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As Armas Biológicas Do Pentágono - II
As Armas Biológicas Do Pentágono - II
(Parte II)
Escrito por Dilyana Gaytandzhieva
Continuando com nossa série sobre as pesquisas e experiências do Pentágono no âmbito das armas
biológicas e da guerra biológica, a segunda parte desse nosso dossiê foca no uso de insetos,
especialmente moscas e mosquitos, na difusão de diversos vírus.
Segundo relatórios do próprio Exército Americano, o Pentágono tem há anos testado o mosquito Aedis
Aegypti como arma de guerra, e este e outros insetos vetores de doenças apareceram apenas
recentemente no sul da Rússia, após o início das atividades do laboratório do Centro Lugar, na
Geórgia.
A guerra entomológica é um tipo de guerra biológica que utiliza insetos para transmitir
doenças. O Pentágono tem alegadamente realizado tais testes entomológicos na Geórgia
e na Rússia.
Em 2014 o Centro Lugar foi equipado com uma instalação para insetos e lançou o
projeto “Conscientização sobre a Codificação das Moscas da Areia na Geórgia e no
Cáucaso”. O projeto cobriu uma área geográfica mais ampla fora da Geórgia – Cáucaso.
Em 2014-2015 foram recolhidas espécies de moscas da areia flebotominas no âmbito de
outro projecto “Trabalho de Vigilância em Doença Febril Aguda” e todas as moscas da
areia (fêmeas) foram testadas para determinar a sua taxa de infecciosidade. Um terceiro
projecto, incluindo também a recolha de moscas da areia, estudou as características das
suas glândulas salivares.
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Como resultado, Tbilisi tem sido infestada com moscas picadoras desde 2015. Estes
insetos picadores vivem dentro de casa, em banheiros, durante todo o ano, o que
anteriormente não era o comportamento típico destas espécies na Geórgia (normalmente
a época das moscas flebotominas na Geórgia é excepcionalmente curta – de junho a
setembro). Os habitantes locais queixam-se de serem mordidos por estas moscas recém-
aparecidas enquanto estão nu nos banheiros. Elas também têm uma forte resistência ao
frio e podem sobreviver mesmo nas temperaturas abaixo de zero nas montanhas.
• Moscas na Geórgia
• Mesma espécie no Daguestão
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As moscas da família flebotomínea transportam parasitas perigosos na saliva que
transmitem através de uma picada nos humanos. A doença, que estas moscas
transportam, é de grande interesse para o Pentágono. Em 2003, durante a invasão
americana do Iraque, os soldados americanos foram severamente picados por moscas da
areia e contraíram leishmaniose. A doença é nativa do Iraque e do Afeganistão e se não
for tratada a forma aguda da leishmaniose pode ser fatal.
Fonte: “Arthropods of medical importance in Asia and the European USSR”, relatório
do exército americano, 1967.
Insetos Assassinos
O Pentágono tem uma longa história na utilização de insetos como vetores de doenças.
De acordo com um relatório parcialmente desclassificado do Exército Americano de
1981, os cientistas americanos de guerra biológica realizaram uma série de experiências
com insetos. Estas operações fizeram parte da Guerra Entomológica dos EUA, no
âmbito do Programa de Armas Biológicas dos EUA.
Pentágono: Como matar 625 mil pessoas por apenas $0,29 de custo por morte
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Operação Big Itch: Foram feitos testes de campo para determinar padrões de cobertura
e sobrevivência da pulga de rato tropical Xenopsylla cheopis para uso como vetor de
doenças na guerra biológica.
Operação Big Buzz: 1 milhão de mosquitos A. Aegypti foram produzidos, 1/3 foram
colocados em munições e largados de aviões, ou dispersos no chão. Os mosquitos
sobreviveram ao lançamento e procuraram ativamente por sangue humano.
Fonte: Avaliação da Guerra Entomológica como um perigo potencial para os EUA e as
nações europeias da OTAN, Exército dos EUA, Relatório de Março de 1981
Operação May Day: Mosquitos Aedes Aegypti foram dispersos através de métodos
terrestres na Geórgia, EUA, durante uma operação do Exército dos EUA com o nome de
May Day.
Partes do relatório do Exército dos EUA de 1981, como a “Produção em massa do
Aedes Aegypti”, não foram desclassificadas, o que potencialmente significa que o
projeto ainda está em andamento.
O Aedes Aegypti, também conhecido como mosquito da febre amarela, tem sido
amplamente utilizado nas operações militares dos EUA. A mesma espécie de mosquitos
são supostamente os vetores da dengue, da chikungunya e do vírus Zika, que causam
malformações genéticas em recém-nascidos.
Operação Bellweather
O Aedes Albopictus é
um vetor de muitos patógenos virais, vírus da febre amarela, dengue, chikungunya e
zika.
Estes mosquitos tropicais Aedes Albopictus, nunca antes vistos na Geórgia, também
foram detectados nas vizinhas Rússia (Krasnodar) e Turquia, de acordo com dados
fornecidos pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, a sua propagação
é incomum para esta parte do mundo.
Os mosquitos Aedes Aegypti tem estado distribuídos apenas na Geórgia, sul da Rússia e
norte da Turquia. Eles foram detectados pela primeira vez em 2014, após o início do
programa do Pentágono no Centro Lugar.
Sob outro projeto do DTRA “Epidemiologia e Ecologia da Tularemia na Geórgia”
(2013-2016) foram coletados 6.148 carrapatos terrestres; 5.871 foram coletados do gado
e 1.310 pulgas e 731 carrapatos foram capturados. Em 2016, mais 21.590 carrapatos
foram coletados e estudados no Centro Lugar.