Você está na página 1de 2

Muitos dizem que querem seguir a vontade de Deus.

É uma boa
decisão, mas não tão simples assim. Quando a vontade de Deus
parece estar em acordo com a nossa vontade, com o que achamos
e queremos, estamos diante de uma facilidade de segui-la, de
compreendê-la, de aceitá-la. No entanto, em muitos momentos a
vontade de Deus nos incomoda, pois é totalmente contrária ao que
achamos que deveria ser.

Jesus estava angustiado, triste, nem de perto a realidade de passar


pelo sofrimento da cruz era agradável, gostosa, desejável. Ele,
então, expõe a Deus o seu incomodo: “Adiantando-se um pouco,
prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se
possível, passe de mim este cálice!” (Mt 26. 39).Uma oração de
quem está confrontado com a vontade de Deus, de quem preferia
que as coisas fossem de outra forma, talvez menos dolorosa.

Paulo também passou por um momento semelhante. Quem em sã


consciência gostaria de viver com um “espinho na carne”, seja ele o
que for? Ninguém gosta de espinhos! Gostamos de rosas! Paulo se
volta a Deus e também demonstra o incomodo com a vontade de
Deus que não batia com a vontade dele. “Por causa disto, três
vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse:
A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.”
(2Co 12. 8-9).Uma oração de quem está inconformado com a
vontade de Deus. Por que a vontade de Deus não se enquadra em
minha vontade e Ele tira este espinho da minha carne? Por que tem
de ser assim?

Nem sempre a vontade de Deus será aquilo que a nossa vontade


deseja. Nesse ponto muitos desistem de seguir a Deus, abandonam
a fé, se desviam, amaldiçoam a Deus. O que fazer então? O que
precisamos fazer nos momentos onde a vontade de Deus e
contrária aquilo que desejamos, que achamos que deveria
acontecer?

Os exemplos de Jesus e Paulo nos mostram tanto o problema


quanto a solução a essas questões.A vontade de Deus sempre
deve prevalecer sobre a nossa vontade; e isso de forma consciente,
reverente, alegre. Veja a sequência da oração de Jesus e de Paulo:

Depois de compreender o seu próprio coração e a vontade de


Deus, Jesus declara ao Pai: “Todavia, não seja como eu quero, e
sim como tu queres.” (Mt 26. 39).Devemos ser submissos à vontade
do Pai quando ela é contrária à nossa vontade. Podemos sim orar
como Jesus fez, mas devemos nutrir em nosso coração o
sentimento de renúncia em prol da obediência aos desígnios de
Deus. Isso não é ser resignado, mas ser submisso e cooperador
dos propósitos de Deus. Foi o que Jesus fez!

Depois de conscientemente avaliar a resposta dada por Deus e o


desejo de seu próprio coração, Paulo conclui: “De boa vontade,
pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse
o poder de Cristo.” (2Co 12. 9). Renunciar à nossa própria vontade
não é tarefa fácil, mas é tarefa fundamental. Salta aos olhos Paulo
encarar a situação “de boa vontade”, ou seja, de forma alegre, sem
ressentimentos, com compreensão. Paulo viu que submeter-se a
Deus era abrir o coração para o aperfeiçoamento do poder de Cristo
em sua vida.

Por mais difícil que seja, paremos de orar: seja feita a minha
vontade; e oremos de fato e de verdade: Pai, seja feita a Tua
vontade, assim na terra como no céu!

Você também pode gostar