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Introdução
Cinemática I
à física
A busca por respostas aos fenômenos da
natureza levou nossos ancestrais a fazer experi-
mentos. A física surgiu, então, para estudar esses
fenômenos, identificando-os e procurando suas
relações.
Será que o estudo dessa disciplina permite com-
preender a física presente em nosso cotidiano?
O mesmo ocorre com outras disciplinas?
Naufrágio curricular
Richard Feynman, Prêmio Nobel de Física,
veio ao Brasil em 1950 para dar um curso para
professores. Ficou estarrecido e anotou em
seu livro de memórias: “Os estudantes tinham
decorado tudo, mas não sabiam o significado
de nada. (...) Nada tinha sido traduzido para
palavras com significado. (...) eles podiam
passar nos exames e ‘aprender’ todas aquelas
coisas, e não saber nada”. Após meio século,
continuamos na mesma, sabendo as fórmulas e
incapazes de usá-las.
David Perkins (no livro Smart Schools) nos diz
claramente que, se não entendermos o aprendido, ele
não servirá para nada. Aprendemos ao pensar sobre o
que estamos estudando. Aprender é uma conseqüência
de refletir a respeito do que está sendo apresentado
na aula. A visão convencional é que adquirimos um
conhecimento e depois aprendemos a usá-lo. Trágico
engano. Aprendemos somente pelo ato de pensar no que estamos aprendendo. E o conhecimento só é realmente
adquirido quando podemos pensar usando o que foi aprendido.
Veja, 29 maio 2002. p. 22.
Responda:
Como a física está presente no cotidiano? Física 1M1 1
Orientação ao professor — O objetivo é identificar o conhecimento prévio dos alunos e as relações dos fenômenos físicos presentes no seu cotidiano. O professor deve 1/48
mediar esta discussão mostrando aos alunos como a física se faz presente.
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Divisões da física
Cinemática I
Introdução à física
A física estuda diversos fenômenos Óptica é a parte da física que es-
da natureza. É dividida em partes que tuda fenômenos relacionados com a
apresentam propriedades semelhantes, luz. Como vemos os objetos? O que é
descritas por leis comuns: mecânica, arco-íris? Para que precisamos de ócu-
termologia, ondulatória, óptica e ele- los? Essas são algumas das perguntas
tromagnetismo. respondidas por esse ramo.
Mecânica é a parte da física que
se ocupa de fenômenos relacionados
com o movimento dos corpos — a
queda de um corpo, a velocidade de
Obtém-se ferro no estado líquido
um carro, o equilíbrio de um edifício. fornecendo-lhe excesso de calor.
Introdução à física
Cinemática I
A fotografia é da cidade de Lisboa, em
Portugal.
c) Ondulatória
Sugestão de resposta — Barulho dos carros, sons em geral.
d) Óptica
Observe a foto e relacione as aplicações possíveis Sugestão de resposta — Luzes da cidade, luz do Sol, imagens e sombras dos
da física na cena.
objetos.
a) Mecânica
Sugestão de resposta — Movimento dos automóveis, estática dos prédios,
e) Eletromagnetismo
Sugestão de resposta — Lâmpadas elétricas, telefones públicos, sinais
luminosos.
b) Termologia
Sugestão de resposta — Motores de automóveis (combustão), vento, tem-
peratura local.
Grandezas físicas
Grandeza é tudo o que pode ser garrafa. Assim, tempo, potência, que surge ao fazer uma prova?
medido — o tempo de uma aula, a massa e volume são grandezas Não se diz: estou com 51,7 de
potência de uma lâmpada, a massa físicas. Porém, nem tudo pode ser ansiedade. Logo, ansiedade não é
de uma pessoa e o volume de uma medido. Como medir a ansiedade grandeza física.
Unidades de medida
O que significa medir algo?
Suponha que se queira medir a dis-
tância entre duas traves que delimitam o
gol num campo de futebol. Sem fita métrica
ou qualquer outro instrumento de medida,
parte-se de uma trave à outra contando Física 1M1 3
os passos. 3/48
Ao chegar à trave oposta, conclui-se:
— A distância é dez passos.
Medir uma grandeza física é compará-
la com um padrão, a unidade de medida.
No exemplo, o padrão adotado foi o passo.
Determinar que o comprimento é dez passos
significa que esse comprimento é dez vezes
maior que o de um passo.
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Grandezas fundamentais
Cinemática I
Introdução à física
Na mecânica, todas as grandezas Revolução Francesa, 1 . 107 m O sistema para medição de
são expressas segundo três gran- criou-se o metro, tempo (hora, minuto e segundo) não
dezas fundamentais: comprimento, definido pela é decimal, e sim sexagesimal, pois
tempo e massa. distância entre 1 h = 60 min e 1 min = 60 s
o Equador e o
COMPRIMENTO pólo da Terra, MASSA
Até o final do século XVIII, mui- estabelecida em A massa é uma propriedade in-
tos países definiam seus padrões de 107 m. trínseca a cada corpo cujo padrão se
comprimento baseando-se nas partes define adotando-se qualquer porção
do corpo de seu rei. de matéria. Povos primitivos já utili-
Posteriormente, o metro foi mate- zavam balança de pratos para medir
1 jarda rializado numa barra de platina e irídio. a massa de mercadorias e adotavam
grãos e pedras como padrão.
O metro
O padrão de massa mais utilizado
materializado é o quilograma.
está guardado
no Bureau
Internacional
de Pesos e
Medidas, em
Sèvres, perto
de Paris.
TEMPO
Para se definir um padrão de
tempo, adota-se qualquer fenômeno
1 polegada periódico. A rotação da Terra, que de- O quilograma é um cilindro de
termina a sucessão de dias e noites, é platina e irídio conservado no Bureau
provavelmente o mais antigo padrão Internacional de Pesos e Medidas.
Introdução à física
Cinemática I
praia. Seu amigo estrangeiro se espanta, pois as placas para saber sua massa. Contudo, não consegue interpretar o
indicam que o limite de velocidade na estrada é 110 km/h. valor: a balança acusa 70 kg. A unidade de massa adotada
Ele julga ser muito alto para seus padrões. Isso acontece em seu país é a libra. Sabendo que 1 kg equivale a 2,2 libras,
porque, nos Estados Unidos, a unidade mais comum de determine o valor de sua massa em libras.
velocidade é a milha por hora (mi/h). Resolva este pro- 70 (kg) . 2,2 = 154 libras
blema convertendo o limite de velocidade de km/h para
mi/h, sabendo que 1 milha = 1,6 km.
110 km/h : 1,6 = 68,75 mi/h
Cinemática I
Introdução à física
1. O que é física e por que se deve estudá-la? 3. O que significa medir uma grandeza física?
A física é a ciência que age no sentido de explicar o comportamento da natureza. Significa compará-la com uma unidade padrão.
Deve-se estudá-la para melhor conviver com a natureza e também desenvolver novas
o chuveiro elétrico?
6. Marque a alternativa que relacione apenas 9. Quais das seguintes grandezas são escalares?
grandezas físicas. 01) massa
a) velocidade, medo, comprimento e força 02) temperatura
b) coragem, volume, massa e ira 04) deslocamento
c) energia, alegria, peso e freqüência 08) força
d) potência, tempo, temperatura e deslocamento 16) velocidade
e) aceleração, força, velocidade e amor 32) tempo
35 (01+02+32)
7. (UEM—PR) Assinale a alternativa que preenche corretamente 10. (Acafe—SC) Assinale, entre as opções a seguir, aquela que
as lacunas no texto abaixo. completa corretamente a afirmativa.
Um processo de medição é uma comparação entre duas Grandezas vetoriais são aquelas que necessitam de
grandezas (físicas) de espécie(s). Nesse , , e para serem perfei-
processo, a grandeza a ser medida é comparada a um padrão tamente definidas.
que se chama unidade de medida, verificando-se quantas vezes a) valor numérico, desvio, unidade, direção
6 Física 1M1
a está contida na a ser b) valor numérico, unidade, direção, sentido
6/48 medida. c) desvio, sentido, direção, módulo
01) mesma — grandeza — unidade d) módulo, vetor, padrão, quantidade
02) diferentes — unidade — grandeza e) padrão, valor numérico, unidade, sentido
04) mesma — unidade — grandeza
08) diferentes — grandeza — unidade 11. O termo ano-luz, muito usado em medidas astronômicas,
16) mesma — espécie — unidade corresponde a distância percorrida pela luz em um ano. Para
32) diferentes — espécie — grandeza determinar seu valor, inicialmente se transforma a duração do
04 ano, em dias, para segundos. Faça essa transformação.
8. No Sistema Internacional de Unidades (SI), as unidades de 31 536 000 s = 365 (dias) . 24 (horas) . 60 (minutos) . 60 (segundos)
comprimento, massa e tempo são, respectivamente:
a) quilômetro, grama, minuto.
b) quilômetro, quilograma, hora.
c) metro, quilograma, segundo.
d) centímetro, litro, segundo.
e) metro, quilograma, minuto.
Conceitos
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Cinemática I
gerais
O estudo do movimento, sem a preocupação com as causas, é o objetivo deste capítulo. Sem estabelecer defi-
nições, responda às perguntas.
Física 1M1 7
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1. Quando podemos afirmar que um corpo está em movimento?
Quando muda de posição em relação a um referencial ao longo do tempo.
Orientação ao professor — O objetivo desta atividade não é formalizar definições, mas identificar o que os alunos já sabem da experiência pessoal.
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Ponto material e corpo extenso
Cinemática I
Conceitos gerais
Ao estudar o movimento, na cinemática, primeiramente se comparam as dimensões do corpo móvel com as do
meio onde o movimento está ocorrendo, para classificá-lo como ponto material ou corpo extenso.
Considera-se ponto material o corpo cujas dimensões são muito pequenas em relação às demais envolvidas no
fenômeno. Trata-se de corpo extenso quando não se puderem desprezar suas dimensões em relação às outras.
Observe as duas fotografias tiradas de referenciais diferentes.
A foto da figura 1 foi tirada de um helicóptero, e a da figura 2, por outra pessoa no gramado. Na primeira, a
pessoa deitada no gramado pode ser
considerada ponto material, pois suas
dimensões são desprezíveis em relação
às outras envolvidas. Já na segunda, o
indivíduo é considerado corpo extenso,
visto que suas dimensões não podem
ser desprezadas.
A diferença entre ponto material
e corpo extenso, portanto, não é de-
terminada pelas dimensões do corpo,
e sim, pela comparação destas com
outras. Por isso, o mesmo corpo pode
ser ponto material e corpo extenso, de-
pendendo do meio em que esteja. Figura 1 Figura 2
Cinemática I
Conceitos gerais
A linha descrita pelos corpos durante o movimento é
a trajetória. Observe as ilustrações.
1. Um satélite artificial, de 10 m de raio, está
girando em torno da Terra à altura de 500 km.
Sabe-se que o raio da Terra vale cerca de 6 000 km. No
estudo desse movimento, pergunta-se:
a) A Terra pode ser considerada ponto material?
Justifique sua resposta.
Não. Não se podem desprezar suas dimensões.
b) E o satélite? Explique.
O esquiador vai traçando a Sim. Suas dimensões podem ser desprezadas na análise desse movimento.
Referencial A
Referencial B
3. A figura representa um helicóptero que sobe vertical-
mente, com velocidade constante. Descreva a trajetória
— Um avião voando horizontalmente solta uma bomba. Para do ponto P, localizado na periferia da hélice, para um
quem está no avião, ela cai verticalmente; para o obser- referencial localizado:
vador localizado no
solo, a bomba segue A A A P Física 1M1 9
trajetória parabólica,
9/48
pois se desloca hori-
zontalmente, acompa-
nhando o avião.
Observando tais
situações, conclui-se:
a trajetória depende do a) no helicóptero.
referencial adotado. B Trajetória circular.
b) no solo.
Trajetória em forma helicoidal.
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Posição, deslocamento e distância percorrida
Cinemática I
Conceitos gerais
Nas estradas, são comuns placas O deslocamento, então, será 30 km. de reta, que liga os pontos inicial e final
que indicam marcos quilométricos. Denomine x0 a posição inicial, ou do movimento.
Sua função é determinar a posição do seja, onde o móvel se encontra no co- Exemplo:
móvel em certo instante em relação ao meço da análise do movimento, e x, a Uma pessoa sai de sua casa (A) até
ponto de origem. Se o automóvel encon- posição final, onde se encontra no fim da o supermercado (B).
tra-se no quilômetro 60 da estrada, não análise. Para determinar o deslocamento
significa que ele se deslocou 60 km. A (∆x), basta subtrair da posição final (x) a
B
placa localiza-o com relação ao início posição inicial (x0). Ele é a variação da
da estrada. posição do móvel, definindo-se pela
Conhecendo duas posições relação ∆x = x – x0.
sucessivas que o corpo ocupou ao O conceito físico de deslocamento
longo do tempo, pode-se determinar não é o mesmo de distância efetiva-
A
seu deslocamento. mente percorrida. Distância percorrida
Imagine que o carro na estrada A distância percorrida por um corpo Deslocamento
encontra-se inicialmente no marco durante um movimento é a grandeza es- Agora considere que uma pessoa
50 km e, depois de um tempo, no calar que corresponde ao comprimento sai da Terra, vai à Lua e depois retorna
marco 80 km. do segmento que representa a trajetória à Terra. A distância percorrida é o
km km
descrita pelo corpo. dobro da distância da Terra à Lua,
50 80 O deslocamento de um corpo é mas o deslocamento é nulo, pois a
uma grandeza vetorial cujo módulo posição inicial (x 0) coincide com a
30 km
equivale ao comprimento do segmento posição final (x).
Velocidade média
Considere um ônibus que parte de São Paulo com destino a Rio de Janeiro.
A distância entre as duas cidades é 400 km.
São Paulo
Rio de Janeiro Calcula-se a velocidade média do percurso se o tempo
Ônibus
gasto pelo ônibus for conhecido.
Se ele fizer o percurso em 8 h, a velocidade média é
400 km
400 km = 50 km/h.
8h
400 km
Um automóvel que faça esse percurso em 4 h tem velocidade média de = 100 km/h.
4h
Conclusão: para calcular a velocidade média do móvel no percurso, basta dividir o deslocamento efetuado pelo
tempo gasto. deslocamento
Vm =
tempo
Generalizando, imagine um móvel que ocupa a posição x0 no instante t0, depois a posição x no instante t.
x0 x
t0 t Deslocamento: ∆x = x – x 0
Tempo total gasto: ∆t = t – t0
0 km
A velocidade média no percurso fica definida como:
∆x
10 Física 1M1 ∆x x − x0
Vm = ou v m =
10/48 ∆t t − t0
UNIDADES DE VELOCIDADE
Se velocidade média é a razão entre deslocamento e tempo, sua unidade é a divisão da unidade de deslocamento
(m, cm, km, mi) pela unidade de tempo (s, min, h).
Logo, m/s, km/h e cm/min são exemplos de unidades para medir velocidade.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a velocidade é expressa em m/s.
No Brasil, costuma-se usar marcação em km/h, logo, deve-se achar uma relação entre as duas unidades.
Lembrando que 1 km = 1 000 m e que 1 h = 3 600 s, tem-se:
km 1 000 m 1
1 = = m / s ⇒ 1 m/s = 3,6 km/h
h 3 600 s 3, 6
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Assim, para transformar m/s em km/h, multiplica-se por 3,6. Analogamente, para passar de km/h para m/s,
Cinemática I
Conceitos gerais
divide-se por 3,6.
x 3,6 Exemplos:
10 m/s = 10 . 3,6 km/h = 36 km/h
km/h 30 m/s = 30 . 3,6 km/h = 108 km/h
m/s
72
72 km/h = m/s = 20 m/s
3, 6
÷ 3,6 90
90 km/h = m/s = 25 m/s
3, 6
VELOCIDADE INSTANTÂNEA
A velocidade média do móvel indica a rapidez com que ele efetua o deslocamento. No exemplo da viagem de
São Paulo ao Rio de Janeiro, o ônibus realizou a viagem com velocidade média de 50 km/h. Durante o percurso,
atingiu várias velocidades, diferentes de 50 km/h, porém, em média, deslocou-se 50 km a cada hora.
O velocímetro indica a velocidade instantânea, pois corresponde ao valor da velocidade naquele instante.
Cinemática I
Conceitos gerais
1. Um mesmo corpo pode ser considerado pponto b) qual a distância percorrida?
material e corpo extenso? A distância percorrida por ele é 4,2 km.
Sim. Depende do ponto de vista do observador.
d) 0,012 km/min
b) Para a pessoa parada no solo, em frente à janela, como
seria a trajetória da pedra? 0,012 km = 12 m 1 min = 60 s 12 m/60 s → v = 0,2 m/s
12 Física 1M1
12/48
8. Com relação aos conceitos de cinemática, é 9. (PUC—RJ) Dois trens, A e B, num certo instante, estão
correto afirmar: afastados 1 km um do outro. Como viajam no mesmo sentido,
01) A Terra, em sua órbita ao redor do Sol, é considerada à velocidade (v) de 100 km/h, qual a distância entre eles após
um ponto material. meia hora do instante considerado? Para um observador loca-
02) Se o corpo está em movimento em relação ao referencial, lizado no trem A, o trem B está em repouso ou em movimento?
então o está em relação a qualquer referencial. Justifique sua resposta.
04) A trajetória descrita pelo corpo em movimento depende A distância entre eles permanece 1 km. O trem B está em repouso, pois sua posição
do referencial adotado.
08) Deslocamento e distância percorrida são sinônimos. em relação ao A não muda ao longo do tempo.
16) Quando se diz que a posição do corpo é 25 m, significa
que ele andou 25 m.
32) Deslocamento é a variação da posição de um móvel.
37 (01+04+32)
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10. (UFMG) Um parafuso desprende-se do alto do mastro de um 16. Durante a tempestade, o indivíduo vê um relâmpago e ouve
Cinemática I
Conceitos gerais
veleiro que se desloca com velocidade constante, paralelamente o som do trovão 4 s depois. Determine a distância que separa
à margem de uma lagoa, no sentido indicado na figura. Um ob- o indivíduo do local do relâmpago, dada a velocidade do som
servador X, dentro do veleiro, e outro Y, à margem, observam no ar constante e igual a 340 m/s.
o parafuso caindo. vm = 340 m/s ∆t = 4 s ∆x = vm . ∆t = 340 m/s . 4 s
Parafuso ∆x = 1 360 m
Cinemática I
Conceitos gerais
primeiro trecho, de 100 km, é percorrido com velocidade média dade média de 72 km/h. Determine o comprimento da ponte.
de 50 km/h, e o segundo, de 90 km, com velocidade média de Observação — Despreze o comprimento da moto.
60 km/h. Que velocidade média deve ter o ônibus no restante
vm = 72 km/h : 3,6 = 20 m/s ∆t = 2 min . (60 s) = 120 s
da viagem para efetuá-la no tempo previsto? ∆x = vm . ∆t = 20 . 120 = 2 400 m
Trecho 1: ∆x1 = 100 km vm1 = 50 km/h
∆t1 = 100 km/50 km/h = 2 h
Trecho 2: ∆x2 = 90 km vm2 = 60 km/h
∆t2 = 90 km/60 km/h = 1,5 h 24. A figura mostra um trem de 100 m de comprimento que
Trecho 3: ∆x2 = 310 km – 190 km = 120 km se desloca a 36 km/h. Sabendo que a ponte tem 200 m de
∆t3 = 5 h – 2 h – 1,5 h = 1,5 h
comprimento, determine o tempo necessário para que o trem a
vm3 = 120 km/1,5 h = 80 km/h
atravesse totalmente.
A
22. (Cesgranrio—RJ) Uma patrulha rodoviária mede o tempo
que cada veículo leva para percorrer um trecho de 400 m de
estrada. Um automóvel percorre a primeira metade do trecho com
velocidade de 140 km/h. Sendo de 80 km/h a velocidade limite A
permitida, qual deve ser a maior velocidade média do automóvel
na segunda metade do trecho, para evitar ser multado?
vm = ∆xtotal/∆ttotal
200 m 100 m
Trecho 1: ∆x1 = 200 m vm1 = 140 km/h = 38,9 m/s
∆t1 = 200 m/38,9 m/s = 5,14 s ∆x = (200 + 100) m
Trecho 2: ∆x2 = 200 m
vm = 36 km/h : 3,6 = 10 m/s
∆t2 = 200 m/vm2
∆x = 100 m + 200 m = 300 m
∆ttotal = 5,14 + 200/vm2
∆t = 300/10 = 30 s
80/3,6 = 400/(5,14 + 200/vm2)
1 440 = 411,2 + 16 000/vm2
vm2 = 16 000/1 028,8 = 15,55 m/s = 56 km/h
25. (Unicamp—SP) Brasileiro sofre! Numa tarde de 27. Um móvel efetua a metade de um percurso com velocidade
sexta-feira, a fila única de clientes de um banco tem comprimento de 40 km/h e a outra metade com velocidade de 60 km/h.
médio de 50 m. Em média, a distância entre as pessoas na fila é Calcule a velocidade média de todo o percurso.
de 1,0 m. Os clientes são atendidos por três caixas. Cada caixa x x
leva cerca de 3,0min para atender um cliente. Pergunta-se:
Trecho 1 Trecho 2
a) Qual a velocidade média dos clientes ao longo da
fila? Trecho 1
b) Quanto tempo um cliente gasta na fila? ∆x x x
c) Se um dos caixas se retirar por 30 min, quantos metros vm = 40 = t1 = h
∆t t1 40
a fila aumenta?
Trecho 2
a) Em três minutos serão atendidas três pessoas e a fila andará três me- ∆x x x
tros. vm = 60 = t2 = h
∆t t2 60
Logo: vm = ∆x/∆t = 3 m/3 min = 1 m/min = 0,016 m/s
b) Se a velocidade média determinada no item a é 1 m/min e o comprimento ∆x total x+x
vm = vm = = 48 km/h
da fila é 50 m, então um cliente gasta 50 min na fila. ∆t total x x
+
c) Com um caixa a menos, a velocidade das pessoas na fila diminui para 40 60
vm = 2 m/3 min = 0,67 m/min. A diferença entre esta e a velocidade
anterior é 1 – 0,67 = 0,33 m/min.
Logo, durante o tempo de 30 min a fila aumentará 0,33 m/min . 30 min = 10 m.
28. (Fuvest—SP) Normas de segurança determinam que um certo
tipo de avião deve levar, além do combustível suficiente para chegar
ao seu destino, uma reserva para voar por mais 45 minutos. A
26. (Unicamp—SP) Um carro, a uma velocidade constante de velocidade média desse tipo de avião é 200 quilômetros por
14 Física 1M1
18 km/h, está percorrendo um trecho de rua retilíneo. Devido a hora e seu consumo é 35 litros de combustível por hora de vôo.
14/48 um problema mecânico, pinga óleo do motor à razão de 6 gotas a) Qual o tempo, em horas e minutos, gasto por esse avião
por minuto. Qual é a distância entre os pingos de óleo que o para voar 250 quilômetros?
carro deixa na rua? b) Qual a quantidade mínima de combustível, incluindo
a reserva, necessária para a viagem de 250 quilôme-
Distância percorrida em 1 min
v = 18 km/h = 5 m/s
tros?
∆x ∆x
vm = 5= ∆x = 300 m
∆t 60 ∆x 250
a) vm = 200 =
A distância entre cada gota é: ∆t ∆t
∆x 300 250 5
d= = = , uma vez que caem 6 gotas por minuto: d = 50 m ∆t = = = 1 h 15 min
6 6 200 4
b) tempo = 1 h 15 min + 45 min = 2 h
1 h → 35 l
2h→x
x = 70 l
Movimento
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Cinemática I
uniforme
No cotidiano, observamos que os
movimentos acontecem em diversas
velocidades. Os valores vão desde
o ritmo de uma lesma, passando
pelo de um avião, até chegar
à velocidade da luz, a qual Velocidade da luz
é impossível ultrapassar Sonda espacial 299 792 458 m/s
segundo as teorias mais 65 000 m/s 1 079 milhões km/h
recentes. 240 000 km/h
Jumbo 747
280 m/s
1 000 km/h
Fórmula 1
100 m/s
360 km/h
Cavalo
20 m/s
72 km/h
Corrida
10 m/s
36 km/h
Lesma
0,014 m/s
0,05 km/h Física 1M1 15
15/48
2. Se a circunferência terrestre tem aproximadamente 40 000 km, calcule o tempo necessário para uma sonda
espacial completar uma volta ao redor da Terra. Orientação ao professor — Esses cálculos iniciais servem apenas como estímulo ao aluno
para entender o conteúdo do capítulo. Neste momento não se deve dar ênfase a definições nem
T = 40 000/240 000 = 1/6 h = 10 minutos conceitos físicos. Mostre ao aluno que muito se pode resolver com o conhecimento acumulado
e no decorrer deste estudo a física vai justificar como esses cálculos se processam.
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Definição
Movimento uniforme
Cinemática I
O movimento de um corpo é uniforme se sua velocidade permanecer constante ao longo do tempo. No dia-a-dia,
verificam-se freqüentemente movimentos em velocidade constante. A pessoa subindo ou descendo a escada rolante, o
pára-quedista após certo tempo de queda e o trem em movimento são exemplos de movimento uniforme.
Equação horária do MU
Imagine um automóvel movendo-se em estrada plana ele partiu da posição 10 m com velocidade de 5 m/s no
e reta, com o velocímetro indicando sempre a velocidade sentido progressivo.
de 80 km/h. Mantendo essa velocidade, ele percorrerá
80 km em 1 hora, 160 km em 2 horas, 240 km em 3 horas v = 5 m/s
e assim por diante.
Determina-se o deslocamento (∆x) multiplicando a x (m)
0 10
velocidade pelo tempo de percurso. t=0s
Supondo v = 80 km/h, tem-se:
Determina-se a posição em qualquer instante.
para t = 1 h → ∆x = 80 . 1 = 80 km
— Após 1 s de movimento, a posição é x = 10 + 5 . (1) =
para t = 2 h → ∆x = 80 . 2 = 160 km
= 15 m; no instante 1 s, portanto, o móvel ocupa a
para t = 3 h → ∆x = 80 . 3 = 240 km
posição 15 m. A posição é 15 m, porém o desloca-
Conclui-se que, no movimento uniforme (MU), calcula-
mento corresponde a 5 m, pois o móvel partiu da
se o deslocamento por meio da fórmula:
posição 10 m.
∆x = v . t — Após 5 s de movimento, o móvel ocupa a posição
x = 10 + 5 . (5) = 35 m. Mas em 5 s o desloca-
∆x — deslocamento
mento é 25 m.
v — velocidade
t — tempo gasto para efetuar o deslocamento
Deslocamento (∆x) é a diferença entre a posição final (x)
1. Um móvel movimenta-se em trajetória retilínea
e a posição inicial (x 0) do móvel.
segundo a equação x = 30 + 3 . t (no SI).
Logo, se ∆x = v . t, pode-se escrever x – x0 = v . t, ou
Determine:
x = x0 + v . t a) posição inicial e velocidade.
Ao comparar a equação dada com a equação
Esta é a equação horária do MU, a qual determina horária, obtêm-se os valores da posição inicial e
a posição do móvel em dado instante. da velocidade.
x = x0 + v . t
16 Física 1M1 x = 30 + 3 . t x0 = 30 m e v = 3 m/s
16/48 b) a posição no instante 2 s.
— ∆x indica deslocamento e x representa posi-
Substitui-se t por 2 na equação dada:
ção. Eles não são necessariamente iguais.
x = 30 + 3 . (2) = 36 m
— Para o caso particular em que o móvel parte da ori-
c) o deslocamento após 8 s.
gem da posição (x 0 = 0), pode-se escrever x = v. t,
Como a velocidade é 3 m/s, o móvel desloca-se
e a posição final coincidirá com o deslocamento.
3 m a cada segundo; logo, o deslocamento após
Exemplo de aplicação da equação horária. 8 s é 3 . (8) = 24 m.
Considere que um corpo se desloca segundo a equa- d) o instante em que o móvel passa pela posição
ção x = 10 + 5t (unidades do SI). Em outras palavras, 51 m.
Na equação dada, substitui-se x por 51 e isola-se t.
x = 30 + 3 . t 51 = 30 + 3 . t
21 = 3 . t t=7s
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e) se o movimento é progressivo ou retrógrado. O tempo, até que aconteça o encontro, é 140 s; o
Movimento uniforme
Cinemática I
O movimento é progressivo, pois a velocidade é carro de trás percorre a distância de 2 800 m até alcançar
positiva e permanece constante. o da frente.
2. Dois carros deslocam-se numa pista retilínea, ambos 3. Resolva o exercício anterior, supondo que os dois
no mesmo sentido e com velocidades constantes. O carro carros se deslocam em sentidos contrários, um em direção
que está na frente desenvolve 54 km/h; o que está atrás, ao outro.
72 km/h. Em certo instante, a distância entre eles é 700 m.
vA = 72 km/h vB = 54 km/h
A partir desse instante, determine: B
A
a) após quanto tempo ocorre o encontro;
b) a distância que o carro de trás deve percorrer
0 Origem 700 m
para alcançar o da frente.
Observação — Despreze o comprimento dos auto-
móveis, considerando-os pontos materiais. O procedimento para resolução permanece o mesmo,
porém deve-se notar que as velocidades dos carros, nesse
vA = 72 km/h vB = 54 km/h caso, têm sentidos contrários, devendo apresentar sinais
A B
contrários.
xA = x0 + v . t xB = x0 + v . t
0 Origem 700 m xA = 0 + 20 . t xB = 700 – 15 . t
xA = 20 . t
Primeiramente, montam-se as equações horárias de No instante do encontro, as posições são iguais:
cada carro; para isso, é necessário definir a origem. Esta, xA = xB
nesse caso, corresponde ao ponto de partida do carro A. 20 . t = 700 – 15 . t → 20 . t + 15 . t = 700 →
Convertem-se as velocidades dos automóveis para m/s, → 35 . t = 700 → t = 20 s
porque a distância entre eles é dada em metros. Determinado o tempo, substituí-lo em qualquer das
vA = 72 km/h : 3,6 = 20 m/s equações horárias para encontrar a posição de encontro.
vB = 54 km/h : 3,6 = 15 m/s xA = 20 . t → xA = 20 . (20) → xA = 400 m
Equações horárias:
xA = x0 + v . t xB = x0 + v . t
xA = 0 + 20 . t xB = 700 + 15 . t
xA = 20 . t Para resolver exercícios como os exemplos 2
No instante do encontro, as posições serão iguais, e 3, pode-se usar o conceito de velocidade
logo xA = xB. relativa, ou seja: se dois corpos estiverem com velo-
20 . t = 700 + 15 . t ∴ 20 . t – 15 . t = 700 cidades no mesmo sentido, a velocidade relativa é a
5 . t = 700 diferença das velocidades.
t = 140 s No caso de corpos em sentidos contrários, a veloci-
Determinado o tempo, pode-se substituí-lo em qual- dade relativa é a soma das velocidades de cada um.
quer das equações horárias para achar a posição de Velocidade relativa é aquela com que um móvel se
encontro. desloca em relação a outro.
xA = 20 . t xA = 20 . (140) xA = 2 800 m
1. (UTP—PR) Duas esferas se movem em linha reta e com velocidades constantes ao longo de uma
Física 1M1 17
17/48
régua centimetrada.
Na figura estão indicadas as velocidades das esferas e as posições que ocupavam num certo instante.
5 cm/s 3 cm/s
Equações horárias:
— Esfera preta — Esfera branca
x = x0 + v . t x = x0 + v . t
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 x0 = 10 + 5t x0 = 14 + 3t
No instante de encontro:
x0 = x0
As esferas irão colidir na posição correspondente a:
10 + 5t = 14 + 3t → t = 2 s
a) 15 cm d) 20 cm Posição de encontro:
b) 17 cm e) n.d.a. x0 = 10 + 5t
c) 18 cm x0 = 10 + 5 . 2 = 20 cm
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2. (PUC—PR) De dois pontos A e B, conforme a figura, partem simultaneamente dois pontos materiais em movi-
Movimento uniforme
Cinemática I
mento retilíneo uniforme com velocidade de 15 m/s e 5 m/s. A que distância do ponto A elas se encontram?
vA = 15 m/s vB = 5 m/s
Equações horárias:
xa = x0 + v . t xb = x0 + v . t
xa = 0 + 15t xb = 80 – 5t
A 80 m B xa = 15t
No instante de encontro:
a) 20 m xa = xb
15t = 80 – 5t → t = 4 s
b) 60 m
Posição de encontro:
c) 40 m xa = 15 . t
d) 30 m xa = 15 . 4 = 60 m
e) 80 m
t=0 t=1s
t=2s t=3s t=4s t=5s
0
1 2 3 t (h) 0
10 15 20 25 30 35 x (m)
18 Física 1M1 Durante as três horas analisadas, a velocidade do
18/48 carro permaneceu constante (80 km/h).
x (m) 10 15 20 25 30 35
Velocímetro O cabo gira A mola gira o ponteiro para
t (s) 0 1 2 3 4 5
O velocímetro com o eixo trás quando o carro diminui
de um carro mostra a das rodas na a marcha.
Ponteiro
velocidade de x (m)
velocidade instanta-
percurso. 35
neamente — a velo-
cidade do carro em Com esses valores, 30
qualquer momento.
O ímã constrói-se o gráfico da 25
O aparelho é acio-
gira com posição pelo tempo 20
nado por um cabo
o cabo. 15
ligado ao eixo que (x X t):
aciona as rodas. 10
O disco do acelerador,
girado lentamente pelo
ímã, gira o ponteiro. Mostrador 0 1 2 3 4 5 t (s)
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O gráfico é uma reta, visto que a equação horária
Movimento uniforme
Cinemática I
Função do primeiro grau pode ser expressa pela fórmula
do movimento uniforme é uma função do primeiro grau. f(x) = ax + b, em que a é o coeficiente angular e b o coeficiente
Sendo essa reta crescente, o movimento é progressivo, linear da reta.
pois as posições aumentam com o passar do tempo. No
movimento retrógrado, ela é decrescente.
Movimento progressivo (v > 0) Com base no gráfico da posição, determina-se
x a velocidade isolando-a na equação horária:
x x − x0
v=
t
x x cateto oposto
tg θ = =
x0 cateto adjacente
x – x0 x − x0
= =v
x0 θ t
t
x 0
t t v = tg θ
0
t t
2 10 5
0
6 10 t (s)
0 5 t (s) 0 5 t (s)
Calcula-se o deslocamento por meio da área formada pelo gráfico com o eixo
A área do gráfico equivale à distância percorrida:
horizontal.
x = 2 . 5 = 10 m
∆x = área = 5 . 6 = 30 m
A partir do instante 6 s, a velocidade vale 0 m/s, pois o móvel está parado.
2. O gráfico a seguir descreve o movimento de um ponto Gráfico posição X tempo
material. Escreva a equação horária do movimento. x (m)
x (m) Posição inicial: x0 = 5 m 30
A velocidade pode ser determinada
15
pela tg θ. Física 1M1 19
tg θ =
cateto oposto
=
15 − 5
=1
19/48
cateto adjacente 10
5 Logo: v = 1 m/s 0
6 10 t (s)
Equação horária:
0 10 t (s) x = x0 + vt → x = 5 + 1 . t O móvel desloca-se nos 6 primeiros segundos de movimento. Depois, permanece
x=5+t na mesma posição (fica parado).
Movimento uniforme
Cinemática I
1. Estas fotografias estroboscópicas representam 5. Construa o gráfico posição X tempo de cada uma das fun-
as sucessivas posições ocupadas por um corpo em movimento. ções para um tempo de 5 s de movimento.
Determine qual delas representa movimento uniforme. Justifique
x
sua opção.
Observação — O intervalo de tempo entre as fotos é constante. 35
20
0 5 y
d0 = 150 km
3. Desenhe o gráfico v X t para o carro que se movimenta com
velocidade constante v = 50 km/h, durante o tempo t = 4 h. O
que representa a área sobre o gráfico que você desenhou? Qual b) Qual é a posição do carro no instante t = 1 h?
o seu valor? d = 220 km
v (km/h)
c) Qual é a velocidade desenvolvida pelo carro na primeira
50
hora de viagem?
A
d − d0 220 − 150
v= = = 70 km /h
t 1
0 4 t (h)
A área sobre o gráfico corresponde ao deslocamento do corpo durante as 4 horas
d) Em que posição e durante quanto tempo o carro per-
de movimento. Seu valor é (50) . (4) = 200 km. Isso significa que o corpo teve
deslocamento de 200 km. maneceu parado?
Na posição 220 km, durante uma hora.
Movimento uniforme
Cinemática I
7. Um corpo em movimento uniforme desloca-se 12. Entre duas estações ferroviárias, P e Q, a distância é 300 km,
com velocidade de 20 m/s. A distância percorrida pelo corpo medindo-se a trajetória dos trens entre elas. No mesmo instante,
após 10 minutos é igual a: passa pela estação P um trem com movimento uniforme de
a) 200 m ∆x = v . t = 20 . (10 . 60) = 12 000 m = 12 km velocidade 50 km/h, e pela estação Q, outro com velocidade
b) 2 km constante de 100 km/h. Considerando que um trem se movimenta
c) 600 m em sentido contrário ao do outro, determine o instante e a posição
d) 1 200 m em que se cruzam.
e) 12 km Adotando a estação P como origem,
P Q obtêm-se as seguintes equações
horárias: Teste 8
xP = 0 + 50 . t xQ = 300 – 100 . t x = 8 + 3t
No encontro xP = xQ: 50 . t = 300 –100 . t x = x0 + v . t
8. Um móvel movimenta-se segundo a equação horária x = 8 + 3t 300 km 150 . t = 300 t=2h 04) x = 8 + 3t
(no SI), sobre uma trajetória retilínea. Podemos afirmar que:
Posição do encontro: xP = 50 . 2 = 100 km x=8+3.4
01) sua posição inicial é 8 m. Eles se encontrarão a 100 km da estação P. x = 20 m
02) sua velocidade é 3 m/s. 08) x = 8 + 3 . 5
04) sua posição no instante 4 s é 12 m. x = 23 m
08) o deslocamento após 5 s é 23 m. → ∆x = x – x0
16) o deslocamento após 5 s é 15 m. ∆x = 23 – 8
32) no instante de 9 s o móvel passa pela posição de 35 m. ∆x = 15 m
51 (01+02+16+32) 32) x = 8 + 3t
x=8+3.9
9. Um móvel executa um movimento cuja função horária é x = 35 m
x = 20 – 4 . t (SI). Determine:
a) o instante de passagem pela origem da trajetória;
b) o espaço (posição) para t = 20 s;
c) o instante em que o espaço (posição) é x = 48 m.
a) Na origem: x = 0 0 = 20 – 4 . t 4 . t = 20 t = 5 s
b) x = 20 – 4(20) = 20 – 80 = –60 m 13. (Uespi—PI) Um passageiro perdeu um ônibus que saiu da
c) 48 = 20 – 4 . t 4 . t = –28 t = –7 s rodoviária há 5 minutos e pega um táxi para alcançá-lo. O ônibus
Orientação ao professor — Comentar que o tempo negativo pode indicar que o desenvolve uma velocidade de 60 km/h, e o táxi, de 90 km/h. O
móvel passou pela posição x = 48 m sete segundos antes da origem dos tempos. intervalo de tempo necessário ao táxi para alcançar o ônibus é,
Pode-se também interpretar o resultado como informação de que o corpo não ocupará em minutos:
essa posição. Em 5 minutos, o ônibus percor re a distância de
a) 25 60 . (1/12) = 5 km; logo, as equações horárias são:
b) 20 x0 = 5 + 60 . t e xt = 90 . t
c) 15 No encontro: x0 = xt
d) 10 5 + 60 . t = 90 . t 30 . t = 5
e) 5 t = 5/30 = 1/6 h = 10 min
Movimento uniforme
Cinemática I
indivíduo corre ao lado de um trecho retilíneo de uma estrada tempo. Podemos afirmar que:
de ferro, quando é alcançado por um trem cuja velocida-
de é 36 km/h. Se o trem demora 1 minuto para ultrapassar o x (m)
x0 = 20 m x = x0 + v . t
indivíduo, seu comprimento, em metros, é: 20 ∆x −20
Velocidade do indivíduo vm = = = − 5 km / h
a) 450 Λt 4
b) 300 ∆x 300 x = 20 – 5t
vm = = = 2, 5 m / s
c) 150 Λt 2 . 60
d) 600 Velocidade do trem
e) 2160 v = 36 km/h = 10 m/s → x = v . t 0
x = (10 – 2,5) . 1 . 60 ∴ x = 450 m 4 6 t (s)
Teste 19 18. O menino sai de casa, caminha ao longo da 20. (PUC—RS) Dois trens, A e B, de 200 m e 250 m de com-
Primeiramente, cal- rua até a confeitaria, onde toma um refrigerante. Em seguida, primento, respectivamente, correm em linhas paralelas com
cula-se a velocidade de
retorna à sua residência. No gráfico desse exercício, t representa velocidades de 18 km/h e 27 km/h, em sentidos opostos. O
cada um dos móveis,
pois se conhecem os o tempo decorrido desde o instante em que ele saiu de casa, e d, tempo que decorre do instante em que começam a se cruzar
respectivos desloca- a distância do menino à sua residência em cada instante. até o instante em que termina o cruzamento é:
mentos em 2 s. d (m) a) 10 s
A velocidade relativa entre os dois trens é 45 km/h e a
vA = 4/2 = 2 m/s 200 b) 25 s distância total a ser percorrida corresponde à soma dos
c) 36 s comprimentos: ∆x = 450 m ou 0,45 km. Portanto: t =
vB = 2/2 = 1 m/s d) 40 s = 0,45/45 = 0,01 h = 0,6 min = 36 s
Equações horárias:
e) 50 s
xA = 0 + 2 . t e
xB = 6 + 1 . t 0
No encontro: xA = xB 100 340 540 t (s) 200 m
18 km/h 18 km/h
2.t=6+1.t A respeito da situação, dê a soma das alternativas corretas. A A
t=6s
01) A velocidade de ida do menino à confeitaria é 3,6 km/h. Início Fim
Posição do encontro: 250 m
xA = 2 . (6) = 12 m
02) O menino gastou 4 minutos na confeitaria. 27 km/h 27 km/h
04) A distância da casa do menino até a confeitaria é 100 m. B B
Logo, o espaço percor-
rido por A é de 12 m, 08) O módulo da velocidade com que o menino voltou para
450 m
e por B, de 6 m até o casa foi 1 m/s.
encontro. 16) Após 30 s do instante de saída de sua casa, o menino
encontrava-se a 60 m de distância dela. 21. Duas velas, uma de 15,5 cm e outra de 20 cm de altura, têm
32) O deslocamento total do menino após 540 s foi 400 m. espessuras diferentes e queimam com velocidade constante de
22 Física 1M1 64) A distância em que ele se encontrava de sua casa após 2 cm/h e 4 cm/h, respectivamente. Em que instante elas terão
22/48 50 s era a mesma que após 7 min 20 s de movimento. o mesmo tamanho, se foram acesas simultaneamente às 19h?
90 (02+08+16+64)
19. O gráfico a seguir representa o movimento de dois corpos, A e B, Equações horárias:
em relação à origem de uma trajetória. Determine os espaços xA = 15,5 – 2 . t e
A B xB = 20 – 4 . t
percorridos pelos dois corpos até o ponto de encontro.
Para o mesmo tamanho: xA = xB
15,5 – 2 . t = 20 – 4 . t
x (m) A –2 . t = –4,5
B t = 2,25 h = 2h15min
Logo, se foram acesas às 19h, terão o
mesmo tamanho às 21h15min.
8
6
4
0 2 t (s)
MENU PRINCIPAL
Movimento
Cinemática I
uniformemente
variado
c) de 7 s a 9 s.
b) de 3 s a 7 s. Movimento progressivo e retardado v > 0 e a < 0
a = (12 – 0)/(7 – 3) = 12/4 = 3 m/s2
c) de 7 s a 9 s.
a = (7 – 12)/( 9 – 7) = –5/2 = –2,5 m/s2
0s 1s 2s 3s 4s
Repare que, a cada segundo que passa, a velocidade do carro aumenta 5 km/h. Logo, esse carro desloca-se
km / h
com aceleração constante de 5 . O movimento descrito acima é um movimento uniformemente variado (MUV),
s
pois a velocidade varia na mesma quantidade em tempos iguais.
No movimento uniformemente variado a aceleração é constante e não-nula.
Se a trajetória for retilínea, tem-se movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV).
Equação da velocidade
Um corpo se desloca com velocidade de 5 m/s e
sofre aceleração constante de 3 m/s2. Significa que a
velocidade varia 3 m/s a cada segundo. Pode-se, então, 1. Um carro move-se com velocidade variando
prever o valor da velocidade para qualquer instante. de acordo com a equação v = 10 + 4 . t (SI).
Determine:
Para: t = 0 s v = 5 m/s
a) a velocidade inicial;
t = 1 s v = 5 + 3 . 1 = 8 m/s
b) a aceleração;
t = 2 s v = 5 + 3 . 2 = 11 m/s
Para resolver os itens a e b, basta comparar a equação dada com a da veloci-
t = 3 s v = 5 + 3 . 3 = 14 m/s dade.
v = v0 + a . t
Calcula-se a velocidade de um corpo em movimento v = 10 + 4 . t
26 Física 1M1
Logo: v0 = 10 m/s e a = 4 m/s2
26/48 uniformemente variado (MUV) utilizando a equação da
velocidade.
c) a velocidade no instante 5 s;
No exemplo anterior, a velocidade pode ser calculada
Utiliza-se a equação da velocidade e substitui-se t por 5 s.
pela relação: v = 10 + 4 . t
v = v0 + a . t v — velocidade no instante t v = 10 + 4 . (5)
v = 30 m/s
v0 — velocidade inicial (t = 0)
a — aceleração d) se o movimento é acelerado ou retardado.
t — tempo O movimento é acelerado, pois o módulo da velocidade aumenta ao longo do
v (m/s) 0 t t
24
Observe que a função que relaciona a velocidade com
20
o tempo em MUV é função do primeiro grau.
16
12
8 ACELERAÇÃO
Como no MUV a aceleração permanece constante,
0 1 2 3 4 t (s) seu gráfico é uma reta paralela ao eixo dos tempos.
a a
O gráfico (v X t) em MUV é uma reta inclinada em
relação ao eixo do tempo. a
t t
v
4
a.t
A2 1
v
v0 0 1 2 3 t (s)
A1 v0
5 t (s)
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d) o deslocamento após 5 s; e) a equação horária, supondo que o móvel tenha
1. Um automóvel parte do repouso com aceleração constante e igual a 3 m/s 2. Calcule seu desloca-
mento após 8 s.
a . t2 3 . ( 8 )2
∆x = vo . t + → ∆x = → ∆x = 96 m
2 2
2. (UFV—MG) Um automóvel, partindo do repouso, desloca-se com aceleração constante de 2,0 m/s 2, numa traje-
tória retilínea.
a) Esboce os gráficos da aceleração (a), da velocidade (v) e da posição (x) do automóvel, em função do tempo (t).
b) Determine o deslocamento do automóvel nos primeiros 2 s após a partida.
c) Determine a velocidade do automóvel 2 s após a partida.
a) a (m/s2) v (m/s) x (m)
a . t2 2 . 22
b) x= x= =4m
2 2 2
c) v = v0 + a . t v = 0 + 2 . 2 = 4 m/s
3. Um móvel desloca-se sobre uma reta segundo a função horária x = –15 – 2t + t 2 (no SI). Determine:
a) o tipo de movimento (MU ou MUV);
b) a posição inicial;
c) a velocidade inicial;
d) a aceleração;
e) a função v = f(t);
f) o instante em que o móvel passa pela origem das posições.
a) A equação horária x = –15 – 2t + t2 é do 2º grau, portanto, o movimento f) A origem das posições corresponde a x = 0.
é uniformemente variado. x = –15 – 2t + t2
b, c, d) Basta comparar a função dada com a equação horária. 0 = –15 – 2t + t2
Física 1M1 29
a . t2 Resolvendo a equação, temos: 29/48
x = x0 + v0t + → x = –15 – 2t + t2
2 −b ± b 2 − 4 ac 2 ± 4 + 60 2 ± 64 2±8
a t= = = = ∴
x0 = –15 m; v0 = –2 m/s e = 1 → a = 2 m/s2 2a 2 2 2
2
e) Substituindo os valores encontrados na equação da velocidade, temos: t1 = 5 s e t2 = –3 s
v = v0 + at A solução negativa não satisfaz o problema. Então:
v = –2 + 2t t=5s
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Equação de Torricelli
30 Física 1M1
30/48
c) de 6 a 8 s.
5. O móvel parte do repouso deslocando-se com aceleração a = 0 m/s2 (velocidade constante)
constante de 4 m/s 2. Movimento progressivo (v > 0) e uniforme (a = 0)
a) Qual é a velocidade desse corpo após 5 s?
v = 0 + 4 . (5) = 20 m/s d) de 8 a 12 s.
a = (0 – 30)/(12 –8) = –7,5 m/s2
b) Qual é seu deslocamento durante os 5 s? Movimento progressivo (v > 0) e retardado (a < 0)
4 . ( 5 )2
∆x = = 50 m e) de 12 a 15 s.
2
c) Qual é a velocidade média durante 5 s? a = (–20 – 0)/(15 – 12) = –6,67 m/s2
vm = ∆x/∆t = 50/5 = 10 m/s Movimento retrógrado (v < 0) e acelerado (a < 0)
d) No movimento uniformemente variado, a velocidade 7. Para cada intervalo do exercício 6, calcule o deslocamento do
média é igual à média aritmética das velocidades inicial corpo. Qual é o deslocamento durante os 15 s de movimento?
e final? Explique. Calcula-se o deslocamento pela área da figura formada pelo gráfico ou pela fórmula
Sim. anteriormente deduzida.
a . t2 a.t De 0 a 3 s: A = b . h/2 = (3) . (–30)/2 = –45 m
v0 . t + v 0 + .t
2 = 2 a.t (∆x < 0, movimento retrógrado)
vm= ∆x/t = = v 0 + De 3 a 6 s: A = b . h/2 = (3) . (30)/2 = 45 m
t t 2
(∆x > 0, movimento progressivo)
Como a . t = v – v0 (equação da velocidade): De 6 a 8 s: A = b . h = (2) . (30) = 60 m
v + v0 (∆x > 0, movimento progressivo)
vm = (2 . v0 + v – v0)/2 vm =
2 De 8 a 12 s: A = b . h/2 = (4) . (30)/2 = 60 m
(∆x > 0, movimento progressivo)
e) Calcule a velocidade média entre os instantes 2 s e 7 s. De 12 a 15 s: A = b . h/2 = (3) . (–20)/2 = –30 m
28 + 8 (∆x < 0, movimento retrógrado)
v2 = 0 + 4 . (2) = 8 m/s = v0 vm = vm = 18 m/s De 0 a 15 s: ∆x = –45 + 45 + 60 + 60 – 30 = 90 m
2
v7 = 0 + 4 . (7) = 28 m/s = v
a . t2
∆x = = 2 . (20)2/2 = 400 m; logo, 100 m (frenagem)
2
32 Física 1M1
v = a . t = 2 . (20) = 40 m/s = v0 (frenagem)
32/48 v2 = v02 + 2 . a . ∆x 02 = 402 + 2 . (a) . 100 a = –8 m/s2
14. Um ponto material parte do repouso em movimento uniforme-
mente variado e, após percorrer 12 m, move-se com velocidade
de 6 m/s. Determine a aceleração do ponto material, em m/s 2,
durante o deslocamento.
v0 = 0 v2 = vo2 + 2 . a . ∆x 19. (OBF) A equação horária de um móvel que se desloca numa
trajetória retilínea é: s = 20 + 2 . t – 0,5 . t 2 (SI). A equação da
v = 6 m/s 62 = 02 + 2 . (a) . (12)
velocidade desse móvel é:
∆x = 12 m a = 1,5 m/s2 a) v = 2 – t a . t2
s = s0 + v0 . t + s0 = 20 m
b) v = 2 – 0,5 . t 2
a
c) v = 20 – 0,5 . t v 0 = 2 m/s = –0,5 a = –1 m/s2
2
d) v = 20 + 2 . t
e) v = 20 – t s = 20 + 2 . t – 0,5 . t2
v = v0 + a . t v=2–t
MENU PRINCIPAL
20. (UEL—PR) Um ponto material está em movimento, obede- 21. (Enem) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico
Velocidade (m/s)
no instante: 10
a) 13 m e –2 s 8
a . t2
b) 8 m e –1 s x = x0 + v0 . t + 6
2
c) 5 m e 2 s a 4
x0 = 5 m v0 = –2 m/s =1
2 2
d) 5 m e 0 s
e) 4 m e 1 s a = 2 m/s2 x = 5 – 2 . t + t2 0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
v = v0 + a . t Tempo (s)
Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade
v = –2 + 2 . t
O móvel tem seu sentido invertido quando v = 0
do corredor é aproximadamente constante?
0 = –2 + 2 . t t = 1 s a) Entre 0 e 1 segundo.
Sua posição será: x = 5 – 2 . (1) + (1)2 = 4 m b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 12 e 15 segundos.
22. (PUC—PR) O gráfico representa um corpo em 04) O movimento do ratinho foi sempre retilíneo e uniforme,
movimento retilíneo. Nessas condições, é correto afirmar: tanto na ida como na volta.
08) O gato encontrava-se a 5,0 metros do ratinho quando
v (m/s)
começou a persegui-lo.
10 16) O ratinho parou duas vezes no seu trajeto de ida e volta
até a toca.
2 6 8
32) O ratinho chega 1,0 segundo antes do gato que, por-
0 t (s)
tanto, não consegue alcançá-lo.
a) No intervalo de tempo entre 0 e 2 s, o movimento é 64) O gato percorre uma distância maior que a do ratinho,
uniforme. em menor tempo, por isso alcança-o antes que ele
b) Nos 6 primeiros segundos, o deslocamento foi 50 m. possa chegar à toca.
c) A aceleração entre 2 s e 6 s é 2,5 m/s 2. 56 (08+16+32)
d) A aceleração entre 6 s e 8 s é nula. 24. (Cefet—PR) Um corpo móvel em movimento retilíneo, que
e) O deslocamento entre 0 e 8 s é 80 m. parte da posição x = 5 m no instante t = 0 s, tem sua velocidade v
∆x = área = b . h/2 + b . h = dada pelo diagrama que segue.
= 2 . (10)/2 + 4 . (10) = 50 m v (m/s)
20
8
t (s)
0 3
23. (UFSC) Um ratinho afasta-se de sua toca em busca de alimento, As afirmações que seguem estão baseadas no diagrama.
percorrendo uma trajetória retilínea. No instante t = 11 s, um gato pula I. A função horária x = f(t) desse movimento é dada por
sobre o caminho do ratinho e ambos disparam a correr: o ratinho re- x = 5 + 20t – 2t 2.
tornando sobre a mesma trajetória em busca da segurança da toca e II. O móvel muda o sentido de seu movimento no instante
o gato atrás do ratinho. O gráfico da figura representa as posições do t = 5 s.
ratinho e do gato, em função do tempo, considerando que no instante III. A velocidade do móvel no instante t = 8 s é igual a
t = 0 o ratinho partiu da posição d = 0, isto é, da sua toca. –12 m/s.
Movimentos
verticais
Cinemática I
34 Física 1M1
34/48
Na Lua não há atmos-
fera, ou seja, não há
resistência do ar.
Na Lua a aceleração
da gravidade é seis
vezes menor do que
na Terra, por isso os
objetos caem com
menor velocidade. Discuta com os colegas e o professor:
Orientação ao pro-
fessor — O projeto
Por que o martelo e a pena chegam juntos no solo da Lua e na
Tempo de reação Terra não?
humana per tence a Os objetos soltos na Lua levam o mesmo tempo que os soltos na
esta unidade.
Terra para chegar ao solo? Justifique sua resposta.
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Galileu desbanca Aristóteles
Cinemática I
Movimentos verticais
Velocidade Tempo
em m/s em s
A queda dos corpos é um dos primeiros fenômenos
físicos que o homem procurou compreender. 0
0
Em geral, quando se pergunta a uma pessoa sobre
o tempo de queda de dois objetos soltos da mesma al-
tura, ela responde que o mais pesado cai mais rápido. É
uma concepção espontânea, na qual também se baseia
10
a física de Aristóteles (384—322 a.C.). Mas Galileu Galilei 1
Pena
(1564—1642) provou ser incorreta essa idéia, por meio de
célebre experiência, no início do século XVII. Conta-se que
pediu a dois assistentes que subissem ao topo da Torre
de Pisa e de lá abandonassem, cada um, um corpo de
Pedra Pedra
massa diferente do outro. Para surpresa dos presentes,
os dois corpos chegaram ao solo no mesmo instante. Pena
Concluiu-se que, ao contrá-
rio do que a maioria das pessoas Ar Vácuo
pensa, a massa de um corpo não Verifique isso soltando
influi no tempo de sua queda. uma folha de papel ao mes- 20
2
Quer dizer então que pena e mo tempo que uma borracha.
pedra, soltas ao mesmo tempo e A resistência do ar fará com
da mesma altura, chegam juntas que a folha de papel chegue
ao chão? depois da borracha.
O experimento mostra que Depois, amasse bem
a pena chega ao chão depois a folha de papel e solte-a
da pedra. Isso ocorre porque a mais uma vez junto com a
pena sofre maior resistência do borracha. Elas chegarão
ar. Porém, se o experimento for praticamente juntas ao
repetido numa câmara de vidro chão, pois nessa situação
bem fechada e do seu interior for retirado todo o ar (vá- a resistência do ar tem
cuo), a pena e a pedra chegarão juntas ao chão. pouca influência.
Aceleração da gravidade 3
Após demonstrar que a massa dos corpos não influencia no tempo de queda,
Galileu começou a fazer experiências para descrever a maneira como os corpos caem.
Verificou que caem com aceleração constante.
30
A queda dos corpos é um movimento uniformemente variado.
Esta é a aceleração da gravidade, representada por g. Na superfície terrestre,
seu valor é aproximadamente igual a 9,81 m/s 2. Para facilitar os cálculos, arredonda- A cada segundo, a ve-
se o valor para 10 m/s 2. Isso significa que os corpos em queda livre, na Terra, têm a locidade do pára-quedista
velocidade aumentada em 10 m/s a cada segundo. aumenta 10 m/s.
Física 1M1 35
Equações dos movimentos verticais 35/48
Os movimentos verticais são uniformemente variados Na aplicação dessas equações, adota-se o ponto
e sua aceleração é a da gravidade. Dessa forma, têm as de lançamento como referencial, de modo que a po-
mesmas equações do MUV, substituindo-se somente a sição inicial do movimento y 0 seja igual a zero. Se
aceleração (a) pela aceleração da gravidade (g) e repre- y0 = 0 e ∆y = y – y0, tem-se ∆y = y. Para tais casos, as
sentando-se o deslocamento por y, por ser na vertical. equações que envolvem deslocamento são:
g . t2
v = v0 + a . t → v = v0 + g . t y = v0 . t + e v2 = v 02 + 2 . g . y
2
a . t2 g . t2
∆x = v0 . t + → ∆y = v0 . t +
2 2
v2 = v02 + 2 . a . ∆x → v2 = v02 + 2 . g . ∆y
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QUEDA LIVRE
Cinemática I
Movimentos verticais
Um corpo está em queda
livre quando é abandonado de Uma pedra é abandonada do alto de um prédio
uma altura, com velocidade ini- de 45 m de altura. Desprezando a resistência
cial igual a zero (v 0 = 0). do ar e considerando g = 10 m/s 2, determine:
Sendo nula a velocidade a) o tempo de queda;
inicial, as equações dos mo- v0 = 0 (a pedra foi abandonada)
vimentos verticais podem ser Considerando y 0 = 0 e orientação positiva para
simplificadas para queda livre: baixo:
g . t2 y = 45 m e g = 10 m/s 2
v=g.t y=
2 g . t2
y=
v2 = 2 . g . y 2
10 . t 2
45 =
2
t2 = 9
Na queda livre se adota o sentido para baixo
como positivo, pois todas as grandezas — des- t=3s
locamento, velocidade e aceleração — têm orientação b) a velocidade com que a pedra chega ao solo.
nesse sentido. v=g.t v = 10 . (3) v = 30 m/s
1. Para medir a altura do prédio, o estudante resolveu aplicar seus conhecimentos de física. Foi até o
topo do edifício e soltou uma pequena esfera. Mediu 4 s o tempo que a esfera levou para chegar ao solo. Conside-
rando-se desprezível a resistência do ar e adotando g =10 m/s 2, qual é a altura do prédio?
g . t2 10 . ( 4 )2
y= y= y = 80 m
2 2
2. Um corpo é abandonado de certa altura. Determine a distância por ele percorrida durante o sexto segundo de
queda. Despreze a resistência do ar e considere g = 10 m/s 2. 2 g . t2 10 . ( 6 )
O sexto segundo é o tempo entre os instantes 5s e 6s. Para t = 6, a distância percorrida é: y = = = 180 m
2 2
g . t2 10 . ( 5 )2 Distância percorrida durante o sexto segundo de movimento: 180 – 125 = 55 m
Para t = 5, a distância percorrida é: y = = = 125 m
2 2
Cinemática I
Movimentos verticais
g . t2
Descoberto o tempo, calcula-se a altura máxima: y = v0 . t +
4 segundos, significa que o objeto levou 2 s para subir 2
y = 50 . (5) –10 . (5)2/2 → y = 125 m
e 2 s para descer. Calcula-se, então, a velocidade de
2) Utilizar a equação de Torricelli, não sendo necessário o cálculo do tempo:
lançamento. v2 = v02 + 2 . g . y
v = v0 + g . t 0 = v0 –10(2) → v0 = 20 m/s 02 = 502 + 2 . (–10) . y → y = 125 m
g . t2
Calculando a altura: y = v 0 . t + →
2
2
→ y = 20 . (2) – 10 . (2) /2 → ymax = 20 m
Para calcular a altura máxima, procede-se de duas maneiras. c) a velocidade com que o corpo chega ao solo.
a. 1) Calcula-se inicialmente o tempo que o corpo leva para atingir v = v0 + g . t
a altura máxima, sabendo que a velocidade no ponto mais O corpo retorna ao solo após 10 s.
alto é nula: Logo: v = 50 –10 . (10) → v = –50 m/s
v = v0 + g . t A velocidade com que o corpo chega ao solo é a mesma do lançamento,
Considerando v = 0: 0 = 50 – 10 . t porém com sinal contrário.
t=5s
4. Quando um corpo está em queda livre, o que acontece com Física 1M1 37
2. Para melhor compreensão do o valor de sua velocidade em cada segundo? 37/48
aluno, o professor pegou a mesma
A velocidade aumenta sempre no mesmo valor (aceleração constante). Conside-
folha de papel e o mesmo livro e
os abandonou da mesma altura. rando o corpo caindo próximo da superfície terrestre, sua velocidade aumenta
Dessa vez, porém, pôs o papel
sobre o livro, como na figura: aproximadamente 10 m/s a cada segundo.
Para surpresa do aluno, o
livro e a folha chegaram simul-
taneamente ao chão. Qual é a
explicação para o fato? E se o corpo for lançado verticalmente para cima?
O livro atenua a resistência do ar sobre a folha, impedindo que este influencie no Durante a subida, adquire movimento retardado. Após atingir a altura máxima, ele
Cinemática I
Movimentos verticais
ao cair? Justifique. de altura em relação à calçada, deixa cair um livro de física para
Sim. Como a aceleração da gravidade permanece constante, a velocidade com que a
seu colega de turma. Considerando g = 10 m/s2 e desprezando
a resistência do ar, podemos afirmar que o livro chegará às mãos
bala retorna ao ponto de partida é igual, em módulo, à velocidade de lançamento. do seu colega com velocidade, em m/s, no valor de:
a) 5,0 v2 = v02 + 2 . g . y
b) 12 v2 = 02 + 2 . (10) . (20)
c) 20 v2 = 400
6. Um corpo é lançado do solo, verticalmente para cima, com d) 25 v = 20 m/s
velocidade de 30 m/s. Considerando g = 10 m/s2 e desprezando e) 27
a resistência do ar, construa os gráficos da velocidade (v), da
posição (y) e da aceleração (g) em função do tempo. 12. (UEL—PR) Um corpo em queda livre sujeita-se à aceleração
Observação — Adote o sentido positivo para cima e o solo gravitacional g = 10 m/s2. Ele passa por um ponto (A) com velo-
como origem. cidade 10 m/s e por outro ponto (B) com velocidade de 50 m/s. A
distância entre os pontos A e B é:
v (m/s) y (m) g (m/s2) a) 100 m
v0A = 10 m/s v2 = v02 +2 . g . y
45 b) 120 m vB = 50 m/s 502 = 102 + 2 . 10 . y
30 c) 140 m y = 120 m
d) 160 m
6 t (s) e) 240 m
3 6 t (s)
–30 3 6 t (s) –10
13. Uma pedra é jogada verticalmente para cima. No ponto
de máxima altitude da trajetória, onde a velocidade é zero, sua
7. Conta a lenda que Galileu, para convencer seus contempo-
aceleração:
râneos de sua teoria sobre corpos em queda livre, teria atirado
a) é zero.
da Torre de Pisa bolas de canhão construídas com materiais de
b) aponta para cima.
diferentes naturezas. Os resultados que Galileu obteve estão
c) aponta para baixo.
sintetizados na afirmação de que no vácuo:
d) inverte o sentido, passando a apontar para baixo.
a) a aceleração de um corpo em queda livre é proporcional
e) inverte o sentido, passando a apontar para cima.
à sua massa.
b) corpos em queda livre caem sempre com a mesma
14. (PUC—RS) De um local da superfície da Terra um objeto
aceleração.
é lançado verticalmente para cima. Considerando as seguintes
c) a velocidade de um corpo em queda livre é proporcional
grandezas físicas envolvidas nesse experimento:
à sua massa.
1. velocidade inicial de lançamento,
d) a velocidade de corpos em queda livre é sempre uma
2. aceleração gravitacional,
constante.
3. resistência do ar,
e) Há mais de uma resposta correta.
pode-se afirmar que a altura máxima atingida pelo objeto de-
pende:
8. Uma pedra é abandonada do alto de um prédio de 80 m
a) somente de 1.
de altura. Desprezando a resistência do ar e considerando a
b) somente de 2.
aceleração da gravidade g = 10 m/s 2, obtenha:
c) somente de 3.
a) o tempo de queda da pedra;
d) somente de 1 e 2.
b) a velocidade com que toca o solo;
e) de 1, 2 e 3.
c) os gráficos da velocidade e do deslocamento do mo-
vimento da pedra em função do tempo.
v0 = 0 y = h = 80 m
15. Um objeto é lançado verticalmente para cima com veloci-
dade de 40 m/s. Considerando g = 10 m/s 2 e desprezando a
g . t2 v y (m)
a) y= c) resistência do ar, determine:
2 40 80
10 . t 2
a) a altura máxima atingida pela pedra;
80 = v2 = v02 + 2 . g . y → 02 = 402 + 2 . (–10) . y → y = 80 m
2
t=4s
b) v = v0 + g . t 4 t 0 4 t (s) b) o tempo de permanência no ar;
v = 0 + 10 . 4 v = v0 + g . t → 0 = 40 –10 . t → t = 4 s (tempo de subida)
v = 40 m/s t = 8 s (permanência no ar)
38 Física 1M1 9. O gato consegue sair ileso de muitas quedas. Suponha que
38/48 a maior velocidade com a qual ele possa atingir o solo sem se c) a velocidade com que a pedra retorna ao ponto de
machucar seja 8 m/s. Então, desprezando a resistência do ar, lançamento;
qual a altura máxima de queda para que o animal nada sofra? v = v0 + g . t v = 40 – 10 . (8) v = –40 m/s
(g =10 m/s2)
v2 = v02 + 2 . g . y → 82 = 02 + 2 . (10) . y → ymax = 3,2 m d) os gráficos da velocidade, da posição e da aceleração
em função do tempo.
Cinemática I
Movimentos verticais
16. (PUC—RS) É possível observar, durante o 19. Um astronauta localizado na Lua
desenrolar de partidas de vôlei, que alguns atletas conseguem lançou um objeto verticalmente para
uma impulsão que lhes permite atingir 1,25 m acima do solo. cima com velocidade inicial de 4 m/s e
Sendo a aceleração da gravidade igual a 10 m/s 2, a velocidade observou que o objeto retornou à sua
inicial do centro de massa do atleta, em m/s, é: mão após 5 segundos.
a) 7,5 Sobre esse experimento, responda:
b) 5,0 v2 = v02 + 2 . g . y a) Qual o módulo da aceleração
02 = v02 + 2 . (–10) . (1,25)
c) 4,5 gravitacional na superfície da
v02 = 25
d) 3,0 v0 = 5 m/s Lua?
e) 1,5 Se o objeto voltou à mão do astronauta
após 5 s, o tempo gasto para o corpo
atingir a altura máxima foi 2,5 s.
v = v0 + g . t 0 = 4 + g . (2,5)
17. Determine com que velocidade devemos lançar um móvel g = –4/2,5 → g = –1,6 m/s2
2
g = 1,6 m/s (módulo)
verticalmente para cima para que atinja a altura de 500 metros
em 20 segundos. Adote g = 10 m/s 2.
g . t2
y = v0 . t + 500 = v0 . (20) – 10 . (20)2/2
2 b) Qual é a altura máxima que o objeto alcançou?
20 . v0 = 2 500 v0 = 125 m/s v2 = v02 + 2 . g . y → 0 = 42 + 2 . (–1,6) . y → y = 5 m
Física 1M1 39
39/48
21. (Unicamp—SP) Uma atração que está se tor- a) É o mesmo valor da aceleração da gravidade: 10 m/s2
nando muito popular nos parques de diversão consiste em uma b) Distância percorrida pela plataforma até o instante do freio: 45 m (75 – 30)
plataforma que despenca, a partir do repouso, em queda livre Aplicando Torricelli: v2 = v02 + 2 . g . y →
de uma altura de 75 m. Quando a plataforma se encontra 30 m → v2 = 02 + 2 . (10) . (45) → v2 = 900
v = 30 m/s
acima do solo, ela passa a ser freada por uma força constante
c) v2 = v02 + 2 . a . ∆x
e atinge o repouso quando chega ao solo. (g = 10 m/s 2) 02 = 302 + 2 . a . (30) a = –15 m/s2
a) Qual é o valor absoluto da aceleração da plataforma
durante a queda livre?
b) Qual é a velocidade da plataforma quando o freio é
acionado?
c) Qual é o valor da aceleração necessária para imobilizar
a plataforma?
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22. Do helicóptero que desce verticalmente é abandonada uma 24. Em certo planeta, um móvel lançado verticalmente para
Cinemática I
Movimentos verticais
pedra quando ele se encontra a 100 m do solo. Sabendo-se cima tem as posições em relação ao solo e em função do tempo
que esta leva 4 s para atingir o solo e supondo g = 10 m/s 2, a representadas pelo gráfico da figura. Determine:
velocidade de descida do helicóptero no momento em que a y (m)
pedra é abandonada tem valor:
a) 25 m/s Sentido positivo para baixo. 12
b) 20 m/s g . t2
c) 15 m/s y = 100 m y = vo . t +
2
d) 10 m/s 100 = vo . (4) + 10 . (4)2/2
e) 5 m/s vo = 5 m/s
0 4 8 t (s)
a) a aceleração da gravidade na superfície do planeta;
b) a velocidade inicial com que o corpo foi lançado.
23. O elevador sobe e, no instante em que se encontra a
30 metros do solo, sua velocidade escalar é 5 m/s. Nesse mesmo a) Do instante 4 ao final, o corpo está em queda livre: y = 12 m e t = 4 s
instante, rompe-se o cabo de sustentação e o elevador fica livre g . t2
y= 12 = g . (4)2/2 g = 1,5 m/s2
de qualquer resistência. Adotando g = 10 m/s 2, o tempo que 2
ele gasta para atingir o solo, em segundos, é: b) v = vo + g . t 0 = vo – 1,5 . (4) vo = 6,0 m/s
a) 5 s
b) 3 s Sentido positivo para cima
g . t2
c) 10 s y = –30 m → y = vo . t + →
2
d) 2 s → –30 = 5 . t – 10 . t2 / 2 → 5 . t2 – 5 . t –30 = 0
e) 6 s 2
t – t – 6 = 0 Resolvendo a equação do 2º grau, tem-se:
t1 = 3 e t2 = –2. Eliminando o tempo negativo: t = 3 s
Galileu
Galileu foi, precocemente, o mais brilhante cientista do século XVI. Nasceu em Pisa, em 15 de fevereiro
de 1564. Atraído pela física, depois de ler os trabalhos de Arquimedes e Euclides, com 26 anos foi convidado pela
Universidade de Pisa para lecionar matemática.
Considerado o primeiro grande físico da Idade Moderna, fez descobertas assombrosas, quer no domínio da
física, quer da astronomia, revolucionando a ciência da época.
Na física introduziu o método experimental, o uso freqüente de experiências conceptuais (que se podem apenas
imaginar, tecnicamente não se realizam) e o raciocínio científico, valorizando a técnica e a experimentação.
Em vez de apenas procurar o porquê das coisas, interessou-se também por como sucedem os fenômenos,
descrevendo-os do ponto de vista quantitativo, procurando e descobrindo as relações entre eles. Contribuiu assim
para a revolução científica, libertando a ciência do autoritarismo do magister dixit (Disse o mestre, referindo-se a
40 Física 1M1 Aristóteles) e das insuficiências da cosmologia de Aristóteles, refutando suas teorias, ardentemente defendidas
40/48 pela Igreja Católica.
Estabeleceu a lei do isocronismo das pequenas oscilações de um pêndulo (que utilizou para a regularização dos
relógios), o princípio da inércia e o da composição dos movimentos. Inventou o termômetro e a balança hidrostática
e, em 1609, construiu a primeira luneta astronômica, abrindo novos horizontes na abóbada celeste.
Suas observações astronômicas levaram-no a adotar o sistema proposto por Copérnico — o centro do mundo
planetário era o Sol e não a Terra. Epur si muove! (E, contudo, ela se move!, referindo-se ao movimento da Terra
sobre si mesma).
Em 1632, reuniu num livro as provas da verdade desse sistema; a obra, com idéias revolucionárias, foi denun-
ciada à Inquisição e Galileu teve de renunciar à tese, para escapar à fogueira.
Em 1638, publicou a obra Duas Novas Ciências, em que apresentou suas inovadoras idéias.
Galileu morreu em sua vila, Arcetri, perto de Florença, em 8 de janeiro de 1642, com 78 anos, cego em razão
das demoradas observações das manchas solares sem uso de anteparos para proteger a visão.
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Movimento
Cinemática I
parabólicoRampa curva
Fim da rampa
A ciência da bola de
canhão
Há muito tempo percebeu-se que
as armas de guerra seriam mais úteis,
se a trajetória de uma flecha ou bola
de canhão pudesse ser calculada
com precisão.
Existiram algumas teorias sobre
o movimento de projéteis — objetos
que são lançados no ar e viajam
para cima e para frente antes de
cair, como lanças, flechas ou bolas
de canhão.
Aristóteles Galileu
Segundo o grego Aristóteles, a trajetória de Os percursos das ba-
qualquer projétil consistia em duas linhas retas, las de canhão, conforme a
como se observa na gravura a seguir — uma imagem, aparecem como
bala viaja em linha parábolas — a curva Física 1M1 41
reta e depois cai per- correta —, como Galileu 41/48
pendicularmente no provou. O desenho mos-
solo. O filósofo pen- tra que o alcance má-
sava que um objeto ximo é atingido quando
podia realizar ape- se eleva o canhão a 45°.
nas um movimento Ainda hoje os engenheiros fazem cálculos semelhantes
de cada vez. para acertar a elevação e a direção do fogo de artilharia.
Cada fator que possa afetar o vôo da bala é levado em
consideração: distância do alvo, vento, temperatura, pres-
são atmosférica e até mesmo a rotação da Terra.
Qual a principal vantagem da descoberta de Galileu?
Descobriu-se que o projétil pode mover-se em duas direções simultâneas.
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Composição de movimentos
Movimento parabólico
Cinemática I
Considere um avião voando, com certa velocidade, em local onde o ar esteja pa-
rado, sem ventos. Se começa a ventar, o avião é animado de dois movimentos: um
em relação ao ar, proporcionado pelos motores, e outro do ar, que também desloca o
avião. Situações como essa, em que um corpo possui, simultaneamente, duas ou mais
velocidades em relação ao observador, são freqüentes.
Estudando movimentos com velocidades diversas, Galileu propôs o princípio da
independência dos movimentos simultâneos:
Lançamento horizontal
Uma esfera rola com velo-
cidade constante sobre a mesa
horizontal. No momento em que O tempo de queda de um corpo lançado
abandona a mesa, essa esfera horizontalmente não depende do valor da
começa a cair, em virtude da velocidade inicial.
ação da gravidade. Como está Para determinar o módulo da velocidade v resultante,
animada de velocidade na dire- aplica-se o teorema de Pitágoras:
ção horizontal, passa a se deslocar em duas dimensões. v2 = vx2 + vy2
Como é a trajetória descrita pela esfera? Os vetores formam um triângulo retângulo.
A trajetória descrita por ela é um arco de parábola.
Movimento parabólico
Cinemática I
com velocidade de 20 m/s, que cai a 80 m do pé da torre.
Considerando g = 10 m/s2, calcule a altura da torre.
x = v0 . t 80 = 20 . t t=5s y=?
g . t2
y= = 10 . 52/2 = 125 m
2
80 m
2. (UFPR) Uma bola rola sobre uma mesa horizontal de 1,25 m de altura e vai cair num ponto do solo situado à
distância de 2,5 m, medida horizontalmente da beirada da mesa. Qual a velocidade da bola, em m/s, no instante em
que ela abandonou a mesa? (Considere g = 10 m/s 2.)
g . t2
y= 1,25 = 10 . t2/2 t = 0,5 s
2
x = v0 . t 2,5 = v0 . 0,5 v0 = 5 m/s
Lançamento oblíquo
Você já observou que a bola descreve no ar uma traje- Recordando a matemática:
tória em forma de parábola quando um jogador de futebol cateto oposto c
a chuta com determinado ângulo com a horizontal? sen α = =
hipotenusa a a c
cateto adjacente b
cos α = =
hipotenus a a α
cateto oposto c b
tg α = =
cateto adjacente b
Movimento parabólico
Cinemática I
sendo o sinal de g negativo, pois o lançamento é feito aplica-se o teorema de Pitágoras:
para cima. Assim, descreve-se a componente vertical do v2 = v x2 + v y2
movimento pelas equações:
g . t2
vy = v0y + gt y = v0y . t +
2
vy2 = v0y2 + 2 . g . y Quando o móvel atinge a altura máxima, a com-
ponente vertical da velocidade (v y) é nula.
— O tempo de subida é igual ao tempo de descida.
Um projétil é lançado do solo segundo um ângulo de 30° com a horizontal e com velocidade inicial de
60 m/s. Determine a altura máxima e o alcance do projétil.
3 1
vox = vo . cos θ = 60 . = 30 3 m/s voy = vo . sen θ = 60 . = 30 m/s
2 2
2 2
vy = voy + 2 . g . y 02 = (30)2 + 2 . (–10) . H H = 45 m
x = vox . t vy = voy + g . t –30 = 30 – 10 . t t=6s A = 30 3 . (6) = 180 3m
Alcance máximo
Nas provas de lançamento No estudo da trigonometria, verifica-se que
de dardos, como os atletas 2 . sen α . cos α = sen 2α.
devem proceder para obter Então:
o maior alcance possível nos v 2 . sen 2 α
A= o
lançamentos? g
Alcance (A) é a distância ho- O alcance depende da velocidade inicial (vo), do ângulo
rizontal percorrida pelo projétil de lançamento (α) e da aceleração da gravidade (g).
desde o instante de lançamento Por essa fórmula, de-
até a chegada ao solo. monstra-se também que
ângulos complementares 75°
y
apresentam alcances iguais.
v0
60°
α
45°
x
A
30°
44 Física 1M1
Quando o projétil retorna ao nível de lançamento, a com- 15°
44/48 ponente vertical de sua velocidade tem módulo igual ao da
componente do lançamento, porém com sentido contrário.
Assim: vy = –voy
Logo: vy = voy + (–g) . t 2 v oy
–voy = voy – g . t, onde t = Para determinar o alcance máximo, supõe-se que
g sen 2α é máximo. Como o maior valor possível para o
Durante esse tempo, o móvel avança horizontalmente seno de um ângulo é 1, e esse ângulo vale 90°, tem-se:
a distância x equivalente ao alcance A. Então: x = A sen 2α = 1 e 2α = 90°; logo, α = 45° e o alcance máximo
Como x = v x . t:
v o2
2 v oy 2v o . sen α vale: Am = .
A = vx . A = vo . cos α . g
g g
Observação — Essa fórmula só é válida se o ângulo
for 45°.
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Movimento parabólico
Cinemática I
Em duplas, realizem os seguintes experi- Experiência 2
mentos em casa. Tragam os resultados para a sala de Você vai precisar de mangueira de água.
aula e discutam as respostas obtidas com os colegas e Com a mangueira conectada a uma torneira aberta, man-
o professor. tenha-a inicialmente na posição horizontal, paralela ao solo.
Aumente gradativamente a inclinação da mangueira, conforme
Experiência 1
mostra a figura, e observe até onde a água consegue chegar.
Vocês vão precisar de uma régua, duas moedas e
Mantenha a vazão da mangueira constante durante o proce-
uma mesa.
dimento.
Com um dedo, mantenham a
Observação — Não
régua fixa pelo seu ponto médio
pode estar ventando no
sobre a mesa. A régua gira
momento da realização
em torno desse
da experiência.
ponto. Posicio-
nem as moedas
conforme a figura: uma
delas deve estar sobre a a) O que aconteceu com o alcance do jato de água
mesa, perto da borda, e a quando você foi inclinando a mangueira?
outra, sobre a extremidade da régua. Orientação ao professor — O aluno deverá observar que o alcance do jato
Dêem uma pancada lateral na extremidade da régua vai aumentando à medida que o ângulo de inclinação aumenta. Isso ocorre
e observem o movimento descrito pelas moedas.
apenas para ângulos menores que 45°; atingido esse valor, conforme aumentar
a) Elas chegaram ao chão no mesmo tempo?
o ângulo, o alcance diminui.
Os alunos devem observar que as duas moedas chegam juntas ao chão.
b) Conclui-se, por essa experiência, que quanto
maior o ângulo de inclinação, maior o alcance
do jato de água?
b) Repita a experiência dando uma pancada mais Não. Após 45°, quanto maior o ângulo, menor é o alcance.
forte na régua. Qual é a influência da força da
pancada no tempo de queda das moedas?
A força da pancada não interfere no tempo de queda das moedas; porém,
c) Aproximadamente, qual é o ângulo que fornece
quanto maior a intensidade da pancada, maior será o alcance da moeda que o maior alcance?
se encontra sobre a mesa. 45°
1. Uma bola sobre a superfície da mesa rola até 3. Num lançamento oblíquo, está correto dizer que a velocidade
cair com certa velocidade. do corpo na altura máxima é nula? Explique.
A alternativa que melhor representa a trajetória da bola é: Não. Na altura máxima, a componente vertical da velocidade vy é nula, porém o corpo
Física 1M1 45
45/48
b) d)
4. Numa prova de lançamento de dardo, o vencedor é aquele
que lança o dardo mais longe, obtendo o maior alcance. Supondo
que todos os arremessadores consigam a mesma velocidade de
lançamento, conclui-se que não há vencedor, pois o alcance é
2. Duas esferas idênticas, A e B, partem, ao mesmo tempo, de o mesmo para todos. Essa conclusão está correta? Justifique a
uma altura h em relação ao solo, sendo A em queda livre e B com resposta.
velocidade vo na direção horizontal. Desprezando a resistência Não. O vencedor é aquele que conseguir lançar o dardo formando ângulo mais próximo
do ar, conclui-se que a esfera A chega ao solo em primeiro lugar.
Essa afirmativa está correta? Justifique sua resposta. de 45º com a horizontal.
Não. Desprezando a resistência do ar, ambas as esferas chegarão juntas ao solo, pois na
Movimento parabólico
Cinemática I
largura. A correnteza do rio é paralela às margens e tem velo- 150 m/s, à altura de 2 000 m, quando solta uma bomba. Con-
cidade de 4,0 km/h. A velocidade do barco, em relação à água, siderando a aceleração da gravidade 10 m/s 2 e desprezando a
é 3,0 km/h perpendicularmente às margens. resistência do ar, calcule:
Nessas condições, pode-se afirmar que o barco: a) o tempo de queda da bomba;
a) atravessará o rio em 12 minutos. b) o alcance da bomba;
b) atravessará o rio em 15 minutos. c) o módulo da velocidade com que a bomba atinge o
c) atravessará o rio em 20 minutos. solo.
d) nunca atravessará o rio. v0 = 150 m/s b) A = v0 . t
h = 2 000 m A = 150 . 20
Pelo princípio da independência dos movimentos, a velocidade da correnteza não A = 3 000 m
g . t2
influencia no tempo gasto para o barco atravessar o rio. a) y=h= c) vy = gt = 10 . 20 = 200 m/s
x = 1 km v = 3 km/h t=? 2
10 . t 2 v2 = vx2 + vy2
x=v.t 1=3.t t = 1/3 h = 20 min
2 000 = v2 = 1502 + 2002
2
t = 20 s v = 250 m/s
6. Uma esfera é lançada horizontalmente com velocidade de 9. (AFA—SP) Um avião, sobrevoando em linha reta uma planície
10 m/s do alto de um edifício de 45 m de altura. Considerando com velocidade de 720 km/h e a uma altura de 2 000 metros,
a aceleração da gravidade 10 m/s e desprezando a resistência deixa cair um objeto. Desprezando-se a resistência do ar, a que
do ar, é correto afirmar: distância, em metros, do ponto diretamente abaixo do avião, no
01) A esfera atinge o solo 3 s depois do lançamento. momento da queda, o objeto atingirá o solo?
02) O alcance da esfera é 30 m. a) 200
y = 2 000 m v0 = 720 km/h = 200 m/s x = ?
04) A componente horizontal da velocidade da esfera ao b) 720
g . t2
atingir o solo vale 30 m/s. c) 2 000 y = 2 000 = 10 . t2/2 t = 20 s
2
08) A componente vertical da esfera ao atingir o solo vale d) 4 000
30 m/s. x = v0 . t x = 200 . (20) x = 4 000 m
16) A esfera atinge o solo com velocidade 40 m/s.
11 (01+02+08)
v0 = 10 m/s 02) A = v0 . t
h = 45 m A = 10 . 3 → A = 30 m
g . t2 08) vy = gt
01) y = h = vy = 10 . 3 → vy = 30 m/s 10. (UFPR) Do alto de uma torre de 45 m de altura, atira-se
2
16) v2 = vx2 + vy2 horizontalmente uma pedra que cai a 60 m do pé da torre. Con-
10 . t 2
45 = →t=3s v2 = 102 + 302 → v = 31,62 m/s siderando g = 10 m/s2, calcular a velocidade inicial da pedra,
2
em km/h.
y = 45 m x = 60 vo = ?
g . t2
y= 45 = 10 . t2/2 t=3s
2
x = vo . t 60 = vo . (3) vo = 20 m/s = 72 km/h
Movimento parabólico
Cinemática I
pequena velocidade, formando um ângulo de 45 graus com o todos os pontos.
eixo horizontal. Durante sua trajetória, desprezando-se o atrito d) o vetor velocidade é o mesmo nos pontos de lançamento
com o ar, pode-se afirmar que: e de chegada.
a) a velocidade é zero no ponto de altura máxima. e) a componente vertical da velocidade é nula no ponto de
b) a componente vertical da velocidade mantém-se cons- máxima altura.
tante em todos os pontos.
13. (UFPR—Adaptado) Uma pedra é lançada do 17. Na prova de lançamento de dardos, um atleta conseguiu
solo, descrevendo movimento parabólico. Desprezando-se a alcance de 90 m. Sabendo que, graças à sua técnica, ele lançou
resistência do ar, é correto afirmar: o dardo em condições de alcance máximo, determine com que
01) No ponto mais alto da trajetória sua velocidade é velocidade, em km/h, o dardo saiu de sua mão.
nula.
v 2
02) O alcance depende apenas do ângulo de lançamento. Para o alcance máximo: Am = 0
04) Após o lançamento, na subida, a força atuante sobre 90 = vo2/10 vo2 = 900 g
a pedra aponta para cima e, na descida, para baixo. vo = 30 m/s = 108 km/h
08) A altura máxima atingida pela pedra depende da veloci-
dade inicial, do ângulo de lançamento e da aceleração
da gravidade local. 18. A figura mostra o jogador de futebol cobrando falta. A bar-
16) O movimento é resultado da composição de um lança- reira localiza-se exatamente a meia distância entre o local da
mento vertical e um movimento uniforme. falta e o goleiro, e o chute é dado com inclinação de 45° com a
32) Quanto maior o ângulo de lançamento, maior será o horizontal.
alcance da pedra.
24 (08+16)
14. (UFMG) Um cano de irrigação, enterrado no solo, ejeta água
a uma taxa de 15 litros por minuto com velocidade de 10 m/s.
A saída do cano é apontada para cima fazendo ângulo de 30°
com o solo, como mostra a figura. Despreze a resistência do ar
e considere g = 10 m/s 2, sen 30° = 0,50 e cos 30° = 0,87.
Movimento parabólico
Cinemática I
20. (Esapp—SP) Em um jogo de futebol, um atleta 22. (FEI—SP) Um avião, em vôo horizontal a 2 000 m de altura,
bate falta, de modo que a velocidade inicial da bola forma um deve soltar uma bomba sobre um alvo móvel. A velocidade do
ângulo de 45° com o plano do chão. A bola, após o tempo de vôo avião é 432 km/h e a do alvo é 10 m/s, ambas constantes e no
de 2 s, bate na parte superior da trave, que está a 2,4 m do solo. mesmo sentido. Para o alvo ser atingido, qual deverá ser o valor
Adote g = 10 m/s² e despreze o efeito do ar. A distância horizontal da distância d, em metros, no instante do lançamento?
de onde foi batida a falta até a trave é, aproximadamente:
a) 22 m g . t2
b) 15 m y = v0y . t –
2
c) 44 m
10 . 22
d) 11 m 2,4 = v0y . 2 – 2 000 m
2
e) 30 m
v0y = 11,2 m/s = v0x (α = 45°)
x = v0x . t
x = 11,2 . 2 → x = 22,4 m
d
Primeiramente, determina-se o tempo que a bomba leva para cair por ser função da
altura e da aceleração da gravidade.
21. (Unicamp—SP) Um menino, andando de skate com velo- g . t2
cidade v = 2,5 m/s num plano horizontal, lança para cima uma y= 2 000 = 10 . t2/2 t = 20 s
2
bolinha de gude com velocidade v 0 = 4,0 m/s e a apanha de
Para calcular a distância d, define-se a velocidade do avião em relação ao tanque.
volta (g = 10 m/s²).
(vat) . va = 432 km/h = 120 m/s vt = 10 m/s
a) Esboce a trajetória descrita pela bolinha em relação à vat = va – vt = 110 m/s
terra. x = vo . t d = 110 . 20 d = 2 200 m
b) Qual é a altura máxima que a bolinha atinge?
c) Que distância horizontal a bolinha percorre? 23. (UFPA) A figura representa um projétil que é lançado do
ponto A segundo um ângulo de 30° com a horizontal, com ve-
a) locidade v0 = 100 m/s, atingindo o ponto D. Dados: AB = 40 m, BC
v0y = 4,0 m/s vx = 55 m, sen 30° = 0,50, cos 30° = 0,86 e g = 10 m/s 2.
v →
v0
vy
v0x = 2,5 m/s A 30° B