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Módulo 10 – Aplicações de Domótica – Ficha de Trabalho Nº2

1.2. Breve História da Domótica


O desenvolvimento da electrónica e, em particular, da micro-electrónica, trouxe-nos muitas
novas tecnologias, pequenas maravilhas de hoje, e algumas provavelmente obsoletas num
futuro próximo. A electrónica, uma indústria de equipamentos de topo há poucos anos, é hoje
uma indústria de consumo.
Há pouco mais de 25 anos, Steve Wozniak (co-fundador da Apple Computer), predisse que a
generalização do PC conduziria à Automação Doméstica, ou seja, que o PC iria ter como um
dos usos centrais, a gestão das nossas casas. Pela mesma altura, Bill Gates (co-fundador da
Microsoft), imaginou um futuro em que cada casa tinha um PC. Não estamos longe da
predicção de Bill Gates, porquanto o PC já é um instrumento indispensável,
principalmente nas novas gerações, e além disso em muitos casos, já não se trata de um
computador por casa, mas de um computador por pessoa.
Já há algumas décadas que se constroem “Edifícios Inteligentes”, designadamente sedes de
bancos e de grandes empresas. A aplicação de estruturas “inteligentes” no sector residencial,
limitou-se nos últimos anos a casas de luxo, em que um grande sistema todo centralizado
geria as diversas funções da casa. Com o aparecimento de novos sistemas modulares a
indústria começou a expandir-se para um mercado mais extenso de classe média e média-alta.
Entretanto, nos últimos 10 anos esta indústria iniciou finalmente um crescimento sustentado
que permitiu formação de uma massa crítica conducente à sua afirmação num mercado mais
vasto que inclui todo o tipo de residências, dados os seus baixos custos de instalação e
utilização. Hoje, a domótica é, mais do que um luxo ou extra, uma necessidade.

1.3. Domótica em Portugal


A Domótica surgiu em Portugal há 20-25 anos. O objectivo era construir casas/edifícios
inteligentes com interacção de todas as funções de automação numa estrutura central única e
pensada de raiz.
Devido à diversidade de sistemas, protocolos de comunicação e correspondentes
incompatibilidades ao nível da integração, o mercado não seguiu os parâmetros normais de
evolução progressiva, tendo-se verificado uma especialização das soluções por segmentos de
aplicação. Por exemplo, os hotéis, grandes edifícios e centros comerciais foram os primeiros a
receber equipamentos específicos de gestão técnica centralizada. Em contrapartida, o
segmento habitacional não assimilou os conceitos de automação, reportando para um futuro
próximo aquele que viria a tornar-se um importante valor acrescentado do segmento
imobiliário.
Entretanto, projectos imobiliários inovadores, entre os quais se destacam aqueles
derivados da Expo-98, trouxeram para o mercado novos valores e novas apetências do
ponto de vista do consumidor. Um pouco por todo o país, outros projectos se lhe
seguiram e, neste momento o que outrora era inovação começa a tornar-se norma.
Actualmente este segmento de mercado está a dar grandes sinais de receptividade a este tipo
de soluções, reflectindo o despertar dos utilizadores finais para a necessidade e utilidade
da gestão técnica personalizada dos vários aparelhos e equipamentos já disponíveis e
acessíveis na grande generalidade das habitações portuguesas.
O aparecimento recente de vários projectos urbanísticos que integram funções
essenciais de domótica levou, por parte dos construtores, a começarem a encarar a
automação doméstica como uma mais-valia na apresentação do seu produto aos seus
potenciais clientes, agindo sobretudo como factor de diferenciação.

1.4. Elementos que compõem um sistema domótico


Qualquer sistema domótico está composto com os seguintes elementos:

 Controladores: São os que actuam sobre o sistema, quer de forma automática, por
decisão tomada por uma central domótica previamente programada, que por PC,
teclados, ecrãs tácteis, botões, comandos à distancia por infravermelhos IR, por
radiofrequência RF, por telefone, SMS ou por PC de forma local ou por internet. Estes
elementos emitem ordens que necessitam de um meio de transmissão.
 Meio de transmissão: Em função da tecnologia aplicada existem diferentes
meios, fibra óptica, BUS dedicado, Rede eléctrica, linha telefónica, TCP/IP ou por ar.
 Actuadores: São os que recebem as ordens e as transformam em sinais de aviso,
regulação ou comutação. Os actuadores exercem acções sobre os elementos da
casa.
 Sensores: São os que fazem a aquisição de dados e têm como principal função o
entendimento do sistema. Estes dados podem ser ordens directas aos actuadores ou
podem ir previamente a uma central domótica, que em função da
programação que previamente lhe foi introduzida dará uma ordem final ao actuador
correspondente. Exemplos de sensores são os detectores de fuga de agua de gás,
fumo e ou fogo, concentração de monóxido de carbono, intrusão, etc.
Questionário
1. Qual foi a tecnologia cuja evolução mais contribuiu para a evolução da domótica? Ilustre.
2. Explique, do ponto de vista socioeconómico, como tem sido a evolução da domótica. Na
continuação, projecte a sua visão sobre a evolução socioeconómica futura da mesma.
3. Qual o momento que podemos usar como marco para o aparecimento da domótica em
Portugal? Qual o objectivo inicial?
4. Que tipo de edifícios/estruturas deram os primeiros passos na utilização da domótica em
Portugal? Que modelo foi seguido?
5. Por que razão o segmento habitacional normal não arrancou com a utilização da domótica
nessa mesma altura? Terá isso algo a ver com o modelo que foi seguido e que mencionou na
sua resposta à questão anterior?
6. Quando começou a ser então utilizada a domótica no segmento habitacional, em Portugal?
7. Prevê uma grande expansão na utilização da domótica em Portugal, num futuro próximo?
Apresente as razões que o levam a pensar desse modo.
8. Quais os elementos que constituem qualquer sistema domótico?
9. Qual a função dos controladores nos sistemas domóticos?
10. Considera adequado utilizar o nome “interface” como sinónimo de controlador, nos
sistemas domóticos? Justifique.
11. Dê três exemplos de controladores de sistemas domóticos.
12. Os controladores podem interagir no sistema domótico de forma automática? Explique e
dê dois exemplos concretos.
13. Dê exemplos de actuações de controladores no sistema domótico que não sejam
automáticas, isto é, que exijam acção humana.
14. Mesmo nos casos em que actuação do controlador no sistema domótico parta duma acção
humana, a actuação concreta pode ser de vários tipos. Dê exemplos.
15. O que entende por meio de transmissão num sistema domótico?
16. Que tipos de meios de transmissão conhece?
17. Qual a função dos actuadores nos sistemas domóticos?
18. Dê três exemplos de actuadores.
19. O que entende por sinais de aviso? E de regulação? E de comutação? Dê dois exemplos
para cada um dos casos.
20. Qual a função dos sensores nos sistemas domóticos?
21. Dê três exemplos de sensores e, para cada um deles, descreva detalhadamente o seu
funcionamento no âmbito do sistema domótico, através dum caso concreto.
22. Explique como os sensores podem fazer com que os actuadores ajam. Descreva,
detalhadamente, dois exemplos concretos, um em que o sensor faça actuar de imediato o
actuador e outro que exija uma análise mais exaustiva por parte do sistema (programado) de
controlo.

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