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ACONTECEU COMIGO – Testemunho de Fé


Dacifran Cavalcanti Carvalho – Natal/RN

Tentarei relembrar como tudo começou...


1°MOMENTO: - A DOR
Meu pai tinha por hábito o cigarro (a meu ver um dos piores venenos criados pelo próprio
homem para a humanidade). E foi exatamente este habito que o levou a perda dos
movimentos das pernas, uma perda lenta e dolorosa. As artérias das suas pernas e coração
estavam comprometidas, dores insuportáveis tomavam conta do seu corpo. Mover-se era um
grande problema, mesmo quando tentávamos ajudá-lo era difícil porque parecia que
estávamos triturando seus ossos, tamanha era sua agonia na dor que os movimentos
causavam, por menor que fosse a distância que se traçasse. O primeiro enfarte não tardaria.
Por sorte aconteceu dentro do Hospital Médico Cirúrgico. Meu pai (seu Luiz Gonzaga) foi
reanimado e submetido a um cateterismo, dentre outros procedimentos cujos nomes me fogem
a memória. Graças ao nosso bom Deus eu estava desempregada e iria poder assisti-lo em
tempo integral (Nunca agradeci tanto por estar desempregada). Após um período curto de
internação voltamos com seu Luiz para casa. Mas o seu quadro não regredia, e aquele homem
outrora rijo e forte agora parecia uma sombra do que fora, aos poucos perdia sua musculatura
expondo uma pele amarelada sobre ossos salientes. Passava o seu tempo gemendo sobre
uma cama. As fortes dores atreladas ao acometimento de mais um pré-enfarte nos fizeram
retornar ao Hospital Médico Cirúrgico. Uma equipe fantástica (que havia atendido meu pai
quando do seu primeiro enfarte) nos aguardava. Seu Luiz mais uma vez seria internado e viria
a passar por novas cirurgias, mais antes era preciso seu organismo se fortalecer. Eu e a minha
mãe (Dona Lindalva) não imaginávamos o tempo que passaríamos por lá, acredito que foram
longos 60 dias entre a preparação, a cirurgia e a recuperação. Era insuportável e doloroso
vivenciar a dor tomando conta do corpo, agora magérrimo e frágil, do meu amado pai.
(Quando meu pai teve este segundo pré-enfarte tivemos que retornar ao Hospital
Médico Cirúrgico. O mesmo seria submetido a uma segunda cirurgia e na seqüência
seria internado na UTI do respectivo hospital).
Olhávamos seu frágil semblante, sua pele a encobrir ossos salientes, seu corpo sem cor
sugerindo não existir sequer uma gota de sangue. Eu e minha mãe revezávamos enquanto
meu pai encontrava-se na UTI (dormimos muitos daqueles dias na sala de espera que ficava
abençoadamente em frente a UTI, nos fazendo sentir mais próximas dele), e quando nos era
permitido visitá-lo muitas vezes entravamos e ele sequer percebia que estávamos lá, parecia
que dormir era o melhor remédio para aliviar suas dores e ao sair chorávamos escondidas para
que o nosso sofrimento não se mostrasse.
2°MOMENTO: - A ESPERANÇA
Neste meio tempo minha mãe soube da visita a nossa cidade Natal das relíquias de Santa
Teresinha do Menino Jesus (da urna com os ossos da Santinha) e nos pediu que
procurássemos nossa tia para que juntas descobríssemos qual a igreja e hora que iriam
recebê-la. Nossa mãe pediu-nos, a mim e a minha irmã Yáskara, que fossemos ao encontro
da Santa e orássemos pelo nosso pai. Assim o fizemos. Descobrimos - com a ajuda da nossa
fervorosa Tia Maria - a igreja onde suas relíquias seriam recebidas e nos deslocamos para lá.
(O nosso sofrimento havia aumentado ainda mais em virtude da possibilidade do meu
pai ter suas pernas amputadas).
Eu, minha irmã e minha Tia Maria (criatura de muita fé) nos encontrávamos no interior da igreja
a orar pelo nosso pai, suplicando a Santa Teresinha por sua interseção junto a Deus Pai
quando no exato momento de sua chegada faltou energia e apenas as luzes das velas
passaram a iluminar a pequena igrejinha, deixando-nos ainda mais emocionadas. Ainda no
escuro sentíamos que as pessoas jogavam flores sobre a urna que conduzia seus ossos. Foi
um momento de muita emoção, suplica e fé. Nesta ocasião uma rosa vermelha cai sobre o
banco (ao lado da minha tia) e as luzes retomam; até aquele instante nossa tia nada havia
comentado sobre a preciosa rosa, somente após terminarmos a vigília e retornarmos para o
carro nossa tia comenta conosco que em sua oração havia pedido um sinal sobre a possível
cura do meu pai e para que este lhe chegasse em forma de rosa. Meu coração exultou de
alegria e esperança ao ouvir tais palavras. Tocar na urna de Santa Teresinha já havia
recarregado a minha esperança, agora a sua resposta em forma de rosa alimentava a minha
fé. Minha tia deu-me a rosa para que levasse para minha mãe que se encontrava no hospital
velando pela recuperação do meu pai. Ao chegarmos ao hospital nos deparamos com aquele
anjo de semblante cansado, porém cheio de expectativa.

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Sem nada saber aprecei-me por entregar-lhe a rosa e relatar sobre o pedido da minha tia e a
resposta da Santa, foi quando nossa mãe, fitando-nos com olhar marejado, expôs que havia
pedido uma resposta - em forma de rosa - sobre a recuperação do meu pai e que esta seria
entregue por uma de nós. E lá estava eu sem nada saber da sua oração entregando-lhe a rosa
tão ansiosamente esperada.
Durante os dias que meu pai passou na UTI não deixamos de orar e pedir pela interseção da
Santa. Na dor conhecemos uma família cuja mãe também se encontrava na UTI (Dona
Berenice), orávamos pelo meu pai e por Dona Berenice.
3°MOMENTO: - A FÉ FERVOROSA
Numas das primeiras noites que vim dormir em casa (naquela noite minha irmã ficaria com a
minha mãezinha que nunca se afastava da sala de espera), chorei tanto que adormeci.
Chorava e orava, orava e suplicava para que a Santinha me desse de presente à saída do meu
pai e de Dona Berenice da UTI para o apartamento para que pudéssemos ficar mais próximos
de ambos (nossas famílias, unidas na dor, pareciam agora uma só família). Na manhã
seguinte acordei logo cedo, ainda madrugada, e preparei-me para ir ao hospital e para meu
contentamento ao chegar me é comunicado que meu pai e Dona Berenice haviam recebido
alta e iriam para seus apartamentos. Meu Deus como era bom sentir a TI e a Santa Teresinha
assim tão próximos!
Meu pai ainda teria que passar por uma nova cirurgia, mais delicada e muito mais arriscada
que as anteriores, já que precisariam de uma artéria de uma das suas pernas e ambas
estavam comprometidas. No apartamento eu e minha mãe revezávamos na vigília.
Agradecíamos por cada graça alcançada e suplicávamos pelo sopro da vida e do pleno
restabelecimento do meu pai que, embora passada a fase da UTI, continuava sem os
movimentos das pernas e sentindo fortes dores pelo corpo (principalmente ao ser deslocado
quando das trocas dos lençóis). Seus gritos e gemidos enchiam nossos olhos de lágrimas
(sempre disfarçadas para que não se revelassem para ele) e nosso coração de agonia, mais
precisávamos ser fortes e alimentar nossa fé nas respostas advindas de Santa Teresinha.
Solicitei ao meu sobrinho (que na época deveria ter de 4 para 5 anos, hoje ele tem 14) que
fizesse alguns desenhos e os dedicasse ao avô e os colei nas paredes do quarto, para lá levei
também a imagem de Santa Terezinha (a mesma imagem que velava conosco, na sala de
espera, pela recuperação do meu pai enquanto o mesmo encontrava-se na UTI) e o terço das
rosas e entreguei-os a meu pai para que orasse junto conosco. Passado o período da
recuperação a equipe médica que acompanhava meu pai achou por bem transferi-lo para o
Hospital São Lucas, na época mais equipado, lá seria realizada a nova cirurgia.
Como já mencionei o maior e mais grave entrave para o sucesso da cirurgia eram as
obstruções, provocadas pelo cigarro, das artérias das pernas do meu pai. Teriam que
conseguir outras artérias, no entanto as artérias de uma outra pessoa poderiam ser rejeitadas
pelo seu organismo, então esta possibilidade havia sido descartada. Os médicos estudavam o
caso de meu pai com dedicação, dois deles em especial eram de uma atenção impar (Dr.
Gutembergue e Dr. Epitácio, dois anjos de Deus).
4°MOMENTO: - NOVAS RESPOSTAS
No exato dia da transferência do meu pai para o Hospital São Lucas levamos na nossa
bagagem a imagem de Santa Teresinha e os desenhos do meu sobrinho (que tanto alegravam
meu pai e o seu quarto). Devido às dores acentuadas quando da locomoção os médicos
haviam solicitado ao hospital reservar um quarto no andar térreo, porém chegando ao hospital
nos falaram que o quarto que havia sido reservado não estava pronto e que, para não termos
que esperar, meu pai seria acomodado em um outro quarto, em um outro andar. Quando
cruzamos o corredor que nos levaria ao novo quarto, nos deparamos com uma placa que dizia:
“Ala Santa Teresinha do Menino Jesus” e quando localizamos o quarto lá estava à imagem de
Santa Teresinha a velar por toda aquela ala. Mais uma vez meu coração exultava tamanho era
o encantamento que as respostas da Santinha derramavam sobre mim, balsamo sobre um
corpo cansado. No meu coração ecoava: meu Deus obrigada por ter permitido que Santa
Teresinha acolhesse meu amado pai! Meu espírito alimentou-se de uma convicção
inquestionável: a cura do meu pai não tardaria e também não seria o momento dele seguir para
um outro plano. Alguns dias haviam se passado até que aquele Médico anjo (Dr.
Gutembergue), por deveras atencioso para com meu pai, adentrou o quarto para preparar meu
pai para a cirurgia que se realizaria no dia seguinte. Meu pai ao perceber a chegada do
mesmo lentamente “sentou-se” na beirada da cama e disse que conseguiria andar e gostaria
que ele permitisse mostrá-lo. Dr. Gutembergue ajudou-o a descer da cama e o posicionou no
corredor e, na seqüência, meu amado pai seguiu “andando” sobre suas pernas magrinhas
(duas varinhas fininhas, agora, porém erguidas e rijas) e antes de dobrar o corredor ainda deu

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um pulinho para que o Doutor visse. Até pensamos que o mesmo ia fugir do hospital quando o
vimos sumir no corredor, mais lá estava ele de volta caminhando em nossa direção. O
aguardávamos na porta do quarto quando ouvimos o médico dizer: “Luiz vá para casa não
vamos mais fazer a cirurgia, você acaba de se dar alta”.
(... Vale salientar que: dentro deste processo, para que a cirurgia do meu pai se
viabilizasse teríamos que buscar doadores com sangue tipo ‘O negativo’ (muito difícil
de ser encontrado), e graças ao meu bom Deus e a Santa Teresinha - que nos assistia
em todos os nossos passos - contamos com a ajuda da TV Ponta Negra (na pessoa
especial da Micarla) que divulgou nossa necessidade, dos PMS do 6°batalhão, da
equipe da CASSI e de pessoas desconhecidas, porém muito generosas. ... Numa
dessas idas e vindas em busca de doadores um senhor bate no meu carro fazendo
aflorar em mim rios de lágrimas que só depois ele viria a entender; quando relatei que
não poderia ficar sem o carro posto que estava a conduzir doadores para que o meu
pai pudesse fazer uma cirurgia. Este senhor mais que depressa acionou sua
seguradora e pagou antecipadamente pelo conserto do carro para só depois ser
ressarcido pela mesma. Este mesmo senhor fez questão de visitar meu pai no
hospital e no dia que voltamos para casa - em virtude da alta dada pelo médico - ele
enviou (sem saber como Santa Teresinha vinha se comunicando conosco) para o
nosso endereço um buquê de rosas brancas, e por meio destas rosas compreendemos
que a nossa Santinha assinava em baixo da alta dada ao meu Pai).
Embora aquela delicada cirurgia não fosse mais necessária, meu pai ainda teria que fazer 3
safenas. No entanto, por não ter tanta urgência, estas cirurgias poderiam aguardar seu pleno
restabelecimento. E assim aconteceu. Alguns meses depois meu pai marcava a cirurgia das
safenas. E “caminhando” sobre as suas próprias pernas seguia conosco para o hospital. Deixei
meu pai no hospital e dirigi-me a uma floricultura localizada na praça das flores para comprar
uns arranjos para a empresa onde trabalhava (a esta altura já estava empregada). Comprei os
arranjos e pedi uma rosa para levar para o meu pai. O Senhor prontamente deu-me não uma,
mais 3 rosas. Percebem: 3 safenas e 3 rosas. Eu sabia que tudo iria correr bem e que Santa
Teresinha havia realmente adotado meu amado pai. Acredito que hoje façam uns cinco a seis
anos da cura do meu pai e gostaria de pedir perdão a Santa Teresinha por ter negligenciado a
divulgação deste milagre. Tentei divulgá-lo na época e deixei um depoimento na Igreja da
Candelária e na Igreja Santa Teresinha, porém penso eu que engavetaram os mesmos. ...
Bem a História é mais longa e forte do que estas parcas lembranças que tendem a se esvair
com o tempo, no entanto sua essência esta aqui relatada e é o que realmente importa.
Importa tão somente compreender que FÉ é sinônimo de energia e CURA. A nossa energia, a
energia emanada de um DEUS maior e de uma Santa fervorosa devolveu o movimento das
pernas ao nosso pai e o fez restabelecer-se prontamente a cada nova cirurgia. Isto é FÉ NA
VIDA e VIDA COM FÉ.

MUITOS ANOS DE VIDA para todos e para o MEU AMADO PAI.

Depoimento: dacifran cavalcanti carvalho


Orkut: Dacifran
Natal/RN

Santa Teresinha do Menino Jesus,


“Não morro, entro na vida”
Virgem e Doutora da Igreja
(+ Lisieux, França, 1897)
www.trezenasantateresinha.com.br

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