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Espaços Topológicos & Funções Contínuas

Autor: William Debon Pereira


Orientadora: Luciele Nunes
Universidade Federal do Rio Grande - FURG

02/10/2021

Autor: William Debon Pereira Orientadora: Luciele Nunes Universidade Federal do Rio Grande - FURG

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Noções de Cálculo e Análise

Função Contínua
Seja f : X → R uma função, onde X ⊂ R. Dizemos que esta
função é contínua no ponto a ∈ X se é cumprido o seguinte: para
todo  > 0 dado, existe δ > 0 tal que, se x ∈ X , temos que
|x − a| < δ =⇒ |f (x) − f (a)| < .

• Quando f é contínua em todo a ∈ X , dizemos que f é contínua.

Conjunto Aberto
Um conjunto X ⊂ R é dito aberto se, para cada a ∈ X , existe um
 > 0 de forma que (a − , a + ) ⊂ X .

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Topologia
Uma topologia de um conjunto qualquer X é uma coleção τ de
subconjuntos de X que goza das seguintes condições:
i) ∅, X ∈ τ ;
ii) Se V1 , V2 , ..., Vn são elementos de τ , então ni=1 Vi ∈ τ ;
T

iii) Dada uma coleção qualquer {Vα } de elementos de τ , então


α α ∈ τ.
S
V

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Topologia
Uma topologia de um conjunto qualquer X é uma coleção τ de
subconjuntos de X que goza das seguintes condições:
i) ∅, X ∈ τ ;
ii) Se V1 , V2 , ..., Vn são elementos de τ , então ni=1 Vi ∈ τ ;
T

iii) Dada uma coleção qualquer {Vα } de elementos de τ , então


α α ∈ τ.
S
V

Conjunto Aberto
Sejam X um conjunto qualquer e τ uma topologia de X . Chamamos
V de um conjunto aberto de X se V ∈ τ .

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Espaço Topológico
Um espaço topológico é um par (X , τ ), onde X é um conjunto
qualquer e τ é uma topologia de X .

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Considere X = R e τ o conjunto de todos os subconjuntos abertos
de X . Mostraremos que (X , τ ) é um espaço topológico. Para isto,
basta mostrarmos que τ é uma topologia de X . Vejamos se as
propriedades i), ii) e iii) de topologia são satisfeitas.

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Considere X = R e τ o conjunto de todos os subconjuntos abertos
de X . Mostraremos que (X , τ ) é um espaço topológico. Para isto,
basta mostrarmos que τ é uma topologia de X . Vejamos se as
propriedades i), ii) e iii) de topologia são satisfeitas.

i) Temos que ∅, X ∈ τ , pois são subconjuntos abertos de X ;

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Considere X = R e τ o conjunto de todos os subconjuntos abertos
de X . Mostraremos que (X , τ ) é um espaço topológico. Para isto,
basta mostrarmos que τ é uma topologia de X . Vejamos se as
propriedades i), ii) e iii) de topologia são satisfeitas.

i) Temos que ∅, X ∈ τ , pois são subconjuntos abertos de X ;


ii) Consideremos V1 , V2 , · · · , Vn ∈ τ . Cada Vi é um conjunto
aberto de X . Sabemos que a interseção de dois conjuntos
abertos é um conjunto aberto (Teorema 1, item a), pg.50, [1]).
Sendo assim,
T basta aplicarmos n−1 vezes este Teorema obtendo
assim que ni=1 Vi ∈ τ ;

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Considere X = R e τ o conjunto de todos os subconjuntos abertos
de X . Mostraremos que (X , τ ) é um espaço topológico. Para isto,
basta mostrarmos que τ é uma topologia de X . Vejamos se as
propriedades i), ii) e iii) de topologia são satisfeitas.

i) Temos que ∅, X ∈ τ , pois são subconjuntos abertos de X ;


ii) Consideremos V1 , V2 , · · · , Vn ∈ τ . Cada Vi é um conjunto
aberto de X . Sabemos que a interseção de dois conjuntos
abertos é um conjunto aberto (Teorema 1, item a), pg.50, [1]).
Sendo assim,
T basta aplicarmos n−1 vezes este Teorema obtendo
assim que ni=1 Vi ∈ τ ;
iii) Este segue do Teorema 1 (Teorema 1, item b), pg.50, [1]).

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Considere X = R e τ o conjunto de todos os subconjuntos abertos
de X . Mostraremos que (X , τ ) é um espaço topológico. Para isto,
basta mostrarmos que τ é uma topologia de X . Vejamos se as
propriedades i), ii) e iii) de topologia são satisfeitas.

i) Temos que ∅, X ∈ τ , pois são subconjuntos abertos de X ;


ii) Consideremos V1 , V2 , · · · , Vn ∈ τ . Cada Vi é um conjunto
aberto de X . Sabemos que a interseção de dois conjuntos
abertos é um conjunto aberto (Teorema 1, item a), pg.50, [1]).
Sendo assim,
T basta aplicarmos n−1 vezes este Teorema obtendo
assim que ni=1 Vi ∈ τ ;
iii) Este segue do Teorema 1 (Teorema 1, item b), pg.50, [1]).
Portanto, τ é uma topologia de X e assim (X , τ ) é um espaço
topológico.

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Função Contínua por Espaço Topológico
Seja (X , τX ) e (Y , τY ) espaços topológicos. Uma função f : X → Y
é dita contínua quando f −1 (V ) ∈ τX para todo V ∈ τY .

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Função Contínua por Espaço Topológico
Seja (X , τX ) e (Y , τY ) espaços topológicos. Uma função f : X → Y
é dita contínua quando f −1 (V ) ∈ τX para todo V ∈ τY .

Exemplos
a) Considerando (X , {∅, X }) e (Y , P(Y )) espaços topológicos e
y ∈ Y xo. A aplicação φ : X → Y dada por φ(x) = y
é contínua. De fato, considerando V ∈ P(Y ) qualquer. Se
y 6∈ V , então f −1 (V ) = ∅. Por outro lado, se y ∈ V temos
que f −1 (V ) = X .

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Teorema
Seja f : X → R uma função, onde X ⊂ R. São equivalentes as
seguintes armações:
i) f é uma função contínua;
ii) Se V é um conjunto aberto de R então f −1 (V ) é um conjunto
aberto de X .
Comentário: Esse Teorema mostra que a denição de função con-

tínua dada em espaços topológicos generaliza a denição de função


contínua dada no Cálculo/Análise na Reta.

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Teorema
Seja f : X → R uma função, onde X ⊂ R. São equivalentes as
seguintes armações:
i) f é uma função contínua;
ii) Se V é um conjunto aberto de R então f −1 (V ) é um conjunto
aberto de X .
Comentário: Esse Teorema mostra que a denição de função con-

tínua dada em espaços topológicos generaliza a denição de função


contínua dada no Cálculo/Análise na Reta.
Demonstração
• Seja V um conjunto aberto de R qualquer;
• Considere a ∈ f −1 (V ) um elemento qualquer;
• Sendo assim, f (a) ∈ V ;

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• Por V ser um conjunto aberto, segue que existe um  > 0 tal
que U = (f (a)−, f (a)+) ⊂ V . Com isso, f −1 (U) ⊂ f −1 (V );
• Por f ser contínua, tem-se que f é contínua em a. Sendo assim,
para o  > 0 considerado anteriormente, existe δ > 0 tal que,
se x ∈ X ,
|x − a| < δ ⇒ |f (x) − f (a)| < ,
ou ainda,

x ∈ (a − δ, a + δ) ⇒ f (x) ∈ (f (a) − , f (a) + ) = U.

• Logo, (a − δ, a + δ) ⊂ f −1 (U). Consequentemente, tem-se


(a − δ, a + δ) ⊂ f −1 (V ). Portanto, f −1 (V ) é um conjunto
aberto de X .
• Reciprocamente, seja a ∈ X qualquer;

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• Tomemos o intervalo U = (f (a) − , f (a) + ) ⊂ R, para qual-
quer que seja  > 0;
• Vê-se que U é um conjunto aberto de R por ser um intervalo
aberto;
• Logo, temos que f −1 (U) é um conjunto aberto de X que con-
tém o ponto a;
• Por tal motivo, existe δ > 0 tal que (a − δ, a + δ) ⊂ f −1 (U) e,
com isso, temos f ((a − δ, a + δ)) ⊂ U = (f (a) − , f (a) + ).
• Assim, para todo  > 0 dado, existe δ > 0 tal que, se x ∈ X ,
temos
|x − a| < δ =⇒ |f (x) − f (a)| < .
Portanto, concluí-se que f é contínua. 2

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Referências

• [1] LIMA, E. L. Análise Real: Funções de uma variável - volume


1. 12 ed.. ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2018;
• [2] RUDIN, W. Real and complex Analysis. International edi-
tion. Sigapore: McGraw-Hili Book Company, 1987.

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