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Introdução

Cinemática I
à física
A busca por respostas aos fenômenos da
natureza levou nossos ancestrais a fazer experi-
mentos. A física surgiu, então, para estudar esses
fenômenos, identificando-os e procurando suas
relações.
Será que o estudo dessa disciplina permite com-
preender a física presente em nosso cotidiano?
O mesmo ocorre com outras disciplinas?

Naufrágio curricular
Richard Feynman, Prêmio Nobel de Física,
veio ao Brasil em 1950 para dar um curso para
professores. Ficou estarrecido e anotou em
seu livro de memórias: “Os estudantes tinham
decorado tudo, mas não sabiam o significado
de nada. (...) Nada tinha sido traduzido para
palavras com significado. (...) eles podiam
passar nos exames e ‘aprender’ todas aquelas
coisas, e não saber nada”. Após meio século,
continuamos na mesma, sabendo as fórmulas e
incapazes de usá-las.
David Perkins (no livro Smart Schools) nos diz
claramente que, se não entendermos o aprendido, ele
não servirá para nada. Aprendemos ao pensar sobre o
que estamos estudando. Aprender é uma conseqüência
de refletir a respeito do que está sendo apresentado
na aula. A visão convencional é que adquirimos um
conhecimento e depois aprendemos a usá-lo. Trágico
engano. Aprendemos somente pelo ato de pensar no que estamos aprendendo. E o conhecimento só é realmente
adquirido quando podemos pensar usando o que foi aprendido.
Veja, 29 maio 2002. p. 22.

Responda:
Como a física está presente no cotidiano? Física 1M1 1
Orientação ao professor — O objetivo é identificar o conhecimento prévio dos alunos e as relações dos fenômenos físicos presentes no seu cotidiano. O professor deve 1/48
mediar esta discussão mostrando aos alunos como a física se faz presente.
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Divisões da física
Cinemática I
Introdução à física
A física estuda diversos fenômenos Óptica é a parte da física que es-
da natureza. É dividida em partes que tuda fenômenos relacionados com a
apresentam propriedades semelhantes, luz. Como vemos os objetos? O que é
descritas por leis comuns: mecânica, arco-íris? Para que precisamos de ócu-
termologia, ondulatória, óptica e ele- los? Essas são algumas das perguntas
tromagnetismo. respondidas por esse ramo.
Mecânica é a parte da física que
se ocupa de fenômenos relacionados
com o movimento dos corpos — a
queda de um corpo, a velocidade de
Obtém-se ferro no estado líquido
um carro, o equilíbrio de um edifício. fornecendo-lhe excesso de calor.

A propagação de energia por O Sol é nossa


maior fonte de luz.
ondas em meio material é objeto de
Fenômenos elétricos e mag-
estudo da ondulatória. A acústica, es-
néticos constituem a parte da física
tudo do som, é parte da ondulatória,
denominada eletromagnetismo.
pois som nada mais é do que onda se
Seu estudo possibilita melhor com-
propagando em meio material.
preensão do funcionamento de ele-
trodomésticos, bússolas, lâmpadas e
As leis da mecânica tornam-se motores elétricos, entre outros.
evidentes nas corridas de automóveis.
A termologia estuda fenômenos
relacionados com o calor. O fun-
cionamento do motor de automóvel,
as mudanças de estado físico e a
dilatação dos corpos são assuntos Raios são
Nas orquestras, aplica-se descargas
abordados nesse ramo. o estudo da acústica. elétricas.

Saiba como encontrar as respostas


O quadro mostra algumas perguntas que podem surgir no dia-a-dia e identifica qual a parte da física que delas
se ocupa. A terceira coluna da tabela indica conceitos necessários para melhor responder às perguntas.
Pergunta Área envolvida Conceito
— Quanto tempo leva um corpo para cair do alto de um prédio? Posição / Velocidade / Aceleração /
— Por que os carros da montanha-russa não precisam de motor Força / Tempo / Trabalho / Energia /
Mecânica Densidade
durante o percurso?
— Como o avião consegue voar?
— O que é temperatura? Temperatura / Calor / Pressão /
2 Física 1M1
— Por que sentimos frio quando estamos com febre? Termologia Mudança de estado / Dilatação /
2/48 Volume
— Como se formam nuvens e por que acontecem chuvas?
— Como funciona o violão? Freqüência / Período / Reflexão /
— O que é isolamento acústico? Ondulatória Propagação
— Por que se formam as ondas do mar?
— Como funciona a máquina fotográfica? Reflexão / Refração / Raio de luz /
— Por que usamos óculos? Óptica Espelhos / Lentes
— Como é feita a projeção de filme no cinema?
— Como funciona a usina hidroelétrica? Carga elétrica / Corrente elétrica /
— Por que a tomada tem duas entradas? Eletromagnetismo Resistores / Capacitores / Geradores /
Campo elétrico e magnético
— O que acontece quando levamos choque?
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Introdução à física
Cinemática I
A fotografia é da cidade de Lisboa, em
Portugal.

c) Ondulatória
Sugestão de resposta — Barulho dos carros, sons em geral.

d) Óptica
Observe a foto e relacione as aplicações possíveis Sugestão de resposta — Luzes da cidade, luz do Sol, imagens e sombras dos
da física na cena.
objetos.
a) Mecânica
Sugestão de resposta — Movimento dos automóveis, estática dos prédios,

movimento aparente do Sol.

e) Eletromagnetismo
Sugestão de resposta — Lâmpadas elétricas, telefones públicos, sinais

luminosos.
b) Termologia
Sugestão de resposta — Motores de automóveis (combustão), vento, tem-

peratura local.

Grandezas físicas
Grandeza é tudo o que pode ser garrafa. Assim, tempo, potência, que surge ao fazer uma prova?
medido — o tempo de uma aula, a massa e volume são grandezas Não se diz: estou com 51,7 de
potência de uma lâmpada, a massa físicas. Porém, nem tudo pode ser ansiedade. Logo, ansiedade não é
de uma pessoa e o volume de uma medido. Como medir a ansiedade grandeza física.

Unidades de medida
O que significa medir algo?
Suponha que se queira medir a dis-
tância entre duas traves que delimitam o
gol num campo de futebol. Sem fita métrica
ou qualquer outro instrumento de medida,
parte-se de uma trave à outra contando Física 1M1 3
os passos. 3/48
Ao chegar à trave oposta, conclui-se:
— A distância é dez passos.
Medir uma grandeza física é compará-
la com um padrão, a unidade de medida.
No exemplo, o padrão adotado foi o passo.
Determinar que o comprimento é dez passos
significa que esse comprimento é dez vezes
maior que o de um passo.
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Grandezas fundamentais
Cinemática I
Introdução à física
Na mecânica, todas as grandezas Revolução Francesa, 1 . 107 m O sistema para medição de
são expressas segundo três gran- criou-se o metro, tempo (hora, minuto e segundo) não
dezas fundamentais: comprimento, definido pela é decimal, e sim sexagesimal, pois
tempo e massa. distância entre 1 h = 60 min e 1 min = 60 s
o Equador e o
COMPRIMENTO pólo da Terra, MASSA
Até o final do século XVIII, mui- estabelecida em A massa é uma propriedade in-
tos países definiam seus padrões de 107 m. trínseca a cada corpo cujo padrão se
comprimento baseando-se nas partes define adotando-se qualquer porção
do corpo de seu rei. de matéria. Povos primitivos já utili-
Posteriormente, o metro foi mate- zavam balança de pratos para medir
1 jarda rializado numa barra de platina e irídio. a massa de mercadorias e adotavam
grãos e pedras como padrão.
O metro
O padrão de massa mais utilizado
materializado é o quilograma.
está guardado
no Bureau
Internacional
de Pesos e
Medidas, em
Sèvres, perto
de Paris.

TEMPO
Para se definir um padrão de
tempo, adota-se qualquer fenômeno
1 polegada periódico. A rotação da Terra, que de- O quilograma é um cilindro de
termina a sucessão de dias e noites, é platina e irídio conservado no Bureau
provavelmente o mais antigo padrão Internacional de Pesos e Medidas.

de tempo da humanidade. Dia é o Cópias fiéis desse padrão foram


1 pé
intervalo de tempo em que a Terra enviadas a laboratórios de padro-
Isso gerava alguns inconvenientes, completa uma volta em torno de si nização de todo o mundo para que as
pois os países tinham padrões dife- mesma. Costuma-se dividir o dia em massas de outros corpos pudessem
rentes, dificultando a comunicação horas, minutos e segundos e conven- ser medidas em comparação com
entre eles. Foi então que, durante a cionou-se que um dia tem 24 horas. essas cópias.

Sistema Internacional de Unidades (SI)


Quando se ouve dizer que a altura de um prédio é
150 pés, fica difícil concluir se é um prédio alto ou baixo.
Isso ocorre porque no Brasil é costume utilizar o metro Imagine a situação proposta e responda às
como unidade de comprimento. perguntas.
Com a intenção de determinar um único sistema de Você está hospedando um estudante estadunidense
medidas, foi convocada, em 1960, uma reunião internacional em sua casa. Uma das dificuldades, além de falarem lín-
4 Física 1M1
na qual se convencionou o Sistema Internacional de
4/48 guas diferentes, é que o país dele não adota o Sistema
Unidades (SI). Internacional de Unidades (SI) como referência.
O SI adota como unidades fundamentais:
— metro (m), unidade de comprimento; 1. Numa conversa, ele comenta que tem 5'10'' (5 pés e
— quilograma (kg), unidade de massa; 10 polegadas) de altura. Os Estados Unidos adotam o pé (')
— segundo (s), unidade de tempo. e a polegada ('') como unidades de comprimento. Sabendo
As unidades foram escolhidas de modo que os va- que 1 pé = 30,5 cm e que 1 polegada = 2,54 cm, determine
lores dessas grandezas, numa escala “humana”, não a altura dele no SI.
fossem excessivamente grandes nem excessivamente 5 (pés) . 30,5 (cm) + 10 (polegadas) . 2,54 (cm) = 177,9 cm = 1,78 m
pequenos.
O SI também é conhecido como sistema MKS (iniciais
que correspondem a metro, quilograma e segundo).
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2. Durante um final de semana, vocês decidem ir à 3. Ao entrar numa farmácia, seu amigo sobe na balança

Introdução à física
Cinemática I
praia. Seu amigo estrangeiro se espanta, pois as placas para saber sua massa. Contudo, não consegue interpretar o
indicam que o limite de velocidade na estrada é 110 km/h. valor: a balança acusa 70 kg. A unidade de massa adotada
Ele julga ser muito alto para seus padrões. Isso acontece em seu país é a libra. Sabendo que 1 kg equivale a 2,2 libras,
porque, nos Estados Unidos, a unidade mais comum de determine o valor de sua massa em libras.
velocidade é a milha por hora (mi/h). Resolva este pro- 70 (kg) . 2,2 = 154 libras
blema convertendo o limite de velocidade de km/h para
mi/h, sabendo que 1 milha = 1,6 km.
110 km/h : 1,6 = 68,75 mi/h

Grandezas escalares e vetoriais


Algumas grandezas, como massa, da grandeza é completa. Essas são quarteirões, indaga-se, com certeza,
temperatura e comprimento, são bem- grandezas escalares. a direção.
definidas apenas com o seu módulo Outras precisam de mais As grandezas que, além de um
(número e unidade). Assim, quando informações para se tornarem módulo, precisam de direção e sen-
se diz que a massa de uma pessoa perfeitamente compreensíveis. tido para ficarem plenamente deter-
é 60 kg, a temperatura de um am- Caso se pergunte a alguém onde minadas (deslocamento, velocidade,
biente é 20°C ou o comprimento de fica a agência de correio e se re- força e aceleração) são grandezas
um trem é 100 m, a caracterização ceba como resposta que está a dez vetoriais.

Prefixos de múltiplos e submúltiplos decimais das unidades SI Atividade 1


O quadro mostra os diversos prefixos utilizados A critério do aluno.
Fator Prefixo Símbolo Orientação ao profes-
e sua respectiva ordem de grandeza. Os prefixos são sor — Esta atividade
10–1 deci d
muito úteis para expressar quantidades muito grandes tem por objetivo mos-
10–2 centi c trar que padrões de
ou muito pequenas. unidades são con-
10–3 mili m venções. Exemplos de
Fator Prefixo Símbolo respostas possíveis:
10–6 micro µ
1018 exa E comprimento — o
10 –9
nano n tamanho da caneta;
1015 peta P massa — a própria
10–12 pico p massa do aluno;
1012 tera T tempo — o tempo
10–15 femto f que um objeto leva
10 9
giga G
10–18 atto a para cair da carteira,
106 mega M o inter valo medido
Exemplos de aplicação: entre os pulsos do
10 3
quilo k coração.
10 2
hecto h Em vez de escrever Pode-se escrever
10 1
deca da 10 000 m 10 km (quilômetros)
0,002 g 2 mg (miligramas)
Física 1M1 5
5/48
0,01 s 1 cs (centisegundo)
Atividade 2
5 000 000 l 5 Ml (megalitros) Orientação ao pro-
fessor — Não se faz
necessário, neste mo-
mento, avaliar preci-
samente as medidas
feitas pelos alunos,
Para medir uma grandeza física, deve-se compará-la com uma unidade padrão. pois a idéia é que
eles façam apenas
1. Em dupla, crie novos padrões de comprimento, massa e tempo.
uma estimativa.
2. Após determinar os novos padrões, estime a medida das grandezas a seguir utilizando as unidades criadas.
a) Comprimento da sala de aula. Sugestão de resposta — 70 canetas
b) Sua massa e a de seu colega. Sugestão de resposta — 1 Gabriel (Gabriel) e 1,2 Gabriel (Fernando)
c) Tempo de uma aula. Sugestão de resposta — 4 000 pulsos
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Cinemática I
Introdução à física
1. O que é física e por que se deve estudá-la? 3. O que significa medir uma grandeza física?
A física é a ciência que age no sentido de explicar o comportamento da natureza. Significa compará-la com uma unidade padrão.

Deve-se estudá-la para melhor conviver com a natureza e também desenvolver novas

tecnologias que propiciem o bem-estar geral.

4. — Minha massa é de 70 quilos.


Qual é o erro dessa frase?
Quilo é um prefixo que indica 10³. Deve-se dizer quilogramas.

2. Elabore, com a ajuda de seus colegas, cinco perguntas


relacionadas à física e identifique que parte dessa ciência as 5. Você vai de carro à sua escola. Cite algumas grandezas
responde. físicas envolvidas nesse percurso e classifique-as em escalar e
Sugestão de resposta — Mecânica: qual a velocidade média de um carro de Fór- vetorial.
Sugestão de resposta — Tempo de deslocamento (escalar), velocidade do carro
mula 1? / Termologia: qual é a maior temperatura já verificada na Terra? / Ondulatória:
(vetorial), temperatura ambiente (escalar).
por que ocorre o eco? / Óptica: o que é arco-íris? / Eletromagnetismo: como funciona

o chuveiro elétrico?

6. Marque a alternativa que relacione apenas 9. Quais das seguintes grandezas são escalares?
grandezas físicas. 01) massa
a) velocidade, medo, comprimento e força 02) temperatura
b) coragem, volume, massa e ira 04) deslocamento
c) energia, alegria, peso e freqüência 08) força
d) potência, tempo, temperatura e deslocamento 16) velocidade
e) aceleração, força, velocidade e amor 32) tempo
35 (01+02+32)
7. (UEM—PR) Assinale a alternativa que preenche corretamente 10. (Acafe—SC) Assinale, entre as opções a seguir, aquela que
as lacunas no texto abaixo. completa corretamente a afirmativa.
Um processo de medição é uma comparação entre duas Grandezas vetoriais são aquelas que necessitam de
grandezas (físicas) de espécie(s). Nesse , , e para serem perfei-
processo, a grandeza a ser medida é comparada a um padrão tamente definidas.
que se chama unidade de medida, verificando-se quantas vezes a) valor numérico, desvio, unidade, direção
6 Física 1M1
a está contida na a ser b) valor numérico, unidade, direção, sentido
6/48 medida. c) desvio, sentido, direção, módulo
01) mesma — grandeza — unidade d) módulo, vetor, padrão, quantidade
02) diferentes — unidade — grandeza e) padrão, valor numérico, unidade, sentido
04) mesma — unidade — grandeza
08) diferentes — grandeza — unidade 11. O termo ano-luz, muito usado em medidas astronômicas,
16) mesma — espécie — unidade corresponde a distância percorrida pela luz em um ano. Para
32) diferentes — espécie — grandeza determinar seu valor, inicialmente se transforma a duração do
04 ano, em dias, para segundos. Faça essa transformação.
8. No Sistema Internacional de Unidades (SI), as unidades de 31 536 000 s = 365 (dias) . 24 (horas) . 60 (minutos) . 60 (segundos)
comprimento, massa e tempo são, respectivamente:
a) quilômetro, grama, minuto.
b) quilômetro, quilograma, hora.
c) metro, quilograma, segundo.
d) centímetro, litro, segundo.
e) metro, quilograma, minuto.
Conceitos
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Cinemática I
gerais

Estas fotografias foram tiradas com o recurso da lâmpada estroboscópica.


Ela emite flashes sucessivos, possibilitando determinar as posições dos corpos
em movimento ao longo do tempo.
O inverso desse processo é usado na criação de desenhos animados. O
desenhista cria imagens estáticas que nos dão a sensação de movimento,
quando são colocadas em seqüência.

O estudo do movimento, sem a preocupação com as causas, é o objetivo deste capítulo. Sem estabelecer defi-
nições, responda às perguntas.
Física 1M1 7
7/48
1. Quando podemos afirmar que um corpo está em movimento?
Quando muda de posição em relação a um referencial ao longo do tempo.

2. Como se calcula a velocidade média de uma viagem?


Divide-se a distância percorrida pelo tempo gasto.

Orientação ao professor — O objetivo desta atividade não é formalizar definições, mas identificar o que os alunos já sabem da experiência pessoal.
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Ponto material e corpo extenso
Cinemática I
Conceitos gerais
Ao estudar o movimento, na cinemática, primeiramente se comparam as dimensões do corpo móvel com as do
meio onde o movimento está ocorrendo, para classificá-lo como ponto material ou corpo extenso.
Considera-se ponto material o corpo cujas dimensões são muito pequenas em relação às demais envolvidas no
fenômeno. Trata-se de corpo extenso quando não se puderem desprezar suas dimensões em relação às outras.
Observe as duas fotografias tiradas de referenciais diferentes.
A foto da figura 1 foi tirada de um helicóptero, e a da figura 2, por outra pessoa no gramado. Na primeira, a
pessoa deitada no gramado pode ser
considerada ponto material, pois suas
dimensões são desprezíveis em relação
às outras envolvidas. Já na segunda, o
indivíduo é considerado corpo extenso,
visto que suas dimensões não podem
ser desprezadas.
A diferença entre ponto material
e corpo extenso, portanto, não é de-
terminada pelas dimensões do corpo,
e sim, pela comparação destas com
outras. Por isso, o mesmo corpo pode
ser ponto material e corpo extenso, de-
pendendo do meio em que esteja. Figura 1 Figura 2

Referencial, movimento e repouso


Orientação ao pro- Observe os exemplos.
fessor — Pergunte
aos alunos em que — Sentado dentro do carro em viagem na estrada, você
situações eles estão está em movimento em relação à estrada, mas em
em movimento. O
repouso em relação ao assento do automóvel e às
objetivo é que eles,
após discussão sobre pessoas dentro dele.
o assunto, constatem — Nas corridas de
que a pergunta não tem
resposta caso não se revezamento,
defina um referencial. um corredor
precisa ficar
em repouso
em relação ao
outro para que
possa passar
Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1
o bastão sem
Os carros de Fórmula 1 atingem altas velocidades nas deixá-lo cair,
retas. No instante da foto, os pilotos Michael Schumacher mas eles devem continuar em movimento para não
e David Coulthard atingiam a velocidade de 300 km/h. perderem tempo.
Pode-se dizer que estão em movimento? — Você está em repouso em relação à Terra, porém
O conceito de movimento está vinculado à determi- em movimento em relação ao Sol, por causa dos
8 Física 1M1 nação do referencial. Não se afirma que um corpo está movimentos de rotação e translação do planeta.
8/48 em movimento ou em repouso sem antes se adotar um — No desenho a seguir, o trem se movimenta em relação
sistema ou outro corpo como referência. à estação. A lâmpada está em repouso em relação à
Assim, diz-se que um corpo está em movimento pessoa sentada no trem e em movimento em relação
quando sua posição varia com o tempo em relação ao ao observador da estação.
referencial, e que está em repouso quando sua posição
Observador Lâmpada
não varia ao longo do tempo em relação ao referencial.
Na ilustração, os pilotos estão em movimento em relação
aos espectadores da corrida, porém Schumacher está em
repouso em relação a Coulthard, pois se deslocam com
a mesma velocidade, e a distância entre eles permanece
inalterada.
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Trajetória

Cinemática I
Conceitos gerais
A linha descrita pelos corpos durante o movimento é
a trajetória. Observe as ilustrações.
1. Um satélite artificial, de 10 m de raio, está
girando em torno da Terra à altura de 500 km.
Sabe-se que o raio da Terra vale cerca de 6 000 km. No
estudo desse movimento, pergunta-se:
a) A Terra pode ser considerada ponto material?
Justifique sua resposta.
Não. Não se podem desprezar suas dimensões.

b) E o satélite? Explique.
O esquiador vai traçando a Sim. Suas dimensões podem ser desprezadas na análise desse movimento.

trajetória ao descer a montanha.

As luzes dos car-


ros ajudam a perceber
a trajetória. 2. Sentado na sala de aula resolvendo este exercício,
a) você é ponto material ou corpo extenso?
A determinação de um corpo como ponto material ou corpo extenso depende
A fumaça lançada
do ambiente com o qual é comparado. Na sala, para meus colegas, sou corpo
no ar indica a trajetória
dos aviões. extenso, porém sou ponto material se a análise for feita a partir de um avião
Será que a trajetória depende do referencial? sobrevoando a cidade.
Suponha duas situações:
— Imagine que está montado num cavalo em movimento e
lança uma bola verticalmente para cima.
Para você (referencial A), a bola faz trajetória retilínea
e vertical, ou seja, ela apenas sobe e desce. Para uma
b) você está em repouso ou em movimento?
pessoa parada no solo (referencial B), a trajetória da bola Depende do referencial adotado. Em relação à minha carteira, estou em repouso;
é curvilínea (parábola).
em relação ao Sol, estou em movimento.

Referencial A

Referencial B
3. A figura representa um helicóptero que sobe vertical-
mente, com velocidade constante. Descreva a trajetória
— Um avião voando horizontalmente solta uma bomba. Para do ponto P, localizado na periferia da hélice, para um
quem está no avião, ela cai verticalmente; para o obser- referencial localizado:
vador localizado no
solo, a bomba segue A A A P Física 1M1 9
trajetória parabólica,
9/48
pois se desloca hori-
zontalmente, acompa-
nhando o avião.
Observando tais
situações, conclui-se:
a trajetória depende do a) no helicóptero.
referencial adotado. B Trajetória circular.

b) no solo.
Trajetória em forma helicoidal.
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Posição, deslocamento e distância percorrida
Cinemática I
Conceitos gerais
Nas estradas, são comuns placas O deslocamento, então, será 30 km. de reta, que liga os pontos inicial e final
que indicam marcos quilométricos. Denomine x0 a posição inicial, ou do movimento.
Sua função é determinar a posição do seja, onde o móvel se encontra no co- Exemplo:
móvel em certo instante em relação ao meço da análise do movimento, e x, a Uma pessoa sai de sua casa (A) até
ponto de origem. Se o automóvel encon- posição final, onde se encontra no fim da o supermercado (B).
tra-se no quilômetro 60 da estrada, não análise. Para determinar o deslocamento
significa que ele se deslocou 60 km. A (∆x), basta subtrair da posição final (x) a
B
placa localiza-o com relação ao início posição inicial (x0). Ele é a variação da
da estrada. posição do móvel, definindo-se pela
Conhecendo duas posições relação ∆x = x – x0.
sucessivas que o corpo ocupou ao O conceito físico de deslocamento
longo do tempo, pode-se determinar não é o mesmo de distância efetiva-
A
seu deslocamento. mente percorrida. Distância percorrida
Imagine que o carro na estrada A distância percorrida por um corpo Deslocamento
encontra-se inicialmente no marco durante um movimento é a grandeza es- Agora considere que uma pessoa
50 km e, depois de um tempo, no calar que corresponde ao comprimento sai da Terra, vai à Lua e depois retorna
marco 80 km. do segmento que representa a trajetória à Terra. A distância percorrida é o
km km
descrita pelo corpo. dobro da distância da Terra à Lua,
50 80 O deslocamento de um corpo é mas o deslocamento é nulo, pois a
uma grandeza vetorial cujo módulo posição inicial (x 0) coincide com a
30 km
equivale ao comprimento do segmento posição final (x).

Velocidade média
Considere um ônibus que parte de São Paulo com destino a Rio de Janeiro.
A distância entre as duas cidades é 400 km.
São Paulo
Rio de Janeiro Calcula-se a velocidade média do percurso se o tempo
Ônibus
gasto pelo ônibus for conhecido.
Se ele fizer o percurso em 8 h, a velocidade média é
400 km
400 km = 50 km/h.
8h
400 km
Um automóvel que faça esse percurso em 4 h tem velocidade média de = 100 km/h.
4h
Conclusão: para calcular a velocidade média do móvel no percurso, basta dividir o deslocamento efetuado pelo
tempo gasto. deslocamento
Vm =
tempo

Generalizando, imagine um móvel que ocupa a posição x0 no instante t0, depois a posição x no instante t.
x0 x
t0 t Deslocamento: ∆x = x – x 0
Tempo total gasto: ∆t = t – t0
0 km
A velocidade média no percurso fica definida como:
∆x
10 Física 1M1 ∆x x − x0
Vm = ou v m =
10/48 ∆t t − t0

UNIDADES DE VELOCIDADE
Se velocidade média é a razão entre deslocamento e tempo, sua unidade é a divisão da unidade de deslocamento
(m, cm, km, mi) pela unidade de tempo (s, min, h).
Logo, m/s, km/h e cm/min são exemplos de unidades para medir velocidade.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a velocidade é expressa em m/s.
No Brasil, costuma-se usar marcação em km/h, logo, deve-se achar uma relação entre as duas unidades.
Lembrando que 1 km = 1 000 m e que 1 h = 3 600 s, tem-se:
km 1 000 m 1
1 = = m / s ⇒ 1 m/s = 3,6 km/h
h 3 600 s 3, 6
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Assim, para transformar m/s em km/h, multiplica-se por 3,6. Analogamente, para passar de km/h para m/s,

Cinemática I
Conceitos gerais
divide-se por 3,6.

x 3,6 Exemplos:
10 m/s = 10 . 3,6 km/h = 36 km/h
km/h 30 m/s = 30 . 3,6 km/h = 108 km/h
m/s
72
72 km/h = m/s = 20 m/s
3, 6
÷ 3,6 90
90 km/h = m/s = 25 m/s
3, 6

VELOCIDADE INSTANTÂNEA
A velocidade média do móvel indica a rapidez com que ele efetua o deslocamento. No exemplo da viagem de
São Paulo ao Rio de Janeiro, o ônibus realizou a viagem com velocidade média de 50 km/h. Durante o percurso,
atingiu várias velocidades, diferentes de 50 km/h, porém, em média, deslocou-se 50 km a cada hora.
O velocímetro indica a velocidade instantânea, pois corresponde ao valor da velocidade naquele instante.

Movimento progressivo e retrógrado


Pode-se classificar o movimento quanto ao sentido x1 = 250 km t 1 = 10 h x 2 = 160 km t 2 = 12 h
do deslocamento. ∆x = x2 – x1 = 160 – 250 = –90 km
∆t = t2 – t1 = 12 – 10 = 2 h
km
20 vm = ∆x/∆t = –90 km/2 h = –45 km/h → vm = –45 km/h
O movimento é retrógrado, pois as posições
B A o c u p a d a s pelo automóvel diminuem no decorrer do
tempo, resultando em velocidade negativa.
km
10 2. Um carro viaja de São Paulo a Campinas, que dis-
tam 90 km uma da outra, parando durante 30 min num
posto à beira de estrada, para refeição e abastecimento.
Na rodovia esquematizada, o carro A desloca-se a De São Paulo até o posto, gasta 1 h 30 min; do posto a
favor da orientação positiva da trajetória; seu movimento Campinas, mais 30 min. Calcule a velocidade média do
é progressivo, pois suas posições aumentam ao longo carro na viagem em questão.
do tempo (10, 20, 30, 40 km). Entretanto, o carro B des- ∆x = 90 km
loca-se contra a orientação positiva da trajetória, logo seu ∆t = 30 min + 1 h 30 min + 30 min = 2 h 30 min = 2,5 h
movimento é retrógrado, pois suas posições diminuem vm = ∆x/∆t = 90 km/2,5 h = 36 km/h
com o passar do tempo (40, 30, 20, 10 km). Observação — O tempo de parada deve ser incluído
No movimento progressivo, as posições aumentam, no cálculo da velocidade média.
sendo a velocidade positiva. Já no movimento retrógrado,
as posições diminuem, tendo velocidade negativa. 3. A distância entre as cidades A e B é 360 km. O auto-
Progressivo: v > 0 Retrógrado: v < 0 móvel parte de A em direção a B. Nos primeiros 120 km de
O sinal da velocidade indica o sentido do movimento. viagem, mantém velocidade média de 60 km/h; nos 240 km
Supondo que os velocímetros dos dois automóveis citados seguintes, o motorista consegue manter velocidade média de
estejam marcando 80 km/h, diz-se que a velocidade de A 80 km/h. Qual foi a velocidade média de toda a viagem?
é v = 80 km/h e que a velocidade de B é v = –80 km/h. Trecho 1 Trecho 2 B
Física 1M1 11
A 11/48
∆x1 = 120 km ∆x2 = 240 km
vm1 = 60 km/h vm2 = 80 km/h

1. O automóvel encontra-se no quilômetro vm = ∆xtotal/∆ttotal


250 da estrada às 10h. Ao meio-dia, passa Trecho 1: ∆x1 = 120 km v m1 = 60 km/h →
pelo quilômetro 160. Determine a velocidade média do → ∆t1 = 120 km/60 km/h = 2 h
veículo durante o percurso e classifique o movimento Trecho 2: ∆x2 = 240 km v m2 = 80 km/h →
como progressivo ou retrógrado. → ∆t2 = 240 km/80 km/h = 3 h
∆ttotal = ∆t1 + ∆t2 = 2 h + 3 h = 5 h
t = 12h00 t = 10h00 vm = 360 km/5 h = 72 km/h
Observação — A velocidade média não é igual à
0 160 250 x (km) média das velocidades.
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Cinemática I
Conceitos gerais
1. Um mesmo corpo pode ser considerado pponto b) qual a distância percorrida?
material e corpo extenso? A distância percorrida por ele é 4,2 km.
Sim. Depende do ponto de vista do observador.

5. Transforme em m/s os valores das velocidades:


2. Você está viajando, sentado na poltrona do ônibus, pela Via a) 540 km/h
Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. Cite um referencial 540 km/h/3,6 → v = 150 m/s
em relação ao qual você está em repouso e outro em relação
ao qual está em movimento.
Sugestão de resposta — Estou em repouso em relação ao assento do ônibus e em
b) 1 800 m/min
movimento em relação à estrada.
1 min = 60 s 1 800 m/60 s → v = 30 m/s

3. A pessoa, à janela do ônibus em movimento, solta uma


pedra, que cai em direção ao solo.
a) Para a pessoa, qual a trajetória que a pedra descreve
c) 2 100 cm/s
ao cair?
2 100 cm = 21 m → v = 21 m/s
Ela vê o objeto cair verticalmente em trajetória retilínea.

d) 0,012 km/min
b) Para a pessoa parada no solo, em frente à janela, como
seria a trajetória da pedra? 0,012 km = 12 m 1 min = 60 s 12 m/60 s → v = 0,2 m/s

Ela veria o objeto descrever trajetória curvilínea.

6. Diferencie movimento progressivo de movimento retrógrado.


No movimento progressivo, o corpo desloca-se no sentido positivo da trajetória e
4. A pista do Autódromo Internacional de Interlagos tem 4,2 km
de comprimento. Após o piloto completar uma volta: a velocidade é positiva; no retrógrado, o corpo se desloca no sentido negativo da

trajetória e a velocidade é negativa.


INTERLAGOS
GP DO BRASIL
Interlagos, 4 209 m
71 voltas (305,909 km)

7. O que significa dizer que um móvel possui velocidade média


de 60 km/h?
a) qual seu deslocamento?
Significa que ele percorre, em média, a distância de 60 km a cada hora de movi-
Seu deslocamento é nulo, pois ele retornou ao mesmo ponto de onde saiu.
mento.

12 Física 1M1
12/48
8. Com relação aos conceitos de cinemática, é 9. (PUC—RJ) Dois trens, A e B, num certo instante, estão
correto afirmar: afastados 1 km um do outro. Como viajam no mesmo sentido,
01) A Terra, em sua órbita ao redor do Sol, é considerada à velocidade (v) de 100 km/h, qual a distância entre eles após
um ponto material. meia hora do instante considerado? Para um observador loca-
02) Se o corpo está em movimento em relação ao referencial, lizado no trem A, o trem B está em repouso ou em movimento?
então o está em relação a qualquer referencial. Justifique sua resposta.
04) A trajetória descrita pelo corpo em movimento depende A distância entre eles permanece 1 km. O trem B está em repouso, pois sua posição
do referencial adotado.
08) Deslocamento e distância percorrida são sinônimos. em relação ao A não muda ao longo do tempo.
16) Quando se diz que a posição do corpo é 25 m, significa
que ele andou 25 m.
32) Deslocamento é a variação da posição de um móvel.
37 (01+04+32)
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10. (UFMG) Um parafuso desprende-se do alto do mastro de um 16. Durante a tempestade, o indivíduo vê um relâmpago e ouve

Cinemática I
Conceitos gerais
veleiro que se desloca com velocidade constante, paralelamente o som do trovão 4 s depois. Determine a distância que separa
à margem de uma lagoa, no sentido indicado na figura. Um ob- o indivíduo do local do relâmpago, dada a velocidade do som
servador X, dentro do veleiro, e outro Y, à margem, observam no ar constante e igual a 340 m/s.
o parafuso caindo. vm = 340 m/s ∆t = 4 s ∆x = vm . ∆t = 340 m/s . 4 s
Parafuso ∆x = 1 360 m

X 17. Um móvel passa pela posição x1 = 20 m no instante t1 = 5 s e pela


posição x2 = 60 m no instante t 2 = 10 s. Quais são, respectiva-
Y
mente, os valores do deslocamento e da velocidade média entre
A alternativa que melhor representa as trajetórias do para- os instantes t 1 e t2?
fuso, vistas pelos observadores X e Y, respectivamente, é: a) 40 m e 8 m/s x1 = 20 m t1 = 5 s x2 = 60 m t2 = 10 s
b) 60 m e 10 m/s ∆x = x2 – x1 = 60 – 20 = 40 m
a) b) c) d) e) ∆t = t2 – t1 = 10 – 5 = 5 s
c) 60 m e 8 m/s
vm = ∆x/∆t = 40 m/5 s = 8 m/s
d) 40 m e 12 m/s
e) 50 m e 16 m/s
XY X Y X Y X Y X Y

11. Calcule, em unidades do Sistema Internacional, a velocida-


de média do carro que viaja de São Paulo à cidade de Marília,
percorrendo 450 quilômetros em 5 horas.
∆x = 450 km ∆t = 5 h
vm = ∆x/∆t = 450 km/5 h → vm = 90 km/h : 3,6 = 25 m/s 18. (Vunesp—SP) Ao passar pelo marco km 200 de uma rodo-
via, o motorista vê um anúncio com a inscrição: Abastecimento
e restaurante a 30 minutos. Considerando que esse posto de
serviços se encontra junto ao marco km 245 dessa rodovia,
pode-se concluir que o anunciante prevê, para os carros que
12. Uma pessoa percorre, a pé, 1 200 m em 20 min. Qual é sua trafegam nesse trecho, uma velocidade média, em km/h, de:
velocidade média em km/h? a) 80
b) 90 ∆x = x – xo = 245 – 200 = 45 km
∆x = 1 200 m ∆t = 20 min = 20 . 60 = 1 200 s ∆t = 30 min = 0,5 h
vm = ∆x/∆t = 1 200 m/1 200 s → vm = 1 m/s . 3,6 = 3,6 km/h c) 100
vm = ∆x/∆t = 45 km/0,5 h = 90 km/h
d) 110
e) 120

13. (UFPE) Um caminhão desloca-se com velocidade constante


de 108 km/h. Suponha que o motorista cochile durante 2 s. Qual
19. O carro inicia viagem de 200 km às 8h30min. Às 9h, um pneu
a distância, em metros, percorrida pelo caminhão nesse intervalo
furado obriga o motorista a parar por 30 minutos. Reiniciada a
de tempo se ele não colidir com algum obstáculo?
viagem, ele chega a seu destino às 11h. Determine a velocidade
vm = 108 km/h : 3,6 = 30 m/s ∆t = 2 s média desse carro na viagem.
∆x = vm . ∆t = 30 m/s . 2 s → ∆x = 60 m
∆x = 200 km
∆t = t – to = 11h00min – 8h30min = 2h30min = 2,5h
vm = ∆x/∆t = 200 km/2,5h = 80 km/h

14. Um trem desloca-se com velocidade constante de 72 km/h.


O deslocamento desse trem, após 50 s, é:
a) 100 m
vm = 72 km/h : 3,6 = 20 m/s
b) 10 m ∆t = 50 s ∆x = vm . ∆t = 20 m/s . 50 s →
c) 1 km → ∆x = 1 000 m = 1 km 20. O automóvel percorre uma estrada de 400 km que liga duas Física 1M1 13
d) 10 km cidades. Nos 300 km iniciais, em razão das boas condições da 13/48
e) 0,2 km estrada, o motorista desenvolve a velocidade média de 100 km/h,
mas nos 100 km restantes, por causa de acidente na pista, só
consegue manter a velocidade média de 40 km/h. Determine a
velocidade média de todo o percurso.
15. (Faap—SP) Um carro de Fórmula Indy, ao desenvolver a
velocidade constante de 360 km/h, num trecho retilíneo da pista, vm = ∆xtotal/∆ttotal
percorre a distância de 200 m em: Trecho 1: ∆x1 = 300 km vm1 = 100 km/h
∆t1 = 300 km/100 km/h = 3 h
a) 0,2 s
vm = 360 km/h : 3,6 = 100 m/s Trecho 2: ∆x2 = 100 km vm2 = 40 km/h
b) 1 s ∆t2 = 100 km/40 km/h = 2,5 h
∆x = 200 m
c) 5 s ∆t = ∆x/vm = 200 m/100 m/s → ∆t = 2 s ∆ttotal = ∆t1 + ∆t2 = 3 h + 2,5 h = 5,5 h
d) 2 s vm = 400 km/5,5 h = 72,72 km/h
e) 10 s
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21. Um percurso de 310 km deve ser feito por um ônibus em 5 h. O 23. Uma moto leva 2 min para atravessar uma ponte com veloci-

Cinemática I
Conceitos gerais
primeiro trecho, de 100 km, é percorrido com velocidade média dade média de 72 km/h. Determine o comprimento da ponte.
de 50 km/h, e o segundo, de 90 km, com velocidade média de Observação — Despreze o comprimento da moto.
60 km/h. Que velocidade média deve ter o ônibus no restante
vm = 72 km/h : 3,6 = 20 m/s ∆t = 2 min . (60 s) = 120 s
da viagem para efetuá-la no tempo previsto? ∆x = vm . ∆t = 20 . 120 = 2 400 m
Trecho 1: ∆x1 = 100 km vm1 = 50 km/h
∆t1 = 100 km/50 km/h = 2 h
Trecho 2: ∆x2 = 90 km vm2 = 60 km/h
∆t2 = 90 km/60 km/h = 1,5 h 24. A figura mostra um trem de 100 m de comprimento que
Trecho 3: ∆x2 = 310 km – 190 km = 120 km se desloca a 36 km/h. Sabendo que a ponte tem 200 m de
∆t3 = 5 h – 2 h – 1,5 h = 1,5 h
comprimento, determine o tempo necessário para que o trem a
vm3 = 120 km/1,5 h = 80 km/h
atravesse totalmente.
A
22. (Cesgranrio—RJ) Uma patrulha rodoviária mede o tempo
que cada veículo leva para percorrer um trecho de 400 m de
estrada. Um automóvel percorre a primeira metade do trecho com
velocidade de 140 km/h. Sendo de 80 km/h a velocidade limite A
permitida, qual deve ser a maior velocidade média do automóvel
na segunda metade do trecho, para evitar ser multado?
vm = ∆xtotal/∆ttotal
200 m 100 m
Trecho 1: ∆x1 = 200 m vm1 = 140 km/h = 38,9 m/s
∆t1 = 200 m/38,9 m/s = 5,14 s ∆x = (200 + 100) m
Trecho 2: ∆x2 = 200 m
vm = 36 km/h : 3,6 = 10 m/s
∆t2 = 200 m/vm2
∆x = 100 m + 200 m = 300 m
∆ttotal = 5,14 + 200/vm2
∆t = 300/10 = 30 s
80/3,6 = 400/(5,14 + 200/vm2)
1 440 = 411,2 + 16 000/vm2
vm2 = 16 000/1 028,8 = 15,55 m/s = 56 km/h

25. (Unicamp—SP) Brasileiro sofre! Numa tarde de 27. Um móvel efetua a metade de um percurso com velocidade
sexta-feira, a fila única de clientes de um banco tem comprimento de 40 km/h e a outra metade com velocidade de 60 km/h.
médio de 50 m. Em média, a distância entre as pessoas na fila é Calcule a velocidade média de todo o percurso.
de 1,0 m. Os clientes são atendidos por três caixas. Cada caixa x x
leva cerca de 3,0min para atender um cliente. Pergunta-se:
Trecho 1 Trecho 2
a) Qual a velocidade média dos clientes ao longo da
fila? Trecho 1
b) Quanto tempo um cliente gasta na fila? ∆x x x
c) Se um dos caixas se retirar por 30 min, quantos metros vm = 40 = t1 = h
∆t t1 40
a fila aumenta?
Trecho 2
a) Em três minutos serão atendidas três pessoas e a fila andará três me- ∆x x x
tros. vm = 60 = t2 = h
∆t t2 60
Logo: vm = ∆x/∆t = 3 m/3 min = 1 m/min = 0,016 m/s
b) Se a velocidade média determinada no item a é 1 m/min e o comprimento ∆x total x+x
vm = vm = = 48 km/h
da fila é 50 m, então um cliente gasta 50 min na fila. ∆t total x x
+
c) Com um caixa a menos, a velocidade das pessoas na fila diminui para 40 60
vm = 2 m/3 min = 0,67 m/min. A diferença entre esta e a velocidade
anterior é 1 – 0,67 = 0,33 m/min.
Logo, durante o tempo de 30 min a fila aumentará 0,33 m/min . 30 min = 10 m.
28. (Fuvest—SP) Normas de segurança determinam que um certo
tipo de avião deve levar, além do combustível suficiente para chegar
ao seu destino, uma reserva para voar por mais 45 minutos. A
26. (Unicamp—SP) Um carro, a uma velocidade constante de velocidade média desse tipo de avião é 200 quilômetros por
14 Física 1M1
18 km/h, está percorrendo um trecho de rua retilíneo. Devido a hora e seu consumo é 35 litros de combustível por hora de vôo.
14/48 um problema mecânico, pinga óleo do motor à razão de 6 gotas a) Qual o tempo, em horas e minutos, gasto por esse avião
por minuto. Qual é a distância entre os pingos de óleo que o para voar 250 quilômetros?
carro deixa na rua? b) Qual a quantidade mínima de combustível, incluindo
a reserva, necessária para a viagem de 250 quilôme-
Distância percorrida em 1 min
v = 18 km/h = 5 m/s
tros?
∆x ∆x
vm = 5= ∆x = 300 m
∆t 60 ∆x 250
a) vm = 200 =
A distância entre cada gota é: ∆t ∆t
∆x 300 250 5
d= = = , uma vez que caem 6 gotas por minuto: d = 50 m ∆t = = = 1 h 15 min
6 6 200 4
b) tempo = 1 h 15 min + 45 min = 2 h
1 h → 35 l
2h→x
x = 70 l
Movimento
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Cinemática I
uniforme
No cotidiano, observamos que os
movimentos acontecem em diversas
velocidades. Os valores vão desde
o ritmo de uma lesma, passando
pelo de um avião, até chegar
à velocidade da luz, a qual Velocidade da luz
é impossível ultrapassar Sonda espacial 299 792 458 m/s
segundo as teorias mais 65 000 m/s 1 079 milhões km/h
recentes. 240 000 km/h
Jumbo 747
280 m/s
1 000 km/h

Fórmula 1
100 m/s
360 km/h

Cavalo
20 m/s
72 km/h

Corrida
10 m/s
36 km/h

Lesma
0,014 m/s
0,05 km/h Física 1M1 15
15/48

Consultando os valores de velocidades da figura, procure responder às questões.


1. Qual será a distância percorrida por uma lesma, se não parar de se deslocar durante um dia, em velocidade
constante?
Percorrerá 1 210 m, ou seja, 1,2 km. ∆x = 0,014 . 24 . 60 . 60

2. Se a circunferência terrestre tem aproximadamente 40 000 km, calcule o tempo necessário para uma sonda
espacial completar uma volta ao redor da Terra. Orientação ao professor — Esses cálculos iniciais servem apenas como estímulo ao aluno
para entender o conteúdo do capítulo. Neste momento não se deve dar ênfase a definições nem
T = 40 000/240 000 = 1/6 h = 10 minutos conceitos físicos. Mostre ao aluno que muito se pode resolver com o conhecimento acumulado
e no decorrer deste estudo a física vai justificar como esses cálculos se processam.
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Definição

Movimento uniforme
Cinemática I
O movimento de um corpo é uniforme se sua velocidade permanecer constante ao longo do tempo. No dia-a-dia,
verificam-se freqüentemente movimentos em velocidade constante. A pessoa subindo ou descendo a escada rolante, o
pára-quedista após certo tempo de queda e o trem em movimento são exemplos de movimento uniforme.

O movimento uniforme (MU) é aquele em que o módulo da velocidade permanece constante.


Se, além de a velocidade apresentar valor constante, a trajetória for retilínea, tem-se movimento retilíneo uni-
forme (MRU).

No movimento uniforme, a velocidade instantânea é sempre igual à velocidade média.

Equação horária do MU
Imagine um automóvel movendo-se em estrada plana ele partiu da posição 10 m com velocidade de 5 m/s no
e reta, com o velocímetro indicando sempre a velocidade sentido progressivo.
de 80 km/h. Mantendo essa velocidade, ele percorrerá
80 km em 1 hora, 160 km em 2 horas, 240 km em 3 horas v = 5 m/s
e assim por diante.
Determina-se o deslocamento (∆x) multiplicando a x (m)
0 10
velocidade pelo tempo de percurso. t=0s
Supondo v = 80 km/h, tem-se:
Determina-se a posição em qualquer instante.
para t = 1 h → ∆x = 80 . 1 = 80 km
— Após 1 s de movimento, a posição é x = 10 + 5 . (1) =
para t = 2 h → ∆x = 80 . 2 = 160 km
= 15 m; no instante 1 s, portanto, o móvel ocupa a
para t = 3 h → ∆x = 80 . 3 = 240 km
posição 15 m. A posição é 15 m, porém o desloca-
Conclui-se que, no movimento uniforme (MU), calcula-
mento corresponde a 5 m, pois o móvel partiu da
se o deslocamento por meio da fórmula:
posição 10 m.
∆x = v . t — Após 5 s de movimento, o móvel ocupa a posição
x = 10 + 5 . (5) = 35 m. Mas em 5 s o desloca-
∆x — deslocamento
mento é 25 m.
v — velocidade
t — tempo gasto para efetuar o deslocamento
Deslocamento (∆x) é a diferença entre a posição final (x)
1. Um móvel movimenta-se em trajetória retilínea
e a posição inicial (x 0) do móvel.
segundo a equação x = 30 + 3 . t (no SI).
Logo, se ∆x = v . t, pode-se escrever x – x0 = v . t, ou
Determine:
x = x0 + v . t a) posição inicial e velocidade.
Ao comparar a equação dada com a equação
Esta é a equação horária do MU, a qual determina horária, obtêm-se os valores da posição inicial e
a posição do móvel em dado instante. da velocidade.
x = x0 + v . t
16 Física 1M1 x = 30 + 3 . t x0 = 30 m e v = 3 m/s
16/48 b) a posição no instante 2 s.
— ∆x indica deslocamento e x representa posi-
Substitui-se t por 2 na equação dada:
ção. Eles não são necessariamente iguais.
x = 30 + 3 . (2) = 36 m
— Para o caso particular em que o móvel parte da ori-
c) o deslocamento após 8 s.
gem da posição (x 0 = 0), pode-se escrever x = v. t,
Como a velocidade é 3 m/s, o móvel desloca-se
e a posição final coincidirá com o deslocamento.
3 m a cada segundo; logo, o deslocamento após
Exemplo de aplicação da equação horária. 8 s é 3 . (8) = 24 m.
Considere que um corpo se desloca segundo a equa- d) o instante em que o móvel passa pela posição
ção x = 10 + 5t (unidades do SI). Em outras palavras, 51 m.
Na equação dada, substitui-se x por 51 e isola-se t.
x = 30 + 3 . t 51 = 30 + 3 . t
21 = 3 . t t=7s
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e) se o movimento é progressivo ou retrógrado. O tempo, até que aconteça o encontro, é 140 s; o

Movimento uniforme
Cinemática I
O movimento é progressivo, pois a velocidade é carro de trás percorre a distância de 2 800 m até alcançar
positiva e permanece constante. o da frente.

2. Dois carros deslocam-se numa pista retilínea, ambos 3. Resolva o exercício anterior, supondo que os dois
no mesmo sentido e com velocidades constantes. O carro carros se deslocam em sentidos contrários, um em direção
que está na frente desenvolve 54 km/h; o que está atrás, ao outro.
72 km/h. Em certo instante, a distância entre eles é 700 m.
vA = 72 km/h vB = 54 km/h
A partir desse instante, determine: B
A
a) após quanto tempo ocorre o encontro;
b) a distância que o carro de trás deve percorrer
0 Origem 700 m
para alcançar o da frente.
Observação — Despreze o comprimento dos auto-
móveis, considerando-os pontos materiais. O procedimento para resolução permanece o mesmo,
porém deve-se notar que as velocidades dos carros, nesse
vA = 72 km/h vB = 54 km/h caso, têm sentidos contrários, devendo apresentar sinais
A B
contrários.
xA = x0 + v . t xB = x0 + v . t
0 Origem 700 m xA = 0 + 20 . t xB = 700 – 15 . t
xA = 20 . t
Primeiramente, montam-se as equações horárias de No instante do encontro, as posições são iguais:
cada carro; para isso, é necessário definir a origem. Esta, xA = xB
nesse caso, corresponde ao ponto de partida do carro A. 20 . t = 700 – 15 . t → 20 . t + 15 . t = 700 →
Convertem-se as velocidades dos automóveis para m/s, → 35 . t = 700 → t = 20 s
porque a distância entre eles é dada em metros. Determinado o tempo, substituí-lo em qualquer das
vA = 72 km/h : 3,6 = 20 m/s equações horárias para encontrar a posição de encontro.
vB = 54 km/h : 3,6 = 15 m/s xA = 20 . t → xA = 20 . (20) → xA = 400 m
Equações horárias:
xA = x0 + v . t xB = x0 + v . t
xA = 0 + 20 . t xB = 700 + 15 . t
xA = 20 . t Para resolver exercícios como os exemplos 2
No instante do encontro, as posições serão iguais, e 3, pode-se usar o conceito de velocidade
logo xA = xB. relativa, ou seja: se dois corpos estiverem com velo-
20 . t = 700 + 15 . t ∴ 20 . t – 15 . t = 700 cidades no mesmo sentido, a velocidade relativa é a
5 . t = 700 diferença das velocidades.
t = 140 s No caso de corpos em sentidos contrários, a veloci-
Determinado o tempo, pode-se substituí-lo em qual- dade relativa é a soma das velocidades de cada um.
quer das equações horárias para achar a posição de Velocidade relativa é aquela com que um móvel se
encontro. desloca em relação a outro.
xA = 20 . t xA = 20 . (140) xA = 2 800 m

1. (UTP—PR) Duas esferas se movem em linha reta e com velocidades constantes ao longo de uma
Física 1M1 17
17/48
régua centimetrada.
Na figura estão indicadas as velocidades das esferas e as posições que ocupavam num certo instante.
5 cm/s 3 cm/s

Equações horárias:
— Esfera preta — Esfera branca
x = x0 + v . t x = x0 + v . t
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 x0 = 10 + 5t x0 = 14 + 3t
No instante de encontro:
x0 = x0
As esferas irão colidir na posição correspondente a:
10 + 5t = 14 + 3t → t = 2 s
a) 15 cm d) 20 cm Posição de encontro:
b) 17 cm e) n.d.a. x0 = 10 + 5t
c) 18 cm x0 = 10 + 5 . 2 = 20 cm
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2. (PUC—PR) De dois pontos A e B, conforme a figura, partem simultaneamente dois pontos materiais em movi-

Movimento uniforme
Cinemática I
mento retilíneo uniforme com velocidade de 15 m/s e 5 m/s. A que distância do ponto A elas se encontram?

vA = 15 m/s vB = 5 m/s
Equações horárias:
xa = x0 + v . t xb = x0 + v . t
xa = 0 + 15t xb = 80 – 5t
A 80 m B xa = 15t
No instante de encontro:
a) 20 m xa = xb
15t = 80 – 5t → t = 4 s
b) 60 m
Posição de encontro:
c) 40 m xa = 15 . t
d) 30 m xa = 15 . 4 = 60 m
e) 80 m

Gráficos do movimento uniforme


No estudo da cinemática, é muito comum representar Pelo gráfico, a seguir determina-se também o desloca-
movimentos por meio de gráficos. Nas representações, mento do móvel. A área compreendida entre o gráfico e o
utiliza-se o eixo horizontal para marcar o tempo. eixo dos tempos coincide com o valor do deslocamento,
já que este é dado por ∆x = v . t e a figura formada entre
GRÁFICO DA VELOCIDADE (v X t) o gráfico e o eixo do tempo é um retângulo. A área do
No movimento uniforme, a velocidade não se altera no retângulo é igual ao produto da base pela altura.
decorrer do tempo; logo, seu gráfico é uma reta paralela v

ao eixo horizontal. Para qualquer movimento uniforme, o


v
gráfico (v X t) tem um dos seguintes aspectos:
A ∆x = área = v . t
Movimento progressivo Movimento retrógrado 0
t t
(v > 0) (v < 0)
v A área limitada pelo gráfico (v . t) e o eixo do tempo re-
v
v t presenta, numericamente, o deslocamento do móvel.
0
t
0 –v
t t GRÁFICO DA POSIÇÃO (x X t)
Para representar graficamente a variação da posição
Imagine um automóvel deslocando-se com velo- de um corpo em movimento uniforme, suponha-se o corpo
cidade constante de 80 km/h. Como seria o gráfico deslocando-se segundo a equação horária x = 10 + 5t.
(v X t) do movimento? Significa que ele partiu da posição 10 m com velocidade de
5 m/s (deslocando-se 5 metros a cada segundo). Com essas
v (km/h) informações, monta-se a tabela que determina a posição
em dados instantes.
80

t=0 t=1s
t=2s t=3s t=4s t=5s
0
1 2 3 t (h) 0
10 15 20 25 30 35 x (m)
18 Física 1M1 Durante as três horas analisadas, a velocidade do
18/48 carro permaneceu constante (80 km/h).
x (m) 10 15 20 25 30 35
Velocímetro O cabo gira A mola gira o ponteiro para
t (s) 0 1 2 3 4 5
O velocímetro com o eixo trás quando o carro diminui
de um carro mostra a das rodas na a marcha.
Ponteiro
velocidade de x (m)
velocidade instanta-
percurso. 35
neamente — a velo-
cidade do carro em Com esses valores, 30
qualquer momento.
O ímã constrói-se o gráfico da 25
O aparelho é acio-
gira com posição pelo tempo 20
nado por um cabo
o cabo. 15
ligado ao eixo que (x X t):
aciona as rodas. 10
O disco do acelerador,
girado lentamente pelo
ímã, gira o ponteiro. Mostrador 0 1 2 3 4 5 t (s)
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O gráfico é uma reta, visto que a equação horária

Movimento uniforme
Cinemática I
Função do primeiro grau pode ser expressa pela fórmula
do movimento uniforme é uma função do primeiro grau. f(x) = ax + b, em que a é o coeficiente angular e b o coeficiente
Sendo essa reta crescente, o movimento é progressivo, linear da reta.
pois as posições aumentam com o passar do tempo. No
movimento retrógrado, ela é decrescente.
Movimento progressivo (v > 0) Com base no gráfico da posição, determina-se
x a velocidade isolando-a na equação horária:
x x − x0
v=
t

x0 Esse valor da velocidade coincide com a tangente do


0 ângulo formado entre a reta e a horizontal.
t t

Movimento retrógrado (v < 0) x

x x cateto oposto
tg θ = =
x0 cateto adjacente
x – x0 x − x0
= =v
x0 θ t
t
x 0
t t v = tg θ
0
t t

1. Um móvel com velocidade constante de 3. O gráfico a seguir representa a velocidade do corpo


2 m/s desloca-se durante 5 s. Represente em gráfico a em função do tempo. Determine o deslocamento durante
velocidade e a posição em função do tempo. 10 segundos e construa o gráfico de posição X tempo
Admita-se que a origem dos tempos coincide com a do mesmo movimento, considerando que ele partiu da
origem dos espaços. origem das posições.
v (m/s) x (m) v (m/s)

2 10 5

0
6 10 t (s)
0 5 t (s) 0 5 t (s)
Calcula-se o deslocamento por meio da área formada pelo gráfico com o eixo
A área do gráfico equivale à distância percorrida:
horizontal.
x = 2 . 5 = 10 m
∆x = área = 5 . 6 = 30 m
A partir do instante 6 s, a velocidade vale 0 m/s, pois o móvel está parado.
2. O gráfico a seguir descreve o movimento de um ponto Gráfico posição X tempo
material. Escreva a equação horária do movimento. x (m)
x (m) Posição inicial: x0 = 5 m 30
A velocidade pode ser determinada
15
pela tg θ. Física 1M1 19
tg θ =
cateto oposto
=
15 − 5
=1
19/48
cateto adjacente 10
5 Logo: v = 1 m/s 0
6 10 t (s)
Equação horária:
0 10 t (s) x = x0 + vt → x = 5 + 1 . t O móvel desloca-se nos 6 primeiros segundos de movimento. Depois, permanece
x=5+t na mesma posição (fica parado).

Consulte estes sites, que podem ajudá-lo a aprofundar os estudos.


http://www.adorofisica.com.br/
www.fisica.ufc.br
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Movimento uniforme
Cinemática I
1. Estas fotografias estroboscópicas representam 5. Construa o gráfico posição X tempo de cada uma das fun-
as sucessivas posições ocupadas por um corpo em movimento. ções para um tempo de 5 s de movimento.
Determine qual delas representa movimento uniforme. Justifique
x
sua opção.
Observação — O intervalo de tempo entre as fotos é constante. 35

20

0 5 y

6. O gráfico deste exercício representa a posição (d) de um


carro, contada a partir do marco zero de uma estrada, em função
A primeira fotografia representa movimento uniforme, visto que o corpo percorre do tempo.
d (km)
distâncias iguais em tempos iguais.
220

2. Uma pessoa informa que um corpo está em movimento


retilíneo uniforme.
150
a) O que indica o termo retilíneo?
Que a trajetória é em linha reta.

0 1,0 2,0 3,0 4,0 t (h)


b) E o termo uniforme?
Que a velocidade permanece constante.
a) Qual é a posição do carro no início da viagem (t = 0)?

d0 = 150 km
3. Desenhe o gráfico v X t para o carro que se movimenta com
velocidade constante v = 50 km/h, durante o tempo t = 4 h. O
que representa a área sobre o gráfico que você desenhou? Qual b) Qual é a posição do carro no instante t = 1 h?
o seu valor? d = 220 km
v (km/h)
c) Qual é a velocidade desenvolvida pelo carro na primeira
50
hora de viagem?
A
d − d0 220 − 150
v= = = 70 km /h
t 1
0 4 t (h)
A área sobre o gráfico corresponde ao deslocamento do corpo durante as 4 horas
d) Em que posição e durante quanto tempo o carro per-
de movimento. Seu valor é (50) . (4) = 200 km. Isso significa que o corpo teve
deslocamento de 200 km. maneceu parado?
Na posição 220 km, durante uma hora.

4. Dadas as funções horárias (unidades do SI), determine,


para cada uma delas, a posição inicial, a velocidade e a posi-
ção após 3 s de movimento. Classifique também os movimentos
como progressivos ou retrógrados. e) Qual é a posição do carro no final de 4 h de viagem?
a) x = 20 + 3 . t d) x = –10 – 3 . t A posição é 0 km, pois está na origem da trajetória.
xo = 20 m v = 3 m/s xo = –10 m v = –3 m/s
20 Física 1M1 x = 20 + 3(3) = 29 m x = –10 – 3(3) = –19 m
20/48 Progressivo Retrógrado
f) Qual é a velocidade do carro na viagem de volta?
b) x = –16 + 2 . t e) x=8.t
d − d0 0 − 220
xo = –16 m v = 2 m/s xo = 0 m v = 8 m/s v= = = − 110 km/h
t 2
x = –16 + 2(3) = –10 m x = 8 . 3 = 24 m
Progressivo Progressivo
g) O movimento é progressivo ou retrógrado?
c) x = 35 – 7 . t f) x = –10 . t O movimento é progressivo na ida (de 0 a 1 h) e retrógrado na volta (de
xo = 35 m v = –7 m/s xo = 0 m v = –10 m/s
x = 35 – 7(3) = 14 m x = –10(3) = –30 m 2 a 4 h).
Retrógrado Retrógrado
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Movimento uniforme
Cinemática I
7. Um corpo em movimento uniforme desloca-se 12. Entre duas estações ferroviárias, P e Q, a distância é 300 km,
com velocidade de 20 m/s. A distância percorrida pelo corpo medindo-se a trajetória dos trens entre elas. No mesmo instante,
após 10 minutos é igual a: passa pela estação P um trem com movimento uniforme de
a) 200 m ∆x = v . t = 20 . (10 . 60) = 12 000 m = 12 km velocidade 50 km/h, e pela estação Q, outro com velocidade
b) 2 km constante de 100 km/h. Considerando que um trem se movimenta
c) 600 m em sentido contrário ao do outro, determine o instante e a posição
d) 1 200 m em que se cruzam.
e) 12 km Adotando a estação P como origem,
P Q obtêm-se as seguintes equações
horárias: Teste 8
xP = 0 + 50 . t xQ = 300 – 100 . t x = 8 + 3t
No encontro xP = xQ: 50 . t = 300 –100 . t x = x0 + v . t
8. Um móvel movimenta-se segundo a equação horária x = 8 + 3t 300 km 150 . t = 300 t=2h 04) x = 8 + 3t
(no SI), sobre uma trajetória retilínea. Podemos afirmar que:
Posição do encontro: xP = 50 . 2 = 100 km x=8+3.4
01) sua posição inicial é 8 m. Eles se encontrarão a 100 km da estação P. x = 20 m
02) sua velocidade é 3 m/s. 08) x = 8 + 3 . 5
04) sua posição no instante 4 s é 12 m. x = 23 m
08) o deslocamento após 5 s é 23 m. → ∆x = x – x0
16) o deslocamento após 5 s é 15 m. ∆x = 23 – 8
32) no instante de 9 s o móvel passa pela posição de 35 m. ∆x = 15 m
51 (01+02+16+32) 32) x = 8 + 3t
x=8+3.9
9. Um móvel executa um movimento cuja função horária é x = 35 m
x = 20 – 4 . t (SI). Determine:
a) o instante de passagem pela origem da trajetória;
b) o espaço (posição) para t = 20 s;
c) o instante em que o espaço (posição) é x = 48 m.
a) Na origem: x = 0 0 = 20 – 4 . t 4 . t = 20 t = 5 s
b) x = 20 – 4(20) = 20 – 80 = –60 m 13. (Uespi—PI) Um passageiro perdeu um ônibus que saiu da
c) 48 = 20 – 4 . t 4 . t = –28 t = –7 s rodoviária há 5 minutos e pega um táxi para alcançá-lo. O ônibus
Orientação ao professor — Comentar que o tempo negativo pode indicar que o desenvolve uma velocidade de 60 km/h, e o táxi, de 90 km/h. O
móvel passou pela posição x = 48 m sete segundos antes da origem dos tempos. intervalo de tempo necessário ao táxi para alcançar o ônibus é,
Pode-se também interpretar o resultado como informação de que o corpo não ocupará em minutos:
essa posição. Em 5 minutos, o ônibus percor re a distância de
a) 25 60 . (1/12) = 5 km; logo, as equações horárias são:
b) 20 x0 = 5 + 60 . t e xt = 90 . t
c) 15 No encontro: x0 = xt
d) 10 5 + 60 . t = 90 . t 30 . t = 5
e) 5 t = 5/30 = 1/6 h = 10 min

10. Dois móveis, A e B, com velocidades constantes respecti-


vamente iguais a 18 km/h e 8 m/s, partem do mesmo ponto da
reta, no mesmo sentido. Determine a distância entre eles, em
metros, após 3 minutos.
Posição de A, após 3 min (180s): x = 5 . 180 = 900 m
Posição de B, após 3 min (180s): x = 8 . 180 = 1 440 m
Distância entre os móveis: 1 440 – 900 = 540 m

14. (PUC—PR) Dois motociclistas, A e B, percorrem uma pista


retilínea com velocidades constantes vA = 15 m/s e vB = 10 m/s.
No início da contagem dos tempos, suas posições são xA = 20 m e
xB = 300 m. O tempo decorrido em que o motociclista A ultra-
Física 1M1 21
11. (USJT—SP) Dois móveis, A e B, deslocam-se sobre retas
passa e fica a 100 m do motociclista B é:
21/48
paralelas, com as seguintes equações horárias, relativas ao
mesmo referencial: s A = 3 – 8 . t e s B = 1 + 2 . t A B B A
São dados s em metros e t em segundos.
20 m 300 m x
Nessas condições, o instante do encontro e a posição do 100 m
mesmo valem:
a) 56 s Equações horárias: xA = 20 + 15 . t e xB = 300 + 10 . t
a) 8,0 s e 2,0 m
No encontro, as posições são iguais; logo, b) 86 s Condição do problema: xA = xB + 100
b) 3,0 s e 8,0 m
igualam-se as duas equações: c) 76 s 20 + 15 . t = 300 + 10 . t + 100
c) 1,0 s e 2,0 m SA = SB 3 – 8 . t = 1 + 2 . t 5 . t = 400 – 20 5 . t = 380 t = 76 s
d) 36 s
d) 0,5 s e 2,0 m –10 . t = –2 t = 0,2 s e) 66 s
e) 0,2 s e 1,4 m Substituindo t em qualquer das equações,
acha-se a posição do encontro.
SA = 3 – 8 . (0,2) = 3 – 1,6 = 1,4 m
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15. (Fempar—PR) Percorrendo 300 m a cada 2 minutos, um 17. O gráfico mostra a posição de um móvel em função do

Movimento uniforme
Cinemática I
indivíduo corre ao lado de um trecho retilíneo de uma estrada tempo. Podemos afirmar que:
de ferro, quando é alcançado por um trem cuja velocida-
de é 36 km/h. Se o trem demora 1 minuto para ultrapassar o x (m)
x0 = 20 m x = x0 + v . t
indivíduo, seu comprimento, em metros, é: 20 ∆x −20
Velocidade do indivíduo vm = = = − 5 km / h
a) 450 Λt 4
b) 300 ∆x 300 x = 20 – 5t
vm = = = 2, 5 m / s
c) 150 Λt 2 . 60
d) 600 Velocidade do trem
e) 2160 v = 36 km/h = 10 m/s → x = v . t 0
x = (10 – 2,5) . 1 . 60 ∴ x = 450 m 4 6 t (s)

16. O gráfico relaciona a velocidade com o tempo de um corpo –10


em movimento. Supondo que ele ocupe a posição –10 m no
instante 0 s, o deslocamento após 20 s e a equação horária do 01) a equação do móvel é x = 20 – 5t.
movimento são, respectivamente: 02) a equação do móvel é x = 20 + 5t.
v (m/s) O deslocamento é igual a 20 . (8) = 160 m
04) no intervalo de tempo de 0 a 4 s o movimento é pro-
8 e a equação horária gressivo.
(x = x0 + v . t) é x = –10 + 8 . t 08) no intervalo de tempo de 4 s a 6 s o movimento é re-
trógrado.
16) no instante 4 s o móvel está parado.
0 32) no instante 4 s o móvel passa pela origem das posi-
20 t (s) ções.
a) 160 m e x = 20 + 8 . t 41 (01+08+32)
b) 1 600 m e x = –10 + 8 . t
c) 160 m e x = –10 + 5 . t
d) 160 m e x = –10 + 8 . t
e) 80 m e x = –10 + 8 . t

Teste 19 18. O menino sai de casa, caminha ao longo da 20. (PUC—RS) Dois trens, A e B, de 200 m e 250 m de com-
Primeiramente, cal- rua até a confeitaria, onde toma um refrigerante. Em seguida, primento, respectivamente, correm em linhas paralelas com
cula-se a velocidade de
retorna à sua residência. No gráfico desse exercício, t representa velocidades de 18 km/h e 27 km/h, em sentidos opostos. O
cada um dos móveis,
pois se conhecem os o tempo decorrido desde o instante em que ele saiu de casa, e d, tempo que decorre do instante em que começam a se cruzar
respectivos desloca- a distância do menino à sua residência em cada instante. até o instante em que termina o cruzamento é:
mentos em 2 s. d (m) a) 10 s
A velocidade relativa entre os dois trens é 45 km/h e a
vA = 4/2 = 2 m/s 200 b) 25 s distância total a ser percorrida corresponde à soma dos
c) 36 s comprimentos: ∆x = 450 m ou 0,45 km. Portanto: t =
vB = 2/2 = 1 m/s d) 40 s = 0,45/45 = 0,01 h = 0,6 min = 36 s
Equações horárias:
e) 50 s
xA = 0 + 2 . t e
xB = 6 + 1 . t 0
No encontro: xA = xB 100 340 540 t (s) 200 m
18 km/h 18 km/h
2.t=6+1.t A respeito da situação, dê a soma das alternativas corretas. A A
t=6s
01) A velocidade de ida do menino à confeitaria é 3,6 km/h. Início Fim
Posição do encontro: 250 m
xA = 2 . (6) = 12 m
02) O menino gastou 4 minutos na confeitaria. 27 km/h 27 km/h
04) A distância da casa do menino até a confeitaria é 100 m. B B
Logo, o espaço percor-
rido por A é de 12 m, 08) O módulo da velocidade com que o menino voltou para
450 m
e por B, de 6 m até o casa foi 1 m/s.
encontro. 16) Após 30 s do instante de saída de sua casa, o menino
encontrava-se a 60 m de distância dela. 21. Duas velas, uma de 15,5 cm e outra de 20 cm de altura, têm
32) O deslocamento total do menino após 540 s foi 400 m. espessuras diferentes e queimam com velocidade constante de
22 Física 1M1 64) A distância em que ele se encontrava de sua casa após 2 cm/h e 4 cm/h, respectivamente. Em que instante elas terão
22/48 50 s era a mesma que após 7 min 20 s de movimento. o mesmo tamanho, se foram acesas simultaneamente às 19h?
90 (02+08+16+64)
19. O gráfico a seguir representa o movimento de dois corpos, A e B, Equações horárias:
em relação à origem de uma trajetória. Determine os espaços xA = 15,5 – 2 . t e
A B xB = 20 – 4 . t
percorridos pelos dois corpos até o ponto de encontro.
Para o mesmo tamanho: xA = xB
15,5 – 2 . t = 20 – 4 . t
x (m) A –2 . t = –4,5
B t = 2,25 h = 2h15min
Logo, se foram acesas às 19h, terão o
mesmo tamanho às 21h15min.
8
6
4

0 2 t (s)
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Movimento

Cinemática I
uniformemente
variado

Uma das modalidades mais emocionantes do automobilismo é o cam-


Física 1M1 23
23/48
peonato de arrancadas. Nesta competição, os pilotos partem do repouso e
atingem altas velocidades em poucos segundos. Os dragsters são os mais
rápidos da categoria, capazes de acelerar de 0 a 500 km/h em apenas oito
segundos.
Após atingirem esta velocidade o motorista aciona um pára-quedas que
desacelera o carro, fazendo-o parar antes do final da pista.
Responda: Orientação ao professor — Mos-
tre ao aluno que ele vai aproveitar
a) Com o auxílio do texto, defina aceleração. o conhecimento do cotidiano para
Aceleração é uma grandeza associada à mudança de velocidade. entender os conceitos da física.

b) Por que o pára-quedas ajuda a frear o carro?


Porque ajuda a aumentar a resistência do ar.
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Aceleração

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
Suponha que um automóvel se desloque com velo- Generalizando, v0 corresponde à velocidade inicial do
cidade de 40 km/h. Se o motorista pisar no acelerador móvel no instante t0, e v, à velocidade do móvel no instante t.
e, após 1 s, a velocidade do carro passa a ser 45 km/h, Calcula-se a aceleração dividindo a variação da velocidade
ela variou 5 km/h em 1 s. (∆v = v – v0) pelo tempo decorrido (∆t = t – t0).
Existe aceleração quando há mudança na veloci- t0 = 0 t
dade. v0 v
No movimento uniforme (MU), a velocidade permanece
constante, logo a aceleração é nula. +
Distâncias para parar
Os veículos a motor precisam acelerar e desacelerar rapida- am — aceleração média
∆v
mente para garantir segurança. Bons freios são fundamentais. am = ∆v — variação da velocidade
∆t
Quanto mais veloz e mais pesado é o carro, mais difícl parar. A ∆t — tempo
menor distância de frenagem para um carro médio é mostrada
Unidade de aceleração consiste na divisão entre
abaixo. A distância para pensar é quanto o veículo anda antes
do motorista reagir e usar os freios. A distância de frenagem unidade de velocidade (m/s, km/h, mi/h) e unidade de
é o quanto ele anda enquanto o carro diminui a marcha. A tempo (s, min, h).
120 km/h, a menor distãncia para parar é quase do tamanho A unidade de velocidade no SI é m/s; a de tempo, s.
de um campo de futebol!
Logo, a unidade de aceleração no Sistema Internacional
é m / s ou m/s2.
A 48 km/h
9m 14 m 23 m
s
A 80 km/h
15 m 38 m 53 m
A 118 km/h
Um avião parte do repouso e decola 20 s mais
21 m 75 m 96 m tarde com velocidade de 360 km/h. Qual foi
sua aceleração média durante a decolagem? Utilize as
Distância para Distância para Distância total
pensar frear para parar unidades do SI.
v0 = 0 (parte do repouso)
a = ∆v/∆t = (100 – 0)/20 = 5 m/s2
MEDINDO ACELERAÇÃO v = 360 km/h = 360/3,6 = 100 m/s
t = 20 s
Responda:
Um carro parte do repouso e, após 4 s, atinge a
velocidade de 40 km/h. Qual foi o valor da aceleração?
(Aceleração consiste na razão entre a variação da velo-
cidade de um corpo e o tempo decorrido.)
km / h
Nesse caso, a aceleração do carro foi 10 . Significa que, em média, a velocidade
s
do carro aumentou 10 km/h a cada segundo de movimento.

Movimento acelerado e retardado


24 Física 1M1
O movimento em que a veloci- Nos campeonatos de arrancadas, por exemplo, observam-se os dois
24/48 dade varia classifica-se em acelerado tipos de movimento.
ou retardado.
O movimento é acelerado quando
o módulo da velocidade aumenta com
o decorrer do tempo — o velocíme-
tro do carro marca valores cada vez
maiores e o carro desloca-se cada
vez mais rápido.
No movimento retardado, o mó- Após cruzar a linha de chegada,
o carro passa a ter movimento
dulo da velocidade diminui ao longo retardado, para que possa parar.
do tempo. O velocímetro indica va- Primeiramente, o movimento é acelerado. O carro parte do
Em razão da alta velocidade, são
necessários pára-quedas.
lores cada vez menores. repouso e atinge a maior velocidade possível.
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Classificação de movimentos

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
Classificam-se os movimentos acelerado e retardado
em:
— Acelerado e progressivo: o móvel desloca-se no sen- 1. Trafegando por uma avenida com veloci-
tido positivo da trajetória e o módulo da velocidade dade constante de 108 km/h, em dado instante
aumenta com o decorrer do tempo. o motorista percebe o sinal vermelho à frente e pisa no freio
a = 3 m/s2
até parar, após 5 s. Determine a aceleração média do carro
nesse intervalo de tempo, expressa em km / h e em m/s2.
v = 2 m/s v = 5 m/s v = 8 m/s
s
v0 = 108 km/h = 108/3,6 = 30 m/s
v = 0 (até parar)
t=0 t=1s t=2s +
t=5s
No movimento acelerado e progressivo, a velocidade e a
aceleração possuem sinais positivos.
a = ∆v/∆t
a = (v – v 0)/(t – t0) ou
— Acelerado e retrógrado: o móvel desloca-se no sen-
a = (0 – 108)/(5 – 0)
tido negativo da trajetória e o módulo da velocidade
a = (0 – 30)/(5 – 0)
aumenta com o decorrer do tempo. km/h
a = –21,6 ou a = –6 m/s2
a = –3 m/s 2 s
v = –8 m/s v = –5 m/s v = –2 m/s 2. Um automóvel desloca-se por uma estrada com veloci-
dade constante de 72 km/h. Para ultrapassar um caminhão
t=2s t=1s t=0 + com maior segurança, o motorista pisa no acelerador e,
No movimento acelerado e retrógrado, a velocidade e a após 4 s, o carro atinge 90 km/h. Calcule a aceleração
aceleração possuem sinais negativos. do carro no SI.
v0 = 72 km/h = 72/3,6 = 20 m/s
v = 90 km/h = 90/3,6 = 25 m/s
Nos movimentos acelerados, velocidade e t = 4s
aceleração têm o mesmo sinal, ou seja, o a = ∆v/∆t = (25 – 20)/4 = 5/4 = 1,25 m/s2
mesmo sentido.
3. A velocidade escalar instantânea de um móvel varia
em função do tempo, de acordo com a tabela:
— Retardado e progressivo: o móvel desloca-se no
sentido positivo da trajetória e o módulo da velocidade t (s) 0 1 2 3 4 5 6
diminui ao longo do tempo. v (m/s) 10 6 0 –2 –5 –9 –12
a = –3 m/s 2 a) Qual é a aceleração média do movimento no
intervalo de 0 a 2 s e no de 2 a 6 s?
v = 8 m/s v = 5 m/s v = 2 m/s
De 0 a 2 s → a = (0 – 10)/(2 – 0) = –5 m/s2
De 2 a 6 s → a = (–12 – 0)/(6 – 2) = 3 m/s2
t=0 t=1s t=2s + b) Classifique o movimento em cada intervalo de
No movimento retardado e progressivo, a velocidade tem sinal tempo.
positivo, e a aceleração, negativo.
De 0 a 2 s → v > 0 e a < 0; logo, movimento
— Retardado e retrógrado: o móvel desloca-se no sen- progressivo e retardado.
tido negativo da trajetória e o módulo da velocidade De 2 a 6 s → v < 0 e a < 0; logo, movimento
diminui ao longo do tempo. retrógrado e acelerado.
a = 3 m/s2
Física 1M1 25
25/48
v = –2 m/s v = –5 m/s v = –8 m/s
1. Um piloto de fórmula 1 move-se a 250 km/h
quando, ao atingir a curva, se vê forçado a
t=3s t=1s t=0 +
reduzir a velocidade do veículo para 88 km/h após 3 s. Qual
No movimento retardado e retrógrado, a velocidade tem sinal
negativo e a aceleração, positivo. a aceleração média do carro nesse intervalo de tempo,
expressa em km / h e em m/s2?
s
km/h
vo = 250 km/h a = ∆v/∆t = (88 – 250)/3 = –54 =
Nos movimentos retardados, a velocidade e a s
v = 88 km/h ou a = (–162/3,6)/3 = –15 m/s2
aceleração possuem sinais contrários, logo, t = 20 s
sentidos opostos.
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2. A velocidade escalar instantânea de um móvel varia II. a classificação dos movimentos (progressivo

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
em função do tempo de acordo com a tabela: ou retrógrado; acelerado ou retardado) para os
t (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 mesmos intervalos do item I.
a) de 0 a 3 s.
v (m/s) –12 –9 –5 0 2 6 9 12 11 7 Movimento retrógrado e retardado v < 0 e a > 0
Determine:
I. a aceleração média nos intervalos: b) de 3 s a 7 s.
a) de 0 a 3 s. Movimento progressivo e acelerado v > 0 e a > 0
a = (0 – (–12))/(3 – 0) = 12/3 = 4 m/s2

c) de 7 s a 9 s.
b) de 3 s a 7 s. Movimento progressivo e retardado v > 0 e a < 0
a = (12 – 0)/(7 – 3) = 12/4 = 3 m/s2

c) de 7 s a 9 s.
a = (7 – 12)/( 9 – 7) = –5/2 = –2,5 m/s2

Movimento uniformemente variado (MUV)


Na figura, observa-se a variação da velocidade do carro na arrancada.

0 km/h 5 km/h 10 km/h 15 km/h 20 km/h

0s 1s 2s 3s 4s

Repare que, a cada segundo que passa, a velocidade do carro aumenta 5 km/h. Logo, esse carro desloca-se
km / h
com aceleração constante de 5 . O movimento descrito acima é um movimento uniformemente variado (MUV),
s
pois a velocidade varia na mesma quantidade em tempos iguais.
No movimento uniformemente variado a aceleração é constante e não-nula.
Se a trajetória for retilínea, tem-se movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV).

Equação da velocidade
Um corpo se desloca com velocidade de 5 m/s e
sofre aceleração constante de 3 m/s2. Significa que a
velocidade varia 3 m/s a cada segundo. Pode-se, então, 1. Um carro move-se com velocidade variando
prever o valor da velocidade para qualquer instante. de acordo com a equação v = 10 + 4 . t (SI).
Determine:
Para: t = 0 s v = 5 m/s
a) a velocidade inicial;
t = 1 s v = 5 + 3 . 1 = 8 m/s
b) a aceleração;
t = 2 s v = 5 + 3 . 2 = 11 m/s
Para resolver os itens a e b, basta comparar a equação dada com a da veloci-
t = 3 s v = 5 + 3 . 3 = 14 m/s dade.
v = v0 + a . t
Calcula-se a velocidade de um corpo em movimento v = 10 + 4 . t
26 Física 1M1
Logo: v0 = 10 m/s e a = 4 m/s2
26/48 uniformemente variado (MUV) utilizando a equação da
velocidade.
c) a velocidade no instante 5 s;
No exemplo anterior, a velocidade pode ser calculada
Utiliza-se a equação da velocidade e substitui-se t por 5 s.
pela relação: v = 10 + 4 . t
v = v0 + a . t v — velocidade no instante t v = 10 + 4 . (5)
v = 30 m/s
v0 — velocidade inicial (t = 0)
a — aceleração d) se o movimento é acelerado ou retardado.
t — tempo O movimento é acelerado, pois o módulo da velocidade aumenta ao longo do

Se o corpo partir do repouso (v 0 = 0), a equação da tempo.


velocidade é:
v=a.t
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2. A velocidade de um corpo em movimento é dada pela c) a velocidade nos instantes 3 s, 4 s e 5 s;

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
expressão v = 12 – 3 . t (SI). Para t = 3 s v = 12 – 3 . (3) = 3 m/s
Determine: Para t = 4 s v = 12 – 3 . (4) = 0 m/s
Para t = 5 s v = 12 – 3 . (5) = –3 m/s
a) o valor da velocidade inicial;
b) a aceleração;
Para resolver os itens a e b, basta comparar a equação dada com a da
velocidade.
v = v0 + a . t
v = 12 – 6 . t
Logo: v0 = 12 m/s e a = –3 m/s2 d) se o movimento é acelerado ou retardado.
O movimento é retardado de 0 a 4 s e acelerado de 4 s em diante.

Gráfico da velocidade (v X t) e da aceleração (a X t)


VELOCIDADE Aceleração positiva (a > 0)
Um automóvel tem velocidade variando segundo a equa- v
ção v = 8 + 4 . t v

t=0 t=1s t=2s t=3s


v0
v0 = 8 m/s v = 12 m/s v = 16 m/s v = 20 m/s
0 t t

Conforme o esquema anterior, monta-se uma tabela. Aceleração negativa (a < 0)


v
t (s) 0 1 2 3 4
v0
v (m/s) 8 12 16 20 24

Constrói-se o gráfico (v X t) marcando o tempo no


eixo horizontal e a velocidade no vertical. v

v (m/s) 0 t t
24
Observe que a função que relaciona a velocidade com
20
o tempo em MUV é função do primeiro grau.
16
12
8 ACELERAÇÃO
Como no MUV a aceleração permanece constante,
0 1 2 3 4 t (s) seu gráfico é uma reta paralela ao eixo dos tempos.
a a
O gráfico (v X t) em MUV é uma reta inclinada em
relação ao eixo do tempo. a
t t

Em caso de aceleração positiva, a reta é inclinada –a


para cima; se negativa, inclinada para baixo.
0 t t Física 1M1 27
27/48

Posição de um corpo em MUV


A posição de um corpo em MUV não varia linearmente. Suponha uma bicicleta que parta do repouso com ace-
leração constante de 2 m/s 2, conforme a figura a seguir. A cada segundo que passa, sua velocidade aumenta e,
conseqüentemente, ela percorre distância cada vez maior.

t=0 t=1s t=2s t=3s t=4s

v=0 2 m/s 4 m/s 6 m/s 8 m/s


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A área compreendida entre o gráfico da velocidade Essa é a equação horária do MUV, que possibilita

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
e o eixo dos tempos é numericamente igual ao deslo- prever a posição de um corpo em movimento uniforme-
camento. mente variado.
Um corpo com velocidade inicial v0 que se desloca No caso particular em que o móvel parte do repouso
com aceleração a atinge velocidade v, após certo tempo t. (v0 = 0) e da origem das posições (x 0 = 0), tem-se:
O gráfico da velocidade é uma reta inclinada em relação a . t2
x=
ao eixo dos tempos. 2
O valor da área A corresponde ao deslocamento do Conforme ilustração da posição da bicicleta em
corpo. movimento (p. 27):
x0 = 0, v0 = 0, a = 2 m/s 2
v
a . t2 2 . t2
Logo: x = = = t2
∆x = área (A) 2 2
v0 A t — 0 s x — 0
t — 1 s x — 1m
0 t
t — 2 s x — 4m
A figura formada pelo gráfico com o eixo do tempo t — 3 s x — 9m
é um trapézio. Para calcular sua área, deve-se dividi-lo
em um retângulo (A 1) e um triângulo (A 2). Sendo assim, Monte os valores em gráfico:
A = A1 + A 2. x (m)
Como v = v 0 + a . t, então v – v 0 = a . t. 9

v
4
a.t
A2 1
v
v0 0 1 2 3 t (s)
A1 v0

0 t Construa o gráfico V x t e calcule sua área.


A figura A 1 é um retângulo de base t e altura v 0. m/s
6
Portanto:
A1 = b . h = v0 . t
A figura A2 é um triângulo de base t e altura a . t.
Então:
b . h a . t . t a . t2 0 3 s
A2 = = =
2 2 2
Calcula-se o deslocamento somando as duas A função que relaciona posição com tempo no MUV é
áreas: função do 2º grau. Conclusão: o gráfico posição X tempo
a . t2 desse movimento é uma parábola do 2º grau.
A = A1 + A2 = v0 . t +
2 v (m/s)
50
Como ∆x = A:
O gráfico ao lado
a . t2
∆x = v 0 . t + mostra como varia
2
a velocidade do móvel em fun- 10
28 Física 1M1
28/48 Lembrando que ∆x = x – x 0 , pode-se escrever ção do tempo.
0 t (s)
a . t2 Determine:
x – x0 = v0 . t + ou:
2 a) a aceleração do móvel;
a . t2 v = v0 + a . t → 50 = 10 + a . (5) → a = 8 m/s2
x = x0 + v0 . t +
2 b) a equação da velocidade;
x — posição final v = 10 + 8 . t
x0 — posição inicial c) o gráfico da aceleração;
v0 — velocidade inicial a (m/s2)
a — aceleração
t — tempo 8

5 t (s)
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d) o deslocamento após 5 s; e) a equação horária, supondo que o móvel tenha

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
partido da posição 15 m.
a . t2 8 . ( 52 )
∆x = v0 . t + → ∆x = 10 . (5) + →
2 2 a . t2 8 . t2
→ ∆x = 150 m x = x0 + v0 . t + → x = 15 + 10 . t + →
2 2
→ x = 15 + 10 . t + 4 . t2

1. Um automóvel parte do repouso com aceleração constante e igual a 3 m/s 2. Calcule seu desloca-
mento após 8 s.
a . t2 3 . ( 8 )2
∆x = vo . t + → ∆x = → ∆x = 96 m
2 2

2. (UFV—MG) Um automóvel, partindo do repouso, desloca-se com aceleração constante de 2,0 m/s 2, numa traje-
tória retilínea.
a) Esboce os gráficos da aceleração (a), da velocidade (v) e da posição (x) do automóvel, em função do tempo (t).
b) Determine o deslocamento do automóvel nos primeiros 2 s após a partida.
c) Determine a velocidade do automóvel 2 s após a partida.
a) a (m/s2) v (m/s) x (m)
a . t2 2 . 22
b) x= x= =4m
2 2 2
c) v = v0 + a . t v = 0 + 2 . 2 = 4 m/s

t (s) t (s) t (s)

3. Um móvel desloca-se sobre uma reta segundo a função horária x = –15 – 2t + t 2 (no SI). Determine:
a) o tipo de movimento (MU ou MUV);
b) a posição inicial;
c) a velocidade inicial;
d) a aceleração;
e) a função v = f(t);
f) o instante em que o móvel passa pela origem das posições.

a) A equação horária x = –15 – 2t + t2 é do 2º grau, portanto, o movimento f) A origem das posições corresponde a x = 0.
é uniformemente variado. x = –15 – 2t + t2
b, c, d) Basta comparar a função dada com a equação horária. 0 = –15 – 2t + t2
Física 1M1 29
a . t2 Resolvendo a equação, temos: 29/48
x = x0 + v0t + → x = –15 – 2t + t2
2 −b ± b 2 − 4 ac 2 ± 4 + 60 2 ± 64 2±8
a t= = = = ∴
x0 = –15 m; v0 = –2 m/s e = 1 → a = 2 m/s2 2a 2 2 2
2
e) Substituindo os valores encontrados na equação da velocidade, temos: t1 = 5 s e t2 = –3 s
v = v0 + at A solução negativa não satisfaz o problema. Então:
v = –2 + 2t t=5s
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Equação de Torricelli

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
São duas as equações do movimento uniformemente
variado vistas até agora:
— equação da velocidade → v = v0 + a . t (1) Um automóvel desloca-se com velocidade de
a . t2 10 m/s, quando o motorista pisa no acelerador,
— equação do deslocamento → ∆x = v0 . t + (2)
2 provocando aceleração constante de 2 m/s2. Determine qual
Ambas as equações dependem do tempo t. A seguir,
será sua velocidade após percorrer a distância de 56 m.
tem-se a operação matemática que permite deduzir a
Resolve-se o problema de duas formas:
equação para calcular a velocidade de um móvel em
a) sem a utilização da equação de Torricelli:
função do deslocamento, sem conhecer o tempo.
v0 = 10 m/s a = 2 m/s2 ∆x = 56 m v = ?
Isola-se t na equação (1): Utilizando a equação do deslocamento, encontra-
v − v0 se o tempo.
t=
a a . t2 2 . t2
Substitui-se na equação (2): ∆x = v0 . t + → 56 = 10 . t +
2 2
2 t2 + 10 . t – 56 = 0
 v − v0 
a.  Aplicando a fórmula de Bháskara, chega-se a
 v − v0   a  dois valores possíveis: t 1 = –14 s e t 2 = 4 s
∆x = v 0 .   +
 a  2 Elimina-se o primeiro valor, pois não tem sentido
 v2 − 2 . v . v0 + v2  o tempo negativo. Logo: t = 4 s
0 
a. Usando a equação da velocidade, calcula-se o
 v0 . v − v2   a2 
0    que foi pedido no enunciado:
∆x =  + =
 a  2 v = v0 + a . t v = 10 + 2 . (4) v = 18 m/s
 
b) com a equação de Torricelli:
 v0 . v − v2   v2 − 2 . v . v0 + v2 
= 0 
+ 0  v2 = v02 + 2 . a . ∆x
 a   2.a  v2 = 102 + 2 . (2) . (56)
   
v2 = 100 + 224
 2 . v . v0 − 2 . v2 + v2 − 2 . v . v0 + v2 
∆x =  0 0  v2 = 324 → v = 324
 2.a  v = 18 m/s
 
A equação de Torricelli é a mais adequada para a
 v2 − v2 
∆x =  0  resolução desse problema, visto que não se menciona
 2.a  o tempo no enunciado.
 
2 . a . ∆x = v 2 − v 20
Obtém-se, finalmente, a equação de Torricelli, para Resolvendo problemas de MUV
movimento uniformemente variado: 1. Leia atentamente o enunciado e escreva
v 2 = v 20 + 2 . a . ∆x os dados com as respectivas unidades.
2. Observe o que é pedido.
Nessa equação, não aparece o tempo (t). 3. Pesquise qual das três fórmulas do MUV é capaz de
Por ser derivação de outras duas equações, ela resolver o problema.
facilita a resolução de problemas em que não aparece
a . t2
o tempo. v = v0 + a . t ∆x = v 0 . t + v 2 = v 20 + 2 . a . ∆x
2

30 Física 1M1
30/48

1. O motorista observa o velocímetro do carro e b) Posição 1 Posição 2


nota que se encontra na posição 1. Após 10 s, verifica-o nova-
a = (50 – 80)/10
mente, constatando que está na posição 2. Calcule a aceleração
km / h
do automóvel no intervalo de 10 s e classifique o movimento a = –3
s
como acelerado ou retardado.
Movimento retardado
a) Posição 1 Posição 2
a = (100 – 60)/10
km / h
a=4
s
Movimento acelerado
MENU PRINCIPAL
2. Marque com x as unidades que expressam aceleração. 6. O gráfico mostra como varia a velocidade de um corpo em

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
cm / s kg / s km função do tempo.
( X ) ( ) ( X ) 2
h min h v (m/s)
m/ s kg mm
( X ) ( ) ( ) 30
min h s
3. O movimento acelerado pode ter aceleração negativa?
Justifique sua resposta.
3 6 8 12 15 t (s)
Sim. Se a velocidade for negativa (movimento retrógrado) e a aceleração também, o
–20
movimento é acelerado. –30
Calcule a aceleração e classifique o movimento em progressi-
vo ou retrógrado e acelerado ou retardado para os intervalos:
a) de 0 a 3 s.
4. O que significa dizer que um corpo se move com aceleração a = (0 – (–30))/(3 – 0) = 10 m/s2
de 5 m/s2? Movimento retrógrado (v < 0) e retardado (a > 0)
Significa que sua velocidade aumenta 5 m/s a cada segundo, supondo velocidade
b) de 3 a 6 s.
positiva (movimento progressivo). a = (30 – 0)/(6 – 3) = 10 m/s2
Movimento progressivo (v > 0) e acelerado (a > 0)

c) de 6 a 8 s.
5. O móvel parte do repouso deslocando-se com aceleração a = 0 m/s2 (velocidade constante)
constante de 4 m/s 2. Movimento progressivo (v > 0) e uniforme (a = 0)
a) Qual é a velocidade desse corpo após 5 s?
v = 0 + 4 . (5) = 20 m/s d) de 8 a 12 s.
a = (0 – 30)/(12 –8) = –7,5 m/s2
b) Qual é seu deslocamento durante os 5 s? Movimento progressivo (v > 0) e retardado (a < 0)
4 . ( 5 )2
∆x = = 50 m e) de 12 a 15 s.
2
c) Qual é a velocidade média durante 5 s? a = (–20 – 0)/(15 – 12) = –6,67 m/s2
vm = ∆x/∆t = 50/5 = 10 m/s Movimento retrógrado (v < 0) e acelerado (a < 0)

d) No movimento uniformemente variado, a velocidade 7. Para cada intervalo do exercício 6, calcule o deslocamento do
média é igual à média aritmética das velocidades inicial corpo. Qual é o deslocamento durante os 15 s de movimento?
e final? Explique. Calcula-se o deslocamento pela área da figura formada pelo gráfico ou pela fórmula
Sim. anteriormente deduzida.
a . t2 a.t De 0 a 3 s: A = b . h/2 = (3) . (–30)/2 = –45 m
v0 . t +  v 0 + .t
 2 = 2   a.t (∆x < 0, movimento retrógrado)
vm= ∆x/t = =  v 0 +  De 3 a 6 s: A = b . h/2 = (3) . (30)/2 = 45 m
t t  2 
(∆x > 0, movimento progressivo)
Como a . t = v – v0 (equação da velocidade): De 6 a 8 s: A = b . h = (2) . (30) = 60 m
v + v0 (∆x > 0, movimento progressivo)
vm = (2 . v0 + v – v0)/2 vm =
2 De 8 a 12 s: A = b . h/2 = (4) . (30)/2 = 60 m
(∆x > 0, movimento progressivo)
e) Calcule a velocidade média entre os instantes 2 s e 7 s. De 12 a 15 s: A = b . h/2 = (3) . (–20)/2 = –30 m
28 + 8 (∆x < 0, movimento retrógrado)
v2 = 0 + 4 . (2) = 8 m/s = v0 vm = vm = 18 m/s De 0 a 15 s: ∆x = –45 + 45 + 60 + 60 – 30 = 90 m
2
v7 = 0 + 4 . (7) = 28 m/s = v

f) Utilizando o resultado do item anterior, calcule o des-


locamento entre esses instantes.
vm= ∆x/∆t ∆x = 18 . (7 – 2) = 90 m
Física 1M1 31
31/48

8. Um móvel em movimento retilíneo possui 9. Um automóvel parte do repouso e atinge 90 km/h em 10 s.


aceleração constante de 2 m/s 2. Significa que: Determine a aceleração média do automóvel, em m/s 2, nesse
01) percorre 2 m em cada segundo. intervalo de tempo.
02) percorre 4 m em cada segundo. v = 90 km/h = 90/3,6 = 25 m/s
04) sua velocidade varia 2 m/s em cada segundo. a = (25 – 0)/10 = 2,5 m/s2
08) sua velocidade varia 4 m/s em cada segundo. vo = 0 (parte do repouso)
16) sua velocidade também é constante.
04
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10. (UEPG—PR) Um móvel possui velocidade inicial de 20 m/s e, 15. (Unicamp—SP) As faixas de aceleração das auto-estradas

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
5 segundos após, 10 m/s. A aceleração escalar, suposta constante, é: devem ser longas o suficiente para permitir que um carro, partindo
a) 2 m/s2 do repouso, atinja a velocidade de 100 km/h em uma estrada
b) –2 m/s2 a=
∆v horizontal. Um carro popular é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h
c) 1 m/s2 ∆t em 18 s. Suponha que a aceleração é constante.
a = (10 – 20)/5
d) –1 m/s2 a) Qual o valor da aceleração?
a = –2 m/s2
e) zero b) Qual a distância percorrida em 10 s?
c) Qual deve ser o comprimento mínimo da faixa de ace-
leração?
km /h
a) v0 = 0 v = 100 km/h a = (100 – 0)/18 = 5,56 ou
s
1,54 m/s2
a . t2
b) ∆x = v0 . t + ∆x = 1,54 . (10)2/2 = 77 m
2
a . t2
11. (UEM—PR) Classifique o movimento figurado. c) ∆x = v0 . t + ∆x = 1,54 . (18)2/2 = 249,5 m
2
–11 m/s –8 m/s –5 m/s –2 m/s

3s 2s 1s 0s + 16. (Cefet—PR) Um caminhão inicia a descida de um trecho de


a) acelerado e progressivo estrada, com velocidade de 54 km/h. Admitindo que o caminhão
b) retardado e progressivo adquira uma aceleração constante de intensidade igual a 2,0 m/s2 e
c) acelerado e retrógrado que o trecho de estrada referido tenha 100 m de extensão, a veloci-
d) retardado e retrógrado dade do caminhão, no final do trajeto, será, em km/h, igual a:
e) uniforme e retrógrado a) 74
b) 108 v0 = 54 km/h =15 m/s ∆x = 100 m a = 2 m/s2
12. Considerando a questão anterior, a aceleração do movi- c) 90 v2 = v02 + 2 . a . ∆x
mento vale: d) 100 v2 = 152 + 2 . (2) . (100)
a) –3 m/s2 A = –11 – (–2)/(3 – 0) = –3 m/s2 e) 144 v2 = 225 + 400
b) 3 m/s 2 v2 = 625
v = 25 m/s = 90 km/h
c) –6 m/s2
d) –4 m/s2
e) 6 m/s2 17. (OBF) Numa corrida de 100 m, um corredor acelera a 8,0 m/s2
durante os primeiros 1,25 s da corrida. O restante do percurso
é feito com movimento uniforme. Podemos afirmar que:
a) ele cruza a faixa de chegada após 11,25 s.
b) o percurso de aceleração é 12,5 metros.
c) o tempo para correr os primeiros 50 m foi 5,0 s.
13. (Fatec—SP) Em um teste para uma revista especializada, d) ele cruza a faixa de chegada a 10 m/s.
um automóvel acelera de 0 a 90 km/h em 10 segundos. Nesses e) ele faz o percurso em menos de 10 s.
10 segundos, o automóvel percorre quantos metros?
a . t2
v0 = 0 v = v0 + a . t ∆x = = 8 . (1,25)2/2 = 6,25 m
2
v = 90 km/h = 25 m/s 25 = 0 + a . (10)
ttotal = 1,25 + (100 – 6,25)/10 = 10,625 s
t = 10 s a = 2,5 m/s2
v = a . t = 8 . (1,25) = 10 m/s

a . t2 18. Um móvel parte do repouso com aceleração constante de


∆x = v0 . t +
2 2,0 m/s2 em trajetória retilínea. Após 20 s, começa a frear uni-
2, 5 . ( 10 )2 formemente até parar a 500 m do ponto de partida. Determine
∆x = 0 . (10) +
∆ x = 125 m 2 a aceleração durante a frenagem.

a . t2
∆x = = 2 . (20)2/2 = 400 m; logo, 100 m (frenagem)
2
32 Física 1M1
v = a . t = 2 . (20) = 40 m/s = v0 (frenagem)
32/48 v2 = v02 + 2 . a . ∆x 02 = 402 + 2 . (a) . 100 a = –8 m/s2
14. Um ponto material parte do repouso em movimento uniforme-
mente variado e, após percorrer 12 m, move-se com velocidade
de 6 m/s. Determine a aceleração do ponto material, em m/s 2,
durante o deslocamento.
v0 = 0 v2 = vo2 + 2 . a . ∆x 19. (OBF) A equação horária de um móvel que se desloca numa
trajetória retilínea é: s = 20 + 2 . t – 0,5 . t 2 (SI). A equação da
v = 6 m/s 62 = 02 + 2 . (a) . (12)
velocidade desse móvel é:
∆x = 12 m a = 1,5 m/s2 a) v = 2 – t a . t2
s = s0 + v0 . t + s0 = 20 m
b) v = 2 – 0,5 . t 2
a
c) v = 20 – 0,5 . t v 0 = 2 m/s = –0,5 a = –1 m/s2
2
d) v = 20 + 2 . t
e) v = 20 – t s = 20 + 2 . t – 0,5 . t2
v = v0 + a . t v=2–t
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20. (UEL—PR) Um ponto material está em movimento, obede- 21. (Enem) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico

Movimento uniformemente variado


Cinemática I
cendo à função horária x = 5 – 2 . t + t 2, em unidades do SI. O de um corredor padrão é representado pelo gráfico a seguir.
ponto material muda o sentido da sua velocidade na posição e 12

Velocidade (m/s)
no instante: 10
a) 13 m e –2 s 8
a . t2
b) 8 m e –1 s x = x0 + v0 . t + 6
2
c) 5 m e 2 s a 4
x0 = 5 m v0 = –2 m/s =1
2 2
d) 5 m e 0 s
e) 4 m e 1 s a = 2 m/s2 x = 5 – 2 . t + t2 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
v = v0 + a . t Tempo (s)
Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade
v = –2 + 2 . t
O móvel tem seu sentido invertido quando v = 0
do corredor é aproximadamente constante?
0 = –2 + 2 . t t = 1 s a) Entre 0 e 1 segundo.
Sua posição será: x = 5 – 2 . (1) + (1)2 = 4 m b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 12 e 15 segundos.

22. (PUC—PR) O gráfico representa um corpo em 04) O movimento do ratinho foi sempre retilíneo e uniforme,
movimento retilíneo. Nessas condições, é correto afirmar: tanto na ida como na volta.
08) O gato encontrava-se a 5,0 metros do ratinho quando
v (m/s)
começou a persegui-lo.
10 16) O ratinho parou duas vezes no seu trajeto de ida e volta
até a toca.
2 6 8
32) O ratinho chega 1,0 segundo antes do gato que, por-
0 t (s)
tanto, não consegue alcançá-lo.
a) No intervalo de tempo entre 0 e 2 s, o movimento é 64) O gato percorre uma distância maior que a do ratinho,
uniforme. em menor tempo, por isso alcança-o antes que ele
b) Nos 6 primeiros segundos, o deslocamento foi 50 m. possa chegar à toca.
c) A aceleração entre 2 s e 6 s é 2,5 m/s 2. 56 (08+16+32)
d) A aceleração entre 6 s e 8 s é nula. 24. (Cefet—PR) Um corpo móvel em movimento retilíneo, que
e) O deslocamento entre 0 e 8 s é 80 m. parte da posição x = 5 m no instante t = 0 s, tem sua velocidade v
∆x = área = b . h/2 + b . h = dada pelo diagrama que segue.
= 2 . (10)/2 + 4 . (10) = 50 m v (m/s)
20

8
t (s)
0 3

23. (UFSC) Um ratinho afasta-se de sua toca em busca de alimento, As afirmações que seguem estão baseadas no diagrama.
percorrendo uma trajetória retilínea. No instante t = 11 s, um gato pula I. A função horária x = f(t) desse movimento é dada por
sobre o caminho do ratinho e ambos disparam a correr: o ratinho re- x = 5 + 20t – 2t 2.
tornando sobre a mesma trajetória em busca da segurança da toca e II. O móvel muda o sentido de seu movimento no instante
o gato atrás do ratinho. O gráfico da figura representa as posições do t = 5 s.
ratinho e do gato, em função do tempo, considerando que no instante III. A velocidade do móvel no instante t = 8 s é igual a
t = 0 o ratinho partiu da posição d = 0, isto é, da sua toca. –12 m/s.

d (m) A(s) consideração(ões) correta(s) é(são):


a) apenas a I.
15
Gato b) apenas a I e a II. Física 1M1 33
c) apenas a I e a III. 33/48
10 d) apenas a II e a III.
Ratinho
e) a I, a II e a III.
5,0 v0 = 20 m/s v = 8 m/s a = (8 – 20) / 3 = –4 m/s2
a . t2
I. x = x0 + v0 . t +
2
( −4 ) . t 2
0 5,0 10 15 20 t (s) x = 5 + 20 . t +
2
x = 5 + 20 . t – 2 . t2
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) sobre o movimento II. v = v0 + a . t
do ratinho e do gato. 0 = 20 – 4 . t
01) No instante t = 10 s o ratinho encontra-se a 10 m da t=5s
sua toca, isto é, do seu ponto de partida.
III. v = 20 – 4 . (8) =
02) O ratinho deslocou-se com velocidade constante entre =20 – 32 =
os instantes t = 5,0 s e t = 7,0 s. = –12 m/s
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Movimentos
verticais
Cinemática I

34 Física 1M1
34/48
Na Lua não há atmos-
fera, ou seja, não há
resistência do ar.
Na Lua a aceleração
da gravidade é seis
vezes menor do que
na Terra, por isso os
objetos caem com
menor velocidade. Discuta com os colegas e o professor:
Orientação ao pro-
fessor — O projeto
Por que o martelo e a pena chegam juntos no solo da Lua e na
Tempo de reação Terra não?
humana per tence a Os objetos soltos na Lua levam o mesmo tempo que os soltos na
esta unidade.
Terra para chegar ao solo? Justifique sua resposta.
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Galileu desbanca Aristóteles

Cinemática I
Movimentos verticais
Velocidade Tempo
em m/s em s
A queda dos corpos é um dos primeiros fenômenos
físicos que o homem procurou compreender. 0
0
Em geral, quando se pergunta a uma pessoa sobre
o tempo de queda de dois objetos soltos da mesma al-
tura, ela responde que o mais pesado cai mais rápido. É
uma concepção espontânea, na qual também se baseia
10
a física de Aristóteles (384—322 a.C.). Mas Galileu Galilei 1
Pena
(1564—1642) provou ser incorreta essa idéia, por meio de
célebre experiência, no início do século XVII. Conta-se que
pediu a dois assistentes que subissem ao topo da Torre
de Pisa e de lá abandonassem, cada um, um corpo de
Pedra Pedra
massa diferente do outro. Para surpresa dos presentes,
os dois corpos chegaram ao solo no mesmo instante. Pena
Concluiu-se que, ao contrá-
rio do que a maioria das pessoas Ar Vácuo
pensa, a massa de um corpo não Verifique isso soltando
influi no tempo de sua queda. uma folha de papel ao mes- 20
2
Quer dizer então que pena e mo tempo que uma borracha.
pedra, soltas ao mesmo tempo e A resistência do ar fará com
da mesma altura, chegam juntas que a folha de papel chegue
ao chão? depois da borracha.
O experimento mostra que Depois, amasse bem
a pena chega ao chão depois a folha de papel e solte-a
da pedra. Isso ocorre porque a mais uma vez junto com a
pena sofre maior resistência do borracha. Elas chegarão
ar. Porém, se o experimento for praticamente juntas ao
repetido numa câmara de vidro chão, pois nessa situação
bem fechada e do seu interior for retirado todo o ar (vá- a resistência do ar tem
cuo), a pena e a pedra chegarão juntas ao chão. pouca influência.

Aceleração da gravidade 3

Após demonstrar que a massa dos corpos não influencia no tempo de queda,
Galileu começou a fazer experiências para descrever a maneira como os corpos caem.
Verificou que caem com aceleração constante.
30
A queda dos corpos é um movimento uniformemente variado.
Esta é a aceleração da gravidade, representada por g. Na superfície terrestre,
seu valor é aproximadamente igual a 9,81 m/s 2. Para facilitar os cálculos, arredonda- A cada segundo, a ve-
se o valor para 10 m/s 2. Isso significa que os corpos em queda livre, na Terra, têm a locidade do pára-quedista
velocidade aumentada em 10 m/s a cada segundo. aumenta 10 m/s.

Física 1M1 35
Equações dos movimentos verticais 35/48
Os movimentos verticais são uniformemente variados Na aplicação dessas equações, adota-se o ponto
e sua aceleração é a da gravidade. Dessa forma, têm as de lançamento como referencial, de modo que a po-
mesmas equações do MUV, substituindo-se somente a sição inicial do movimento y 0 seja igual a zero. Se
aceleração (a) pela aceleração da gravidade (g) e repre- y0 = 0 e ∆y = y – y0, tem-se ∆y = y. Para tais casos, as
sentando-se o deslocamento por y, por ser na vertical. equações que envolvem deslocamento são:
g . t2
v = v0 + a . t → v = v0 + g . t y = v0 . t + e v2 = v 02 + 2 . g . y
2
a . t2 g . t2
∆x = v0 . t + → ∆y = v0 . t +
2 2
v2 = v02 + 2 . a . ∆x → v2 = v02 + 2 . g . ∆y
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QUEDA LIVRE

Cinemática I
Movimentos verticais
Um corpo está em queda
livre quando é abandonado de Uma pedra é abandonada do alto de um prédio
uma altura, com velocidade ini- de 45 m de altura. Desprezando a resistência
cial igual a zero (v 0 = 0). do ar e considerando g = 10 m/s 2, determine:
Sendo nula a velocidade a) o tempo de queda;
inicial, as equações dos mo- v0 = 0 (a pedra foi abandonada)
vimentos verticais podem ser Considerando y 0 = 0 e orientação positiva para
simplificadas para queda livre: baixo:
g . t2 y = 45 m e g = 10 m/s 2
v=g.t y=
2 g . t2
y=
v2 = 2 . g . y 2
10 . t 2
45 =
2
t2 = 9
Na queda livre se adota o sentido para baixo
como positivo, pois todas as grandezas — des- t=3s
locamento, velocidade e aceleração — têm orientação b) a velocidade com que a pedra chega ao solo.
nesse sentido. v=g.t v = 10 . (3) v = 30 m/s

1. Para medir a altura do prédio, o estudante resolveu aplicar seus conhecimentos de física. Foi até o
topo do edifício e soltou uma pequena esfera. Mediu 4 s o tempo que a esfera levou para chegar ao solo. Conside-
rando-se desprezível a resistência do ar e adotando g =10 m/s 2, qual é a altura do prédio?
g . t2 10 . ( 4 )2
y= y= y = 80 m
2 2

2. Um corpo é abandonado de certa altura. Determine a distância por ele percorrida durante o sexto segundo de
queda. Despreze a resistência do ar e considere g = 10 m/s 2. 2 g . t2 10 . ( 6 )
O sexto segundo é o tempo entre os instantes 5s e 6s. Para t = 6, a distância percorrida é: y = = = 180 m
2 2
g . t2 10 . ( 5 )2 Distância percorrida durante o sexto segundo de movimento: 180 – 125 = 55 m
Para t = 5, a distância percorrida é: y = = = 125 m
2 2

Lançamento vertical para cima


Um corpo é lançado vertical-
mente para cima. Durante a subida,
adquire movimento retardado, pois — Considerando positivo o sentido da trajetó-
a aceleração da gravidade faz com ria para cima, a aceleração da gravidade g
que sua velocidade diminua 10 m/s possui sinal negativo, por atuar para baixo.
a cada segundo. É fácil perceber — Como a aceleração permanece constante durante o
36 Física 1M1
que o corpo não se desloca para movimento, os tempos gastos na subida e na des-
36/48 cima indefinidamente; há um ins- cida são iguais, bem como a velocidade com que o
tante em que ele pára e, em seguida, corpo retorna ao ponto de lançamento é a mesma,
começa a descer. Nesse instante, o em módulo, que a de lançamento.
corpo atingiu altura máxima. Após,
passa a se deslocar para baixo em
movimento acelerado.
A pessoa atira verticalmente um objeto para
cima e verifica que este volta à sua mão após
4 s. Considerando desprezível a resistência do ar e ado-
tando g = 10 m/s2, calcule a altura máxima atingida pelo
objeto em relação ao ponto de lançamento.
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Se o tempo de permanência do objeto no ar foi de

Cinemática I
Movimentos verticais
g . t2
Descoberto o tempo, calcula-se a altura máxima: y = v0 . t +
4 segundos, significa que o objeto levou 2 s para subir 2
y = 50 . (5) –10 . (5)2/2 → y = 125 m
e 2 s para descer. Calcula-se, então, a velocidade de
2) Utilizar a equação de Torricelli, não sendo necessário o cálculo do tempo:
lançamento. v2 = v02 + 2 . g . y
v = v0 + g . t 0 = v0 –10(2) → v0 = 20 m/s 02 = 502 + 2 . (–10) . y → y = 125 m
g . t2
Calculando a altura: y = v 0 . t + →
2
2
→ y = 20 . (2) – 10 . (2) /2 → ymax = 20 m

Um corpo é lançado verticalmente para cima b) o tempo de permanência no ar;


com velocidade de 50 m/s. Desprezando a re- O item a 1 mostrou como calcular o tempo que o corpo leva para atingir
a altura máxima. Como o tempo de descida é igual ao tempo de subida,
sistência do ar e considerando g = 10 m/s2, determine: o tempo de permanência no ar é t = 10 s.
a) a altura máxima atingida;
Adotando como positivo o sentido para cima:
v0 = 50 m/s g = –10 m/s2

Para calcular a altura máxima, procede-se de duas maneiras. c) a velocidade com que o corpo chega ao solo.
a. 1) Calcula-se inicialmente o tempo que o corpo leva para atingir v = v0 + g . t
a altura máxima, sabendo que a velocidade no ponto mais O corpo retorna ao solo após 10 s.
alto é nula: Logo: v = 50 –10 . (10) → v = –50 m/s
v = v0 + g . t A velocidade com que o corpo chega ao solo é a mesma do lançamento,
Considerando v = 0: 0 = 50 – 10 . t porém com sinal contrário.
t=5s

1. Com seus expe- 3. O astronauta Armstrong, da Apollo 11, na superfície da Lua,


Como a folha é
rimentos, Galileu demonstrou que mais leve que o livro, abandonou, da mesma altura, uma pena e um martelo. Ao veri-
a massa não influi no tempo de ela demora mais tempo ficar que os objetos chegaram juntos ao solo, exclamou: “Não
queda dos corpos. Intrigado com para atingir o solo.
é que o senhor Galileu tinha razão?!”
essa afirmação, o aluno questio- a) Como você explica o fato de os dois objetos caírem
nou o professor de física com um simultaneamente? Por que, na Terra, em geral, a pena
experimento. cai mais lentamente do que o martelo?
Ele soltou da mesma altura
Porque ela sofre maior resistência do ar.
um livro e uma folha de papel e
observou que o livro chegou ao
solo primeiro, conforme a figura. b) Um jornal da época, comentando o fato, afirmava: A expe-
A explicação do aluno está riência do astronauta mostra a grande diferença entre os
correta? Justifique sua resposta. valores da aceleração da gravidade na Terra e na Lua.
Critique esse comentário do jornal.
Não. A folha de papel cai depois do livro
Eles chegaram juntos ao solo por não haver ar na superfície da Lua. A justificativa
porque ela sofre maior resistência do ar. A mesma folha, amassada, cairá junto
do jornal está incorreta.
com o livro.

4. Quando um corpo está em queda livre, o que acontece com Física 1M1 37
2. Para melhor compreensão do o valor de sua velocidade em cada segundo? 37/48
aluno, o professor pegou a mesma
A velocidade aumenta sempre no mesmo valor (aceleração constante). Conside-
folha de papel e o mesmo livro e
os abandonou da mesma altura. rando o corpo caindo próximo da superfície terrestre, sua velocidade aumenta
Dessa vez, porém, pôs o papel
sobre o livro, como na figura: aproximadamente 10 m/s a cada segundo.
Para surpresa do aluno, o
livro e a folha chegaram simul-
taneamente ao chão. Qual é a
explicação para o fato? E se o corpo for lançado verticalmente para cima?
O livro atenua a resistência do ar sobre a folha, impedindo que este influencie no Durante a subida, adquire movimento retardado. Após atingir a altura máxima, ele

seu tempo de queda. passa a ter movimento acelerado para baixo.


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5. Quando se dá um tiro para o alto, a bala pode ferir alguém 11. (Unesa—RJ) Um estudante, da janela de seu apartamento a 20 m

Cinemática I
Movimentos verticais
ao cair? Justifique. de altura em relação à calçada, deixa cair um livro de física para
Sim. Como a aceleração da gravidade permanece constante, a velocidade com que a
seu colega de turma. Considerando g = 10 m/s2 e desprezando
a resistência do ar, podemos afirmar que o livro chegará às mãos
bala retorna ao ponto de partida é igual, em módulo, à velocidade de lançamento. do seu colega com velocidade, em m/s, no valor de:
a) 5,0 v2 = v02 + 2 . g . y
b) 12 v2 = 02 + 2 . (10) . (20)
c) 20 v2 = 400
6. Um corpo é lançado do solo, verticalmente para cima, com d) 25 v = 20 m/s
velocidade de 30 m/s. Considerando g = 10 m/s2 e desprezando e) 27
a resistência do ar, construa os gráficos da velocidade (v), da
posição (y) e da aceleração (g) em função do tempo. 12. (UEL—PR) Um corpo em queda livre sujeita-se à aceleração
Observação — Adote o sentido positivo para cima e o solo gravitacional g = 10 m/s2. Ele passa por um ponto (A) com velo-
como origem. cidade 10 m/s e por outro ponto (B) com velocidade de 50 m/s. A
distância entre os pontos A e B é:
v (m/s) y (m) g (m/s2) a) 100 m
v0A = 10 m/s v2 = v02 +2 . g . y
45 b) 120 m vB = 50 m/s 502 = 102 + 2 . 10 . y
30 c) 140 m y = 120 m
d) 160 m
6 t (s) e) 240 m
3 6 t (s)
–30 3 6 t (s) –10
13. Uma pedra é jogada verticalmente para cima. No ponto
de máxima altitude da trajetória, onde a velocidade é zero, sua
7. Conta a lenda que Galileu, para convencer seus contempo-
aceleração:
râneos de sua teoria sobre corpos em queda livre, teria atirado
a) é zero.
da Torre de Pisa bolas de canhão construídas com materiais de
b) aponta para cima.
diferentes naturezas. Os resultados que Galileu obteve estão
c) aponta para baixo.
sintetizados na afirmação de que no vácuo:
d) inverte o sentido, passando a apontar para baixo.
a) a aceleração de um corpo em queda livre é proporcional
e) inverte o sentido, passando a apontar para cima.
à sua massa.
b) corpos em queda livre caem sempre com a mesma
14. (PUC—RS) De um local da superfície da Terra um objeto
aceleração.
é lançado verticalmente para cima. Considerando as seguintes
c) a velocidade de um corpo em queda livre é proporcional
grandezas físicas envolvidas nesse experimento:
à sua massa.
1. velocidade inicial de lançamento,
d) a velocidade de corpos em queda livre é sempre uma
2. aceleração gravitacional,
constante.
3. resistência do ar,
e) Há mais de uma resposta correta.
pode-se afirmar que a altura máxima atingida pelo objeto de-
pende:
8. Uma pedra é abandonada do alto de um prédio de 80 m
a) somente de 1.
de altura. Desprezando a resistência do ar e considerando a
b) somente de 2.
aceleração da gravidade g = 10 m/s 2, obtenha:
c) somente de 3.
a) o tempo de queda da pedra;
d) somente de 1 e 2.
b) a velocidade com que toca o solo;
e) de 1, 2 e 3.
c) os gráficos da velocidade e do deslocamento do mo-
vimento da pedra em função do tempo.
v0 = 0 y = h = 80 m
15. Um objeto é lançado verticalmente para cima com veloci-
dade de 40 m/s. Considerando g = 10 m/s 2 e desprezando a
g . t2 v y (m)
a) y= c) resistência do ar, determine:
2 40 80
10 . t 2
a) a altura máxima atingida pela pedra;
80 = v2 = v02 + 2 . g . y → 02 = 402 + 2 . (–10) . y → y = 80 m
2
t=4s
b) v = v0 + g . t 4 t 0 4 t (s) b) o tempo de permanência no ar;
v = 0 + 10 . 4 v = v0 + g . t → 0 = 40 –10 . t → t = 4 s (tempo de subida)
v = 40 m/s t = 8 s (permanência no ar)
38 Física 1M1 9. O gato consegue sair ileso de muitas quedas. Suponha que
38/48 a maior velocidade com a qual ele possa atingir o solo sem se c) a velocidade com que a pedra retorna ao ponto de
machucar seja 8 m/s. Então, desprezando a resistência do ar, lançamento;
qual a altura máxima de queda para que o animal nada sofra? v = v0 + g . t v = 40 – 10 . (8) v = –40 m/s
(g =10 m/s2)
v2 = v02 + 2 . g . y → 82 = 02 + 2 . (10) . y → ymax = 3,2 m d) os gráficos da velocidade, da posição e da aceleração
em função do tempo.

10. Uma pedra é atirada, verticalmente para baixo, com veloci-


dade de 10 m/s do alto de uma torre de 120 m de altura. Deter- v (m/s) y (m) g (m/s2)
mine a velocidade com que a pedra chega ao solo, despreze a
80
resistência do ar e considere g = 10 m/s 2. 40
v2 = v02 + 2 . g . y → v2 = 102 + 2 . (10) . (120) → v2 = 2 500 →
→ v = 50 m/s 8 t (s)
4 8 t (s)
–40 4 8 t (s) –10
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Cinemática I
Movimentos verticais
16. (PUC—RS) É possível observar, durante o 19. Um astronauta localizado na Lua
desenrolar de partidas de vôlei, que alguns atletas conseguem lançou um objeto verticalmente para
uma impulsão que lhes permite atingir 1,25 m acima do solo. cima com velocidade inicial de 4 m/s e
Sendo a aceleração da gravidade igual a 10 m/s 2, a velocidade observou que o objeto retornou à sua
inicial do centro de massa do atleta, em m/s, é: mão após 5 segundos.
a) 7,5 Sobre esse experimento, responda:
b) 5,0 v2 = v02 + 2 . g . y a) Qual o módulo da aceleração
02 = v02 + 2 . (–10) . (1,25)
c) 4,5 gravitacional na superfície da
v02 = 25
d) 3,0 v0 = 5 m/s Lua?
e) 1,5 Se o objeto voltou à mão do astronauta
após 5 s, o tempo gasto para o corpo
atingir a altura máxima foi 2,5 s.
v = v0 + g . t 0 = 4 + g . (2,5)
17. Determine com que velocidade devemos lançar um móvel g = –4/2,5 → g = –1,6 m/s2
2
g = 1,6 m/s (módulo)
verticalmente para cima para que atinja a altura de 500 metros
em 20 segundos. Adote g = 10 m/s 2.

g . t2
y = v0 . t + 500 = v0 . (20) – 10 . (20)2/2
2 b) Qual é a altura máxima que o objeto alcançou?
20 . v0 = 2 500 v0 = 125 m/s v2 = v02 + 2 . g . y → 0 = 42 + 2 . (–1,6) . y → y = 5 m

c) Se o lançamento do objeto fosse feito na superfície


18. (Unioeste—PR) Um corpo é lançado verticalmente para cima, da Terra, com a mesma velocidade inicial com que foi
a partir do solo, com velocidade inicial de 120 m/s. Desprezando lançado na Lua, qual seria a altura máxima alcançada e
totalmente o atrito com o ar e supondo que a aceleração da quanto tempo levaria para subir? (Considere o módulo
gravidade seja igual a 10 m/s 2, é correto afirmar que: da aceleração gravitacional na Terra 10 m/s 2.)
01) o corpo permanecerá no ar durante 24 segundos. Utilizando Torricelli, mas substituindo g por –10 m/s2:
02) a velocidade do corpo, após 15 segundos, será igual v2 = v02 + 2 . g . y → 0 = 42 + 2 . (–10) . y → y = 0,8 m
a 30 m/s e dirigida para cima. v = v0 + g . t → 0 = 4 –10 . t → t = 0,4 s
04) a altura máxima atingida pelo corpo é igual a 720 m.
08) a velocidade média no percurso de subida é igual a
60 m/s.
16) a uma altura de 200 m, o módulo da velocidade é o
mesmo, tanto subindo como descendo. 20. (UFPE) A figura mostra a variação, com o tempo, da veloci-
32) o tempo de subida é menor que o tempo de descida. dade de uma bola jogada para o alto, no instante t = 0. Qual é
29 (01+04+08+16) a altura máxima, em metros, atingida pela bola, em relação ao
v0 = 120 m/s ponto em que é jogada? (Considere g = 10 m/s 2.)
v0 + v
01) v = v0 + gt 08) vm =
2 v (m/s)
0 = 120 + (–10)t
t = ts = 12s 120 + 0
tT = ts + t0 = 24 s 2 30 v2 = v02 + 2gh
60 m / s
0 0 = 302 + 2(–10) . h
04) v2 = v02 = 2d∆y h = 45 m
t (s)
0 = 1202 + 2 (–10) . ∆y
∆y = hmáx = 720 m

Física 1M1 39
39/48

21. (Unicamp—SP) Uma atração que está se tor- a) É o mesmo valor da aceleração da gravidade: 10 m/s2
nando muito popular nos parques de diversão consiste em uma b) Distância percorrida pela plataforma até o instante do freio: 45 m (75 – 30)
plataforma que despenca, a partir do repouso, em queda livre Aplicando Torricelli: v2 = v02 + 2 . g . y →
de uma altura de 75 m. Quando a plataforma se encontra 30 m → v2 = 02 + 2 . (10) . (45) → v2 = 900
v = 30 m/s
acima do solo, ela passa a ser freada por uma força constante
c) v2 = v02 + 2 . a . ∆x
e atinge o repouso quando chega ao solo. (g = 10 m/s 2) 02 = 302 + 2 . a . (30) a = –15 m/s2
a) Qual é o valor absoluto da aceleração da plataforma
durante a queda livre?
b) Qual é a velocidade da plataforma quando o freio é
acionado?
c) Qual é o valor da aceleração necessária para imobilizar
a plataforma?
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22. Do helicóptero que desce verticalmente é abandonada uma 24. Em certo planeta, um móvel lançado verticalmente para

Cinemática I
Movimentos verticais
pedra quando ele se encontra a 100 m do solo. Sabendo-se cima tem as posições em relação ao solo e em função do tempo
que esta leva 4 s para atingir o solo e supondo g = 10 m/s 2, a representadas pelo gráfico da figura. Determine:
velocidade de descida do helicóptero no momento em que a y (m)
pedra é abandonada tem valor:
a) 25 m/s Sentido positivo para baixo. 12
b) 20 m/s g . t2
c) 15 m/s y = 100 m y = vo . t +
2
d) 10 m/s 100 = vo . (4) + 10 . (4)2/2
e) 5 m/s vo = 5 m/s

0 4 8 t (s)
a) a aceleração da gravidade na superfície do planeta;
b) a velocidade inicial com que o corpo foi lançado.
23. O elevador sobe e, no instante em que se encontra a
30 metros do solo, sua velocidade escalar é 5 m/s. Nesse mesmo a) Do instante 4 ao final, o corpo está em queda livre: y = 12 m e t = 4 s
instante, rompe-se o cabo de sustentação e o elevador fica livre g . t2
y= 12 = g . (4)2/2 g = 1,5 m/s2
de qualquer resistência. Adotando g = 10 m/s 2, o tempo que 2
ele gasta para atingir o solo, em segundos, é: b) v = vo + g . t 0 = vo – 1,5 . (4) vo = 6,0 m/s
a) 5 s
b) 3 s Sentido positivo para cima
g . t2
c) 10 s y = –30 m → y = vo . t + →
2
d) 2 s → –30 = 5 . t – 10 . t2 / 2 → 5 . t2 – 5 . t –30 = 0
e) 6 s 2
t – t – 6 = 0 Resolvendo a equação do 2º grau, tem-se:
t1 = 3 e t2 = –2. Eliminando o tempo negativo: t = 3 s

Galileu
Galileu foi, precocemente, o mais brilhante cientista do século XVI. Nasceu em Pisa, em 15 de fevereiro
de 1564. Atraído pela física, depois de ler os trabalhos de Arquimedes e Euclides, com 26 anos foi convidado pela
Universidade de Pisa para lecionar matemática.
Considerado o primeiro grande físico da Idade Moderna, fez descobertas assombrosas, quer no domínio da
física, quer da astronomia, revolucionando a ciência da época.
Na física introduziu o método experimental, o uso freqüente de experiências conceptuais (que se podem apenas
imaginar, tecnicamente não se realizam) e o raciocínio científico, valorizando a técnica e a experimentação.
Em vez de apenas procurar o porquê das coisas, interessou-se também por como sucedem os fenômenos,
descrevendo-os do ponto de vista quantitativo, procurando e descobrindo as relações entre eles. Contribuiu assim
para a revolução científica, libertando a ciência do autoritarismo do magister dixit (Disse o mestre, referindo-se a
40 Física 1M1 Aristóteles) e das insuficiências da cosmologia de Aristóteles, refutando suas teorias, ardentemente defendidas
40/48 pela Igreja Católica.
Estabeleceu a lei do isocronismo das pequenas oscilações de um pêndulo (que utilizou para a regularização dos
relógios), o princípio da inércia e o da composição dos movimentos. Inventou o termômetro e a balança hidrostática
e, em 1609, construiu a primeira luneta astronômica, abrindo novos horizontes na abóbada celeste.
Suas observações astronômicas levaram-no a adotar o sistema proposto por Copérnico — o centro do mundo
planetário era o Sol e não a Terra. Epur si muove! (E, contudo, ela se move!, referindo-se ao movimento da Terra
sobre si mesma).
Em 1632, reuniu num livro as provas da verdade desse sistema; a obra, com idéias revolucionárias, foi denun-
ciada à Inquisição e Galileu teve de renunciar à tese, para escapar à fogueira.
Em 1638, publicou a obra Duas Novas Ciências, em que apresentou suas inovadoras idéias.
Galileu morreu em sua vila, Arcetri, perto de Florença, em 8 de janeiro de 1642, com 78 anos, cego em razão
das demoradas observações das manchas solares sem uso de anteparos para proteger a visão.
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Movimento

Cinemática I
parabólicoRampa curva
Fim da rampa

A ciência da bola de
canhão
Há muito tempo percebeu-se que
as armas de guerra seriam mais úteis,
se a trajetória de uma flecha ou bola
de canhão pudesse ser calculada
com precisão.
Existiram algumas teorias sobre
o movimento de projéteis — objetos
que são lançados no ar e viajam
para cima e para frente antes de
cair, como lanças, flechas ou bolas
de canhão.

Aristóteles Galileu
Segundo o grego Aristóteles, a trajetória de Os percursos das ba-
qualquer projétil consistia em duas linhas retas, las de canhão, conforme a
como se observa na gravura a seguir — uma imagem, aparecem como
bala viaja em linha parábolas — a curva Física 1M1 41
reta e depois cai per- correta —, como Galileu 41/48
pendicularmente no provou. O desenho mos-
solo. O filósofo pen- tra que o alcance má-
sava que um objeto ximo é atingido quando
podia realizar ape- se eleva o canhão a 45°.
nas um movimento Ainda hoje os engenheiros fazem cálculos semelhantes
de cada vez. para acertar a elevação e a direção do fogo de artilharia.
Cada fator que possa afetar o vôo da bala é levado em
consideração: distância do alvo, vento, temperatura, pres-
são atmosférica e até mesmo a rotação da Terra.
Qual a principal vantagem da descoberta de Galileu?
Descobriu-se que o projétil pode mover-se em duas direções simultâneas.
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Composição de movimentos

Movimento parabólico
Cinemática I
Considere um avião voando, com certa velocidade, em local onde o ar esteja pa-
rado, sem ventos. Se começa a ventar, o avião é animado de dois movimentos: um
em relação ao ar, proporcionado pelos motores, e outro do ar, que também desloca o
avião. Situações como essa, em que um corpo possui, simultaneamente, duas ou mais
velocidades em relação ao observador, são freqüentes.
Estudando movimentos com velocidades diversas, Galileu propôs o princípio da
independência dos movimentos simultâneos:

Quando o sistema está sujeito a diversos movimentos, cada um se processa como


se os outros não existissem.
Na figura, o barco atravessa o rio. Seja vB a velocidade do barco em relação às
águas e vC a velocidade das águas em relação às margens (velocidade da correnteza). →
vB
Fazendo a composição dos movimentos, tem-se, em relação às margens do rio, um
movimento resultante, com velocidade v, dado pela soma vetorial de vb e vr. →
vC

Lançamento horizontal
Uma esfera rola com velo-
cidade constante sobre a mesa
horizontal. No momento em que O tempo de queda de um corpo lançado
abandona a mesa, essa esfera horizontalmente não depende do valor da
começa a cair, em virtude da velocidade inicial.
ação da gravidade. Como está Para determinar o módulo da velocidade v resultante,
animada de velocidade na dire- aplica-se o teorema de Pitágoras:
ção horizontal, passa a se deslocar em duas dimensões. v2 = vx2 + vy2
Como é a trajetória descrita pela esfera? Os vetores formam um triângulo retângulo.
A trajetória descrita por ela é um arco de parábola.

1. Um avião bombardeiro voa horizontalmente,


com velocidade de 100 m/s, à altitude de 125 m,
Suponha um corpo lançado horizontalmente no vácuo,
quando solta uma bomba. Adotando g = 10 m/s 2 e des-
com velocidade inicial v 0. Por conveniência, adota-se a
prezando a resistência do ar, determine:
origem no ponto de lançamento e orienta-se o eixo y
a) o tempo de queda;
para baixo.
→ → MU b) o alcance da bomba;
0 v0 = vx x
→ → c) a velocidade (em módulo) com que a bomba cai
v0 = vx


v
no solo.
vy g . t2
QL →
v0 = vx
→ a) y = 125 = 10 . t 2 / 2 t=5s
2

g → → b) x = v0 . t x = 100 . (5) x = 500 m
vy v → →
v0 = vx c) v2 = vx2 + vy2 vx = v0 = 100 m/s
θ
y vy = g . t = 10 . 5 = 50 m/s


v v2 = 1002 + 502 = 10 000 + 2 500
42 Física 1M1 vy
42/48 O movimento na direção horizontal (x) é uniforme,
v = 12 500 = 50 . 5 m/s

visto que não há aceleração nessa direção. A equação v0 = 100 m/s


horária do MU é x = v . t (x 0 = 0). Como a componente
horizontal da velocidade permanece constante durante x
o movimento, x = v 0 . t.
vx
Na direção horizontal, o móvel percorre distâncias
iguais em tempos iguais. vy
v
O movimento na direção vertical (y) é de queda livre
(QL); usam-se, portanto, equações de QL para as com- y = 125 m
ponentes verticais do movimento.
Alcance = x
g . t2
vy = g . t → y = → vy2 = 2 . g . y y
2
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2. Do alto de uma torre, atira-se horizontalmente uma pedra, v0 = 20 m/s

Movimento parabólico
Cinemática I
com velocidade de 20 m/s, que cai a 80 m do pé da torre.
Considerando g = 10 m/s2, calcule a altura da torre.
x = v0 . t 80 = 20 . t t=5s y=?
g . t2
y= = 10 . 52/2 = 125 m
2

80 m

1. Um corpo é lançado horizontalmente, com velocidade de 30 m/s. Considerando g = 10 m/s 2 e des-


prezando a resistência do ar, determine as posições do corpo nos instantes 1 s, 2 s e 3 s após o lançamento.
Na direção horizontal, encontram-se as posições pela relação x = v0 . t.
g . t2
Na direção vertical, calculam-se as posições pela relação y = .
2
Após 1 s: x = 30 . 1 = 30 m e y = 10 . 12/2 = 5 m (30, 5)
Após 2 s: x = 30 . 2 = 60 m e y = 10 . 22/2 = 20 m (60, 20)
Após 3 s: x = 30 . 3 = 90 m e y = 10 . 32/2 = 45 m (90, 45)
Orientação ao professor — Podem-se representar graficamente as posições do corpo.

2. (UFPR) Uma bola rola sobre uma mesa horizontal de 1,25 m de altura e vai cair num ponto do solo situado à
distância de 2,5 m, medida horizontalmente da beirada da mesa. Qual a velocidade da bola, em m/s, no instante em
que ela abandonou a mesa? (Considere g = 10 m/s 2.)
g . t2
y= 1,25 = 10 . t2/2 t = 0,5 s
2
x = v0 . t 2,5 = v0 . 0,5 v0 = 5 m/s

Lançamento oblíquo
Você já observou que a bola descreve no ar uma traje- Recordando a matemática:
tória em forma de parábola quando um jogador de futebol cateto oposto c
a chuta com determinado ângulo com a horizontal? sen α = =
hipotenusa a a c
cateto adjacente b
cos α = =
hipotenus a a α
cateto oposto c b
tg α = =
cateto adjacente b

Adota-se a origem do ponto de lançamento e orienta-


se o eixo y para cima.
Isso ocorre porque o movimento descrito pela bola y → → →
v = vx = v0x

resulta da composição de um lançamento vertical para LV →
v
vy
cima e de um movimento uniforme.

No lançamento oblíquo, a v0y v0 → v0 →
v0x = vx
→ →
vx = v0x

velocidade inicial (v0) é incli-


v0y →
g Física 1M1 43
nada de um ângulo α com a →
43/48
α →
vy v
horizontal. Para estudar esse 0 → → MU
v0x = vx x
movimento separadamente
nas direções horizontal e O movimento na direção horizontal (x) é uniforme,
vertical, decompõe-se o ve- α visto que não há aceleração nessa direção. A equação
tor velocidade inicial em duas v0x horária do MU é x = v . t (x 0 = 0). Como a componente
componentes ortogonais. horizontal da velocidade permanece constante durante
Pela trigonometria, deduz-se: o movimento, x = v 0x . t.
v
cos α = 0 x → v0x = v0 . cos α Na direção vertical (y), o movimento é de lançamento
v0
v0 y vertical, cujas equações são:
sen α = → v0y = v0 . sen α g . t2
v0 v = v0 + gt y = v0 . t + v 2 = v 02 + 2 . g . y
2
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A velocidade inicial é a componente vertical (voy), Para determinar o módulo da velocidade v resultante,

Movimento parabólico
Cinemática I
sendo o sinal de g negativo, pois o lançamento é feito aplica-se o teorema de Pitágoras:
para cima. Assim, descreve-se a componente vertical do v2 = v x2 + v y2
movimento pelas equações:
g . t2
vy = v0y + gt y = v0y . t +
2
vy2 = v0y2 + 2 . g . y Quando o móvel atinge a altura máxima, a com-
ponente vertical da velocidade (v y) é nula.
— O tempo de subida é igual ao tempo de descida.

Um projétil é lançado do solo segundo um ângulo de 30° com a horizontal e com velocidade inicial de
60 m/s. Determine a altura máxima e o alcance do projétil.

 3  1
vox = vo . cos θ = 60 .   = 30 3 m/s voy = vo . sen θ = 60 .   = 30 m/s
 2  2
2 2
 
vy = voy + 2 . g . y 02 = (30)2 + 2 . (–10) . H H = 45 m
x = vox . t vy = voy + g . t –30 = 30 – 10 . t t=6s A = 30 3 . (6) = 180 3m

Alcance máximo
Nas provas de lançamento No estudo da trigonometria, verifica-se que
de dardos, como os atletas 2 . sen α . cos α = sen 2α.
devem proceder para obter Então:
o maior alcance possível nos v 2 . sen 2 α
A= o
lançamentos? g
Alcance (A) é a distância ho- O alcance depende da velocidade inicial (vo), do ângulo
rizontal percorrida pelo projétil de lançamento (α) e da aceleração da gravidade (g).
desde o instante de lançamento Por essa fórmula, de-
até a chegada ao solo. monstra-se também que
ângulos complementares 75°
y
apresentam alcances iguais.
v0
60°

α
45°
x
A
30°
44 Física 1M1
Quando o projétil retorna ao nível de lançamento, a com- 15°
44/48 ponente vertical de sua velocidade tem módulo igual ao da
componente do lançamento, porém com sentido contrário.
Assim: vy = –voy
Logo: vy = voy + (–g) . t 2 v oy
–voy = voy – g . t, onde t = Para determinar o alcance máximo, supõe-se que
g sen 2α é máximo. Como o maior valor possível para o
Durante esse tempo, o móvel avança horizontalmente seno de um ângulo é 1, e esse ângulo vale 90°, tem-se:
a distância x equivalente ao alcance A. Então: x = A sen 2α = 1 e 2α = 90°; logo, α = 45° e o alcance máximo
Como x = v x . t:
v o2
2 v oy 2v o . sen α vale: Am = .
A = vx . A = vo . cos α . g
g g
Observação — Essa fórmula só é válida se o ângulo
for 45°.
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Movimento parabólico
Cinemática I
Em duplas, realizem os seguintes experi- Experiência 2
mentos em casa. Tragam os resultados para a sala de Você vai precisar de mangueira de água.
aula e discutam as respostas obtidas com os colegas e Com a mangueira conectada a uma torneira aberta, man-
o professor. tenha-a inicialmente na posição horizontal, paralela ao solo.
Aumente gradativamente a inclinação da mangueira, conforme
Experiência 1
mostra a figura, e observe até onde a água consegue chegar.
Vocês vão precisar de uma régua, duas moedas e
Mantenha a vazão da mangueira constante durante o proce-
uma mesa.
dimento.
Com um dedo, mantenham a
Observação — Não
régua fixa pelo seu ponto médio
pode estar ventando no
sobre a mesa. A régua gira
momento da realização
em torno desse
da experiência.
ponto. Posicio-
nem as moedas
conforme a figura: uma
delas deve estar sobre a a) O que aconteceu com o alcance do jato de água
mesa, perto da borda, e a quando você foi inclinando a mangueira?
outra, sobre a extremidade da régua. Orientação ao professor — O aluno deverá observar que o alcance do jato

Dêem uma pancada lateral na extremidade da régua vai aumentando à medida que o ângulo de inclinação aumenta. Isso ocorre
e observem o movimento descrito pelas moedas.
apenas para ângulos menores que 45°; atingido esse valor, conforme aumentar
a) Elas chegaram ao chão no mesmo tempo?
o ângulo, o alcance diminui.
Os alunos devem observar que as duas moedas chegam juntas ao chão.
b) Conclui-se, por essa experiência, que quanto
maior o ângulo de inclinação, maior o alcance
do jato de água?
b) Repita a experiência dando uma pancada mais Não. Após 45°, quanto maior o ângulo, menor é o alcance.
forte na régua. Qual é a influência da força da
pancada no tempo de queda das moedas?
A força da pancada não interfere no tempo de queda das moedas; porém,
c) Aproximadamente, qual é o ângulo que fornece
quanto maior a intensidade da pancada, maior será o alcance da moeda que o maior alcance?
se encontra sobre a mesa. 45°

1. Uma bola sobre a superfície da mesa rola até 3. Num lançamento oblíquo, está correto dizer que a velocidade
cair com certa velocidade. do corpo na altura máxima é nula? Explique.
A alternativa que melhor representa a trajetória da bola é: Não. Na altura máxima, a componente vertical da velocidade vy é nula, porém o corpo

a) c) continua se movendo horizontalmente, pois vx é constante.

Física 1M1 45
45/48
b) d)
4. Numa prova de lançamento de dardo, o vencedor é aquele
que lança o dardo mais longe, obtendo o maior alcance. Supondo
que todos os arremessadores consigam a mesma velocidade de
lançamento, conclui-se que não há vencedor, pois o alcance é
2. Duas esferas idênticas, A e B, partem, ao mesmo tempo, de o mesmo para todos. Essa conclusão está correta? Justifique a
uma altura h em relação ao solo, sendo A em queda livre e B com resposta.
velocidade vo na direção horizontal. Desprezando a resistência Não. O vencedor é aquele que conseguir lançar o dardo formando ângulo mais próximo
do ar, conclui-se que a esfera A chega ao solo em primeiro lugar.
Essa afirmativa está correta? Justifique sua resposta. de 45º com a horizontal.
Não. Desprezando a resistência do ar, ambas as esferas chegarão juntas ao solo, pois na

direção vertical estão sob influência da mesma aceleração, que é a da gravidade.


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5. (UFMG) Um barco tenta atravessar um rio com 1,0 km de 8. Um bombardeiro voa horizontalmente com velocidade de

Movimento parabólico
Cinemática I
largura. A correnteza do rio é paralela às margens e tem velo- 150 m/s, à altura de 2 000 m, quando solta uma bomba. Con-
cidade de 4,0 km/h. A velocidade do barco, em relação à água, siderando a aceleração da gravidade 10 m/s 2 e desprezando a
é 3,0 km/h perpendicularmente às margens. resistência do ar, calcule:
Nessas condições, pode-se afirmar que o barco: a) o tempo de queda da bomba;
a) atravessará o rio em 12 minutos. b) o alcance da bomba;
b) atravessará o rio em 15 minutos. c) o módulo da velocidade com que a bomba atinge o
c) atravessará o rio em 20 minutos. solo.
d) nunca atravessará o rio. v0 = 150 m/s b) A = v0 . t
h = 2 000 m A = 150 . 20
Pelo princípio da independência dos movimentos, a velocidade da correnteza não A = 3 000 m
g . t2
influencia no tempo gasto para o barco atravessar o rio. a) y=h= c) vy = gt = 10 . 20 = 200 m/s
x = 1 km v = 3 km/h t=? 2
10 . t 2 v2 = vx2 + vy2
x=v.t 1=3.t t = 1/3 h = 20 min
2 000 = v2 = 1502 + 2002
2
t = 20 s v = 250 m/s

6. Uma esfera é lançada horizontalmente com velocidade de 9. (AFA—SP) Um avião, sobrevoando em linha reta uma planície
10 m/s do alto de um edifício de 45 m de altura. Considerando com velocidade de 720 km/h e a uma altura de 2 000 metros,
a aceleração da gravidade 10 m/s e desprezando a resistência deixa cair um objeto. Desprezando-se a resistência do ar, a que
do ar, é correto afirmar: distância, em metros, do ponto diretamente abaixo do avião, no
01) A esfera atinge o solo 3 s depois do lançamento. momento da queda, o objeto atingirá o solo?
02) O alcance da esfera é 30 m. a) 200
y = 2 000 m v0 = 720 km/h = 200 m/s x = ?
04) A componente horizontal da velocidade da esfera ao b) 720
g . t2
atingir o solo vale 30 m/s. c) 2 000 y = 2 000 = 10 . t2/2 t = 20 s
2
08) A componente vertical da esfera ao atingir o solo vale d) 4 000
30 m/s. x = v0 . t x = 200 . (20) x = 4 000 m
16) A esfera atinge o solo com velocidade 40 m/s.
11 (01+02+08)

v0 = 10 m/s 02) A = v0 . t
h = 45 m A = 10 . 3 → A = 30 m
g . t2 08) vy = gt
01) y = h = vy = 10 . 3 → vy = 30 m/s 10. (UFPR) Do alto de uma torre de 45 m de altura, atira-se
2
16) v2 = vx2 + vy2 horizontalmente uma pedra que cai a 60 m do pé da torre. Con-
10 . t 2
45 = →t=3s v2 = 102 + 302 → v = 31,62 m/s siderando g = 10 m/s2, calcular a velocidade inicial da pedra,
2
em km/h.
y = 45 m x = 60 vo = ?
g . t2
y= 45 = 10 . t2/2 t=3s
2
x = vo . t 60 = vo . (3) vo = 20 m/s = 72 km/h

7. (UFMG) Um corpo P é lançado horizontalmente de determi-


nada altura. No mesmo instante, outro corpo Q é solto em queda
livre, a partir do repouso, dessa mesma altura, como mostra a 11. (PUC—PR) Um objeto é lançado horizontalmente do alto
figura. de um edifício com uma velocidade inicial de 10 m/s. O alcance
46 Física 1M1 P Q horizontal do objeto ao nível do solo foi de 100 m. Tomando a
aceleração da gravidade igual a 10 m/s2 e desprezando o atrito
46/48 com o ar, pode-se afirmar que a altura do edifício e o tempo que
o objeto levou para atingir o solo valem:
a) 100 m e 20 s g . t2
b) 500 m e 10 s y=h= v0 = 10 m/s
2
c) 300 m e 20 s A = 100 m
d) 800 m e 4 s 10 . 102 A = v0 . t
Sejam vP e vQ os módulos das velocidades dos corpos P e h= 100 = 10 . t
e) 50 m e 5 s 2
Q, respectivamente, imediatamente antes de tocarem o chão, e tP t = 10 s
e tQ os tempos que cada corpo gasta nesse percurso. Despreze h = 500 m
os efeitos da resistência do ar.
Nessas condições, pode-se afirmar que:
a) vP = vQ e tP > tQ
b) vP = vQ e tP = tQ
c) vP > vQ e tP > tQ
d) vP > vQ e tP = tQ
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12. (PUC—RS) Uma esfera de aço é lançada obliquamente com c) a componente horizontal da velocidade é variável em

Movimento parabólico
Cinemática I
pequena velocidade, formando um ângulo de 45 graus com o todos os pontos.
eixo horizontal. Durante sua trajetória, desprezando-se o atrito d) o vetor velocidade é o mesmo nos pontos de lançamento
com o ar, pode-se afirmar que: e de chegada.
a) a velocidade é zero no ponto de altura máxima. e) a componente vertical da velocidade é nula no ponto de
b) a componente vertical da velocidade mantém-se cons- máxima altura.
tante em todos os pontos.

13. (UFPR—Adaptado) Uma pedra é lançada do 17. Na prova de lançamento de dardos, um atleta conseguiu
solo, descrevendo movimento parabólico. Desprezando-se a alcance de 90 m. Sabendo que, graças à sua técnica, ele lançou
resistência do ar, é correto afirmar: o dardo em condições de alcance máximo, determine com que
01) No ponto mais alto da trajetória sua velocidade é velocidade, em km/h, o dardo saiu de sua mão.
nula.
v 2
02) O alcance depende apenas do ângulo de lançamento. Para o alcance máximo: Am = 0
04) Após o lançamento, na subida, a força atuante sobre 90 = vo2/10 vo2 = 900 g
a pedra aponta para cima e, na descida, para baixo. vo = 30 m/s = 108 km/h
08) A altura máxima atingida pela pedra depende da veloci-
dade inicial, do ângulo de lançamento e da aceleração
da gravidade local. 18. A figura mostra o jogador de futebol cobrando falta. A bar-
16) O movimento é resultado da composição de um lança- reira localiza-se exatamente a meia distância entre o local da
mento vertical e um movimento uniforme. falta e o goleiro, e o chute é dado com inclinação de 45° com a
32) Quanto maior o ângulo de lançamento, maior será o horizontal.
alcance da pedra.
24 (08+16)
14. (UFMG) Um cano de irrigação, enterrado no solo, ejeta água
a uma taxa de 15 litros por minuto com velocidade de 10 m/s.
A saída do cano é apontada para cima fazendo ângulo de 30°
com o solo, como mostra a figura. Despreze a resistência do ar
e considere g = 10 m/s 2, sen 30° = 0,50 e cos 30° = 0,87.

A bola, depois do chute, cai exatamente aos pés do goleiro.


30° Desprezando-se a resistência do ar, pode-se afirmar que:
01) a bola gastou o mesmo tempo na subida e na descida.
02) a bola atingiu a altura máxima antes de chegar à barreira.
04) a bola atingiu a altura máxima exatamente acima da
Calcule quantos litros de água estarão no ar na situação barreira.
em que o jato de água seja contínuo, do cano ao solo. 08) a bola caiu aos pés do goleiro com velocidade de mesmo
voy = vo . sen θ = 10 . (0,5) = 5 m/s módulo com que foi chutada.
O tempo de permanência no ar será: vy = voy + g . t 16) se o chute fosse dado com inclinação maior, a bola cairia
–5 = 5 –10 . t t=1s além dos pés do goleiro.
15 litros 1 minuto = 60 segundos 13 (01+04+08)
x litros 1 segundo 19. (Vunesp—SP) Em vôo horizontal, a 3 000 m de altitude,
x = 15/60 = 0,25 litros ou 250 ml
com a velocidade de 540 km/h, um bombardeiro deixa cair uma
15. Um objeto é lançado para cima com velocidade 50 m/s, bomba. Esta explode 15 s antes de atingir o solo. Desprezando
formando com a horizontal um ângulo α, tal que sen α = 0,6 a resistência do ar, calcule a velocidade da bomba no momento
e cos α = 0,8. Calcule a altura máxima atingida pelo objeto e da explosão (g = 10 m/s 2).
seu alcance. Física 1M1 47
vox = vo . cos θ = 50 . (0,8) = 40 m/s 47/48
voy = vo . sen θ = 50 . (0,6) = 30 m/s
h = 3000 m v0
vy2 = voy2 + 2 . g . y 02 = 302 + 2 . (–10) . y v = 150 m/s
ymax = 45 m v
vy
x = vox . t vy = voy + g . t
–30 = 30 –10 . t t=6 s
x = 40 . (6) = 240 m
Tempo de queda Velocidade v2 = v02 + vy2
16. Uma arma dispara projéteis com velocidade 200 m/s. Calcule g . t2 vy = v0y + gt v2 = 1502 + 94,942
y=
o alcance máximo da arma. 2 vy = 0 + 10 . (10 6 – 15) v = 177,52 m/s
10 . t 2
3 000 = vy = 100 6 – 150
2
v0 2002 2
A máx = = = 4 000 m vy = 94,94 m/s
g 10 t = 10 6s
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Movimento parabólico
Cinemática I
20. (Esapp—SP) Em um jogo de futebol, um atleta 22. (FEI—SP) Um avião, em vôo horizontal a 2 000 m de altura,
bate falta, de modo que a velocidade inicial da bola forma um deve soltar uma bomba sobre um alvo móvel. A velocidade do
ângulo de 45° com o plano do chão. A bola, após o tempo de vôo avião é 432 km/h e a do alvo é 10 m/s, ambas constantes e no
de 2 s, bate na parte superior da trave, que está a 2,4 m do solo. mesmo sentido. Para o alvo ser atingido, qual deverá ser o valor
Adote g = 10 m/s² e despreze o efeito do ar. A distância horizontal da distância d, em metros, no instante do lançamento?
de onde foi batida a falta até a trave é, aproximadamente:
a) 22 m g . t2
b) 15 m y = v0y . t –
2
c) 44 m
10 . 22
d) 11 m 2,4 = v0y . 2 – 2 000 m
2
e) 30 m
v0y = 11,2 m/s = v0x (α = 45°)
x = v0x . t
x = 11,2 . 2 → x = 22,4 m

d
Primeiramente, determina-se o tempo que a bomba leva para cair por ser função da
altura e da aceleração da gravidade.
21. (Unicamp—SP) Um menino, andando de skate com velo- g . t2
cidade v = 2,5 m/s num plano horizontal, lança para cima uma y= 2 000 = 10 . t2/2 t = 20 s
2
bolinha de gude com velocidade v 0 = 4,0 m/s e a apanha de
Para calcular a distância d, define-se a velocidade do avião em relação ao tanque.
volta (g = 10 m/s²).
(vat) . va = 432 km/h = 120 m/s vt = 10 m/s
a) Esboce a trajetória descrita pela bolinha em relação à vat = va – vt = 110 m/s
terra. x = vo . t d = 110 . 20 d = 2 200 m
b) Qual é a altura máxima que a bolinha atinge?
c) Que distância horizontal a bolinha percorre? 23. (UFPA) A figura representa um projétil que é lançado do
ponto A segundo um ângulo de 30° com a horizontal, com ve-
a) locidade v0 = 100 m/s, atingindo o ponto D. Dados: AB = 40 m, BC
v0y = 4,0 m/s vx = 55 m, sen 30° = 0,50, cos 30° = 0,86 e g = 10 m/s 2.
v →
v0
vy
v0x = 2,5 m/s A 30° B

b) tempo para ymáx


vy = v0y – gt C D
0 = 4 – 10 . t
t = 0,4 s O tempo que o projétil levou para atingir o ponto D, em
ymáx segundos, vale:
g . t2
ymáx = v0yt –
2 a) 5,3 voy = vo . sen θ = 100 . (0,5) = 50 m/s y = –55 m
b) 7,8 g = –10 m/s2
10 . 0, 4 2
ymáx = 4 . 0,4 – → ymáx = 0,8 m c) 11 g . t2
2 y = voy . t + –55 = 50 . t – 10 . t2/2
d) 12,6 2
c) A = v0x . tT
A = 2,5 . 0,8 → A = 2 m
e) 16,2 t2 – 10 . t – 11 = 0

Resolvendo a equação do segundo grau: t1 = 11 e t2 = –1


Elimina-se o valor negativo: t = 11 s
24. (UFPA) No exercício anterior, a distância CD, em metros,
vale:
a) 418,98
vox = vo . cos θ = 100 . (0,86) = 86 m/s
48 Física 1M1 b) 458,00
x = vox . t
48/48 c) 692,06
d) 906,00
Distância total horizontal: AD = 86 . (11) = 946 m
Como AB = 40 m:
e) 1 051,16 CD = AD – AB = 946 – 40 = 906 m
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Física
Cinemática I — Introdução à física
6. d 8. c 10. b 11. 31 536 000 s
7. 04 9. 35 (01+02+32)

Cinemática I — Conceitos gerais


8. 37 (01+04+32) 11. 25 m/s 17. a 23. 2 400 m
9. A distância entre eles permanece 12. 3,6 km/h 18. b 24. 30 s
1 km. O trem B está em repouso, 13. 60 m 19. 80 km/h 25. a) 0,016 m/s; b) 50 min; c) 10 m
pois sua posição em relação ao A 14. c 20. 72,72 km/h 26. 50 m
não muda ao longo do tempo. 15. d 21. 80 km/h 27. 48 km/h
10. b 16. 1 360 m 22. 56 km/h 28. a) 1 h 15 min; b) 70 l

Cinemática I — Movimento uniforme


7. e 11. e 15. a 19. A = 12 m; B=6m
8. 51 (01+02+16+32) 12. 100 km da estação P 16. d 20. c
9. a) 5 s; b) –60 m; c) –7 s 13. d 17. 41 (01+08+32) 21. 21h15min
10. 540 m 14. c 18. 90 (02+08+16+64)

Cinemática I — Movimento uniformemente variado


8. 04 13. ∆x = 125 m 16. c 21. b
9. 2,5 m/s2 14. 1,5 m/s2 17. d 22. b
10. b km / h 18. –8 m/s2 23. 56 (08+16+32)
11. c 15. a) 5 , 56 ou 1, 54 m / s 2 19. a 24. e
s
12. a b) 77 m; c) 249,5 m 20. d

Cinemática I — Movimentos verticais


16. b 19. a) 1,6 m/s2; b) 5 m; c) 0,4 s 21. a) 10 m/s2; b) 30 m/s; c) –15 m/s2 23. b
17. 125 m/s 20. 45 m 22. e 24. a) 1,5 m/s2; b) 6,0 m/s
18. 29 (01+04+08+16)

Cinemática I — Movimento parabólico


13. 24 (08+16) 17. v0 = 108 km/h 21. a) b) 0,8 m; c) 2 m
14. 0,25 litros ou 250 ml 18. 13 (01+04+08) v0y = 4,0 m/s vx 22. 2 200 m
15. 240 m 19. 177,52 m/s v 23. c
vy
16. 4 000 m 20. a 24. d
v0x = 2,5 m/s

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