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Advertência
Introdução................................................................................7
Capítulo 1
O Princípio de Tudo e o
Nascimento da Consciência Humana........................................... 12
Capítulo 2
Adão e Eva e a Perda do Paraíso.................................................... 32
Capítulo 3
A Consciência Humana e as Religiões.......................................... 49
Capítulo 4
O SER HUMANO
A Luz e a Escuridão do Ser Humano............................................ 67
Capítulo 5
Os Corpos Energéticos e os Registros Humanos...................... 110
Capítulo 6
Deus, Meu Pai................................................................................ 131
Capítulo 7
Frequências da Vida...................................................................... 153
SEGUNDA PARTE
Capítulo 8
EXPERIÊNCIA FORA DO CORPO FÍSICO
Experiência 1......................................................................................171
Experiência 2..................................................................................... 175
Experiência 3......................................................................................176
Experiência 4..................................................................................... 179
Experiência 5..................................................................................... 180
Experiência 6..................................................................................... 186
Experiência 7..................................................................................... 187
Experiência 8......................................................................................191
Experiência 9..................................................................................... 193
Experiência 10................................................................................... 195
Experiência 11................................................................................... 197
Experiência 12................................................................................... 198
Experiência 13................................................................................... 201
Experiência 14...................................................................................203
Experiência 15................................................................................... 207
Experiência 16....................................................................................211
Experiência 17....................................................................................213
Experiência 18....................................................................................215
Experiência 19....................................................................................218
Experiência 20...................................................................................223
Experiência 21...................................................................................225
Experiência 22...................................................................................228
Experiência 23...................................................................................229
Experiência 24...................................................................................230
Experiência 25...................................................................................233
Experiência 26...................................................................................236
Experiência 27...................................................................................238
Experiência 28................................................................................... 240
Experiência 29....................................................................................241
Experiência 30................................................................................... 243
Experiência 31................................................................................... 249
Experiência 32................................................................................... 251
Experiência 33...................................................................................255
TERCEIRA PARTE
Capítulo 9
COLETÂNEA DE TEXTO
O Ser e o Estar........................................................................259
O Ser e o Tempo......................................................................260
O Dia em que Deus Chorou....................................................261
Verdade e Liberdade...............................................................263
O Amor de uma Mulher..........................................................267
Pai Nosso................................................................................268
O Sermão da Montanha..........................................................269
Encontro com o Pai.................................................................270
As Quatro Consciências do Ser Humano................................276
Passageiro da Agonia..............................................................283
Alma Gêmea...........................................................................285
Mundo Espiritual....................................................................288
A Escolha do Povo Judeu........................................................292
Por quê?..................................................................................296
Experiência de 10 de março de 2008......................................300
Glossário.................................................................................301
Referências Bibliográficas e Sugestões de Leitura.................305
Introdução
11
Capítulo 1
O Princípio de Tudo e o
Nascimento da Consciência Humana
22
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O Autoconhecimento e o Encontro com o Pai
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24
“Quando há a interpretação sobre um ensinamento, so-
bre ele não se tem certeza”, e abre-se, nesse momento, es-
paço para o cometimento dos grandes enganos. Podemos
ilustrar essa assertiva com as guerras religiosas ao longo da
história e que perduram até os dias de hoje.
Este livro trata basicamente da história da conquista e da
perda da consciência humana. Para falar da consciência hu-
mana, temos necessariamente de tratar da trajetória do Ser
Humano neste mundo. Mas, para isso, ainda temos que re-
tornar um pouco ao tempo anterior à criação das religiões.
Com as explosões solares toda a vida planetária foi afe-
tada. Houve inclusive mutações genéticas, causando o apa-
recimento de animais gigantescos que, posteriormente, ti-
veram que ser eliminados. O homem, que habitava a Terra
nesse tempo, tinha se tornado um animal irracional.
Nos primeiros tempos de recuperação, houve muita aju-
da externa daqueles que iniciaram o povoamento da Terra.
Eles, com muita paciência, conseguiram reunir o homem
em grupos familiares, grupos sociais, pequenas comunida-
des, visando iniciar, de novo, a civilização do planeta. Mas o
prejuízo estava feito. O Ser Humano tinha caído em “perdi-
ção”, estava totalmente inconsciente. O desequilíbrio domi-
nou a tudo e a escuridão baixou sobre a Terra. Fome, em-
brutecimento, ausência de sentimentos, crueldade e morte.
Tudo era perdição. Nada mais da criação poderia ter pro-
veito. Tudo estava perdido.
Foi assim que o responsável pelo nosso mundo, que cha-
mamos de Deus, tomou a decisão de extinguir toda a forma
25
de vida aqui existente, inclusive o homem. Isso tem uma
explicação, não proveniente do raciocínio do homem, mas
diretamente Dele, conforme Ele me disse: “Eu não falho.
Eu não posso falhar”. Por isso, a decisão de não permitir que
a sua criação permanecesse no estado lamentável em que
ficou após o cataclismo relatado.
Diante da decisão de Deus, um homem de grande coração
se condoeu de toda a humanidade. Implorou ao Pai: - Deixa-
-me tentar salvá-los. Começava nesse momento o grandioso
trabalho de Cristo em prol da reconquista da consciência
humana e, consequentemente, da salvação de todos.
Jesus insistiu: Ele viria, mas não viria só. Traria seu gru-
po de almas afins, que não tinha “caído em tentação”. Es-
clarecendo: Dessas pessoas ligadas ao Cristo, muitas não
estavam encarnadas por ocasião das grandes explosões so-
lares. Por isso, não sofreram o processo da inconsciência.
Aquelas que passaram pelo cataclismo receberam um cor-
po em boas condições para que pudessem colaborar, efe-
tivamente, com Jesus, no trabalho de despertamento da
consciência na Terra. É importante assinalar que Jesus es-
teve outras vezes aqui em nosso mundo, sempre trazendo
a consciência, porém usando outros nomes.
Deus, então, permitiu que Cristo viesse. No entanto, es-
tabeleceu as condições em que Ele deveria vir. Para isso,
Ele criou um conjunto de leis que, na verdade, eram nor-
mas de conduta, que deveriam, obrigatoriamente, ser ob-
servadas por todos os habitantes da Terra. Essas normas
tornavam cada Ser Humano responsável pela reconquista
26
de sua autoconsciência e igualmente responsável por cada
passo, por cada palavra proferida e por todos os seus atos
praticados. Da mesma forma, elas tornavam cada um res-
ponsável por todos e todos responsáveis por um. Aquele
que adquirisse a consciência teria e tem de auxiliar os ou-
tros a despertar a sua, também.
Aparentemente, em um raciocínio superficial, Deus es-
taria sendo injusto, já que todos que estavam aqui foram
vítimas de um grande acidente. Em verdade, o entendimen-
to não é este: Deus jamais comete uma injustiça. Isso não
pertence às suas ações. Existe, porém, a explicação para
que todos saibam, já que a memória foi bloqueada. Quando
viemos para a Terra, seja iniciando encarnações, ou mes-
mo vindo de outros planetas, nós fizemos a opção por este
Mundo. Nós o adotamos como nossa Casa. No momento
da opção, por esse belíssimo planeta, também nos foram
mostradas todas as possibilidades futuras. Estava incluída,
nessa demonstração, a probabilidade de sermos atingidos
pelo efeito de fortes explosões, devido à grande proximi-
dade do sol com a Terra. Dessa forma, podemos concluir,
sem medo de engano, que não existem inocentes neste mun-
do, não existe alguém comendo daquilo que não plantou.
Conjunto das principais leis criadas por Deus:
1– Todos teriam que vencer a força material e aprender
a separar o que era deste mundo físico do que era do mun-
do espiritual, ou seja, de Deus: assim foi ensinado: “Dai a
César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus”.
27
2 – Todos teriam que enfrentar as consequências de seus
atos desequilibrados, vida após vida, até entendê-los e não
mais repeti-los. Também foi ensinado: “A cada um segun-
do as suas obras”.
3 – Quando alguém fosse capaz de perdoar ao seu se-
melhante, então, ele também seria perdoado por Deus. Isso
dentro do ensinamento: “É perdoando que se é perdoado”.
4 – Todos seriam responsáveis pela inconsciência que
impera na Terra. Ninguém poderia sair daqui, enquanto
existisse um em sofrimento, conforme a lei: “Todos são
responsáveis por todos”.
5 – Seria respeitado o livre-arbítrio de cada um. Aquele
que quisesse permanecer no erro, na dor e no sofrimento,
ou seja, na inconsciência, deveria ser entregue à sua própria
sorte, até quando decidisse “voltar para Deus”.
6 – Todos aqueles que chegassem à frente na conquista
da consciência deveria (e deve) ajudar os outros a conquis-
tá-la. Isso dentro da lei: “A quem mais é dado, mais será
pedido”.
Após a criação do conjunto de leis, ficou decidido que
Cristo viria à Terra para dar o exemplo de como é o Ser
Humano perfeito. Nesse ponto, a vinda de Jesus começou
a ser anunciada para trazer a “salvação”, ou seja, trazer o
caminho para a reconquista da consciência humana. A res-
peito disso, Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vi-
da”. Ou ainda: “Só através de mim se vai ao pai”.
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Ele é o “caminho”, porque ensina o caminho da cons-
ciência. Ele é a “verdade”, porque só a consciência nos dá
a verdade. Ele é a “vida”, porque só a consciência nos dá a
verdadeira vida, que é a “vida eterna”. Somente por meio
do autoconhecimento e do desenvolvimento da consciên-
cia se vai ao PAI. Portanto, somente através do Cristo se vai
ao pai; logo, Jesus Cristo é a consciência na Terra.
Iniciou-se, então, a vinda da equipe de Cristo ao mundo
da matéria. Ao longo do tempo foram tomando corpo os
profetas, os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.
Vários outros seres humanos conscientes vieram como
Davi, Salomão, os Apóstolos e muitos Outros. Muitos filó-
sofos tinham certeza das vidas sucessivas, das viagens fora
do corpo físico e sabiam da inconsciência e da consciência,
porque eram conscientes. Eis alguns exemplos:
Platão:
“O conhecimento é recordação, reminiscência do que
já sabemos.”
Observação: Perdemos o acesso aos nossos conheci-
mentos adquiridos em vidas passadas devido ao bloqueio
cerebral causado pela radiação solar.
“A alma quando se une ao corpo torna-se vítima do es-
quecimento.”
Observação: Efeito do bloqueio cerebral pela radiação
solar.
29
“Perfeição do conhecimento é a contemplação das ideias
fora do mundo físico.”
Observação: Quando saímos do corpo físico podemos
adquirir conhecimentos grandiosos que não existem, ain-
da, no mundo material.
Santo Agostinho:
“A nossa mente contém os conhecimentos universais.”
Observação: Nós somos criados com o registro dos co-
nhecimentos originais do Ser Humano.
“Todo saber procede da razão humana.”
Kant:
“A mente possui por natureza as intuições puras, que são
as ideias “a priori” do universo.”
Observação: Registro dos conhecimentos originais cria-
dos com o Ser Humano.
Aristóteles:
“O homem possui um saber que precede o conheci-
mento.”
Observação: Trata-se da sabedoria original do homem.
Todo Ser Humano é, naturalmente, sábio.
31
Capítulo 2
48
Capítulo 3
A Consciência Humana e as
Religiões
63
– Deus não é bom.
– Deus não é mau.
– Deus não é tolerante.
– Deus não é misericordioso.
– Deus não é amoroso.
– Deus não é piedoso.
– Deus é caminho.
– Deus é luz.
– Deus é escuridão.
– Deus é suavidade.
– Deus é força.
– Deus é criação.
– Deus é destruição.
– Deus é justiça.
– Deus é amor.
Deus não pode ser nomeado por nenhum adjetivo ou
qualificação usada para a criatura humana, pois isso o equi-
pararia a um simples humano. Deus é Deus. Ele é o amor
e a justiça não compreendidos pela criatura. A vontade e a
ação de Deus pairam acima do entendimento das criaturas.
Quando não entendemos Deus, devemos silenciar e aguar-
dar a sua manifestação.
“Deus está em toda parte, mas só pode ser encontrado
por cada um dentro de seu próprio coração.”
O homem, no seu viver quotidiano, atribui, por desco-
nhecimento, tudo o que acontece, a si e aos demais, como
obra de Deus. Esquece, no entanto, que todos têm suas
64
plantações e suas colheitas para fazer. Deus, nesse caso, en-
trega o homem a si mesmo, e cada um se autocastiga, den-
tro de seu entendimento e de sua conveniência.
Somos criados sementes de Deus, deuses pequeninos.
Somos fadados a crescer infinitamente seguindo as pega-
das do Pai. Deus significa caminho. Ele vai à frente lançan-
do as sementes do conhecimento e nós caminhamos atrás
Dele colhendo os “frutos do conhecimento”, já maduros,
e nos alimentamos deles. Esse é o único alimento possí-
vel que nos faz crescer e nos tornarmos grandes, imensos
e poderosos. Finalmente, em certo ponto de nossa eterni-
dade, nos tornamos deuses e nos transformamos em ca-
minhos para outros que precisam crescer. Nesse momento
grandioso do “Ser”, ele se habilita, também, a criar em no-
me do Pai. Nesse estágio de grandiosidade, o Ser Humano
Deus pode criar mundos em parceria com outros deuses.
Esse foi inclusive o caso de nosso mundo, a Terra, que foi
criada com a força conjunta de vários deuses.
Nesse processo de crescimento, estamos todos envolvi-
dos e não há como escapar. Impossível fugir do Pai. En-
contrar-se com Deus é uma certeza e uma necessidade do
Ser Humano que vive e quer continuar vivendo.
Mas o tempo de cada um é diferente dos demais. Uns
estarão com o Pai primeiro e com Ele se sentarão à mesa.
Outros chegarão depois e, por último, chegarão os retarda-
tários, aqueles que se sentaram à beira do caminho, achan-
do que estavam muito cansados; ou que abandonaram a re-
ta estrada e se embrenharam pelos campos e matagais em
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contemplações infantis.
Muitos desses retardatários se julgam muito inteligentes.
Quando surge uma oportunidade sobem em uma pequena
elevação e se mostram a outros retardatários e se autono-
meiam enviados de Deus. Conseguem grande número de
seguidores e acham isso ótimo. Passam a tirar proveito, co-
bram pedágios daqueles que querem ir ter com Deus. Es-
ses cobradores de passagens também têm fome, pois, da
mesma forma, não comeram dos “frutos do conhecimen-
to” e, portanto, não sabem. Inicia-se aí o processo de ce-
go guiando cego.
Nesse caso, dos retardatários, todos abandonaram o ca-
minho e estão, verdadeiramente, perdidos.
Deus, quando criou a árvore, disse e deixou escrito: “To-
da vez que tuas folhas secarem, que caiam ao chão e outras
novas brotarão. Quando as tuas flores se abrirem, que se-
jam prenúncios da chegada dos frutos.”
Para o homem também ficou escrito:
“Enquanto tiveres a vida que eu te dei, aprendas com o
que fizeres a mim, a ti e aos outros.”
“Observa e aprende com as criaturas de outros reinos
que vivem próximas a ti.”
“Nunca em tua existência deixes de colher teus frutos,
pois eles são teus e somente teus.”
“Nunca esqueças de olhar toda manhã para o astro-rei,
ele aí estará para lembrar-te que eu te quero assim, pura luz.”
“A mim, nada tu me deves, mas deves a ti, para que che-
gues a mim.”
66
Capítulo 4
O SER HUMANO
A Luz e a Escuridão do Ser Humano
Consciência e simbolismo
A luz sempre simboliza o estado de consciência desper-
ta. A escuridão simboliza o estado de inconsciência do Ser
Humano.
Dentro do simbolismo, podemos dizer que o Ser Hu
mano está na luz. Isso retrata uma situação de continuidade
de uma vida prazerosa para os sentidos, plena de equilíbrio
e que o fluir desta vida pode ser visto e sentido. Mas, acima
de tudo, ter-se consciência de tudo isso. Mostra-se, enfim,
que mesmo dentro da inconsciência, o Ser Humano nun-
ca deixou de saber o que melhor lhe convém. Até porque,
foi o corpo que sofreu as consequências do desequilíbrio
e não Ele próprio.
O Pai nunca abandona seus filhos, por mais que pareça
o contrário.
100
Às vezes sou gazela
Outras vezes sou leão
Às vezes sou passarinho
Alegre, risonho, distraído,
Outras vezes sou triste, sozinho.
Às vezes não me veem
Outras, me ignoram
Mas quando me vou
Todos clamam
Todos choram.
Mas, ledo engano,
Nunca me vou.
Aqui sempre estou.
Sou eterno,
Mesmo não reconhecido
Não morro,
Apesar de nascido.
Não morro
Cumpro o eterno ciclo.
Sempre renasço com o verão,
Floresço com a primavera
Feneço no outono
E me recolho no inverno.
Novamente broto do chão
Com as chuvas de verão.
Os que agora me veem
Sempre me verão
101
Se agora me amam
Sempre me amarão.
Aqueles que me conheceram
Nunca me esquecerão.
Aqueles que me tiveram
Sempre me terão.
Mas, afinal quem sou eu?
Sou os teus olhos que veem,
Teus pés que caminham,
Teu coração que bate sem descanso
Tuas lágrimas que caem
Sou até teu sangue
Que viaja incansável
Pelos caminhos de tua vida.
Sou o teu corpo,
Teu presente divino.
Não morro, não pereço.
Sou eterno, mesmo que não pareça.
Sou, na tua eternidade,
O ponto de uma parada.
Uma estrada
De começo e fim,
Mas não sou na tua vida
Nem o começo
Nem o teu fim.
Sou sim
O teu meio.
Assim, não chores quando eu me for,
102
Pois nesse mundo,
Sou o teu corpo divino,
Independentemente do cheiro, Do sexo,
E da cor,
Sou o teu verdadeiro amor.
O mundo da demonstração
(Ensinamentos recebidos diretamente no mundo
espiritual quando em viagem fora do corpo.)
A maior tristeza para o Ser Humano deste mundo, neste
canto do universo, é a perda de sua memória. Não saber de
onde veio, para quê e por quê está aqui; e, o pior, quem ele
é. Esse fato constitui a causa de uma grande incerteza, uma
imensa dúvida e uma angústia que maltrata a própria alma.
Foi isso que aconteceu com o fenômeno do esquecimen
to, já descrito anteriormente, quando o homem deste mundo
novo sofreu danos irreparáveis nos circuitos elétricos, que
formam o funcionamento cerebral. Esse bloqueio de todas
as capacidades humanas introduziu o homem em uma no-
va era de escuridão e esquecimento. Os valores próprios do
104
Ser Humano foram soterrados nas profundezas da memó-
ria. Com isso, o acesso aos registros ancestrais, onde está o
conhecimento adquirido nas vidas passadas, foi bloqueado.
Em verdade, os registros de todo o conhecimento adquirido
continuam com a pessoa, todo o seu arquivo desde o início
de sua criação permanece com ela. Mas de nada adianta ter-
mos uma biblioteca gigantesca e não possuirmos os meios
de acessá-la. É exatamente isso que acontece com todas as
pessoas que habitam este Planeta. O fato de termos que
começar tudo de novo, a cada nova vida que iniciamos, se
nos apresenta como uma injusta punição.
Tornamos, dessa forma, participantes involuntários do
processo do eterno recomeço. Entramos em uma roda que
gira, gira e sempre termina no mesmo lugar. Assim, sempre
temos que iniciar tudo de novo.
Mas nem tudo é desespero. Nem tudo está perdido. Nes-
se emaranhado de dificuldades de todos os tipos sempre há
o socorro providencial. Não estamos abandonados à nossa
própria sorte. Sempre existem ferramentas colocadas à nos-
sa disposição para nos auxiliar na escuridão. Ensinamentos
invisíveis são colocados à nossa frente. Não estamos, aban-
donados neste vale de lágrimas. Sempre é possível aprender
com o viver e com o olhar atentos à realidade que nos cer-
ca. Cada olhar ao redor corresponde a muitos dias de aula.
Foi assim que, observando-se o estado de esquecimento
dos habitantes da Terra, se criou o “Mundo da Demons-
tração”.
Em que consiste esse mundo? Ele constitui-se em: “Uma
105
escola permanente de aprendizado, recordação e desperta-
mento da consciência e dos valores humanos.”
Esse mundo da demonstração tem a finalidade de nos
acordar do sono da inconsciência. É preciso ver o que já
está escrito dentro de nossa biblioteca interior e trazer o
resultado para o juízo presente.
O mundo da demonstração está acima do bem e do mal,
está fora do conceito de bom ou ruim. No caso, não in-
teressa a visão ou a ideia do belo e do feio, do certo e do
errado. Interessa, tão somente, o despertar da visão maior
do Ser Humano. Não cabe, também, qualquer julgamen-
to da imagem ou do fato, porque quando julgamos perde-
mos a oportunidade de aprender a lição. Isto porque, nos
desviamos para a parcialidade e nos colocamos dentro do
acontecimento; e quem está dentro do redemoinho não con-
segue enxergar nada, porque tem os olhos cheios de detritos.
Dessa forma, o que realmente interessa é extrairmos do
fato a lição e da lição, o aprendizado. Lembrando-se, ainda,
que tudo pode, aparentemente, ser bom ou ruim, só depen-
de do entendimento de cada um. Na verdade, nada é bom
ou ruim. Tudo é apenas fato.
Agora, vamos nos adentrar no mundo da demonstração,
para que tudo fique mais claro e entendido.
Caminhando pela rua, encontramos um homem enfermo
pedindo esmolas. Se observarmos, atentamente, as pessoas
que passam por ali, nós verificaremos que cada uma de-
monstrará uma atitude diferente em relação àquele homem.
Haverá pessoas que sentirão compaixão por ele; outras sen-
106
tirão contrariedade frente ao sofrimento alheio, turvando-
-lhes o seu dia prazeroso. Passam outras, que nem verão o
mendigo, porque isso, dentro do seu raciocínio, não lhes
diz respeito. Mas dificilmente haverá uma única pessoa que
perceberá o processo que está atrás do fato. De verdade, o
que se busca com o fato: “homem abandonado à sua pró-
pria sorte?”
Busca-se o despertamento dos sentimentos humanos da
solidariedade e da compaixão. O despertamento, no caso,
se faz pela demonstração da ausência dos atributos huma-
nos – solidariedade e compaixão.
Quando as pessoas notavam a ausência dos atributos,
elas acessavam de forma automática os registros da solida
riedade e da compaixão. Outras pessoas, no entanto, devido
a embrutecimentos mais profundos, causados por bloqueios
mais perversos, não conseguem acionar seus registros, mes
mo frente à “demonstração da ausência”.
No caso de uma guerra, que traz toda gama de sofri
mento, todos perceberão a ausência da paz e lembrarão da
sua importância. Aliás, a paz é um alimento para o Ser Hu-
mano, ou seja, para o espírito. Sem perceber, as pessoas bus-
cam sempre a paz. Ela é um estado emocional, em que as
frequências física e espiritual se harmonizam de tal forma,
que criam uma vibração de amor. A pessoa, então, passa a
viver uma vida paralela às vidas em permanente conflito.
Por isso, quando é encontrada uma pessoa em completa paz,
também ela passa a fazer parte do efeito demonstração. É
preciso que os outros vejam como é estar em paz, pois, as-
107
sim, terão saudade dela e a desejarão com ardor.
Encontramos pessoas que usam a mentira constante
mente, de forma até inconsciente, causando prejuízos e
até danos morais a outros. Vendo isso, muitos começarão
a defender a verdade para todas as situações. Isso porque,
diante do efeito demonstração – ausência da verdade –, fez
com que outros acessassem seus registros internos sobre a
verdade e começassem a defendê-la.
Como será detalhado no capítulo 5 – Os Corpos Ener
géticos e os Registros Humanos –, esses grandes princípios
que formam a ética do Ser Humano estão registrados nos
discos energéticos, que contêm os nossos arquivos de ago-
ra e de outras vidas. Esses anéis de energia fazem parte de
nossa estrutura espiritual. Os caminhos ou trilhas energéti-
cas por onde se dá o acesso a esses registros estão bloquea-
dos, necessitando de força extra para alcançá-los.
É bom lembrarmos: os danos que nos impedem de aces-
sar a nossa memória ancestral se deram nos circuitos que es-
tão na estrutura material do corpo físico e não na organiza
ção espiritual.
Assim, o efeito demonstração foi criado para auxiliar o
acesso aos arquivos da memória. Mas esse mecanismo não
funciona para a totalidade das pessoas. Em boa verdade,
auxilia aquelas que têm maior facilidade de acessar seus re-
gistros, ou seja, os danos nos circuitos já apresentam algu-
ma recuperação ou estão formando novo registro com es-
se conhecimento.
Se observarmos uma cena que ativa, por exemplo, a com-
108
paixão, podemos verificar que muitas pessoas automatica
mente se compadecem com o sofrimento do seu seme-
lhante. Outras, por outro lado, não demonstram qualquer
sentimento humano. Muitos dirão que esse comportamen-
to é devido à falta de evolução; são espíritos inferiores. Na
verdade, não se trata de evolução, mas, sim, de processos
de inconsciência mais profundos. Nesses casos, os danos
aos circuitos energéticos foram piores, tornando-se mais
difícil o acesso aos registros formadores da memória, mes-
mo diante do efeito demonstração. Por aí se conclui que o
nível de inconsciência, como também o da consciência de
cada um, varia de pessoa para pessoa.
A capacidade cerebral tem muito a ver com a herança
genética. A herança pode vir do pai ou da mãe, ou ainda
de ambos. Se o filho herdar um bom funcionamento cere-
bral dos pais, isso vai ajudar muito no processo do desper-
tar da consciência.
É importante observar que, neste mundo, tudo o que
acontece tem um propósito. Nada há que não tenha pro-
veito. Isso, tanto no campo material, como nos aconteci-
mentos gerais de nosso tempo.
“Nada é bom ou ruim, mas tudo é fato.”
O mundo da demonstração é mais um mecanismo para
acionar a consciência individual de cada um. Portanto, an-
tes de julgar um fato ou alguém, temos que primeiro racio-
cinar, tirar nossa lição e seguir em frente.
109
Capítulo 5
Os Corpos Energéticos e os
Registros Humanos
figura 3
corpo físico
rpo de ligação
co
espírito
CE-11
CE-10
CE-2
CE-3
CE-7
CE-5
CE-4
CE-9
CE-8
CE-6
115
Logo em seguida vem o corpo físico e a ele acoplados todos
os demais corpos energéticos. A comunicação entre todos
os corpos (energéticos e físico, com o espírito) deveria ser
total, automática, fluida e constante. No entanto, isso não
ocorre devido aos bloqueios citados anteriormente. Esta-
mos, assim, isolados de todo o nosso mundo. Perdemos a
nossa memória. Não sabemos mais quem realmente somos.
Vamos abrir um parêntese para falar de uma Lei oculta,
uma Matriz Divina, que rege e interpenetra os mundos fí-
sico e espiritual, a “Lei do número 12”. Essa Lei se funde,
se inspira, se fundamenta no número 13. Senão vejamos:
– Os 11 corpos energéticos, mais o corpo físico formam
o 12 e, com o espírito em que tudo se fundamenta, temos
o 13.
– Os 12 apóstolos, tendo o Cristo como fonte e funda
mento, formam o número 13.
– Os 12 signos do zodíaco. Lembrando-se que existe o
signo de número 13, ainda não conhecido. Nós o atingimos
quando percorremos os 12 anteriores e absorvemos todas
as virtudes e capacidades de cada um e conseguimos supe-
rar todos os vícios (pontos fracos) de todos eles. Isso feito,
“morremos” em nossos aspectos inferiores e “ressuscita-
mos” e ingressamos no número 13, para, enfim, sairmos
da roda zodiacal.
– As 12 tribos, que deram origem ao povo judeu, se re
sumiram em uma: a de número 13, o atual estado de Israel.
Voltando-se aos corpos energéticos, podemos dizer que
eles representam nossos desafios. Todo o arquivo do que
116
somos e fomos ali está gravado, constituindo nossos regis-
tros, nossa herança. Aí está a nossa memória. Muitos des-
ses registros estão gravados desde a nossa criação pelo Pai.
Também estão gravados os registros traumáticos de nos-
sas vidas passadas. Nossas dores e sofrimentos pretéritos,
alguns, ainda, pendentes de cura, pedem remédio. Penden-
tes são aqueles “fatos problemas” ainda não resolvidos,
dos quais levamos os efeitos de uma vida para outra até a
solução final.
Mas como se imprime o registro no corpo energético
para formar a memória? Isso se realiza com o “carimbo
da emoção”. Quanto maior a carga emocional mais forte
o registro e, por consequência, mais difícil de desfazer. Por
exemplo: Perder o corpo físico (morte) com grande sofri-
mento. Perder a pessoa amada no auge da felicidade. Sofrer
uma grande injustiça. Padecer de uma doença incurável e
ser abandonado pelos familiares e amigos.
Esses registros de grandes emoções, sofrimentos e dores
são cuidadosamente guardados para soluções em vidas fu
turas, quando, então, somos convidados a passá-los a lim-
po sob as luzes do entendimento e do perdão.
Entendimento e perdão são as chaves para o desfazi
mento dos registros pendentes, que nos desequilibram e nos
tornam menos humanos e muito mais animais. O perdão é,
sem nenhuma dúvida, o remédio para todos os males. Preci
samos perdoar sempre, não importa o quê, a quem e quan-
do, mas importa o porquê. Simplesmente, porque perdoar
é um santo egoísmo. Beneficia a todos, mas quem perdoa
117
recebe primeiro. O perdão traz saúde (o ódio agride o fí-
gado e a mágoa e a tristeza atacam o pulmão), traz alegria
(passamos a nos sentir satisfeitos com nós mesmos); traz
também paz (não sentimos mais os grilhões daqueles sen-
timentos ruins a nos incomodar) e, por fim, o perdão nos
oferece uma oportunidade rara de sentirmos amor, uma
sensação de plenitude e de unidade com o Pai.
Os registros gravados nas camadas ou corpos energéticos
fazem parte da individualidade de cada um e jamais podem
ser apagados, pois eles constituem o nosso conhecimen
to sobre a realidade que nos cerca e, ainda, representam o
que, realmente, somos como Seres Humanos.
Por outro lado, é necessário que apaguemos as emoções
doentias que “aquecem” os registros e nos fazem sofrer e
ser diferentes do que realmente somos. Mas como retirar
a força emocional de um registro? De uma única forma:
entendimento. Quando tomamos consciência e aceitamos,
o fato, apenas como experiência de vida, como uma lição
aprendida, passamos então a entendê-lo. Quem realmente
entende, perdoa. Perdoa a si próprio e aos outros, perdoa
a vida, por ser dura consigo. Perdoa a tudo e a todos. Esse
é o caminho de sermos Seres Humanos.
O perdão é de fundamental importância, pois ele é a
aceitação de que o nosso semelhante pode errar e pode er-
rar conosco. E nós podemos errar com tudo, até com nós
mesmos. Quem não erra, ou sabe tudo ou nada aprende.
“Perdão é a sublime renúncia do direito objetivo de re
vidar. É a força contida na inércia do entendimento?’
118
Visto dessa forma, podemos separar os nossos registros
ou a nossa memória em três tipos distintos:
1 – Registros de Origem: são aqueles que vieram com a
nossa criação como Seres Humanos. Foram gravados pelo
Pai. Fazem parte da nossa história inicial. Por exemplo: a
existência do Pai Criador. A existência do Mundo Espiri-
tual, nossa “pátria de origem”. A existência do mundo fí-
sico, por onde buscaremos nosso conhecimento. A nossa
condição de imortais (eternos), e que sempre buscaremos
a Deus nosso Pai.
2 – Registros de Nossas Vidas Sucessivas: São os registros
de nossas experiências adquiridas, em nossas vidas desde
o início. É a nossa história geral, onde pode ser vista toda
a nossa existência.
3 – Registros Pendentes: aqui se situam os grandes pro
blemas do Ser Humano. Aqui está a causa de todo o nosso
desconforto, angústia e tristeza. A razão de muitas doenças
físicas e psicológicas e a origem de muitos males inexplicá-
veis; muitas patologias de origens desconhecidas, síndro-
mes diversas, doenças que não se enquadram em nenhum
conhecimento científico. Atrás, muito atrás, corre apressa-
da a ciência, buscando conhecer as causas longínquas, pela
análise dos efeitos físicos imediatos.
Esses registros pendentes podem nos causar dores e so-
frimentos vidas afora. Isso, por um único motivo: a incons
ciência. Não sabemos nem de suas existências nem da me-
lhor forma de tratar esses males. Cada registro desses é uma
pendência que deixamos para trás. Não adianta tentarmos
119
negar, ou mesmo dizer que não acreditamos nisso. Isso não
altera o que está escrito. É importante ressaltar que nós não
lembramos, nesta dimensão física em que estamos vivendo,
mas de tudo sabemos como espíritos e, nessa outra cons-
ciência, queremos nos livrar desses problemas pendentes.
Se nós agimos contra nós mesmos, contra nossos se
melhantes ou contra os princípios divinos que tudo regem,
havemos, nós mesmos, por nossa consciência, de querer
rever esses acontecimentos que deram origem aos nossos
dissabores. Isso porque precisamos entender aquilo que fi-
cou pendente. Uma vez entendido e aceito pela nossa cons-
ciência, o arquivo deixa de “pulsar” em nosso mundo in-
terno e nos deixa em paz.
Há uma grande diferença entre o “entender” a experi
ência de uma vida passada e o consequente desaparecimen-
to da carga emocional, com a doutrina do carma.
O carma, ou seja, a sujeição da pessoa ao pagamento de
dívidas passadas não existe como lei. Por outro lado, se a
pessoa acredita nele como uma lei, então para ela o carma
passa a existir. Isso ocorre em obediência a uma outra lei
que diz:
“Tudo que o ser humano acredita, passa a existir para ele.”
É importante deixar claro que existem aqui, nessa dimen-
são física, muitos grupos que aceitam e acreditam na “Lei
do Carma”. Para essas pessoas essa Lei passa a existir, por-
que elas acreditam nela. Essa Lei também é aceita, adotada
e defendida pela “Direção Espiritual” desses grupos. No
entanto, isso não quer dizer que essa Lei é para todos, mas
120
só para aqueles que nela creem. Não é o caso de outras leis
citadas, pois essas são para todas as criaturas humanas.
O aprendizado com a experiência própria é uma lei na
tural. Colher o que plantamos e provar dessa colheita é
necessário ao crescimento da nossa consciência. Essa Lei
foi deixada no ensinamento que diz: “A cada um segundo
suas obras”. É importante observar, que isso é uma Lei
aplicada aos atos da pessoa neste mundo da matéria e na
própria vida em que eles foram praticados.
Os registros de que estamos falando (registros penden
tes) e que fazem parte de nossa memória são acontecimen-
tos traumáticos nos quais estivemos envolvidos e que nos
causaram profundo desequilíbrio emocional no passado.
Tais ocorrências, quando não resolvidas tempestivamente,
passam para outras vidas. No caso, não como dívidas a pa-
gar, mas como pendências vivas que, silenciosamente, nos
cobram soluções pela moeda do esclarecimento e do enten-
dimento. Para elucidar melhor, podemos citar os casos de
medos de toda espécie, síndromes de pânicos, fobias, etc.
Esses registros ficam situados nos corpos energéticos. Uma
vez esclarecido o fato causador do desequilíbrio, a carga
emocional se esvai e o desconforto desaparece. Esse enten-
dimento se dá por uma repetição do fato, por uma terapia
ou ainda por uma abertura de consciência. É importante
lembrar que esses distúrbios emocionais podem ter várias
idades. Podem vir da vida presente, principalmente da in-
fância, quando o cérebro ainda não está preparado para li-
dar com situações emocionais conflitantes e mandam-nas
121
para o subconsciente. Os desequilíbrios emocionais podem,
também, ter origem em vidas passadas.
Assim, os corpos energéticos são o nosso “diário eter
no”, onde está arquivada toda a nossa história. Ficou en
tendido que o nosso cérebro possui apenas uma memória
periférica imediata dos fatos da vida presente. Ele tem essa
memória porque o corpo de ligação ou duplo energético
retém as informações, deixando-as disponíveis ao proces-
sador central, ou seja, o cérebro. Cabe a ele ter capacida-
de para apanhá-las, inclusive as informações da infância,
e mostrá-las na tela da consciência física. O cérebro é um
processador de alta capacidade. Ele é dividido por áreas de
processamento. Cada área é ligada por “fiações energéticas”
a todos os corpos energéticos.
Por exemplo: a área da música. Se esta área estiver rece-
bendo pouca energia, a pessoa terá dificuldade em aprender
música, bem como terá extrema dificuldade em acessar seus
arquivos desse conhecimento, se ela os possuir. Caso contrá-
rio, se a pessoa tem grande concentração de energia nessa área
de processamento cerebral, ela terá grande facilidade em do-
minar a música. Se ela já tiver aprendido esta arte no passado,
esse conhecimento poderá fluir para o presente. Quando essa
concentração de energia em uma área cerebral de processa-
mento for muito alta, a pessoa poderá ser chamada de gênio.
As informações acumuladas na memória dos corpos ener-
géticos são carregadas de emoções. Somos, assim, seres
emocionais. Quanto maior a emoção com que participa-
mos de um fato, maior será a capacidade de lembrarmos
122
dele. Vale tanto para a emoção da dor, como para a da ale-
gria. Temos, no entanto, uma tendência de nos lembrar-
mos com maior facilidade de tudo que nos é traumático e
doloroso. Isso porque, não faz parte de nossa natureza a
dor e o sofrimento. Por conseguinte, sempre lembramos
deles como estranhos para nós. Tudo o que nos acontece,
o corpo energético de ligação transmite a informação aos
corpos energéticos permanentes e retém uma “cópia” até
o seu desfazimento com a morte do corpo físico.
Esse corpo de ligação faz o papel do subconsciente, que
contém informações da vida presente. Essa camada de ener-
gia ou corpo de ligação se forma junto com o corpo da
criança, ainda no útero materno. Esse corpo de energia se
prepara para receber o Ser Humano (o espírito) no momen-
to certo. Essa assunção ou tomada do corpo físico pelo es-
pírito se dá, gradativamente, até por volta dos catorze anos.
Essa idade não é exatamente a mesma para todos, mas vai
depender do amadurecimento geral apresentado pelo cor-
po físico que hospedará o Ser Humano. Com a entrada do
Ser Humano no corpo físico, ocorrem as grandes transfor-
mações psicológicas que todos conhecemos.
Com a descida do espírito e a união ao corpo físico acon
tece, simultaneamente, uma acoplagem dos corpos energéti
cos que fazem parte do Ser Humano com a matéria hu-
mana, unindo-se através do corpo energético de ligação.
Primeiro essa união se dá na região do umbigo e, depois,
em toda a extensão.
O consciente, o subconsciente e o inconsciente da psi
123
cologia moderna podem ser assim explicados:
Consciente – é a atividade cerebral que permanece na
“tela do nosso computador”, com uma memória periférica
imediata que usamos diariamente.
Subconsciente – são os registros que formam a nossa me-
mória desta vida, de que não lembramos mais. Lembranças
da infância ou até registros da vida intrauterina. Às vezes,
cenas de uma vida passada próxima conseguem invadir o
corpo de ligação e se instalar no subconsciente, podendo,
então, serem mais facilmente acessadas.
Inconsciente – são os registros de vidas passadas que
estão nos demais corpos energéticos, cujo acesso é difí-
cil. Geralmente, tomamos conhecimento desses registros
quando saímos conscientemente do corpo físico ou, ainda,
com o despertar da consciência. Esse acesso à memória de
outras vidas significa iniciar o autoconhecimento e esse fa-
to extraordinário pode causar muitas turbulências na vida
atual. Por esse motivo, esse acesso aos nossos arquivos, aos
nossos conhecimentos, às nossas experiências de vida, às
nossas falências de outrora e aos nossos grandes enganos
cometidos na estrada da vida eterna, precisam ser monito-
rados por aqueles que cuidam de nós no mundo espiritual.
O caminho do autoconhecimento é o caminho do guer
reiro. Somente aqueles que estão dispostos a lutar e pagar o
devido preço têm o sucesso garantido. Dores e sofrimentos
estão em todas as encruzilhadas nos aguardando. A todo
momento, o desapego e a renúncia pedem passagem e nos,
cobram o seu preço. O livre-arbítrio se torna uma espada
124
de fogo sobre a nossa cabeça. A cada direção errada, uma
pena. A cada passo dado em falso, um espinho. A cada pa-
lavra infeliz, uma justa reprimenda da consciência vigilante.
O guerreiro da consciência não descansa; se cair, já está
pronto para levantar. Se cometer um engano, logo busca o
reparo. Se acaso participar de uma injustiça, sofre mais que
o injustiçado. Aquele que busca a consciência vigia o tempo
todo, não se descuida, pratica a auto-observação.
Para que tudo isso aconteça, é preciso que consigamos
acessar os arquivos que formam o subconsciente e o incons
ciente, que estão nos corpos energéticos permanentes. A
comunicação entre o cérebro e os corpos energéticos, on-
de estão os registros de tudo, inclusive de conhecimentos
e habilidades adquiridos, se dá por meio de canais energé-
ticos, que interligam todo o sistema de arquivos, forman-
do-se, assim, a biblioteca do Ser Humano.
Essa comunicação fluídica, normalmente é o que deveria
acontecer. Mas, infelizmente, não é o que acontece. Esses
canais de ligação e transmissão entre o cérebro que proces-
sa e os corpos ou camadas de energia que contém os dados,
foram bloqueados acidentalmente no passado e permane-
cem até hoje. É importante nos lembrar de que temos uma
agravante para o problema já existente: o excesso de radia-
ção solar que nos atinge a todo o momento. Cientistas do
mundo inteiro alertam para o risco que correm os meios
de comunicação da Terra com o excesso dessa energia. Da
mesma forma, o prejuízo para o nosso sistema energético
é imenso.
125
O cérebro tem um programa de funcionamento per
feito. Nesse programa estão previstos dois tipos de ativida
des: uma automática e outra por impulsos da vontade do
Ser Humano. Se não houvesse o automatismo cerebral, a
pessoa humana ficaria sobrecarregada ao ter que coman-
dar tudo. Atividades, como o processo digestivo, os bati-
mentos cardíacos, o funcionamento do sistema respirató-
rio e circulatório, etc., teriam que ser monitoradas pelo Ser
Humano. Não lhe sobraria tempo para mais nada. Assim,
ficando livre do monitoramento dessas atividades básicas,
podemos nos ocupar do cumprimento de nossos objetivos,
da aquisição de conhecimento e com uma melhor perma-
nência neste mundo físico.
Em resumo e para melhor clareza, nós estamos com o
nosso computador central, ou seja, o cérebro avariado, com
funcionamento reduzido e com toda a rede de canais de
comunicação bloqueada, o que nos tira a chance de ser-
mos normais.
Mas o que é “ser normal”?
Do “ser normal”, nós temos o registro, mas não o co
nhecemos nesta vida. Em vidas vividas há muito tempo,
nós conhecíamos a condição de um Ser Humano normal.
O “normal’ é o Ser Humano agindo de acordo com a sua
consciência, plenamente desperta. É a certeza da existên-
cia da eternidade e que ele faz parte dela. É a absoluta cer-
teza de que o Criador existe e que Ele é nosso Pai. É saber
que o Mundo Espiritual existe; de lá viemos e para lá vol-
taremos. É entender que esse plano em que estamos é um
126
mundo de energia densa, e que ocupamos corpos físicos
para nos permitir conhecer a obra do Criador, pela experi-
mentação. Ter o entendimento de que a Terra é um gran-
de laboratório de demonstração de Deus, pelos seus feitos.
Ser “normal”, também, é entender que a Terra não é um
vale de lágrimas, mas uma imensa escola de sabedoria e de
amor. Amor e sabedoria são duas asas que, inexoravelmen-
te, conduzem o Ser Humano a Deus.
No decorrer dos capítulos desta obra, sempre falamos
da consciência humana. Ela é, verdadeiramente, o que faz a
grande diferença entre as pessoas deste mundo. É a consciên
cia, aliada ao florescimento dos sentimentos humanos, que
vai nos mostrar o Ser honesto, correto, justo, humano, ben-
feitor, etc. Ao contrário, quando impera a inconsciência e a
ausência dos sentimentos nobres, temos os Seres mesqui-
nhos, injustos, cruéis, assassinos, desonestos, etc. Mas isso
não é defeito da obra do Pai. Isso é, apenas, e tão somente,
um desequilíbrio temporário da matéria densa. Na eterni-
dade que pertence ao Ser Humano, esse tempo nada sig-
nifica. Tudo terá fim no tempo certo. Tudo, no fim, dará
certo; se ainda não deu certo, é porque não chegou ao fim.
O Criador jamais criou ou criará algo imperfeito. Ele
nos criou perfeitos, mas estamos doentes. O maior engano
do homem é achar que Deus criou espíritos imperfeitos,
impuros, zombeteiros, brincalhões, maldosos, entre outros
adjetivos desqualificantes. Alguns que “parecem ser” des-
se modo, não o são, apenas estão. Ainda assim, muitos en-
tendem que Deus fez o homem à sua imagem e semelhan-
127
ça. Notem o tamanho do contrassenso. É o mesmo que
chamar o Criador de todos aqueles adjetivos injuriosos. A
toda criatura humana foi dado o dom do raciocínio, mas
poucos o usam. Preferem fazer coro uns com os outros a
pensar. Raciocinar é se tornar responsável. Ser consciente
é ser responsável por si e até pelos outros: “A quem mais é
dado, mais será pedido”.
Voltando à questão do “ser normal”, podemos afirmar
que ser normal é ser salvo. O normal está salvo. O incons
ciente, anormal, necessita buscar a salvação pelo despertar
da consciência.
A normalidade para o Ser Humano é a sua salvação. Ob-
servem que essas colocações estão muito distantes dos con-
ceitos religiosos de salvação.
A pessoa consciente é normal e, sendo normal, ela tem
certeza sobre si, sobre o seu futuro e sobre o mundo espi-
ritual e o Pai. Quando o Ser Humano está em seu estado
normal, é aberto a ele o acesso ao seu passado, ao mundo
espiritual e a Deus. Ele pode falar com o Pai. Nesse ponto,
não há o que se falar mais de salvação. Fecha-se o ciclo da
dor e do sofrimento.
“O ser humano normal habita novamente o jardim do
éden e caminha com Deus.”
130
Capítulo 6
152
Capítulo 7
Frequências da Vida
Áreas cerebrais
Figura 4
Testa
Nuca
Impulsos Cerebrais
(figura plana vista do alto)
Figura 5
Testa
Áreas
cerebrais
Impulsos
Hemisfério cerebrais
esquerdo Hemisfério
direito
Canal intermediário
por onde sobem Energia acumulada
os impulsos na base de crânio
Nuca
170
Capítulo 8
Experiência 1
Estou deitado em profundo relaxamento, quando sinto
uma leveza que me deixa suspenso no ar. Vejo meu corpo a
um metro de distância. Rolo de lado e me afasto do corpo.
Logo depois da saída, vejo-me dentro de uma piscina pro-
curando alguém que estava no fundo. De repente, minhas
pernas tocam no corpo de um homem que estava parado
no fundo, parecia ter dificuldades de voltar à tona. Chamei
algumas pessoas que estavam por perto para auxiliar-me a
tirar o homem da piscina. Ele estava vivo e tinha uma apa-
rência muito estranha, era um tipo de artista excêntrico. Vou
com ele para um grande salão ver objetos e livros antigos.
Vejo um punhado de estatuetas de uns cinco centímetros
de altura. Uma delas, muito brilhante, parecia de ouro, re-
presentava um homem de pé com a mão esquerda erguida
acima do ombro. Embaixo da estatueta estava escrito: “O
grande rei Melquisedeque”. Entendi que aquela saudação
significava: “Eu saúdo você em mim”, e a outra pessoa res-
171
ponderia: “Eu me saúdo em você”.
Daí a pouco abri um livro antigo com desenhos de samu-
rais. Nesse instante, chegou um rapaz moreno e muito sim-
pático, que iniciou uma conversa comigo. Disse a ele que
o conhecia muito bem, mas que o corpo físico era muito
pesado e bloqueava as lembranças. Nesse momento, abriu-
-se um quadro na parede, tipo telão de TV, onde apareceu
a imagem de um homem muito alto e gordo dizendo: “O
que está acontecendo por aí?” O rapaz a meu lado infor-
mou que “era o rapaz (eu) do mundo da matéria que tinha
vindo ver a irmã”. Ele perguntou ao rapaz se isso era pos-
sível. O rapaz, a meu lado, disse para alguém: “É melhor
apagar a luz, para que ele (eu) veja melhor a imagem no te-
lão.” Lentamente, aproximei-me do telão. Olhei para minha
roupa, que era bastante estranha. Estava vestido como um
cavaleiro medieval: era uma malha de aço que recobria todo
o meu corpo. Calçava esporas de aço com rosetas grandes,
que se arrastavam e tiniam no assoalho de madeira. Sentia-
-me muito forte ao caminhar com aquela roupa.
A partir daí, dirijo-me para uma sala próxima, vendo uma
cama com um reflexo azul. Sinto que a minha irmã que ti-
nha falecido recentemente está ali deitada, se recuperando
do transe pós-morte. Fico emocionado e lanço-me sobre
ela para abraçá-la. A emoção em excesso me fez voltar pa-
ra o corpo.
Comentário
Esse é o tipo de experiência muito interessante, pois são
172
duas informações passadas para mim no mesmo instante.
No meu caso, como sou um estudante e pesquisador do
mundo espiritual, sempre estou acompanhado e orientado
no meu aprendizado em cada saída do corpo. As pessoas,
em geral, podem sair e não ter objetivo definido. Aliás, é
bom que se diga que todas as pessoas saem do corpo, mas,
na maioria das vezes, não se lembram do fato.
No meu caso, normalmente, eu sigo uma programação
de estudo feita, não por mim, mas por pessoas do mundo
espiritual, que me orientam. O importante é que sempre
tenho muito que fazer e o que aprender em minhas viagens
extrafísicas.
Nessa experiência relatada, o homem no fundo da piscina
e a sua aparência estranha, tudo era para chamar a atenção
e fazer a gravação em minha memória. Na verdade, o que
interessava mesmo era a estatueta e a visita à minha irmã,
falecida há pouco tempo.
No caso da estatueta de Melquisedeque, era para ativar a
minha memória a respeito dessa pessoa que, com certeza,
foi a mais importante que já pisou no solo terrestre.
Depois que o homem que habitava a Terra ficou incons-
ciente e perdeu a memória, foi preciso iniciar, de novo, os
ensinamentos da consciência ao Ser Humano. Tanto era
necessário ensinar como também ativar os conhecimentos
adquiridos anteriormente.
Com essa finalidade, Melquisedeque veio de outro pon-
to do universo. Ele apareceu, fundou a “Escola de Salém”,
e retornou. Portanto, ele não nasceu aqui e, tampouco, fa-
173
leceu aqui.
A Bíblia fala muito rapidamente de Melquisedeque e da
“Escola de Salém”, mas o seu trabalho foi grandioso e se-
guia uma programação do “Alto”. Na “Escola de Salém”,
que é nos dias de hoje Jerusalém, ele ensinou os princípios
da consciência humana; formou seus discípulos e orientou
o povo. Foi, inclusive, o grande orientador de Abraão no
início da formação do povo judeu que, mais tarde, recebe-
ria de novo o grande orientador da consciência humana:
Jesus Cristo.
Quanto à estatueta com a mão esquerda erguida, signifi-
ca um cumprimento cordial, amigo, humano e fraterno que
Melquisedeque usava e ensinava a seus discípulos.
A “Escola de Salém” teve grande importância, porque
foi um dos momentos em que a consciência humana es-
teve de novo na Terra. Melquisedeque e a Escola por Ele
fundada tem, para mim, especial importância, porque en-
tre seus alunos e discípulos, naquela época, eu me encon-
trava. Em razão desse fato e outros tantos, eis a razão da
minha profunda admiração por ele, e não poderia ser de
outra forma, por que: “Melquisedeque e o mestre Jesus são
a mesma pessoa.”
Quanto à última parte da experiência, diz respeito à opor-
tunidade a mim oferecida, naquela noite, de rever, pela pri-
meira vez, a minha irmã que havia falecido recentemente e
por quem eu sempre tive grande afeição. Eu havia lhe pro-
metido que, se ela voltasse para o mundo espiritual antes
de mim, eu iria visitá-la. Esse foi o nosso primeiro contato
174
que, apesar de breve, foi seguido de vários outros em que
tivemos oportunidade para conversar e matar saudades.
Experiência 2
Saio do corpo e subo muito alto no céu, sentindo um
grande bem-estar. Tento ir à casa de uns amigos, mas sin-
to que tem alguém comigo, que me puxa para trás. A pes-
soa está invisível. Então, eu levo a mão direita para o lado
esquerdo e pego em uma mão pequena e delicada. Era de
uma mulher pequena e jovem. Levo a mão até o seu bra-
ço e seguro sua mão. Sinto seu rosto próximo ao meu, do
lado esquerdo, um pouco atrás. Pergunto o seu nome, ela
responde: “Juliete”. Lembro-me de ter reconhecido o seu
nome como o de alguém muito querido. Pedi a ela que sem-
pre me dissesse o seu nome, quando nos encontrássemos,
para que eu não o esquecesse. Ela voltou comigo para mi-
nha casa. Entrei em meu corpo, mas, ainda, conseguia se-
gurar a sua mão e senti-la perfeitamente, mesmo já estando
dentro do corpo.
Comentário
Como disse antes, eu sempre estou acompanhado por al-
guém do mundo espiritual, quando saio de meu corpo físico.
Nesse dia a pessoa que me acompanhava era Juliete, uma
jovem pequena e muito delicada, de quem eu gosto muito.
Muitas vezes, a pessoa que nos acompanha fica invisível,
para não causar uma dependência do tipo aluno/professor
ou aprendiz/guia. No meu caso, eu logo descobri isso e pas-
sei a surpreender meus acompanhantes espirituais, toman-
175
do algum tipo de atitude que eles não esperavam.
Nessa noite, pedi a Juliete que sempre repetisse o seu
nome para mim, porque é normal não nos lembrarmos dos
nomes das pessoas do mundo espiritual, quando temos um
segundo contato. Esse fato é devido às más condições de
nosso cérebro. Para mim, tornou-se bastante comum, após
voltar para o corpo, ver e ouvir as pessoas que habitam o
outro lado da vida.
Experiência 3
Saio do corpo e vou falar com o Dr. Fritz, pois, em outra
saída do corpo, havia recebido um recado dele dizendo que
queria falar comigo. Quando me aproximei, verifiquei que
ele estava sentado em uma mureta e recostado em uma pi-
lastra. Ele se apresentava como uma pessoa alta, um pouco
esguia, moreno claro, cabelo preto e comprido até próximo
ao ombro. Parecia que ele tinha participado, recentemente,
de algum trabalho. Estava compenetrado, sério, ar de can-
sado. Presentes estavam mais duas pessoas que, também,
queriam falar com ele. Aproximamo-nos e perguntei-lhe se
estava terminando o trabalho na cidade do Rio de Janeiro.
Ele respondeu que, ainda, demoraria um pouco. Eu queria,
na verdade, perguntar sobre o meu caso.
Nesse momento, perco a consciência, por um instante, e
quando fico consciente novamente, estou em um hospital,
rodeado por uma equipe médica que se preparava para ope-
rar-me. Estou aguardando minha vez. Mas, antes de mim,
um homem se deita na mesa de cirurgia e, rapidamente, ele
176
é operado na região esquerda da cabeça, próximo ao ouvido.
Na cirurgia é retirada uma porção de tecido de cerca de
dez por quatro centímetros, era um tumor. Ele sangrou
muito, mas levantou-se bem.
Por fim, chegou a minha vez. Estava de calça e sem ca-
misa. Aproximei-me da mesa e, no mesmo instante, veio
uma moça aplicar-me uma anestesia. Estava um pouco re-
ceoso com a cirurgia. Deitei-me sobre a cama e ela, então,
colocou uma agulha de acupuntura entre os meus dedos,
indicador e polegar, da mão direita (esse é um ponto de
analgesia em acupuntura). Uma outra pessoa colocou ou-
tra agulha de acupuntura do lado esquerdo da cabeça, per-
to da linha do cabelo com a testa. Ouvi outra pessoa dizer:
“Vamos aplicar uma anestesia aqui”, e aplicou uma injeção
no lado direito da cabeça, na mesma posição da agulha de
acupuntura. Perdi os sentidos e já acordei no corpo. Mesmo
estando no corpo físico, mantive a ligação com o mundo
espiritual. Iniciei uma conversa mental, perguntando: “Fui
operado de quê?” “De linfoma”, responderam. Quis saber
mais. Então, disseram-me: “A cirurgia foi para regular seu
peso basal, para ficar mais forte e aproveitar melhor os ali-
mentos, porque você estava meio fraco”. Disseram, também,
que esse problema impediu até o meu crescimento normal.
Notei que eu estava falando com o Dr. Fritz. Perguntei-
-lhe a respeito do trabalho que ele queria realizar comigo.
Se durante a realização do trabalho, na matéria, eu estaria
inconsciente. Ele respondeu que não, que eu estaria um pou-
co consciente, para aprender sobre tudo o que fosse feito.
177
Disse, ainda, que o trabalho, desta vez, seria diferente dos
outros que ele tinha feito com outras pessoas, porque envol-
veria mais pessoas que cuidariam, também, da consciência.
Em certo momento, já apagando a consciência, eu per-
guntei: “Mas, e os recursos para construir a estrutura para
atender às pessoas?” Ele disse algo como: “Se eu bater o
pé no chão, faço surgir o dinheiro que for preciso.”
Comentário
Em minhas saídas do corpo, algumas vezes, tive a opor-
tunidade de encontrar-me com o Dr. Fritz. Para quem não
sabe, Dr. Fritz é um médico do mundo espiritual, que for-
mou uma grande equipe de médicos espirituais, para reali-
zar um grandioso trabalho de ajuda aos que sofrem aqui na
Terra. Para isso, são utilizados vários médiuns, em diversas
partes do Brasil.
Nessa experiência, fui ao seu encontro, atendendo a um
chamado seu, transmitido em outra saída do corpo físico.
Ele estudava a possibilidade de realizar um trabalho co-
migo. Trabalho esse que envolveria, também, o ensino da
consciência humana. A nossa conversa foi antes da cirurgia
que já estava marcada.
Na hora da operação, eu estava receoso, pois quando saí-
mos do corpo levamos as sensações da matéria e, muitas
vezes, agimos como se estivéssemos no corpo físico. Mas,
felizmente, correu tudo bem durante a cirurgia. No dia se-
guinte, no entanto, eu me senti bastante debilitado e tive
que reduzir o ritmo de minhas atividades.
178
A cirurgia foi para a retirada de um tumor nos gânglios
linfáticos, cujo nome é Linfoma. Após a operação, aconte-
ceu tudo o que o Dr. Fritz havia dito: Houve aumento do
peso corporal. Também passei a me sentir mais disposto e
com mais energia.
Experiência 4
Saio do corpo durante a minha preparação; em seguida
me vejo entrando na casa de uma família japonesa. Entre
homens, mulheres e crianças, calculei, mais ou menos, dez
pessoas.
Uma mulher, que aparentava ter cinquenta anos, usan-
do um chapéu de palha, veio ao meu encontro e me dis-
se: “Está quase chegando, não?” Eu respondi: “Eu sei, é a
consciência que está chegando e, então, eu vou descobrir
que já fui um japonês, não é?”
Abracei aquela mulher com grande carinho e segui abra-
çando e beijando todos ali, inclusive as crianças. Eu tinha
plena certeza de que eles faziam parte de minha família.
Comentário
Essa foi mais uma das várias experiências mostrando
minhas vidas passadas. Quando realizamos esse tipo de
trabalho de despertamento da consciência, também temos
nossas torcidas no mundo espiritual. São nossos amigos e
familiares espirituais, que torcem por nós e ficam felizes
quando obtemos êxito. A mulher japonesa que veio rece-
ber-me demonstrou que vinha acompanhando o meu pro-
gresso no trabalho da conquista da consciência humana.
179
Naquele dia, fiquei muito feliz por encontrar aqueles meus
familiares do passado e de quem eu tanto gosto.
Experiência 5
Saio do corpo e vou a uma cidade com grande movimen-
tação de pessoas na rua. Observo que no meu ombro está
um bichinho semelhante a um gato. A todo momento, ele
lambe meus cabelos; noutra hora, passa a língua no meu
rosto. Ando pela cidade com o bicho no meu ombro; isso
já me incomodava bastante. Cheguei em uma lanchonete e
resolvi comprar alguma coisa para o bicho comer. Pedi um
refrigerante e um salgadinho; perguntei o preço e a moça
que me atendeu disse que era R$1,20 (Um real e vinte cen-
tavos). Retirei várias moedas do bolso e comecei a contá-
-las. Nesse meio-tempo, chegou outra mulher e disse: “Vai
pagar em moeda?” “Mas ainda vale?”, perguntou. (Ela me
fez essa pergunta, porque a experiência ocorreu no tempo
da implantação do cruzado novo e estava havendo a troca
da moeda no Brasil.) Respondi que eu trabalhava no Banco
Central do Brasil e que havia instruções para que ninguém
se negasse a receber a moeda antiga, sob pena ser preso.
Informei à mulher que ela só precisava depositar o dinhei-
ro em banco.
Apanhei o salgadinho e comecei a dar para o bicho. Ele
era muito engraçadinho e, às vezes, tinha cara de criança.
Ele não gostava que eu visse a sua cara. Certo momento,
ele se esperneou e saltou para o chão, foi até a esquina e
voltou em seguida; saltou em meus braços e ficou se esfre-
180
gando em mim. Tentei jogá-lo no chão, mas foi impossí-
vel, pois ele se agarrou em mim; sua força era incrível. De-
pois de algum tempo, consegui lançá-lo ao chão, dizendo,
já bastante irritado: “Nunca mais vou andar com esse bi-
cho mal-educado”.
Logo em seguida, encontrei um amigo que também es-
tava fora do corpo, perto de uma máquina de moer cana.
Cumprimentamo-nos e ele rodou a máquina e moeu uma
cana para nós. Ao lado, havia uma máquina de fazer pastel.
Rodei a manivela da máquina e coloquei o meu braço pa-
ra passar pela máquina, para que o meu conhecido notasse
do que eu era capaz. Ao espremer o braço, senti uma leve
dor, mas sem nenhuma consequência maior.
Eu queria fazer minhas observações diretas do mundo
fora da matéria. Isso em vista, perguntei ao meu amigo “se
ele sabia que estava fora do corpo”, ele acenou com a ca-
beça, afirmando que sim. (Na verdade, ele não sabia, ape-
nas respondeu mecanicamente.) Convidei-o para andarmos
pela cidade, a fim de olhar para as pessoas que também es-
tavam fora do corpo, porém não sabiam. Ele me ofereceu
um copo do caldo de cana, tomei só um pouco, pois o cal-
do estava meio quente. Saímos.
Logo vimos passar um homem alto, todo de branco, pa-
recia um oficial da marinha. Eu disse para o meu amigo:
“Olha o reflexo de luz branca sobre seus ombros; isso mos-
tra que ele está fora do corpo físico.” Vamos segui-lo, falei.
Começamos, a partir daí, uma longa caminhada atrás dele.
Chegamos, enfim, a uma grande igreja, completamente
181
lotada de pessoas. O homem que vínhamos seguindo subiu
por uma escada que saía bem no meio da igreja. Era muito
brilhante, parecia revestida de vidro. Era proibido subir por
ali. Mas, mesmo assim, conseguimos subir rapidamente sem
sermos vistos. A escada fazia muitas curvas e, finalmente,
chegamos a uma sala, lá no alto. O homem de branco, no
entanto, desapareceu por ali. Dessa sala, tínhamos visão para
outra sala anexa. Eu me aproximei e vi, no interior da sala,
algumas pessoas sentadas em um banco, ao redor de uma
mesa redonda. No centro pude ver seis pessoas, inclusive
um padre, vestidas de anjos. Disse ao meu amigo: “Olha,
são pessoas que se fazem passar por anjos!”
As pessoas já tinham me visto e não gostaram, por isso,
saíram para nos mandar embora. Vinham acompanhadas
de outras pessoas da segurança.
Mas, no instante em que nos preparávamos para sair
dali, apareceu uma garota que, olhando para meu amigo, deu
muitas gargalhadas, pois ele estava com uma roupa muito en-
graçada. Estava vestido com uma capa preta sobre os ombros,
mas com as pernas de fora; também não aguentei e ri a valer.
Chamei meu amigo e disse: “Vamos sair daqui”. Para eco-
nomizar caminho, o segurei pela mão e voamos até embai-
xo. Pousamos bem no meio da igreja, em um dos corredo-
res de circulação. Na saída, havia uma banca de venda de
flores, para as pessoas que entravam na igreja. Meu ami-
go apanhou um vaso e quebrou-o batendo com ele sobre
a banca. Eu vinha logo atrás dele e resolvi refazer o vaso.
Coloquei minhas mãos ao redor dos cacos do vaso e o re-
182
constitui, concentrando meu pensamento no desejo de re-
construí-lo. Deixei o vaso sobre a mesa e segui para fora
da igreja. A partir desse instante, não vi mais o meu amigo.
Resolvi seguir sozinho para fazer minhas pesquisas. Ca-
minhei por uma trilha, que subia por entre umas casas sim-
ples. Parecia uma vila. Notei que eu estava sendo seguido,
de longe, por um rapaz. Era moreno e de estatura media-
na, cabelo um pouco crespo; ele estava o tempo todo por
perto, como se fosse um transeunte qualquer. Enquanto
continuava subindo pela trilha, ouvi o rapaz dizer para um
outro homem de mais idade, bastante corpulento, que se
aproximara dele: “Como ele (eu) resiste e não volta para o
corpo!” Resolvi fazer uma surpresa para ele: virei para trás,
rapidamente, e disse: “Se é para eu voltar para o corpo, é
só dizer-me que voltarei”. O homem mais velho virou-se
para o lado e sumiu, enquanto o rapaz seguiu comigo di-
zendo: “Eu não sei se deve voltar ou não, pois eu só digo
o que eu tenho certeza”.
Seguimos conversando. Perguntei o seu nome, ele me dis-
se que era Felinto. Informou-me que tinha trabalhado em
um Terreiro de Umbanda e, na época, “era a mulher mais
faladeira quando estava incorporado”. Disse que a mulher,
ou seja, a médium com quem ele trabalhara, chamava-se
Renilda e tinha falecido há um ano. Fiquei surpreso e dis-
se a ele que eu a conhecia naquela época em que ela, ainda,
estava vivendo no corpo físico.
A médium, por ser mulher, queria trabalhar com um es-
pírito de mulher. Assim, Felinto teve que desempenhar o
183
papel de uma POMBAGIRA, para poder trabalhar com Renil-
da. Após a morte de sua médium, Felinto ficou, até aquele
nosso encontro, no mundo espiritual, sem trabalhar aqui
no mundo físico.
Comentário
Essa experiência é muito enriquecedora, pois ela tem
vários aspectos que podem ser realçados: para aqueles que
têm sede de saber, que saibam. Aprendam que o outro lado
da vida pode ser visitado, visto, analisado e nos dar gran-
des conhecimentos.
O primeiro aspecto a ser analisado é o caso do bicho que
andava agarrado em meu ombro. Uma pessoa mais apres-
sada logo perguntaria: “Existe bicho no mundo espiritual”.
A resposta é sim e não. Não existe bicho daqui do mundo
material na outra dimensão da vida. Mas existem bichos
que são criados no mundo espiritual para servir a algum
propósito. Assim, aquele bichinho que andava agarrado a
mim fora criado do lado de lá, para servir de “Alavanca”
da minha memória, quando eu retornasse ao meu corpo.
Tudo o que é diferente e anormal nos prende a atenção
de maneira especial, fazendo com que nossa frequência ce-
rebral aumente e fixe a lembrança do ocorrido. Esse pico
de energia não nos deixa esquecer os acontecimentos fora
do corpo.
O segundo aspecto que merece ser realçado é o fato de
que a maioria das pessoas sai de seus corpos quando estão
dormindo e não se dá conta disso. Na maior parte das ve-
184
zes, as pessoas não se lembram que estiveram fora do cor-
po. Outras vezes, se lembram como se fosse um sonho.
Quando saímos do corpo conscientemente, como foi o
meu caso, nós podemos realizar estudos, pesquisas e até des-
cobertas interessantes. Nesse dia, resolvi olhar as pessoas e
analisar seus comportamentos e atitudes quando estão fora
do corpo. Escolhi, aleatoriamente, para fins de estudo, um
homem vestido com uniforme de oficial da marinha, que
por ali transitava. Logo que ele passou por mim, olhei ao
redor de seus ombros e tórax e identifiquei o reflexo de lua
branca que mostrava que se tratava de uma pessoa que tinha
um corpo físico, mas que estava, no momento, fora dele.
O terceiro aspecto que chamamos a atenção é a pessoa
que eu chamo de meu amigo. Eu vinha, há bastante tempo,
mantendo-o sob observação. Na verdade, ele era um tipo
de aluno que eu estava treinando. No mundo material tra-
balhávamos na mesma instituição e sempre que havia uma
oportunidade passava a ele lições sobre a saída do corpo
e a respeito do mundo espiritual. Nesse dia, aqui relatado,
eu queria testar seus conhecimentos e desenvoltura fora
do corpo.
Um quarto aspecto relevante é o caso da igreja cheia de
fiéis. Com a perda da consciência, aqui no mundo físico, o
homem ficou sem a ponte que ligava os mundos que lhe
pertencem por direito de criação.
Sentindo a carência do convívio com o lado espiritual
que o complete, o Ser Humano começou a criar estruturas
de compensação no mundo físico. Após a perda do corpo
185
material, esta mesma pessoa chega ao mundo espiritual e
necessita encontrar as suas estruturas para atender ao seu
mundo emocional.
Uma dessas criações foram as estruturas religiosas com
suas igrejas e templos. Assim, o mundo espiritual teve que
se adaptar a tudo, criando representações das estruturas da
matéria, para que o homem, lá chegando, se sentisse “em
casa”.
Um quinto aspecto de relevo é a pessoa de Felinto. Ele
era um Ser Humano, ou melhor, um “espírito” que traba-
lhava em um centro de Umbanda, aqui no mundo físico.
Ele foi destacado para trabalhar com a médium Renilda,
mas ela queria trabalhar, ou seja, incorporar um espírito de
mulher. Felinto, desse modo, teve que se “transformar” em
Pombagira, quando incorporava, para atender ao desejo de
sua médium. Lembro, mais uma vez, que conheci Renilda
pessoalmente aqui neste mundo. Presenciei, inclusive, vá-
rias incorporações suas com a Pombagira, que na verdade
era o espírito Felinto.
Experiência 6
Saio do corpo e demora um pouco para abrir a consciên-
cia. Quando fico consciente, estou em uma sala em com-
panhia de um homem. Ele acionava um aparelho que pro-
jetava um filme na parede. Ele mostrou-me a figura de um
homem e disse: “Esse é JOÃO DE ..., que viveu no interior
do Estado de Minas Gerais. Ele teve uma vida simples”. A
cabeça tinha um destaque especial. Os cabelos eram lisos e
186
negros, caíam até os ombros. Tinha uma figura alta e bela.
O homem que projetava o filme voltou a dizer: “Agora ob-
serva essa cabeça, ela vai surgir no passado, no Texas, USA,
como o biólogo John Burke”. Nesse instante, notei que sur-
gia na tela, como se fosse um programa de computador, os
dados dessa pessoa. Era tudo muito rápido, eu tentava ler
o máximo que podia, mas no final só consegui ler o nome
e a atividade da pessoa.
Tive uma crise emocional tão grande que fiquei sufo-
cado. Voltei para o corpo, ainda com grande emoção, pois
recordei que aquele homem fora eu mesmo, em mais uma
das minhas inúmeras vidas, em outros corpos materiais.
Comentários
Por várias vezes, no mundo espiritual foram mostrados
para mim esses tipos de filmes ou projeções de imagens
com a finalidade de passar um conhecimento ou mesmo
mostrar fatos e acontecimentos do passado.
Nesse dia me foi mostrada uma sequência de vidas pas-
sadas. Uma e logo depois a outra. Infelizmente, tudo foi
muito rápido, com o objetivo de não me chocar muito. Mas,
mesmo assim, tive uma crise emocional, quando percebi que
estava vendo o meu passado, bem à minha frente.
Experiência 7
Durante a minha concentração, saio do corpo e tomo
um veículo que inicia uma viagem por uma longa estrada.
Era dirigido por um rapaz moreno, boa estatura, mas um
pouco gordo. Perguntei-lhe se era um guia para aquela ati-
187
vidade que íamos desenvolver. Ele respondeu que ainda
era um aprendiz. Atrás do rapaz havia um homem que o
auxiliava na condução do veículo, tipo automóvel. A velo-
cidade do veículo foi aumentando e notei que passávamos
por galhos de árvores pelo caminho. Era de propósito, para
ver se eu tentaria desviar, pois é sabido que objetos mate-
riais não podem nos atingir fora do corpo. No começo, eu
tentei desviar dos galhos, mas depois lembrei que eles não
poderiam me ferir e fiquei quieto. Logo que a velocidade
aumentou, já estávamos voando; daí a pouco nos aproxi-
mamos de uma construção muito interessante. Ela estava
situada dentro de uma grande erosão ou escavação, no ter-
reno que formava uma grande cratera. Descemos e observei
muitos tipos de veículos estranhos. Eles andavam ou voa-
vam muito rápido. Entramos nessa imensa construção, que
se assemelhava a um gigantesco barracão. Lá dentro exis-
tiam estranhos aparelhos e máquinas desconhecidas aqui
na Terra. Era um imenso laboratório. Eu podia observar o
processamento de vários produtos, ou seja, estavam reali-
zando análises químicas de tudo.
Percebi logo, que eu estava em visita a uma base extra-
terrestre situada na Terra, ou seja, no plano físico.
No momento em que cheguei à base, chegaram mais seis
pessoas visitantes. Ao nosso encontro vieram várias pes-
soas. Eram técnicos e trabalhadores dali. Comecei a con-
versar com um rapaz que tinha o rosto todo marcado por
cicatrizes ou algo parecido. Disse-lhe que eu me lembrava
de tê-lo visto da outra vez que ali estivera. Recordava, per-
188
feitamente, de seu rosto que mudava de aspecto a todo o
momento. Ele me disse que eu estivera lá, em outra vez, e
que tínhamos conversado. Era meu desejo fazer-lhe umas
perguntas. Então, ele chamou um rapaz moreno, com fei-
ções orientais, para atender-me. Toquei no seu ombro e ten-
tei cumprimentá-lo, estendendo a mão. Lembrei-me, então,
de que os extraterrestres não cumprimentam apertando as
mãos como nós. Retirei a mão e perguntei-lhe: “Ah, vocês
não gostam de cumprimentar assim, não é?” Ele me disse
que sim, acenando com a cabeça. Nesse momento, todos
os meus companheiros sumiram ou foram retirados. Eu
comecei a andar pelo recinto e a fazer perguntas. Aproxi-
mei-me de dois rapazes e lhes questionei se eles estavam
no corpo ou fora dele. Disseram para eu observar o reflexo
que os recobria, o que demonstrava que estavam no cor-
po. Eu disse que tinha entendido, mas no início não tinha
visto o reflexo.
Informaram-me que tinham feito uma pesquisa agrícola
na cidade de Rio Verde em Goiás e ficaram apreensivos, pois
os agricultores estavam usando um veneno na agricultura
que continha “granadio”, que causa grandes danos à saúde.
Informei-lhes que realmente nessa região se utilizam di-
versos tipos de defensivos agrícolas. O rapaz, então, me dis-
se que ia inverter a questão, chamaria o responsável para
fazer-me perguntas. Conduziu-me até outra seção; sentei-
-me em uma banqueta e aguardei. Aproximou-se um rapaz
moreno, estatura baixa, com um sinal na gengiva, cabelo
crespo, fez um coquetel cor-de-rosa escuro e ofereceu-me
189
a bebida em um copo longo e fino. Provei-a e perguntei-lhe
o que era aquilo; respondeu-me, disfarçadamente, enquan-
to preparava um para ele: “Isso é para não deixar você se
lembrar”. Retruquei dizendo que era exatamente o que eu
queria: lembrar-me de tudo. Ele me disse: “Tome devagar,
mas não engula, finge que bebe, mas não beba”. Falou-me
isso, também de maneira disfarçada.
Coloquei o líquido na boca, mas não tinha o que fazer,
pois se o jogasse fora eles veriam. Tomei, então, uma deci-
são: Vou voltar para o corpo, pois, assim, eu não me esque-
ço. Acionei o corpo, voltei e me lembrei de tudo.
Comentário
Essa foi mais uma das várias experiências em que tive
contato com habitantes de outros Planetas. Nesse dia, fora
do meu corpo, eu fui a uma de suas bases situadas aqui no
mundo material. Dentro da base estavam presentes pessoas
em corpo físico e outras sem corpo material. Todos traba-
lhavam em pesquisas que visam, sempre, nos ajudar.
Na conversa que tive com eles e pela minha própria ob-
servação, deu para entender que a área principal das pes-
quisas, naquele momento, era o setor de alimentos e a con-
taminação constante por agrotóxicos.
A cidade de Rio Verde foi citada porque essa localidade é
um grande polo agrícola e o uso de agrotóxico é crescente.
Quanto ao líquido que me ofereceram para tomar e es-
quecer, ao contrário, tinha o propósito de me fazer lem-
brar de tudo. Era a aplicação, mais uma vez, da alavanca da
190
memória. Ao longo de meu aprendizado fora do corpo e
aqui neste mundo, pude presenciar e comprovar muito do
trabalho e do acompanhamento que os nossos amigos de
fora, ou seja, de outros planetas, realizam aqui. Uma prática
bastante comum é a instalação de pequenos aparelhos, se-
melhantes a pequenos “chips”, no corpo de pessoas. Muitas
vezes, fora do corpo, presenciei a colocação desses apare-
lhos nas pessoas. Ao voltar para o corpo, entrei em contato
com algumas delas, que não sabiam do fato, e relatei o acon-
tecido. Em um desses casos, o “chip” tinha sido implan-
tado na coxa. O local estava dolorido e havia uma bolinha
que podia ser apalpada e deslocada sob a pele. Esse peque-
no aparelho permaneceu no local ao longo do tempo, sem
qualquer problema. Em outra pessoa, vi colocarem o apa-
relho dentro do cérebro, no espaço situado entre os lóbu-
los esquerdo e direito. Nesse espaço, como fiquei sabendo,
eles colocam o “chip” sem causar qualquer dano à pessoa.
Experiência 8
Saio com total consciência do corpo. Para isso, uso uma
técnica que desenvolvi para sair, quando a frequência está
baixa e a saída estiver demorando a ocorrer. Portanto, saio
“empurrando com os pés até sair pelo alto da cabeça”. Ao
terminar de sair, vejo um rapaz que estava me esperando.
Ele me diz: “Conseguiu sair dele, hein? Não force nova-
mente. Descanse agora.” Voltei e tornei a sair e fiquei pró-
ximo olhando meu corpo deitado. Dei várias voltas ao re-
dor dele, a uma distância que não o permitia me atrair para
191
ele. Estava fazendo um estudo da reação do corpo com a
minha presença. Quando eu me aproximava dele, percebia,
perfeitamente, a sua reação com a minha aproximação. Vol-
tei ao corpo e dormi.
Comentário
Nessa experiência, eu falo de uma técnica que desenvol-
vi para sair do corpo, quando estava mais difícil a saída. A
técnica consiste em: após relaxar profundamente, experi-
mente mover lentamente os pés extrafísicos dentro do pró-
prio corpo, e empurrar todo o corpo espiritual até o topo
da cabeça abrir-se e dar passagem para a saída.
Na verdade, é semelhante a um parto, onde o espírito é
o bebê que sai pela cabeça, empurrado pelos pés. É uma
técnica de força que maltrata bastante o corpo. Nesse dia,
eu estava testando meus limites. Por isso, meu amigo do
mundo espiritual estava muito preocupado, porque eu já
havia saído do corpo várias vezes seguidas.
Eu sempre gostei de testar e estudar as reações do corpo
com a minha aproximação dele. Mesmo fora, fiquei olhan-
do para meu corpo deitado, enquanto me aproximava de-
vagar. A partir da distância de um metro e meio, ele come-
çava a me puxar, energeticamente, tentando sugar-me para
dentro dele. Eu me afastava uns passos e ele perdia o con-
tato comigo. Assim, eu fazia meus testes. Muitas vezes, eu
deixava que me puxasse lentamente até entrar dentro dele.
Saía de novo e deitava ao lado de meu corpo, só que em
posição invertida; a minha cabeça virada para os pés dele e
192
deixava que ele me puxasse para dentro.
É uma sensação muito estranha. É como se minha cabe-
ça estivesse tocando algo duro, ou seja, os ossos de meus
pés e pernas.
Outras vezes, para fazer experiência, eu me deitava em
cima de meu corpo, rosto com rosto, peito com peito. Desta
forma, eu me encaixava no corpo e, de novo, sentia a sen-
sação estranha de estar tudo errado. Nesse caso, eu sentia
como se estivesse olhando pela parte de trás da cabeça; os
meus braços espirituais se projetavam das costas, em sen-
tido contrário ao natural.
É bom lembrar que, nesses casos de testes, nunca tentei
levantar o meu corpo, pois é bem provável que não conse-
guiria ficar de pé.
Experiência 9
Saio do corpo e começo a voar. Resolvo identificar quem
está comigo nesse dia, porque sempre há alguém me acom-
panhando nas saídas. Passo as mãos por trás para tocá-lo,
não consigo encontrar ninguém. Passo, então, a mão direita
sobre o braço esquerdo e sinto uma mão segurando meu
braço. Faço um giro e passo o braço direito por cima dele
e abraço seus ombros, colocando-o do meu lado direito.
Tratava-se de um menino de aproximadamente seis ou
sete anos. Ele ficou um pouco nervoso com a minha atitu-
de. Eu o acalmo e começamos a conversar. Pergunto seu
nome, ele diz que é “André”. Pergunto quando ele deixou
o corpo e voltou ao mundo espiritual. Ele me responde
193
que foi quando tinha “nove quilos”. Ele informa, também,
que esse seu último corpo tinha sido encomendado por ele,
para vir à Terra. Perguntei-lhe: “Como isso foi possível, se
as pessoas estão inconscientes e não se lembram do que
combinam no mundo espiritual?” Ele não me deu nenhu-
ma resposta.
Nesse momento, percebi que estava cansado, com von-
tade de deitar e relaxar. Deitei-me um pouco no chão. Logo
depois, fiquei de joelhos e abracei aquela criança. Ele dis-
se que tinha trazido a sua irmãzinha um pouco menor. Ele
informou-me que era líder dos “Sixwild”. Perguntou-me
se eu já tinha ouvido falar dos “Sixwild”. Por mais que eu
tentasse, não conseguia entender o nome direito. Ele sole-
trou no meu ouvido, mas mesmo assim demorei a entender.
Voltei ao corpo.
Comentário
Nessa saída, merece destaque o fato de alguém, geralmen-
te, estar nos auxiliando fora do corpo. No meu caso, sem-
pre tenho como companhia meus orientadores, auxiliares
ou professores, que me instruem. Com o tempo aprendi a
identificá-los e até brincar com eles. Com isso, fiz grandes
amigos do outro lado da vida que me prestam grande aju-
da no meu aprendizado.
Nesse dia, a pessoa que me acompanhava tinha a repre-
sentação de uma criança. Durante a conversa, ela me for-
neceu uma informação preciosa, que foi a “encomenda de
seu último corpo, quando ela nasceu na Terra”.
194
Pude perceber, então, que seu último corpo foi adquiri-
do de modo diferente, porque tudo foi combinado antes;
um casal se comprometeu a gerar um corpo para que ele
“André” pudesse vir a ocupá-lo.
Experiência 10
Estava dormindo à noite, quando despertei fora do corpo,
ou seja, fiquei consciente no mundo espiritual. No momen-
to em que tomei consciência de que estava fora do corpo,
observei ao meu redor e notei que eu estava no consultório
de um médico que me examinava. Era um pouco corpulen-
to e falava com sotaque espanhol. Disse para mim que eu
tinha um problema do lado direito, na altura da virilha. Era
algo chamado IPO..., não deu para entender o nome direito.
Esse problema teve origem no parto, ou seja, originou-se
da ação da pessoa que auxiliou o meu nascimento. O médi-
co disse que teria de operar-me. Fez uma ficha, marcando
a data 17-04-1987, Sexta-Feira da Paixão, para a realização
da cirurgia. Tentei argumentar que nunca tinha sofrido nem
um pequeno corte; se era realmente necessária a cirurgia; ele
me respondeu que não era urgente, mas que precisava ope-
rar. Observou que eu andava meio retesado do lado direito.
Mostrou-me um tipo de radiografia do local; nela eu vi duas
figuras redondas, semelhantes a pequenos tumores. O no-
me do médico era Dr. Renato. Perguntei quantos minutos
demoraria a operação, ele respondeu, brincando comigo:
“Duzentos minutos.” Achei muito. Enquanto conversáva-
mos, chegou sua esposa, sentou-se ao meu lado. Saí dali e
195
fui para outro local de atendimento, que era um centro es-
pírita. Ali me apresentaram várias pessoas que pertenciam
a grupos de trabalhos espíritas. Queriam que eu fosse tra-
balhar com eles, em seus grupos.
Nesse instante, chamaram uma mulher que chefiava o
centro para conversar comigo. Informei a ela o caso do meu
exame médico. Quando descrevi o médico, alguém veio de
outra sala e disse que era o Dr. Renato.
Eu disse à mulher que eu havia entendido que a opera-
ção era no corpo físico, mas, na verdade, era no corpo as-
tral. Ela quis rebater, quando me disse que eu estava fora
do corpo. Ela me falou que era outra coisa, era espiritual.
Eu não concordei e provei a ela que, muitas vezes, já havia
visto meu corpo e não tinha mais dúvidas. Ela achou inte-
ressante e chamou outras pessoas para ouvir o meu relato.
Durante esse tempo, eu observava uma amiga que tinha ido
encontrar-me no local; ela escorou em uma árvore próxima
e começou a dormir. Voltei ao corpo e anotei tudo.
Comentário
Essa foi uma experiência, fora do corpo, em que fui ope-
rado. No decorrer de quase três décadas de estudos e via-
gens espirituais, já passei por várias cirurgias espirituais pa-
ra correções de problemas físicos. Com o passar do tempo,
é natural que o corpo humano, como tudo que vive, sofre
a ação do tempo. Muitos desses desgastes naturais podem
ser corrigidos, antes que se tornem problemas sérios de di-
fícil solução. A ciência de nosso tempo, ainda, não possui
196
as condições necessárias para fazer certos diagnósticos –
muitos situados no mundo energético – e receitar o trata-
mento adequado. Na dimensão espiritual, no entanto, os
diagnósticos são possíveis e os tratamentos, cirúrgicos ou
não, também são possíveis. Nesse dia, após a realização da
cirurgia, senti grande melhora e a disposição física aumen-
tou consideravelmente.
Para melhor entendimento, explico que as cirurgias espi-
rituais são realizadas no corpo energético de ligação. Este
é um corpo bioplasmático, que pode ser manipulado cirur-
gicamente. Uma vez feita a correção nesse corpo de inter-
mediação, entre as duas dimensões da vida, essa nova in-
formação é repassada para a estrutura física, que se adapta
de imediato ou num prazo de até três dias.
Desta forma, quando a pessoa é operada no mundo es-
piritual, ao retornar, tudo é corrigido no corpo físico. Do
mesmo modo, são realizadas as operações dentro dos tra-
balhos espíritas.
Experiência 11
Saio do corpo e vou a uma festa. Lá tem muita comi-
da exposta em uma mesa. Sinto que estou com fome e me
aproximo para comer alguma coisa. Sirvo-me de arroz, fei-
jão, quiabo e mais alguns vegetais. Em uma sala, ao lado,
muitas pessoas estão dançando, muitos são jovens e dan-
çam ao som de uma música do conjunto “The New Kids
On The Blocks”.
Observava a festa, pensando como a vida era interessante,
197
com suas duas dimensões bem distintas, quando se aproxi-
ma uma mulher conhecida que me informa: “O seu nome
era hatruyry”. Eu respondi que ele era um índio. Ela, en-
tão, disse: “O que a sua esposa quer mais, ela é casada com
alguém que é avô dos próprios pais”. Naquele momento,
eu tinha sido informado e me lembrado de minha última
vida, anterior a essa, vivida no mundo físico.
Comentário
O mais importante nessa saída é a informação e a con-
firmação da minha última vida na Terra, anterior à presente.
Nessa última vida eu fui um índio; minha tribo habitava
a região montanhosa da Serra da Canastra, hoje uma reser-
va que constitui o Parque Nacional da Serra da Canastra,
Minas Gerais.
Fui viver com os brancos, onde constituí família, casan-
do-me com uma mulher branca. Tive vários filhos, sendo
que uma das minhas filhas veio a ser minha atual avó pa-
terna, hoje já de volta ao mundo espiritual.
Durante a minha convivência com minha avó, quando
ainda criança, sempre notei o carinho e atenção que ela me
dispensava. Era o resquício do amor filial que ela me dedi-
cava na vida anterior. Nessa vida atual, além de minha avó,
também convivi com outros filhos que sempre me dedica-
ram grande apreço.
Experiência 12
Estou dormindo. De repente acordo fora do corpo. Vejo-
-me em uma cena em que um homem desequilibrado procu-
198
ra ferir várias pessoas. Ele andava procurando essas pessoas
em companhia de seu irmão. Estava armado e o seu irmão
lhe dizia: “Você matou seus avós, seu pai, sua mãe e vai que-
rer matar-me, também?” Eu estava por perto, observando.
Ele sabia que eu atrapalhava seus planos. Eu era amigo das
pessoas que ele perseguia. Então, começou a procurar-me,
também, para atacar-me. Daí a pouco, eu me encontrei com
ele junto a uma casa. Ele avançou contra mim com um ob-
jeto semelhante a uma pequena vassoura, que esguichava
um veneno muito forte. Ele lançou o veneno no meu rosto,
eu não tinha como fugir, eu estava cercado, a minha morte
era certa. Gritei por socorro; chegou um homem de gran-
de autoridade, que era meu amigo, para socorrer-me. Na-
da mais eu vi. Tudo se apagou, nada mais senti. Fiquei um
tempo sem consciência. Quando novamente voltei a ficar
consciente, estava deitado e havia uma mulher, minha ami-
ga, me observando. Nesse instante, eu pude ver que tudo
se passava no antigo Egito, em uma outra vida.
Eu estava com um amuleto (tipo talismã) pendurado em
meu pescoço. Retirei-o e o entreguei para a minha amiga,
pedindo: “Toma e veja o que tem aí dentro para mim”. Era
uma corrente com um pacotinho bem embrulhado, ser-
vindo de medalha. Não se via o que existia dentro. Levan-
tei-me e saí da sala; vi e ouvi uma criança que falava alto:
“Essa mulher não pode te cobrar tanto assim.” A minha
amiga aproximou-se de mim, novamente, e começamos a
caminhar enquanto ela falava: “E aí, você se lembra do que
disse o menino?” “Sim”, respondi: “Ele disse que a mulher
199
não podia cobrar-me daquela forma.” Ela voltou a dizer:
“Naquela época, você ficava meditando, em seus jardins e
terraços, e não a procurava para relacionamentos íntimos.”
Nesse momento, tudo ficou claro em minha consciência; e
lembrei-me dessa vida que vivi como um faraó do antigo
Egito, do amuleto que levava sempre no pescoço, e que fui
assassinado, ainda jovem, com um veneno letal.
Voltei ao corpo físico, muito entristecido, por mais es-
sa vida.
Comentário
Nessa saída do corpo, tive a oportunidade de vivenciar
mais uma vida passada. Das muitas vidas vividas no Egito,
essa foi muito marcante, pois, ainda jovem, fui envenena-
do e morto com o propósito de tomarem a minha coroa
de faraó. Nesse período, o Egito vivia em constante turbu-
lência política. As traições eram constantes e não se sabia,
com certeza, quem era amigo e quem era inimigo. O que,
de fato, interessava era o poder. A classe dos sacerdotes era
a mais respeitada e temida, já que, na verdade, ela manipu-
lava a política e o poder.
Apesar de, muitas vezes, não lembrarmos de vidas vivi-
das em um país, sempre temos grande atração e admiração
por ele. Isso se explica o fato de que a “sensação” não per-
tence ao campo da matéria. Assim, ela não fica bloqueada
por problemas do corpo físico. Desta forma, a sensação não
se engana. Por essa razão, eu sempre tive grande afinidade,
atração e até saudade do Egito, sem nunca tê-lo conhecido
200
nesta vida presente.
Experiência 13
Estava deitado, em profundo relaxamento, quando sen-
ti que estava subindo por uma espiral até atingir o espaço.
Senti o corpo arrastar-me de volta. Voltei ao corpo e repeti
o mesmo impulso e consegui atingir novamente o espaço.
Notei que eu percorria o céu estrelado em alta velocidade.
Mesmo longe, pude sentir que o meu corpo, lá em minha
casa, estava com dificuldade de respirar. Mesmo distante,
eu abri um pouco a minha boca, o que causou um grande
alívio no meu corpo, lá embaixo. Pouco depois, eu desci e
pousei no chão e entrei em uma casa, que parecia uma fa-
zenda antiga. Dentro, escutei o rosnado de leões. Eu me
aproximei e vi vários animais descansando, por ali. De re-
pente, sem que me desse conta, eu já estava subindo por
uma trilha, montado em um animal estranho, que se pare-
cia muito com um leão novo. Eu segurava o seu pescoço
com as duas mãos. Logo depois, cheguei em frente a uma
pequena casa onde se encontrava um garoto montado em
um belo cavalo. O garoto sorriu para mim, acenei com a
mão, cumprimentando-o. Eu me aproximei da porta da casa;
saiu uma mulher que, também, sorriu para mim. Perguntei-
-lhe onde era aquele lugar, explicando-lhe que era um via-
jante e não sabia que lugar era aquele. Ela me respondeu,
informando-me que eu estava em Portugal e que aquela
propriedade pertencia a José Álvares. Enquanto ela falava,
notei que seu sotaque era o português falado em Portugal.
201
O fato mais importante dessa experiência aconteceu
quando a mulher me informou o nome do dono da pro-
priedade; nesse momento eu me recordei: José Álvares ti-
nha sido eu mesmo, em outra vida. Eu tive total certeza,
tanto que me lembrei: um pouco mais à frente ficava a ca-
sa grande, mais nova. Era a casa principal. Eu sabia que,
dentro da casa, havia uma grande biblioteca, onde existiam
vários livros e outros trabalhos que eu tinha escrito nessa
outra vida. Eu me aproximei da porta, tentando encontrar
uma maneira de entrar. Ali, bem próximo, havia um homem
me observando o tempo todo. Naquele instante, lembrei-
-me que havia uma chave em uma saliência da porta e que
eu sempre a deixava ali para entrar na casa. Caminhei para
o lado da construção, onde havia um barranco de cerca de
vinte metros de altura, que circundava um imenso lago. Saltei
os vinte metros de altura e atingi o lago. Deslizei sobre ele
em direção a um bosque que ficava à frente. Alguém invi-
sível me puxou para a direita, até atingir a margem do lago.
Nesse instante, senti que fui puxado de volta para o corpo.
Comentário
Quando saímos do corpo, pode acontecer de ele ficar
mal acomodado. O corpo pode ficar deitado por cima do
braço, causando uma má circulação. Outras vezes podemos
deixar o corpo em uma posição que dificulta a respiração;
ou deixá-lo descoberto e com frio.
Nesses casos, muitas vezes, consegui corrigir o problema
de longe, mas noutras vezes foi necessária a minha volta ao
202
corpo para fazer a correção.
No mesmo dia, tive outra oportunidade de recordar ou-
tra vida passada. Essa foi em Portugal e meu nome era José
Álvares. Nessa vida me dediquei à literatura. Deixei vários
livros escritos, além de outros trabalhos literários.
Eu residia em uma casa ampla, com uma grande biblio-
teca. Ela se situava próxima à cidade, mas era uma fazenda
na zona rural. É bom lembrar que grande parte de minhas
vidas eu vivi em contato com a natureza. Mais tarde, vim
saber que esse fato faz parte do meu caminho na busca da
consciência.
O fato de ver muitas vidas passadas ajuda a desaparecer
o receio natural que todos têm de enfrentar a morte quan-
do o momento chegar.
Experiência 14
Saio do corpo e fico consciente no momento em que es-
tou deitado em uma cama de solteiro, fora do corpo. O lo-
cal parece um hotel ou hospedaria; ao lado tem uma outra
cama, onde está deitada uma mulher, que me lembrei ser
minha amiga. Foi o mesmo que eu acordar do outro lado
da vida. Disse para ela que “eles” vinham buscar-me e eu
estava com medo. Chamei-a para deitar-se ao meu lado na
cama, para me dar mais coragem. Antes que ela viesse dei-
tar-se comigo, eu olhei para a porta e vi “eles” chegando.
Comecei a me lamentar e tapei os meus olhos no momen-
to em que “eles” ficaram invisíveis. Parecia que eu estava
no corpo, pois tudo era real demais.
203
Retiraram-me da cama e carregaram-me para fora da
casa. Dois deles me conduziram, colocando seus braços
por baixo dos meus, na altura das axilas, levantando-me no
ar. Eu continuava desesperado. Quando saímos, reconheci
aquele lugar: era a fazenda de minha avó, que fica no mu-
nicípio de Sacramento-MG. Fora dos currais, que ficavam
na entrada da casa, avistei um veículo muito estranho que
pertencia a “eles”. Era um tipo de trator com carroceria pe-
quena e uma frente semelhante a um caminhão Mercedes.
Levaram-me para o veículo, diante dos olhares assustados
de meus familiares (também estavam fora do corpo). En-
quanto me conduziam para o veículo, eu estava suspenso
no ar por dois deles; disse em voz alta que eu iria com eles,
mas me disseram qualquer coisa para me acalmar. Ouvi,
então, uma voz no meu ouvido esquerdo, que dizia: “Você
não queria uma chance para colaborar conosco? Pois, co-
mo prometemos, prometemos, não! Porque não promete-
mos nada a ninguém, mas estamos te dando uma chance
de colaborar conosco em nosso trabalho.”
Colocaram-me no trator e sentaram-me sobre algo que
parecia toras de madeira. A partir daí, deixaram-me sozinho
e não os vi mais por um bom espaço de tempo. O trator
permanecia estacionado à beira dos currais do lado de fora
da fazenda. Veio uma amiga até próximo do veículo e aba-
nou a mão dando adeus para mim. Logo chegaram quatro
homens, estavam visíveis. Nesse momento, eu fiquei saben-
do que “eles” eram extraterrestres, que estavam atendendo
a um pedido meu para trabalhar com eles. Tinham aparên-
204
cia normal do homem da Terra. Vestiam calças e camisas
claras e gravatas com os colarinhos desabotoados. Eram
fortes, pareciam lavradores, exceto um rapaz mais novo
que era mais esguio. Subiram na carroceria do veículo e me
cumprimentaram sorridentes. Estenderam-me as mãos pa-
ra me cumprimentar, exceto um deles que aparentava uns
quarenta e cinco anos. Ele não quis me dar a mão em cum-
primento, dizendo-me que ainda não tinha se adaptado a
esse costume aqui da Terra. Um dos homens, que estava
ao seu lado, e que parecia chefiar o grupo, se desculpou co-
migo, informando-me que aquele outro havia chegado re-
centemente à Terra e ainda não tinha se acostumado a esse
nosso costume. Não me importei e sorri contente para o
grupo. Nesse meio-tempo, já havia perdido todo o medo,
após saber que estavam ali a meu pedido.
O estranho veículo finalmente se deslocou, rodando pe-
lo chão, enquanto dávamos adeus aos meus curiosos fami-
liares, que nos olhavam de longe. Enquanto contornáva-
mos o curral, observei a casa da fazenda toda às escuras
por fora. Ouvi, nesse momento, a voz de uma mulher que
comentava que aquela era uma casa simples. Eu informei
a ela que para os padrões da região, aquela era uma gran-
de fazenda. Mostrei os antigos limites da propriedade, que
eram: o monte lá no alto e, do outro lado, o início da Ser-
ra da Canastra, chamada naquele ponto de Serra das Se-
te Voltas. Informei-lhe, também, que a fazenda era muito
grande, mas com o falecimento de meu avô, os herdeiros
foram vendendo as suas partes. Ouvi, de novo, a voz da
205
moça dizendo que, na humanidade, existiam muitas pes-
soas boas e que era importante auxiliarem uns aos outros.
Perdi a consciência por uns instantes e, quando despertei
novamente, estávamos terminando de contornar os fun-
dos da fazenda e chegávamos às margens de um riacho.
Nesse ponto, minha mãe já havia tomado conhecimento
da notícia e estava me aguardando muito preocupada. Ao
avistá-la, eu disse para o grupo: “Olha, ela está preocupa-
da, tanto que nos seguiu e chegou aqui primeiro.” Disse a
ela para se acalmar e não ficar preocupada, pois eu estava
bem. Um dos homens desceu do veículo e ficou a uma pe-
quena distância, junto a uma árvore caída. Ele estava ten-
tando localizar o nosso caminho. Eu sabia que estávamos
nos dirigindo a uma base que eles possuíam naquela dire-
ção. Nesse instante retornei ao corpo.
Obs.: Posteriormente, em outra saída do corpo, estive
na base e conversei com todos eles.
Comentário
Nessa experiência, quando eu me vejo fora do corpo, já
me lembro que havia uma “programação” para aquela noi-
te. Já estava marcada uma visita a uma base extraterrestre.
Na verdade, “eles” vieram buscar-me e levaram-me até lá.
Uma das coisas que me chamou a atenção foi o veículo que
eles usavam. Era muito diferente de nossos veículos.
Quando as pessoas chegaram, pude notar que alguns
eram extraterrestres, outros não. Eu fiquei muito apreen-
sivo, porque em um acontecimento anormal e desconhe-
206
cido não conseguimos imaginar como vamos ser tratados.
Um costume nosso e que as pessoas de outros planetas
não têm, e também não gostam de usar, é o cumprimento
apertando as mãos. A bem da verdade, esse costume ajuda
a desarmonizar o nosso campo energético. Eles, sabendo
disso, não gostam de usá-lo.
Nessa época, eu vivia pedindo uma chance de partici-
par, com pessoas de outros Planetas, de alguma atividade
que estivessem desenvolvendo aqui. Devido a esse fato, eles
resolveram dar-me a chance. Outro fato que merece des-
taque é o caso dos nossos familiares, que mesmo fora de
seus corpos, à noite, ficam preocupados conosco se algo
diferente nos acontece. Isso me levou a compreender que
mesmo estando distantes uns dos outros, ou ainda, habi-
tando dimensões diferentes da vida, sempre nos preocu-
pamos uns com os outros. É como se um alarme espiritual
soasse, avisando aos demais membros que algo estranho
está acontecendo com alguém do grupo.
Nesse dia, como havia grande tensão, voltei ao corpo an-
tes de entrarmos na base. Posteriormente, por várias vezes,
estive em bases suas, onde recebi várias explicações sobre
tudo que nos cerca e tudo que nos acontece.
Experiência 15
Eu saio do corpo. E quando a consciência se abre, vejo
uma vaca correndo em minha direção. É um animal imenso,
parece mais um elefante. Recordo que estou fora do corpo
e posso voar. Levanto-me no ar e a vaca passa por baixo de
207
mim. Ela segue em direção ao grande barracão que está à
minha frente. Sigo, de longe, aquela estranha vaca, para sa-
ber mais sobre aquela cena. Ela entra no barracão, em uma
sala à esquerda. Apresso o passo e entro em uma outra sala
à direita e fico espreitando por uma fresta da porta, que di-
vidia as duas salas. Eu tinha uma visão ampla da outra sala.
Era possível ver tudo o que acontecia lá dentro. Estava fa-
zendo tudo isso, porque a história da vaca que parecia ele-
fante não me convenceu. Eu achava que aquela figura era
alguém disfarçado de animal. Enquanto observava a estra-
nha vaca pela fresta da porta, vi alguém retirar a cabeça de
vaca e sair de dentro do corpo. Era uma mulher que apa-
rentava uns cinquenta anos de idade. Comecei a rir, empur-
rei a porta e entrei. Ela olhou para mim, impressionada, e
disse: “Você viu tudo?” Disse a ela que, muitas vezes, eu
estava consciente fora do corpo e percebia tudo, inclusive
essas formas de treinamento que eles me aplicavam. Ou-
tras vezes, mesmo fora do corpo, eu ficava inconsciente e
não percebia direito esse tipo de teste.
A mulher me informou, então, que daquele momento
em diante eles iriam mudar muito os meus orientadores
no mundo espiritual. Disse também que a maioria seria de
mulheres, porque elas tinham mais facilidade para lidar co-
migo, fora do corpo. Elas gostavam de mim e comentavam
sobre isso.
Durante todo o tempo em que eu estive fora do corpo,
observei que alguém estava sempre próximo a mim, mas
não interferia em nada. Nesse momento, voltei ao corpo e
208
fiz minhas anotações.
Comentário
Em muitas de minhas saídas do corpo, sou submetido
a testes para ver como anda o meu entendimento quando
estou no mundo espiritual. Isso porque, nessa outra dimen-
são da vida, as pessoas geralmente têm comportamentos
estranhos, demonstram medo de pequenos acontecimen-
tos. Outras vezes, agem como crianças assustadas frente a
situações corriqueiras da vida. Quando acordam, dizem que
tiveram sonhos estranhos ou mesmo pesadelos horríveis.
Isso se explica pelo fato de que, normalmente, as pessoas
saem do corpo desequilibradas e não possuem treinamento
para agir fora do corpo. Geralmente, elas não “acordam” no
mundo espiritual, ou seja, elas não sabem que estão fora do
corpo e agem como se estivessem aqui, no mundo material.
Nessa minha saída, eu logo notei que aquela encenação
da vaca, com orelhas imensas, era um teste para verificar o
meu entendimento e percepção do mundo espiritual. Quan-
do olhei a figura da vaca, notei que abaixo das orelhas havia
uma cicatriz que circundava todo o pescoço. Mas, olhan-
do mais atentamente, pude verificar que se tratava de algo
semelhante a um zíper. Logo, concluí que ali dentro havia
alguém me testando. Por isso, também resolvi fingir que
acreditava, para me divertir com aquela situação. Segui a
vaca sorrateiramente, sem que ela me visse. Eu queria dar
um belo susto na pessoa que se passava por uma vaca. Con-
segui meu intento, quando abri a porta, repentinamente, e
209
flagrei a mulher retirando a vestimenta de vaca. Ela tomou
um grande susto.
Por várias vezes, eu fiz isso com meus instrutores, para
mostrar-lhes as minhas capacidades fora do corpo.
À medida que o tempo foi passando, eles encarregavam-
-se de alguns trabalhos bem difíceis. Nunca me obrigaram.
Em todos os momentos, sempre me deixaram à vontade
para recusar, quando o caso trazia risco ou desconforto à
minha pessoa. Em todos os casos em que podia colaborar,
com a finalidade de ajudar alguém, nunca recusei. Se isso
acaso aconteceu, eu não me recordo.
Um desses casos complicados, em que eu fui chamado
para ajudar, foi o de uma mulher que ficou presa em seu
próprio corpo, devido a um curto-circuito no seu sistema
energético. O seu corpo físico se retorceu todo, da mesma
forma ela ficou retorcida e não tinha como acionar o co-
mando cerebral, para organizar todo o caos em que se en-
contrava o seu mundo interno.
Eu estava fora do meu corpo, mas carregava comigo
energia física, portanto somente eu tinha condições ade-
quadas para interferir naquele corpo físico, pois o trabalho
teria que ser realizado aqui, do lado material.
Iniciei o trabalho. Puxei, com todo o cuidado, a mulher
para fora do corpo. Em seguida, preparei-me para entrar em
seu corpo. Eu já havia entrado no corpo de outras pessoas,
mas todas estavam bem de saúde. Nesse caso, no entan-
to, era diferente. Era uma situação difícil. Meus instrutores
disseram-me que se eu não fizesse o trabalho ela morreria,
210
ou seja, perderia o seu corpo. Não havia outra forma de
resolver o caso.
Assim, cuidadosamente, fui entrando no seu corpo. A
sensação era horrível. Era como entrar em uma roupa, tipo
macacão emborrachado, muito apertado – porque o corpo
dela era bem menor do que o meu – e cheio de pontas de
fios elétricos que me davam choques. Eu sentia dores por
todos os lados.
Devagar, fui esticando o seu corpo. Primeiro, as pernas.
Depois, os braços, mãos e dedos. Em seguida, organizei a
energia e os circuitos cerebrais. Por fim, movi o seu corpo
para um lado e para o outro. Respirei profundamente e re-
laxei bem o corpo dela.
Durante esse tempo, ela permaneceu fora do corpo, sen-
do atendida por uma equipe espiritual. Depois disso, saí de-
vagarzinho, com todo cuidado, do corpo daquela mulher.
A equipe espiritual aproximou-se com ela e a colocou de
volta no seu corpo, agora harmonizado energeticamente.
Em seguida, voltei ao corpo, mas permaneci por vários
dias sentindo muitas dores, principalmente muscular, em
função do efeito do trabalho realizado.
Experiência 16
No momento em que abre a consciência fico conscien-
te, percebo que estou em uma espécie de consultório, onde
estão várias pessoas. Iniciamos uma conversa muito interes-
sante. O assunto era a linguagem dos animais. Eu disse que
fora do corpo é fácil conversar com eles (os animais); mas
211
quando estamos no plano material é mais difícil, é preciso
acreditar e ter sensibilidade. Chamam-me para uma espécie
de consulta em outra sala. Quando vou caminhando, uma
moça diz que a minha última vida no mundo material, an-
terior à presente, tinha sido no Texas (USA), conforme es-
tava anotado em minha ficha, no mundo espiritual. Entro
no consultório e o doutor diz: “É o José Antônio, o rapaz
pobre.” Sentei-me na cadeira, que parecia de dentista. O
médico examinou-me, enquanto quatro pessoas ali senta-
das observavam-me. Perdi a consciência e voltei ao corpo.
Comentário
Nessa saída do corpo, tive a oportunidade de conversar
sobre um assunto muito importante, que é a linguagem dos
animais. Eles têm uma consciência própria e nós não temos
acesso a ela, devido ao estado de inconsciência em que as
pessoas se encontram. Desenvolvendo a consciência, fica
mais fácil o acesso à consciência deles.
A linguagem animal é bastante diferente da humana.
Com muita atenção e treinamento, podemos aprender e
entendê-la. É preciso usar toda a capacidade de acreditar
e desenvolver a sensibilidade. “Muitas vezes vemos e não
enxergamos, ouvimos, mas não escutamos; percebemos,
mas não acreditamos.”
“A linguagem animal é abrangente, coletiva e genérica.”
“O animal não fala para o animal, ele fala para a sua es-
pécie e para a sua frequência da vida.”
Não é possível conversar individualmente com um ani-
212
mal. Na verdade, mesmo quando assim o fazemos, estamos
conversando com o coletivo representado por um indivíduo.
Quando estamos no mundo espiritual, temos mais fa-
cilidade para entender um animal, aqui, no plano material.
Nessa saída do corpo, também foi comentado sobre a
minha última vida, que estava anotada na minha ficha de
controle, no plano espiritual. Essa vida, na verdade, foi a
penúltima, pois a última foi anotada, posteriormente, em
minha ficha.
Essa penúltima vida foi no Estado do Texas (USA). Nes-
sa vida, minha profissão era biólogo; portanto, mais uma
vida ligada à natureza.
Experiência 17
Saio no exercício e me vejo voando pelo mato, passando
pelas árvores. Logo depois, chego a um sítio de um homem
que aparentava ter cerca de cinquenta anos. Começamos a
conversar. Ele mostrou-me uma cisterna bem funda e disse
que o ideal era um poço raso, tipo cacimba, e não um da-
quela fundura. Desconfiei que ele tivesse corpo físico, ou
seja, que ele também estava fora do corpo. Perguntei-lhe se
ele tinha um corpo físico, se estava encarnado na matéria.
Ele confirmou, dizendo-me que sim. Perguntei-lhe, então,
se existiam outras pessoas conscientes como ele, vivendo
no corpo físico. Eu achava que, se existissem, seriam mui-
to poucos. Ele disse que havia outros como ele e que os
diversos grupos do mundo espiritual se comunicam. Per-
guntei-lhe, então, se ele lembraria de nossa conversa quan-
213
do voltasse ao seu corpo. Ele respondeu, afirmativamente,
que se lembraria. (Obs.: Ele achava que se lembraria. Mas,
na verdade, quando retornasse, ele de nada se lembraria. Is-
so, porque ele não havia preparado o seu sistema cerebral
para se lembrar quando do retorno ao corpo.)
Perguntei-lhe por que ele fazia aquele trabalho (eu me
referia à sua participação no grupo da Seicho-no-yê, ao qual
ele pertencia). Respondeu-me que não esperava que eu fi-
zesse aquela pergunta. Era difícil de responder, pois ele era
um empresário rico e tinha o que queria. Eu estava ansioso
para saber mais. Por isso, perguntei-lhe se o seu ramo de
atividade era de computação. Ele confirmou. A sua empre-
sa ficava situada em Campinas-SP.
Notei que ele tinha dificuldade de ouvir-me. Eu quis lo-
go saber o porquê; ele me respondeu que estava com uma
infecção no ouvido. Indaguei-lhe se nós poderíamos nos
encontrar e conversar na matéria, ou seja, com os nossos
corpos físicos. Ele me disse que, primeiro, seria necessário
falar com o seu chefe.
Continuamos caminhando pelo sítio. Em certo momen-
to, saltei e apanhei uma galinha que por ali passava. Pergun-
tei-lhe: “Peguei ou não peguei a galinha?” Ele confirmou,
dizendo que sim. Quando fui voltando para o corpo, trou-
xe o nome daquele simpático senhor que também saía do
corpo com boa clareza de consciência.
Comentário
Nessa saída do corpo, eu entrei em contato com um ho-
214
mem que pertence ao grupo da Seicho-no-yê do Brasil. Ele
é um dos dirigentes no Estado de São Paulo.
É bom mencionar que os diversos grupos religiosos, filo-
sóficos, esotéricos, etc., existentes aqui no plano físico têm,
cada um, sua representação no mundo espiritual. Existem,
no entanto, grupos organizados aqui, que não têm repre-
sentação espiritual, porque é entendido que o objetivo de-
les é apenas material.
Em outubro de 1999, existiam quase duas centenas de
grupos com assento no “Grande Conselho Espiritual”.
O homem com quem conversei, nesse dia, era um japo-
nês. Sempre que eu falava, ele tinha dificuldade de ouvir-
-me. Observei que ele tinha uma infecção no ouvido, o que
prejudicava sua audição. É bom lembrar que os problemas
físicos e emocionais que temos na matéria, nós os levamos
para o plano espiritual, quando saímos do corpo. Isso por-
que, tudo que atinge o físico é repassado para o corpo es-
piritual, que sente seus efeitos.
Experiência 18
Durante a noite tive uma outra saída do corpo. Por um
momento, perco a consciência, até começar a ouvir, lenta-
mente, uma conversa a meu lado. Percebo que há alguém
falando comigo. É um rapaz que está me orientando fora
do corpo. Estamos dentro de um grande cinema, sentados
um ao lado do outro. Minha visão foi clareando aos poucos
e eu o vi. Era um rapaz alto, delgado, moreno claro. Co-
meçamos a ver uma fita de motociclismo. Mostrava, com
215
detalhes, os obstáculos da pista, tudo colorido; era muito
bonito. Vi também que havia um degrau natural na pista.
Comentei que era uma pista difícil com um obstáculo da-
queles. O rapaz, então, informou-me que aquela corrida de
motociclismo tinha acontecido nos USA, há poucas semanas.
Ele me pediu desculpas por ter-me levado para ver aquela
fita, porque muitos outros guias eram estudiosos e aficio-
nados por museus. Por essa razão, levavam-me a Londres e
Berlim para ver as antiguidades históricas. Concluindo, ele
disse que preferiu levar-me para ver a fita de motociclismo.
Eu disse que estava gostando. A fita chegou ao fim.
Apesar de estar consciente e prestando atenção em tudo,
eu achava que estávamos em um cinema na matéria. Em
razão disso, pensei que, no momento em que terminasse
o filme, eu passaria a ver tudo no mundo material, mesmo
estando fora dele. O corpo começou a puxar-me para a ma-
téria; resisti e não voltei.
Terminou o filme e saímos conversando. Na porta do
prédio, já na calçada, havia um conjunto de som e gravação
exposto, colocado sobre o chão. Era azul escuro ou pre-
to e composto de vários módulos. Notava-se que era ul-
tramoderno. Ele olhou e comentou que era um conjunto
muito bom e que deveriam tê-lo utilizado na transmissão
da prova. Saímos conversando e aproveitei o momento pa-
ra perguntar-lhe se ele poderia auxiliar-me no processo de
conscientização fora do corpo, realçando certos pontos que
fossem mais importantes na “saída”. Então, perguntou-me
se eu estava querendo que ele me desse o “Nevir”. Enten-
216
di que ele se referia ao estado de consciência descrito por
algumas pessoas como o “Nirvana”. Respondi de pronto
que não era isso que eu estava querendo dizer, mas se ele
poderia destacar certos detalhes que me pudessem auxiliar
na conquista da consciência naquele plano, ou seja, fora da
matéria. Comentei, também, que não tinha importância e
que, de fato, o importante mesmo era continuar lutando
contra essa “maldita inconsciência”. Ele disse que ainda te-
mos muito que fazer. Retruquei que, nesse caso, sabia que
tinha dado passos importantes, mas tinha conhecimento de
que a caminhada era longa. Ele, então, contou-me um fato
que acontecera fora do mundo material, um acidente. Era
o caso de um pai que acompanhava o filho fora do corpo
(o pai já estava no mundo espiritual e o filho vivia na ma-
téria). No treinamento do filho, estava programada a reali-
zação de uma “Cena de Morte”. Tudo seria filmado, passo
a passo, mas na hora da cena, o “cameraman” cometeu um
erro e causou um acidente grave. No momento em que ele
descrevia o acidente, eu deixei de ouvir a sua voz, só via a
sua boca mover-se. Tudo ficou parado, eu já tinha voltado
ao meu corpo, sem perceber. Mesmo no corpo, ainda pude
entender que o acidente não ocorreria mais, pois o proble-
ma que o causara fora corrigido.
Comentário
Muitas vezes, quando saio do corpo, a pessoa que es-
tá comigo, fazendo-me companhia, procura levar-me aos
museus de Berlim, Londres e outros lugares importantes,
217
para vermos as antiguidades históricas que falam sobre o
homem e o tempo na Terra.
Nesse dia, ao contrário, o meu orientador do mundo es-
piritual preferiu levar-me para ver uma fita de uma corrida
de motociclismo. O mais importante é que ele me informou
que aquela prova já havia acontecido, há poucas semanas
nos Estados Unidos.
Nesse tempo, eu tinha muita pressa em atingir a consciên-
cia e o controle das saídas do corpo. Em razão disso, pedi
a ele que me ensinasse uma forma mais rápida para atingir
o meu objetivo. Ele, por outro lado, disse que era melhor
eu caminhar devagar e não me apressar, porque isso não
era bom. Para sair do corpo com tranquilidade, e lembrar-
-me de tudo, são necessários muitos anos de treinamento.
Muita perseverança e persistência, dedicação constante e
sobretudo resistência ao desânimo, que é o maior obstácu-
lo que se encontra pelo caminho.
Experiência 19
Faço minha preparação e saio do corpo. Sinto as mãos e
os braços se soltarem do corpo. Vou até fora de minha casa
e encontro uma moça, minha amiga do mundo espiritual.
Sinto o corpo puxar-me de volta. Digo a ela que vou vol-
tar novamente ao corpo e acionar, de novo, para sair com
maior tranquilidade. Volto ao corpo e torno a sair, dessa vez
com maior equilíbrio. Fico próximo a uma mesa, onde há
uma moça sentada. Converso com ela na matéria, ou seja,
ela está no seu corpo físico e eu estou fora do meu. Assim,
218
mesmo em planos diferentes, eu falo e ela me ouve. Digo
a ela para segurar a minha mão e ela não sentirá. Ela se ad-
mira, por não sentir a minha mão na sua. Ela continua fa-
lando comigo, mesmo estando no seu corpo.
Durante esse tempo, eu via, mesmo de longe, o meu cor-
po deitado, sem a minha presença nele. Chegaram várias
pessoas, onde eu estava. Fiquei quieto. Eu achava que es-
tava invisível para eles. A moça disse para eles que tinha
“alguém” ali. Ela, apesar de conversar comigo, não me via.
Saí dali e viajei para longe. De repente, resolvi voltar. Eu
estava voando e pensando em entrar no meu corpo de for-
ma consciente, para não me esquecer de nada. Ao passar so-
bre uma encruzilhada de uma estrada, vi uma casa simples,
onde eu já estivera antes. Desci e me aproximei. Havia por
ali vários equinos. Fiquei observando uma égua e seu apa-
relho digestivo em funcionamento, era muito interessante.
Nesse momento, se aproximou um homem cantando um
ponto de exu. Perguntei-lhe seu nome, dizendo-lhe que eu
tinha esquecido, pois já estivera ali antes. Ele me disse co-
mo se chamava e informou-me que o assunto era meu tio,
que já havia falecido e estava em dificuldades.
Nesse exato momento, o meu tio chegou acompanhado
de um médico. Abracei-o, perguntando-lhe como ele esta-
va se sentindo. Saímos os três caminhando, enquanto con-
versávamos. Meu tio me disse que “vinha resistindo, mas
acabou bebendo. E o doutor, para acordá-lo, teve que ba-
ter na sua perna”. O doutor pedia minha interferência para
ajudá-lo. Fiquei muito penalizado e conversei com o meu,
219
tio, para que se engajasse em um grupo de trabalho a fim
de ajudar outras pessoas, pois no mundo espiritual não há
lugar para o ócio, e sempre oferecem oportunidades espe-
ciais para servir e aprender. Não consegui dizer mais nada,
meus olhos encheram-se de lágrimas; uma dor muito gran-
de tomou conta de mim. Voltei ao corpo muito triste pela
situação de meu tio, com quem eu muito convivi, enquan-
to ele estava neste mundo físico.
Comentário
Nessa saída do corpo existem vários pontos que mere-
cem destaque. Um deles é a possibilidade de, mesmo es-
tando fora do corpo, conversarmos com alguém que está
no corpo. Isso eu pude comprovar em inúmeras oportuni-
dades, em que estava no mundo espiritual; eu falava e era
ouvido, por uma pessoa aqui, no mundo material.
Muitas vezes, eu fiz testes nesses contatos entre as duas
dimensões da vida. Eu pedia que a pessoa me tocasse pa-
ra ver o que ela sentia. Por minha vez, eu tocava na pessoa
ou em objetos materiais, para aprender a lidar com as duas
frequências da vida.
Não são todas as pessoas que têm capacidades de per-
ceber um espírito que esteja fora do seu corpo, ou mesmo
um que já não tenha corpo físico. É necessário ter certas
áreas cerebrais, responsáveis por essas capacidades, bastan-
te energizadas. Isso vai aumentar a sensibilidade ou mesmo
abrir a “vidência” ou a “clarividência”.
Como ilustração, cito um caso interessante de uma mo-
220
ça que trabalhava em minha residência. Muitas vezes, de
manhã, eu saía do corpo em minha sala destinada a essas
práticas, e me dirigia até a cozinha para conversar com ela.
Naquela hora, normalmente, sua atividade principal era o
preparo do café matinal. Aproveitando o fato, perguntava-
-lhe o que ela havia preparado para o desjejum. Ela, então,
me respondia. Logo em seguida, eu voltava ao meu corpo
e retornava à cozinha e constatava que, tudo o que ela ha-
via me dito, estava ali sobre a mesa.
Outras vezes, ela me fornecia outras informações impor-
tantes, como por exemplo: se, quando eu estava fora do cor-
po, alguém do mundo espiritual estivera ali em minha casa.
Certa feita, ela, nesses momentos de nossas conversas,
me disse que um homem, ou seja, o espírito de um homem
tinha ido várias vezes ao seu quarto, enquanto ela dormia.
Mesmo dormindo, ela sentia a sua presença e acordava. As
visitas desse homem acabaram por deixá-la com muito me-
do. Resolvi, então, dar uma olhada para ver o que estava
acontecendo. Na próxima noite, assim que saí do corpo, já
era madrugada, desci as escadas da residência e fui até o seu
quarto. Logo que cheguei, eu a vi dormindo dentro de seu
corpo. Num canto do quarto, havia um homem alto, more-
no e muito forte, olhando fixamente para ela. Perguntei-lhe
o que ele fazia ali. Não soube me responder. Disse a ele que
saísse do quarto e fosse embora e nunca mais voltasse, pois
aquela casa tinha dono e somente com minha permissão
ele poderia entrar nela. Ele foi embora e não mais voltou.
Outro acontecimento interessante: em uma noite saí do
221
corpo e resolvi dar uma vistoria pela casa, para ver se ha-
via, por ali, alguém do mundo espiritual. No interior da re-
sidência, havia um corredor que ligava a sala aos quartos e
à cozinha. Olhando cuidadosamente, pude ver três figuras
deitadas no piso, junto à parede. Pareciam montes de alguma
coisa. Aproximando-me, verifiquei que eram três espíritos,
dormindo enrolados no chão. Toquei neles com a mão e
pedi que ficassem de pé. Eles obedeceram, meio dormindo,
meio acordados. Um deles, mais alto que os demais, que-
ria a todo custo se dirigir ao banheiro para urinar. Mandei
que cada um segurasse a mão do outro e fizesse uma fila
indiana. Peguei a mão do que estava na frente e puxei-os
para fora. Levei-os até um parque público, que ficava nas
imediações, e os deixei lá. Voltei à minha residência, pen-
sando naquela cena insólita de uma pessoa fora do corpo,
conduzindo três espíritos por ruas desertas, às quatro ho-
ras da madrugada, na Capital Federal do Brasil.
No final da experiência comentada, ainda tive contato
com meu tio, que havia falecido há pouco tempo, ou seja,
perdido o corpo. Ele estava com dificuldade de adaptação
ao mundo espiritual. A sua vontade estava debilitada e só
queria ficar quieto, sem fazer coisa alguma. Isso foi reflexo
de sua doença nos últimos anos de vida, que não lhe per-
mitia realizar atividades físicas. A maior parte do tempo ele
queria ficar dormindo.
Foi pedida, então, a minha colaboração para ajudá-lo a
se reerguer. Fiquei condoído com sua situação, abracei-o
e tive uma conversa muito dura com ele, conclamando-o
222
a mudar de atitude e buscar o aprendizado e a experiência
do lado de lá da vida, onde temos todo o tempo e condi-
ções para aprender.
Experiência 20
Saio do corpo e vou direto para um apartamento em Bra-
sília-DF, onde eu deveria comparecer a uma reunião marca-
da com um casal. Levei dois auxiliares comigo para a reu-
nião. Ao chegarmos, tirei meus sapatos e entramos. Ficamos
aguardando, porque o casal ainda não havia chegado. De
repente, entrou pela porta do apartamento um político mui-
to conhecido no Distrito Federal e sua esposa. Ele olhou
para mim e disse: “O rapaz, há muito tempo que eu queria
falar com você. Na última palestra sua cheguei atrasado e
não pude ouvi-lo. Eu quero ver o seu livro.”
A esposa dele se aproximou e presenteou-me com um
grande ramalhete de flores vermelhas e, em seguida, bei-
jou-me nos dois lados do rosto. Além do político e sua es-
posa, havia mais seis pessoas no apartamento.
O meu livro já estava pronto, e sobre uma mesa estava um
pacote contendo várias dezenas de exemplares. Um rapaz
comprou cinco livros e pagou com dez notas de dez reais.
A esposa do político queria muitos livros; mandou o paga-
mento dentro de seu blazer, juntamente com um bilhete.
Fiquei curioso para ver o meu livro que estava pronto no
mundo espiritual, mas, no plano físico, eu demoraria ainda
mais de dois anos para terminá-lo. Observei que ele conti-
nha umas lâminas coloridas, muito interessantes. Algumas
223
eram do cérebro humano, mostrando todo o movimento
da energia que circula por ele. Havia também outra lâmina
colorida que mostrava o Ser Humano e sua busca da cons-
ciência pelos vários caminhos representados por círculos
suspensos no espaço. Uns representavam as religiões e um
outro círculo, mais próximo, representava a consciência di-
reta. Todos os círculos eram interligados por setas. Voltei
ao corpo e anotei tudo.
Comentário
O mais interessante nessa saída é o fato de que este li-
vro, que agora você está lendo, já estava pronto no mundo
espiritual. Aqui, do lado material, no entanto, ainda demo-
raria cerca de três anos para ser concluído.
Aproveitando o momento, dei uma olhada como estava
a minha obra no mundo espiritual e isso era futuro e como
ficaria hoje que é presente. Era um momento mágico; eu
estava olhando e manuseando o futuro e construindo uma
ponte para o presente. Isso porque, as lâminas que mos-
tram o funcionamento cerebral e a busca da consciência
pelo Ser Humano estavam lá no livro. Eu não tive trabalho
de elaborá-las, mas apenas de copiá-las do que eu já havia
feito, mas não me lembrava.
Isso merece uma explicação. Passado, presente e futuro
caminham juntos. No mundo espiritual é possível vê-los,
estudá-los e, no caso do futuro, alterá-lo.
No caso do futuro, em várias oportunidades eu tive a
chance de mudá-lo. Tanto que mudei o meu futuro, como
224
mudei o futuro de outras pessoas. Para fazer isso, o impor-
tante é conseguir saber do futuro. A partir daí, tudo é mais
fácil quando se trata de nós mesmos. Por outro lado, quan-
do se trata de outras pessoas, é mais difícil, pois precisamos
ter acesso a elas e ainda enfrentar a descrença delas.
Na maioria das vezes em que houve minha interferência
no futuro, eram casos de acidentes graves, doenças que não
haviam sido detectadas ou que ainda iam se desenvolver.
No caso deste livro, há mais de dez anos que eu o vejo
e tenho notícias dele no plano espiritual, mesmo antes de
escrevê-lo.
Experiência 21
Certa noite, eu estava dormindo quando, de repente, acor-
dei fora do corpo físico. Observei que eu me encontrava
em um edifício muito diferente das construções aqui da
Terra. A distância entre o piso e o teto era de aproxima-
damente dez metros de altura. Por ali passava muita gente
àquela hora. Notei que uma mulher muito elegante e sim-
pática me seguia. Em certo momento olhei para ela e lhe
perguntei: “Posso falar com você?” Ela respondeu afirma-
tivamente. Em seguida, indaguei-lhe: “Você tem corpo fí-
sico?” Ela respondeu que já tinha levantado o seu corpo
físico. Foi uma forma de dizer-me que já tinha nascido em
outro corpo. Perguntei, então, se o corpo dela estava dor-
mindo, já que ela estava como eu, fora do corpo. Ela afir-
mou que sim, que estava fora do corpo.
A partir daí eu quis saber o nome daquele lugar. Ela,
225
muito educadamente, disse: “Você já ouviu falar da conste-
lação de Órion?” Eu disse que sim. Ela, então, continuou:
“Este mundo, meu planeta, faz parte de Órion e chama-se
‘Tankara’ e o meu nome é ‘Tanka’.”
Seguindo a conversa, perguntei se ali, naquele planeta,
havia algum tipo de religião: ela informou-me que ali eles
seguiam os princípios católicos. Fiquei bastante surpreso e
disse: “Mas aqui também tem religião?” Ela retrucou: “Não,
aqui não tem religião. Os princípios católicos, aqui, são prin-
cípios filosóficos que proclamam a união de um com todos
e de todos com um. “ Ela concluiu dizendo que, no seu pla-
neta, esses princípios não guardavam qualquer semelhança
com o que existia na Terra.
Eu quis saber também se eles conheciam Jesus Cristo.
Ela afirmou que ali, no seu mundo, Jesus era reconhecido
como tal. Da mesma forma, o seu trabalho é conhecido em
todos os mundos habitados pertencentes ao seu sistema.
Nesse instante, chegaram três rapazes e me perguntaram
se eu já havia feito o exame. Eu informei-lhes que não, mas,
se já tivesse feito, eu teria esquecido. A moça disse: “É, você
se esqueceu.” Expliquei a ela que nossos corpos não per-
mitem guardarmos toda lembrança do que acontece fora
dele. Nesse momento, voltei e acordei no meu corpo em
plena madrugada.
Comentário
Não foi a primeira vez que viajei fora do corpo para ou-
tros mundos habitados. Na dimensão extrafísica quase tu-
226
do é possível ao Ser Humano. As nossas possibilidades são
imensas. Tudo é questão de aprender e treinar para ampliar,
indefinidamente, nossos limites.
Nesse dia, a visita ao planeta Tankara foi muito instru-
tiva e agradável. Pude ver construções planejadas para que
o Ser Humano, que ali reside, possa usufruir o máximo de
benefício para o seu corpo e seu mundo energético. A al-
tura do teto de uma residência deve ser ampla, para que o
campo energético das pessoas não fique prejudicado pelo
composto material e possa se expandir. Nunca deveríamos
residir em casas com teto baixo. Isso causa vários distúr-
bios no corpo físico.
As edificações que eu pude observar nesse planeta ti-
nham de oito a dez metros do piso até o teto. É uma altu-
ra razoável, para que nosso campo energético possa ficar
livre, quando estivermos dentro de nossos lares.
Sempre que eu vou a outros mundos, procuro saber mais
sobre nós e nosso mundo, já que, na maioria das vezes, não
temos conhecimento da origem de muitos fatos de que te-
mos notícia ou mesmo acontecimentos históricos.
Uma dessas minhas curiosidades consistia em saber se
a figura e o trabalho desenvolvido pelo Mestre Jesus eram
conhecidos em outros mundos. Isso ficou claro para mim.
Todo o seu plano de resgate da consciência humana, do
retorno do entendimento e da tolerância do homem é co-
nhecido e respeitado nos mundos que nos cercam.
227
Experiência 22
Na noite anterior, estive fora do corpo com meu pai,
que havia falecido catorze meses atrás. Junto com ele, en-
contrava-se minha mãe, que se encontrava fora do corpo.
Falei com eles rapidamente.
Nessa experiência de hoje, um dia após ter falado com
meu pai, encontro-me, novamente, com ele. E mais uma
vez, minha mãe está presente.
Meu pai, para mostrar que está bem, diz para mim: “Olha
como estou forte”, e apertou com força a minha mão. Eu
sorri para ele e disse que era verdade, pois eu senti a sua
mão forte na minha.
Em seguida, ele fez uma reclamação de minha mãe; se-
gundo ele, minha mãe tinha pedido certa quantia em dinhei-
ro emprestado e havia se esquecido de pagar. Ele pedia pa-
ra que eu a alertasse para providenciar o pagamento. Logo
depois, voltei ao corpo e fiz as devidas anotações.
Comentário
Ao longo de quase três décadas tenho estado, constan-
temente, em contato com a morte. Tanto que esses meus
contatos com os entes queridos, amigos ou mesmo outras
pessoas que já se encontram no Mundo Espiritual é mui-
to natural e não me causam qualquer sentimento de medo,
constrangimento, receio, etc. E depois que sabemos e te-
mos certeza que depois da morte a vida continua aqui, ao
nosso lado, tudo fica simples.
Voltemos ao meu pai. Ele gostava muito de apostar queda
228
de braço. Nunca presenciei ninguém vencê-lo. Tinha uma
grande força e jeito especial para isso. Nesse dia em que
eu o encontrei, ele quis mostrar-me como já estava forte
de novo. Quando perdeu o seu corpo estava com oitenta
e seis anos. Nesse momento narrado, tinha a força de um
homem de trinta anos e estava alegre e risonho.
Outra preocupação sua era com o compromisso relati-
vo a um empréstimo que fizera minha mãe, e que também
numa idade avançada não se lembrara de efetuar o paga-
mento. Eu, no caso, nada pude fazer, pois não tinha co-
nhecimento do fato e minha mãe, aqui na matéria, não se
recorda da dívida.
Logo após esse contato com meu pai, comentei com meu
irmão a preocupação dele com a dívida de minha mãe. Para
minha surpresa, meu irmão informou-me que era um em-
préstimo bancário, e ele já havia providenciado o pagamento.
O que fica de mais importante nessa experiência é o fa-
to de que nós, ao passarmos para o lado de lá, não esque-
cemos de nossos compromissos, sejam eles quais forem.
Experiência 23
Saio do corpo à noite e sou informado de que, no passa-
do, todas as pessoas tinham um número. Disseram, também,
que até recentemente, ainda havia resquícios desse tempo;
alguns exemplos disso podem ser vistos em nossa história.
Ex: Henrique VIII, Luiz XV, Dom Pedro II, etc.
Da mesma forma, informaram-me que até os ossos do
nosso corpo eram numerados.
229
Comentário
Em minhas viagens fora do corpo, sempre tenho con-
tato com conhecimentos importantes que foram perdidos
na noite dos tempos. Fatos importantes de nossa histó-
ria foram perdidos para sempre. O nosso passado é muito
maior e mais rico do que o pouco que nós temos guarda-
do. Alguns resquícios do conhecimento, às vezes, chegam
até nós. Um exemplo disso é o fato de que todas as pes-
soas da Terra, em um passado distante, eram numeradas e
conhecidas pelo seu número. Um exemplo disso é o caso
dos nomes da nobreza e dos cargos hierárquicos de certas
organizações que guardam, até hoje, resquícios desse tem-
po distante.
Experiência 24
Saio do meu corpo e deixo-o dormindo. Voo para lon-
ge e me aproximo de um sítio. Entro em contato com uma
família de uma raça diferente das raças que habitam a Ter-
ra. Logo que cheguei, desci na frente da casa e o chefe da
família veio receber-me. Era um homem de cerca de cin-
quenta e cinco anos. Ele tinha grande volume de pelos em
algumas partes do corpo. Em outras partes os pelos haviam
caído. Ele informou-me que sua raça tinha pelos muito es-
pessos em todo o corpo, mas ele e sua esposa já tinham
pelos normais, devido à influência do clima e outros fato-
res que fizeram os pelos em excesso caírem. No entanto,
eles tinham uma filha de cerca de quinze anos, que tinha o
corpo totalmente coberto de pelos, inclusive o rosto. Por
230
esse motivo, ela nunca podia sair e ser vista pelos vizinhos
do sítio, porque isso lhe traria sérios problemas. Já ele e sua
esposa não tinham problemas no contato com outras pes-
soas, porque as suas aparências já estavam semelhantes às
nossas, e dava para passarem como habitantes daqui.
Para se ter uma ideia de seus aspectos físicos, pode-se
comparar sua pele como se fosse pele de um coelho; outro
detalhe que me chamou a atenção foi o rosto que tinha um
formato que se assemelhava com a cara de nosso coelho.
Eram, no entanto, bonitos, tranquilos e muito gentis. No
entanto, eles estavam com um problema sério. Logo, essa
foi a razão de minha ida até eles. A garota estava com uma
infecção muito grave no rosto; ficava no lábio superior, pró-
ximo ao nariz. A região estava muito irritada e doía muito,
fazendo com que ela ficasse muito nervosa e se movendo o
tempo todo. No momento em que o homem me levou até
a garota, eu tentei ajudá-la; no lugar da infecção havia um
pequeno objeto cravado em seu rosto, como um estilete.
Tentei removê-lo, mas não obtive êxito. Lembro-me bem
do momento em que o homem me levou até a sua filha;
fiquei condoído com a sua situação. Abracei a garota, ten-
tando consolá-la, afagando seu rosto e seus cabelos. Nesse
momento, eu percebi, nitidamente, como era seu rosto, e
a maciez dos pelos que o recobria; eram de uma cor cinza-
-azulada, que tornavam aquele rosto de uma beleza singular.
O homem me chamou para fora da casa e mostrou-me
o sítio e o seu gado no curral. Era um gado malhado de
branco e preto, da raça holandesa. Nesse instante, olhando
231
ao longe, reconheci que eu já estivera ali, outras vezes, fo-
ra do corpo. Ao informar esse fato ao homem, ele confir-
mou que eu realmente já estivera ali, mas, devido à pouca
frequência do meu cérebro, eu não me lembrava, mas que
agora estava lembrando. Afirmou, também, que mais tar-
de eu continuaria a me lembrar, porque a minha frequência
cerebral havia melhorado com as minhas práticas.
Perguntei-lhe, em seguida, onde ficava aquele lugar. Ele
respondeu-me que aquele sítio ficava próximo a um luga-
rejo chamado “Santa Rosa”, que era uma pequena cidade.
Verificando o lugar, a vegetação com altos coqueiros e ár-
vores altas, pareceu-me o Estado do Paraná, com seus pi-
nheiros e araucárias. Frente à casa do sítio avistava-se uma
encosta sem vegetação que formava um paredão; ao lado,
a floresta formava um quadro inconfundível.
Na verdade, o que o homem queria era que eu o ajudasse
a socorrer a sua filha que corria risco de morte. Disse que
não poderia levá-la a um hospital, porque chamaria atenção
para eles. Ele e sua mulher tinham o maior cuidado possí-
vel para passarem despercebidos; e se acaso fossem a um
hospital buscar socorro, eles estariam em apuros. Ele sabia
que sua filha estava em perigo, mas, como ele me conhe-
cia e sabia que eu me relacionava com pessoas de outros
planetas, esperava que eu pudesse encontrá-lo na matéria
e ajudar sua filha. Ele insistia para que eu gravasse bem o
lugar, para que pudesse encontrá-lo no corpo. Quando ele
me deu o nome da pequena cidade de “Santa Rosa”, eu
pensei que seria fácil encontrá-lo.
232
Eu me despedi deles e voltei ao meu corpo. Anotei to-
dos os detalhes para não esquecer.
Comentário
Esse foi um dos momentos em que eu achei ser capaz
de contatar uma pessoa no mundo espiritual e encontrá-la
no plano físico. Enganei-me. Faltou-me maior experiência,
à época, pois os detalhes que ele me forneceu eram, com
certeza, insuficientes para a localização. Primeiro, eu pude
verificar que existe quase uma dezena de localidades e pe-
quenas cidades de nome Santa Rosa, distribuídas em vários
estados do País. Segundo, eu deveria ter colhido maiores
informações, como por exemplo: qual o estado em que se
localizava aquela cidade e qual a cidade maior que ficava
por perto.
Em resumo, não consegui localizar a família. Posterior-
mente, tomei conhecimento que a garota havia falecido e
que os demais membros da família tinham retornado ao
seu Planeta de origem.
A minha sensação foi de que eu tinha sido derrotado pela
minha incapacidade cerebral, à época, bem como pela mi-
nha falta de maior experiência nas questões fora do mundo
material. Passei vários dias remoendo meu pesar, por não
ter conseguido ser útil, quando precisaram de mim.
Experiência 25
Nesse dia, quando saio do meu corpo, sou levado para
encontrar minha irmã, que havia falecido há pouco tempo.
Normalmente, após a perda do corpo físico, a pessoa
233
leva consigo o mesmo aspecto físico que possuía nos seus
últimos momentos de vida, no mundo físico. Por isso, ela é
submetida a um tratamento de reconstituição de uma boa
imagem. No caso de minha irmã, tive a oportunidade de
acompanhá-la em algumas fases da sua recuperação.
O seu aspecto já estava muito bom; ela estava muito bo-
nita. Estávamos sentados em bancos confortáveis nas de-
pendências de um hospital do mundo espiritual. Estáva-
mos “matando as saudades”, quando resolvi perguntar-lhe
algo que há muito tempo eu queria saber: “O que ela esta-
va fazendo do outro lado da vida, após a perda do corpo
físico.” Ela pensou um pouco e respondeu-me que “estava
aprendendo a morrer”. Disse, ainda, que tudo que ela sen-
tia quando estava na Terra continuava a sentir ali. Ela tinha
deixado três filhos adolescentes e sentia muita saudade de-
les. Sentia, também, muitas dores das lesões que o seu cor-
po sofreu devido à doença e às cirurgias. Perguntei-lhe se
havia ficado com algum trauma, por causa da morte de seu
corpo. Ela disse que sim.
Eu segurava sua mão, carinhosamente, enquanto obser-
vava a roupa que ela usava nesse nosso encontro. Ela vestia
uma peça única colada em todo o seu corpo; inclusive, as
mangas eram longas e vinham até as mãos. Era toda dese-
nhada, semelhante a escamas de peixe. Observei que esse
vestuário tinha como finalidade auxiliar na recuperação dos
sinais ou cicatrizes que ficaram em seu corpo espiritual. A
roupa agia como se fosse um mata-borrão, que absorvia, ou
seja, “sugava” as cicatrizes, deixando a pele lisa e sem sinais.
234
Enquanto conversávamos, chegaram várias pessoas de-
sencarnadas recentemente, para tratamento. Comecei a con-
versar com elas para aprender mais sobre a morte e a reen-
carnação.
Uma mulher me disse que sentia muita fome. Pergun-
tou-me se eu também não sentia fome. Respondi que sen-
tia fome somente quando estava em meu corpo. Ela achava
que eu, da mesma forma, tinha perdido o corpo, ou seja,
morrido.
Junto a nós, havia uma criancinha que faria, daí a pou-
co, uma cirurgia. Havia também uma moça que era chama-
da de Nininha e estava deitada em uma cama de hospital.
Nesse momento, entrou uma equipe de médicos espiri-
tuais. À frente, vinham um rapaz e uma moça; eram altos,
esguios, rostos de nissei e cor negra. Eram muito bonitos e
estavam vestidos de azul-claro. Eu apontei para eles e mos-
trei-os para uma mulher a meu lado e disse: “Eles são muito
bonitos.” Passados uns poucos segundos, senti meu corpo
puxar-me de volta e tive que retornar.
Comentário
Nessa saída do corpo, fui encontrar minha irmã que havia
perdido seu corpo físico havia pouco tempo. Antes desse
encontro, nós já havíamos nos encontrado por várias ve-
zes. Eu vinha acompanhando a sua recuperação e isso me
trouxe mais experiência com o fenômeno da morte física.
Eu já tinha participado de outros casos, inclusive um em
que eu tive que auxiliar um homem a deixar o seu corpo
235
e “morrer”. Ele havia caído à beira de um riacho e ficado
preso no corpo, já sem vida. Fui chamado para retirá-lo de
dentro do corpo. Com um pouco de trabalho, consegui sol-
tá-lo das amarras energéticas do corpo e puxá-lo para fora.
Levantei-o nos braços e o entreguei às pessoas encarrega-
das de conduzi-lo ao hospital de recuperação.
Mas, nessa noite em que estive com minha irmã, várias
outras pessoas, que também tinham passado pelo transe da
morte, aguardavam tratamento.
Pude observar e conversar com muitas delas, para adi-
cionar mais conhecimentos sobre o comportamento das
pessoas após a morte. Pude comprovar, mais uma vez, que
as necessidades físicas, sensações, sentimentos, traumas, fo-
bias, manias e outros detalhes do viver no mundo material
são, efetivamente, carreados para o mundo espiritual após
a morte.
Retornando ao caso de minha irmã, ela estava, nessa noi-
te, mais tranquila e menos sofrida. Aparentava maior sere-
nidade e maior conhecimento de sua nova situação, como
um espírito sem o corpo físico.
Experiência 26
Saio do meu corpo e, quando tudo clareia, começo a
enxergar corretamente, verifico que estou em uma aldeia
indígena. É o ano de 1206 dC e, nesse tempo, eu sou um
índio e me chamo GIN O GIN. Meu nome significa “O Ven-
to Que Galopa”; sou um conselheiro da tribo, um tipo de
sábio que fala com o invisível.
236
A meu lado está uma mulher já idosa e muito respeita-
da pela tribo. Nesse instante, o sol se põe no horizonte e a
noite se aproxima lentamente. Os guerreiros conversavam,
alegremente, aos grupos ou se distraíam cuidando de suas
flechas e lanças.
A mulher, então, olhou para o céu, chamou os guerrei-
ros e ordenou a eles que preparassem suas flechas. Apon-
tou para uma árvore alta, de copa imensa e muito fechada,
e disse-lhes: “Lancem suas flechas, ao mesmo tempo, so-
bre aquela árvore.” Assim que as flechas atingiram a árvore,
algumas dezenas de pássaros caíram ao chão. Os guerrei-
ros correram alegres e os apanharam e os trouxeram para
a tribo. Fizeram uma grande festa e todos estavam muito
alegres. Voltei ao corpo com uma saudade triste, daquela
vida de liberdade e de muita sabedoria.
Comentário
Esta foi mais uma experiência em que tive a oportuni-
dade de ver e sentir uma vida passada, que vivi cerca de oi-
to séculos atrás.
Recentemente, no ano 2000, vim encontrar aquela mesma
velha índia, com a mesma aparência, vivendo em um case-
bre muito pobre na cidade de Valparaíso de Goiás, cuidan-
do de pessoas que passavam por necessidades. No auxílio
às pessoas carentes, ela se esquecia de sua precária situação.
Era, mais uma vez, uma líder de comunidade. Olhava pa-
ra o sofrimento dos outros e esquecia o seu. Cuidava das
pessoas e esquecia de si mesma. Corria atrás do alimento
237
para os vizinhos de infortúnio, enquanto sua panela estava
vazia. Essa mulher eu não a esqueço.
Experiência 27
Certa noite, quando eu estava fora do corpo, um homem
convidou-me para ir ao encontro de uma mulher muito
importante, que queria falar comigo. Ao chegarmos ao lo-
cal, verifiquei que era uma elevação bastante íngreme, com
uma casa no alto.
Ao subirmos a elevação, notei que, pelo caminho, tam-
bém subiam muitas pessoas para ter contato com essa mu-
lher. Um detalhe me chamou a atenção: as pessoas subiam,
umas de joelhos, outras se arrastando pelo chão, umas cho-
rando e se lamentando, mas todas subiam com grande di-
ficuldade.
Ao chegarmos à casa que ficava no alto desse morro, fui
conduzido até a presença da mulher que eu reconheci ser
“Nossa Senhora”.
Ela me cumprimentou carinhosamente, abraçando-me.
Eu disse a ela que precisava de um favor especial dela. Ela,
então, me disse: “Eu te ajudo se você for meu.” Eu respon-
di: “Eu já sou seu.”
Ela se virou e disse-me: “Quem vai ajudá-lo é ela.” E me
mostrou uma outra mulher vestida da mesma forma que
ela, de vestido longo, como uma santa. Essa segunda mu-
lher estava agachada no chão e de costas para mim, fato
que me impediu de ver o seu rosto. Ao me aproximar da
mulher agachada, minha consciência apagou e voltei para
238
o corpo, sem terminar a minha visita.
Comentário
Ao longo dessas quase três décadas, eu tive grandes opor-
tunidades de ter acesso a pessoas, mestres, orixás e divin-
dades que muito me ensinaram, tanto sobre a verdade e a
vida, como sobre eu mesmo.
Anteriormente, por duas vezes, eu tinha recebido reca-
dos de Nossa Senhora, que queria falar comigo. No come-
ço, o fato causou-me certa estranheza, porque sempre tive
grande respeito por ela, mas nunca fui um devoto. Admiro
muito o seu trabalho, que não é compreendido pelas pes-
soas e, na maioria das vezes, totalmente distorcido.
Outro fato que me chamou a atenção foi o caso das pes-
soas que estavam fora do corpo irem em busca dela no mun-
do espiritual. Elas agiam como se fossem peregrinos pobres
coitados, sofredores, pecadores, mas nunca se comportavam
como seres humanos. Essa é a grande diferença; há os que
agem como filhos do Criador e aqueles que se comportam
como pequenos sofredores.
Ao subir o monte e passar por aquela multidão de pes-
soas se arrastando para ir até Ela, senti que aquele compor-
tamento não era o adequado para falar com alguém da sua
importância. Aquela, com certeza, não deveria ser a atitude
correta de um Ser Humano.
De qualquer forma, fui recebido por Ela com grande ca-
rinho e amizade; e ainda pretendo escrever sobre o gran-
dioso trabalho que ela realiza.
239
Experiência 28
Saio do corpo e encontro um homem que inicia uma con-
versa comigo. Logo depois, verifico que, na verdade, não é
um homem comum, mas um Orixá. Eu sabia que Ele po-
dia falar diretamente com Deus. Ele então começou a falar
sobre a minha vida e perguntou-me se eu queria fazer uma
pergunta a Deus. Pedi a Ele que perguntasse a Deus sobre
o meu futuro, o que estava reservado para mim e o traba-
lho que Ele me incumbiu de desenvolver.
A pergunta foi repetida pelo Orixá a Deus. Próximo de
nós, havia um tipo de paredão azulado, com o aspecto de
nuvem. Foi de lá que saiu uma voz, que mais parecia um
trovão, que fez tremer todo o ambiente ao redor. Era tan-
ta força que balançou o próprio Orixá. A voz demonstra-
va que Deus parece ter ficado “nervoso” com a pergunta.
Ele disse: “Como me perguntas sobre algo que eu ainda
não decidi?” O Orixá caminhou até onde eu estava e per-
guntou-me se eu tinha ouvido.
Depois disso, eu voltei ao corpo, mas ainda permaneci
ligado mentalmente ao Orixá; fiz algumas perguntas sobre
minha vida e Ele me respondeu.
Comentário
Em minhas viagens fora do corpo, estive por várias vezes
na presença de Deus, meu Pai. Quando o encontramos no
mundo espiritual não é preciso que alguém nos diga quem
Ele é. O reconhecimento é automático e ninguém no mun-
do é capaz de nos fazer duvidar. Olhar para Ele é o bastante
240
para reconhecê-Lo, mas nesse dia eu não O vi, apenas ouvi
a sua voz e observei que todo o ambiente ao redor tremeu
quando Ele falou. Após a sua fala, que me pareceu muito
dura, o Orixá que estava comigo perguntou-me se eu de-
sejava fazer outra pergunta. Respondi rápido que não, pois
temi outra resposta nos mesmos moldes da anterior. Daí
para frente, permaneci conversando com o Orixá que, desta
feita, respondeu a várias perguntas que lhe fiz. Encerrada
nossa conversa, voltei ao corpo. Mas ainda continuamos a
conversar; eu no corpo e ele invisível. Apesar de não vê-lo,
eu podia ouvi-lo perfeitamente.
Experiência 29
Eram quatro horas e quinze minutos da manhã, quando
ouvi uma voz de homem chamar o meu nome por duas ve-
zes. Na segunda vez, acordei já fora do corpo e logo reco-
nheci o Mestre Jesus sentado à beira de minha cama, onde
o meu corpo jazia inerte. Eu disse: “Jesus é o Senhor?” Ele
respondeu: “Eu preciso que faça algo para mim, você me
ajuda?” Respondi: “Sim, eu faço.”
Ele abraçou-me com o braço direito, rodeando meus om-
bros. Beijou-me o rosto e, com a outra mão, segurou a minha
dentro da dele. Ele então me descreveu, detalhadamente, o
trabalho que eu teria que fazer para Ele. Esse encargo tinha
ligação com um grupo de pessoas vinculadas a Ele. Falou-
-me que eu deveria realizar algo para elas. Disse-lhe, então,
que eu teria dificuldades, tanto para lidar com as pessoas,
uma vez que elas, possivelmente, não confiariam em mim,
241
como também encontraria obstáculos no desenvolvimento
do próprio trabalho que Ele me solicitava. Respondeu-me,
prontamente, que ia deixar comigo um orientador, que era
seu braço direito, para ajudar-me na tarefa.
Em uma fração de segundo, nos deslocamos para o cam-
po, onde Ele mostrou-me todas as pessoas que eu deveria
ajudar. Deu-me o nome e a imagem de cada uma, bem como
o que fazer. Apresentou-me um senhor alto, aparentando
cinquenta anos de idade, que seria o meu guia. Informou-
-me, ainda, que no momento oportuno, quando o tempo
passasse e os acontecimentos viessem, Ele viria pessoalmen-
te falar com cada um, individualmente. Disse-me, em certo
momento, que Ele e seu séquito estariam acompanhando
o tempo todo o desenrolar do trabalho. Durante a nossa
conversa, Ele mandou que eu segurasse o seu braço, sua
mão e depois o seu dedo indicador. Eu deveria ver e sentir
como era o seu corpo verdadeiro. Observei, com atenção,
seu rosto, seus olhos, cabelos e barba, bem como os demais
detalhes. Chamou-me a atenção a amplitude de seu tórax,
bem como a circunferência de seus braços, o tamanho e a
perfeição de suas mãos. A sua altura ultrapassava dois me-
tros e dez centímetros. Da observação cuidadosa de todos
os detalhes de sua imagem perfeita, surgiu o retrato falado
que mandei pintar e que compõe a capa deste livro.
Terminada a sua visita, Ele se foi. Eu retornei ao meu
corpo físico. Levantei e escrevi essa importante experiên-
cia com o Mestre Jesus.
242
Comentário
Fora do corpo, eu estive diversas vezes com o Mestre Je-
sus. Algumas vezes eu falei com Ele e, em outras, só o avis-
tei, conversando com outras pessoas. Sempre que o vejo,
Ele me dá a impressão de estar muito preocupado. Nesse
dia, Ele fez questão de mostrar-me como era o seu aspec-
to exterior, ou seja, a sua imagem verdadeira. Mandou que
eu pegasse em seu braço, para que eu pudesse avaliar toda
a proporção dele. Mostrou o dedo indicador e pediu que
eu o segurasse em minha mão. A perfeição era tamanha
que ele mais parecia uma obra de arte. Da mesma forma, a
sua mão era perfeita. Segurou a minha mão dentro da sua,
ficando a minha parecida a de uma criança. Tudo nele era
forte, belo e perfeito.
Terminadas as nossas tratativas, Ele se foi. Deixou-me,
no entanto, a pessoa que é o seu braço direito, com a fina-
lidade de me orientar na tarefa que Ele me incumbiu. Vol-
tei ao corpo muito contente, por ter estado com o Mestre.
A experiência teve início dentro de meu quarto, com Ele
sentado à beira de minha cama. Em seguida, Ele me trans-
portou, de forma muito rápida, para um lugar no campo,
onde me mostrou as pessoas e o que eu deveria fazer em
relação a elas.
Experiência 30
Saio do meu corpo, totalmente consciente. São cinco
horas da manhã e sou levado ao passado distante, no an-
tigo Egito.
243
Sou conduzido ao palácio do Faraó Nospherus. Ele es-
tá sentado em seu trono, com sua filha Nospheratis à sua
frente. É uma cena doméstica, em que ele a está repreen-
dendo pelo seu comportamento liberal e expansivo com
pessoas comuns do povo. Isso porque, ela havia conversa-
do de forma amigável com um estranho, um plebeu. Esse
fato constrangeu de tal maneira o faraó, que, aos brados,
repreendeu a sua filha, dizendo-lhe que a sua posição não
lhe permitia tais liberdades. E que ela só poderia dirigir a
palavra a alguém devidamente autorizado.
Após presenciar essa cena, saímos do palácio e fomos
caminhar pela cidade, a fim de observar as pessoas e seus
costumes.
A viagem fora do corpo a esse passado distante tinha
um propósito muito importante. O objetivo era fazer-me
entender o que era, verdadeiramente, o “antigo Egito”. Foi-
-me dito, logo de início, que o Egito nunca foi “antigo” e
nunca será. Ele é uma civilização “código”. Essa civiliza-
ção foi pensada, nos primórdios da humanidade, como um
código de orientação para as civilizações futuras do Plane-
ta. Comecei, então, a observar atentamente tudo o que as
pessoas faziam, usavam, falavam e como agiam em várias
situações do cotidiano.
Notei que as pessoas seguiam um padrão de vestuário. A
roupa era constituída de faixas com larguras e cores varia-
das. A maneira de se colocar as faixas sobre o corpo era, de
fato, uma forma que cada um tinha de idealizar a sua moda
diária. As cores guardavam um significado especial. Tudo
244
no Egito é simbólico. As cores da vestimenta demonstra-
vam tudo sobre a pessoa, traduziam desde o seu estado de
saúde, seu humor, sua dor, até os seus propósitos na vida.
Observei atentamente que não havia diferença entre o
homem ou a mulher, no momento de criar o seu visual par-
ticular. Podiam optar por depilar o corpo ou não. Gosta-
vam de raspar a cabeça, já que isso minimizava o calor es-
caldante do deserto do Saara. Eram mestres na arte de se
maquiar e de se vestir.
Outro costume muito interessante e mal-entendido pelas
civilizações atuais é o que trata da conservação e da mumi-
ficação dos mortos. De fato, nada tem a ver com a utiliza-
ção futura daquele corpo mumificado, já sem condições de
uso. Tudo era simbólico.
Continuamos a caminhar, nada escapava à minha ob-
servação. Com a finalidade de me orientar, um homem de
grande sabedoria me acompanhava e realçava os fatos mais
importantes.
Depois de ver e sentir tudo a respeito do “mistério” do
“Egito antigo”, eu retornei ao corpo e fiz estas anotações.
Comentário
Essa viagem fora do corpo ao passado foi uma das mais
importantes que eu fiz. Foi um aprendizado que veio agre-
gar muito conhecimento ao que eu já possuía daquela civi-
lização tão importante para a humanidade.
Na verdade, a população atual da Terra precisa tomar
conhecimento do verdadeiro objetivo da criação do Egito.
245
Para isso, temos que voltar ao tempo anterior à existência
da nação egípcia, ou seja, quando houve o grande cataclis-
mo que mudou toda a face da Terra. Vale recordar que, na
“grande transformação” do nosso Planeta, o homem per-
deu o seu conhecimento, inclusive o básico.
O homem esqueceu de como cuidar do seu corpo, de
como se vestir, de como usar a cor adequada no momento
certo, bem como transmitir mensagens, exprimir vontades e
desejos, sem o uso de palavras. Descuidou-se do tratamen-
to da própria saúde, ou mesmo da prevenção de doenças
pela simples utilização das cores, seja na vestimenta, seja
nas outras formas naturais.
No campo da espiritualidade houve a necessidade de tra-
zer, de novo, o conhecimento, inclusive o da reencarnação
como certeza.
Por tudo isso, foi criado o “Código Egito”. É isso mes-
mo, o Egito foi um código criado para as gerações futuras
da Terra.
Todas as grandes nações do passado beberam da fonte
do conhecimento egípcio. A maioria dos grandes filósofos
daqueles tempos, como Tales de Mileto, Aristóteles, Pitá-
goras, entre outros, foram ali aprender matemática, astro-
nomia, geometria, lógica, moral e, principalmente, buscar
conhecimento sobre o Ser Humano, a reencarnação e o
mundo espiritual; a origem da vida humana.
Foi criada, assim, uma nação que trouxesse para o mun-
do futuro, tanto de forma objetiva quanto simbólica, o co-
nhecimento útil e necessário para os povos do futuro.
246
Vejamos: maquiagem e depilação do corpo foram co-
piadas do Egito. O próprio calendário solar foi copiado
dos egípcios pelos romanos; tal fato contribuiu depois pa-
ra o ajuste de calendários de nações pelo mundo afora. Por
exemplo: antes do calendário egípcio, o número de meses
era outro, e o fim do ano não era em dezembro.
Pude observar que o simbolismo das cores era sempre
usado no vestuário. Toda a vestimenta era composta de fai-
xas presas ao corpo. Essas faixas eram feitas da mesma for-
ma que os papiros e mediam cerca de quinze centímetros
de largura. Era com elas que se embalsamavam os corpos
sem vida. As faixas eram usadas diretamente sobre o cor-
po, nada era usado por baixo delas. Com as faixas era mui-
to fácil e prático combinar cores ou fazer contrastes inte-
ressantes. Também era costume corrente passar mensagens
com a roupa. Por exemplo: uma mulher de luto pelo fale-
cimento da família poderia usar todas as faixas, cobrindo
todo o seu corpo. Mas, se havia perdido um filho, poderia
usar uma faixa preta sobre a região da concepção, ou seja,
logo abaixo do umbigo. Por outro lado, se uma mulher pre-
tendesse se casar e ter filhos usaria, além das faixas brancas
que eram neutras, uma faixa cor-de-rosa sobre o coração e
outra vermelha sobre o baixo-ventre, região da concepção.
Se uma mulher estivesse menstruada poderia usar uma
faixa vermelha sobre os quadris, cruzando-a pela frente,
entre as pernas.
Um homem que carregasse uma dor, por uma perda vida
afora, comporia suas vestes com uma faixa roxa, que desce-
247
ria do ombro direito, cruzaria sobre o coração e encontraria
a outra extremidade debaixo do braço esquerdo, formando
um anel que se chamava “O Anel da Tristeza Profunda”.
Uma pessoa que estivesse viajando por lugares distantes,
usaria vestimenta composta por faixas amareladas, cor de
areia, simbolizando a poeira das estradas por onde ele pas-
sou; em resumo, estaria dizendo: sou um viajante.
Quando uma pessoa tinha uma doença qualquer, a par-
te do corpo era sinalizada com um adereço colorido fixa-
do sobre a faixa. Esse sinal geralmente era confeccionado
com o mesmo tecido das faixas, só que era pintado em cor
diferente da cor da faixa.
Assim, o simbolismo predominava sobre tudo. O caso
das múmias não era diferente, era simbólico. Elas deixaram
para as civilizações futuras o ensinamento sobre a existên-
cia de outras vidas e que a vida do espírito continua. Foi a
primeira nação a mostrar para as outras que a reencarna-
ção é um fato.
Quando a inconsciência tomou conta também do Egi-
to, todos os ensinamentos sobre o Ser Humano, o mundo
espiritual e a consciência humana tornaram-se secretos e
foram escondidos dentro dos templos das sociedades se-
cretas. A partir daí, para ter acesso a eles, só mesmo cain-
do nas graças dos sacerdotes e passando por uma iniciação,
quando, então, o iniciado começaria a sua aquisição do co-
nhecimento maior.
Durante a minha caminhada fora do corpo, vi e arqui-
vei, em minha memória, muitos fatos e conhecimentos que
248
mudaram o comportamento das pessoas mundo afora. Na-
ções e mais nações usam e não sabem de conhecimentos
que vieram do Egito para o mundo. Tantos códigos ainda
não decifrados e tantas mensagens que o homem precisa
saber estão no Egito. Acontecimentos que mudarão a face
da Terra ali estão misturados à areia do deserto, esperan-
do o momento certo para serem revelados e tirar o sono
do homem.
Experiência 31
Estou fora do corpo em minhas atividades de rotina,
quando recebo um emissário convidando-me para uma re-
união com alguém que, naquele dia, havia assumido a mais
alta posição no Vaticano: o Papa.
Segui, em companhia do emissário, em direção a Roma.
Lá chegando, fui introduzido em uma ampla sala onde me
aguardava o Papa, sentado junto a uma imensa mesa de tra-
balho. Levantou-se e, estendendo a mão, cumprimentou-
-me sorrindo cordialmente.
O meu acompanhante, até aquele momento, saiu e dei-
xou-nos a sós. Sua Santidade, o Papa, expressou, então, a
razão do convite para eu ir ao seu encontro.
Ele tinha, já naquele dia de sua investidura, a forte in-
tenção de introduzir na doutrina católica os ensinamentos
diretos e objetivos a respeito do mundo espiritual e o seu
funcionamento.
Afirmou-me ainda que era seu desejo introduzir algumas
reformas na Igreja. Nessa renovação, ele queria introduzir
249
a visão objetiva do mundo espiritual.
Após essas colocações, ele me disse: “Eu não sei como
fazer isso. Preciso de sua ajuda. O que você me sugere pa-
ra que eu possa introduzir esses ensinamentos na doutrina
católica?”
Respondi a ele, dizendo que a melhor forma, a meu ver,
era começar do princípio e alterar, bem devagar, a lingua-
gem para que os adeptos não sofressem um bloqueio pela
mudança de frequência. Se essa mudança fosse muito rá-
pida, acarretaria uma dificuldade de entendimento devido
à brusca mudança de frequência. Isso poderia levar o cére-
bro a não processar adequadamente as informações e até
rejeitar a nova mensagem.
Ele achou muito interessante a minha colocação. Após
o que, pediu-me para elaborar um “projeto” que contem-
plasse as rotinas para implantação dessas alterações na dou-
trina. Prometi a ele que faria o que me pediu.
Posteriormente, cumpri o prometido. Resta-nos, agora,
aguardar o futuro.
Em outra viagem fora do corpo, eu tive a oportunidade
de ver, no futuro, a Igreja Católica fundindo-se com outras
duas igrejas de grande importância de nosso tempo.
Voltei ao corpo para fazer minhas anotações.
Comentário
Ao longo dessas quase três décadas de aprendizado e
prática sobre o Ser Humano, o Mundo Espiritual e a cons-
ciência humana, eu tive a oportunidade de aprender muito
250
sobre várias religiões e outras correntes de trabalhos envol-
vendo o homem e o outro plano da vida. Esse foi mais um
momento em que tive contato com mais um seguimento
religioso.
Experiência 32
Saio do meu corpo e sinto que estou viajando no pas-
sado. Logo me vejo chegando à Roma antiga dos Césares.
Em seguida, à minha frente surge o Coliseu com toda a
sua beleza arquitetônica, mas que me traz amargas recor-
dações. Sinto certa apreensão e angústia. Começo a ver os
corredores e as celas subterrâneas. Olho ao meu redor e
reconheço o lugar. Eu estivera ali há muitos séculos, preso
e sentenciado de morte.
Após esses pensamentos transitarem pela minha mente,
percebo que, na realidade, estou preso novamente. Tudo
começa a se repetir, como se fora a primeira vez.
Estou preso junto a centenas de pessoas. São crianças
de várias idades, mulheres, e pessoas idosas. Olho para o
meu corpo; ele é muito diferente do que eu tenho hoje. Mi-
nha memória começa a recordar de tudo o que aconteceu
àquela época. Recordo que sou cristão e aquele é o dia de
minha morte. Daí a pouco serei lançado na arena para os
leões famintos. A partir desse momento, começo a viver,
passo a passo, as cenas daquele passado distante.
De onde estou, posso ouvir o grande barulho que o po-
vo faz nas arquibancadas do Coliseu. Gritam para que se-
jam trazidos os prisioneiros para as feras. Gritam por san-
251
gue. Querem o prometido espetáculo de sangue. Querem
morte. Riem. Debocham.
Olho novamente para o meu corpo e calculo que devo
ter, no máximo, trinta e cinco anos de idade. Sou alto, mo-
reno e muito forte. Uso barba curta e cabelos longos.
Por todos os lados, ouço choro e lamentos. Crianças se
agarram às mães, e elas, sôfregas, tentam acalentar e pro-
teger os filhos da tragédia daquela hora. Os destinos estão
selados. Todos sabem que não há esperança, todos serão
lançados às feras dentro de poucos minutos. Muitos são
cristãos e imploram a Deus e a Cristo, pedindo força para
suportar aquele trágico momento.
Noto que, apesar de tudo, eu não tenho medo. Uma paz
e uma serenidade descem sobre mim. Tenho grande pena
daquelas pessoas indefesas, que não tinham cometido cri-
me algum para serem condenadas à morte. Apenas eram
pobres e sem proteção.
O meu caso era diferente. Eu era considerado um crimi-
noso, pois era cristão. Há muito tempo eu vinha pregando
os ensinamentos de Cristo. Por onde eu passava, as mensa-
gens do Mestre eram ensinadas. Isso era insuportável para
Roma; era crime punido com a morte.
Chegou a hora. Os soldados começaram a empurrar, com
as lanças, mulheres, crianças e velhos para a arena. Era uma
gritaria ensurdecedora de pavor. Adiantei-me, passando à
frente deles. Entrei sozinho na arena. Eu sabia que havia
chegado a minha hora. Queria morrer com dignidade.
Pensava em Cristo e reconhecia que seria pouco o sofri-
252
mento que eu teria que passar comparado com o que Ele
passou.
Logo atrás de mim entraram as demais pessoas. Cami-
nhei para o centro da arena e parei. O povo gritava histéri-
co, como louco. Naquele momento trágico, um pensamento
ocupava a minha mente: “Pai, perdoa-os, porque não sa-
bem o que fazem.”
Dentro de mim não havia ódio, rancor, revolta, mas so-
mente indiferença. Parecia que não era comigo todo aquele
drama que se desenrolava.
Nesse instante, abriram-se os portões de ferro que fica-
vam do outro lado da arena. Saíram três leões africanos, dois
menores e um muito grande. O maior, quando me viu, cor-
reu em minha direção. Saltou sobre mim, acertando minha
cabeça com sua pata direita. Caí no chão e, momentanea-
mente, perdi a consciência. Quando voltei à consciência, o
leão segurava meu corpo pelo pescoço. Perdi novamente
a consciência, eu estava assistindo a minha própria morte.
Passado um pequeno espaço de tempo, retornei à cons-
ciência, ainda no mesmo lugar. O leão arrancava a carne do
braço direito com suas garras afiadas. O que mais me in-
comodou foi o ruído das unhas raspando os ossos do bra-
ço. Ele passava a pata, várias vezes, sobre o braço e aque-
le barulho era insuportável. Aquele som ficou gravado em
minha memória para sempre, e até hoje ainda me recordo
daquele ruído com nitidez.
Naquela aflição de presenciar, pela segunda vez, a mi-
nha morte, eu falava para mim mesmo, tentando me acal-
253
mar: “Calma, isso já passou, é uma vida passada, calma!”
Mesmo assim, eu estava no limite da dor e do sofrimento.
Eu, fora do corpo, via a cena do meu corpo sendo comi-
do pelo leão e o espírito (eu), já desencarnado, assistindo a
tudo. Era como um filme de meu passado, que eu assistia
com a mesma emoção e a mesma dor da época.
Sentia a mesma dor que eu sentira naquele tempo, ou
seja, há quase dois mil anos. O tempo para o espírito não
faz diferença, o que conta são os fatos, as lembranças e as
emoções.
Voltei ao corpo combalido. Fiquei muito triste ao relem-
brar aqueles tempos difíceis. Naquela época, estive presen-
te na crucificação do Mestre Jesus. Sofri desesperadamen-
te a sua dor, mas sabia do plano e que tudo era necessário,
mesmo porque, se não fosse, não teria acontecido.
Depois dessa experiência, passei vários dias sem vontade
de falar com ninguém. Recordava várias vezes por dia do
ocorrido. Uma grande tristeza se abateu sobre mim. Demo-
rei muito tempo para voltar a ver essa vida como um fato
e que, como tal, precisava ser vivida.
Comentário
Através dos séculos, vidas e vidas, nós vivemos buscan-
do o conhecimento pelas vivências sucessivas no mundo
da matéria. Fazemos isso, porque esse é o nosso destino
desde a criação. Essas vidas sucessivas não acontecem por
castigo, mas, sim, porque buscamos, por meio delas, as ex-
periências enriquecedoras que nos dão o grande entendi-
254
mento de quem é o Criador e quem somos nós.
Muitas dessas vidas são marcadas por grandes sofrimen-
tos e, mesmo assim, nos deixam grandes lições na escola
deste mundo físico.
Essa minha vida relatada foi marcada por grandes aqui-
sições espirituais. Antes eu já vivera várias vidas ligadas ao
trabalho do Cristo. Essa foi mais uma vida, onde estivemos
lutando pela consciência do Ser Humano na Terra.
Experiência 33
É madrugada, noite estrelada; a lua ilumina o céu, em
todo o seu esplendor.
Acabo de sair do corpo. Essa vai ser uma experiência
muito diferente das demais. Sinto-me com um grande con-
tentamento, uma grande alegria. Uma onda de felicidade
inunda-me por completo.
Estou me deslocando no espaço quando ouço uma voz,
suave e calma, que vai dizendo o que devo fazer. De início,
olho para o meu corpo espiritual e nada vejo, apesar de es-
tar enxergando tudo com toda a clareza. Percebo, então,
que sou pura consciência e sensação, não tenho forma, mas
sou eu com todos os meus sentimentos.
Ouço uma voz que me diz: “Olhe para baixo.” Olhei e vi
uma bela propriedade numa zona rural. Havia um grande
gramado à minha frente, por onde caminhava devagar um
bando de lindos gansos. A voz voltou a dizer: “Voe entre
os gansos, sinta o que é ser um ganso. Agora, entre dentro
de um deles, conheça a sua essência.” Assim eu fiz.
255
Primeiro, voei entre os gansos. Senti a energia do bando.
Depois, me aproximei de um belo ganso e apenas desejei
entrar dentro dele e ser ele. Em uma fração de segundo,
eu me senti dentro dele. Abri as asas e senti a maravilha de
ser um ganso e ser totalmente livre. Sem pensamentos, sem
preocupações, só a vida “ganso”. Era muito bom. Eu sentia
meu corpo de ganso. Sentia o vento sobre as minhas asas.
Ouvi de novo a voz: “Agora, venha.” Saí do corpo do
ganso e voamos até uma plantação de trigo. Os cachos ama-
relo-ouro estavam maduros. Do alto parecia um tapete cor
de ouro.
“Voe sobre o trigal e sinta o que é ser trigo”, disse-me a
voz. Voei sobre o trigal e misturei-me aos cachos. Era uma
energia diferente, mas dava um prazer imenso.
“Agora, entre num grão de trigo”, ouvi a ordem. As-
sim eu fiz. Entrei em um grão de trigo. Foi uma sensação
maravilhosa sentir a vida dentro do grão de trigo. A voz
convidou-me para irmos em direção ao mar. Lá chegando,
mandou que eu mergulhasse até o fundo do mar. Juntei-me
aos peixes e animais marinhos de todos os tipos. Passei por
dentro deles sentindo a energia. Juntava-me aos cardumes
e nadava, por um tempo, com eles. Eu sentia tudo o que
eles eram e me sentia também como um deles.
Estava em estado de pura alegria e felicidade. Era óti-
mo. Era bom demais. Mas o melhor ainda estava por vir.
Saí do mar e subi voando para o espaço. Como disse antes,
era uma noite de rara beleza. O céu estava cheio de estre-
las, claro como o dia.
256
Subi bem alto. Eu não tinha forma, não tinha tamanho.
Era eu “consciência plena”. A minha felicidade e alegria
eram imensas. Tudo era paz. Nada importava. Nenhuma
preocupação. Nenhum pensamento egoísta existia. Nada
de orgulho, vaidade, tristeza, raiva, nada, nada, só plenitu-
de. A felicidade máxima.
Resolvi brincar de Deus. Fui me expandindo e ocupan-
do todo o espaço. Senti-me tocando os planetas e outros
corpos celestes. Eu consegui abraçar planetas e tocar as es-
trelas. Era tudo bom demais.
Em certo momento eu me integrei ao Universo e fiquei
participando do movimento planetário. Era uma dança ma-
ravilhosa. Eu me sentia bailando com planetas e estrelas.
Eu não conseguia parar de pensar na grandeza de Meu Pai,
que criara tudo aquilo. Eu estava, literalmente, arrasado de
tanta emoção, felicidade e alegria. Agora eu só pensava:
obrigado, Meu Pai!
Todos os limites que conhecemos ou nos impomos ti-
nham desaparecido. Eu percebia e tinha plena certeza do
poder do Ser Humano. Das imensas capacidades que es-
tão à nossa disposição, esperando para serem conquistadas.
Das maravilhas que são nossas, que o Pai nos legou. Mas,
infelizmente, o homem ainda ignora.
Suavemente, ainda sem forma, mas com plena consciên-
cia, fui retornando ao corpo. Tive que voltar lentamente,
pois a diferença de frequência e vibração do estado em que
me encontrava, para o nível de frequência e vibração do
corpo, era muito grande. Foi um choque a entrada no cor-
257
po. Senti zumbidos, estalos, tonturas e grande dificuldade
para acionar o corpo.
Comentário
Após essa experiência inesquecível, passei vários dias
meditando sobre a pequenez de nossa vida, em relação às
maravilhas da liberdade extracorpórea.
Tudo aqui me pareceu pequeno demais e desinteressan-
te. Com o passar do tempo, e muito devagar, consegui re-
tornar à rotina de minha vida.
258
Capítulo 9
Coletânea de Textos
O Ser e o Estar
O Ser e o Estar fazem parte de uma mesma unidade.
O Estar é o Ser em ação, experienciando tudo, até a si
próprio.
O Estar é o Ser se engrandecendo até o infinito possível.
O Estar não tem existência própria, mas ele é a própria
existência, sendo apreciada.
Quando o “Estar” está ausente do Ser, então nada mais
se sente. A ausência do sentir significa que o Ser não mais
existe.
Da impossibilidade do “não existir”, o Ser cria para si a
única possibilidade remota de finitude, usando a sua sobe-
rana vontade.
No momento em que o Ser nega o Estar, brandindo a
espada do livre-arbítrio, o coro de anjos que governam a
vida, silencia.
O Ser e o Estar, de mãos dadas, se recolhem.
A luz se apaga; a escuridão se faz. A não existência acon-
tece.
259
O vazio se faz presente.
O Nada habita no grande vazio da existência.
O verbo se cala para sempre e o que é eterno perece.
O Pai se entristece. Um filho se foi.
Somos eternos?
Sim, enquanto quisermos. (Eis um segredo)
O Ser e o Tempo
O tempo marca a vida na matéria.
O “não tempo” registra a vida e a eternidade.
O eterno conhece o tempo, mas o ignora.
O tempo não sabe do eterno.
Só o tempo corre atrás do tempo.
O Ser não pertence ao tempo, mas usa o tempo.
O Ser que dorme não se lembra do “não tempo”, mas
acha que pertence ao tempo.
O Ser que não dormiu habita o eterno; sabe do tempo,
mas não pertence ao tempo.
Somente o tempo não tem tempo.
O Ser é dono do tempo e tem a eternidade por direito.
Aquele que está inconsciente mora no tempo, acredita
que o tempo é o seu limite e a eternidade é sua dúvida.
Aquele que é consciente habita a eternidade, vê o tem-
po, mas não se mancha com ele.
A ilusão é filha do tempo, pertence ao tempo e morre
com o tempo.
O tempo é o rei do mundo; a eternidade carrega o rei
260
no seu ventre.
Aquele que tem pressa é porque tem medo do tempo;
quem tem medo do tempo é porque não conhece a eterni-
dade e, por isso, morre no seu tempo.
O tempo busca o limite. O limite pertence ao tempo.
O eterno não sabe do limite.
O “sem limite” pertence ao “não tempo”.
O “não tempo” sabe do tempo e sabe da busca.
O tempo só sabe do ato e do fato.
O eterno sabe de tudo; sabe do Ser e do destino; sabe
do “eu sou” e do “ele é”; sabe do caminho; sabe da pedra
e do espinho.
Verdade e Liberdade
“A verdade vos libertará”
Tantos clamam pela verdade. Outros tantos, incansáveis,
procuram a verdade. A verdade é sempre um objeto da bus-
ca de todos. Talvez, um dia, se a encontrássemos tudo per-
deria o sentido, pois o que dá sentido à vida é exatamente
a procura, a indagação, o querer saber. Se tudo soubésse-
mos, a própria ideia da existência do Criador ficaria vazia,
não teria sentido.
Em todos os tempos, a verdade encabeça a lista das prin-
cipais indagações do Ser Humano. Mas o que é a verdade?
263
Seria tudo aquilo que completa um raciocínio? Que subs-
titui e extingue uma dúvida? Ou ainda, tudo aquilo que é
capaz de encerrar uma busca do Ser Humano? Ou seria a
soma de tudo isso?
Mas, trazendo a verdade para o campo individual e ob-
jetivo do Ser Humano, podemos afirmar que são poucos
os capazes de suportar o seu peso. A pessoa humana não
gosta de forçar os seus limites. A verdade, no entanto, tem
a prerrogativa de muitas vezes esbarrar e até romper limites
individuais, resguardados com extremo cuidado.
Cada pessoa, do seu modo particular, trabalha com a
verdade de uma forma diferenciada. Para uns, ela pode li-
bertar e fornecer as asas para voar; para outros, ela pode
se tornar uma prisão que a manterá sem ação, por tempo
indeterminado, até que chegue o socorro do entendimento.
Nesse ponto, podemos perguntar: Qual é a natureza da
verdade? Ela é boa ou ruim? Nem uma coisa nem outra:
Ela simplesmente é.
O que faz a diferença é o entendimento da pessoa que
encontra a verdade.
Muitos Seres Humanos não estão devidamente habili-
tados para lidar com a verdade. Muitos têm medo da ver-
dade, e vivem a vida fugindo da verdade; para esses, ela é
mortal e, em seus próprios benefícios, tem que se usar o
princípio do remédio, extremamente forte: Só ministrar em
pequenas doses.
“A verdade não é para ser jogada no rosto da pessoa,
mas oferecida em uma taça de cristal.”
264
No mundo do entendimento maior e da consciência hu-
mana, devemos separar os iguais dos desiguais, sem a co-
notação de melhor ou pior, mas, sim, de diferentes.
“É da lei que os iguais tenham tratamentos iguais; os de-
siguais tenham tratamentos desiguais. Dessa forma, a justi-
ça é feita e a injustiça afastada.”
A verdade é mais cruel e difícil de suportar quando diz
respeito ao que achamos que somos e ao que achamos que te-
mos. Ninguém gosta de escancarar o seu velho baú abarro-
tado de coisas velhas; velhas feridas que se recusam a sarar.
Viajamos vidas afora, carregando pesados fardos rechea-
dos de mágoas, tristezas, ressentimentos, frustrações, deses-
peranças e revoltas; enfim, todo tipo de mazelas oriundas
do nosso despreparo para o viver.
Encarar a verdade e reconhecer que não existe um só
problema lá fora, mas centenas deles dentro de cada um é
tarefa que poucos conseguem.
“Precisamos entender que ninguém tem a capacidade
de nos ferir, mas nós é que temos as feridas abertas pron-
tas para sangrar.”
É sempre mais fácil atribuir a outrem a causa de nossa
falência do que admitir que ainda somos falhos e necessi-
tamos nos aperfeiçoar.
Caminhando junto à verdade vai a liberdade. Talvez seja
o bem mais precioso para o Ser Humano.
“Somente pode ser verdadeiro aquele que é livre.”
O Ser Humano de nosso tempo, de tanto viver aprisio-
nado, deixou que a liberdade caísse em desuso.
265
“Ouso dizer, com toda certeza, que não existe um único
habitante da Terra que seja livre.”
Se perguntássemos a uma multidão de pessoas: “Há al-
guém presente que não seja um prisioneiro, que levante a
mão?”
Se uma única mão se levantasse, ainda assim, a pessoa não
estaria sendo verdadeira. Bastaria que se fizesse mais uma
pergunta a ela: “Por que você nasceu neste Planeta, nesse
tempo de agora?” Com certeza ela não saberia responder;
isso porque ela está inconsciente; se ela assim está, então é
uma prisioneira do seu próprio corpo e não tem liberdade.
Ser livre é ser capaz de assumir e tomar conta de sua pró-
pria vida. Mas, por outro lado, há o condicionamento mar-
cado pelo tempo. As pessoas se condicionam, através das
vidas sucessivas, a aceitar a escravidão. Submetem-se a todo
tipo de constrangimento, sofrimento e dor, mas quando se
libertam não sabem o que fazer de sua liberdade. Aconte-
ce que a liberdade já está em desuso, tantas e tantas vidas
vividas na inconsciência que se “esqueceram” de como é
um Ser Humano livre. Hoje, tudo o que a pessoa “acha”
que é ser livre, está muito distante da verdadeira liberdade.
Primeiro, para ser realmente livre é preciso, necessariamen-
te, ser autoconsciente.
Conceitos da consciência:
Verdade − é tudo aquilo que liga o início ao fim e ver-
ga em direção ao princípio, sem, contudo, sofrer qualquer
alteração. Verdade é a serpente que verga e engole o pró-
prio rabo.
266
Justiça − é a única exceção. É a verdade que não ver-
ga. É a verdade inflexível, retilínea e endurecida, que liga
o princípio e o fim. É a serpente dura e reta, que quebra,
mas não se enrola. Justiça é tudo aquilo que nunca muda e,
também, não verga do fim ao princípio.
Mentira − é o que verga pela sombra. Verga por baixo,
escondido. Mentira é o que verga em direção ao “inferno”,
ou seja, em direção ao que está por baixo, na sombra.
Equilíbrio − é tudo que tem a justiça como centro e a
verdade como exterior. É o que gira em torno de si mes-
mo. Tem a justiça, imóvel no centro, e a verdade girando
ao redor. Equilíbrio é o amolecimento da justiça e o endu-
recimento da verdade, para que se dê o ponto de encontro
entre o frio e o quente, o alto e o baixo, a inércia e o movi-
mento, a luz e a escuridão.
Pai Nosso
(Tradução: Linguagem da Consciência)
“Pai, pura é a tua consciência;
E divina a tua descendência.
Que a tua consciência, um dia, seja nossa, E que para
isso, pai,
A tua vontade nos guie
No mundo da matéria
E no mundo do espírito.
O ensinamento a nós destinado, pai!
268
Nos dê agora.
E releva os nossos enganos da inconsciência,
Da mesma forma que temos relevado
Os enganos cometidos contra nós.
E não nos deixeis cometê-los de novo,
Livrando-nos da escuridão de nossas mentes,
Pois tua é a grande consciência,
O maior poder e a glória suprema,
Dentro da eternidade.
E que assim seja.”
O Sermão da Montanha
(Tradução: Linguagem da Consciência)
“Felizes são aqueles que acham
Que ainda não sabem, porque é deles
A consciência humana.
Felizes são aqueles que pedem
A consciência, porque serão atendidos.
Felizes são aqueles
Que permanecem nos ensinamentos,
Porque viverão, na Terra, contentes
E livres do sofrimento.
Felizes são aqueles que querem
E lutam pela igualdade,
Porque eles serão vitoriosos.
Felizes são aqueles que perdoam
O semelhante, porque também
269
Por mim serão perdoados.
Felizes são os que têm amor
No coração, porque conhecerão
O Pai pelas suas obras.
Felizes são os que me ouvem,
Porque serão chamados de meus
Seguidores (filhos de Deus).
Felizes os que forem criticados
Por causa da verdade, porque conquistarão
A consciência humana e a salvação.
Felizes serão, quando, por causa de
Meus ensinamentos, forem ofendidos
E criticados por aqueles que mesmo
Crendo, disserem que estão errados.
Sejam felizes e alegres, porque
É grande o vosso entendimento na consciência,
Também os profetas que viveram antes de vós,
e tinham o mesmo entendimento, foram perseguidos.”
Passageiro da Agonia
Eu fui.
Sou.
Serei.
Sou passageiro do tempo,
Sou viajante do sempre.
Sou o seixo que rola
Estrada afora.
Sou início do fim.
Sou fim sem começo.
Sou o sonho de um dia.
Sou o sonhador da utopia.
Sou o sonho do Criador,
Sou Criador de meus sonhos.
Sou sonho sem razão.
Sou a razão sem razão,
Tirana do coração.
Veredas escuras,
Passo lento com demora.
Sou mendigo que esmola,
283
Sou faca que fere e esfola.
No caminho sou sozinho,
Sou carente,
Ou pleno de amor.
Às vezes cego,
Insensível, ignorante.
Outras vezes, sou gênio,
Até doutor.
Sou ave ligeira,
Subindo a ribanceira.
Sou o disparo da arma,
Fazendo sujeira.
Sou galo de campina,
Cantando, fazendo festa.
Também, sou carabina,
Que de dor
A mata infesta.
Sou velho e profundo rio,
Que incansável caminha,
Caminha cansado
E cansado caminha.
Se paro ou sigo,
A decisão é só minha.
Se sigo,
Estrelas me guiam,
Bailando sobre a cabeça.
No passo,
284
A ousadia.
Na noite ou no dia,
Caminhar é preciso.
É preciso caminhar!
Poeira, estrada;
Vento, ventania.
Caminhar é preciso,
Na noite ou no dia.
Na luz, ou na escuridão,
De seda ou gibão;
De passos trôpegos, ou não,
Caminhar é preciso.
Irmão.
Além do fim,
Mora o eterno, o sem fim
Às margens do eterno,
Habita confusa interrogação.
No sal do imenso mar
Mora a sede do beber.
No seio da interrogação
Habita a aflição do saber.
Alma Gêmea
Muito se tem falado a respeito de alma gêmea em nos-
sa literatura. Na maioria das vezes, de forma romanceada;
outras vezes, o tema vem recheado de misticismo e bem
distante da realidade.
285
O conhecimento sobre alma gêmea só existe no mun-
do espiritual; por isso, o que existe aqui é, em sua maioria,
imaginação e fantasia. É resquício do que o Ser Humano
sabia e tenta lembrar, mas não se lembra. Assim, deixo um
pouco desse conhecimento tão importante para todos.
Primeiro, não existe a possibilidade de alguém encontrar
a sua alma gêmea aqui neste mundo. Alma gêmea não é o
amor perfeito que um homem ou uma mulher buscam aqui
na Terra. Mas é a outra metade de um Ser Humano que per-
manece no mundo espiritual, enquanto o outro vem para cá.
O Ser Humano é criado duplo, mas nunca atuam juntos
no mundo da matéria. Um sempre permanece no mundo
de origem, mas acompanhando seu par em experiência na
matéria.
As almas gêmeas foram criadas com os mesmos tipos
de raciocínios, os mesmos sentimentos, os mesmos gostos.
Porém, com uma única diferença: uma com tendência mas-
culina e outra com tendência feminina. Se for um homem
que está encarnado neste mundo, a sua alma gêmea então
será feminina e estará no outro mundo. Se, ao contrário, for
uma mulher que está aqui, a sua alma gêmea então será um
homem e estará no mundo espiritual. Isso é uma regra, os
dois nunca estarão aqui ao mesmo tempo. A alma gêmea é
o oposto seu, porém igual.
Ninguém, em momento algum, está sozinho. Sempre te-
mos companhia. Quando imaginamos algo, estamos criando
responsabilidade para outro. A nossa imaginação de hoje é
a realização do outro amanhã. Da mesma forma, os nos-
286
sos sonhos de hoje constituem as obrigações para a nossa
alma gêmea cumprir no futuro. Portanto, devemos ser res-
ponsáveis; não sonhemos demais, porque isso acarretará
muito trabalho à nossa outra parte no porvir.
Tudo o que fazemos hoje é a execução do sonho que ela
sonhou um dia. A nossa alma gêmea pode ter ideais dife-
rentes das nossas. O sonho de um é o ideal do outro, mas
pode haver discordância, entre o sonho de um e o ideal do
outro.
Quando há um corpo em gestação, sempre ficam os dois,
masculino e feminino, aguardando para saber de quem será
a vez: do homem ou da mulher.
Em boa verdade, o corpo físico é destinado ao Ser Hu-
mano (espírito) no momento da fecundação. Após o nas-
cimento, o espírito controla o corpo físico da criança, de
fora. Esse controle é feito por feixes de energias que ligam
o espírito ao corpo da criança em pontos estratégicos. Des-
sa forma, o corpo pode ser comandado e guiado pelo seu
dono, mesmo estando fora dele. No mundo espiritual, já
presenciei o espírito, dono de um corpo, pedir a um amigo
para vigiá-lo e guardá-lo, enquanto ele se afastava para cum-
prir um compromisso. No caso, o corpo era de um meni-
no de quatro anos. A troca foi feita sem problema, apenas
desconectando os feixes de energias que ligavam o dono
ao seu corpo e passando-o para o substituto temporário.
Quando ele retornasse, seria desfeita a troca.
Ao atingir a puberdade, por volta dos catorze anos, o es-
pírito entra no veículo físico e assume, de forma comple-
287
ta, o controle. Nesse grande momento de sua existência, o
Ser Humano se sente totalmente completo, pois está repre-
sentado nas duas dimensões da vida. Quando isso aconte-
ce, uma das almas gêmeas permanece no mundo espiritual,
apenas acompanhando a sua outra parte nas experiências
da matéria.
Quando saímos do corpo físico, podemos ter contato
com nossa alma gêmea no mundo espiritual. É muito inte-
ressante você olhar para alguém que é você em tudo, me-
nos no sexo que não é o seu, mas o oposto. A sensação é
de você olhando e tocando você mesmo. É simplesmente
uma experiência inesquecível.
Em minhas viagens fora do corpo, tive a oportunidade
de encontrar-me com a minha alma gêmea. Eu olhava para
aquela mulher, que eu amava tanto, ao mesmo tempo em
que me reconhecia nela. Eu me perguntava: “Mas, se sou
homem, como pode aquela mulher ser também eu?” Fiquei
longo tempo observando seu rosto, os cabelos longos, o
sorriso, o olhar, tudo. Voltei ao corpo e permaneci medi-
tando sobre a perfeição da obra do Criador.
Mundo Espiritual
O mundo espiritual é extremamente complexo, para o
entendimento do homem que habita essa parte do universo
chamada planeta Terra. Para entender esse outro mundo,
deve-se compreender que a vida do homem participa de
duas dimensões. Mesmo quando está de um lado, ele par-
288
ticipa e é influenciado pelo outro lado. Um lado sofre, na-
turalmente, as influências do outro, isso porque o Ser Hu-
mano é o causador de tudo.
Partindo do início, da formação de um novo mundo a ser
habitado, temos primeiro a formação do plano espiritual ao
redor desse orbe. Quando, então, o planeta apresenta todas
as condições de habitação, os espíritos, futuros habitantes
do plano físico, já estão à espera. Desses milhões de almas
que formam, antecipadamente, o mundo espiritual, ao re-
dor do espaço físico, uma boa parte não levantará um cor-
po para si no plano material. Isso em virtude de não pos-
suírem registro de matéria, ou seja, não foram criados para
trilhar a senda material. Essa parte das almas tornar-se-á a
guardiã do conhecimento humano. A outra parte, esta sim,
tomará a senda da matéria e buscará, por consequência, o
conhecimento pelo meio físico.
Conforme detalhado em capítulos anteriores, com a che-
gada da inconsciência a criatura humana passou a conviver
com a dor e o sofrimento. E, o pior, passou a carregar a
culpa até depois da morte física.
As religiões, seitas, filosofias, sociedades espiritualistas
passaram a direcionar os indivíduos da forma que “acha-
vam” certo. Com isso, o mundo espiritual teve, necessa-
riamente, que ser adaptado para atender aos espíritos que
chegavam, após a morte, com suas crenças, ou seja, com
suas programações recebidas na matéria.
A partir daí, cada grupo aqui criado, que tratasse do Ser
Humano e seu destino transcendental, passou a ter um grupo
289
espiritual que o representasse do lado de lá da vida. Dentro
do princípio: “assim na terra como no céu.”
Com o passar do tempo, muitos grupos religiosos fo-
ram criados, muitas doutrinas novas foram surgindo, cada
uma com orientações e programações diferentes para o Ser
Humano. Com isso, os grupos de representantes espirituais
também foram se expandindo.
Até recentemente, esses grupos espirituais de represen-
tação atingiam a quase duas centenas. Ocorre que esses
grupos possuem princípios, filosofias e doutrinas próprios
que, muitas vezes, não combinam e até conflitam uns com
os outros. Aqui, neste mundo da matéria, as pessoas ado-
tam e passam a defender um grupo constituído. Com isso,
elas passam a divergir umas das outras. Cria-se a divisão, a
animosidade, a agressividade e a separação. Em respeito ao
Ser Humano que está aqui, o mundo espiritual também se
estruturou em bases e princípios que possam guardar sin-
tonia com o grupo de seguidores da frequência física.
Para exemplificar, uma doutrina que causa divergência no
mundo espiritual é a do carma. Existem grupos, seguidores
do mundo físico, que o aceitam e defendem a sua aplica-
ção. Por outro lado, existem outros grupos que não aceitam
e não impõem a sua aplicação para os adeptos da matéria.
É muito importante ressaltar o seguinte: grupos que se
dizem religiosos, mas que visam apenas favorecimentos
materiais aos seus membros, não possuem representação
espiritual. Só têm atuação no mundo material.
Todos esses grupos espirituais, apesar de muitas vezes
290
não comungarem os mesmos princípios, têm assento no
“grande conselho do mundo espiritual”. É nesse foro que
são discutidos os grandes temas de interesse de toda a hu-
manidade.
Importante também é deixar registrado que, se existem
esses grupos que representam no mundo espiritual reuniões
de pessoas de crenças semelhantes que aqui se formam, é
exatamente em respeito ao Ser Humano. Respeito esse que
transcende as dimensões da vida para adentrar no louvor
ao Pai que nos criou a todos.
Acima de toda doutrina ou dos princípios de condução e
direcionamento, paira o despertar da consciência. Ele acon-
tece no campo solitário do Ser. Ali, não existem seguido-
res nem tampouco condutores. Existe, sim, o Ser Humano
e sua busca. Este se firma e se concretiza no encontro de
Deus em si mesmo. Na grande descoberta do “Eu sou” e
do “Tudo posso”, Ele encontra a sua grandeza. Nesse mo-
mento, quando se dá o real despertar da pessoa humana,
também é lançado o seu tributo. Somos conscientes. Logo,
a nossa responsabilidade perante a vida é cobrada de for-
ma diferenciada. Isso, estritamente dentro da lei: “A quem
mais é dado mais será pedido.”
Quando atingimos essa diferenciação, pelo nível de cons-
ciência, então é providenciada a separação de nossos regis-
tros espirituais, onde está arquivada toda a nossa vida, desde
o princípio. A partir desse ponto, passamos a integrar um
grupo especial: o Grupo da Consciência Humana. Todas
as pessoas, em todos os cantos da Terra, são observadas e
291
acompanhadas com relação ao nível de consciência. Uma
vez alcançado o nível requerido, a pessoa é convidada, fora
do corpo, ou seja, no mundo espiritual, a integrar esse grupo.
Toda a Terra foi dividida em grandes regiões e, para cada
uma delas, foi nomeado um representante da consciência
humana. Essa pessoa é encarregada de selecionar e con-
vidar aqueles que já possuem os requisitos para integrar o
Grupo da Consciência Humana.
Em uma de minhas saídas do corpo, tive a oportunidade
de estar com o representante da América do Sul, bem como
saber o seu nome e outros dados sobre ele. Nesse dia, pu-
de assistir, no mundo espiritual, a muitas pessoas que vie-
ram pedir que parentes e amigos fossem convidados para
o grupo da consciência.
Integrar esse grupo é tudo que o Ser Humano mais de-
seja em sua vida, mesmo que, nessa consciência relativa em
que ele se encontra, não se lembre do seu maior desejo.
295
Por quê?
Um dia, observando grandes labaredas que subiam em
direção ao céu, resolvi interpelar o fogo sobre uma questão
que há muito me inquietava. Dirigi-me, então, ao Podero-
so fogo e o inquiri: “Ó Poderoso fogo, tu que andas por
dentro de tudo que vive; tu que conheces até as entranhas
do homem; tu que sustentas a vida, diga-me, eu te peço:
Por quê?”
“Por que o mundo assim se transformou?”
Ele quedou-se, recolheu suas chamas e pensativo res-
pondeu-me: “Não sei.”
Não satisfeito, dirigi-me ao Mestre Rio e perguntei-lhe:
“Tu Mestre, que desde priscas eras serves aos homens, ani-
mais e plantas; tu que tens a sabedoria do solitário viajante;
que caminhas incansável entre morros e montanhas; por
planícies, vales e grotões. Tu que serves a reis e rainhas, a
camponeses e à burguesia, diga-me, por favor: Por quê?”
“Por que a maldade e a tirania tomaram conta da Terra?”
Ele recolheu-se, por segundos eternos, e respondeu:
“Não sei.”
Inconformado, segui em frente. Dirigi-me à senhora
Montanha e, mais uma vez, perguntei: “Ó Senhora! Tu que
és a guardiã do tempo; tu que tens o santo privilégio de tu-
do ver; que das alturas podes observar o homem e seu agir.
Tu que presenciastes o milagre da pequena fonte transfor-
mar-se em regato; o regato em riacho e este em grande rio.
296
Tu que contemplastes todos os pores do sol, o caminhar
da lua por tuas encostas, diga-me, eu rogo-te: Por quê?”
“Por que a mentira e a falsidade tomaram conta da cria-
tura humana?”
Ela silenciou-se pensativa, e respondeu-me: “Não sei.”
Sentindo que minha busca estava longe de ter fim, ca-
minhei em direção ao grande soberano, o Oceano. Pergun-
tei-lhe, assim que cheguei: “Ó Grande Oceano! Ninguém
como tu bem conheces os homens de todas as terras. Tu
ouves suas falas, seus segredos, seus feitos, suas crenças e
descrenças. Tu que estais até no suor de seus rostos, diga-
-me: Por quê?”
“Por que a verdade e a justiça foram banidas desse mun-
do?”
O Grande Oceano, entristecido, recolheu-se e disse-me:
“Não sei.”
Já cansado, sentei-me ao pé de um frondoso carvalho e,
ouvindo o sibilar do vento em suas folhagens, perguntei:
“Ó Vento, grande viajante, tu és a minha esperança. Preciso
de teu imenso conhecimento. Tu que viajas veloz por cada
palmo de chão deste mundo; tu que bem conheces a cria-
tura humana que aqui habita; tu que sabes de tudo o que os
homens fazem e até o que eles falam em sigiloso colóquio,
diga-me, por favor: “Por quê?”
“Por que os homens se destroem, uns aos outros, na
curva da estrada, mas na grande reta da vida um não vive
sem o outro?”
297
O Vento silenciou-se e uma gota de lágrima rolou pela
folhagem do carvalho, trazendo sua resposta em um mur-
múrio: “Não sei.”
Caí de joelhos sobre a Terra e, mais uma vez, supliquei:
“Mãe Terra, tu que respondes pela vida da criatura; tu que
alimentas o rico e o pobre; a criança e o ancião; o homem e
a mulher. Tu que recebes, igualmente, a todos em teu seio;
tu que sofres todos os vilipêndios da criatura humana; tu
que desde o princípio das eras conheces o ser Humano e
seus atributos, diga-me, por favor: Por quê?”
“Por que tanto alimento e tanta fome? Por que tanta
criança atrás de um pão e tanto pão enfeitando cestas? Por
que tantos comem tão pouco e tão poucos comem tanto?
Por que uns morrem de fome e outros de tanto comer? Por
que tantos palácios rodeados de tantos casebres? Por que
será que, no cemitério, os ossos não são de ricos, nem são
de pobres, mas apenas são ossos?”
A Terra, que não esperava por isso, acabrunhada, falou-
-me: “Não sei.”
Cansado de minha longa caminhada, tomei uma drástica
decisão: Vou importunar meu Pai. Ele sabe, tenho certeza
absoluta. Ele, se quiser, pode me dar esse conhecimento e
calar, de vez, esse “por que” que não me deixa em paz, pe-
la minha vida afora.
Assim, com todo respeito, coloquei-me de joelhos e im-
plorei ao meu Pai: “Pai! Tu viste e ouviste tudo, então, se
posso saber, diga-me: Por quê?”
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“Filho! Filho! Tantas vezes me perguntaste e outras tan-
tas Eu lhe respondi.”
“Agora, no apagar das luzes dessa aurora boreal, arran-
co de dentro de meus guardados mais um conhecimento
novo para ti, para que saibas que o propósito, para o meu
ato, sempre antecede a tudo. E, antes que se dê o começo,
o propósito Eu tenho.”
“Esse mundo nasceu não de um propósito puramente
Criador, mas de uma demonstração de força. Ou, em uma
melhor lição, nasceu de uma prova de competência.”
“Quando esse mundo foi criado, era o tempo de grandes
mutações deste Universo. Com isso, tudo sofreu variações
nas matrizes originais, causando desvios em todos os segui-
mentos, onde a criatura se desabrocha, cresce e sementeia.”
“O ‘por que’ é de uma forma, que ainda não conheces:
a história com o princípio e o final. Com o ontem antes do
início e o amanhã depois do fim.”
“O ‘por que’ não é uma pergunta que se faz, mas uma
resposta que se obtém. É o caminho reto que conduz ao
meu reino. Cabe às criaturas que do meu seio tiveram vida
decifrar o grande enigma contido no ‘por que’.”
“Quando isso se der, meus filhos estarão de novo no Pa-
raíso. Poderão, então, andar e falar comigo, porque saberão
quem sou Eu. Não mais me temerão e todos me chama-
rão de Pai.”
299
Experiência de 10-03-2008
Há cerca de um mês eu havia encerrado e dado como
pronto o presente livro. Foi um trabalho de aproximada-
mente doze anos. Isso contando desde as primeiras linhas
até o ponto final do derradeiro parágrafo do último capítulo.
A razão para a demora não se prendeu à tarefa de escre-
ver, mas sim à busca de informações no mundo espiritual,
como também à minha dificuldade de entender sobre o que
os meus orientadores espirituais queriam que eu escrevesse.
Também tive, muitas vezes, dúvidas atrozes a respeito da
forma mais adequada a ser usada para que as pessoas pu-
dessem melhor entender os assuntos tratados.
Assim, após o fechamento do último capítulo, mais exa-
tamente na noite de 10 de março de 2008, saí do meu cor-
po e recebi mais alguns ensinamentos, e me foi pedido para
acrescentá-los ao livro.
Eis a narrativa:
Logo que saí do corpo fui conduzido a um amplo salão
onde estava reunido um grande “Conselho”. Era composto
de aproximadamente vinte pessoas. Estavam sentadas do
lado interno de uma mesa em forma de meia-lua. Na par-
te mais proeminente da mesa e, portanto, mais próxima de
mim, sentava-se uma mulher de grande autoridade que no
meu entendimento comandava o evento.
Fiquei de pé em frente ao “Conselho” e notei que todos
olhavam para mim. Não havia mais ninguém no salão, so-
mente eu e o “Conselho”.
300
Logo entendi que todos estavam ali para ouvir-me. O
assunto era o livro que eu acabara de escrever.
Perguntei à mulher que liderava a reunião, e que eu co-
nhecia apesar de não recordar o nome: “E então? Como
ficou o livro?” Ela respondeu: “MA-RA-VI-LHO-SO.” Assim
mesmo, continuou ela dizendo: “É sílaba por sílaba: MA-
-RA-VI-LHO-SO.”
Voltei a perguntar: “Há alguma outra informação que
eu deva acrescentar no livro?” Ela respondeu: “Sim, mais
uma informação sobre a oração o PAI NOSSO.”
“O Pai Nosso era um mantra usado na Índia antiga para
encaminhar os mortos ao mundo espiritual.”
E acrescentou:
“Jesus e o Pai são um, em três pessoas.”
“Nossa Senhora e o Pai são um, em uma única pessoa.”
E, finalmente, disse:
“Você e o Pai são um, em uma única pessoa.”
Em seguida retirei-me do recinto e retornei ao meu cor-
po físico. Levantei-me e fiz estas anotações. E, conforme
me foi determinado, eu as estou acrescentando aqui ao fi-
nal do livro.
Glossário
ALMA GÊMEA − Dois seres humanos criados juntos e
iguais, mas com tendências diferentes: masculina e femini-
na. Tendo como regra, sempre estarem em planos diferen-
tes. Enquanto um está encarnado, o outro permanece no
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mundo espiritual.
AUTOCONSCIÊNCIA − Condição de consciência sempre
desperta do Ser Humano, o que lhe permite ter domínio de
seu corpo físico e conhecer-se agora e antes. Viver o pas-
sado e o futuro no presente.
CAMPO ENERGÉTICO NEURONAL − É a energia acumula-
da nos neurônios, como um todo, e que pode extrapolar os
limites cranianos, formando uma coroa acima da cabeça.
CATACLISMO − Grande catástrofe ocorrida há muitos mi-
lênios, em nosso sistema solar. Houve, naquela época, o
rompimento da camada protetora da Terra, permitindo a
passagem da radiação com grande intensidade. Com isso,
aconteceu o bloqueio energético do cérebro humano.
CONSCIÊNCIA − Atributo do Ser Humano que sabe que
viveu no passado, vive no presente e viverá no futuro, pois
tem a eternidade como certeza.
CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL OU SUPRACONSCIÊNCIA −Éa
consciência maior do Ser Humano. Geralmente só temos
acesso a ela quando saímos do corpo.
CONSCIÊNCIA FÍSICA − É aquela que nos guia no mundo
da matéria e que pode ser levada para o Plano Espiritual,
quando saímos do corpo.
CONSCIÊNCIA PLENA − É a autoconsciência desenvolvi-
da em toda sua plenitude.
CORPOS ENERGÉTICOS − São os onze corpos especiais
302
de energia, ou discos de energias, ou camadas de energias,
onde fica situada a memória do Ser Humano. Nesses cor-
pos são registrados todos os acontecimentos de nossas vi-
das, do início até o presente. Toda a nossa história está ali
preservada.
FREQUÊNCIA CEREBRAL − É o número de vezes em que a
energia armazenada na base craniana é lançada para a par-
te frontal da cabeça e que, em seu retorno, varre as áreas
cerebrais.
FREQUÊNCIA EXTRAFÍSICA − É o mesmo que mundo es-
piritual.
FREQUÊNCIA FÍSICA − É o mundo físico em que viven-
ciamos nossas experiências, quando encarnados.
IMPULSO CEREBRAL − É o lançamento da energia arma-
zenada na base craniana para a parte frontal da cabeça.
INCONSCIÊNCIA − Incapacidade relativa ou total da pes-
soa de saber sobre si, sobre a vida, a respeito do Mundo
Espiritual e sobre o Criador. Deriva de bloqueio cerebral
que impossibilita o processamento correto de dados e infor-
mações. Fato que leva a um raciocínio errôneo e limitado.
JUSTIÇA − É aquilo que não verga. É a verdade inflexí-
vel, dura e reta, que liga o princípio e o fim
NÃO TEMPO − O mesmo que eterno e eternidade.
NEUROTEOLOGIA − Nova ciência que descobriu e pes-
quisa, mediante experimentação, a Presença Divina no cé-
303
rebro humano.
NEUROTRANSMISSORES − São secreções neuronais que
conduzem energia e outros elementos de um neurônio a
outro, ou de uma área cerebral para outra. São responsá-
veis por aspectos psicológicos, comportamentais e a pró-
pria consciência do indivíduo.
ORIXÁS − Mestres do conhecimento. Seres Humanos que
não usam corpo físico. Não encarnam. São guardiões do
conhecimento humano. Não possuem o chamado “regis-
tro de matéria”. Por isso, não vêm a este mundo em corpo
físico. São intermediários entre Deus e os homens.
QUEM É VOCÊ? O QUE É VOCÊ? POR QUE VOCÊ? − Pergun-
tas que somente o Ser Humano plenamente consciente é
capaz de responder. Significa aquele que sabe QUEM É ELE
e que conhece o seu passado em outras vidas. É também
aquele que sabe O QUE ELE É, ou seja, conhece profunda-
mente o seu corpo físico. E, finalmente, é aquele que sabe
POR QUE ELE. Em resumo, possui o conhecimento dos mo-
tivos que o levaram até aquele lugar. Como também tem
conhecimento das razões que o conduziram àquele corpo
físico, nas condições em que ele se apresenta. Da mesma
forma, sabe por que vivencia suas experiências do presente.
REGISTRO − Ato de gravar, de forma permanente, na
memória do Ser Humano, tudo que ele vivencia ou que
lhe é informado. Constituindo, assim, um arquivo próprio
da pessoa.
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REGISTRO DE MATÉRIA − Ato de gravar, desde a criação,
na memória do Ser Humano, o caminho da matéria para a
aquisição do conhecimento. Significa que possuindo esse
registro, a pessoa sempre irá fazer uso de um corpo físico
para aprender. Ela sempre sentirá necessidade dele e so-
mente nele estará completa.
SAÍDA DA MATÉRIA − É a saída temporária do Ser Huma-
no (espírito) de seu corpo físico.
SER − Mesmo que Ser Humano, espírito.
SER HUMANO − O mesmo que espírito, pessoa humana,
homem, mulher, criatura humana.
VERDADE − É tudo que liga o princípio e o fim e que
verga, sem qualquer alteração, até o início.
VIBRAÇÃO CEREBRAL − É o movimento da energia des-
prendida pelos impulsos cerebrais no seu trânsito pelas áreas
do cérebro.
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