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A unidade existe ou acontece quando, e somente quando, temos

algo ‘em comum’. No caso da igreja, o que há de comum entre


os que creem é exatamente a igreja, ou o seu viver diário. Basta
lermos os versículos 42 a 47 de Atos 2 para concluirmos isto!

(1Co 12.12,13) Paulo também nos diz que a igreja é o (único)


corpo de Cristo, o qual é formado por vários e diferentes
membros. Sim, somos vários e diferentes, mas temos algo em
comum: funcionamos todos no mesmo corpo de Cristo, sob a
direção do (único) Espírito Santo de Deus!

A unidade se externa a partir da vivência dos mandamentos de


reciprocidade, ou seja, “uns aos outros”:

 Amar e honrar (Rm 12.10);


 Servir (Gl 5.13);
 Sujeitar-se (Ef 5.21);
 Suportar e perdoar (Cl 3.13);
 Instruir e aconselhar (Cl 3.16);
 Confessar pecados e orar (Tg 5.16);
 Admoestar (Rm 15.14);
 Ser hospitaleiros (1Pe 4.9);
 Consolar e edificar (1Ts 5.11);
 Levar as cargas (Gl 6.2);
 Lavar os pés (Jo 13.14).

Mas, o que, segundo a Palavra, impede a unidade no corpo de


Cristo?

Nossos motivos:

“Direção de Deus”. Pasmem, mas para alguns mais corajosos é,


pura e simplesmente, “direção de Deus”; mesmo que isto vá
contra todos os princípios divinos e a própria Palavra de Deus!
Como há tempo para tudo (e isto é bíblico!), para estes, agora é
tempo de não comungar, de ficar “de longe”, de não se
comprometer muito, etc.

Desânimo. Não estão com disposição interior para aprofundar


relacionamentos. Estão numa fase de apenas “receber” de
Deus, sem se envolverem demais com os irmãos por pensarem
ou admitirem não ter muito para repartir.
Mágoas. Por terem experimentado sinceramente, noutro
tempos, viverem em unidade, foram magoados, se
decepcionaram e, para se precaverem disso, não se jogam mais
de ‘corpo e alma’ nos relacionamentos.

Orgulho. Por não reconhecerem suas necessidades e


dificuldades próprias, alguns julgam que os outros não têm
muito para acrescentar em suas vidas (Pv 30.12).

Egoísmo. Simples assim: “O solitário busca o seu próprio


interesse” (Pv 18.1). Deus pensa diferente: “Pai de órfãos e juiz
das viúvas é Deus em sua santa morada. Deus faz que o
solitário more em família” (Sl 68.5,6).

Descrença. Alguns não creem que isto seja assim. Ou, se um dia
creram, agora não creem mais. Se não dizem, pensam: “No céu
teremos unidade, aqui Deus inventou a igreja (leia-se: templo!)
para frequentarmos aos fins de semana e não nos incomodamos
muito uns com os outros. Todo esse papo de unidade é muito
bonito e até poético, mas é um assunto espiritual, por isso,
impossível de ser praticado”.

O motivo, segundo Deus:


Vejamos, agora, na Palavra, o real motivo para a falta de
unidade: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e
a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2Co
13.13). Para Deus, nossos motivos não são válidos, pois são
carnais! O que esta Palavra de Deus está dizendo é que a
unidade verdadeira é algo do Espírito Santo e, por isso, só é
praticável através dele!

É impossível termos comunhão com o Pai e o Filho, através do


Espírito Santo e, ao mesmo tempo, não querermos ter unidade
entre nós. A falta de unidade entre os irmãos revela que nossa
unidade com Deus está deficiente.

O que pode afetar nossa unidade com Deus? Isaías


responde: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre
vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto
de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2).
Por isso Jesus disse a Pedro: “Se eu não te lavar, não tens
parte comigo” (Jo 13.8), e aos discípulos: “Quem já se banhou
não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo
limpo” (Jo 13.10).

Alguns têm dificuldade com isso: dizem que já se arrependeram


quando se converteram e, por isso, não precisam mais se
arrepender… Não é verdade! Jesus também disse aos
discípulos: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se
arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra
ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido,
perdoa-lhe”. (Lc 17.3,4). E ele ampliou isto: “Não te digo que
até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mt 18.22)!

Se Ele nos pede esta disposição para nos perdoarmos uns aos
outros, é porque Ele próprio a tem para conosco!

Se o pecado nos afasta de Deus, afetando nossa unidade com


Ele e com os irmãos (que são o corpo de Cristo); o que, ao
contrário disso, aproxima o Senhor dos homens?

Salmo 34.18: “Perto está o Senhor dos que têm o coração


quebrantado e salva os de espírito oprimido”.

Salmo 51.16,17: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do


contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos.
Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado;
coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

Salmo 147.3: “Sara os de coração quebrantado e lhes pensa as


feridas”.

Isaías 61.1: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque


o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados de
coração, enviou-me a curar os quebrantados de coração […]” .

Um coração quebrantado faz com que Deus se aproxime, e sem


quebrantamento não há relacionamento saudável nem unidade
verdadeira! Ou seja, dificuldades na unidade com Deus e com os
homens demandam quebrantamento. Aí está o real motivo da
deficiência de nossa unidade uns com os outros.
QUEBRANTAMENTO NÃO É:

 suportar (no sentido de aguentar) sofrimentos inerentes


aos relacionamentos, devido às nossas diferenças. Não
somos “garrafinhas de Coca-Cola”, somos pessoas com
digitais e DNA diferentes…
 cultivar um espírito de lamentação (complexo de vítima:
não presto mesmo!).
 aparentar humildade (autoflagelo).

QUEBRANTAMENTO É:

 reconhecer a rebeldia do nosso “eu”; que queremos ser


Deus.
 não aspirar ao poder; querer mandar.
 sair do centro.
 negar nosso “eu” (Lc 9.23): fazer morrer nossa vontade
própria. Isto não significa que não teremos mais vontade
própria, pois foi Deus que nos fez assim! Mas, que a
submeteremos, dia-a-dia, à vontade de Deus, assim como
fez Jesus: não mais o que eu quero, mas o que Deus quer
(Fp 2.5-8)!
 admitir a interrupção/intervenção de Deus em nossas
vidas e vontades (Exemplo: Simão, o homem que carregou
a cruz para Jesus. Mc 15.21), pois isto pode vir a ser a
glória de Deus em nossas vidas: Simão foi o único homem
que, literalmente, carregou a cruz de Cristo; e,
posteriormente, teve sua família citada por Paulo na carta
aos romanos (Rm 16.13).
 jamais usurpar a glória de Deus. Como fazer isso? Cedendo
lugar e honra aos outros.
 fazer reparações (acertar coisas, restituir) orientadas pelo
Espírito Santo.
 condoer-se com as necessidades dos outros,e agir para
repara-las e supri-las.

Por fim, quebrantar-se é deixar-se vencer! Convém que Cristo


cresça e eu diminua, disse João Batista. Convém que outro
vença e eu seja quebrantado, eu me deixe vencer, diz o Senhor!
A Bíblia diz: “Ai do homem que confia no homem…” (Jr 17.5-10;
Pv 3.5-7), e nós temos nos respaldado nisso para desconfiarmos
uns dos outros, quando, na realidade, é para não confiramos em
nós mesmos e nos rendermos à vontade do Senhor!
O nosso quebrantamento é o que vai gerar a unidade com Deus
e com os irmãos. Que nos arrependamos de nossas imundícies
para sermos lavados por Jesus de todos os motivos carnais
para a falta de unidade na igreja, e busquemos o enchimento do
Espírito e a sua comunhão para nos revestirmos do poder que
nos capacita a vivermos a vida que agrada e glorifica a Deus.
Então o mundo verá Sua glória em nós, e crerá que Deus enviou
a Jesus. Amém?!

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