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Módulo 10 – Aplicações de Domótica – Ficha de Trabalho Nº4

1.5.2. Função de Controlo


A função de controlo dá ao utilizador, por um lado, informações sobre o estado de
funcionamento dos equipamentos e das instalações que os integram, e por outro lado, cria um
registo dos diversos parâmetros e eventualmente, fornecem comandos correctivos. Como tal,
conta com controlos instantâneos e memorizados. Esta função tem como objectivo actuar
sobre os dispositivos de regulação das instalações, com a finalidade de que as tarefas
programadas sejam respeitadas. As funções de controlo, associadas com um algoritmo ou com
uma unidade de tratamento da informação, conduzirão às funções de comando.

1.5.2.1. Segurança
A segurança constitui uma preocupação crescente, sendo cada vez maior o número de
interessados na domótica que colocam o assunto “Segurança” no topo das suas prioridades. A
evolução das sociedades actuais não deixa antever quaisquer melhorias neste aspecto, pelo
que é natural haver ainda lugar para um aumento da importância deste assunto.
A domótica ao integrar as diversas tecnologias em torno de um único sistema permite
elevar os padrões de segurança, utilizando todo o potencial das tecnologias instaladas segundo
critérios de utilidade objectiva. Nestas páginas irá ser apresentado apenas as vantagens da
domótica na gestão da segurança de um edifício, prescindindo de uma abordagem exaustiva
das características e pormenores dos sistemas convencionais.

1.5.2.3. Alarme
As centrais de alarme apresentam hoje um nível tecnológico apreciável, oferecendo novas
funcionalidades, como por exemplo:
• Activação/desactivação remota por telefone, rádio ou sensor de proximidade (porta-
chaves ou cartão de crédito);
• Sinalização local de ocorrência através de contactos de tensão;
• Comunicação com sistemas de domótica, como por exemplo, o EIB ou o X10.

Na escolha da central deve ter em conta o tipo de sistema: tradicional com cablagem, ou sem
fios.
Perante a detecção de uma ocorrência, o sistema de domótica é informado pela central de
segurança.
Por exemplo: Em caso de intrusão no espaço exterior, a central sinaliza a ocorrência que vai
implicar uma actuação do sistema de domótica, que poderá limitar-se a enviar um aviso
remoto e actuar a sirene, ou poderá também ligar os projectores exteriores (se for de noite),
ligar o sistema de rega, fechar todos os estores, ligar a iluminação interior por forma a simular
presença, emitir uma simulação sonora da chegada da polícia ou de um ataque canino ou, se
os houver, soltar automaticamente os cães, etc.
Se a central tiver capacidade de comunicação através do protocolo do sistema de domótica,
então a interacção é perfeita.
Todo o potencial de comunicação de e para o edifício como sejam o telemóvel, o PDA, o
comando remoto por infra-vermelhos ou rádio, os interfaces locais, etc., são utilizáveis pela
central de alarme através do sistema de domótica. Assim, em qualquer ponto do edifício ou
do exterior, um utilizador pode saber qual o estado da central, activar/desactivar uma ou
mais zonas, acrescentar um novo dispositivo de segurança, etc.
No mesmo exemplo, o utilizador do edifício ao ser informado da ocorrência de uma intrusão,
pode remotamente verificar o que se passa através do sistema de vigilância de vídeo, e
se entender acrescentar medidas de coacção, ou caso entenda tratar-se de um falso alarme,
anular as medidas entretanto executadas.

1.5.2.4. Intrusão
A intrusão é a ocorrência mais perturbadora de todas. Todos tememos pela ideia de estranhos
na nossa ausência, violarem a nossa privacidade, invadindo o nosso espaço, roubando e
destruindo a nossa propriedade. Assim, a cada dia que passa vão-se multiplicando as
preocupações às quais o mercado tenta responder com as mais variadas soluções.
Desde a utilização de estores de segurança, vidros à prova de bala e portas blindadas, à
colocação de barreiras e detectores de intrusão, com ou sem medição volumétrica, detectores
de quebra de vidros, detectores de abertura de janelas, portas, estores ou clarabóias, tudo
serve para dificultar ao máximo a tarefa de quem um dia queira entrar em nossa casa sem
permissão.
Para além da utilização das tradicionais sirenes, um sistema de domótica permite articular as
funcionalidades da casa de forma a tentar evitar a intrusão, e se esta acontecer, de modo a
minimizar os riscos para quem nela se encontra. Entre as funcionalidades mais comuns temos:
• Abertura e fecho automático e criterioso de portas e estores, facilitando a saída do
intruso mas limitando a possibilidade de movimentação no interior;
• Simulação da presença por actuação concertada e aparentemente aleatória de
iluminação e estores;
• Intimidação por iluminação automática das áreas invadidas e fecho automático de
estores, e pela colocação nas televisões da imagem do intruso.

A simples recepção de pessoas desconhecidas em casa, por exemplo nas entregas ao


domicílio, é um factor de perigo acrescido. A resposta encontra-se na construção de áreas
privadas onde o acesso pode ser concedido remotamente. Trata-se de pequenas áreas com
portas para o exterior e interior, onde a abertura das portas pode ser efectuada a partir do
interior da casa, remotamente a partir de um telemóvel ou internet ou a partir do exterior com
controlo de acesso.
Desta forma, quem pretender efectuar uma entrega vai limitar-se a entrar nesta área, não
podendo em momento algum estabelecer contacto pessoal. A comunicação necessária faz-se
pelo sistema de vídeo, onde todos os movimentos são registados. Esta comunicação pode
ainda estabelecer-se da área privada para o interior da casa ou para um telemóvel.
Através do sistema de domótica do edifício, torna-se possível articular a gestão dos recursos
com as restantes funcionalidades da casa como a autonomia de energia, combustível e água, a
vigilância vídeo, a intercomunicação, etc., optimizando assim a eficácia da utilização do
refúgio.
1.5.2.5. Fuga de gás
Com a distribuição generalizada de gás no território continental, a utilização desta forma
de energia mais limpa e económica, acarretou novas preocupações relacionadas com a
segurança, ainda agravadas pelo facto de o gás canalizado ser inócuo. São muitas as
aplicações deste combustível a nível doméstico, verificando-se no aquecimento, na preparação
de alimentos e até na secagem de roupa.
Se a qualidade do projecto e a qualidade do instalador são os factores de segurança
mais relevantes, em caso de fuga é fundamental dispormos de meios de detecção com
corte automático de abastecimento, e aviso local e remoto da ocorrência. Por precaução, em
caso de ausência prolongada dos habitantes, por exemplo um período de férias, o edifício
deverá permitir o corte do abastecimento.
Antecipando o regresso, o abastecimento será automaticamente restabelecido para que o
aquecimento central volte a aquecer o edifício, naturalmente no caso de o gás ser o
combustível utilizado.

1.5.2.6. Nível e fuga de combustível líquido


Em alternativa ao gás, normalmente em edifícios com expectativa de consumos elevados de
energia ou onde o gás canalizado não exista, é cada vez mais frequente a opção por
combustíveis líquidos derivados do petróleo, como por exemplo, o gasóleo. O armazenamento
destes combustíveis deve ser cuidadosamente estudado, nomeadamente o tipo de
reservatório, o local de instalação, a necessidade de ventilação, a capacidade de detecção
de fuga e o volume da bacia de retenção (nunca inferior ao volume do próprio depósito).
Em caso de fuga, a ocorrência deve ser imediatamente assinalada local e remotamente, em
simultâneo com a colocação fora de serviço da caldeira.
Caso exista um sistema alternativo de aquecimento, o sistema de domótica irá accioná- lo
evitando a diminuição dos níveis de conforto.
A monitorização do nível de combustível relacionado com a evolução do consumo de energia
permite calcular a autonomia, e assinalar a necessidade de compra de mais combustível caso
esta seja inferior ao limite estabelecido.
A informação de necessidade de compra pode ser simultânea com o envio por e- mail, sms ou
fax da nota de encomenda ao fornecedor habitual.
Quando este apresentar a factura, a quantidade do combustível facturado poderá ser
confrontada com a quantidade efectivamente fornecida, calculada pelo sistema através da
diferença de nível antes e após o enchimento.

1.5.2.7. Inundação
As inundações quando ocorrem, trazem normalmente associadas prejuízos elevados com
reparações e reposições de pavimentos, tectos, máquinas, tapetes, etc.
Para além dos prejuízos económicos directos, temos de contabilizar também os
prejuízos devidos ao tempo desperdiçado e devidos aos transtornos provocados pela
impossibilidade de utilização do edifício.
A detecção de inundações, normalmente instaladas nas casas de banho, cozinhas, casa das
máquinas das piscinas, etc., permite ao sistema efectuar o corte automático da água e emitir
um aviso local e remoto da ocorrência. O abastecimento da água só é reposto quando a
anomalia é identificada e resolvida, garantindo-se assim a máxima protecção.
As fugas de água com caudais extremamente reduzidos devem-se a fugas no autoclismo ou
torneiras, ou a fugas na tubagem. Embora insignificantes do ponto de vista do valor da
água, ao longo do tempo podem provocar prejuízos muito elevados em paredes, tectos ou
louças sanitárias. A sua detecção é efectuada através da quantificação de água gasta durante
os períodos em que não deva haver consumos, ou seja na ausência das pessoas e descontando
a água gasta na rega e na reposição da água da piscina. Em caso de detecção de fuga, o
sistema repete o procedimento da detecção de inundação, embora só deva cortar o
abastecimento por opção do utilizador.

1.5.2.8. Incêndio
Qualquer sistema de segurança permite a detecção de incêndio, por detecção de fumo ou
temperatura, e activa as sirenes em simultâneo com o envio de alarmes remotos.
Um sistema de domótica permite em caso de incêndio actuar sobre os equipamentos
eléctricos, por exemplo, abrindo imediatamente os estores para facilitar a saída de fumos, e
desligando todos os equipamentos imprescindíveis, devendo os restantes ter a sua
alimentação eléctrica estabelecida por cabos com elevada resistência ao fogo. Permite ainda
multiplicar as formas de envio dos alarmes remotos, através do recurso ao envio de e-mail,
fax, mensagens sms, etc..

1.5.2.9. Vigilância
Ao ser instalado um sistema de vigilância no interior ou exterior de um edifício é necessário ter
em conta diversos factores. Depois de clarificado o objectivo do sistema, há que optar pelo
tipo de câmara, tipo de controlo, e tipo de registo.
A escolha do número e tipo de câmaras, bem como da respectiva montagem, deve ter em
conta as seguintes questões:
• É necessário usar câmaras a preto e branco ou cor? Ou ambas?
• Quais as áreas a necessitar de cobertura?
• Qual o período de funcionamento das câmaras e qual a autonomia que pretendo?
• Quantas câmaras são necessárias?
• Quais os tipos de locais onde vão ser instaladas, interior, exterior, à intempérie, etc..
• É necessário usar câmaras “wireless”?

Relativamente aos registos, actualmente o registo digital é o mais utilizado, já que


relativamente aos registos analógicos, são cada vez mais autónomos, mais eficazes e cada
vez mais económicos.
Nos registos digitais, a configuração do sistema e a manipulação das imagens torna-se
totalmente intuitiva, permitindo com toda a facilidade a execução de arquivos digitais em CD
ou DVD.
Por outro lado, estes sistemas utilizam totalmente os recursos das novas tecnologias,
permitindo a visualização remota das imagens, e a consulta remota dos registos através de um
vulgar “browser”. Outra característica importante destes sistemas é a capacidade de enviar,
via e-mail o registo de qualquer ocorrência, anexando para tal as respectivas imagens.
As ocorrências podem ser definidas através de entradas de sinais, por exemplo, sinal de
intrusão a partir da central de alarme, ou podem ser definidas automaticamente a partir da
detecção de movimento pela análise digital das imagens.
Questionário:
1. O que entende por Função de Controlo num sistema domótico?
2. Quais as palavras-chave da Função de Controlo num sistema domótico?
3. As funções de controlo destinam-se unicamente a recolher e registar/gravar dados de um
sistema domótico ou podem fazer mais do que isso? Justifique. Dê um exemplo prático.
4. Por que motivo a “segurança” é um dos tópicos mais em destaque nos sistemas domóticos
actuais?
5. Quais as funcionalidades básicas de uma central de alarme actual destinada a ser
incorporada num sistema domótico? Explique, por palavras suas, o significado de cada uma
delas, usando, se quiser, exemplos práticos na sua explicação.
6. Explique sucintamente como funciona uma central de alarme integrada num sistema
domótico. Pode usar um exemplo simples para ilustração, mas não aquele que se encontra
descrito nos apontamentos.
7. Indique as funcionalidades mais comuns que um sistema de domótica possui e que fazem
aumentar a segurança das instalações no caso de intrusão.
8. O que podem fazer pela sua segurança os sistemas domóticos, no que toca à segurança na
utilização de gás?
9. No caso de um depósito de combustível líquido, qual a maior precaução que se deve ter? De
que forma um sistema domótico o pode ajudar na sua segurança? Dê um exemplo prático,
explicitando claramente os componentes utilizados, a função de cada um deles, e descrevendo
o funcionamento do sistema.
10. Explique o que se passa, geralmente, no âmbito da domótica, depois de um detector de
inundações detectar uma fuga de água.
11. No caso de fugas de água interessa apenas ter um detector de inundações? Explique.
12. Descreva o funcionamento de um sistema domótico de segurança contra incêndios? Na
sua resposta indique quais os componentes utilizados e a respectiva função e o funcionamento
detalhado do sistema, sendo que neste caso existem várias opções de funcionamento, claro.
13. Quais os factores a ter em conta antes da instalação de um sistema de vigilância?
14. No caso das câmaras de filmar, quais os factores que deve ter em conta na sua escolha?
15. Indique todas as características que um sistema de vigilância domótico actual deve ter,
bem como a razão (ou razões) de ser de cada uma delas.

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