ciências Contábeis pelo UniSALESIANO Lins. E-mail: jessicamariaandradesilva@gmail.com.
3 Graduada em Ciências Contábeis pelo UniSALESIANO Lins. E-mail: talves491@gmail.com.
4 Docente da E.E. Fernando Costa de Lins e discente Programa de Pós-graduação em Docência para Educação Básica –
FC/UNESP de Bauru. E-mail: fernanda.ticianelli@yahoo.com.br.
5 Docente da Escola Técnica Estudual (Etec) de Lins e discente Programa de Pós-graduação em Docência para Educação
Básica – FC/UNESP de Bauru. E-mail: luiseduardo.dona@yahoo.com.br.
150 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
total contribution margin, the percentage of fixed, operational and financial costs and expenses,
the taxes for calculating the markup and cost-per-profit cost analysis. Finally, the analysis of the
final markup with the ideal pricing was presented.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que, nos dias de hoje, os gestores buscam obter informações que possam
subsidiá-los em suas tomadas de ações. No entanto, para que essas informações possam
cumprir tal função, torna-se importante e necessário que os dados obtidos para a geração dessas
informações sejam construídos de forma correta, visto que qualquer irregularidade poderá
impactar diretamente na formação do preço de venda. Este, por sua vez, pode ser considerado
a base para a geração de dados gerenciais, pois é de interesse dos empresários que todos os
produtos por eles comercializados consigam suprir os respectivos custos e despesas e, ainda,
tenham boa margem de contribuição para o lucro da organização.
Neste contexto, o markup é um método de formação de preço de venda, que tem como
base os custos e despesas, que a empresa se dispõe para colocar à venda de um determinado
produto/serviço.
Diante do exposto, este trabalho, em um primeiro momento, parte de elaboração de um
modelo de formação de preço de venda. Para tanto, elaborou-se um modelo de gerenciamento
de resultados, proporcionando aos gestores informações relacionadas à estrutura de seus
gastos, assim como margem de contribuição, ponto de equilíbrio entre outras.
Acredita-se que com o método proposto foi possível identificar os impactos causados no
patrimônio da empresa que podem ser também decorrentes das imperfeições cometidas na
formação do preço de venda identificadas nesta pesquisa.
REVISÃO TEÓRICA
Em uma gestão de custos, é importante que o gestor tenha uma percepção correta sobre as
terminologias incidentes no gerenciamento dos custos. Nos tópicos a seguir, serão apresentadas
as principais terminologias utilizadas.
Custos
Os custos tratam-se dos gastos da empresa com o produto final e estão diretamente
ligados a aquisições ou produções de mercadorias cujo objetivo é sua revenda ou transformação.
No ponto de vista de Yanase (2018), pela apuração do custo, pode-se encontrar o preço
de venda e, a ele, agregados outros custos e despesas decorrentes das vendas. Mesmo que
o preço de venda seja definido pelo mercado ou pela concorrência, o conhecimento de sua
composição é fundamental. Sendo assim, o custo nada mais é que o gasto em bens ou serviços
empregados para produzir outros bens ou serviços.
Custo direto
O custo direto geralmente é composto pela matéria prima ou mão de obra; são aqueles
que podem ser apropriados de maneira clara e objetiva pelos produtos elaborados.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 151
André Ricardo Ponce dos Santos • Jéssica Maria Andrade Silva • Thamires Juliana Alves Paulino • Fernanda Ticianelli de
Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
Custo Indireto
Custo Variável
Os custos variáveis constituem-se dos itens dos custos que guardam proporcionalidade em
relação ao volume de produção. Ou seja, caso a produção seja “zero”, não existirá o consumo”
de recursos variáveis.
Ainda de acordo com Padoveze (2003), tomando como referencial o volume de produção
ou vendas, os custos variáveis são aqueles que, em cada alteração da quantidade produzida,
terão uma variação direta e proporcional em seu valor, ou seja, se a quantidade produzida
aumentar ou diminuir, o custo aumentará ou diminuirá na mesma proporção.
Custo Fixo
Com relação aos custos fixos em certo parâmetro de produção, eles mantêm-se inalterados,
mesmo porque serão fixos até sua capacidade de produção.
Custos fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido.
Por exemplo: aluguel, seguro da fábrica etc. Um aspecto importante a ressaltar é que os
custos são fixos dentro de determinada faixa de produção e, em geral, não são sempre
fixos, podendo variar em função de grandes oscilações no volume de produção. É um
custo fixo no total, mas variável nas unidades produzidas. Quanto mais produzir, menor
será o custo por unidade (CREPALDI, 2009, p. 9).
152 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
Despesas
As despesas são gastos em bens ou serviços necessários para que a entidade transforme
custos em receitas. Em outras palavras, segundo Santos (2011), as despesas são itens que
reduzem o Patrimônio Líquido e que tem a característica de representar sacrifícios no processo
de obtenção de receitas.
As despesas podem ser classificadas entre despesas fixas e despesas variáveis. No caso
das despesas fixas, de acordo com Schier (2006), são aquelas que permanecem constantes
dentro de determinada faixa de atividade geradora de receitas e independem do volume de vendas
ou de prestação de serviço. Citam-se, como exemplo, os salários administrativos, despesas
financeiras, entre outras, pois independente do seu volume de receitas, elas permanecerão.
No caso das despesas variáveis, ainda segundo Schier (2006), elas são o contrário
das fixas, visto que são aquelas que variam proporcionalmente com o volume de receitas. Um
exemplo pode ser as comissões sobre as vendas.
Este tipo de formação de preço parte da premissa de que os empreendimentos, de modo natural,
procuram aumentar seus lucros com base no conhecimento da curva de demanda de mercado.
Santos (2011) enfatiza que pela Teoria Econômica, quem estabelece o preço dos produtos
e/ou serviços é o mercado. Segundo o autor, torna-se desnecessário (nesta condição de modelo)
o cálculo dos custos e, consequentemente, a formação de preços com base nele (custos). Ainda,
segundo o autor, a empresa deve analisar corretamente o preço de mercado do produto tomando
como base o preço dos concorrentes existentes ou pesquisas de mercado.
Este método é considerado o que possui retorno justo, em que os custos serão agregados
na margem do lucro dos produtos e serviços. O ponto de partida da fixação do preço baseada
em custos parte das seguintes indagações: quanto custa para produzir determinado produto ou
serviço, e qual o preço ideal para suprir este custo e ainda obter lucro?
A formação do preço de venda baseado em custos está diretamente ligada às necessidades
da empresa. É também utilizada para avaliar a rentabilidade dos investimentos realizados para
a venda de produtos ou prestação de serviços. Diante disso, o custo é um fato de extrema
importância para formar o preço, uma vez que se a empresa não tiver capacidade de supri-los, a
empresa provavelmente não permanecerá ao mercado.
Dentre alguns métodos de formação do preço de venda, o mais conhecido é o Markup;
trata-se de uma metodologia para o cálculo do preço de venda partindo do “custo” de cada
produto. Santos (2011) explica que a partir do custo unitário aplica-se um multiplicador que
contemple todos os elementos formadores de custos.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 153
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Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
Esse método tem muita utilidade pois serve para dois propósitos: estabelecer o preço ideal
para o produto ou serviço e calcular a viabilidade do preço de mercado. Basicamente, utiliza-se
o seguinte conceito de Markup.
Uma vez que o lucro desejável esteja definido, o gestor tem condições de confrontar seus
fatores internos de produção com o que o mercado está apresentando.
No Markup, um dos pontos mais relevantes é a margem de lucro que é inclusa em seu cálculo.
Esta margem varia bastante de empresa para empresa, dependendo de vários fatores, como:
a) ramo de atuação da empresa;
b) rentabilidade do capital próprio;
c) tipo do produto;
d) competitividade do setor; e
e) grau de alavancagem operacional.
Além disso, para a definição da margem de lucro, devem ser levados em consideração os
objetivos e cultura da empresa, ambiente em que está inserida e participação dos empregados.
A base mais comum para determinação da margem de lucro mínimo é a rentabilidade do
próprio capital, ou seja, a rentabilidade do patrimônio líquido, subtraído dos impostos. Assim,
fatores externos podem ajudar a atingir a margem de lucro ideal. Um dos parâmetros básicos é
a utilização da taxa da poupança, ou ainda as taxas de juros cobradas no mercado financeiro.
154 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
Os custos e despesas serão decompostos em suas parcelas fixas e variáveis para que
seja viável projetar o lucro operacional e possibilitar obter respostas às variações nos
níveis de produção, vendas e nos preços. (DULBOIS; KULPA; SOUZA, 2008, p. 175)
Assim entender o comportamento dos custos permitirá aos gestores preverem os lucros,
quando os volumes de produção e de venda sofrem alterações. Este comportamento está ligado
ao que muda nos custos quando a atividade muda.
Margem de contribuição
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 155
André Ricardo Ponce dos Santos • Jéssica Maria Andrade Silva • Thamires Juliana Alves Paulino • Fernanda Ticianelli de
Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
valor. Com esse valor, multiplicado pelo total vendido, obtém-se a contribuição marginal total de
cada produto para a empresa.
Ponto de equilíbrio
Objetiva determinar a quantidade mínima que a empresa deve produzir e vender. Abaixo
dessa quantidade de produção e vendas, seguramente, a empresa estará operando com prejuízo.
A fórmula do ponto de equilíbrio em quantidade é a seguinte:
156 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
O preço de venda unitário também pode ser responsável por variações no ponto de
equilíbrio, porém no sentido contrário às variações causadas pelos custos fixos e variáveis.
O aumento no preço de venda unitário faz com que haja redução do ponto de equilíbrio,
enquanto a redução do preço de venda unitário aumenta o ponto de equilíbrio, obrigando a
empresa a vender maiores quantidades para suprir seus custos e despesas.
ESTUDO DE CASO
O estudo de caso foi realizado em uma indústria de sorvetes situada no interior do estado de
São Paulo. Diante da diversidade de produtos industrializados e comercializados pela empresa,
foram analisados 3 principais produtos comercializados pela empresa, sendo eles:
a) sundae duas bolas;
b) sundae três bolas; e
c) banana split.
Para elaboração desta etapa, foram elencados todos os produtos que são produzidos pela
empresa, juntamente aos preços de venda, conforme apresenta a Tabela 1.
Um ponto importante a salientar é que, por se tratar de um produto perecível, a quantidade
produzida é igual à vendida, premissa esta que foi utilizada no modelo proposto.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 157
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158 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
Por meio da inclusão dos insumos, conforme a Tabela 2, foram indicadas as quantidades
exatas para montar cada produto, seguindo a padronização de cada um. Este procedimento
também é conhecido como “estruturação do produto”. Os dados coletados na tabela acima foram
obtidos por meio da pesagem indicada pelos gestores.
Utilizando a cobertura como exemplo, foi adquirida uma quantidade de 15,6 kg (quinze
quilos e seiscentos gramas), em que cada kg custa R$ 8,21 (Oito Reais e Vinte e Um Centavos),
totalizando um valor a pagar de R$ 128,08 (cento e vinte e oito reais e oito centavos).
A seguir, são apresentados os custos fixos, despesas financeiras e despesas operacionais.
Os custos fixos são aqueles que não sofrem alterações conforme o volume de produção. Estes
existem e precisam ser honrados independentemente da quantidade produzida e vendida.
CUSTOS FIXOS
Energia Elétrica 5.057,98
Internet 290,68
Telefone 160,68
Combustível 2.880,00
Demais gastos 7.480,64
Total 15.869,98
DESPESAS FINANCEIRAS
Despesas Financeiras 2.661,37
Total 2.661,37
DESPESAS OPERACIONAIS
Manutenção de equipamentos 555,95
Total 555,95
Fonte: Elaborado pelos autores (2022).
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 159
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A apuração dos custos fixos realizada pela empresa foi subdividida em custos fixos e/
ou indiretos; isto porque não tem ligação direta com o produto. Já as despesas financeiras
contemplam as despesas bancárias, juros de empréstimos e boletos e aluguel de máquina de
cartão. Por fim, as despesas operacionais envolvem os gastos que estão relacionados à área de
apoio da empresa.
Custo Variável
Para a realização do cálculo do custo variável, foi elaborada a Tabela 5 a seguir, sendo
responsável por apresentar a margem de contribuição unitária por produto. A Tabela 5 gera
valores monetários e em porcentagem, possibilitando que a empresa obtenha uma visão sobre
qual produto contribui melhor para obtenção do lucro desejado.
CUSTOS VARIÁVEIS
Sorvete (Referencia feijoada) 3,48 31,6% 5,22 37,3% 5,22 37,3%
TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS 4,12 37,5% 5,96 42,6% 6,45 46,1%
160 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
CUSTOS VARIÁVEIS
Sorvete (Referencia feijoada) 302,76 31,6% 73,08 37,3% 271,44 37,3%
TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS 358,17 37,4% 83,47 42,6% 335,27 46,1%
Estrutura de Custos
Demonstração do Resultado
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 161
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Devido ao nível dos custos estarem elevados, o resultado operacional líquido, conforme
indicado na Tabela 7, encontra-se negativo, demonstrando que a empresa necessita atentar-se
aos custos e despesas para verificar o que é possível reduzir.
MARKUP
Tabela 8. Markup I.
SUNDAE 2 SUNDAE 3
Descrição BANANA SPLIT
BOLAS BOLAS
Preço de Venda Unitário c/ Tributos 100% 100% 100%
Despesas Operacionais 0,0000% 0,0000% 0,0000%
Despesas Financeiras 4,6817% 4,6817% 4,6817%
Margem de Lucro Desejada 15,00% 15,00% 15,00%
Participação do Custo Unitário 80,32% 80,32% 80,32%
MARK-UP I 1,2450 1,2450 1,2450
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
Para o cálculo do Markup I, foi utilizado o percentual representativo de cada custo e despesa,
subtraído ao percentual do preço de venda que equivale a 100%. Dividindo o resultado pelos
mesmos 100%, obtém-se o resultado que determina índice do preço de venda antes dos impostos.
Já o Markup II parte do índice do preço de venda sem impostos, para alcançar o índice
do preço de venda com impostos. A empresa é tributada pelo regime de apuração do Simples
Nacional e, no mês objeto de estudo, enquadrou-se na quarta faixa tendo como percentual
8,04%, conforme consta na Tabela 9.
162 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gerenciamento de resultados com ênfase na formação do preço de venda em uma indústria de sorvetes
Na elaboração do Markup final, Tabela 10, são utilizados os índices e percentuais dos
Markups I e II, para apuração do preço ideal de venda, considerando os impostos. Tomando como
base o Sundae duas bolas, o preço atualmente praticado pela empresa é de R$ 11,00, porém, após
a elaboração e análise das tabelas acima citadas, podemos observar que o preço ideal para cobrir
todas as despesas e obter a margem de lucro desejada para este produto seria de R$ 21,99.
Partindo da premissa de que com base nos gastos que a empresa tem (custos e despesas),
para que ela possa obter um lucro de 15%, o preço ideal de venda para o Sundae duas bolas,
seria de R$ 22,00. Assim, caberá aos proprietários a decisão entre aumentar o preço de venda,
aumentar o volume de vendas dos produtos ou reduzir os gastos da empresa.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 163
André Ricardo Ponce dos Santos • Jéssica Maria Andrade Silva • Thamires Juliana Alves Paulino • Fernanda Ticianelli de
Oliveira Doná • Luis Eduardo Doná
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de curso. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
DUBOIS, A.; KULPA, L.; SOUZA, L. E. Gestão de custos e formação de preços: abordagem
do capital de giro e da margem de competitividade. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de Custeio Comparados: custos e margens analisados
sob diferentes perspectivas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015
PADOVEZE, C. L. Curso básico gerencial de custos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
SANTOS, A. R. P. Proposta de um modelo de mensuração baseado no modelo GECON para
avaliação dos resultados decorrentes da otimização de uma linha de produção usando a
TOC: um estudo de caso em uma indústria moveleira. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia
de Produção) Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, Universidade Metodista de
Piracicaba, Santa Bárbara D’Oeste-SP.
SCHIER, C. U. C. Gestão de Custos. Curitiba: Ibpex, 2006.
TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. – São José do Rio Preto. Raiz gráfica e
editora, 2012.
YANASE, J. Custos e formação de preço. São Paulo. Trevisan Editora, 2018. [Minha
biblioteca]. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595450257/
cfi/31!/4/4@0.00:54.3>.
164 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
ABSTRACT: The objective of the study is to standardize standards between Quality Assurance
Inspectors and Industrial Maintenance Technicians related to the Acceptable Quality Level during
the production of soap tablets in a soap factory in the interior of São Paulo. This aims to optimize
the time dedicated to this activity, without compromising the quality of the final product. The
solution presented proposes implementing Acceptable Quality Level forms and customer-specific
demerits books on production lines, allowing operators to identify errors immediately. This avoids
the need to wait for inspectors and reduces defective products being shipped to customers.
1 Discente do curso de Gestão da Qualidade da Faculdade de Tecnologia de Lins “Professor Antônio Seabra” de Lins –
SP– Brasil. E-mail: analaura.freitas@fateclins.edu.br.
2 Discente do curso de Gestão da Qualidade da Faculdade de Tecnologia de Lins “Professor Antônio Seabra” de Lins –
SP– Brasil. E-mail: ana.ferreira60@fatec.sp.gov.br
3 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins “Professor Antônio Seabra” de Lins – SP– Brasil. E-mail: jmbeltani@
gmail.com.
4 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins “Professor Antônio Seabra” de Lins – SP– Brasil. E-mail: elaine.vhm@
gmail.com.
5 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins “Professor Antônio Seabra” de Lins – SP– Brasil. E-mail: moraes.jlcm@
gmail.com.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 165
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INTRODUÇÃO
GESTÃO DA QUALIDADE
166 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
FERRAMENTAS DA QUALIDADE
No que diz respeito às técnicas de gestão de qualidade discutidas por Marcondes (2022),
estas são estratégias destinadas a identificar, analisar, avaliar, investigar e sugerir melhorias
para solucionar problemas que impactam nos procedimentos e na qualidade, visando aprimorar
tanto os processos quanto a qualidade dos produtos.
Conforme delineado por Daniel e Murback (2014), as ferramentas de qualidade são
minuciosamente examinadas e aplicadas para identificar e compreender questões através da análise
de dados, oferecendo várias alternativas para sua resolução. Isso auxilia na melhoria dos processos
operacionais, permitindo decisões embasadas na análise das causas fundamentais dos problemas.
As primeiras ferramentas de qualidade surgiram na década de 1950, baseadas nos
conhecimentos e métodos daquela época. Atualmente, os sistemas de gestão de qualidade as
utilizam para aprimorar seus procedimentos.
De maneira geral, as ferramentas de qualidade são concebidas para auxiliar líderes e
gestores a alcançar seus objetivos, sejam eles a redução de desperdícios ou custos, o aumento
da competitividade, das vendas, a inovação ou o incremento da produtividade (FERREIRA, 2014).
Existem diversas ferramentas de qualidade, sendo que sete delas são reconhecidas
pela maioria dos gestores, incluindo: Diagrama de Pareto; Diagrama de Ishikawa; Ciclo PDCA;
Brainstorming. Estas ferramentas são amplamente conhecidas e aplicadas no âmbito da gestão
de qualidade.
Brainstorming
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 167
Ana Paula Aparecida Santos Ferreira • Analaura Domingues Cardoso de Freitas • Juliano Munhoz • Elaine de Moraes • João
Luís Cardoso de Moraes
Ciclo PDCA
Segundo Brito e Brito (2020), o ciclo PDCA é uma metodologia de solução de problemas que
pode ser usada para e planejar, colocar em prática, controlar e agir sobre as falhas, sendo utilizada
tanto para a manutenção (também chamada de SDCA, do inglês Standard, Do, Check, Action)
quanto para a melhoria das diretrizes de controle de um processo. Como suporte a essa metodologia,
existem as Ferramentas da Qualidade, através das quais chega-se nos resultados desejados.
O entendimento sobre o Ciclo PDCA se deu origem ainda no século XX, a partir das
contribuições de Frederick Taylor no processo de apresentação de sua metodologia Planeje-
Execute-Veja (Plan-Do-See). Esta metodologia era utilizada para auxiliar o planejamento das
atividades relacionadas ao processo fabril (LIMA et al., 2018).
Vieira Filho (2012) descreve que o ciclo PDCA é uma metodologia de gerenciamento das
tomadas de decisões com a finalidade de segurar a obtenção das metas que são imprescindíveis
para à sobrevivência de uma organização. Essa técnica é amplamente empregada na procura da
melhoria contínua em tal grau necessária para o alcance do sucesso da empresa.
O Ciclo PDCA é um método que promove o controle para fomentar resultados eficazes e
confiáveis em qualquer setor de uma organização. O PDCA busca a padronização e controle da
qualidade, além de evitar que falhas aconteçam. Outro fator que pode ser adquirido a partir da
execução correta do método é a obtenção de informações confiáveis e de fácil entendimento e
uso (LONGARAY, 2017).
Segundo Marshall Junior et al. (2010), o ciclo PDCA é um parâmetro gerencial para
a ascensão da melhoria contínua e contempla em suas quatro etapas, o pilar da filosofia do
melhoramento contínuo. Atuando de maneira periódica e ininterrupta, conclui-se por oportunizar
a melhoria contínua e sistemática na organização, estabelecendo a padronização de práticas.
168 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
Descreve Marshall Junior et al. (2010), que as quatro fases do PDCA podem ser descritas como:
1 Fase - Plan (planejamento). Tem de determinar os objetivos e metas, a fim de que sejam
a
De acordo com Farias (2021), o Ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade aplicada com
a finalidade específica de constituir a melhoria contínua dentro de uma organização. O emprego
dessa ferramenta oferece, não apenas a melhoria na competência de organização de processos,
mas também constitui o ajustamento tão almejado pela Gestão da Qualidade.
O PDCA é uma abordagem iterativa de quatro estágios para melhorar continuamente
processos, produtos ou serviços e para resolver problemas. O ciclo PDCA ajuda as organizações
a resolver problemas e implementar soluções de maneira rigorosa e metódica. Para isso, é preciso
seguir esses quatro passos, que visam garantir resultados efetivos (LOBO, 2020, p. 50-51).
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 169
Ana Paula Aparecida Santos Ferreira • Analaura Domingues Cardoso de Freitas • Juliano Munhoz • Elaine de Moraes • João
Luís Cardoso de Moraes
Ciclo SDCA
A utilização do ciclo do PDCA de acordo com Moreira (2003) é a primeira parte a ser
aplicada sendo caracterizada por melhoria do processo, e para se manter a melhoria conseguida
no PDCA, deve-se empregar um novo ciclo chamado por padronização objetivando manter os
resultados obtidos pelo Standard, Do, Check, Action (SDCA).
De acordo com Campos (2004), a condução do PDCA é feita pelas funções gerenciais
(Diretores/Gerentes) enquanto a do SDCA é feita pelas funções operacionais (Coordenadores/
Analistas/Técnicos).
É a partir do ciclo SDCA que a rotina acontece, com ele a empresa realiza as atividades
fins de cada processo, ou seja, todos os seus produtos e/ou serviços são decorrentes do SDCA.
S (Standard – padrão): estabelecimento de Metas Padrão e de Procedimentos Operacionais
Padrão;
D (Do - treinamento e supervisão do trabalho): avaliação para saber se tudo está sendo
cumprido na execução das tarefas;
C (Check - verificação e avaliação): se as metas foram ou não alcançadas;
A (Action - ação): caso a meta não tenha sido atingida adotar ação corretiva removendo os
sintomas, agindo nas causas.
A diferença do ciclo do PDCA para o ciclo do SDCA está na troca das iniciais sendo P
(Plan) planejamento por S (Standard) padrão no qual a meta padrão representa o resultado
que se deseja atingir e o procedimento operacional padrão é o planejamento. O ciclo SDCA
difere do ciclo PDCA na primeira fase, pois o ciclo SDCA é a evolução do ciclo PDCA onde o
planejamento foi executado e, verificados seus resultados satisfatórios, padroniza-se o método,
medida ou caminho a ser seguido para manter as metas. Falconi (1996) coloca o ciclo PDCA
como modificador do ciclo SDCA aumentando seu patamar de desempenho.
170 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
melhoria e qualidade dos processos, visto que a partir dela é possível reduzir a variabilidade do
processo (SILVA et al, 2004). A partir da padronização dos processos é possível criar manuais
que auxiliem as organizações a alcançarem seus objetivos. Segundo Mendonça (2010) os
manuais são fontes de informações sobre as práticas dos processos da organização, facilitando
a efetivação das políticas e instruções de trabalho, auxiliando na fixação dos critérios, dos
parâmetros e dos padrões, como também possibilitando a uniformização do processo.
INSPEÇÃO DA QUALIDADE
O plano de NQA de inspeção para aceitação por atributos foi desenvolvido durante a
Segunda Guerra Mundial e publicado pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1950, como
MIL-STD-105A, e desde então sofreu algumas revisões. Apesar de ser um plano baseado
em uma norma militar, existe uma versão civil da norma denominada ANSI/ASQC Z1.4. Esse
plano é amplamente adotado no mundo, tornando-se quase como um padrão de inspeção por
amostragem de atributos. No Brasil, essa norma foi traduzida pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), sendo denominada NBR 5426 (MARTINS, 2015).
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 171
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho foi estudo de caso através de pesquisa de campo
na indústria, livros e artigos científicos. O estudo de caso é apenas uma das muitas maneiras
de se fazer pesquisa em ciências sociais. Experimentos, levantamentos, pesquisas históricas e
análise de informações em arquivos (como em estudos de economia) são alguns exemplos de
outras maneiras de se realizar pesquisa. Cada estratégia apresenta vantagens e desvantagens
próprias, dependendo basicamente de três condições: a) o tipo de questão da pesquisa; b) o
controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais efetivos; c) o foco em
fenômenos históricos, em oposição a fenômenos contemporâneos (YIN, 2001, p. 19).
O estudo de caso se passa numa fábrica de sabonetes localizada no interior de São Paulo,
a fábrica conta com 11 linhas produção para atender mais de 15 clientes, com a capacidade de
produzir mais de 1 bilhão de pastilhas ao ano.
Antes da pandemia a empresa produzia apenas para três clientes; após o seu término,
recebeu mais de 15 novos clientes de uma só vez. Com isso o aumento de produtos rejeitados
por deméritos teve um aumento significativo. Investigando a partir da aplicação de brainstorming
quais as possíveis causas de produtos rejeitados, chegou à causa raiz de que partia que cada
turno tinha uma visão diferente de deméritos que poderiam ser liberados.
Foi observado a necessidade de implementar para cada cliente um formulário de NQA
e um book de deméritos a ser “aceitado” ou “recusado” para deixar nas linhas de produção de
forma acessível para estabelecer um padrão a ser seguido em todos os turnos. Assim os próprios
operadores conseguem ver na hora os erros de pastilhas a serem tiradas antes de chegar no
pallet sem a necessidade de esperar o tempo do inspetor voltar na linha podendo já ter passado
grandes quantidades de pastilhas.
172 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 173
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174 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
inspeção
Código da F H F Linha grande: Linha L L H H
amostragem M; especial: K
Frequência 1 hora 30 2 30 minutos 30 minutos 30 1 hora 30
minuto
minutos horas s minutos
Tamanho da 20 25 40 Linha grande: Linha 100 100 50 25
Moderado
NQA Menor - 4,00% 4,00% - 4,0%/ 4,00% 2,50% 4,00%
Menor
Classificação de defeitos
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 175
Ana Paula Aparecida Santos Ferreira • Analaura Domingues Cardoso de Freitas • Juliano Munhoz • Elaine de Moraes • João
Luís Cardoso de Moraes
Defeito Menor: não expõe o consumidor a risco. Não é percebido pelo consumidor e/ou cliente;
Defeito Submenor: defeitos que não diminuem a funcionalidade do produto. Pequenos defeitos
estéticos que possam afetar a percepção do consumidor do produto ou da embalagem.
Proposta de solução
Books de deméritos
Uma das soluções encontradas para que o padrão aceito das pastilhas liberadas fosse
alinhado com os turnos, operadores juntamente com a qualidade foi liberar nas linhas de
produção os books de deméritos de cada cliente juntamente com as versões para ser realizada
a conferência sem que fosse necessário depender apenas da inspeção dos inspetores da
qualidade, mas sim que a operação fosse consultando durante o turno e corrigindo os deméritos
para que seja mais uma barreira contra os deméritos possíveis de serem identificados. O book
surgiu para que o cliente tivesse a confiança de que a garantia da qualidade do produto dele
seria padronizada durante toda a produção das pastilhas.
Através do gráfico a seguir, é possível analisar a evolução do percentual de toneladas
rejeitadas de um produto ao longo dos meses de estudo. Para ilustrar, tomemos o mês de abril,
quando o estudo teve início. Nesse mês, 61,37 toneladas de sabonetes foram produzidas,
mas 7,54 toneladas desse total foram consideradas irrecuperáveis, resultando em uma perda
de R$684.136,84 em termos financeiros. Essa constatação ressalta a necessidade de mitigar
esses impactos, tanto do ponto de vista econômico da empresa quanto em relação ao impacto
ambiental decorrente do desperdício de resíduos.
176 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Gestão da inspeção de atributos pelo nível de qualidade aceitável
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 177
Ana Paula Aparecida Santos Ferreira • Analaura Domingues Cardoso de Freitas • Juliano Munhoz • Elaine de Moraes • João
Luís Cardoso de Moraes
178 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Conceitos e diretrizes de indicadores de desempenho para auxiliar na tomada de decisão
RESUMO: As empresas têm como finalidade atender com rapidez e eficiência as necessidades
do mercado, agregando valor aos produtos/serviços. Para isso, conhecer a importância
do desenvolvimento correto de indicadores se faz necessário. Essa pesquisa tem caráter
bibliográfico possuindo um propósito exploratório com uma abordagem qualitativa e tem como
objetivo apresentar a importância da utilização correta de indicadores. Serão discutidos quais
os principais critérios que devem ser considerados para gerar indicadores com qualidade. Com
isso, será possível definir e realizar processos mais eficientes e eficazes.
ABSTRACT: Companies aim to meet the needs of the market quickly and efficiently, adding value
to products/services. For this, knowing the importance of the correct development of indicators
is necessary. This research has a bibliographic character with an exploratory purpose with a
qualitative approach and aims to present the importance of the correct use of indicators. The main
criteria that must be considered to generate quality indicators will be discussed. With this, it will
be possible to define and carry out more efficient and effective processes.
INTRODUÇÃO
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 179
Lucas Rubira Oliveira • Demerval Rogério Masotti
tomada de decisão. A seguir, com base em Miranda (1999), são apresentas 12 categorias de
informações essenciais para diversas áreas de atuação:
1) Informação estratégica de clientes: estudos sobre tendências de comportamento de
consumo, atendimento às demandas, avaliação da qualidade do serviço prestado;
2) Informação estratégica de concorrentes: preços e prazos praticados, participação no
mercado, estrutura gerencial, política de investimentos;
3) Informação estratégica cultural: acesso da população à educação, aos meios de comunicação
e seus hábitos culturais;
4) Informação estratégica demográfica: densidade populacional, mobilidade, distribuição por
idade, sexo, raça, concentração de renda;
5) Informação estratégica ecológica: ações de responsabilidade ambiental, estudos sobre o
uso de recursos naturais e sua preservação;
6) Informação estratégica econômica/financeira: panorama econômico nacional e
internacional, flutuação cambial, taxa de juros, poder de compra da população, distribuição de
renda per capita, incentivos fiscais e creditícios, participação em blocos econômicos;
7) Informação estratégica de fornecedores: localização, opções de fornecimento, condições
de transporte, preços, prazos de pagamento, descontos, tendências em parcerias;
8) Informação estratégica de governos/política: diretrizes do poder Executivo no mercado
corporativo, regulamentações e desregulamentações, políticas fiscais de exportação e importação;
9) Informação estratégica legal: ações do poder Legislativo e Judiciário em relação à legislação
tributária, fiscal, trabalhista, sindical;
10) Informação estratégica sindical: capacidade de mobilização, poder de negociação,
participação em acordos trabalhistas, integração com outros sindicatos ou entidades,
representação parlamentar;
11) Informação estratégica social: distribuição dos segmentos socioeconômicos, diferenças
entre as classes (sistema de valores, nível cultural, poder aquisitivo, estrutura política e ideológica,
influência na sociedade), atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs), associações
de bairro e entidades religiosas;
12) Informação estratégica tecnológica: pesquisas em andamento, políticas de pesquisa e
desenvolvimento nacionais e internacionais, impacto de mudanças tecnológicas, transferência
de tecnologia, acesso a fontes produtoras ou fornecedoras de tecnologia (universidades, centros
de pesquisa, redes de inovação tecnológica, etc).
Em complemento, com base em Setzer (1999), conhecimento pode ser caracterizado
como uma experiência interna e pessoal, resultado do que alguém experimentou e vivenciou.
É uma abstração que não pode ser plenamente descrita, ao contrário da informação (se
compreendida pelo receptor) ou dos dados. Além disso, o conhecimento não depende apenas
de uma interpretação pessoal, como ocorre com a informação, mas requer uma vivência direta
do objeto do conhecimento. Portanto, o conhecimento é algo puramente subjetivo, tanto para
os seres humanos quanto para os animais. A diferença reside no fato de que os seres humanos
podem estar conscientes do seu próprio conhecimento e têm a capacidade de descrevê-lo parcial
e conceitualmente em termos de informação.
Outro conceito que vem se difundindo ao longo dos anos e hoje é de grande importância
quando se fala de dados e desenvolvimento de indicadores, é o do Big Data, compreendido
pelos 4 Vs (Volume, Variedade, Velocidade e Veracidade) e que são apresentados, a seguir, com
base em Oliveira (2020):
1 - Volume - tamanho dos dados
Espera-se que 40 Zettabytes de dados sejam criados por ano no mundo;
Cerca de 2.5 Quintillionbytes de dados são criados por dia;
Existem atualmente cerca de 6 bilhões de telefones móveis no planeta;
Cada empresa americana armazena cerca de 100 Terabytes de dados.
180 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Conceitos e diretrizes de indicadores de desempenho para auxiliar na tomada de decisão
Não tem foco na gestão Abrangentes e dispersivas Com foco no que é relevante
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 181
Lucas Rubira Oliveira • Demerval Rogério Masotti
Após todos esses conceitos, pode-se verificar, com Deming (2014), que não se pode
gerenciar o que não é medido. Não é possível medir o que não é definido, nem se pode definir o
que não se entende. E não há sucesso em nada que não é gerenciado.
O presente estudo tem como objetivo apresentar a importância da utilização correta de
indicadores, fornecendo informações conceituais e abordando os principais aspectos que devem
ser considerados para o desenvolvimento de indicadores confiáveis. Além disso, demonstrar que
os indicadores gerados são de grande relevância, pois irão auxiliar na tomada de decisões em
qualquer que seja a área de atuação dos envolvidos.
MATERIAL E MÉTODOS
Essa pesquisa tem caráter bibliográfico possuindo um propósito exploratório com uma
abordagem qualitativa. Segundo Gil (2008), o estudo exploratório pode ser definido por proporcionar
maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Ainda,
com o mesmo autor, pode-se compreender a pesquisa bibliográfica como trabalhos que são
desenvolvidos com base em material já elaborado como, por exemplo, livros e artigos. A pesquisa
qualitativa, segundo Minayo (2014), refere-se àquilo que não pode ser quantificado, trabalhando
assim com um universo de significados, motivações, aspirações, crenças, valores e atitudes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com CGU (2020), os indicadores têm componentes básicos essenciais que
incluem aspectos, tais como medida, fórmula, índice, padrão de comparação e meta. A seguir,
são exibidos os conceitos de cada um desses elementos.
a) Medida: é a grandeza qualitativa ou quantitativa que classifica as características, resultados e
consequências dos produtos, processos ou sistemas;
b) Fórmula: é o padrão matemático que expressa como o cálculo é realizado. As fórmulas devem
ser simples e não exigir cálculos complexos;
c) Índice (número): é o valor de um indicador em um determinado momento;
d) Padrão de comparação: é um índice arbitrário e aceitável usado para avaliar e comparar o
desempenho;
e) Meta: é o valor, taxa ou percentual que se deseja alcançar com a aplicação da fórmula de
cálculo do indicador em um prazo determinado. As metas devem ser realistas, mensuráveis,
específicas, ter prazos definidos e estar alinhadas aos objetivos estratégicos da organização.
As metas desempenham um papel fundamental ao orientar o que uma organização deseja
alcançar. Ao estabelecer metas, é possível definir a visão ampla e a direção do plano de negócios
da organização. É uma atividade vital que permite alinhar as metas do projeto com a missão,
visão e cultura da empresa. Além disso, as metas devem descrever as aspirações de negócios
e fornecer um caminho claro para estabelecer objetivos de projeto mais específicos (PROJECT
MANAGEMENT INSTITUTE, 2023).
É importante ressaltar que as metas devem ser desafiadoras, mas também realistas
e alcançáveis. Devem ser formuladas de maneira clara e mensurável, permitindo que sejam
acompanhadas e avaliadas ao longo do tempo. Além disso, elas devem ser consistentes com a
estratégia global da organização, proporcionando um senso de direção e propósito (PROJECT
MANAGEMENT INSTITUTE, 2023).
Ao estabelecer metas que estão alinhadas com a visão e cultura da organização, torna-se
mais provável que a equipe esteja engajada e motivada para alcançá-las. As metas bem definidas
também ajudam na tomada de decisões, na alocação de recursos e no monitoramento do progresso
em relação aos objetivos estabelecidos (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2023).
182 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Conceitos e diretrizes de indicadores de desempenho para auxiliar na tomada de decisão
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 183
Lucas Rubira Oliveira • Demerval Rogério Masotti
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Conceitos e diretrizes de indicadores de desempenho para auxiliar na tomada de decisão
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 185
Lucas Rubira Oliveira • Demerval Rogério Masotti
186 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
Yanka Catarino1
Natalia Alves Santos Faria2
Fabiana Ortiz Tanoue de Mello3
RESUMO: O comércio eletrônico tem crescido rapidamente nos últimos anos e a logística desempenha
um papel fundamental na garantia do sucesso das operações desse tipo de negócio. Este estudo tem
como objetivo, por meio de uma pesquisa quantitativa, identificar os hábitos de compras online dos alunos
de uma instituição de ensino tecnológico. A análise dos dados coletados permitiu avaliar que a maioria
dos alunos da instituição realiza compras frequentes em lojas online, sendo vestuário e acessórios, os
produtos escolhidos pelos consumidores. A frequência de compras gira em torno de 13 vezes ao ano e
os principais motivos das compras online são a conveniência de encontrar produtos sem sair de casa e
os preços mais baixos. No entanto, o aumento dos acessos no meio digital traz preocupações em relação
à segurança dos dados, principalmente no uso de cartões de crédito, o método de pagamento mais
utilizado. A maioria dos estudantes já enfrentaram problemas com as compras online, com destaque para
recebimento de produto diferente do anunciado, mas por outro lado, a troca foi de fácil resolução.
ABSTRACT: E-commerce has grown rapidly in recent years and logistics plays a key role in ensuring
the success of this kind of business. This study aims, through quantitative research, to identify the online
shopping habits of students at a technological education institution. The analysis of the collected data
allowed us to assess that most of the institution’s students make frequent purchases in online stores,
with clothing and accessories being the products chosen by consumers. The frequency of purchases is
around 13 times a year and the main reasons for online shopping are the convenience of finding products
without leaving home and lower prices. However, the increase in access in the digital environment raises
concerns regarding data security, especially in the use of credit cards, which are the most used payment
method. Most students have already faced problems with online purchases, with emphasis on receiving
a different product than advertised, but on the other hand, the exchange was easy to resolve.
1 Tecnóloga em Logística pela Faculdade de Tecnologia de Lins “Prof. Antonio Seabra” de Lins. E-mail: yanka6516@
gmail.com.
2 Tecnóloga em Logística pela Faculdade de Tecnologia de Lins “Prof. Antonio Seabra” de Lins. E-mail: nati_alves10@
hotmail.com.
3 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins “Prof. Antonio Seabra” de Lins. E-mail: fabianatanoue@gmail.com.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 187
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo, a logística passou a ser uma área essencial para as empresas que tem
o objetivo de se manter competitivas no mercado, uma vez que ela pode impactar diretamente
na eficiência e na rentabilidade do negócio. As atividades logísticas são vitais para qualquer
empresa que produza, distribua ou venda produtos, sendo essencial um bom planejamento,
execução e controle das atividades relacionadas à movimentação e armazenagem de materiais,
produtos e informações, desde o ponto de origem até o destino.
Uma boa gestão logística pode se tornar uma vantagem competitiva para a empresa, pois
além de reduzir custos, aumenta a eficiência operacional, melhora o nível de serviço, auxilia na
tomada de decisão e melhora a satisfação do cliente.
Com a globalização e aumento do comércio internacional, a logística se tornou ainda mais
relevante, uma vez que surgiu a necessidade de ter uma gestão mais eficiente e integrada e
as empresas enxergaram a necessidade de se adaptarem ao atual cenário para se manterem
competitivas. Assim, contando com o apoio do e-commerce para evoluir e expandir os negócios.
O comércio eletrônico tornou-se cada vez mais importante para a economia global nos
últimos anos e, com o aumento dessa ferramenta, a logística se mostrou um fator crítico e
essencial para o sucesso das empresas e-commerce. O sucesso do e-commerce depende em
grande parte da capacidade das empresas de gerenciar a logística de forma eficaz e eficiente.
Isso inclui a escolha do local de armazenamento, a seleção de transportadoras e a implementação
de tecnologias para rastrear e gerenciar o fluxo de produtos e informações.
Este trabalho tem como objetivo analisar o uso do comércio eletrônico pelos alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo, identificando aspectos
como a frequência de compras, os motivos da compra neste canal, os principais itens comprados,
o valor médio da compra, a forma de pagamento, os problemas enfrentados e a necessidade de
devolução. Trata-se de pesquisa quantitativa, com aplicação de questionário junto aos alunos da
instituição de ensino.
LOGÍSTICA
188 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
Para Rosa (2012), a logística é definida como a colocação do produto certo, na quantidade
certa, no lugar certo, no prazo certo, na qualidade certa, com a documentação certa, produzindo
no menor custo, da melhor forma, deslocando rapidamente, agregando valor ao produto e dando
resultados positivos aos acionistas e clientes. Tudo isso respeitando a integridade humana de
empregados, fornecedores e clientes e a preservação do meio ambiente.
Dias (2017) destaca que a logística administra os recursos de toda a movimentação das
atividades da empresa, coordenando a compra, a armazenagem, o transporte e a distribuição
dos produtos. Assim, a logística está presente em todos os seus setores.
Importância da Logística
Com o passar dos anos, a logística deixou de ser apenas processos operacionais e se
tornou um diferencial competitivo para as empresas. Para Rosa (2012, p.15), “a logística somente
tem razão de existir porque gera valor para os clientes, para os fornecedores e para todas as
organizações envolvidas nos processos logísticos”.
Assim, com o aumento da concorrência, as empresas têm investido cada vez mais nos
processos logísticos para garantirem bons resultados, com custos reduzidos e se manterem no
mercado. Dessa forma, a logística se tornou uma atividade essencial para as empresas obterem
vantagem competitiva nos mercados onde atuam.
Para Ballou (2006, p.33), “o valor da logística é manifesto primeiramente em termos de
tempo e lugar. Produtos e serviços não têm valor a menos que estejam em poder dos clientes
quando (tempo) e onde (lugar) eles pretendem consumi-los”.
Empresas líderes percebem que um sistema logístico bem projetado e bem administrado
pode ajudar a obter vantagens competitivas. Na verdade, como regra geral, empresas que
conquistam uma vantagem estratégica com base na competência logística estabelecem
a natureza da concorrência no setor em que atuam (BOWERSOX et al., 2014, p. 36).
Galhardi (2016) destaca que a logística tem importância mundial, uma vez que a economia
precisa de um sistema logístico eficiente que formam a base para a comercialização de um país.
Levando em conta que o processo logístico tem como objetivo eliminar desperdício e ter bons
resultados com custos mais baixos possíveis.
Gomes e Ribeiro (2004) mostram a logística como uma função que atua de forma geral no
sistema produtivo de uma empresa, onde esta responsável por praticamente todas as atividades
ligadas a operacionalização da produção.
Atividades Logísticas
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 189
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
Para Novaes (2007), a logística desempenha um papel fundamental nos processos que
envolvem a comercialização entre empresas e consumidores. Como no caso do comércio
eletrônico o volume comercializado nas plataformas eletrônicas é muito elevado, somente com
o gerenciamento adequado do sistema logístico é que o consumidor vai receber o produto
comprado, considerando o prazo e mantidas nos produtos as características contratadas.
No caso do comércio eletrônico, essencialmente na comercialização Business to Consumer
(B2C), o cliente potencial, impulsionado a comprar por meio da Internet por diversos motivos,
dá grande importância aos fatores logísticos, fazendo com que a empresa dê atenção especial
à infraestrutura logística, associando estoques, distribuição, tratamento da informação, recursos
humanos (NOVAES, 2007).
Carvalho e Encantado (2006) destacam que, no comércio B2C, as lojas virtuais dependem
totalmente da logística, pois o produto comprado sai do centro de distribuição direto para a casa
do cliente. Sendo assim, as empresas precisam de uma logística adequada e eficiente para
manter o nível de serviço e a satisfação do cliente.
Com os desafios logísticos, a logística tem se tornado um problema para o comércio
eletrônico, uma vez que muitas das empresas virtuais apresentam valha nesse quesito. Um
exemplo é a entrega, que tem sido um grande desafio da logística para deslocar um único
produto por uma distância grande, pois os custos dessa atividade acabam sendo muito elevados
(CARVALHO; ENCANTADO, 2006).
190 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
De acordo com Eugênio (2021), usando-se da logística é que se garante a eficiência das
atividades e um bom nível de serviço no meio digital, logo um excelente planejamento logístico
garante que se economize tempo e dinheiro no comércio eletrônico. Considerando-se que não
adianta comercializar bons produtos, com bons preços e pecar nas operações logísticas que
tenham impactos no tempo de entrega e, também, no nível de satisfação do cliente.
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Para Gomes e Ribeiro (2004), o e-commerce não se restringe apenas à compra e venda
de produtos pelo meio eletrônico, mas também à pré-venda e o pós-venda e outras inúmeras
atividades auxiliares. Ou seja, quando pensamos em comércio eletrônico pensamos apenas na
comercialização de produtos ou serviços, mas toda compra gera um pós-venda e, assim como
no varejo, os consumidores valorizam essa etapa na hora de adquirir um novo produto.
Para Bertaglia (2003), é essencial que a empresa desenvolva estratégias para seus
clientes, pois para sobreviver nesse novo cenário voltado para a tecnologia, a inovação deve
estar presente em suas estratégias empresariais.
Kotler e Keller (2006) conceituam o comércio eletrônico como a facilidade de uma empresa
ou um site de comercializar seus produtos, sendo possível dividir as empresas na internet de
duas formas: as empresas que são inteiramente virtuais, ou seja, uma empresa que iniciou
suas atividades sem nenhuma empresa física existente e as empresas virtuais e reais, que são
empresas que já tinham sua loja física e migraram para o cenário virtual.
Para Venetianer (1999), o e-commerce tem quatro funções principais, sendo elas:
a) A comunicação: é a transferência de informações e documentos eletrônicos, proporcionando
rapidez e maior facilidade para o relacionamento e transações comerciais;
b) A melhoria de processos de negócios: é a automação e a melhoria dos processos de negócio,
concentrando as facilidades do e-commerce para atender melhor os clientes e fornecedores;
c) O gerenciamento de serviços ou serviço eletrônico: é o fornecimento de melhorias no serviço
para a fidelização dos clientes;
d) A capacitação de transações: refere-se a fazer a disponibilização de recursos para compra e
venda de qualquer serviço/mercadoria por meio do comércio eletrônico.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 191
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
b) Surfadores: são os consumidores que aproveitam a internet para entrar em vários sites
diversificados, são motivados por lançamentos e coisas novas e sempre estão atualizados;
c) Negociadores: são consumidores que querem levar a maior vantagem possível na negociação,
sempre pesquisando por sites de leilões ou salas de bate papo para buscar fechar um bom negócio;
d) Conectadores: usam a internet para conhecer novas pessoas com o objetivo de se relacionar,
a maioria usa as redes sociais como o Facebook, são iniciantes no mundo da internet e poucos
já fizeram uma compra com o e-commerce;
e) Rotineiros: usam sempre os mesmos sites, geralmente seus dez sites favoritos, e ficam cerca
de 80% do seu tempo online;
f) Esportistas: são consumidores semelhantes os consumidores rotineiros, entretanto, eles dão
preferência em acessar e navegar por sites de esportes e entretenimento.
De acordo dados do E-Commerce Brasil (2022) e uma pesquisa realizada pelo NZN
Inteligente, depois da pandemia, as compras online aumentaram e os consumidores ainda
preferem comprar pelo site mesmo com as lojas físicas abertas. Entre os motivos que levam
esses consumidores a comprar em plataformas digitais estão a praticidade, os preços mais
baixos do que em loja física e a variedade de lojas, já que de forma online é possível navegar de
uma loja para a outra com um clique. Por outro lado, os consumidores que optam pela loja física
destacam os motivos da possibilidade de ver o produto, a disponibilidade do produto a pronta
entrega e não pagar o frete.
Segundo o relatório do The Global Payments Report (2022), as transações no comércio
eletrônico devem ter um aumento de 55,3% até 2025, podendo atingir cerca de US$ 8 trilhões.
Esse estudo indica também que, no Brasil, esse aumento vai ser de 95%.
Um relatório Webshoppers elaborado pela NielsenIQ (2022) mostra que o comércio
eletrônico no Brasil atingiu uma marca de R$ 118,6 bilhões em vendas no primeiro semestre de
2022, sendo um aumento de 6% comparado a 2021. Os meses com maior aumento de vendas
foram janeiro, com 20,2%, e março, com 21,6%, sendo a região que mais utiliza as compras
online a Sudeste, com 61%. O relatório ainda indica que as pesquisas mostram que entre os
produtos mais comprados estão os alimentos, com 63%, e em segundo lugar itens de farmácia.
Ainda segundo NielsenIQ (2022), a pandemia influenciou positivamente nas vendas do
comércio eletrônico no Brasil, com isso, a forma de comercialização se estruturou criando um
mercado mais consolidado influenciando os consumidores a explorar cada vez mais as categorias
do mundo digital.
Tomé (2021) destaca que entre os anos de 2020 e 2021, as compras online foram a
única alternativa do consumidor para adquirirem bens, desde produtos eletrônicos, roupas,
sapatos a até mesmo alimentos e remédios. As pessoas que antes nunca tinham feito nenhuma
comercialização usando das plataformas digitais, foram obrigadas a adotar esse tipo de sistema.
As transações no comércio eletrônico são trocas de informações, podendo ser entre duas
empresas, entre uma pessoa física e uma empresa, ou entre duas pessoas físicas. Segundo
Bertaglia (2003), o comércio eletrônico é um meio de relacionamento comercial entre empresas,
fornecedores, clientes e consumidores.
192 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
Comércio B2B
Para Novaes (2007), o B2B é caracterizado pelo comércio eletrônico estabelecido entre as
organizações em forma de pessoa jurídica, havendo uma troca de produtos ou serviços.
Gomes e Ribeiro (2004) definem a transação B2B como o atacado do processo comercial
no meio eletrônico. Com o aumento da tecnologia e a mudança de hábito dos consumidores em
comprar on-line, as empresas se sentiram na obrigação de desenvolver sua comercialização no
meio eletrônico para conseguir se manterem no mercado de forma competitiva.
“O objetivo dos sites B2B é tornar os mercados mais eficientes. No passado, os compradores
precisavam se emprenhar muito para coletar informações sobre fornecedores globais. Com a internet,
eles têm acesso fácil a um amplo volume de informações” (KOTLER; KELER 2006, p. 491).
De acordo com Carvalho e Encantado (2006), existem três tipos de plataformas B2B:
portais para colaboradores (também conhecidos por Intranet por possibilitarem a comunicação
interna e partilha de informação entre colaboradores), portais para parceiros ou fornecedores
(também conhecidos por Extranet por possibilitarem a comunicação e partilha de informação
entre uma empresa e outras com quem pretenda ou mantenha relações comerciais) e os
portais de terceiros (também denominados de e-marketplaces, por promoverem a união de
várias empresas compradoras e vendedoras que ainda não estabeleceram vínculos comerciais
exclusivos entre si).
Comércio B2C
O comércio B2C é a comercialização feita entre a empresa e a pessoa física. “Nesse tipo
de transação o comprador é uma pessoa física que, a partir de um computador pessoal, realiza
suas buscas e adquire um produto ou serviço através da Internet” (NOVAES, 2007, p. 85).
Para Gomes e Ribeiro (2004), é o canal por meio do qual empresas criam catálogos
eletrônicos de produtos para seus consumidores escolherem o que comprar virtualmente.
As empresas precisam criar estratégias para atrair os consumidores, visto que os custos
são reduzidos comparados ao varejo real. Precisam criar um ambiente confiável, com seguranças
para os dados on-line de seus clientes.
Para Kotler e Keller (2006), com o surgimento de novos meios de comunicações como a
internet, e-mail e serviços online, está cada vez mais fácil das empresas venderem seus produtos
e serviços para seus clientes sem contar com nenhum intermediário.
Segundo Calado (2014), esse tipo de transação não funciona se não estiver integrada
com outras atividades realizadas pela empresa, como o processamento do pedido e a logística
de entrega.
Silva (2021) pontua que o perfil dos consumidores que compram online no Brasil mudou
muito nos dois últimos anos e um dos motivos foi a pandemia. Segundo a pesquisa da NielsenIQ
(2022), o perfil que mais realiza compras online é do gênero masculino, com 58%, onde a maioria
tem de 25 a 49 anos e 39% desses consumidores tem uma renda familiar de R$4.800. Ainda
segundo Silva (2021), hoje em dia os clientes se adaptaram a essa forma de comercialização, o
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 193
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
que fez a venda online ser mais difícil ainda, pois as empresas precisam colocar seus clientes no
centro de suas decisões. O diferencial que os consumidores do ambiente digital esperam é o que
a empresa faz pelos seus consumidores, agindo de acordo com a necessidade de cada cliente.
Comércio C2C
Calado (2014) define esse tipo de transação como a mais antiga forma de comércio, o
C2C facilita as transações eletrônicas entre os consumidores. Geralmente, a comercialização é
feita dentro de sites que já possuem toda a infraestrutura de compra e venda.
O comércio eletrônico trouxe para nosso dia-a-dia inúmeras vantagens, como a facilidade
de compra e venda que pode ser feita em qualquer lugar do mundo, redução de custos com aluguel
e funcionários, funcionamento em qualquer horário. Segundo Porter (1999), com o comércio
eletrônico aumentou a competição entre as empresas, com a vantagem de se comercializar seus
produtos em qualquer lugar do mundo, dessa forma, a competição que era local se tornou uma
competição mundial.
Para Novaes (2007), a inserção instantânea no mercado está entre as vantagens do
comércio eletrônico, pois existe a facilidade dos produtos e serviços ficarem disponíveis
imediatamente até mesmo em nível internacional.
Em segundo lugar, Novaes (2007) destaca como vantagem as relações mais ágeis, pois o
comércio eletrônico estreita, facilita e agiliza as relações entre as empresas e os consumidores.
Outras vantagens, segundo o autor, são:
a) A redução da assimetria informacional, pois na comercialização de forma eletrônica, os
consumidores são mais bem informados do que no varejo, uma vez que na internet todas as
informações necessárias estão disponíveis, considerando também a possibilidade de buscar
outras informações sobre o produto em outros sites. Já no varejo, essas informações têm maior
variação considerando o tempo e o espaço que é mais limitado;
b) A redução da burocracia, já que o uso de papéis diminui, o tempo é mais bem aproveitado e os
custos administrativos e operacionais são cortados, facilitando as atividades dentro da empresa;
c) A análise mercadológica facilitada, pois os dados de compra e as informações dos clientes
ficam disponíveis de forma facilitada, sendo possível a utilização desses dados no futuro pelas
empresas que se utilizam desses dados para desenvolver novos produtos e serviços.
Por outro lado, segundo Gomes e Ribeiro (2004), nem todas as pessoas ficam confortáveis
e se adaptam ao comércio eletrônico. Mesmo nos dias de hoje, ainda existem pessoas que
preferem ver o produto ao vivo e tocar nele.
194 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
Como relata Dias (2017), nenhuma empresa funciona sem uma gestão de estoques e
no meio eletrônico não é diferente. Entretanto, diferente da loja física, o comércio eletrônico
funciona 24 horas por dia, o que faz a gestão de estoques ainda mais importante.
Segundo Bertaglia (2003), a armazenagem correta e o lugar correto devem ser valorizados,
pois os produtos estão com ciclos de vidas reduzidos e a demanda do cliente aumenta a cada
dia. Assim, as empresas com uma gestão de estoques eficiente no meio eletrônico contam com
benefícios como a redução nos custos de administração de estoque, redução nos níveis de
estoque e no tempo de ciclo.
Novaes (2007) pontua que a demanda no comércio eletrônico é incerta, por isso a
importância de ter um estoque equilibrado, pois há casos em que a venda acontece, mas não
tem o produto no estoque, o que gera atraso na entrega, excesso de pedidos e cancelados por
falta de produto no estoque. Para evitar esse tipo de problema é necessário um planejamento
eficiente e cuidadoso.
Segundo Haddad (2013), as principais opções de gestão de estoque são:
a) estoque físico único: sendo o espaço em que se alocam os produtos e que é abastecido
seguindo a demanda da loja;
b) o estoque físico descentralizado: é espalhado por diversas regiões, sendo uma ótima solução
para quem tem problemas de entrega por sazonalidade;
c) estoque compartilhado: é o mesmo estoque utilizado para loja física e pela virtual, e funciona
exatamente como o estoque físico, sendo necessária uma gestão de estoque maior para
acompanhar a demanda de venda dos dois negócios;
d) O estoque consignado: funciona com um acordo entre lojistas e fornecedor que permite ao
lojista comprar “X” número de produtos e, caso não venda ou utilize até uma determinada data,
pode devolver o que sobrou ao fornecedor e pagar apenas pelo que vendeu;
e) estoque de terceiro: o fornecedor define a quantidade de produtos que o lojista terá para
venda na loja, sendo uma prática muito utilizada em lojas virtuais multimarcas;
f) terceirização: é todo pedido de compra feito ao lojista e automaticamente cai no sistema do
fornecedor, passando o controle do estoque para a empresa terceirizada. Além de estoque, a
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 195
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
empresa distribuidora também é responsável pela entrega do produto ao cliente final, processo
chamado de Drop Shipping. Já o Cross Docking funciona exatamente como o Drop Shipping,
mas a empresa distribuidora faz a entrega do produto ao lojista, que fica responsável pela entrego
do mesmo ao cliente.
Segundo Rocha (2021), no meio digital a gestão de estoque auxilia no cadastro e
atualização do catálogo de produtos, sendo possível sincronizar o estoque da empresa em
vários canais de venda. É muito importante a automatização dos processamentos de pedidos
para facilitar os processos da gestão de estoque online com as compras e entregas.
Novaes (2007) destaca que a armazenagem nas empresas que atuam no comércio
eletrônico é um desafio, pois o que antes era feito em caixas ou paletes agora são armazenados
em forma unitária, quebrando a rotina de expedição em lotes. O que era feito em uma operação
por transportar grandes quantidades, agora necessita de várias operações, por se tratar de
produtos soltos. Dessa forma, o manuseio dos produtos dentro do estoque requer um cuidado
maior para evitar avarias na armazenagem.
Além disso, Novaes (2007) destaca a importância da seletividade na armazenagem
como, por exemplo, nas compras de mercado via internet, em que se deve armazenar produtos
perecíveis de forma diferente dos não perecíveis.
Para Souza (2020), a logística de armazenagem interfere diretamente nos resultados
das organizações, possibilitando a entrega em curto prazo, reduzindo desperdícios com perdas
e evitando gastos. Alguns dos principais aspectos da logística de armazenagem são: controle
de estoque; inventário; localização do produto; layout; identificação do produto; organização;
escolha do local para instalação do armazém.
Ballou (2006) define o processamento de pedido como uma variedade de atividades que
se realizam no ciclo de pedido do cliente e incluiem as seguintes atividades:
a) preparação do pedido: está ligada às atividades relacionadas à coleta de informações sobre
os produtos e seu requerimento;
b) transmissão de informações e documentos do pedido;
196 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
METODOLOGIA
Survey é o tipo de pesquisa que ocorre quando envolve a interrogação direta das pessoas
cujo comportamento desejamos conhecer através de algum tipo de questionário. Em geral,
procedemos à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca
do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obtermos as
conclusões correspondentes aos dados coletados (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 57).
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 197
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
Segundo Las Casas (2008), alguns pesquisadores sugerem uma amostra de 5 a 10%
da população, dependendo do tipo de população-alvo. Evidentemente, esse percentual seria
inviável para grupos muito maiores. Por isso, amostra de menos de 1% de uma população pode
fornecer bom grau de confiabilidade, dado um procedimento de amostragem plausível.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
198 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 199
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
na gestão desses procedimentos, o que pode levar a atrasos, burocracia ou falta de clareza nas
políticas de troca ou devolução.
Quanto à maior preocupação em relação às compras pela internet, foi possível identificar
diferentes aspectos que afetam a confiança e a segurança dos consumidores. A falta de segurança
dos dados pessoais foi apontada como a maior preocupação por 30,4% dos entrevistados; a
possibilidade de atrasos na entrega por 12,5%; o receio de não receber o produto foi citado por
35,7% dos entrevistados; a preocupação em não ter contato com o produto físico foi mencionada
em 17,9% das repostas e a preocupação em receber produtos danificados ou trocados foi
mencionada por 37,5% dos entrevistados. Uma pequena porcentagem mencionou outras
preocupações, como fraude e divergências no pedido.
Tais preocupações estão relacionadas à confiabilidade das empresas de comércio
eletrônico em cumprir com suas promessas de entrega e a impossibilidade de ver, tocar ou
experimentar o produto antes da compra. A falta desse contato físico pode gerar insegurança
sobre a qualidade, o tamanho, a cor ou outros aspectos importantes do produto. Essa é uma
preocupação válida, especialmente quando se trata de itens que requerem avaliação física antes
da compra, como roupas, calçados ou eletrônicos.
Os resultados da pesquisa evidenciam que as empresas de e-commerce devem abordar essas
preocupações por meio de medidas eficazes de segurança de dados, políticas claras de entrega
e devolução, embalagens adequadas e comunicação transparente com os clientes. Tais iniciativas
ajudarão a fortalecer a confiança dos consumidores e melhorar sua experiência de compra online.
O Quadro 1 resume os principais resultados da pesquisa realizada.
RESULTADO
Tempo de compra online A maioria dos entrevistados compra em lojas online a mais de 3 anos.
200 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
CONCLUSÃO
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 201
Yanka Catarino • Natalia Alves Santos Faria • Fabiana Ortiz Tanoue de Mello
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Uma análise do uso do comércio eletrônico entre os alunos de
uma instituição de ensino tecnológico do interior do Estado de São Paulo
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 203
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda
Ticianelli de Oliveira Doná
RESUMO: Sabe-se que os gestores, em linhas gerais, elaboram planejamentos com o objetivo de
projetar uma rentabilidade maior em seus negócios. Esses planejamentos possibilitam alternativas
constantes sobre procedimentos a serem realizados com vistas a atingir seus objetivos. No âmbito
tributário, o contexto é muito semelhante, pois se trata de uma ferramenta que permite uma análise
sobre a carga tributária e sua respectiva redução, conforme a legislação vigente. Neste sentido,
não se pode confundir um planejamento com sonegação fiscal, pois quando se fala em planejar
significa encontrar dentro da legislação tributária vigente uma forma mais adequada de se recolher
os impostos. Atualmente, no Brasil, existem os regimes tributários denominados Simples Nacional
(simplificado), Lucro Presumido (suposto) e Lucro Real, além do Lucro Arbitrado (que não é por
opção do contribuinte, mas sim, por imposição do fisco). Diante do exposto, este trabalho tem como
objetivo realizar um planejamento tributário em uma indústria de pequeno porte situada no interior
do estado de São Paulo, tendo por finalidade identificar o regime tributário mais adequado frente
ao seu negócio. Para atingir o objetivo proposto, foi realizada uma revisão bibliográfica, com vistas
a resgatar os principais conceitos sobre o assunto. De modo a corroborar o objetivo, foi realizado
um estudo de caso na referida empresa. O presente trabalho possibilitou que fosse realizada uma
análise qualitativa e quantitativa sobre as operações tributárias realizadas pela organização. Com
base nos relatórios obtidos por meio das pesquisas realizadas, foi possível a realização de uma
análise comparativa sobre os regimes tributários vigentes aplicados na empresa. Após analisar todos
os regimes tributários e suas respectivas variáveis, conclui-se que devido a empresa apresentar
um volume de receita expressivo e tendo poucos gastos operacionais (custos e despesas), o
regime tributário mais adequado é sua permanência no Simples Nacional. Isso posto, ressalta-se
a importância da elaboração da análise comparativa caso a empresa obtenha alterações em sua
1 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins “Prof. Antonio Seabra” e do UniSALESIANO de Lins. E-mail: anrsantos@
uol.com.br.
2 Graduado em Ciências Contábeis pela Fundação Educacional de Penápolis (FUNEPE). E-mail: miguel.018.oshima@
gmail.com.
3 Graduado em Ciências Contábeis pela Fundação Educacional de Penápolis (FUNEPE). E-mail: gustavopaixaonunes26@
gmail.com.
4 Docente da Escola Técnica Estudual (Etec) de Lins e discente Programa de Pós-graduação em Docência para Educação
Básica – FC/UNESP de Bauru. E-mail: luiseduardo.dona@yahoo.com.br.
5 Docente da E.E. Fernando Costa de Lins e discente Programa de Pós-graduação em Docência para Educação Básica –
FC/UNESP de Bauru. E-mail: fernanda.ticianelli@yahoo.com.br.
204 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
estrutura e atividades devido às possíveis alterações nas variáveis que contemplam os cálculos
apresentados no presente trabalho.
Palavras-chave: Lucro Presumido. Lucro Real. Regime Tributário. Simples Nacional. Tributos.
ABSTRACT: It is known that managers, in general, prepare plans with the objective of projecting
greater profitability in their businesses. These plans enable constant alternatives regarding
procedures to be carried out in order to achieve their objectives. In the tax sphere, the context is
very similar, as it is a tool that allows an analysis of the tax burden and its respective reduction,
according to current legislation. In this sense, planning cannot be confused with tax evasion,
because when it comes to planning, it means finding within the current tax legislation a more
appropriate way of collecting taxes. Currently, in Brazil, there are tax regimes called Simples
Nacional (simplified), Presumed Profit (alleged) and Real Profit, in addition to Arbitrated Profit
(which is not by choice of the taxpayer, but by imposition of the tax authorities). In view of the
above, this work aims to carry out tax planning in a small business located in the interior of the
state of São Paulo, with the purpose of identifying the most appropriate tax regime for your
business. To achieve the proposed objective, a bibliographic review was carried out, with a view to
rescuing the main concepts on the subject. To corroborate the objective, a case study was carried
out in the mentioned company of the sealing segment. The present work made it possible to carry
out a qualitative and quantitative analysis of the tax operations carried out by the organization.
Based on the reports obtained through the research carried out, it was possible to carry out a
comparative analysis of the current tax regimes applied in the company. After analyzing all the
tax regimes and their respective variables, it is concluded that due to the company presenting a
significant volume of revenue and having few operating expenses (costs and expenses), the most
appropriate tax regime is the option for presumption, thus being the Presumed Profit is the most
appropriate tax regime for the company.
Keywords: Assumed Profit. Real profit. Tax regime. Simple national. Taxes.
INTRODUÇÃO
Diante de um cenário empresarial formado por inúmeras variáveis, faz-se relevante que
os gestores estejam focados nas atividades das empresas e, consequentemente, no impacto
tributário dessas atividades. Neste contexto, esses gestores deparam-se com constantes
decisões que impactam na esfera operacional, gerencial e estratégica de uma empresa.
Assim, dentre inúmeras variáveis que formam o cenário decisório, neste projeto de pesquisa,
será enfatizada a importância do Planejamento Tributário com vistas a identificar qual regime
tributário é o mais adequado para uma empresa e auxiliar no momento das tomadas de decisões.
Na percepção de Fabretti (2006), o planejamento tributário é um importante instrumento de
gestão para as empresas que, aplicado à sua realidade, possibilita escolher o regime tributário
que mais se adequa a sua empresa. Sob o ponto de vista de Silva, 2020, p. 4:
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 205
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda
Ticianelli de Oliveira Doná
De acordo com Borges (2002), planejamento tributário é uma importante ferramenta para
redução de custos e sua maximização de lucro, sendo que nas micro e pequenas empresas, a
ausência de planejamento tributário coopera para que elas fiquem em desvantagens quanto à
competitividade e crescimento de mercado. Sobre isso, Oliveira (2009, p. 205) menciona que
Com base nas elucidações anteriores, entende-se que se torna imprescindível que o
profissional contábil atue diretamente na assessoria tributária de seu cliente, de modo a evidenciar
a melhor modalidade tributária naquele contexto. Sendo assim, o planejamento tributário passa
a ser a ferramenta crucial para a criação de cenários comparativos entre os regimes tributários
vigentes. Diante disso, este trabalho tem como objetivo elaborar um planejamento tributário
com vistas a subsidiar os gestores no processo decisório de uma empresa de pequeno porte.
Para atingir este objetivo, será realizada uma revisão teórica com vistas a resgatar os principais
conceitos sobre o assunto. Assim, de modo a corroborar o objetivo, será realizado um estudo de
caso em uma indústria de pequeno porte, situada no interior do estado de São Paulo.
Na intenção de demonstrar resultados expressivos e de grande relevância, foram
utilizadas, como técnicas, a observação sistemática e análise documental com o intuito de
identificar o volume de compras, vendas (faturamento), quais são os produtos comercializados e,
na parte documental, relatórios anuais, produtos fabricados e, não menos importante, a história
da empresa para contribuir nas tomadas de decisões.
REFERENCIAL TEÓRICO
Planejamento Tributário
206 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
Tipos de Tributos
O Código Tributário Nacional, por meio de sua Lei n° 5.172, de 25 outubro de 1966
(BRASIL, 1966), conceitua o tributo pelo que segue:
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 207
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda
Ticianelli de Oliveira Doná
“Art. 3° Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
Desta forma, entende-se que o tributo é todo e qualquer pagamento obrigatório ao Estado,
realizado em moeda corrente do país, não sendo uma penalidade por infração ou multa e
somente existe caso haja uma lei que o institua. Assim sendo, seu pagamento deve ser realizado
de acordo com o que determina a legislação vigente.
A arrecadação de tributos é obrigatória às pessoas físicas e jurídicas, de modo que as
receitas auferidas destes tem por finalidade gerar recursos financeiros com a finalidade de
garantir o funcionamento do Estado, gerando estabilidade econômica e fiscal. Assim sendo, seu
objetivo está em custear a vida em sociedade, uma vez que os benefícios sociais públicos não
são passados à sociedade de forma gratuita. Porém, retornam a ela em forma de benfeitorias,
auxílios, bens e serviços públicos, tais como segurança, educação, saúde e justiça.
Ainda segundo a Lei n° 5.172 de 25 de outubro de 1966 (BRASIL, 1966), em seu Art.
113, § 1°, para a que haja a ocorrência da obrigação tributária é necessário que ocorra um
fator gerador cujas definições e características estão descritas do Art. 114 ao Art. 118 da já
mencionada legislação.
Diante das análises realizadas nos mencionados artigos, entende-se que a obrigação
tributária ocorre em decorrência do fato gerador. Assim sendo, em decorrência dele cria-se o
sujeito credor e o devedor, sendo o sujeito credor o Estado e o sujeito passivo devedor, ou seja,
a pessoa obrigada a realizar o recolhimento dos tributos.
O PIS, cuja sigla significa Programa de Integração Social, é um imposto devido por
pessoas jurídicas de direito privado, inclusive empresas públicas e sociedades de economia
mista e suas subsidiárias. Tem por finalidade “promover a integração do empregado na vida e no
desenvolvimento das empresas” (Lei 7/1970) (BRASIL, 1970).
De modo geral, empresas enquadradas no Lucro Real contribuem com uma alíquota
de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco décimos porcento) na modalidade não-cumulativa ou
0,65% (sessenta e cinco décimos porcento) no regime cumulativo, em caso de empresas que
estejam enquadradas no Lucro Presumido. Em se tratando de entidades do 3° setor, a alíquota
de recolhimento é de 1% sobre a folha de pagamento. É importante ressaltar que existem
várias alíquotas diferenciadas relativas a produtos que possuem a modalidade monofásica de
tributação, em que sua tributação ocorre apenas pelo estabelecimento fabricante ou importador.
208 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
Recentemente fixado pelo Decreto 9.580 de novembro de 2018 (BRASIL, 2018), o Imposto
sobre a Renda da Pessoa Jurídica é um imposto devido pelas pessoas jurídicas e empresas
individuais cuja base de cálculo é formada por todos os ganhos e rendimentos de capital. Sua
alíquota é de 15% (quinze porcento) tanto para empresas optantes pelo Lucro Real quanto para
o Lucro Presumido, devendo ser apurado conforme o Regulamento do IR. No caso do Lucro
Presumido, a base de cálculo será sobre um percentual de presunção (suposição) que se torna
variável de acordo com a atividade econômica da empresa. Faz-se relevante destacar que a
alíquota de 15% também é aplicada à pessoa jurídica que explore atividades rurais.
Estão imunes ao pagamento do IRPJ, templos de qualquer culto, partidos políticos, suas
fundações e entidades sindicais, instituições de educação e as de assistência social. Estão
isentas as instituições de caráter cultural, científico e demais, bem como associações civis com
objetivos em comum, de modo geral sem fins lucrativos.
Ainda, sobre o IRPJ, é cobrado um Adicional de Alíquota de 10% (dez por cento), e seu
cálculo é realizado por meio da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de
meses ao qual está ocorrendo a apuração. Em linhas gerais, no que tange a empresas que
são optantes pela tributação trimestral, pode-se afirmar que o lucro excedente a R$ 60.000,00
(sessenta mil reais) será sobre ele tributado o adicional de alíquota do IRPJ de 10%.
Instituída pela Lei n° 7.689/1988 (BRASIL, 1988), a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido é devida por empresas enquadradas no Lucro Real e Lucro Presumido, a qual aplicam-
se as mesmas normas de apuração e pagamento do IRPJ, sendo sua base de cálculo e sua
alíquota descritas na legislação em vigor (Lei n° 8.981, de 1995, art. 157) (BRASIL, 1995).
A alíquota de 9% (nove porcento) da CSLL é igual aos dois regimes, a diferença é que, no
Lucro Real, ela é tributada sobre o lucro efetivo auferido pela empresa, conforme o regulamento
do IR. Ao passo que no Lucro Presumido, ela incidirá sobre um percentual de presunção que
varia de acordo com a atividade econômica da empresa.
Atualmente regido pelo inciso I do art. 617 do Decreto n° 7.212 de junho de 2010 (BRASIL,
2010), o IPI é o Imposto sobre Produtos Industrializados, um tributo devido a todos e quaisquer
produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, que passam por algum tipo de “operação
que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do
produto, ou o aperfeiçoe para consumo” (DECRETO 7.212/2010) (BRASIL, 2010).
Segundo a legislação, caso o produto passe por uma industrialização, mesmo que incompleta,
parcial ou intermediaria, estará sujeito às regras do RIPI (regulamento do IPI). Ainda segundo
o Decreto 7.212/2010 (BRASIL, 2010), o IPI é um imposto devido por produtos com alíquota,
ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas
complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação “NT” (não tributado).
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 209
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda
Ticianelli de Oliveira Doná
O RICMS-SP traz em seu anexo I alguns produtos sujeitos à isenção do ICMS, tais como
produtos destinados ao consumo de deficientes físicos e produtos para instituições públicas ou
entidades assistenciais. Há também produtos cuja isenção ocorre de forma parcial, como o leite,
borracha, algodão e demais produtos dispostos no referido anexo. Outra possibilidade disposta
no referido regulamento é a possibilidade da redução de sua base de cálculo, como forma de
diminuir a carga tributária de produtos, sendo esta descrita em seu anexo II do RICMS.
Importa ressaltar que o ICMS possui a modalidade da ST, que significa Substituição
Tributária, situação em que o contribuinte, de acordo com o produto que é industrializado, deverá
recolher o ICMS referente às operações subsequentes, ou seja, referente às operações que
ainda não ocorreram, mediante a aplicação de um índice de valor agregado. Os produtos que
fazem parte da ST estão dispostos no artigo 313 do RICMS.
Embora o ICMS seja um imposto de responsabilidade estadual, quando ocorrem operações
interestaduais, devem ser utilizadas as seguintes alíquotas (Tabela 2):
210 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
Alíquotas Operações
Quando realizadas por contribuintes dos Estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-
12% Oeste, e Estado do Espírito Santo, para qualquer que esteja localizado o Estado do
destinatário.
Quando realizadas entre empresas situadas nas regiões Sul e Sudeste, exceto o estado
12%
do Espírito Santo.
Quando realizadas por contribuintes localizados nos Estados das regiões Sul e Sudeste,
7%
com destino às regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Estado do Espírito Santo.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Diante do exposto, é de suma importância que o profissional contábil tenha ciência das
informações operacionais de aquisições e vendas da empresa, tendo em vista que as operações
interestaduais poderão impactar (positivamente ou negativamente) o resultado da apuração do ICMS.
REGIMES TRIBUTÁRIOS
Lucro Presumido
O Lucro Presumido difere do conceito de lucro real, pois a sua realização tem como
fundamento a presunção (suposição) do lucro da empresa. Neste sentido, seu objetivo é a
simplificação da base de cálculo dos devidos impostos incidentes sobre o lucro da empresa, que
são o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).
Segundo Neves e Viceconti (2007, p. 35), “lucro presumido é uma modalidade optativa de
apurar o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda e a Contribuição Social das empresas
que não estiverem obrigadas à apuração do lucro real”.
Desta forma, as empresas que podem optar pelo referido regime tributário são as que dentro
de seu ano-calendário anterior obtiveram uma receita bruta igual ou inferior a R$78.000.000,00
(setenta e oito milhões de reais), ou a R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais)
sendo multiplicado pelo número de meses em atividade dentro do ano-calendário anterior.
Outra característica é a identificar na empresa, é se sua constituição societária ou sua
natureza jurídica não impede que ela seja tributada pelo regime de lucro presumido e também
se organização não está obrigada a ser tributada pelo regime de lucro real em questão da sua
atividade exercida.
As empresas optantes pelo Lucro Presumido para apuração dos tributos IRPJ e CSLL têm
como base a Tabela 3, a seguir.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 211
André Ricardo Ponce dos Santos • Miguel Oshima Gomes • Gustavo da Paixão Nunes • Luis Eduardo Doná • Fernanda
Ticianelli de Oliveira Doná
Com base no quadro acima, a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) das empresas tributadas pelo lucro presumido varia de acordo com a atividade exercida
(que pode ser de 12% e 32%). Já a alíquota da CSLL a ser aplicada sobre o lucro suposto (base
de cálculo) é de 9% (nove por cento).
Já no caso do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), a alíquota da tributada
pelo Lucro Presumido é de 15%, que será aplicado sobre resultado do coeficiente de presunção
(conforme o quadro 1), que varia entre 1,6% a 32%. No caso do caso a empresa exceda o lucro
mensal em R$ 20.000,00 (vinte e mil reais), deverá recolher um adicional de 10% (dez porcento).
Lucro Real
Lucro Real é a base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros
contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais
e fiscais. A apuração do lucro real é feita na parte A do livro de Apuração do Lucro
Real (e-Lalur), mediante adições e exclusões ao lucro líquido do período de apuração
(trimestral ou anual) do imposto e compensações de prejuízos fiscais autorizadas pela
legislação do IR, de acordo com as determinações contidas na IN SRF n. 28/1978, e
demais atos legais e infralegais posteriores. (CREPALDI, p. 116, 2019)
Além disso, o lucro real é o único regime em que não existe quaisquer impedimentos para
sua adesão, em outras palavras, ele pode ser uma opção por parte de qualquer contribuinte.
Entretanto, existem algumas pessoas jurídicas que estão obrigadas a tributação do lucro
real, sendo estas:
212 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
Simples Nacional
Instituído pela Lei n° 123/2006 (BRASIL, 2006), o Simples Nacional é o regime tributário mais
atrativo a microempresas, empresas de pequeno porte e MEI (Microempreendedor Individual);
não há exigências para que empresas optem por sua utilização, mas sua opção deve ser feita
até o dia 31 de janeiro de cada ano. Também conhecido como regime simplificado, sua principal
característica é a unificação dos tributos (federais, estaduais e municipais) e contribuições (INSS
Patronal) devidos pelas empresas em uma só guia de recolhimento, o chamado DAS (Documento
de Arrecadação do Simples Nacional).
Outra característica presente neste regime é sua divisão por anexos de atividades, uma
vez que cada atividade se enquadra em um anexo diferente e consequentemente em faixas de
faturamento e alíquotas diferentes, fazendo com que quanto menor a faixa, menor será a alíquota
de imposto a ser recolhido. De modo geral, o Simples Nacional é dividido em cinco anexos
que contemplam respectivamente comércio, indústria, serviços de locação/cursos, serviços de
construção, serviços de administração/locação de imóveis.
No caso do Fator R, as atividades de prestação de serviços referidas no Anexo V devem
ser tributadas na forma do Anexo III da citada Lei Complementar, em casos em que a folha
de salários represente um montante igual ou superior a 28% (vinte oito por cento) da receita
auferida pela pessoa jurídica, assim fazendo com que as alíquotas sejam menores. O Fator R
utiliza como base de cálculo o resultado adquirido pela divisão do Valor da Folha de Pagamento
pela Receita Bruta, ambos dos últimos 12 (doze) meses.
Para fins de cálculo do Simples Nacional, utiliza-se como base o faturamento acumulado
dos últimos 12 (doze) meses, sendo que para as EPP (empresas de pequeno porte) seu limite de
faturamento é o montante de R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), já para as ME
(microempresas), este limite é de R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), por ano calendário.
METODOLOGIA
Delimitação do Tema
Para realização do estudo de caso foi escolhida uma empresa do segmento de indústria
e comércio de produtos de vedação, situada no interior do estado de São Paulo. Desta forma,
foi realizada uma pesquisa descritiva com revisão bibliográfica (teórica) e abordagem qualitativa.
A pesquisa de campo foi desenvolvida do mês agosto até o mês de outubro de 2022, período
em foram coletados e analisados os documentos contábeis da empresa, elaborando um
planejamento tributário.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 213
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Ticianelli de Oliveira Doná
Métodos
Estudo de Caso
Foi realizado um estudo de caso em uma empresa descrita anteriormente, cujo propósito
foi identificar qual regime tributário contribuiria para uma possível redução da sua carga tributária.
Neste sentido, Gil (2002, p.54) esclarece que “o estudo de caso é uma modalidade de
pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Segundo o autor, este método
consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu
amplo e detalhado conhecimento.
Pesquisa bibliográfica
Técnicas
Observação sistemática
Análise Documental
A utilização da técnica de coleta de dados é uma das mais importantes, pois na concepção
de Cervo e Bervian (1996) ‘’[...] neste momento, é uma das fases decisivas da elaboração do
trabalho científico. Trata-se, em primeiro lugar, da coleta e registro de informações, da análise e
interpretação dos dados reunidos e, finalmente, da classificação dos mesmos’’.
214 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Tabela 4, é possível perceber o valor a ser recolhido na modalidade não
cumulativa (Lucro Real) de R$ 3.949,18 mensalmente. Se acaso a empresa optasse pelo Lucro
Presumido, este valor seria de R$ 2.722,26 (Apêndice D), ressaltando que também foi excluído
da receita operacional valor do ICMS (assim como no Lucro Real).
No caso da apuração da COFINS, o procedimento é igual ao realizado no PIS, alterando
apenas as alíquotas que na modalidade cumulativa (Lucro Presumido), a alíquota passa a ser de
3% (Por cento); já na modalidade não cumulativa (Lucro Real), a alíquota passa a ser de 7,6%
(Por cento). A Tabela 5, a seguir, apresenta o cálculo do COFINS na modalidade não cumulativa.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 215
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Assim, como no PIS, a Tabela 5 apresenta o valor a ser recolhido na modalidade não
cumulativa (Lucro Real) de R$ 31.693,08 mensalmente. Se acaso a empresa optasse pelo Lucro
Presumido, este valor seria de R$ 13.501,09 (Apêndice E), ressaltando que também foi excluído
da receita operacional valor do ICMS (assim como no Lucro Real).
Para a apuração do ICMS, o procedimento é único, tanto para Lucro Real quanto Lucro
Presumido. Referente às saídas, foi aplicada uma alíquota média no mês de 17,2% (por cento),
já sobre as aquisições ocorridas no mês, foi aplicada a alíquota média de 17,4% (por cento).
Ressalta-se que essas alíquotas médias se referem às vendas e compras realizadas internamente
(dentro do estado de SP) e interestadual (fora do estado de SP).
Desta forma, foi possível identificar e evidenciar os valores referentes ao imposto do ICMS,
que pode dar a pagar ou ter crédito para utilizar futuramente (ICMS sobre a receita – ICMS sobre
a compra), conforme apresentado na Tabela 6.
216 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A elaboração do planejamento tributário como contribuição em
um processo decisório: um estudo de caso em uma indústria de pequeno porte
Tabela 7. Comparação – Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional ano de 2021.
Meses Lucro Real Lucro Presumido Simples Nacional
Janeiro 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Fevereiro 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Março 139.544,70 142.128,73 66.655,04
Abril 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Maio 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Junho 139.544,70 142.128,73 66.655,04
Julho 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Agosto 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Setembro 139.544,70 142.128,73 66.655,04
Outubro 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Novembro 126.954,31 107.535,39 66.655,04
Dezembro 139.544,70 142.128,73 66.655,04
Total 1.573.813,30 1.428.798,04 799.860,48
Fonte: Elaborado pelos autores.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 217
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Ticianelli de Oliveira Doná
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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prático, 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. Disponível em: <https://tecnologiamidiaeinteracao.
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218 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
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Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 219
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220 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
1 Tecnóloga em Gestão da Qualidade pela Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra – Fatec, Lins – SP,
Brasil. E-mail: laureanefernanda5@gmail.com.
2 Tecnólogo em Gestão da Qualidade pela Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra – Fatec, Lins – SP,
Brasil. E-mail: lucascostahonorio2010@gmail.com.
3 Docente do Curso de Tecnologia em Gestão da Qualidade da Faculdade de Tecnologia De Lins Prof. Antônio Seabra
– Fatec, Lins – SP, Brasil. E-mail: sandro.pinto@fatec.sp.gov.br.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 221
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
ABSTRACT: This paper presents the feasibility of improvements in the implementation of quality
management system using some of the seven quality tools to reduce bottlenecks in a specific tannery
line. Specific line of a tannery. It demonstrates by means of the principles of quality management, as
well as the ISO 9001, its principles, stages and execution processes, implementation. Establishes
that by meeting the requirements of the standard, companies become more become more organized,
with a greater degree of awareness of the context in which context in which it is inserted, starting
to have work processes that are well structured structured and more efficient, bringing gains in
performance and in the company’s image and the company’s image. It shows that the planning and
optimization of the quality tools help companies to produce in the best produce in the best time and
with low costs, in other words, with efficiency and in other words, with efficiency and effectiveness,
the current market needs in short term. In the design of this work, the type of qualitative research
is adopted, qualitative research, with information obtained through articles specialized periodicals,
magazines, and websites. It presents a model of a non-structured interview, which was applied to
a Quality Coordinator to a Quality Coordinator who actively participated in the whole process of
implementing the quality tools adopted throughout the process the process of a specific tannery
line. The interview consolidates the importance of the subject for companies that seek to implement
quality tools companies that seek to implement quality tools in the process to obtain excellence
excellence and prominence in the market. Finally, it concludes that it is important to have a defined
planning and that one should start the implementation process implementation process by defining
the scope, as well as using quality tools correctly to achieve success in the production process and
thus achieve success factors in relation to the competitors.
INTRODUÇÃO
O mundo hoje se tornou mais do que nunca muito dinâmico, as mudanças ocorrem
da noite para o dia, com isso as empresas tornaram-se reféns de seus funcionários e suas
máquinas. A importância dada aos funcionários e máquina surge também pela necessidade de
as empresas estarem sempre se adequando às demandas, para que assim não haja perdas por
superprodução ou por tempo de espera.
Com o aumento da competitividade em diversos setores da indústria, os preços passaram
a ser moldados pelo mercado consumidor ao invés de serem impostos pelas empresas, portanto,
para alcançarem resultados financeiros melhores cabe a elas reduzirem seus custos produtivos
ou agregar valor no produto ou serviço oferecido (ANTUNES, 2008).
O cenário torna-se ainda mais competitivo para o setor de curtumes, o qual está em queda
na última década, visto que somente de 2014 para 2018 o Brasil reduziu de 220 milhões para 180
milhões de metros quadrados na exportação do couro (HASSE, 2020).
A dificuldade existente para as empresas do setor faz com que seja imprescindível o
uso de métodos e ferramentas que cortem quaisquer custos desnecessários pertinentes aos
procedimentos envolvidos, sendo eles desde o momento do recebimento e transformação
da matéria-prima até a entrega do produto final, com diversas oportunidades de ações para
melhorias internas (CHIAVENATO, 2007).
O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) funciona como um instrumento para ajudar o
gestor a encontrar e corrigir processos ineficientes dentro da organização. Além disso, é uma
forma de documentar a cultura da organização, permitindo que o negócio cresça mantendo a
qualidade dos bens e serviços prestados.
Por se tratar de um sistema internacional criado pela International Organization for
Standardization (ISO), com o propósito de desenvolver e promover normas que possam ser utilizadas
222 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
por todos os países do mundo, é uma ferramenta que pode ser adotada por qualquer empresa, de
qualquer porte e por isso é a norma mais conhecida e adotada em todo o mundo pelas empresas.
O presente artigo tem como objetivo analisar a viabilidade de implantação de um sistema de
gestão da qualidade, analisando os impactos no processo da linha de produção de um Curtume
utilizando Ferramentas da Qualidade em uma empresa do setor de curtumes do interior do
estado de São Paulo, para auxiliar no controle do processo de classificação de couros, diante da
necessidade de agilidade no processo, sendo assim, realizando o setup fora da linha de produção.
Ao final do trabalho, são feitas algumas reflexões sobre o estudo de caso, apresentando as
dificuldades encontradas, mudanças que ocorreram no seu desenvolvimento, e sugerindo novos
estudos pertinentes a esta metodologia aplicada em curtumes a fim de desenvolver este setor.
Introdução a qualidade
REFERENCIAL TEORICO
A gestão de qualidade é uma estratégia de busca contínua por elevados padrões, visando
melhorar o desempenho das pessoas, os processos, os produtos e o próprio ambiente de trabalho.
Para tanto, são utilizados filosofias, métodos e tecnologias que são aplicadas à empresa.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, o Japão se apresenta ao mundo literalmente
destruído e precisando iniciar seu processo de reconstrução. W.E.
Deming foi convidado pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE) para
proferir palestras e treinar empresários e industriais sobre controle estatístico de processo e
sobre gestão da qualidade.
O Japão inicia, então, sua revolução gerencial silenciosa, que se contrapõe, em estilo, mas
ocorre paralelamente, à revolução tecnológica “barulhenta” do Ocidente e chega a se confundir
com uma revolução cultural. Essa mudança silenciosa de postura gerencial proporcionou ao
Japão o sucesso de que desfruta até hoje como potência mundial.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 223
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
A história da ISO tem início na Segunda Guerra Mundial, quando países aliados não
podiam compartilhar munições, devido a diferenças de unidades de medida em geral. Assim,
a solução dos militares foi a criação de normas para um desenvolvimento uniforme dessas
munições, surgindo daí diversas normas com o objetivo de criar padronizações (TAJRA, 2008).
Durante uma reunião em Londres, na Inglaterra, entre empresários representantes de
25 países decidiram criar uma organização internacional nãogovernamental com o objetivo de
facilitar, em nível mundial, a coordenação e a unificação de normas industriais.
Essa organização, denominada International Organization for Standardization (ISO),
sediada em Genebra, na Suíça, começou a funcionar oficialmente em 23 de fevereiro de 1947
com o intuito de aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos. Atualmente está
presente em cerca de 162 países.
A utilidade dos padrões ISO se estende aos ambientes de produção, tanto privados
quanto públicos, tornando-os mais seguros, eficientes e transparentes. Os governos e setores
de regulação podem utilizá-los como base técnica para as questões legais que envolvam
saúde, ambiente e segurança. Os padrões também podem servir de suporte na transferência de
tecnologia para países em desenvolvimento, além de proteger consumidores e usuários.
Dessa forma, a ISO demonstra que seus padrões são positivos para a sociedade. O
Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é definido segundo a NBR ISO 9000 como um conjunto
de elementos inter-relacionados ou interativos para estabelecer política, objetivos, para atingir
estes objetivos e para dirigir e controlar uma organização (entendida como grupo de instalações
e pessoas com um conjunto de responsabilidades, autoridades e relações) no que diz respeito à
qualidade, que é o grau no qual um conjunto de características inerentes ao produto ou prestação
de serviço satisfaz a requisitos, que são necessidades ou expectativas, expressos pelo cliente de
forma implícita ou obrigatória (ABNT, 2015).
Os trabalhos da ISO resultam em acordos internacionais que são publicados como Normas
Internacionais. O Brasil participa da ISO através da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). As normas da ABNT são reconhecidas pelo governo federal como Normas Brasileiras
(NBR). Tendo em vista a grande luta pela conquista de clientes, na década de 80, a ISO criou
uma comissão técnica com a finalidade de elaborar as normas voltadas aos Sistemas de Gestão
da Qualidade, visando facilitar o intercâmbio internacional de bens e serviços, uma vez que, os
requisitos variáveis representavam uma barreira ao comércio.
O trabalho técnico da ISO consistiu na elaboração de acordos internacionais, através de
processo consensual, para aplicação voluntária. Estes acordos, baseados nas normas britânicas
da qualidade, formam a série de normas ISO 9000, editadas mundialmente em 1987.
224 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
A ISO 9000 é um conjunto de normas internacionais, que fornecem critérios para a avaliação
de procedimentos de garantia da qualidade e gestão da qualidade em uma organização e entre
a organização e seus clientes ou público (SALGADO; SOUTO, 2003).
As empresas cada vez mais necessitam certificar através de política e ações. Fazer qualidade
é procurar a satisfação dos clientes em primeiro lugar. A verificação deste princípio fez com que
muitas empresas de sucesso dominassem o mercado de produto e serviço nos últimos anos. As
principais ferramentas analisadas a seguir são as mais utilizadas no TQC, mas não são as únicas.
Essas ferramentas são usadas por todos em uma organização e são extremamente
úteis no estudo associado às etapas ao fazer rodar o ciclo. Segundo Yoshinaga (1988:80), “As
ferramentas sempre devem ser encaradas como um MEIO para atingir as METAS ou objectivos”.
Meios são as ferramentas que podem ser usadas para identificar e melhorar a qualidade,
enquanto a meta é onde queremos chegar (final).
A qualidade não pode estar separada das ferramentas básicas usadas no controle,
melhoria e planeamento da qualidade, visto estas fornecerem dados que ajudam a compreender
a razão dos problemas e determinam soluções para eliminá-los. Sendo assim, demonstrar a
aplicação de cada uma das ferramentas, os pré-requisitos para a construção e como fazer a
relação entre cada uma.
As sete ferramentas da qualidade são:
● Diagrama de Pareto
● Histograma
● Diagrama de Causa e Efeito
● Folha de Verificação
● Gráficos de Controle
● Fluxogramas
● Diagrama de Dispersão
A norma ISO 9001 foi publicada pela primeira vez em 1987 e submetida a quatro revisões
desde então, 1994, 2000, 2008 e agora a quinta edição, publicada em 2015, para refletir
avanços na tecnologia e aplicação da gestão da qualidade. (APCER, 2015). Diversas mudanças
importantes foram introduzidas na nova ISO 9001:2015 e devem ser esclarecidas para que as
empresas já certificadas na versão 2008 realizem uma transição adequada.
Se tratando especificamente da família de normas ISO 9000, sua primeira versão
certificável foi publicada em 1987, influenciada por normas de defesa miliar, cujo principal objetivo
era melhorar o fornecimento de armamentos, tornando-os mais confiáveis para utilização na
indústria da guerra.
Em 1987 foi desenvolvida a normatização da ISO 9001, sua criação foi baseada na norma
britânica BS5750 e tinha como principal objetivo se tornar a referência de padrão internacional
para garantir a qualidade de produtos e serviços conseguido, com isso, facilitar a exportação e
diminuir os custos de produção.
A BS5750 era conhecida como uma norma de administração, uma vez que não apenas
tratava da produção, mas também, da administração da produção. Ao contrário de outros
métodos existentes de padronização dos sistemas de gestão da qualidade, a ISO 9001 tem seu
foco na satisfação do cliente e na gestão por processos.
A primeira versão da norma tinha a mesma estrutura da BS5750 e era dividida em:
ISO9001:1987, voltada para companhias e organizações que abrangiam em suas atividades a
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 225
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
criação de novos produtos; ISO9002:1987, parecida com a anterior, porém, não abrangendo a
criação de produtos, ou seja, voltada para montagem; e a ISO9003:1987 que focava apenas a
inspeção final do produto ou serviço, não se preocupando com o “como” o produto era feito.
Conhecida na época como Sistema de Garantia da Qualidade com foco em ações
preventivas, na primeira versão cada empresa definia seus próprios requisitos, elaborando
uma grande quantidade de procedimentos e instruções de trabalho para suportar o Sistema da
Garantia da Qualidade, devido ao excesso de documentos desenvolvidos fazia com que a norma
se tornasse complexa e difícil de manter todos os seus controles.
Em 1994 passou pela primeira revisão: os 73 países de maior PIB do mundo a adotam
como norma nacional;
Em 1994, sendo intitulada como ISO 9001:1994. Esta versão tinha o intuito de introduzir o
conceito “garantia da qualidade”, onde as empresas deveriam definir no mínimo 20 procedimentos
documentados. O excesso de documentação acabou sendo a marca desta versão, a qual fora
criticada por muitos por produzir excesso de “papel” no sistema organizacional.
● Responsabilidades de projeto, era certificada pela ISO 9002;
● A versão de 1994 exigia que fosse desenvolvido um manual da qualidade para incluir ou
fazer referência aos procedimentos documentados que formam parte do Sistema de Gestão da
Qualidade;
● A norma passou a exigir a participação de representantes de todas as funções referentes à
etapa de projeto que está sendo examinada. A validação do projeto precisava ser realizada para
assegurar que o produto estava de acordo com as necessidades ou requisitos do usuário definido;
● Os requisitos de controle de processos foram atualizados para incluir a manutenção do
equipamento, de modo a assegurar a capacidade contínua do processo.
226 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
• Escopo;
• Referências Normativas;
• Termos e definições (comuns);
• Contexto da Organização;
• Liderança;
• Planejamento;
• Apoio/ Suporte;
• Operação;
• Avaliação de Desempenho;
• Melhoria.
Entretanto, é importante dizer que de acordo com as normas ISO, é possível ter cláusulas
e subcláusulas a mais, que trazem especificidades de cada norma.
Industria Frigorífica
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 227
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
Hoje, a pecuária de corte vai muito além da porteira e agrega vários elos dentro da sua cadeia
de produção. A atividade é favorecida pelo importante parque industrial para processamento e
abate de bovinos. Para alcançar o grau de excelência atual, foi necessário muito investimento
em busca de novas tecnologias em nutrição, pastagem, manejo sanitário e genética.
A partir de uma forte reestruturação da cadeia de produção, foi possível obter ganhos ao
setor como: melhorias nos índices de natalidade, queda nos índices de mortalidade, redução na
idade para abate e melhoria nos índices de desfrute do rebanho.
O processo de produção de carne tem início no setor de insumos, que representa as
empresas de bens e serviços na área de nutrição, manejo, genética e sanidade. Em seguida,
tem-se os setores produtivos, que reúnem as unidades de produção fornecedoras das matérias-
primas iniciais.
Os frigoríficos, responsáveis pelo avanço do produto final em direção ao consumidor, por
meio da distribuição para o segmento de varejo, transformam a matéria–prima em produto acabado.
A missão desse segmento é disponibilizar a carne bovina, de forma apresentável, higiênica e em
formato útil ao consumidor. Para que este sistema funcione perfeitamente existem alguns elementos
de apoio que são essenciais, pois são responsáveis pelo fluxo financeiro e de informações.
O conjunto de agentes que compõe a cadeia produtiva da pecuária de corte brasileira
apresenta grande heterogeneidade: de pecuaristas altamente capitalizados a pequenos
produtores empobrecidos; de frigoríficos com alto padrão tecnológico, capazes de atender a
uma exigente demanda externa, a abatedouros que dificilmente preenchem requisitos mínimos
da legislação sanitária.
Parte disso é fruto do ambiente institucional no qual essa cadeia se insere. Aspectos ligados
ao comércio exterior, à evolução macroeconômica, à inspeção, à legislação e à fiscalização
sanitárias, disponibilidade e confiabilidade de informações estatísticas, legislação ambiental,
mecanismos de rastreabilidade e certificação, sistemas de inovação, entre outros, condicionam
fortemente a competitividade dessa cadeia agroindustrial.
Processos de um Curtume
O curtume é o nome dado ao processo produtivo do couro ainda em seu estágio inicial.
Desse modo, a empresa responsável por essa atividade prepara o couro para que seja utilizado
na produção de diferentes produtos e acessórios de grande popularidade no mercado. Embora
este seja o significado de curtume mais conhecido, o termo também pode ser caracterizado
como processo produtivo ou como um estabelecimento.
O curtimento é o processo que tem o objetivo de transformar a pele animal em couro, ou seja,
em um material estável, durável, resistente ao ataque de micro-organismos e enzimas. Este processo
aumenta a estabilidade hidrotérmica das peles que adquirem lisura, enchimento, elasticidade e
resistência ao rasgo e a rupturas. Uma das modalidades mais tradicionais e usadas de curtimento é
o mineral ou inorgânico. Nele, as peles são processadas em fulões sob a ação de curtentes, produtos
químicos feitos à base de sais. O resultado é um couro extremamente macio, elástico, leve e estável,
indicado para fabricação de vestuário. Quando a pele é curtida exclusivamente com sais de cromo
trivalente (cromo III), o couro é denominado wet blue. Em relação ao curtimento, também há outras
modalidades que podemos destacar, couro vegetal e couro orgânico, que são realizados, de forma
mais comum, com taninos vegetais, combinados ou não com taninos sintéticos, que resultam em
228 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
couros de maior peso. Há ainda o curtimento misto, realizado com produtos de origem de síntese
como glutaraldeído e fenóis, que fornecem aos couros características específicas, como resistência
a lavagens e baixo peso. E o curtimento de preservação, feito com engraxes superficiais. Depois da
primeira etapa de curtimento, o couro pode passar por processos de recurtimento, nos quais são
definidas características como maciez, enchimento, elasticidade e resistência. É a partir daí que
conseguimos alcançar os outros tipos de couros.
PESQUISA DE CAMPO
Estudo de Caso
Este artigo tem como procedimento de pesquisa, um estudo de caso qualitativo, tendo as
informações obtidas por meio de artigos periódicos especializados, revistas e sites da internet.
Os estudos de caso fazem parte da pesquisa qualitativa; essa pesquisa que se concentra em
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 229
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
Pesquisa
De acordo com a abordagem pretendida para se tratar o tema deste trabalho, optou-se
por um estudo Qualitativo. Foi feita uma entrevista aberta com o Coordenador de Qualidade,
onde relata: O entrevistado menciona que a unidade onde exerce suas funções de liderança,
através de sua visão de negócio em aumentar a produtividade de sua equipe, obtendo assim o
atingimento de metas, desenvolveu um método onde os classificadores, classificavam os couros
e faziam as contagens em contadores manuais.
Entretanto, durante a rotina da empresa, os procedimentos ficaram obsoletos, pois o
operador classificador, além de realizar a função tal que lhe foi determinada, realizava também
setup5 de equipamentos, levando a perdas excessivas de tempo. O entrevistado relata que desde
o início dos trabalhos, várias metodologias foram aplicadas na realização destas atividades,
porém não obteve o sucesso esperado.
Foi relatado também que há algum tempo fizeram uma reunião junto a Gerência da
Unidade, onde foi definido que os classificadores apenas realizariam o setup das partidas e a
classificação do couro, e que toda a parte de contagem dos couros e a realização de geração
de documentação ficaria de responsabilidade de seus auxiliares, sendo que quando fossem
geradas as documentações os classificadores deveriam conferir, se estavam corretas e sendo
assim validaria, entretanto não estavam obtendo metas sucedidas.
No término destes relatos o entrevistado realizou uma reunião junto a gerência, onde foi
decidido a abertura de um projeto Kaizen, com a solicitação deste projeto foram criadas algumas
equipes onde: Classificador I, que ficou responsável pela liderança da equipe, Classificador
II como equipe fazendo o levantamento e estratificação dos dados, PCP com captação de
resultados e análises e o Coordenador da Qualidade como patrocinador. Nesta etapa foi utilizada
a ferramenta PDCA para obter um planejamento do projeto e com a abertura do Kaizen, foram
feitas reuniões semanalmente para realizar levantamento de dados de como a empresa se
encontrava. Neste cenário a empresa contava com cinco calhas de classificação em linha, sendo
todas compostas por um classificador e dois auxiliares, onde o classificador fez toda a parte de
classificação e recortes necessários, e seus auxiliares fizeram as movimentações dos couros
junto aos paletes com a geração de documento ao término de cada partida.
A estrutura proposta era que ao início de cada partida a equipe junto com classificador se
deslocavam para outro setor, para buscar a partida que era separada em quatro paletes de em média
250 couros em meios6, porém percebeu-se dificuldades para saberem quais as partidas precisavam
serem feitas, pois não haviam identificações de chegadas e eram posicionadas aleatoriamente
podendo ter dois paletes de um lado do setor e os outros dois do outro lado, com isso notou-se que
o classificador perde tempo excessivo, devido precisar além de solicitar ao líder as informações de
qual partida pegar, precisavam identificar a localização dos paletes da partida, estes levantamentos
somente foram possíveis com a utilização da ferramenta da qualidade Diagrama de Causa e Efeito.
230 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
Com a utilização desta ferramenta foi possível identificar que não se tratava apenas de
uma falta de organização na saída da partida do setor, mas também algumas outras causas
como: falta de equipamento de medição de macies do couro (Softimetro), falta de bases dos
paletes adequada, pois cada uma era de uma altura diferente e os auxiliares tinham dificuldades
para a geração de documentações. Sendo assim, com o auxílio da ferramenta, foi definido quais
eram as principais dificuldades que atrasavam a produção.
O operador classificador tem uma meta de 170 meios/hora que dá em média 1473 meios
por dia, ao utilizarmos o gráfico de Pareto observou-se que os classificadores conseguiam atingir
as metas e outros não estavam conseguindo, pois perdem muito tempo com a movimentação dos
paletes, geração de documentos e ao fazer o setup. Ao analisar todo esse processo feito pelos
classificadores, o PCP chegou a uma conclusão de que o tempo levado desde a movimentação
de paletes até a conclusão do setup era em média de 40min a 1hora, gerando uma baixa
produtividade para o classificador.
Com todos esses dados levantados, as bases foram padronizadas, contendo 5 paletes
de altura, esta altura foi ajustada junta ao técnico de Postura e Segurança Ocupacional. Sendo
assim, foi solicitado junto a manutenção que fabricassem as bases todas nesta altura padrão,
foi decido então criar uma equipe fora da linha de produção (Pit-Stop7), onde a mesma estará
realizando todas as movimentações dos paletes para o classificador. Foi também ajustado
para que uma calha sempre permaneça vazia pois a equipe Pit-Stop estará realizando o setup
nesta calha, assim quando um classificador terminar uma partida, irá apenas levantar a mão
informando o término da classificação, sendo assim a equipe Pit-Stop estará indo até a calha do
mesmo e finalizando toda a documentação da partida e o classificador será direcionado a calha
onde estará vazia, para iniciar a nova partida com setup realizado para o classificador.
ANÁLISE E DISCUSSÃO
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 231
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
232 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 233
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
Conforme detalhado na Figura 6, nos meses avaliados julho e agosto, não foram
implementados as ferramentas da qualidade, foram implementadas a partir do mês de setembro,
onde foi possível observar um aumento na produção de 21,9% realizado frente ao proposto pela
meta no mês de setembro, o que demonstra evolução quanto ao proposto no trabalho, conforme
a baixa na produtividade, não foi possível acompanhar os outros meses seguintes.
234 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONCLUSÃO
Com base no estudo realizado neste artigo, em obter a viabilidade de melhorias na implantação
de um sistema de gestão da qualidade utilizando algumas das sete ferramentas da qualidade para
a redução de gargalos em uma linha específica de um curtume, conclui-se que é indispensável a
utilização das ferramentas da qualidade para obtenção de uma melhoria em determinado processo
ou situação, pois através das ferramentas conseguimos identificar o problema pela causa raiz e
possibilidade de padronização, resolução das dificuldades encontradas, gerando maior desempenho
para as organizações e obtendo uma melhoria contínua de seus processos ou situações com eficácia.
Com a ajuda do mapeamento realizado das dificuldades encontradas na linha de produção
do curtume, foi implementado algumas das sete ferramentas da qualidade citadas neste artigo,
e obtendo um nível de padronização do processo da linha. Observou uma melhora significativa
com redução de gargalos na linha produtiva, após a implementação das ferramentas.
Com trabalhos futuros, o estudo de caso mostrou a importância de visualizar que o ciclo
de resolução das ferramentas da qualidade está relacionado com diversos métodos como, medir,
definir, analisar e resolver problemas que impactam nos resultados, sendo assim, podendo
utilizar algumas outras ferramentas como Carta de Verificação, Diagrama de Dispersão, Folha
de Verificação entre outros, as quais poderão fazer parte de futuras pesquisas nas organizações,
visando a melhoria de equipamentos, entre outros.
NOTAS
4 Gargalos são restrições existentes no processo que impedem a obtenção dos resultados
esperados.
5 Setup linguagem utilizada internamente na unidade do curtume que se refere a inspeção do couro.
6 Couros em meios é quando o couro bovino é repartido ao meio, tendo assim duas metades.
7 Pit-Stop nome dado a equipe que irá realizar a inspeção dos couros em meios fora da linha de
produção.
REFERÊNCIAS
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 235
Laureane Fernanda Marques da Silva • Lucas Costa Honório • Sandro da Silva Pinto
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Proposta de um sistema de gestão da qualidade em um curtume do interior paulista
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 237
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
RESUMO: A logística, antes considerada apenas transporte, passa a integrar várias áreas de
uma empresa. Dentre as áreas funcionais de uma empresa, pode-se observar um conjunto de
atividades ligadas à logística, que, ao mesmo tempo em que sofre a pressão por resultados,
impacta diretamente no desempenho interno e externo da organização. Uma das áreas funcionais
que influencia a logística é a produção e para que ela seja mais eficaz, faz-se necessário um
layout bem definido e estruturado. O layout é definido de acordo com os processos produtivos e as
necessidades da empresa. Sabendo disso, o objetivo desse trabalho é de verificar a importância
do layout na busca de uma melhor produtividade empresarial. Para atingir esse objetivo, foi
realizado uma revisão bibliográfica através de livros e artigos científicos, assim como, um estudo
de caso na empresa Newdrop, localizada na cidade de Lins, SP. Com a realização da pesquisa
foi possível constatar que com a escolha e utilização correta do layout produtivo, a empresa
consegue maior rapidez no processo e um menor desperdício, fazendo com que ela se torne
mais produtiva e consequentemente mais lucrativa.
ABSTRACT: Logistics, once considered just transportation, now integrates several areas of a
company. Among the functional areas of a company, it is possible to observe a set of activities
related to logistics. At the same time, they are under pressure from results and have a direct
impact on the internal and external performance of the organization. One of the functional areas
that influences logistics is production and, in order to be more efficient, it is necessary a well-
defined and structured layout. The layout is defined according to the productive processes and
the needs of the company. Thus, the objective of this work is to verify the importance of the layout
in the search for better business productivity. To reach this goal, a bibliographical research was
carried out through scientific books and articles, as well as a case study at Newdrop company,
located in the city of Lins, SP. With the realization of the research it was possible to verify that with
1 Tecnóloga em Logística pela Faculdade de Tecnologia de Lins - Prof. Antônio Seabra – Fatec, Lins – SP, Brasil. E-mail:
aleoliveira1018@gmail.com.
2 Tecnólogo em Logística pela Faculdade de Tecnologia de Lins - Prof. Antônio Seabra – Fatec, Lins – SP, Brasil. E-mail:
bruno_daluzsantos@hotmail.com.
3 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra – Fatec, Lins – SP, Brasil. E-mail: eduardo.tofoli@
fatec.sp.gov.br.
238 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
the correct choice and use of the productive layout, the company achieves faster process and
less waste, making it more productive and consequently more profitable.
INTRODUÇÃO
A logística vem ganhando espaço com sua flexibilidade, antes era considerada uma área
apenas operacional, responsável por muitos custos na empresa, passando por transformações.
Atualmente é uma das partes fundamentais do planejamento da empresa.
Dentre as áreas funcionais de uma empresa, pode-se observar um conjunto de atividades
ligadas à logística, que, ao mesmo tempo em que sofrem a pressão por resultados de curto,
médio e longo prazo, impactam diretamente no desempenho interno e externo da organização.
Além disso, estas áreas são responsáveis por desenvolver diversas atividades
simultaneamente, em prazos apertados e com grande concentração de custos (VASCONCELOS;
VASCONCELOS, 2012).
Assim, tais funções necessitam de uma relação próxima para que objetivos internos, como
desempenho da empresa, e externos, como agregação de valor e satisfação dos clientes, sejam
cumpridos. Uma das áreas que engloba a logística é a área da produção.
A relação da logística com a produção, vai além de escolher a mão-de-obra qualificada, e
insumos na quantidade certa, é necessário também um bom layout, uma armazenagem adequada,
estudar o público-alvo, verificar a demanda e principalmente ter um planejamento de transporte.
Para agregar valor ao produto, o layout da produção e a logística precisam estar interligadas
desde a matéria-prima até a entrega ao cliente.
A integração entre layout e produção agrega diversas vantagens e benefícios para a
organização. A logística procura racionalizar ou reconfigurar os sistemas operacionais para serem
mais relevante ao cliente e isto é alcançado pelo aumento da produtividade e qualidade dos
produtos que são responsabilidades também da área de produção juntamente com seu layout.
Araújo (2010) descreve que o layout é o equilíbrio entre pessoas, máquinas, equipamentos
e materiais em uma organização, determinado pelos processos e viabilizado pelo planejamento
do layout. O arranjo físico, ou layout, pode ser definido como o estudo do posicionamento relativo
dos recursos produtivos, homens, máquinas e materiais, ou seja, é a combinação dos diversos
equipamentos/máquinas, áreas ou atividades funcionais dispostas adequadamente.
De acordo com Slack et al. (2009), definir um arranjo físico é decidir onde colocar todas as
instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. Assim, o layout pode ser considerado a
forma como os recursos produtivos, homens, máquinas e materiais estão dispostos em uma fábrica.
Uma produção sem layout pode levar a empresa a ter maior gasto com mão-de-obra,
máquinas e equipamentos, podendo gerar retrabalho e prejuízos. Tudo o que se produz tem um
caminho a percorrer, desde a matéria-prima até o produto final.
Assim, o layout da produção deve ser bem elaborado para otimizar o processo produtivo
e evitar qualquer tipo de desperdício de material, mão-de-obra ou equipamentos ociosos, pois,
isso tudo representa prejuízo direto no processo produtivo.
Com isso, a logística apoia a produção gerenciando o fluxo do pedido correto, sendo
responsável também pelo planejamento da programação mestre de produção e pela
implementação desta, disponibilizando em tempo hábil os materiais, componentes e produtos
inacabados (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).
Sabendo disso, o objetivo desse trabalho é de verificar a importância do layout na busca
de uma melhor produtividade empresarial.
Para atingir esse objetivo foi realizado uma revisão bibliográfica através de livros e
artigos científico, assim como um estudo de caso na empresa Newdrop Química Ltda. localizada
na cidade de Lins-SP.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 239
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
LOGÍSTICA
A logística vem ganhando espaço com sua flexibilidade, antes era considerada uma área
apenas operacional, responsável por muitos custos na empresa, passando por transformações.
Hoje é parte fundamental do planejamento da empresa.
Com isso, a logística passa da concepção de somente transporte, para integrar várias
áreas de uma empresa.
Conforme Faria e Costa (2010), a logística é o processo de gerenciar estrategicamente,
a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais e produtos acabados, por meio da
organização e seus canais de marketing de modo a poder maximizar as lucratividades, presente
e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.
Os conceitos das autoras acima, retrata a Logística, que enfatiza as atividades ligada
a obtenção, movimentação e estocagem de materiais e produtos, envolvendo todo o volume
desses bens, desde os fornecedores, o processo produtivo, até o cliente final, exigindo que todos
os processos de armazenagem, movimentação e transporte desde a requisição do pedido até a
distribuição final.
Áreas da Logística
Segundo Ballou (2010), a logística é responsável por monitorar todo o fluxo de transporte
de produtos e as informações relacionadas (pedidos, quantidade, estoque, etc.), oferecendo as
melhores soluções para que a mercadoria chegue ao seu destino com rapidez e o menor custo.
O setor tem que entender quais são as necessidades do cliente e atuar para satisfazê-
lo com eficiência, diminuindo possíveis impactos ou prejuízos. Com isso, alguns aspectos
administrados pela logística, são importantes, como (BALLOU, 2010):
a) em que momento uma mercadoria deve ser produzida;
b) qual embalagem é a mais adequada;
c) qual o transporte e quais as formas de armazenamento são mais eficientes;
d) quais serão os fornecedores;
e) quais tecnologias serão necessárias em cada etapa;
f) entre outros.
Para ser capaz de gerenciar tudo de uma maneira inteligente, a área de logística precisa
conhecer cada etapa do processo de produção e participar de decisões estratégicas da empresa,
trabalhando em conjunto com outros setores.
Sabendo disso, Ballou (2010), comenta que existem diversas áreas diretamente
relacionadas com a logística, por exemplo, armazenagem, estoque e a produção.
240 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
Alguns sugerem que as atividades logísticas são parte da produção, ou que elas deveriam
ser incluídas nos conceitos de produção. Melhor seria reconhecer que as atividades de
produção e de movimentação de bens se sobrepõem substancialmente. É nesta interface
que o relacionamento produção/distribuição física acontece (BALLOU, 2010, p. 49).
Propõem-se que as atividades logísticas são partes da produção e que elas devem ser
inclusas no conceito de produção.
“Geralmente, é responsabilidade da distribuição iniciar os pedidos de ressuprimento para
abastecer os estoques dos armazéns de linha de frente” (BALLOU, 2010, p.51).
Caso ocorra que a produção desconsidere o custo logístico nas suas decisões de seguir
com o produto, o custo com a entrega poderá ser elevado demais, certo que as formas que
poderão ser contra as regras da boa economia de transporte bem como os níveis elevados de
estoques exigidos do sistema.
Ainda conforme Ballou (2010), atividades de distribuição física devem ser planejada para
que seja interligada as funções de produção e vendas da empresa. Sendo que esta ligação é
necessária para o desempenho da gerência de produção e sua equipe.
Segundo Ballou (2010, p. 151), “as mercadorias geralmente não são produzidas no local
onde são consumidos. Para vencer a distância entre produtores e consumidores, os produtos
devem ser transportados e estocados em depósitos”.
Segundo Corrêa e Corrêa (2005), o início da produção não é exato, mas desde sempre
foram gerenciadas por empresas gerando e entregando mercadorias com valor aos clientes.
No passado houve grandes estruturas que provavelmente foram os primeiros tipos de processos
produtivos executados, por exemplo, na Grande Muralha da China e nas Pirâmides no Egito.
Conforme Corrêa e Corrêa (2005), a ausência de sistemas de controles formais, foram
fundamentais para tranquilizar a pressão por eficácia e eficiência da gestão.
De acordo com Moreira (2012), produção são as etapas produtivas de produtos ou
prestação de serviço. A produção refere-se aos processos industriais, já operações trata-se da
sequência executada em empresas de serviços.
Conforme Moreira (2012), ao longo do tempo a denominação produção vem sendo
relacionada somente com a atividade fabril, mas em diversos segmentos também há sua
presença, como por exemplo, bancos, hospitais, escolas que suas atividades são classificadas
como serviços.
Segundo Moreira (2012), as atividades industriais são caracterizadas pela fabricação de
um produto físico, tangível, tal como um fogão, um automóvel ou até mesmo um livro.
Para que a produção tenho bons resultado, é necessário a busca de uma melhor
produtividade.
Segundo Fahl, et al. (2015), a produtividade é a relação entre a saída gerada pela produção
e a entrada fornecida para criar esta saída, ou seja, o que foi produzido e os insumos utilizados
para tal.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 241
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
De acordo com Carlo, et al. (2013), a competitividade exige dos profissionais um constante
aprimoramento das práticas de manufatura e no aperfeiçoamento da logística, utilizando, assim,
ferramentas de integração que proporcionem desempenho mais eficaz, seleção de layout mais
adequado, entre outros.
O posicionamento físico dos recursos de transformação, como homens, máquinas e
equipamentos, destaca-se como um dos principais desafios na gestão industrial (FERREIRA;
REAES, 2013).
Nesse sentido complementam Krajewski, et al. (2009, p. 259) que os “layouts afetam o
fluxo de trabalho entre os processos em uma organização, assim como suas interligações com
outros lugares da cadeia de valor”.
Para Rawabdeh e Tahboub (2005), a eficiência do arranjo físico é fundamental nos sistemas
de manufatura contemporâneos, pois o planejamento do layout é um processo crítico de longo
prazo e necessita de investimentos de capital, muitas vezes apresentando gastos elevados.
Assim, reorganizar o arranjo físico torna-se um importante desafio industrial, afetando direta
ou indiretamente o custo do produto. Para Drira, et al. (2007), o arranjo físico ou layout de uma
indústria tem como objetivo o posicionamento físico dos recursos de transformação e, tratando-
se de uma difícil e longa atividade administrativa, reforçam, ainda, que o mau dimensionamento
pode resultar em fluxos longos e confusos, prejudicando a produtividade da empresa
De acordo com Slack (2009) o arranjo físico de uma operação ou processo é como seus recursos
transformadores, são posicionados uns em relação aos outros e como as várias tarefas da operação
serão alocadas a esses recursos transformadores. Juntas, essas duas decisões irão ditar o padrão do
fluxo dos recursos transformadores à medida que eles progridem pela operação ou processo.
A decisão do arranjo físico é importante pois, se o próprio estiver errado, pode levar a
padrões de fluxos muitos longos ou confusos, filas de clientes, longos tempos de processo,
operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos.
242 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
Conforme Corrêa e Corrêa (2005), o arranjo físico de uma atividade é a forma que estão
localizados os dispositivos fisicamente e os recursos que ocupam espaço dentro da instalação
de uma operação. Os recursos estão relacionados aos processos administrativos, por exemplo,
um escritório, um departamento ou até uma pessoa.
“A escolha do melhor arranjo físico é essencial na estratégia da atividade, sendo que
um projeto bem elaborado consequentemente irá refletir e ampliar o desempenho competitivo
planejado” (CORRÊA; CORRÊA, 2005, p. 277).
De acordo com Corrêa (2005), há três tipos fundamentais de arranjo físico, sendo eles:
por processo, por produto e posicional. Existe também o celular que é denominado híbrido que
buscam conciliar características de dois ou mais arranjos físicos.
Segundo Slack, Chambers & Johnston (2002) é aquele em que os recursos transformados,
entrando na operação são pré-selecionados (ou pré-selecionam-se a si próprios) para movimentar-
se para uma parte específica da operação (ou célula) na qual todos os recursos transformadores
necessários a atender às necessidades imediatas de processamento se encontram.
Este tipo de layout é composto de células de produção e montagem interligadas por um
sistema de controle de material de “puxar”. Nas células, operações e processo são agrupados
de acordo com a sequência de produção que é necessária para fazer um grupo de produtos. As
máquinas na célula são todas, normalmente de ciclo único e automático, sendo que elas podem
completar o seu ciclo desligando automaticamente.
Ainda de acordo com Corrêa e Corrêa (2005), e o arranjo físico celular busca aumentar as
eficiências do que geralmente é ineficiente no arranjo físico funcional, mas sem perder da sua
flexibilidade, assim recursos não similares são juntados de forma que consigam processar um
grupo de itens que requeiram de etapas semelhantes no processamento.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 243
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
Segundo Slack (2009) o arranjo físico posicional ocorre da forma que os recursos
transformados não se movem entre os recursos transformadores. Em vez de materiais, informações
ou clientes fluírem por uma operação, quem sofre o processamento fica estacionário, enquanto o
equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem-se na medida do necessário.
A razão para isso, pode ser que ou o produto ou o sujeito do serviço seja muito grande
para ser movido de forma conveniente, ou pode ser muito delicado para ser movido.
METODOLOGIA
ESTUDO DE CASO
244 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
São Paulo. Este estudo será apresentado à importância do layout na busca de uma melhor
produtividade empresarial.
A empresa no qual foi realizado este estudo, foi a Newdrop Química Ltda.
Caracterização da empresa
Para realização desse trabalho foi realizado uma pesquisa na empresa Newdrop Química
Ltda. localizada na Rua Bauru, 964, São Benedito, 16401-094, Lins – SP.
A empresa foi lançada no mercado pelo grupo Bertin para produzir produtos de limpeza
para higienizar seus próprios maquinários e frigorífico. Atua no mercado nacional há 20 anos
com uma completa linha de produtos aprovados pelos Ministérios da Saúde e da Agricultura.
Voltados para a sanitização e higienização de ambientes, esses produtos se apresentam
como soluções eficazes para a limpeza nos mais diversos segmentos.
Além de investimentos em tecnologia e recursos humanos, a empresa investe também
em ações em prol do meio ambiente. São ações que buscam a sustentabilidade do planeta,
garantindo a preservação ou renovação de recursos naturais. Assim, a empresa ajuda na
qualidade de vida para as próximas gerações.
A empresa atende frigoríficos, laticínios, indústrias de alimentos, indústrias em geral, rede
de hotelaria, hospitais e uso veterinário.
Atendem também alguns setores da empresa, como: a produção, armazenagem, estoque,
financeiro, comercial, Planejamento e Controle da Produção (PCP), logística, expedição de
produtos acabados e expedição final.
Os fornecedores de matéria-prima são distribuidoras em São Paulo e Cubatão e vários
produtos são importados do Canadá e de outros países, sendo 85 matérias-primas compradas
mensalmente e 33 entre materiais de embalagem e insumos.
Produção Newdrop
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 245
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
246 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
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Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
fundamental para que a empresa tenha produtos de qualidade, pois, havendo qualidade nos
processos, no final consequentemente haverá um produto de qualidade.
Na montagem do layout, tudo é devidamente identificado, toda balança possui um número,
os tanques, palleteiras, área de rotulagem área de matéria-prima, etc., isso ocorre para que o
colaborador não tenha dúvidas sobre onde está determinada matéria-prima ou equipamento, para
que ele saiba onde armazenar um produto acabado e assim manter sempre a organização e evitar
que sejam juntados produtos que não possuem relação e assim manter a qualidade na empresa.
Na Newdrop, a preocupação com a qualidade começa com a seleção da matéria-prima
e se estende por todo o processo produtivo. Toda a gestão de negócios segue o conceito
de Gerenciamento pela Qualidade Total, por meio de estratégias e diretrizes que são seguidas a
fim de agregar valores à cadeia de produção.
Para garantir o padrão de qualidade de seus produtos e serviços, a empresa utiliza algumas
ferramentas e métodos da qualidade, que são: Diagrama de Pareto, Diagrama de causa-efeito
ou Diagrama de Ishikawa, Histogramas, Fluxograma, 5S e PDCA.
A relação da produtividade com a qualidade na empresa é enorme, pois a torna competitiva,
quando se apoia em todas as ações, sobre pilares firmes de qualidade e de produtividade.
Para satisfazer os clientes tem que agregar a qualidade no processo produtivo, pois o contrário
pode acarretar a perda do cliente e sem produtividade os custos ficam elevados, os prazos de
atendimento prejudicados, dando origem a preços e/ou prazos que não atraem o consumidor,
contribuindo também para perda de negócios.
E, para que a empresa melhore sua produtividade, é necessário que trabalhe com
qualidade, e a utilização correta do layout pode proporcionar a empresa, maior rapidez, menor
desperdício com perdas de materiais e movimentação interna dos mesmos, tornando o layout
um diferencial positivo para empresa.
O layout escolhido pela empresa está relacionado com o sistema produtivo que a empresa
utiliza proporcionando vantagens e desvantagens que ocorrem no cotidiano empresarial,
considerando a questão da produtividade e que os recursos de produção estejam de fácil acesso
para que os colaboradores realizem os processos em menor tempo.
O layout adotado pela empresa é o celular, pois há um galpão para matéria-prima,
armazenagem e produção (devidamente dividido) e outro para a expedição, assim sendo
separado por célula de produção, facilitando a movimentação por parte dos colaboradores e
equipamentos gerando agilidade no processo e aumento a produtividade.
O maquinário e equipamentos são distribuídos de acordo com cada setor, sendo:
armazenagem (container, tambor, prateleira, pallets, carrinho de movimentação interna),
produção (três balanças, uma máquina eletrônica de embalagem, uma empilhadeira, uma
paleteira elétrica, um trator para movimentação interna, stretch, tambor, estufa para aquecer os
produtos em massa, tubulação de matérias-primas, dois elevadores elétricos, dois agitadores,
sete tanques, dois pulmões que servem para o produto descansar), almoxarifado (uma paleteira
elétrica e uma empilhadeira elétrica).
Portanto, a empresa definiu a escolha do layout celular, visando melhorias na produtividade,
na movimentação interna, redução de desperdícios e adequando o processo com o produto
fabricado (pó e líquido), contudo foi analisado que com a seleção do layout celular a empresa
obteve mais benefícios.
248 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
Quando não há uma boa comunicação entre logística e produção é diretamente impactado
o desempenho interno e externo, pois acarreta atrasos de matérias-primas e insumos para seu
processo produtivo e no final causa problemas ao cliente.
O ponto forte referente a distribuição final da empresa é o tempo final de entrega que é
menor ou igual ao desejado pelo cliente e seu ponto fraco são entregas atrasadas ocasionadas
pelas empresas terceirizadas.
Todo processo logístico da empresa é influenciado pela produção, qualquer atraso que
houver pode gerar um maior tempo de entrega final.
O produto acabado fica na expedição final, etiquetados através do sistema até ir para
o cliente. A empresa não adota o processo de roteirização. A distribuição é realizada em dois
caminhões próprios e empresas terceirizadas.
O modal utilizado pela empresa na distribuição de mercadorias ao cliente é o rodoviário,
por ter uma maior acessibilidade e conseguem chegar em quase todos os lugares do território
brasileiro; pouca burocracia quanto à documentação necessária para o transporte.
A empresa exporta para a Bolívia, Uruguai e Paraguai, tem 1 a 2 pedidos por mês. A
movimentação e o layout influenciam no desempenho interno da empresa nos fatores de
produtividade e organização, foi preciso definir um layout que melhor atendesse as suas
necessidades de produção e também manter um ambiente organizado, visto que quanto maior a
organização mais fácil é para realizar as atividades e processos produtivos.
Na questão do desempenho externo, a movimentação influencia na qualidade em que
o produto chega ao cliente, porque já houve produtos que quando se movimentou um pallet
passou encostando em outro pallet com outro produto, o pallet que estava sendo movimentado
cortou a bombona que estava no estoque e dessa forma o produto vazou e foi perdido.
Outra coisa que pode ocorrer é deixar a bombona em lugar errado, acumulando muito sujeira
e assim a bombona fica sem condições de ser enviada ao cliente, ou seja, é necessário fazer um
lavagem, mas isso irá influenciar na questão de produtividade, pois os colaboradores da expedição
teriam que limpar a bombona invés de separa os pedidos dos clientes atrasando a entrega.
Com a definição e estruturação do layout pela empresa, esses problemas diminuíram,
pois, possibilitou aos colaboradores um entendimento maior do processo, facilitando o manuseio
dos produtos dentro da empresa.
A empresa trabalho com produtos líquidos e em pó, sendo assim tem diversos meios de fazer
a movimentação interna, tem encanamentos específicos para produtos que ficam armazenados em
tanques a granel de 30 mil litros e essa movimentação é feita por registros e bombas de sugação,
tem empilhadeiras para fazer a movimentação de containers de 1000 litros em que armazenam os
produtos, tem as palleteiras que é o meio mais utilizado para fazer as movimentações de matérias-
primas, insumos, embalagens, produtos em processo e produtos acabados e também há palleteiras
elétricas que são utilizadas para organização e paletizar os produtos após o envase.
O ponto fraco da movimentação é que a empresa trabalha com produtos pesados e grande
parte da movimentação é feita de forma manual, portanto a movimentação é lenta e exigi muito
esforço físico dos colaboradores.
Atualmente a empresa está com um alto nível de produção, e em alguns momentos
falta espaço para fazer a movimentação interna dos produtos acabados, isso dificulta para os
colaboradores realizarem seu trabalho, quando isso ocorre, é necessário reorganizar todos os
produtos que foram produzidos naquele lote e assim perdendo tempo, porque não é possível
envazar os produtos enquanto não tiver espaço para colocar as bombonas cheias.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 249
Alessandra Teodoro de Oliveira • Bruno da Luz Santos • Eduardo Teraóka Tofoli
Os benefícios são que a empresa trabalha com o layout de célula, portanto todos os recursos
necessários para produzir são movimentados juntos, o que traz um ganho na produtividade.
Outro benefício é que com o layout a empresa consegue manter uma melhor organização,
separando cada tipo de objeto e material em seu lugar como por exemplo, deixa determinados
equipamentos em um corredor especifico e organiza as embalagens de acordo com seu tamanho e
armazenagem das matérias-primas de acordo com suas características e assim todos os colaboradores
saberão onde procurar, quando precisarem de um determinado recursos, seja ele equipamento,
matéria-prima, insumos ou embalagem e claro que isso também influencia na produtividade, pois se um
colaborador não precisar perder tempo procurando algum recurso, ele terá uma produtividade maior.
Os equipamentos de movimentação interna são tubulação, empilhadeira, palleteira
manual, palleteira elétrica e trator.
Ao planejar o layout, a empresa tem por objetivo, melhorar a utilização do espaço disponível,
aumentar a satisfação, a segurança e a moral do trabalho, organizar e limpar o ambiente, reduzir
a movimentação dos materiais no processo produtivo e distâncias percorridas, reduzir os custos
de manuseio e danos aos materiais.
Com o layout celular, a empresa aumenta sua produtividade devido ao fato de que a
produtividade está relacionada com o tempo que ela leva para fazer sua produção, como o layout
foi bem projetado e definido, a empresa consegue ganhar tempo na movimentação e manuseio
nas matérias-primas (líquidos e pó), insumos, embalagens e equipamentos, conseguindo
produzir mais com menos tempo.
A demanda da movimentação interna depende do layout definido pela empresa, quando
as etapas do processo produtivo forem longe fisicamente é de extrema importância fazer com
que a movimentação interna seja feita de forma rápida e eficiente para que a empresa tenha um
sistema de produção rápido e assim aumente sua produtividade.
A solução para o problema de layout tem ligação com outras áreas da organização, como
qualidade, controle, manutenção, vendas, produção, financeira, entre outras. Por isso que, o
planejamento deve ser feito de modo que a empresa conte com um bom layout, podendo tolerar
pouco controle da produção ou uma grande variação na demanda de itens.
A importância de se fazer um bom planejamento do arranjo físico, surge tanto durante o
projeto de novas instalações como quando se reformulam projetos de instalações preexistentes.
Os motivos mais comuns para se preocupar com o layout são os seguintes:
a) a ineficiência das operações (por exemplo, por custo elevado, pela existência de gargalos);
b) acidentes, ou risco à integridade física e à segurança;
c) demora na entrega do pedido;
d) desperdícios de materiais entre as máquinas;
e) movimentação lenta dos produtos no processo de produção;
f) insatisfação do cliente;
f) outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
250 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
A importância do layout na produtividade empresarial: um estudo de caso na empresa Newdrop
para alcançar isso, a escolha do layout é essencial para a empresa, no intuito de reduzir tempo,
desperdício, retrabalho e melhorando a movimentação interna.
Uma produção sem layout leva a empresa a ter maior gasto com mão-de-obra, máquinas
e equipamentos, podendo gerar retrabalho e prejuízos. Tudo o que se produz tem um caminho a
percorrer, desde a matéria-prima até o produto final.
Assim, o layout da produção deve ser bem elaborado para otimizar o processo produtivo
e evitar qualquer tipo de desperdício material, mão-de-obra ou equipamentos ociosos, pois isso
tudo representa prejuízo direto no processo produtivo.
A aplicação do layout compreende como uma análise de posicionamento de áreas
observando aspectos operacionais e comerciais. O layout deve ser observado desde a entrada,
com portas amplas facilitando o máximo acesso, além de um espaço interno adequado,
circulação de pessoas, sinalização interna, exposição de produtos, área de vendas, estoque,
fachada, prateleiras e caixas.
Portanto, o objetivo do trabalho foi atingido, diante do estudo foi possível verificar a
importância do layout na busca de uma maior produtividade empresarial.
O estudo de layout é extremamente necessário para que a empresas garanta a escolha
certa, pois assim a empresa poderá dar maior agilidade aos processos, seja eles em um escritório
ou uma linha de produção.
O layout definido pela Newdrop Química Ltda, facilitou a movimentação interna, aumento
da produtividade, qualidade do produto, redução no desperdício de matéria-prima e assim é
possível realizar a distribuição para o cliente final em um tempo menor do acordado.
O trabalho trouxe muito conhecimento acadêmico, mas não termina por aqui, serve como
base para pesquisas futuras, como realizar uma análise sobre os tipos de desperdícios que
uma empresa sem layout definido pode gerar, assim como, realizar uma pesquisa voltada à
integração da metodologia 5Ss com relação a melhoria do layout.
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252 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
1 Tecnólogo em Gestão da Produção Industrial pela Faculdade de Tecnologia de Lins - Prof. Antônio Seabra – Fatec,
Lins – SP, Brasil.
2 Tecnólogo em Gestão da Produção Industrial pela Faculdade de Tecnologia de Lins - Prof. Antônio Seabra – Fatec,
Lins – SP, Brasil. E-mail: richard.f.barboza@hotmail.com.
3 Docente da Faculdade de Tecnologia de Lins - Prof. Antônio Seabra – Fatec, Lins – SP, Brasil. E-mail: eduardo.tofoli@
fatec.sp.gov.br.
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 253
João Vitor Sampaio Sutti Lopes • Richard Felicio Barboza • Eduardo Teraoka Tofoli
It is not a new concept, but its importance has grown for several reasons. Knowing this, the
objective of this work is to verify the relation of the quality of life of the employees with the
business productivity. In order to reach this goal, a bibliographic research was carried out through
scientific books and articles, as well as a case study in a can processing company located in the
interior of the state of São Paulo. With the research it was possible to verify that the company that
worries about the quality of life of its employees, get a better return on productivity, because the
employees return the company, improving its performance.
INTRODUÇÃO
254 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
REVISÃO DE LITERATURA
Gestão da produção
Produtividade
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 255
João Vitor Sampaio Sutti Lopes • Richard Felicio Barboza • Eduardo Teraoka Tofoli
Qualidade de vida
Os conceitos sobre qualidade de vida propostos por Kluthcovsky e Magri (2006) enfatizam
aspectos materiais, como bem adquiridos, salário e sucesso profissional. Num segundo momento a
educação, o lazer, saúde e o crescimento econômico são aspectos relevantes que integram o assunto.
Além dos aspectos objetivos abordados, o amor, a realização pessoal, o ambiente, a satisfação
caracteriza a QV, ou seja, aspectos subjetivos que passam a ser valorizados e ter relevância.
O termo QV é geral e inclui uma variedade potencial maior de condições que podem afetar
a percepção do indivíduo, sentimentos e comportamentos relacionados com o seu funcionamento
diário, incluindo, mas não se limitando, à sua condição de saúde e às intervenções médicas
(SEIDL; ZANNON, 2004)
Segundo Santos (2002) a QV é uma preocupação constante do ser humano, desde o
início da sua existência, e constitui um compromisso pessoal, a busca contínua de uma vida
saudável, além de ter uma boa saúde física e mental, engloba o estar de bem com você mesmo
e com a vida, com as pessoas e estar em equilíbrio.
Há indícios de que o termo QV surgiu pela primeira vez na literatura médica na década de
30 do século XX segundo um levantamento de estudos que tinham por objetivo a sua definição
e que faziam referência à avaliação da QV (SEIDL; ZANNON, 2004).
Após a 2ª Guerra mundial o conceito de QV foi utilizado para caracterizar a porção de bens
materiais adquiridos pelas pessoas. Nos anos 50 do século XX, com a evolução tecnológica, os
investigadores focaram-se no campo da saúde, educação e economia (SAMPAIO, 2007).
Na avaliação da QV global, a percepção individual do estado geral de saúde é o mais
importante em relação a todas as outras vivências (PIMENTEL, 2003).
Entre os múltiplos e distintos fatores que podem influenciar a QV das populações, dá-
se uma ênfase aos aspectos relacionados com a saúde, sendo cada vez mais importante
compreender o significado da QV relacionada com a mesma (SAMPAIO, 2007).
Segundo Ferriss (2006), a QV é a união de duas forças chamadas como exógenas e
endógenas. As exógenas podem ser definidas como a estrutura social, cultural, psicológica e as
possíveis influências do ambiente social que possam afetar a pessoa, grupo ou comunidade. Já
as endógenas abrangem forças mentais, emocionais e respostas fisiológicas do indivíduo para
com a sua vida.
Tais afirmações são citadas também por Nahas (2006), onde enfatiza que a QV está
diretamente ligada a diversos fatores como: estado de saúde, satisfação no trabalho, salário,
relações familiares, lazer, disposição e espiritualidade dos indivíduos.
256 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
A qualidade de vida no trabalho já vem sendo discutida há muitos anos, pode ser considerada
como um programa que visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver
suas atividades no ambiente de trabalho. Onde na década de 60, cientistas, líderes sindicais,
empresários e governantes tomaram iniciativas para uma busca de melhorias do trabalho a fim de
diminuir aspectos negativos do emprego na saúde e bem-estar geral dos trabalhadores.
Segundo Robbins (2008), o termo QVT foi apresentado para enfatizar a deficiência da
QVT, pois havia uma preocupação da sociedade norte-americana com efeitos do emprego em
relação à saúde e o bem-estar dos trabalhadores.
De acordo com Rodrigues, (2007), as preocupações com a QVT tomaram impulso, pois a
conscientização dos trabalhadores e o aumento das responsabilidades sociais contribuíram de
forma decisiva, para que cientistas e dirigentes organizacionais pesquisassem melhores formas
de realizar o trabalho.
O ser humano em seu ambiente de trabalho vem sendo transformado no decorrer dos
anos, tais transformações, iniciaram na Revolução Industrial, por meio de várias reivindicações
realizadas por trabalhadores, que assim começaram a conquistar um ambiente de trabalho mais
digno (PEDROSO et al., 2010).
Para Carneiro citado por Fernandes (1996, p.387):
QVT é ouvir as pessoas e utilizar ao máximo sua potencialidade. Ouvir é procurar saber o
que as pessoas sentem, o que as pessoas querem, o que as pessoas pensam, e utilizar
ao máximo sua potencialidade; é desenvolver as pessoas, e procurar criar condições
para que as pessoas, em se desenvolvendo, consigam desenvolver a empresa.
Segundo Carvalho e Hort, (2008) o trabalho para o homem não é apenas fonte de recursos
para adquirir bens, mas também uma maneira de socialização, que permite ao homem construir
a sua identidade. Assim como para Limongi-França e Zaima (2002, p. 406) a QVT é associada
a um “conjunto de ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações
gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho”.
Tais considerações também são apresentadas por Cole et al. (2005), onde traz que a QVT
inclui vastos aspectos no ambiente de trabalho e que estes podem vir a afetar diretamente a
saúde e a atuação do funcionário dentro da empresa. A ideia principal é oferecer um ambiente
de trabalho saudável, promissor ao bem-estar dos trabalhadores, levando-se em conta que as
pessoas passam boa parte se suas vidas dentro da empresa (AQUINO, 2012).
Contudo, constata-se que avaliar a QVT é de suma importância, tanto para a organização
quanto para o colaborador, pois quando a empresa possui informações relevantes, a mesma pode
indicar e fundamentar programas que tragam melhores condições de trabalho ao funcionário e
melhor desempenho organizacional (TIMOSSI, 2009).
Pode se dizer que a QVT sofre influência da satisfação no trabalho percebida e também
de outros fatores mais amplos como a satisfação com a vida e sentimento gerais de bem-estar
percebidos (DANNA; GRIFFIN, 1999).
Outros pontos que influenciam a QVT estão relacionados com políticas organizacionais e
sentimentos de bem-estar (EASTON; VAN LAAR, 2012).
Apesar da qualidade de vida global e QVT serem coisas distintas, ambas influenciam e
sofrem influência uma da outra. Problemas ou insatisfações de aspecto profissional percebidas
no ambiente de trabalho podem impactar em situações de desajustes na vida pessoal e nas
relações sociais dentro e fora deste ambiente, enquanto insatisfações fora do trabalho poderão
exercer influências de aspecto negativo sobre o trabalho (GOULART, 2004).
Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023 257
João Vitor Sampaio Sutti Lopes • Richard Felicio Barboza • Eduardo Teraoka Tofoli
Modelos de QVT
O Modelo de Walton
De acordo com Walton (1973), a expressão QVT tem sido usada para designar uma
preocupação com o resgate de “[...] valores humanísticos e ambientais que vêm sendo
negligenciados em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico”,
e sem sugerir um retorno às antigas práticas do trabalho, alerta para os efeitos da automação na
qualidade de vida dos trabalhadores.
Segundo França e Arrelano (2002), Walton foi um dos pioneiros na pesquisa da sistematização
e conceitos de QVT, define-a como algo além dos objetivos da legislação trabalhista com a
regulamentação do trabalho de menores, jornada de trabalho, descanso semanal e indenizações
por acidente de trabalho. Buscar uma geração de organizações mais humanizadas foi sua meta.
258 Revista de Ciência e Tecnologia Fatec Lins - Ano IX - Vol. IX - (2): Julho/Dezembro 2023
QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
Robbins (2008) considera que um dos esboços mais abrangentes das condições de QVT
tenha sido o desenvolvido por Walton (1973). Este autor propõe um modelo conceitual com oito
dimensões inter-relacionadas no intuito de oferecer uma estrutura para avaliar a Qualidade de
Vida nas organizações. São elas:
a) Compensação adequada e justa: pela relação entre salário e fatores como experiência e
responsabilidade, pela relação entre salário e talento ou habilidade, pela demanda de mão-de-
obra e pela média da compensação da comunidade em questão;
b) Condições de segurança e saúde no trabalho: análise e adequação das condições físicas do
trabalho a fim de que reduzam ao mínimo o risco de doenças e danos;
c) Oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da capacidade humana: desenvolver
autonomia no trabalho e múltiplas habilidades, dar acesso a informações e ao planejamento,
atribuição de tarefas completas;
d) Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança: focalizar a atenção no
desenvolvimento da carreira e expansão do cargo, dando segurança de emprego ou de renda;
e) Integração social na organização de trabalho: através da ausência de estratificação e
mobilidade social para induzir um senso de comunidade;
f) Constitucionalismo na organização do trabalho: existência de normas que estabeleçam os
direitos e deveres dos trabalhadores;
g) O trabalho e o espaço total na vida do indivíduo: a experiência de trabalho de um indivíduo e
seu efeito em outras esferas da vida como, por exemplo, a família;
h) A relevância social na vida do trabalhador: aumentar a autoestima do trabalhador através da
valorização do trabalho e do cargo.
Conforme afirma Dias (2001), as dimensões do modelo de Walton são as mais abrangentes
para a análise do trabalhador de uma organização, pois, avaliam aspectos como autonomia,
múltiplas habilidades, mobilidade social na organização do trabalho e segurança no emprego.
Em suas pesquisas, Nadler e Lawler (1983, p. 28) identificaram que: “[...] provavelmente,
o fator determinante mais crítico de sucesso, de viabilidade e de impacto ao longo prazo dos
esforços de QVT é a estrutura dos processos participantes que são criados”. Para tanto, deve-se
adotar uma teoria notável e um processo estruturado.
O modelo de QVT de Nadler e Lawer conforme Chiavenato (2004) considera que a QVT está
fundamentada em quatro aspectos: participação dos funcionários nas decisões; reestruturação
do trabalho através do enriquecimento de tarefas e de grupos autônomos de trabalho; inovação
no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional; e melhoria no ambiente de
trabalho quanto às condições físicas e psicológicas e horário de trabalho.
Para que o programa de QVT seja bem-sucedido existem ainda três necessidades básicas.
A primeira seria o desenvolvimento do projeto em níveis diferentes, coerentes com o contexto
em que será aplicado. O segundo aspecto envolve mudanças nos sistemas de gerenciamento e
disposições organizacionais.
E, finalmente, os autores consideram necessárias mudanças no comportamento do
gerenciamento superior. É preciso que a alta gerência não só esteja comprometida com o
processo, mas participando ativamente dele, para que este possa ser disseminado em toda
a organização. Os autores observam ainda a crescente atenção que as organizações têm
destinado às práticas de qualidade de gerenciamento e ao impacto que esses fatores têm sobre
os indivíduos, (NADLER; LAWLER, 1983).
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João Vitor Sampaio Sutti Lopes • Richard Felicio Barboza • Eduardo Teraoka Tofoli
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QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
Os programas de QVT geram resultados excelentes nas empresas, a associação entre QVT
e produtividade é aceita pela grande maioria dos administradores. É uma associação imediata
e positiva e sem risco, sendo um investimento da empresa para o aumento de produtividade em
ambientes competitivos (LIMONGI-FRANÇA, 2007).
Os indicadores da qualidade e da produtividade devem exibir características bem definidas,
que chegarão ao objetivo desejado; buscar a excelência na produção ou relacionar a empresa ao
mercado e nas atividades que interligam o processo produtivo (PALADINI, 2008).
A QVT é afetada por vários fatores, sendo supervisão, condições de trabalho, remuneração,
pagamento, benefícios e projetos de cargos. Uma boa vida de trabalho significa um cargo
interessante, desafiador e compensador que levem o comprometimento e a produtividade
(LIMONGI-FRANÇA, 2007).
Segundo Bowditch (2002, p. 206) “a experiência das pessoas no trabalho influencia seu
próprio bem-estar psicológico e a produtividade geral das organizações que as empregam”. Para
terem melhor produtividade os trabalhadores têm que conhecer o ambiente onde se trabalham,
precisa gostar o que faz, e os fatores de QVT que vão influenciar na satisfação deles.
Conforme Limongi-França (2007, p.156) “empregados satisfeitos resultam em ganhos
de qualidade e produtividade para organização, satisfazendo a empresa e os clientes”. Porém
o ganho maior por estar investido nos funcionários é da empresa devido ao aumento da
produtividade e qualidade com que os funcionários desempenham suas atividades quando se
sentem satisfeitos no ambiente organizacional.
METODOLOGIA
Neste capítulo procura-se apresentar quais os métodos utilizados para realizar a pesquisa,
qual o instrumento usado para a coleta de dados, o cenário e os indivíduos participantes da
investigação. A pesquisa foi realizada por uma abordagem descritiva.
As pesquisas descritivas têm como objetivo principal a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis e
possui como característica relevante a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática, outro aspecto da pesquisa descritiva Gil (1991).
Utiliza-se como instrumento de coleta de dados um questionário, com 15 perguntas
abertas, todas relacionadas a competitividade, produtividade e qualidade de vida no trabalho
dos colaboradores.
Realizando e identificando as concepções do gestor de recursos humanos de uma empresa
localizada no interior do estado de São Paulo, bem como as práticas adotadas em sua organização,
e em contrapartida 11 perguntas fechadas aos colaboradores para comparação se o método
utilizado na organização é positivo, sendo esses os indivíduos participantes da investigação.
Esta pesquisa classifica-se quanto à abordagem como qualitativa, referente a qualidade de
vida no ambiente de trabalho em busca de uma maior produtividade, e quanto aos procedimentos
técnicos classifica-se como bibliográfica, documental, pesquisa de campo e estudo de caso.
Marconi e Lakatos (1990) observam que a característica da pesquisa documental está na
fonte de coleta de dados, restrita a documentos, escrita ou não, que se denomina de fontes primárias.
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ESTUDO DE CASO
Caracterização da empresa
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QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
Para a realização da pesquisa, a coleta de dados foi com o gestor de Recursos Humanos
e nos colaborares, identificando as concepções do gestor sobre a QVT, bem como as práticas
adotadas em sua organização, identificando também as percepções sobre organizações
competitivas e o papel dos empregados neste cenário, e as estratégias de gestão para mantê-
los motivados e comprometidos. Após coletados as respostas das perguntas abertas do Gestor
do Recursos Humanos, foram analisadas e interpretadas, a fim de enquadrar qual o método
utilizado pela organização.
Posteriormente coletadas as respostas dos colaboradores, cujo objetivo foi obter
informações da realidade, e se a expectativa da organização está sendo alcançada, ou seja, se o
método da qualidade de vida está sendo cumprido pelos líderes dos setores e os colaboradores
estão satisfeitos com a qualidade de vida no trabalho oferecida.
A pesquisa buscou interpretar os dados, e correlacionar informações obtidas na pesquisa
de campo com a realidade vivida no dia-a-dia dos colaboradores, evidenciadas, assim, se existe
qualidade de vida no ambiente laboral na empresa na prática.
Nas perguntas aberta, questionou-se sobre os desafios da sociedade, como manter a
competitividade, a importância da motivação, e como a empresa trabalha o grau de motivação.
Foi perguntado também como a empresa define QVT, sua importância, quais são os contextos
prejudiciais ou benéficos para a qualidade de vida, a relação com o aumento da produtividade e
aspectos positivos que a empresa desenvolve para alcançar tais metas.
Com as respostas restou claro que a organização busca aplicar a qualidade de vida no
trabalho de diversas formas, como base o método de Walton.
Configurada a compensação justa e adequada através das respostas das questões, onde
demonstra que há um plano de carreira e a satisfação da equipe. Já, as condições de trabalho e
segurança, foi verificado, deixando claro o investimento em tecnologia e máquinas, qualificação
interna por meio de treinamentos e o labor em ambientes apropriados salubres, melhorando a
segurança de seus colaboradores.
Na dimensão utilização e desenvolvimento das capacidades, o gestor respondeu claramente
quanto a importância de demonstrar os resultados obtidos e manter a satisfação da equipe.
Na quarta dimensão, oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança, as
respostas foram no sentido de que a organização trabalha por meio de planos de carreira e
busca o ambiente salubre.
Quando perguntado sobre a integração social na organização de trabalho e no
constitucionalismo na organização, ficou claro a intenção da organização em tal busca, sendo que
em algumas respostas demonstram que além do respeito às leis trabalhistas possuem um conjunto
de práticas adotadas como uma forma de melhoria do ambiente de trabalho e tempo livre.
Já na dimensão, o trabalho e o espaço total na vida do indivíduo, a empresa relata que
como medida adotada, as horas extras passou a ser uma exceção dentro da empresa, dessa
forma o colaborador deixa de ficar sobrecarregado, priorizando a família, a religião e o lazer.
Já com relação a relevância social na vida do trabalhador, fica registrado que há o
plano de carreira, compartilhando os resultados obtidos, buscando a satisfação da equipe, dos
colaboradores renovados, corpo, mente e físico, para a execução das atividades com disposição
e atenção, tendo o diferencial na produtividade.
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Colaboradores
Já foi promovido? 6 6
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QVT – Qualidade de Vida no Trabalho: uma estratégia para o aumento da produtividade
Percebe-se que 75% dos colaboradores consideram adequada e justa a sua remuneração
e já realizaram treinamentos e 50% já recebeu algum tipo de promoção interna.
Nota-se que 100% dos colaboradores gozaram de férias no período legal, não realizam
horas extras diariamente, afirmam que o ambiente laboral é salubre e que sempre foram atendidos
pelos gestores quando precisaram conversar.
Em relação aos investimentos em treinamentos e máquinas, ficou registrado uma
satisfação de 83% dos colaboradores.
Em relação as perguntas que objetivaram confirmar a intenção da organização quanto a
dimensão utilização e desenvolvimento das capacidades, percebe-se que 50% dos colaboradores
afirmaram estar ciente dos resultados positivos e que há motivação da equipe.
Partindo-se do objetivo principal de identificar e analisar a percepção da importância dada
pela empresa quanto a qualidade de vida e com as respostas dos próprios dos colaboradores,
segundo modelo teórico de Walton, apresenta-se na figura abaixo as categorias e a percepção
dos funcionários quanto aos critérios que geram satisfação.
Em linhas gerais a organização onde foi realizado o estudo de caso, pretende e consegue
alcançar em vários requisitos a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
A partir deste estudo constatou-se que os resultados insatisfatórios foram observados no
que tange a utilização e desenvolvimento das capacidades com reflexos na relevância social
na vida do trabalhador, no qual poderá ser feito um programa de divulgação de resultados e
satisfação da equipe.
CONCLUSÃO
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para a conclusão do curso, gerou informações de como aproveitar melhor os métodos utilizados
para aumentar a produtividade e a realização pessoal dos colaboradores.
A necessidade de seguir um método eficaz perante um grupo de colaboradores está
ligada a um maior índice de produção e sem erros. Motivar e preparar a equipe para a extrema
competição é o obstáculo a ser alcançado por toda organização, e com a qualidade de vida como
prioridade, a capacidade da empresa de atender as demandas será positiva.
Verifica-se que o estudo foi viável e atingiu a todos objetivos propostos para o
desenvolvimento do presente trabalho. Cabe ressaltar que o questionário chegou à conclusão
de que o gestor utiliza do Modelo de Walton e com as respostas dos funcionários há grande
satisfação do modelo atual e retorno positivo no índice de produtividade, atingindo assim, o
objetivo desse trabalho.
A pesquisa evidência elevado nível de satisfação quanto às categorias que o modelo de
Walton propõe para mensurar a QVT, trazendo como insatisfatória somente o método utilização
e desenvolvimento das capacidades com reflexos na relevância social na vida do trabalhador.
Diante dessa gama de informações faz-se perceber algumas atitudes que visam melhorar
a qualidade de vida, como por exemplo programas de divulgação de resultados e satisfação da
equipe por parte dos gestores.
As informações levantadas são importantes como diagnóstico das principais categorias e
indicadores que merecem melhorias, podendo servir de referência para futuras investigações e
investimentos.
As melhorias sempre buscam tornar a organização mais humanizada, criando espaços de
opiniões que possam envolver gestores e colaboradores, sensibilizando a todos no sentido de
promover o desenvolvimento necessários para atingir o objetivo maior, a produtividade saudável.
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Ensino - Pesquisa - Método
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Ensino e Aprendizagem em Gestão e Computação
Prof. Dr. Adriano de Souza Marques - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP - Birigui)
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