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Módulo 10 – Aplicações de Domótica – Ficha de Trabalho Nº5

1.5.2.10. Gestão Técnica


A gestão técnica deve garantir a eficiente monitorização do estado de funcionamento e
anomalias de todos os aparelhos de protecção eléctrica. Para isso, é necessário projectar e
equipar os quadros eléctricos dos dispositivos necessários para que o sistema de domótica
conheça o estado de funcionamento dos diversos aparelhos de protecção, e em caso de
disparo, avaria ou intervenção técnica, possa actuar em conformidade com os procedimentos
estabelecidos.
Podemos estabelecer três níveis diferentes de prioridades, divididas da seguinte forma:
• Nível 1: a ocorrência origina um alarme generalizado com mensagens para todos da lista –
usado, por exemplo, nos aparelhos de protecção dos sistemas de segurança, aparelhos de
protecção contra descargas atmosféricas, ou aparelhos de protecção dos circuitos dos
frigoríficos e arcas congeladoras.
• Nível 2: a ocorrência origina um alarme parcial com mensagens apenas para parte da lista –
usada, por exemplo, nos aparelhos de protecção de circuitos de iluminação não essenciais
para a segurança.
• Nível 3: a ocorrência apenas origina um registo no sistema de supervisão, sem
qualquer notificação de alarme – usado, por exemplo, em aparelhos de protecção a circuitos
de iluminação decorativa.

A boa gestão técnica de uma instalação eléctrica é fundamental para assegurar o bom
funcionamento eléctrico de todos os equipamentos instalados, e consequentemente das suas
funcionalidades. Normalmente, a gestão técnica está integrada no resto do sistema, existindo
um único software de supervisão e gestão de todo o edifício.

1.5.2.11. Software de supervisão


À imagem do que acontece em qualquer sistema de automação industrial, na automação de
edifícios deve existir um software de supervisão que permite a alteração de parâmetros de
conforto e segurança, consulta de eventos, análise de gráficos de tendência, etc.
Local e remotamente, o utilizador pode consultar os registos dos alarmes técnicos ou de
segurança, visualizar as imagens captadas no edifício, ou visualizar a evolução das
temperaturas no interior e exterior ou o teor de cloro residual na água potável ou na água da
piscina, etc. Através desta ferramenta, ao utilizador é permitido adaptar o seu sistema de
domótica às necessidades e rotinas diárias, em tarefas como:
• Simulação de presença
• Controlo de acessos
• Cenários de conforto
• Programas horários de climatização
• Horário diário/semanal de despertar
• Ciclos de rega
• Ciclos de tratamento da água da piscina, etc.
O aspecto de um software de supervisão deve ser amigável e intuitivo, não carecendo de
formação específica para o manuseamento das suas funções principais. Existem diversas
interfaces possíveis:
• PC, fixo ou portátil;
• PC com display táctil;
• Consola táctil com comunicação com o sistema de domótica;
• PDA, computador de mão;

Com gestão de utilizadores e controlo de passwords, o software de supervisão é uma


ferramenta extremamente eficaz, optimizando a utilização racional dos recursos tecnológicos
dos edifícios.

1.5.3. Função de Comunicação


As capacidades de telecomando e de programação, aliam-se às potencialidades técnicas da
interactividade. A interactividade designa, por um lado, uma característica da comunicação
que é uma mesma condição da domótica: "trata-se de promover sistemas, que pela
padronização, podem comunicar entre si por intermédio de redes auxiliares", e por outro lado,
indica que o espaço do ambiente não será somente interactivo, mas também "convivencial".

1.5.3.1. Difusão sonora / Intercomunicação


Os sistemas de difusão sonora mais vulgares são constituídos por uma rede de comunicação
onde transmitem digitalmente os dados: música, voz, sinais, etc.
A evolução tecnológica do analógico para o digital permitiu a inclusão de um grande
número de funcionalidades, como por exemplo:
• Intercomunicação;
• Vigilância de bebés;
• Estabelecimento de chamadas telefónicas dentro do sistema e para fora do sistema;
• Vídeo porteiro, etc.

Em cada zona o utilizador pode escolher a fonte sonora central que pretende escutar, ou optar
por introduzir uma fonte sonora local. Pode também escolher o volume sonoro, afinar os
graves e os agudos, programar a hora de despertar, o período de adormecer, etc.
Embora normalmente os resultados obtidos sejam satisfatórios, há que ter especial
cuidado na escolha dos altifalantes cuja má qualidade pode implicar resultados finais muito
pobres. A integração destes sistemas, nos sistemas de domótica permite a difusão automática
de avisos de alarme, sob a forma de mensagem de voz.

1.5.3.2. Comandos locais


A interface mais tradicional num edifício é o comando local, resumindo-se quase sempre a
teclas de uma ou duas funções básicas: ligar e desligar.
Nos sistemas de domótica, as interfaces são tipicamente mais evoluídas, constituídas por
teclas de elevado design e segurança, incluindo termóstatos digitais, sensores de
infravermelhos, displays digitais, etc. Outro tipo de interfaces são os painéis tácteis, cada vez
mais comum a cores, com apresentação gráfica dos estados dos circuitos (ligado,
desligado, aberto, fechado, etc.), e com a evolução das diversas variáveis analógicas como, por
exemplo, nível de gasóleo na caldeira, temperatura interior e exterior, cloro na água da
piscina, etc.
Estes painéis comportam-se como autênticos interfaces Web e multimédia, possibilitando a
visualização de imagens vídeo das câmaras de vigilância, de um leitor de DVD, a leitura de
ficheiros de música, o acesso à internet e à gestão do correio electrónico.

1.5.3.3. Comandos à distância (no local)


A utilização de comandos à distância é tão natural que a sua presença rapidamente se tornou
indispensável para tarefas simples como mudar de canal na TV, saltar de música no Hi-Fi, ou
filme no leitor de DVD. Outras tarefas seguem-se como o controlo de estores, cortinas ou
toldos, o controlo de iluminação ou do sistema de climatização.
A nova geração de aparelhos para comandos à distância vem dotada de capacidade de no
mesmo terminal serem programadas todas as funções dos restantes comandos,
estabelecendo cenários predefinidos que integram simultaneamente funções multimédia, de
conforto e segurança.

1.5.3.4. Comandos remotos (fora do local)


A necessidade de utilização de comandos remotos está a tornar-se cada vez mais vulgar,
permitindo aos utilizadores dar ordens de actuação de circuitos como ligar iluminação, actuar
sistemas de rega, ligar/desligar sistemas de aquecimento ou de ar condicionado, ligar o micro-
ondas, entre outros.
O controlo remoto de uma casa pode hoje em dia ser efectuado via telemóvel, internet, etc.
A casa por sua vez pode comunicar com os seus utilizadores em situações críticas como
o são a actuação de alarmes (intrusão, incêndio, inundação, etc.) ou o disparo de disjuntores
de circuitos importantes como o frigorífico, arca frigorífica, etc. enviando dados completos do
ocorrido. Em certas circunstâncias, o sistema pode enviar fotos digitais do local da ocorrência,
anexadas a mensagens de e-mail geradas automaticamente.

1.5.3.5. Rede Informática


Quer para a utilização da supervisão quer para o acesso à internet é imprescindível hoje em
dia pensar-se na ligação de mais do que um computador em nossa casa, mediante a criação de
uma rede de dados, permitindo desta forma que diferentes computadores partilhem ficheiros
e aplicações entre si, mas também que tenham acesso à internet de forma partilhada,
pagando assim apenas uma ligação e não várias. Existem duas formas essencias de ligar os
computadores em rede numa casa:
• criando uma rede com fios designada Cablagem Estruturada;
• ou uma Rede sem Fios (WLAN ou Wireless Local Area Network).

1.5.3.6. Rede sem Fios


Uma rede sem fios (também designada por WLAN ou Wireless Local Area Network) é um meio
flexível de comunicação de dados implementado como alternativa (ou, por vezes como uma
extensão) a uma rede cablada LAN dentro de uma casa ou de um qualquer edifício.
As redes sem fios transmitem os dados sobre o ar, utilizando ondas electromagnéticas,
minimizando desta forma a necessidade de ligações físicas por cabo. A vantagem principal de
uma rede sem fios está no facto de garantir a conectividade de dados, com a mobilidade dos
utilizadores (por exemplo, aceder à internet com um computador portátil sentado num banco
de jardim, enviar um e-mail com um PDA enquanto apanha sol junto à piscina, verificar o
estado de um alarme ou acender luzes no interior da casa calmamente no seu jardim) e,
através de configurações simplificadas permitem a criação de LAN móveis. Desta forma
permite-se o acesso à rede em tempo real em qualquer lugar dentro da sua casa ou no espaço
exterior circundante à mesma.
As redes wireless oferecem grandes vantagens de produtividade, serviço, conveniência e
custo, relativamente às soluções de cablagem estruturada. A instalação de uma rede sem fios
pode ser muito rápida e fácil pelo facto de se evitar a necessidade de passar cabos por paredes
e tectos e, desta forma, não ser necessário pensar neste ponto durante a construção de uma
casa. Tem a vantagem adicional de chegar onde os cabos não chegam (jardim, piscina,
etc.).
As redes sem fios têm um investimento em equipamento de rede wireless superior ao
de uma rede cablada. Contudo, o custo global da instalação e as despesas do tempo de vida
da rede podem ser significativamente mais baixos, trazendo assim grandes benefícios de
longo prazo em ambientes dinâmicos e com grande mobilidade.
Estas redes sem fios podem ser construídas de forma escalável, evoluindo de redes para
poucos utilizadores (no caso de uma casa ou de uma pequena empresa) até redes com infra-
estruturas complexas para centenas de utilizadores que cobrem áreas mais vastas (grandes
edifícios de escritórios, condomínios fechados, espaços de lazer e multiusos, complexos
turísticos junto à faixa costeira em que é mesmo possível o acesso à rede a partir de um barco
ou iate em distância até aos 3 ou 4 Km do empreendimento).

1.5.3.7. Acesso à internet


Hoje em dia, com mais de 600 milhões de utilizadores da internet a nível mundial e em
Portugal com 50% da população ligada, é perfeitamente vulgar termos em casa pelo menos
um computador com acesso à internet.
Em alguns condomínios fechados e edifícios de apartamentos destinados ao segmento com
maior poder de compra começam também já a existir casas com pré- instalação de rede em
cablagem estruturada com ligações em fibra óptica entre os principais edifícios e blocos
de vivendas que, por sua vez, têm contratada uma ligação permanente à internet que faz já
parte do condomínio.
No mercado, em empreendimentos habitacionais destinados ao segmento médio- alto
(sobretudo em casas destinadas a executivos), começa a ser também vulgar a colocação em
cada casa não apenas de um ponto de rede mas antes a distribuição em rede nas principais
divisões (ex: escritório, salas, quartos, cozinha) todos ligados a um concentrador (HUB) de
comunicações e por sua vez este estar ligado a um equipamento de comunicações (Router)
que permita o acesso à internet (Router RDIS, de Cabo ou mesmo ADSL), permitindo desta
forma que, simultaneamente, diferentes utilizadores (ou mais do que um computador)
partilhem uma mesma ligação à internet e sem acréscimo de custos.
Futuramente estão previstos também outros tipos de ligação à internet como a ligação via
televisão digital interactiva e a ligação via empresa fornecedora de energia eléctrica (EDP em
Portugal), sendo a comunicação de dados efectuada sobre as normais linhas de energia
eléctrica.
Questionário:
1. Qual a função da Gestão Técnica num sistema domótico?
2. Quais os níveis de prioridade dum sistema de gestão técnica que costuma ser utilizados e
qual a função de cada um deles?
3. Qual a pré-condição para o sistema de gestão domótico poder funcionar?
4. Onde se localiza a gestão técnica de um edifício? Descreva um exemplo de funcionamento
do sistema de gestão técnica, desde o ponto em que é detectada uma anomalia (explicite qual
é essa avaria e como é detectada), até à acção desencadeada, referindo o quê e como é
despoletada essa acção.
5. O que entende por sistema de supervisão de um sistema domótico completo e quais as suas
funções?
6. Como pode o utilizador usar esse sistema de supervisão?
7. Dê alguns exemplos de acções que podem ser realizadas (e através de que elementos) pelo
utilizador, através desse sistema de supervisão?
8. Quais os tipos de interface que existem e que permitem ao utilizador ter acesso ao software
de supervisão quer para monitorizar o sistema domótico quer para interagir com o mesmo?
9. O que entende por Função de Comunicação de um sistema domótico e quais as suas
finalidades?
10. Dê exemplos de funcionalidades proporcionadas (no interior da função de comunicação)
pela subfunção de comunicação “difusão sonora/intercomunicação”
11. Descreva, com detalhe, um exemplo prático dum sistema de difusão sonora que gostasse
de ver implementado na sua casa.
12. Explique as diferenças entre o comando local tradicional e o comando local domótico.
13. Explique as diferenças entre o comando à distância local tradicional e o comando à
distância local domótico.
14. De que formas pode ser implementado o comando remoto de um sistema domótico?
15. Qual diferença entre uma rede WLAN e uma rede LAN? Explique quais as vantagens de
uma e outra quando aplicadas num sistema domótico e porquê.

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