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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Este artigo terá como métodos a visita e descrição do espaço de ensino e também o levantamento
de referenciais teóricos em livros, artigos, teses e manuais sobre o assunto. Posteriormente será
verificada a aplicabilidade dos referenciais levantados com a realidade encontrada, sendo possível
identificar soluções possíveis e viáveis ao ambiente construído.
O ambiente objeto deste estudo é o edifício do Departamento das Ciências Exatas e Engenharias
(DCEEng), que está situado junto a Rua Germano Oressler esquina com Rua Lulu Ilgenfritz, no
Evento: XXVI Seminário de Iniciação Científica
bairro São Geraldo, município de Ijuí, RS. Para a avaliação do desempenho das salas de aula foram
considerados os seguintes quesitos: posição solar, cores utilizadas na pintura das paredes, tipo de
abertura, utilização de cortinas, brises e vegetação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O prédio em estudo possui formato retangular onde as fachadas norte e oeste recebem grande
incidência solar ao longo do dia. A edificação mantém temperatura agradável durante o inverno,
mas nas demais estações do ano, onde as temperaturas são naturalmente mais altas, o desconforto
térmico é um grande problema, devido também a falta de barreiras para amenizar a radiação
solar.
Além da orientação solar desfavorável, nota-se a falta de arborização para proteger as fachadas e
a grande utilização de vidro simples transparente para o fechamento das aberturas, gerando um
efeito estufa no interior das salas. Nota-se também a coloração inadequada nas paredes externas e
cortinas, que proporcionam absorção de calor e elevam a temperatura interna. Na Figura 01 é
possível visualizar a localização e a fachada principal da edificação.
A fim de equilibrar as altas temperaturas dos dias quentes, recursos como cortinas e climatização
são utilizados, o que além de gerar custos e indo contra o que preza a sustentabilidade, muitas
vezes ainda são insuficientes para garantir o conforto térmico. Por se tratar de uma edificação
consolidada, faz-se necessário estudo de soluções alternativas para amenizar o problema,
propiciando bem estar aos usuários do departamento, bem como a redução no uso de energia
elétrica.
Segundo o autor Lamberts (2016), o conforto térmico é uma sensação humana fortemente
Evento: XXVI Seminário de Iniciação Científica
Lamberts, Dutra e Pereira (2014) afirmam que as condições internas de conforto estão
relacionadas aos ganhos térmicos dos ambientes, onde a radiação transmitida para o interior é a
principal contribuinte. Os fechamentos dos ambientes apresentam comportamento térmico
distintos, podendo ser classificado como opacos e transparentes. Nos fechamentos opacos o fluxo
de calor terá sentido da superfície mais quente para a mais fria, considerando que há diferença de
temperatura entre elas, uma vez que o ar parado nos poros destes tipos de fechamento reduz a
transferência de calor. Já os transparentes, apresentam comportamento semelhante aos opacos e
possibilitam a troca de ar entre os ambientes através das aberturas, mas devido a transmissão
direta de radiação para o interior ser difícil de controlar, acaba tornando-se um problema.
Entre os materiais transparentes, os vidros são os mais usuais, apresentando-se de diversos tipos.
O vidro simples é altamente transparente, proporcionando boa visibilidade, entretanto, suas
características acarretam em alta transmissividade do calor para o interior do ambiente gerando
um efeito estufa: o calor tem facilidade para entrar e dificuldade para sair do local (LAMBERTS;
DUTRA; PEREIRA, 2014). Já os vidros de controle solar são mais adequados para minimizar a
radiação direta, e estão disponíveis em várias versões, onde sua escolha depende do tipo do
projeto e resultado que se deseja. Atualmente os tipos de vidro mais utilizados são: coloridos,
refletivos e de baixa reflexão.
Como sugestão para o presente caso, indica-se o vidro de baixa reflexão, que consegue barrar a
entrada de calor e ao mesmo tempo garantir boa transmissão luminosa e visibilidade entre
ambiente interno e externo (SETOR VIDREIRO, 2013). De acordo com o autor citado, este tipo de
vidro ainda pode ser dividido em seletivos e de alta seletividade, onde o primeiro caracteriza-se
por permitir ótima transmissão luminosa e barrar parte do calor; e o segundo é capaz de
interceptar quantidade de calor maior e ainda assim, permitir um nível perfeito de iluminação e
transparência, melhorando o consumo energético.
Segundo Lamberts, Dutra e Pereira (2014), a principal fonte de energia para o planeta, seja como
fonte de calor ou como fonte de luz, é a radiação solar. Conforme necessidade, ela pode ser
explorada ou evitada, onde sua interceptação se dá por elementos vegetais e topográficos do local,
atuando como proteção solar interna ou externamente.
Cortinas são boas opções de barramento interno devido à flexibilidade de operação podendo ser
reguladas conforme a necessidade. No entanto, sua utilização ainda gera o efeito estufa no
ambiente. Este efeito pode ser evitado se aliado com a proteção solar externa. Esta proteção, se
bem dimensionada, não prejudica a iluminação natural e mostra-se uma melhor opção para
bloquear a radiação direta no ambiente. Um exemplo deste tipo de proteção são os brises
(LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).
Brises são elementos de uso externo às fachadas, que barram a incidência direta da radiação solar
antes que atinja a fachada e aberturas e, consequentemente, o ambiente interno, fazendo com que
o calor recebido seja reduzido. Esse tipo de barreira garante melhor controle dos ganhos térmicos,
iluminação natural adequada e ventilação (GUTIERRES; SILVA, 2016).
Como alternativas para melhoria do conforto térmico, sugere-se o uso de cortinas com cores
claras nas janelas de todos os pavimentos. Os brises são sugeridos para todas as fachadas com
incidência solar mais intensa, que são as posicionadas ao norte e oeste. A utilização de barreira de
vegetação para proteção solar é indicada nas mesmas posições dos brises, sendo possível pelo
menos nos dois primeiros pavimentos.
Para uma melhor eficiência térmica, devem ser escolhidas cores com menor índice de
absortividade, conforme traz a NBR 15220-2 (ABNT, 2005): a cor branca apresenta absortância de
0,2, enquanto que a preta possui índice 0,97. Sendo assim, outra forma de garantir um melhor
conforto térmico é utilizar cores claras. A fim de que a radiação incidente tenha boa parcela de
sua energia refletida para o exterior do ambiente, sugere-se, a troca das cortinas, que atualmente
são azul marinho, por cortinas com cor de menor índice e também a pintura das fachadas por
cores mais claras que as atuais, que apresentam tons de azul.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A partir das pesquisas desenvolvidas, percebe-se a importância que o conforto térmico traz no
desempenho dos usuários e que medidas simples podem ser incorporadas para que alguns
problemas sejam amenizados. Citam-se as medidas sugeridas neste estudo, que apresentam boa
aplicabilidade para uma edificação existente.
No caso de execução das medidas mencionadas será possível observar um benefício ao bem estar
dos usuários devido à melhoria no conforto térmico do ambiente de ensino, possibilitando também
uma possível redução da utilização de aparelhos para climatização, principalmente para
refrigeração.
Palavras-chave: Vidros de baixa reflexão; Barreiras solares; Cores para conforto térmico.
Keywords: Low reflection glasses; Solar barriers; Cores for thermal comfort.
REFERÊNCIAS
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na arquitetura. 3. ed. Rio
de Janeiro: [s.n.], 2014. 366 p.
SILVA, L. B. da. Análise da relação entre produtividade e conforto térmico: o caso dos
digitadores do centro de processamento de dados e cobrança da caixa econômica federal do
estado de pernambuco. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,
2001.
SETOR VIDREIRO. Vidro de Controle Solar: a solução para o conforto térmico na arquitetura.
2013. Disponível em: . Acesso em: 05 dez. 2017.