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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema


Plano de Bacia

APRESENTAÇÃO

Em 2007, foi aprovado o Primeiro Plano de Bacia Hidrográfica para a Unidade de


Gestão 17 que compõe o Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. Em 2009,
esse Plano foi adequado para atender a metodologia da Deliberação CRH n. 62/2006. Tal
Plano pautou, por mais de 10 anos as ações do Comitê no sentido de melhorar a qualidade
dos recursos hídricos e aumentar a disponibilidade total, controlando a demanda de água.

A legislação e o avanço na gestão, inclusive com a implantação em vias de


acontecer, da cobrança pelos recursos hídricos, neste território, exigiram a atualização do
Plano que, mediante um esforço dos membros do comitê foi aprovado na última reunião
plenária de 2017.

Esse Plano de bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema deve nortear as ações do


Comitê de Bacias pelos próximos 10 anos.

Boa leitura a todos.

Oscar Gozzi
Presidente do CBH-MP
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Equipe Técnica de execução:

IRRIGART – Engenharia e Consultoria em Recursos Hídricos e Meio Ambiente Ltda.


Coordenador: Geol. Antonio Melhem Saad, M.Sc., Dr.
Equipe de Apoio Técnico - Eng. Ambiental Felipe Trentini da Silveira
Eng. Ambiental Thelma Chiochetti da Silva
Eng. Ambiental Rafael Bortoletto
Eng. Civil Tatiane Karine Vedovotto
Geógrafa Mayra Mello
Estagiária Gestão Ambiental Flávia Domingos Pacheco
Estagiária Eng. Civil Fernanda Hissa

Câmara Técnica de Planejamento e Avaliação – CTPA


Sociedade Civil – Titulares
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP – Vandir Pedroso de Almeida
União da Indústria de Cana de Açúcar - UNICA - Manoel B. R. de Andrade
Organização não Governamental A Salvação de um Rio - ONG SALVAR - Geraldo A. Silva
Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA - Elaine Amorim
As. Reg. Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Avaré - AREA - João Caetano Neto
Sindicato Rural de Santa Cruz do Rio Pardo - Antonio Salvador Consal

Estado
Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos - SSRH - Adilce Ap. de Melo Fabrão
Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP - José Ronaldo Piotto
Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE - Emílio Carlos Prandi
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI - Paulo Henrique Interliche
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB - Alcides Arroyo Filho
Instituto Florestal - IF - Osmar Vilas Boas

Municípios
Ocauçu – Arnaldo Augusto Saraiva Júnior
Botucatu – Marcio Piedade Vieira
Pardinho – Nivaldo José Cruz
São Pedro do Turvo – Luiz Felipe de Castro Tavares
Ourinhos – Rodrigo Andrey Ramos Lemes
Duartina – Claudio Sampaio
Tarumã – Presidente do CBH-MP – Oscar Gozzi
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
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COMITE DA BACIA HIDROGRÁFICA MÉDIO PARANAPANEMA (CBH-MP)

Presidente Secretário executivo


Oscar Gozzi Denis Emanuel de Araujo
PM de Tarumã DAEE

Vice-presidente Secretária executiva adjunta


Vandir Pedroso de Almeida Suraya Modaelli
Federação das Indústrias do Estado de DAEE
São Paulo – FIESP

SEGMENTO ESTADO

Secretaria Estadual de Saneamento e CATI – Coordenadoria de Assistência


Recursos Hídricos Técnica Integral
Emílio Carlos Prandi Paulo Henrique Interliche
Adilce Ap. de Melo Fabrão Paulo Renato Tamassia Pélogo

Secretaria Estadual de Logística e DAEE


transportes Denis Emanuel de Araújo
Marcos Vinícius da Silva Victorino Suraya Modaelli
José Luiz Catarin
UNESP
Instituto Florestal Edson Luiz Piroli
Osmar Villas Bôas Marcelo Dornelis Carvalhal
Wilson Aparecido Contieri
SABESP
CETESB José Ronaldo Piotto
Alcides Arroyo Filho José Roberto Bezson
Edson Ambrósio
Polícia Militar Ambiental
Secretaria Estadual da Fazenda Rafael Gonçalves de Oliveira
Antônio Sebastião Verones Ewerton Ricardo Messias
Raimundo Pereira dos Reis
CODASP
APTA – Agência Paulista de Tecnologia Mario Sergio Alves de Godoy
dos Agronegócios Francisco de Assis Simões de Oliveira
Sergio Doná
Márcia Maria de Freitas Cação Rodrigues Secretaria Estadual da Saúde
Lucia Yassue Tutui Nogueira
Luís Álvaro Coelho
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SEGMENTO MUNICÍPIO

Prefeitura Municipal de Ocauçu Prefeitura Municipal de Cabrália


Alessanda Colombo Marana Paulista
José Madrigal Ruda Filho
Prefeitura Municipal de Lupércio
Anézio Kemp Prefeitura Municipal de Platina
Wagner Roberto de Lima
Prefeitura Municipal de Espirito Santo
do Turvo Prefeitura Municipal de Botucatu
Afonso Nascimento Neto Mário Eduardo Pardini Affonseca

Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Prefeitura Municipal de Pardinho


Rio Pardo Benedito da Rocha Camargo Junior
Otacílio Parras de Assis
Prefeitura Municipal de Lutécia
Prefeitura Municipal de Maracaí Eduardo Girotto
Eduardo Corrêa Sotana
Prefeitura Municipal de Paraguaçu
Prefeitura Municipal de Pedrinhas Paulista
Paulista Almira Ribas Garms
Sergio Fornasier
Prefeitura Municipal de Tarumã
Prefeitura Municipal de São Pedro do Oscar Gozzi
Turvo
Marco Aurélio Oliveira Pinheiro Prefeitura Municipal de Palmital
José Roberto Ronqui
Prefeitura Municipal de Ribeirão do Sul
Eliana Maria Rorato Manso Prefeitura Municipal de Duartina
Aderaldo Pereira de Souza Junior
Prefeitura Municipal de Fernão
Adelcio Aparecido Martins Prefeitura Municipal de Gália
Renato Inácio Gonçalves
Prefeitura Municipal de Alvinlândia
Abigail Cateli Dias Prefeitura Municipal de Lucianópolis
Humberto Zaninoto Maldonado
Prefeitura Municipal de Ourinhos
Lucas Pocay Alves da Silva Prefeitura Municipal de Ubirajara
José Altair Gonçalves
Prefeitura Municipal de Garça
João Carlos dos Santos

Prefeitura Municipal de Paulistânia


Paulo Augusto Granchi
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SEGMENTO SOCIEDADE CIVIL

Associação dos Eng. Arq. e Agro. de Sindicato dos Trabalhadores e


Santa Cruz do Rio Pardo empregados rurais de Paraguaçu
Luiza Regina Scarpin Demarchi Paulista
Luciano Alves da Silva
Associação Brasileira de Recursos Paulo Anísio
Hídricos – ABRH
Luís Sérgio de Oliveira ABRAGE – Associação Brasileira das
Empresas Geradoras de Energia
Associação dos Engenheiros, Elétrica
Arquitetos e Agrônomos de Avaré Ivan Takeshi Toyama
João Caetano Neto
ABCE - Associação Brasileira de
FIESP Companhias de Energia Elétrica
Vandir Pedroso de Almeida Vinicius do Amaral

CIESP Associação Rio Pardo Vivo


Sueli Grossi dos Santos Pessoni Luiz Carlos Cavalchuki
Glauber G. de Souza Fernandes
FEMA – Fundação Educacional do
Município de Assis CDVALE – Centro de Desenvolvimento
Elaine Amorin Soares do Vale do Paranapanema
Alexandre Vinicius Guedes Mazalli Hugo de Souza Dias
Ricardo Augusto Dias Kanthack
FIO – Faculdades Integradas de
Ourinhos Sindicato Rural Patronal da Estância
Odair Francisco Turística de Paraguaçu Paulista
José Carlos Pires
ONG “A Salvação de um Rio” – ONG
SALVAR Sindicato Rural de Palmital
Manuel Amilcar dos Santos Queiroz Gilberto Frandsen
Geraldo Afonso Silva
Sindicato Rural de Pardinho
ÚNICA – União da Agroindústria Luciane da Conceição Correia
Canavieira do Estado de São Paulo
Manoel B. Ribeiro de Andrade Sindicato Rural de Ourinhos
Sergio Luis Villas Boas Tâmbara
SIAESP – Sindicato da Indústria da
Fabricação do Açúcar no Estado de
São Paulo
Dianila Letícia Dezortti
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
2. ESCOPO GERAL DO PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA ........................................ 2
3. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA ................ 4
3.1 Estrutura do CBH-MP............................................................................................... 4
3.1.1 Composição do CBH-MP ......................................................................................... 8
3.1.2 Principais atividades desenvolvidas pelo CBH-MP................................................. 12
3.1.3 Criação do Comitê de Integração do Rio Paranapanema....................................... 13
3.1.4 Perfil da equipe de coordenação para elaboração e implementação do PBH. ....... 16
3.2 Mobilização social e articulação institucional.......................................................... 16
3.2.1 Reunião de acompanhamento técnico e facilitação de acordos ............................. 17
3.2.2 Encontros ampliados .............................................................................................. 19
3.2.3 Oficinas Setoriais ................................................................................................... 21

4. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................ 23
4.1 Caracterização geral da UGRHI-17 ........................................................................ 23
4.1.1 Dinâmica demográfica e social............................................................................... 28
4.1.2 Dinâmica econômica .............................................................................................. 52
4.1.3 Saúde pública e ecossistemas – doenças de veiculação hídrica ............................ 69
4.2 Caracterização física da UGRHI-17 ....................................................................... 71
4.2.1 Recursos Hídricos Superficiais............................................................................... 71
4.2.2 Recursos Hídricos Subterrâneos............................................................................ 75
4.3 Disponibilidade de recursos hídricos ...................................................................... 79
4.3.1 Disponibilidade hídrica superficial .......................................................................... 80
4.3.2 Disponibilidade hídrica subterrânea ....................................................................... 82
4.3.3 Disponibilidade hídrica total ................................................................................... 85
4.3.4 Postos pluviométricos ............................................................................................ 86
4.4 Demanda por recursos hídricos ............................................................................. 89
4.4.1 Captação de água superficial e de água subterrânea ............................................ 89
4.4.2 Demandas consuntivas .......................................................................................... 92
4.4.3 Demanda de água.................................................................................................. 93
4.4.4 Demanda da água por tipo de uso ......................................................................... 94
4.4.5 Demandas não-consuntivas ................................................................................. 100
4.4.6 Interferências em cursos d’água .......................................................................... 101
4.5 Balanço: demanda x disponibilidade .................................................................... 103
4.5.1 Demanda total em relação ao Q7,10 ...................................................................... 104
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4.5.2 Demanda total em relação ao Q95% ...................................................................... 105


4.5.3 Demanda total em relação ao Qmédio..................................................................... 107
4.5.4 Demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis ................................. 109
4.6 Qualidade das águas ........................................................................................... 110
4.6.1 Qualidade das águas superficiais ......................................................................... 112
4.6.2 Qualidade das águas subterrâneas ...................................................................... 121
4.6.3 Saúde pública e ecossistemas – danos à vida aquática ....................................... 127
4.6.4 Restrições do uso da água ................................................................................... 127
4.6.5 Classificação da água subterrânea quanto a potabilidade .................................... 128
4.6.6 Síntese dos dados de qualidade das águas ......................................................... 129
4.7 Saneamento Básico ............................................................................................. 130
4.7.1 Abastecimento de água potável ........................................................................... 130
4.7.2 Índice de atendimento de água ............................................................................ 133
4.7.3 Fontes alternativas de abastecimento de água .................................................... 137
4.7.4 Índice de perdas no sistema de abastecimento de água ...................................... 138
4.7.5 Esgotamento sanitário.......................................................................................... 141
4.7.6 Carga poluidora doméstica .................................................................................. 143
4.7.7 Índice de atendimento com rede coletora de esgotos .......................................... 147
4.7.8 Coleta e tratamento de efluentes ......................................................................... 150
4.7.9 Manejo de resíduos sólidos .................................................................................. 165
4.7.10 Resíduos sólidos domiciliares .............................................................................. 166
4.7.11 Coleta de resíduos sólidos urbanos ..................................................................... 168
4.7.12 Disposição de resíduos sólidos urbanos .............................................................. 170
4.7.13 Coleta Seletiva e reciclagem de resíduos............................................................. 173
4.7.14 Resíduos de serviços de saúde ........................................................................... 174
4.7.15 Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas ................................................. 176
4.8 Gestão do território e de áreas sujeitas a gerenciamento especial ....................... 178
4.8.1 Uso e ocupação da terra ...................................................................................... 178
4.8.2 Remanescentes de vegetação e áreas protegidas por Lei ................................... 189
4.8.3 Áreas suscetíveis à erosão, escorregamento e/ou assoreamento ........................ 197
4.8.4 Áreas de mineração ............................................................................................. 204
4.8.5 Áreas suscetíveis à enchente, inundação e/ou alagamento ................................. 206
4.8.6 Poluição ambiental ............................................................................................... 208
4.9 Avaliação do Plano de Bacia em vigência (2007-2019) ........................................ 213
4.9.1 Metas do Plano de Bacias já executadas ............................................................. 214
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4.10 Síntese do Diagnóstico ........................................................................................ 214


4.10.1 Disponibilidade hídrica ......................................................................................... 214
4.10.2 Demanda de água................................................................................................ 216
4.10.3 Demanda x disponibilidade .................................................................................. 217
4.10.4 Saneamento 220

5. PROGNÓSTICO ........................................................................................................ 231


5.1 PLANOS, PROGRAMAS, PROJETOS E EMPREENDIMENTOS COM INCIDÊNCIA
NA UGRHI 17 .................................................................................................................... 232
5.2 CENÁRIO DE PLANEJAMENTO ......................................................................... 258
5.2.1 Concepção e Formulação dos Cenários de Planejamento ................................... 258
5.2.2 Dinâmica Socioeconômica ................................................................................... 261
5.2.3 Demanda por recursos hídricos ........................................................................... 273
5.2.4 Disponibilidade de recursos hídricos .................................................................... 278
5.2.5 Balanço: demanda versus disponibilidade............................................................ 281
5.2.6 Qualidade das Águas ........................................................................................... 287
5.2.7 Saneamento Básico ............................................................................................. 291
5.3 GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA UGRHI 17 ....................................... 316
5.3.1 Legislação pertinente aos recursos hídricos ......................................................... 316
5.3.2 Plano de Bacias Hidrográficas ............................................................................. 326
5.3.3 Outorga de uso dos recursos hídricos .................................................................. 327
5.3.4 Licenciamento Ambiental ..................................................................................... 333
5.3.5 Cobrança pelo uso da água ................................................................................. 339
5.3.6 Enquadramento dos corpos d’água ...................................................................... 342
5.3.7 Monitoramento quali-quantitativo dos recursos hídricos ....................................... 346
5.3.8 Sistema de informações sobre recursos hídricos ................................................. 351
5.4 ÁREAS CRÍTICAS PARA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS ..................... 353
5.4.1 Delimitação das áreas críticas para gestão dos recursos hídricos ....................... 353
5.4.2 Estabelecimento de prioridades para gestão dos recursos hídricos ..................... 362
5.4.3 Proposta de intervenção para gestão dos recursos hídricos da UGRHI 17 .......... 366

6. PLANO DE AÇÃO PARA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA UGRHI-17 ... 368
6.1 Definição das metas e ações para gestão dos recursos hídricos na UGRHI-17 ... 369
6.2 Descrição das metas e ações a serem desenvolvidas ......................................... 375
6.2.1 META 1 – Elaborar estudos para aprimoramento do conhecimento dos recursos
hídricos da UGRHI-17........................................................................................................ 375
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6.2.2 META 2: Elaborar planos de controle de erosão rural e urbana para os municípios
da UGRHI-17 que ainda não possuem .............................................................................. 376
6.2.3 META 3: Ampliar a rede de monitoramento qualitativo e quantitativo da UGRHI 17377
6.2.4 META 4: Elaboração de estudos para aumentar o conhecimento sobre quantidade e
qualidade dos recursos hídricos subterrâneos para utilização futura ................................. 378
6.2.5 META 5: Revisar o Programa de investimento do Plano de Bacia da UGRHI 17
conforme legislações vigentes ........................................................................................... 378
6.2.6 META 6: Fortalecer os instrumentos de gestão na UGRHI-17 ............................. 379
6.2.7 META 7: Incentivar a participação dos representantes dos poderes legislativo e
executivo junto as Câmaras técnicas do CBH-MP ............................................................. 381
6.2.8 META 8: Incentivar as Secretarias do Estado a divulgar no CBH-MP os programas
existentes voltados à conservação dos recursos hídricos, visando obter outras fontes de
financiamento e reduzir a dependência dos recursos do FEHIDRO................................... 382
6.2.9 META 9: Atingir até 2023 eficiência mínima de 80% das ETES nos municípios das
UGRHI-17 e implantar soluções de saneamento rural em bairros rurais dos municípios da
UGRHI 17 383
6.2.10 META 10: Implantar até 2020 junto aos técnicos da CETESB 3 cursos para
treinamento de projetos de encerramento de aterro sanitário ............................................ 384
6.2.11 META 11: Financiar projetos e obras de controle de erosão rural e urbana conforme
descrito nos Planos municipais. ......................................................................................... 385
6.2.12 META 12: Melhorar o índice de cobertura vegetal na UGRHI-17 priorizando as
áreas de mananciais de abastecimento ............................................................................. 386
6.2.13 META 13 - Atingir até 2027 o índice de perda máxima de 25% em todos os
municípios 388
6.2.14 META 14 - Incentivar campanhas publicitárias junto a FAESP e FIESP para
racionalização do uso da água na agricultura e na indústria .............................................. 389
6.2.15 META 15: Melhorar a Educação ambiental na UGRHI-17 através de cursos,
treinamentos e workshops ................................................................................................. 390
6.2.16 META 16: Capacitar 50 técnicos das Prefeituras Municipais em elaboração de
projetos voltados a conservação e recuperação de recursos hídricos ............................... 390
6.2.17 META 17: Criar sistema de divulgação e de acompanhamento de projetos em
desenvolvimento para os membros do Comitê. ................................................................. 391
6.3 Montagem do programa de investimentos na UGRHI-17 ..................................... 397
6.3.1 Levantamento de recursos disponíveis ................................................................ 397
6.3.2 Custos envolvidos e cronograma de investimentos .............................................. 402
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6.4 Balanço entre as Prioridades de Gestão e as Ações do PBH............................... 417


6.5 Definição do Arranjo Institucional para Implementação do PBH ........................... 420
6.5.1 Responsabilidade dos principais atores envolvidos .............................................. 421
6.6 Definição da Sistemática de Acompanhamento e Monitoramento do PBH ........... 423

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 426


8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 428
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Composição do CBH-MP no biênio 2017 – 2018. ................................................. 9


Quadro 2. Dados das reuniões plenárias realizadas em 2015. ............................................ 12
Quadro 3. Dados das reuniões de Câmara Técnica realizadas em 2015. ............................ 12
Quadro 4. Dados das reuniões plenárias realizadas em 2016. ............................................ 13
Quadro 5. Dados das reuniões de Câmara Técnica realizadas em 2016. ............................ 13
Quadro 6. Oficina setorial – Diagnóstico. ............................................................................. 21
Quadro 7. Oficina setorial – Plano de Ação. ........................................................................ 22
Quadro 8. Caracterização geral da UGRHI-17. .................................................................... 27
Quadro 9. Caracterização socioeconômica da UGRHI-17. .................................................. 28
Quadro 10. TGCA dos municípios da UGRHI-17. ................................................................ 32
Quadro 11. UGRHI–17: População total, urbana e rural, 2010 e 2015. ................................ 34
Quadro 12. População estimada dos assentamentos rurais nos municípios da Bacia do
Médio Paranapanema.......................................................................................................... 36
Quadro 13. UGRHI-17: Evolução da população urbana e rural. ........................................... 37
Quadro 14. Evolução da taxa de urbanização ..................................................................... 39
Quadro 15. Densidade demográfica das UPHs.................................................................... 42
Quadro 16. Grupos do IPRS. ............................................................................................... 44
Quadro 17. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS 2012 – UGRHI-17. ............ 44
Quadro 18. Faixa de valores do IDHM. ................................................................................ 47
Quadro 19. IDHM dos municípios da UGRHI-17. ................................................................. 48
Quadro 20. Grupos do IPVS. ............................................................................................... 51
Quadro 21. Distribuição (%) da população dos municípios da UGRHI-17 nos grupos do
IPVS. ................................................................................................................................... 51
Quadro 22. Estrutura fundiária nos municípios que compõem a UGRHI-17......................... 59
Quadro 23. Relação dos maiores consumidores industriais ................................................. 64
Quadro 24. Estrutura fundiária nos municípios que compõem a UGRHI-17......................... 69
Quadro 25. Área das UPH’s da UGRHI-17. ......................................................................... 71
Quadro 19. Área das sub-bacias e os respectivos municípios da UGRHI-17. ...................... 73
Quadro 27. Classe de vulnerabilidade dos aquíferos na UGRHI-17..................................... 78
Quadro 28. Indicadores de disponibilidade de recursos hídricos da UGRHI-17. .................. 80
Quadro 29. Valores estimados de Qmédia e Q7,10 para as UPH’s da UGRHI-17 (adaptado de
CRH, 2016). ......................................................................................................................... 80
Quadro 30. Disponibilidade hídrica subterrânea da UGRHI-17............................................. 84
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Quadro 31. Estimativa da disponibilidade hídrica total nas UPH’s da UGRHI-17. ................ 85
Quadro 32. Postos de monitoramento pluviométrico. ........................................................... 86
Quadro 33. Levantamento da média pluviométrica nos meses secos (abr/set). ................... 87
Quadro 34. Indicadores de captação de água da UGRHI-17. .............................................. 89
Quadro 35. Indicadores de demanda consuntiva de água da UGRHI-17. ............................ 92
Quadro 36. Totais de captação por fonte na UGRHI-17....................................................... 93
Quadro 37. Totais de captação por UPH na UGRHI-17. ...................................................... 94
Quadro 38. Totais de captação por tipo de usuário e UPH na UGRHI-17. ........................... 95
Quadro 39. Indicadores de demanda não consuntiva de água da UGRHI-17. ................... 100
Quadro 40. Resumo das hidrelétricas existentes na UGRHI-17. ........................................ 102
Quadro 41. Indicadores de balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17. ................... 104
Quadro 42. Balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17: demanda superficial x Q7,10.105
Quadro 43. Classificação da demanda em relação ao Q95%. .............................................. 106
Quadro 44. Balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17: demanda total x Q95%......... 106
Quadro 45. Classificação da demanda em relação ao Qmédio.............................................. 107
Quadro 46. Balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17: demanda total x Qmédio. ...... 109
Quadro 47. Classificação da demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis. .. 110
Quadro 48. Descrição de pontos de amostragem de qualidade de água. .......................... 113
Quadro 49. Parâmetros aceitáveis para a Classe 2 segundo a Resolução CONAMA nº
357/2005............................................................................................................................ 114
Quadro 50. Resultados dos parâmetros dos pontos de monitoramento da UGRHI-17....... 114
Quadro 51. Descrição de pontos de amostragem de IAP. ................................................. 116
Quadro 52. Descrição de pontos de amostragem de IVA. ................................................. 117
Quadro 53. Classificação IET. ........................................................................................... 119
Quadro 54. Descrição de pontos de monitoramento de IET. .............................................. 119
Quadro 55. Descrição de pontos de monitoramento de água subterrânea da UGRHI-17. . 122
Quadro 56. Desconformidades de qualidade das aguas do aquífero Bauru na UGRHI-17. 124
Quadro 57. Índice de potabilidade das águas subterrâneas da UGRHI-17. ....................... 126
Quadro 58. Indicadores de qualidade de água da UGRHI-17. ........................................... 129
Quadro 59. Concessionárias e tipos de captação nos municípios da UGRHI-17. .............. 131
Quadro 60. Indicadores de abastecimento público de água da UGRHI-17. ....................... 132
Quadro 61. População atendida – abastecimento de água – UGRHI-17............................ 133
Quadro 62. Índice de perdas nos sistemas de abastecimento de água. ............................ 139
Quadro 63. Indicadores de esgotamento sanitário da UGRHI-17....................................... 142
Quadro 64. Carga poluidora nos municípios da UGRHI-17. ............................................... 144
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Quadro 65. População atendida – rede de esgotos – UGRHI-17. ...................................... 147


Quadro 66. Porcentagem de atendimento de coleta de esgotos na UGRHI-17.................. 151
Quadro 67. Porcentagem de tratamento de esgotos na UGRHI-17. .................................. 153
Quadro 68. Porcentagem da eficiência do tratamento de esgotos na UGRHI-17. .............. 156
Quadro 69. Índice de coleta e tratabilidade de esgoto na UGRHI-17. ................................ 160
Quadro 70. Dados dos pontos de lançamento de esgoto dos municípios SABESP e não
SABESP da UGRHI-17. ..................................................................................................... 162
Quadro 71. Indicadores de resíduos sólidos da UGRHI-17. ............................................... 165
Quadro 72. Índices de produção per capita de resíduos sólidos urbanos em função da
população urbana. ............................................................................................................. 166
Quadro 73. Coleta de resíduos sólidos urbanos na UGRHI-17. ......................................... 168
Quadro 74. Enquadramento das condições de tratamento/destinação final dos resíduos
sólidos domiciliares ............................................................................................................ 170
Quadro 75. Enquadramento das condições das instalações de tratamento e/ou disposição
final de resíduos sólidos domiciliares. ................................................................................ 171
Quadro 76. Classificação dos municípios da UGRHI-17, quanto às condições de tratamento
e disposição dos resíduos domiciliares (IQR). Fonte: CETESB, 2015 ............................... 172
Quadro 77. Resíduos de saúde coletado ........................................................................... 175
Quadro 78. Indicadores relacionados à drenagem urbana. ................................................ 177
Quadro 79. Indicadores de uso e ocupação do solo da UGRHI – 17. ................................ 178
Quadro 80. Uso e ocupação do solo na UGRHI-17. .......................................................... 180
Quadro 81. Uso e ocupação do solo na UGRHI-17, 2007. ................................................. 181
Quadro 82. Equivalência do uso e ocupação do solo na UGRHI-17 entre 2007 e 2010..... 182
Quadro 83. Evolução do uso do solo na UGRHI 17 ........................................................... 182
Quadro 84. Quantificação do uso e ocupação do solo por UPH. ....................................... 183
Quadro 85. Quantificação da área de cana 2013 ............................................................... 184
Quadro 86. Evolução da área de cana na UGRHI 17......................................................... 185
Quadro 87. Quantificação da área de pivôs centrais por município.................................... 187
Quadro 88. Quantificação dos pivôs centrais por UPH ...................................................... 189
Quadro 89. Indicadores de áreas protegidas e UC da UGRHI-17. ..................................... 190
Quadro 90. Indicadores de áreas protegidas e UC da UGRHI-17. ..................................... 190
Quadro 91. Quantificação dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17. ..................... 195
Quadro 92. Quantificação dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17 por UPH. ...... 197
Quadro 93. Áreas encontradas para cada classe de suscetibilidade a erosão. .................. 199
Quadro 94. Classe de suscetibilidade a erosão nas UPH (%). ........................................... 200
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 95. Erosões por município da URGHI-17 .............................................................. 201


Quadro 96. Classes de criticidade à erosão dos municípios .............................................. 202
Quadro 97. Classes de criticidade dos municípios. ............................................................ 203
Quadro 98. Distribuição dos acidentes e consequências relacionados a desastres naturais
na UGRHI-17, no período de 2000 a 2011......................................................................... 204
Quadro 99. Áreas de mineração na UGRHI-17. ................................................................. 205
Quadro 100. Indicadores de áreas suscetíveis a enchente e inundações na UGRHI-17.... 207
Quadro 101. Indicadores de poluição ambiental na UGRHI-17. ......................................... 208
Quadro 102. Localização dos pontos de contaminação – 2015 da UGRHI-17 ................... 209
Quadro 103 Avaliação do cumprimento das metas e ações do plano de bacia atual. ........ 213
Quadro 104. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Disponibilidade das
águas. ................................................................................................................................ 215
Quadro 105. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Demanda de água .... 216
Quadro 106. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Balanço hídrico ......... 218
Quadro 107. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Saneamento ............. 220
Quadro 108. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Esgotamento Sanitário222
Quadro 109. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Manejo de Resíduos
sólidos ............................................................................................................................... 223
Quadro 110. Indicadores de saneamento – áreas críticas ................................................. 225
Quadro 111. Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Qualidade das águas ............ 226
Quadro 112. Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Qualidade das águas
subterrâneas ...................................................................................................................... 227
Quadro 113. Áreas encontradas para cada classe de susceptibilidade a erosão. .............. 228
Quadro 114. Estado do sistema de abastecimento público de água. ................................. 232
Quadro 115. Municípios e descrição da obra do programa microbacias – CATI na UGRHI-
17. ..................................................................................................................................... 235
Quadro 116. Projetos de Educação Ambiental financiados pelo FEHIDRO na UGRHI-17
(Período 2007 – 2016). ...................................................................................................... 239
Quadro 117. Pontuação dos municípios da UGRHI-17 no Programa Verde Azul. ............. 240
Quadro 118. Municípios da UGRHI-17 contemplados com o Programa Melhor Caminho. . 244
Quadro 119. Situação dos Resíduos Sólidos na UGRHI 17 ............................................... 252
Quadro 120. Critérios para as projeções de saneamento. ................................................. 260
Quadro 121. Dados demográficos da UGRHI 17 por município. ........................................ 262
Quadro 122. Projeção da população urbana e rural da UGRHI 17..................................... 265
Quadro 123. Projeção da população nas sub-bacias da UGRHI 17. .................................. 267
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 124. Perfil atual e projeção da demanda total de água na UGRHI 1, por setor de
usuário (%) para o cenário tendencial. ............................................................................... 273
Quadro 125. Demandas estimadas futuras para abastecimento público nas Sub-bacias da
UGRHI-17 – cenário tendencial. ........................................................................................ 275
Quadro 126. Demandas estimadas futuras para setor industrial na UGRHI-17 no cenário
tendencial. ......................................................................................................................... 276
Quadro 127. Demandas estimadas futuras para setor rural na UGRHI-17 para o cenário
tendencial. ......................................................................................................................... 277
Quadro 128. Projeção da disponibilidade hídrica per capita para o cenário tendencial. ..... 279
Quadro 129. Classificação da disponibilidade hídrica adotada pelo CRHi adaptado do PERH
2004-07. ............................................................................................................................ 279
Quadro 130. Projeção da disponibilidade hídrica total per capita por UPH. ....................... 280
Quadro 131. Indicadores propostos para avaliação da distribuição e perdas de água –
cenário tendencial. ............................................................................................................. 292
Quadro 132. Indicadores propostos para avaliação da distribuição e perdas de água –
cenário tendencial. ............................................................................................................. 294
Quadro 133. Projeção das fontes alternativas para a UGRHI 17. ...................................... 296
Quadro 134. Indicadores propostos para coleta de Esgotos. ............................................. 297
Quadro 135. Indicadores propostos para tratamento de Esgotos....................................... 299
Quadro 136. Indicadores da geração de esgoto e eficiência do tratamento. ...................... 304
Quadro 137. Índices estimativos de geração “per capita” de resíduos sólidos urbanos, em
função da população urbana no cenário tendencial. .......................................................... 306
Quadro 138. Índices estimativos de geração diária de resíduos sólidos urbanos para os três
cenários estudados. ........................................................................................................... 306
Quadro 139. Índices estimativos de coleta de resíduos sólidos urbanos............................ 308
Quadro 140. Início de operação do aterro de resíduos sólidos – UGRHI-17. ..................... 310
Quadro 141 Legislação associada a recursos hídricos nas esferas federal e estadual. ..... 320
Quadro 142 Leis e planos dos municípios da UGRHI-17. .................................................. 322
Quadro 143. Classificação dos usos dos recursos hídricos, segundo a Instrução Técnica
DAEE DPO nº09, de 30/05/2017. ...................................................................................... 329
Quadro 144. Uso da água – UGRHI-17. ............................................................................ 330
Quadro 145. Licenças concedidas no ano de 2015 para empreendimentos da UGRHI-17. 336
Quadro 146. Advertências e multas no ano de 2015 nos empreendimentos da UGRHI-17.337
Quadro 147 Leis/Decretos que regulamentam a cobrança pelo uso da água. ................... 340
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 148. Usos preponderantes das águas a partir das classes previstas pelo
enquadramento.................................................................................................................. 342
Quadro 149. Enquadramento dos cursos d’água conforme Decreto Estadual nº 10.755/1977343
Quadro 150. Extensão dos cursos d’água por classe de enquadramento .......................... 343
Quadro 151 Indicadores de monitoramento quali-quantitativo da UGRHI-17. .................... 346
Quadro 152. Postos pluviométricos da UGRHI-17. ............................................................ 347
Quadro 153 Postos fluviométricos da UGRHI-17. .............................................................. 348
Quadro 154. Demandas Estimadas Futuras, cenário tendencial. ....................................... 355
Quadro 155. Priorização de Metas..................................................................................... 365
Quadro 156. Divisão dos PDC’s e SubPDCs conforme a Deliberação CRH “AD
REFERENDUM n.190, de Dezembro 2016”. ..................................................................... 370
Quadro 157. Roteiro das atividades realizadas para a montagem do Plano de Ações e do
Programa de Investimento de Curto Prazo do Comitê do MP. ........................................... 371
Quadro 158. Ações por PDC. ............................................................................................ 372
Quadro 159. Resumo das metas e ações para atendimento das propostas de recuperação
de áreas críticas. ............................................................................................................... 373
Quadro 160. Metas de Gestão e ações para atendimento das propostas de recuperação de
áreas críticas, responsáveis e investimentos previstos. ..................................................... 393
Quadro 161. Recursos a serem arrecadados pela Cobrança pelo uso da água na UGRHI-1.398
Quadro 162. Recursos previstos para investimentos na UGRHI-17 (FEHIDRO +
COBRANÇA). .................................................................................................................... 400
Quadro 163. Programa de Investimento do Comitê do MP, para execução 2017 a 2029. . 403
Quadro 164. Distribuição dos recursos para as ações propostas para o PBH, para execução
2018 a 2019 (curto prazo). ................................................................................................. 404
Quadro 165. Distribuição dos recursos para as ações propostas para o PBH, para execução
2020 a 2023 (médio prazo). ............................................................................................... 407
Quadro 166. Distribuição dos recursos para as ações propostas para o PBH, para execução
2024 a 2027 (longo prazo). ................................................................................................ 410
Quadro 167. Valores estimados para atender as demandas nos prazos estabelecidos para
este PBH. .......................................................................................................................... 413
Quadro 168. Valores estimados para atender as demandas nos prazos estabelecidos para
este PBH. .......................................................................................................................... 416
Quadro 169. Distribuição dos recursos conforme os PDCs................................................ 418
Quadro 170. Atores envolvidos (Instituições) e Responsabilidades. .................................. 421
Quadro 171. Síntese dos indicadores utilizados no Relatório de Situação. ........................ 425
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura organizacional do CBH-MP...................................................................... 5


Figura 2. Reuniões com a CT-PAS, Marília-SP.................................................................... 19
Figura 3. Reunião Plenária 15/12/2016. ............................................................................... 20
Figura 4. Reunião Plenária 28/03/2017. ............................................................................... 20
Figura 5. Oficina realizada em Ourinhos. ............................................................................. 21
Figura 6. Oficina realizada em Assis. ................................................................................... 22
Figura 7. Localização da UGRHI-17 no Estado de São Paulo. ............................................ 23
Figura 8. Bacia Hidrográfica do Paranapanema, inserida na região hidrográfica do Paraná,
segundo divisão da Resolução CNRH n.32 de 15 de outubro de 2003 ................................ 24
Figura 9. UGRHI-17 e municípios integrantes. ..................................................................... 25
Figura 10. UGRHI-17 e UPH’s (Unidades de Planejamento Hídrico). .................................. 26
Figura 11. Evolução da população – UGRHI-17. ................................................................. 29
Figura 12. População total em 2015 nos municípios com sede na UGRHI-17. .................... 30
Figura 13. Municípios da UGRHI-17 por faixa de população................................................ 31
Figura 14. TGCA na UGRHI-17. .......................................................................................... 32
Figura 15. Evolução da população total, urbana e rural. ...................................................... 39
Figura 16. UGRHI-17: Taxa de urbanização. ....................................................................... 41
Figura 17. Densidade demográfica na UGRHI-17. ............................................................... 42
Figura 18. Índice Paulista de Responsabilidade Social. ....................................................... 46
Figura 19. IPRS na UGRHI-17. ............................................................................................ 47
Figura 20. IDHM na UGRHI-17. ........................................................................................... 48
Figura 21. Evolução do IDHM nos municípios da UGRHI-17. .............................................. 50
Figura 22. Produtos em 2012 – lavouras temporárias .......................................................... 54
Figura 23. Produtos em 2012 – lavouras permanentes ........................................................ 55
Figura 24. Número animais da agropecuária na UGRHI-17. ................................................ 56
Figura 25. Número de estabelecimentos/empregos da agropecuária na UGRHI-17. ........... 57
Figura 26. Distribuição fundiária das unidades de produção agropecuárias na UGRHI-17. . 61
Figura 27. Estabelecimentos industriais na UGRHI 17......................................................... 62
Figura 28. Número de estabelecimentos industriais na UGRHI-17. ..................................... 63
Figura 29. Número de empregos nos estabelecimentos industriais na UGRHI-17. .............. 63
Figura 30. Localização de áreas de pesquisas de mineração na UGRHI-17. ....................... 66
Figura 31. Número de estabelecimentos de mineração na UGRHI-17. ................................ 66
Figura 32. Número de estabelecimentos de comércio e serviços na UGRHI-17. ................. 67
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 33. Localização das UHE existente na UGRHI-17. ................................................... 69


Figura 34. Divisão por UPH’s da UGRHI-17. ....................................................................... 72
Figura 35. Distribuição da área das UPH’s na UGRHI-17. ................................................... 72
Figura 36. Mapa de aquíferos na UGRHI 17. ....................................................................... 76
Figura 37. Esquema conceitual do risco de contaminação das águas subterrâneas. ........... 77
Figura 38. Vulnerabilidade natural das águas subterrâneas................................................. 78
Figura 39. Mapa de vulnerabilidade dos aquíferos – UGRHI-17. ......................................... 79
Figura 40. Estimativa da disponibilidade hídrica superficial (Q7,10 e Qmédia) das UPH’s ......... 81
Figura 41. Disponibilidade hídrica superficial per capita. ...................................................... 81
Figura 42. Disponibilidade hídrica superficial per capita (2015), por sub-bacia. ................... 82
Figura 43. Modelo conceitual de recarga transitória média plurianual. ................................. 83
Figura 44. Disponibilidade hídrica subterrânea per capita (2015). ....................................... 84
Figura 45. Disponibilidade hídrica subterrânea per capita (2013), por sub-bacia. ................ 85
Figura 46. Disponibilidade hídrica total nas UPH’s da UGRHI-17. ....................................... 86
Figura 47. Distribuição dos pontos de monitoramento pluviométrico na UGRHI-17. ............ 87
Figura 48. Relação do nº de outorgas com a área da bacia. ................................................ 90
Figura 49. Proporção de captações superficiais e subterrâneas. ......................................... 91
Figura 50. Captações superficiais e subterrâneas na UGRHI-17. ........................................ 91
Figura 51. Relação de vazão captada superficial e subterrânea. ......................................... 92
Figura 52. Demanda total de água. ...................................................................................... 93
Figura 53. Demanda total de água por UPH. ....................................................................... 94
Figura 54. Demanda total de água por tipo de uso. ............................................................. 95
Figura 55. Demanda urbana de água. ................................................................................. 96
Figura 56. Demanda industrial de água. .............................................................................. 96
Figura 57. Demanda rural de água. ..................................................................................... 97
Figura 58. Localização de pivôs na UGRHI 17..................................................................... 98
Figura 59. Pivôs Centrais na UPH do Turvo. ....................................................................... 98
Figura 60. Demanda estimada de água para abastecimento urbano. .................................. 99
Figura 61. Número de outorgas em cursos d’água. ........................................................... 101
Figura 62. Número de barramentos outorgados na UGRHI-17. ......................................... 103
Figura 63. Evolução temporal da demanda superficial em relação ao Q7,10% na UGRHI-17.104
Figura 64. Demanda total em relação ao Q7,10 na UGRHI-17, por UPH.............................. 105
Figura 65. Evolução da demanda total em relação ao Q95% na UGRHI-17. ........................ 106
Figura 66. Demanda total em relação ao Q95% na UGRHI-17, por UPH. ............................ 107
Figura 67. Evolução da demanda total em relação ao Qmédio na UGRHI-17........................ 108
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Plano de Bacia

Figura 68. Demanda total em relação ao Qmédio na UGRHI-17, por UPH. ........................... 108
Figura 69. Evolução da demanda subterrânea em relação à vazão explotável na UGRHI-17.109
Figura 70. Evolução do número de pontos de monitoramento de qualidade de água. ....... 112
Figura 71. Mapa com pontos de amostragem de qualidade de água. ................................ 113
Figura 72. Evolução dos resultados IQA nos pontos de monitoramento existentes na UGRHI-
17. ..................................................................................................................................... 115
Figura 73. Resultados IAP na UGRHI-17. .......................................................................... 116
Figura 74. Resultados IVA na UGRHI-17. .......................................................................... 118
Figura 75. Resultados IET na UGRHI-17. .......................................................................... 120
Figura 76. Amostras com OD abaixo do VR na UGRHI-17. ............................................... 120
Figura 77. Mapa dos pontos de monitoramento de águas subterrâneas. ........................... 123
Figura 78. Concentração de nitrato e número de pontos analisados na UGRHI-17. .......... 125
Figura 79. Evolução da mortandade de peixes na UGRHI-17. ........................................... 127
Figura 80. Classificação da água subterrânea na UGRHI-17. ............................................ 128
Figura 81. Administração do serviço de água e esgoto nos municípios da UGRHI-17 e
limítrofes. ........................................................................................................................... 130
Figura 82. Classificação de municípios quanto ao tipo de manancial. ................................ 132
Figura 83. Índice de atendimento de água com relação a população total nos municípios da
UGRHI-17. ......................................................................................................................... 135
Figura 84. Índice de atendimento de água nos municípios da UGRHI-17. ......................... 135
Figura 85. Índice de atendimento urbano de água nos municípios da UGRHI-17. ............. 136
Figura 86. Localização dos usos de fontes alternativas nos municípios da UGRHI-17. ..... 138
Figura 87. Índice de perdas de água nos municípios da UGRHI-17. .................................. 140
Figura 88. Índice de perdas na distribuição de água nos municípios da UGRHI-17. .......... 141
Figura 89. Carga orgânica poluidora doméstica dos municípios da UGRHI-17. ................. 145
Figura 90. Relação da carga orgânica reduzida nos municípios da UGRHI-17. ................. 146
Figura 91. Carga orgânica gerada por UPH. ...................................................................... 146
Figura 92. Redução da carga orgânica por UPH................................................................ 147
Figura 93. Índice de atendimento de rede de esgoto nos municípios da UGRHI-17. ......... 149
Figura 94. Índice de atendimento por rede de esgoto nos municípios da UGRHI-17. ........ 150
Figura 95. Porcentagem de esgoto coletado sobre os esgotos gerados nos municípios da
UGRHI-17. ......................................................................................................................... 152
Figura 96. Porcentagem de esgoto coletado sobre o esgoto gerado na UGRHI-17. .......... 153
Figura 97. Porcentagem de esgoto tratado nos municípios da UGRHI-17. ........................ 155
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 98. Porcentagem de esgoto tratado sobre o esgoto gerado nos municípios da
UGRHI-17. ......................................................................................................................... 156
Figura 99. Redução da carga orgânica poluidora doméstica nos municípios da UGRHI-17.158
Figura 100. Proporção de redução da carga orgânica doméstica nos municípios da UGRHI-
17. ..................................................................................................................................... 159
Figura 101. Classificação do ICTEM nos municípios da UGRHI-17. .................................. 161
Figura 102. ICTEM dos municípios da UGRHI-17. ............................................................. 162
Figura 103. Pontos de lançamento superficial na UGRHI-17. ............................................ 164
Figura 104. Resíduos sólidos gerados nos municípios na UGRHI-17. ............................... 167
Figura 105. Evolução da geração de resíduos sólidos urbanos na UGRHI-17. .................. 167
Figura 106. Cobertura do sistema de coleta de resíduos sólidos nos municípios da UGRHI-
17. ..................................................................................................................................... 169
Figura 107. Evolução da coleta de resíduos sólidos urbanos na UGRHI-17. ..................... 170
Figura 108. Classificação da destinação final dos resíduos sólidos domiciliares nos
municípios da UGRHI-17 – nova metodologia. .................................................................. 171
Figura 109. Classificação da destinação final dos resíduos sólidos domiciliares (IQR). ..... 173
Figura 112. Municípios com coleta seletiva. ....................................................................... 174
Figura 111. Uso e ocupação do solo na UGRHI-17. .......................................................... 180
Figura 112. Distribuição das classes de uso do solo na UGRHI-17. .................................. 181
Figura 113. Distribuição do uso e ocupação do solo por UPH. .......................................... 183
Figura 114. Área de cana da UGRHI 17 no ano de 2013 ................................................... 184
Figura 115. Espacialização da evolução da área de cana na UGRHI 17 Fonte: Canasat
(INPE, 2016) ...................................................................................................................... 186
Figura 116. Espacialização dos pivôs centrais na UGRHI 17............................................. 188
Figura 117. Zoneamento ecológico econômica da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá –
Perímetro Botucatu. ........................................................................................................... 193
Figura 118. Distribuição dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17. ........................ 195
Figura 119. Distribuição dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17 ......................... 196
Figura 120. Distribuição dos remanescentes de vegetação por UPH. ................................ 197
Figura 121. Mapa de suscetibilidade a erosão da UGRHI-17............................................. 199
Figura 122. Mapa de processos erosivos do Estado de São Paulo – UGRHI – 17 (Médio
Paranapanema) ................................................................................................................. 202
Figura 123. Classes de criticidade dos municípios em relação aos registros de erosões. .. 203
Figura 124. Ocorrência de enchentes na UGRHI-17. ......................................................... 207
Figura 125. Mapa com áreas contaminadas em UGRHI-17. .............................................. 211
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Figura 126. Número de áreas contaminadas 2011/2015 na UGRHI-17. ............................ 211


Figura 127. Número de áreas remediadas 2011-2015 na UGRHI-17................................. 212
Figura 128. Disponibilidade per capita nas UPH’s da UGRHI-17 ....................................... 215
Figura 129. Demanda da água na UGRHI-17 .................................................................... 216
Figura 130. Demanda da água por UPH na UGRHI-17...................................................... 217
Figura 131. Balanço demanda x disponibilidade (Q média) UGRHI-17 .............................. 218
Figura 132. Balanço demanda x disponibilidade (por UPH) UGRHI-17 .............................. 219
Figura 133. Balanço demanda x reserva explotável UGRHI-17 ......................................... 219
Figura 134. Índices de perdas nos municípios da UGRHI-17. ............................................ 221
Figura 135. Indicador de coleta e tratabilidade de esgoto da população urbana dos
municípios da UGRHI-17. .................................................................................................. 222
Figura 136. Índice de qualidade de resíduos dos municípios da UGRHI-17....................... 224
Figura 137. Índice de qualidade de água (IQA) da UGRHI-17. .......................................... 226
Figura 138. Índice de qualidade de água para fins de abastecimento público (IAP) da
UGRHI-17. ......................................................................................................................... 227
Figura 139. Criticidade em relação aos processos erosivos da UGRHI-17. ....................... 229
Figura 140. Uso do solo na UGRHI-17. ............................................................................. 229
Figura 141. Unidades de Planejamento Hídrico na UGHI 17. ............................................ 231
Figura 142. Obras do Projeto Água Limpa. ........................................................................ 237
Figura 143. Síntese das atividades do Projeto Aquíferos. .................................................. 245
Figura 144 Municípios da UGRHI-17 com áreas inseridas no programa nascentes. .......... 248
Figura 145 Municípios da UGRHI-17 em relação ao Plano Diretor. ................................... 250
Figura 146. Municípios da UGRHI-17 em relação ao Plano Municipal de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos. .............................................................................................................. 251
Figura 147. Municípios da UGRHI-17 em relação ao Plano de Saneamento. .................... 254
Figura 148. Projeção da população na UGRHI-17 nos três cenários. ................................ 264
Figura 149. Projeção de população na UGRHI-17. ............................................................ 265
Figura 150. Projeções da população urbana na UGRHI-17. .............................................. 266
Figura 151. Projeções da população rural na UGRHI-17. .................................................. 266
Figura 135. Projeção de população nas UPHs da UGRHI-17. ........................................... 267
Figura 153. Projeção dos estabelecimentos no setor de agropecuária na UGRHI-17. ....... 269
Figura 154. Projeção dos estabelecimentos no setor de agropecuária nos três cenários na
UGRHI-17. ......................................................................................................................... 269
Figura 155 Evolução do valor adicionado no setor de agropecuária na UGRHI-17. ........... 270
Figura 156. Projeção dos estabelecimentos no setor industrial na UGRHI-17. .................. 271
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Plano de Bacia

Figura 157. Projeção dos estabelecimentos no setor industrial nos três cenários na UGRHI-
17. ..................................................................................................................................... 271
Figura 158. Projeção dos estabelecimentos no setor de comercio e serviços na UGRHI-17.272
Figura 159. Projeção dos estabelecimentos no setor de comércio e serviços nos três
cenários na UGRHI-17....................................................................................................... 273
Figura 160. Projeção da demanda urbana nos três cenários na UGRHI-17. ...................... 275
Figura 161. Projeção da demanda industrial nos três cenários na UGRHI-17. ................... 276
Figura 162. Projeção da demanda agrícola nos três cenários na UGRHI-17. .................... 277
Figura 163. Projeção da disponibilidade per capita superficial na UGRHI-17, no cenário
tendencial. ......................................................................................................................... 279
Figura 164. Projeção da disponibilidade per capita nos três cenários na UGRHI-17. ......... 280
Figura 165. Projeção da disponibilidade per capita superficial nas UPHs nos três cenários na
UGRHI-17. ......................................................................................................................... 281
Figura 166. Gráfico demonstrando a projeção da demanda x disponibilidade da UGRHI 17
no cenário tendencial. ........................................................................................................ 282
Figura 167 Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade restante da
UGRHI 17, no cenário tendencial....................................................................................... 282
Figura 168. Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade nas UPHs da
UGRHI-17, no cenário tendencial. ..................................................................................... 283
Figura 169. Gráfico demonstrando a evolução do balanço hídrico nas UPHs da UGRHI-17.284
Figura 170. Gráfico demonstrando o balanço hídrico nas UPHs da UGRHI-17 nos diferentes
cenários. ............................................................................................................................ 285
Figura 171. Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade de água
subterrânea da UGRHI-17. ................................................................................................ 286
Figura 172. Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade de água
subterrânea UGRHI-17 nos diferentes cenários................................................................. 286
Figura 173. Evolução do Índice de qualidade de água. ...................................................... 287
Figura 174. Evolução do Índice de qualidade de água para proteção da vida aquática. .... 288
Figura 158. Evolução do Índice de estado trófico. .............................................................. 288
Figura 176. Classificação da água subterrânea (nº de amostras por categoria). ................ 289
Figura 177. IPAS – Indicador de Potabilidade das águas subterrâneas. ............................ 290
Figura 178. Concentração de nitrato: nº de amostras em relação ao valor de referência. .. 290
Figura 179. Projeção do abastecimento urbano na UGRHI-17. ......................................... 292
Figura 163. Projeção do índice de perdas no abastecimento urbano na UGRHI-17. ......... 295
Figura 181. Projeção de fontes alternativas de abastecimento na UGRHI 17. ................... 296
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Plano de Bacia

Figura 182. Projeção do índice de coleta de esgotos urbanos na UGRHI-17. .................... 298
Figura 183. Projeção do índice de tratamento de esgotos urbanos na UGRHI-17. ............ 300
Figura 184. Projeção da Proporção de redução da carga orgânica poluidora doméstica nos
municípios da UGRHI-17. .................................................................................................. 302
Figura 185. Evolução da classificação do IQR dos municípios na UGRHI-17. ................... 309
Figura 186. Demanda de água superfícial e subterrânea na UGRHI-17 ............................ 331
Figura 187. Relação entre demanda estimada e outorgada para uso urbano. ................... 331
Figura 188. Figura ilustrativo do enquadramento dos cursos d’água (UGRHI 17) .............. 344
Figura 189. Resultados IQA nos 6 pontos existentes na UGRHI-17. ................................. 345
Figura 190 Estações de monitoramento quali-quantitativo na UGRHI-17........................... 347
Figura 191. Mapa ilustrativo dos postos pluviométricos e de monitoramento na UGRHI-17.349
Figura 192. Disponibilidade per capita. .............................................................................. 354
Figura 193. Áreas críticas referentes à demanda de água. ................................................ 356
Figura 194. Áreas críticas referentes a perdas físicas na rede de distribuição. .................. 357
Figura 195. Áreas críticas referentes a tratamento de esgoto. ........................................... 359
Figura 196. Áreas críticas referentes a processos erosivos. .............................................. 361
Figura 197. Apresentação do Diagnóstico e metodologia das oficinas. .............................. 363
Figura 198. Convite para participação das discussões do Plano de Bacias - MP. .............. 364
Figura 199. Histórico de recursos disponibilizados pelo FEHIDRO na UGRHI 17. ............. 397
Figura 200. Origem dos recursos a serem empregados nas ações do plano. .................... 401
Figura 201. Origem dos recursos a serem empregados no final do plano (2027). ............. 401
Figura 202 Investimentos e horizontes de planejamento. .................................................. 414
Figura 203 Fontes de investimentos para o curto prazo. .................................................... 414
Figura 204 Fontes de investimentos para o médio prazo. .................................................. 414
Figura 205 Fontes de investimentos para o longo prazo. ................................................... 415
Figura 206. Prioridades conforme resultados do Diagnóstico, Prognóstico e oficinas
realizadas. ......................................................................................................................... 418
Figura 207. Distribuição dos investimentos na UGRHI-17 conforme PDCs. ....................... 419
Figura 208. Distribuição dos investimentos na UGRHI-17 conforme PDCs - prioridades. .. 419
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Plano de Bacia

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1: Desenho 01.1036/17 - Caracterização física da rede fluvial de drenagem .......... 436
Anexo 2: Desenho 02.1036/17 - Localização das captações superficiais e subterrâneas .. 437
Anexo 3: Desenho 03.1036/17 - Espacialização das demandas consuntivas e não
consuntivas ........................................................................................................................ 438
Anexo 4: Desenho 04.1036/17 - Índice de qualidade de água superficial ......................... 439
Anexo 5: Desenho 05.1036/17 - Índice de qualidade de água subterrânea ....................... 440
Anexo 6: Desenho 06.1036/17 - Localização dos pontos de poluição ............................... 441
Anexo 7: Desenho 07.1036/17 - Sistemas de abastecimento público ............................... 442
Anexo 8: Desenho 08.1036/17 - Pontos de Captação para abastecimento público ......... 443
Anexo 9: Desenho 09.1036/17 - Pontos de lançamento de efluentes ................................ 444
Anexo 10: Desenho 10.1036/17 – Delimitação de áreas suscetíveis à inundação e
enchentes .......................................................................................................................... 445
Anexo 11: Desenho 11.1036/17 - Padrões de uso e ocupação do solo ............................ 446
Anexo 12: Desenho 12.1036/17 – Áreas de Cana ............................................................. 447
Anexo 13: Desenho 13.1036/17 - Delimitação das áreas protegidas (unidades de
conservação) ..................................................................................................................... 448
Anexo 14: Desenho 14.1036/17 - Delimitação dos remanescentes de vegetação ............. 449
Anexo 15: Relação da localização das erosões rurais ....................................................... 450
Anexo 16: Relação da localização das erosões urbanas ................................................... 451
Anexo 17: Desenho 15.1036/17 - Delimitação de áreas suscetíveis a erosão ................... 452
Anexo 18: Desenho 16.1036/17 - Pontos de contaminação ambiental ............................. 453
Anexo 19: Projetos financiados com recursos do FEHIDRO durante o período de vigência do
plano de bacias atual ......................................................................................................... 454
Anexo 20: Desenho 17.1036/17 – Projeção do balanço demanda x disponibilidade .......... 455
Anexo 21: Desenho 18.1036/17 - Vulnerabilidade dos Aquíferos...................................... 456
Anexo 22: Desenho 20.1036/17 - Projeção de Abastecimento de Água .......................... 457
Anexo 23: Desenho 21.1036/17 - Projeção do índice de perdas do sistema de distribuição
de água.............................................................................................................................. 458
Anexo 24: Desenho 22.1036/17 - Projeção dos Índices de Eficiência no Tratamento de
Esgoto ............................................................................................................................... 459
Anexo 25: Desenho 23.1036/17 - Enquadramento dos corpos d’água............................... 460
Anexo 26: Desenho 24.1036/17 - Rede de monitoramento pluviométrico, fluviométrico e
qualidade de águas superficiais. ........................................................................................ 461
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Anexo 27: Desenho 25.1036/17 - Delimitação de áreas críticas ....................................... 462


Anexo 28: Relatório das oficinas de trabalho ..................................................................... 463
Anexo 29: Planilhas de ações e programa de investimentos ............................................. 464
Anexo 30: Sistemas de Informações Gerenciais do PBH-MP ............................................ 468
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Plano de Bacia

1. INTRODUÇÃO

O Comitê da bacia hidrográfica do Médio Paranapanema, no âmbito da deliberação


CRH n.º 146, de 11 de dezembro de 2012, bem como alterações ao longo do
desenvolvimento, apresenta o Plano de Bacias 2016 a 2027.
Para o gerenciamento racional dos recursos hídricos da UGRHI do Médio
Paranapanema é necessário o conhecimento de suas características ambientais e hídricas,
através dos quais será revisto e atualizado o plano de ações para atender as metas
almejadas que foram apresentadas no Plano de Bacia, no sentido de gerir os recursos
hídricos. O Plano de Bacia, juntamente com o Relatório de Situação da Bacia, são as
ferramentas básicas para a implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos do
Estado de São Paulo. Através do Plano de Bacia, são organizados os elementos técnicos de
interesse e estabelecidos objetivos, diretrizes, critérios e intervenções necessárias para o
gerenciamento dos recursos hídricos, ordenados na lógica de programas, metas e ações.

O CBH-MP elaborou o seu 1º Plano de Bacia Hidrográfica em 2007, e o adequou em


2009 para atender a metodologia da Deliberação CRH n.º 62, de 04 de setembro de 2006.
Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), a atualização do Plano de Bacia
deve ser feita quadrienalmente, baseado na situação dos recursos hídricos da bacia. Seus
objetivos são orientar o desenvolvimento local e regional, bem como estimular a obtenção
de índices progressivos de recuperação e preservação dos recursos hídricos da Unidade de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Médio Paranapanema – UGRHI-17.
Em 11 de dezembro de 2012, foi aprovada a Deliberação CRH n.º 146, que substitui
a Deliberação n.º 62/2006 e aprova novos critérios, prazos e procedimentos para elaboração
do Plano de Bacia Hidrográfica, sendo assim necessária nova adequação do Plano de Bacia
existente à nova Deliberação realizada pelo CRH – Conselho Estadual de Recursos
Hídricos.
Para a elaboração deste novo Plano da Bacia, foram examinados detalhadamente
todos os estudos e planos em elaboração e todos os documentos produzidos pelas
entidades, locais e regionais de interesse para o presente trabalho.

Além disso, para o acompanhamento da Situação dos Recursos Hídricos na


UGRHI-17, anualmente é elaborado um Relatório de Situação, onde é utilizada a
metodologia de indicadores sócio/ambientais (FPEIR), cujas algumas informações foram
utilizadas para elaboração deste Plano, em especial as informações dos Relatórios de
Situação da UGRHI-17.

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Plano de Bacia

2. ESCOPO GERAL DO PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA

Segundo a Deliberação n.146/2012, os Planos de Bacia hidrográfica estruturam-se


em três módulos:

 Diagnóstico – da situação dos recursos hídricos da bacia;

 Prognóstico – quanto à evolução da situação dos recursos hídricos da bacia,


segundo um ou mais cenários, e uma visão de futuro, envolvendo a
compatibilização entre disponibilidades e demandas, sejam qualitativas ou
quantitativas, bem como em relação aos interesses internos e externos à bacia;

 Plano de ação – constituído por um conjunto de metas, ações e investimentos para


que a realidade projetada seja alcançada nos horizontes previstos; e um conjunto
de indicadores para acompanhar a sua implementação e a consecução de suas
metas.

Em paralelo ao desenvolvimento do Plano de Bacia, foram propostas atividades


ligadas ao processo de participação da sociedade na elaboração do PBH, mediante à
reuniões públicas e discussões, para possibilitar a compreensão e fomentar a contribuição
ao processo. Essas discussões foram realizadas através de reuniões junto à Secretaria
Executiva do CBH-MP e Câmara Técnica de Planejamento.

Também, com base na Deliberação CRH n.º 146/2012, a elaboração do Plano de


Bacia, foi baseada na estrutura do Relatório de Situação dos Recursos Hídricos, realizado
através da metodologia FPEIR (descrita abaixo), relacionamento de indicadores sócio
ambientais, que visa resumir e sintetizar as informações de caráter técnico e científico,
preservando a essência dos dados originais e utilizando variáveis que melhor demonstrem a
situação dos recursos hídricos da região.

Os indicadores têm sido estruturados em modelos desenvolvidos a partir da década


de 1980, e organizados em categorias que se inter-relacionam, quais sejam, Força Motriz,
Pressão, Estado, Impacto e Resposta.

Os indicadores selecionados foram alocados nas seguintes categorias:

 Força-motriz – as pressões indiretas que a sociedade exerce sobre os recursos


hídricos, em face das dinâmicas socioeconômicas e territoriais;
 Pressão – as pressões diretas que a sociedade exerce sobre os recursos hídricos,
basicamente sob a forma de emissão de poluentes e modificação no uso e
ocupação da terra;

2
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Plano de Bacia

 Estado – o resultante estado dos recursos hídricos frente às pressões e respostas


exercidas pela sociedade;
 Impacto - as consequências decorrentes do estado dos recursos hídricos;
 Resposta - as ações da sociedade em resposta às modificações do “estado”, na
forma de decisões políticas, adoção de programas e ações diversas.
Em novembro de 2016, no dia 23 é publicado no Diário Oficial do Estado de São
Paulo em sua seção 1, Poder Executivo, página 57, a Deliberação CRH “ad referendum”
188 de 9 de novembro de 2016. Essa Deliberação reformula as Deliberações anteriores no
tocante ao Programa de Investimentos, modificando as prioridades de investimentos com
recursos do FEHIDRO, da seguinte forma:

 Investimento de no máximo 25% nos “PDC 1 – Bases técnicas em Recursos


Hídricos – BRH” e “PDC 2 – Gerenciamento de Recursos Hídricos”;

 Investimento de no mínimo 60% em até 3 PDCs distribuídos em no máximo 6


subProgramas de Duração Continuada, a critério do CBH;

 Investimento de no máximo 15% nas demais ações do PBH, em PDCs a


critério do CBH.

Este Plano de Bacia Hidrográfica foi elaborado e redigido conforme esta última
deliberação “Ad Referendum” do CRH – Deliberação 188/16.

3
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Plano de Bacia

3. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA

3.1 Estrutura do CBH-MP

Em atendimento ao que preceitua a Lei Estadual nº 7.663/91, foi criado, em 02 de


dezembro de 1994, no município de Cândido Mota, o Comitê da Bacia Hidrográfica do
Médio Paranapanema – CBH-MP, com a competência estabelecida em seu Estatuto de
gerenciar os recursos hídricos, visando à sua recuperação, preservação e conservação.
Os Comitês de Bacia Hidrográfica, integrantes do Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGRH), são órgãos colegiados, consultivos e
deliberativos, de nível estratégico, com atuação descentralizada nas unidades hidrográficas
estabelecidas pela Lei Estadual 9.034/1994, sendo o Médio Paranapanema a UGRHI-17.
O CBH-MP é composto por 42 municípios com sede na UGRHI: Águas de Santa
Bárbara, Alvinlândia, Assis, Avaré, Cabrália Paulista, Campos Novos Paulista, Campos
Novos Paulista, Cândido Mota, Canitar, Cerqueira César, Chavantes, Cruzália, Duartina,
Echaporã, Espírito Santo do Turvo, Fernão, Florínea, Gália, Iaras, Ibirarema, Itatinga, João
Ramalho, Lucianópolis, Lupércio, Maracaí, Ocauçu, Óleo, Ourinhos, Palmital, Paraguaçu
Paulista, Pardinho, Paulistânia, Pedrinhas Paulista, Platina, Pratânia, Quatá, Rancharia,
Ribeirão do Sul, Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo, Tarumã e
Ubirajara.
Os objetivos do CBH-MP estão em conformidade com os princípios e diretrizes
estabelecidas na Lei n.º 7663 / 1991:
 I – promover o gerenciamento descentralizado, participativo e integrado, sem
dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos dos recursos hídricos em sua
área de atuação;
 II – adotar a bacia hidrográfica como unidade fisco-territorial de planejamento e
gerenciamento;
 III – reconhecer o recurso hídrico como um bem público, de valor econômico, cuja
utilização deve ser cobrada, observados os aspectos de quantidade, qualidade e as
peculiaridades da bacia hidrográfica;

 IV – apoiar o rateio de custo das obras de aproveitamento múltiplo de interesse


comum ou coletivo, entre os beneficiários;
 V – combater e prevenir as causas e efeitos adversos da poluição, das inundações,
das estiagens, da erosão do solo e do assoreamento dos corpos d’água;

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 VI – defender o direito à promoção, pelo Estado, de programas de


desenvolvimento, bem como de compensação aos municípios afetados por áreas
inundadas resultantes da implantação de reservatórios e por restrições impostas
pelas leis de proteção de recursos hídricos, área de proteção e conservação
ambiental ou outros espaços especialmente protegidos;
 VII – compatibilizar o gerenciamento dos recursos hídricos com o desenvolvimento
regional e com a proteção do meio ambiente;
VIII – promover a utilização racional dos recursos hídricos, superficiais e
subterrâneos, assegurando o uso prioritário para o abastecimento das populações;
 IX – promover a maximização dos benefícios econômicos e sociais resultantes do
aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos;
X – estimular a proteção das águas contra ações que possam comprometer o uso
atual e futuro;
 XI – promover a integração de ações na defesa contra eventos hidrológicos críticos,
que ofereçam riscos à saúde e à segurança pública assim como prejuízos
econômicos e sociais;
 XII – coordenar ações para racionalizar o uso das águas e prevenir a erosão do
solo nas áreas urbanas e rurais.

A estrutura organizacional do CBH-MP compõe-se de plenário, diretoria e câmaras


técnicas (CTs), podendo ser instituídos, grupos de trabalho (GTs) para análises de temas
específicos (Figura 1).

Figura 1. Estrutura organizacional do CBH-MP

A Diretoria Executiva é composta por um presidente, representado por um Prefeito


Municipal ou um membro da Sociedade Civil, e um vice-presidente representado por
membro titular da Sociedade Civil ou um Prefeito Municipal.

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A Secretaria Executiva é coordenada por um Secretário Executivo, representante dos


órgãos do Estado, com atuação efetiva na Bacia e interesse na participação, juntamente
com um Secretario executivo adjunto. É responsável pelo apoio administrativo, técnico,
logístico e operacional do Comitê. Os representantes da Diretoria Executiva e Secretaria
Executiva são eleitos em Assembleia Geral do Comitê, convocada para este fim.

Enquanto órgão colegiado, o CBH-MP possui 39 representantes Titulares e 39


representantes Suplentes que compõem o plenário do Comitê. Essa composição é dividida
paritariamente entre três segmentos (13 membros por segmento), sendo que a escolha das
entidades que integram o Comitê é realizada a cada dois anos:

• Segmento Estado: representantes da Secretaria de Estado ou de órgãos e entidades


da administração direta e indireta, cujas atividades se relacionem com o
gerenciamento ou uso de recursos hídricos, proteção ao meio ambiente,
planejamento estratégico e gestão financeira do Estado, com atuação na bacia
hidrográfica correspondente;

• Segmento Sociedade Civil Organizada: representantes de entidades da sociedade


civil, sediadas na UGRHI 17, conforme as categorias abaixo:
a. universidades, institutos de ensino superior e entidades de pesquisa e
desenvolvimento tecnológico;
b. usuários das águas, representados por entidades associativas;
c. associações especializadas em recursos hídricos, entidades de classe e
associações comunitárias, e outras associações não governamentais.

• Segmento Município: Prefeitos dos municípios com sede na UGRHI ou que possuem
área contida, desde que aprovados pelo Plenário do Comitê;

Para auxiliar as tomadas de decisão do plenário do CBH-MP, foram criadas


instâncias colegiadas de caráter consultivo, que são as Câmaras Técnicas. As normas de
orientação ao funcionamento das Câmaras Técnicas foram estabelecidas pela Deliberação
CBH-MP 01/95, de 17 de julho de 1995. Atualmente o CBH-MP possui três Câmaras
Técnicas e um Grupo Técnico que se reúnem periodicamente para discutir assuntos e
demandas do Comitê:

 Câmara Técnica de Planejamento, Avaliação e Saneamento (CT-PAS):


Criada pela Deliberação CBH-MP/003/96 e mais tarde alterada pela Deliberação
CBH-MP/071/05;

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 Câmara Técnica de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização Social e


Informações em Recursos Hídricos (CTEM): criada pela Deliberação CBH-
MP/003/96, de 09 de dezembro de 2003 e Deliberação CBH-MP/118/2010 de
23/02/2010;
 Câmara Técnica de Assuntos Institucionais (CT-AI): criada em 17 de julho de
1995 como CJ, e transformada pela Deliberação CBH-MP/070/05, de 14/06/05
em CTIL - Câmara Técnica Institucional e Legal.
 Grupo Técnico da Cobrança (GT-Cobrança): formalizado durante a 16ª
Reunião Ordinária do CBH-MP, realizada no dia 26 de agosto de 2009, no
município de Queiroz.

As câmaras técnicas tem atribuição de desenvolver e aprofundar as discussões sobre


temáticas necessárias antes da sua submissão ao plenário e:

• propor minutas de anteprojeto de Lei e outros arcabouços legais;

• propor critérios e normatizações;

• acompanhar estudos, projetos e outros trabalhos relacionados com as suas


atribuições;

• subsidiar as discussões do CBH-MP, manifestando-se quando consultado, nas


matérias de competência deste, explicitadas no Artigo 4º de seu Estatuto conforme suas
atribuições específicas;

• informar-se sobre as Deliberações do Comitê, do Conselho Estadual de Recursos


Hídricos – CRH, do Comitê Coordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos – CORHI,
do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, e de órgãos e instituições afins que
possam subsidiar os trabalhos da Câmara Técnica;

• criar Sub-Câmaras ou Grupos de Trabalho, no âmbito de suas atribuições


específicas, conforme a natureza e necessidade dos assuntos em discussão;

• submeter ao CBH-MP os casos omissos e as propostas de alterações nestas


Normas Gerais e do Estatuto do CBH-MP;

• apresentar relatórios, pareceres e propostas decorrentes dos trabalhos para


apreciação e decisão do Plenário do Comitê;

• subsidiar, no que couber, os trabalhos da Secretaria Executiva e CORHI na


elaboração, avaliação e acompanhamento dos trabalhos pertinentes ao Plano das Bacias
Hidrográficas e ao Relatório de Situação dos Recursos Hídricos.

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Plano de Bacia

Os grupos de trabalho são instituídos, quando necessário para realizarem análises ou


execução de temas específicos para subsidiar alguma decisão colegiada. Em geral são
temporários e são extintos quando o objetivo para o qual foram criados tenha sido atingido.

3.1.1 Composição do CBH-MP

A composição do Comitê da bacia hidrográfica do Médio Paranapanema reflete os


múltiplos interesses com relação às águas da bacia. De uma forma geral, são três os
interesses que se expressam na bacia:
 Dos usuários diretos de recursos hídricos
 Dos poderes públicos constituídos (Estado e Municípios)
 Das organizações civis na defesa dos interesses coletivos.
Em geral, os interesses de alguns usuários se voltam para questões da
disponibilidade de água e sua qualidade, características indispensáveis como insumo ao
desenvolvimento dos processos produtivos. Outros usuários utilizam-se das águas para
diluição dos efluentes gerados por suas atividades. Em muitos casos, os usos são
concorrentes ou conflitantes entre si na medida em que uma atividade pode influenciar
negativamente a outra, seja por questões de disponibilidade e/ou por qualidade.
Por sua vez, os poderes públicos podem interferir nos usos da água com a
implementação de políticas setoriais, influenciando de maneira significativa a gestão dos
recursos hídricos.
Finalmente, as organizações civis devem refletir a multiplicidade dos interesses
desse setor. Podem ser focados nos aspectos coletivos de conservação, preservação e
recuperação ambiental.
Esse conjunto de representações deve buscar reunir os antagonismos dos interesses
sobre a água, porém, o uso dos recursos hídricos deve ser sustentável de modo a assegurar
condições não só para as atuais gerações, mas também para as futuras.
De acordo com a Lei 7663 de 30 de dezembro de 1991, a composição dos comitês
de bacia deve contar com a participação de representantes de Estado, Municípios e de
entidades da Sociedade Civil.
Da mesma forma, a redação do estatuto do CBH-MP, revisto e aprovado em
15/12/2000, estabelece no Art.8º, a paridade de votos entre o Estado, Municípios e
Sociedade Civil, que será composto pelos membros, com direito a voz e voto, sendo: treze
representantes do Estado, treze representantes dos Municípios e treze representantes da

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Sociedade Civil. A composição atual do CBH-MP, para o biênio 2015-2016 á apresentada


no Quadro 1.
Quadro 1. Composição do CBH-MP no biênio 2017 – 2018.
Segmento Estado

Titulares Suplentes

Secretaria Estadual de Saneamento e Secretaria Estadual de Saneamento e


Recursos Hídricos Recursos Hídricos
Emílio Carlos Prandi Adilce Ap. De Melo Fabrão

Secretaria Estadual de Logística e


Secretaria Estadual de Logística e Transportes
Transportes
Marcos Vinícius da Silva Victorino
José Luiz Catarin

Instituto Florestal Instituto Florestal


Osmar Villas Bôas Wilson Aparecida Contieri

CETESB CETESB
Alcides Arroyo Filho Edson Ambrósio

Secretaria Estadual da Fazenda Secretaria Estadual da Fazenda


Antônio Sebastião Verones Raimundo Pereira dos Reis

APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos APTA - Agência Paulista de Tecnologia


Agronegócios dos Agronegócios
Sergio Doná Márcia Maria de F. C. Rodrigues

CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica CATI - Coordenadoria de Assistência


Integral Técnica Integral
Paulo Henrique Interliche Paulo Renato Tamassia Pélogo

DAEE- Departamento de Águas e Energia DAEE- Departamento de Águas e


Elétrica Energia Elétrica
Denis Emanuel de Araujo Suraya Modaelli

UNESP UNESP
Edson Luiz Piroli Marcelo Dornelis Carvalhal

SABESP SABESP
José Ronaldo Piotto José Roberto Bezson

Policia Militar Ambiental Policia Militar Ambiental


Rafael Gonçalves de Oliveira Ewerton Ricardo Messias

CODASP CODASP
Mario Sergio Alves de Godoy Francisco de Assis Simões de Oliveira

Secretaria Estadual da Saúde Secretaria Estadual da Saúde


Lucia Yassue Tutui Nogueira Luis Álvaro Coelho

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Plano de Bacia

Segmento Município

P. M. Ocauçu P. M. Lupércio
Alessandra Colombo Marana Anézio Kemp

P. M. Espírito Santo do Turvo P. M. Santa Cruz do Rio Pardo


Afonso Nascimento Neto Otacílio Parras de Assis

P. M. Maracaí P. M. Pedrinhas Paulista


Eduardo Corrêa Sotana Sergio Fornasier

P. M. São Pedro do Turvo P. M. Ribeirão do Sul


Marco Aurélio Oliveira Pinheiro Eliana Maria Rorato Manso

P. M. Fernão P. M. Alvinlândia
Adelcio Aparecido Martins Abigail Cateli Dias

P. M. Ourinhos P. M. Garça
Lucas Pocay Alves da Silva João Carlos dos Santos

P. M. Paulistânia P. M. Cabrália Paulista


Paulo Augusto Granchi José Madrigal Ruda Filho

P. M. Cândido Mota P. M. Platina


Carlos Roberto Bueno Wagner Roberto de Lima

P. M. Botucatu P. M. Pardinho
Mário Eduardo Pardini Affonseca Benedito da Rocha Camargo Junior

P. M. Lutécia P. M. Paraguaçu Paulista


Eduardo Girotto Almira Ribas Garms

P. M. Tarumã P. M. Palmital
Oscar Gozzi José Roberto Ronqui

P. M. Duartina P. M. Gália
Aderaldo Pereira de Souza Junior Renato Inácio Gonçalves

P. M. Lucianópolis P. M. Ubirajara
Humberto Zaninoto Maldonado José Altair Gonçalves

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Segmento Sociedade Civil

ABRH - Associação Brasileira de Recursos


Hídricos A indicar
Luís Sergio de Oliveira

Ass. Dos Eng, Arq. E Agro. De Santa Cruz do Associação dos Engenheiros, Arquitetos
Rio Pardo e Agrônomos de Avaré
Luzia Regina Scarpin Demarchi João Caetano Neto

FIESP CIESP
Vandir Pedroso de Almeida Sueli Grossi dos Santos Pessoni

FEMA - Fundação Educacional do Municipio de FEMA - Fundação Educacional do


Assis Municipio de Assis
Elaine Amorin Soares Alexandre Vinicius Guedes Mazalli

FIO - Faculdades Integradas de Ourinhos


A indicar
Odair Francisco

ONG “A Salvação de um Rio” - ONG


ONG “A Salvação de um Rio” - ONG SALVAR
SALVAR
Manuel Amilcar dos Santos Queiroz
Geraldo Afonso Silva

SIAESP - Sindicato da Indústria da


UNICA- União da Agroindústria Canavieira do
Fabricação do Açúcar no Estado de São
Estado de São Paulo
Paulo
Manoel B. Ribeiro de Andrade
Dianila Letícia Dezortti

Sindicato dos Trabalhadores e


Sindicato dos Trabalhadores e Empregados
Empregados Rurais de Paraguaçu
Rurais de Paraguaçu Paulista
Paulista
Luciano Alves da Silva
Paulo Anisio

ABRAGE - Associação Brasileira das Empresas ABCE - Associação Brasileira de


Geradoras de Energia Elétrica Companhias de Energia Elétrica
Ivan Takeshi Toyama Vinicius do Amaral

Associação Rio Pardo Vivo Associação Rio Pardo Vivo


Luiz Carlos Cavalchuki Glauber G. de Souza Fernandes

CDVALE - Centro de Desenvolvimento do Vale CDVALE - Centro de Desenvolvimento


do Paranapanema do Vale do Paranapanema
Hugo de Souza Dias Ricardo Augusto Dias Kanthack

Sindicato Rural Patronal da Estância Turística


Sindicato Rural de Palmital
de Paraguaçu Paulista
Gilberto Frandsen
José Carlos Pires

Sindicato Rural de Pardinho Sindicato Rural de Ourinhos


Luciane da Conceição Correia Sergio Luis Villas Boas

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Plano de Bacia

3.1.2 Principais atividades desenvolvidas pelo CBH-MP

A seguir são apresentados o resumo das atividades desenvolvidas pelo CBH-MP,


durante o ano de 2015, sendo realizadas 03 reuniões plenárias e 8 reuniões de Câmaras
Técnicas, conforme apresentado:
Quadro 2. Dados das reuniões plenárias realizadas em 2015.
Nº de Frequência média de participação Nº de Deliberações
Ano
Reuniões nas reuniões (%) * aprovadas
2015 3 60,1 7
Principais realizações no período
Relação das principais discussões que ocorreram no âmbito dos CBHs, destacando os
encaminhamentos, tais como moções, deliberações aprovadas, etc.

I. Ajustes na proposta de implantação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos no


âmbito da UGRHI-17;
II. Educação Ambiental: aprovação de deliberações destinando recursos ao projeto
Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos;
III. Hierarquização e indicação de projetos ao FEHIDRO 2015;
IV. Encaminhamentos referente ao Projeto Regional de implementação/atualização do
PBH do CBH (substituição do tomador de recursos);
V. Aprovação do Relatório de Situação 2015.
VI. Definição de critérios para a tomada de recursos do FEHIDRO 2016.

* número médio de membros presentes por reunião / número de integrantes do CBH

Quadro 3. Dados das reuniões de Câmara Técnica realizadas em 2015.


 CT-PAS: Câmara Técnica de Planejamento,
Câmaras Técnicas Avaliação e Saneamento;
 CTEM: Câmara Técnica de Educação Ambiental.
Nº de Principais discussões
2015
Reuniões * e encaminhamentos
VII. Análise, habilitação e hierarquização dos
projetos FEHIDRO 2015;
VIII. Apreciação da minuta de Deliberação do
CRH sobre a revisão dos critérios de
cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
IX. Construção do Relatório de Situação
2015;
8
X. Critérios para a tomada de recursos do
FEHIDRO 2016;
XI. Participação e avaliação do Diálogo
Interbacias de Educação Ambiental em
Recursos Hídricos;
XII. I Encontro de CTEAs dos Comitês
Paulistas.
* Pode ser descrita detalhadamente, por CT, ou totalizada, através da soma de todas as reuniões das diferentes
CTs

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Plano de Bacia

No ano de 2016, foram realizadas 03 reuniões plenárias e 05 reuniões de Câmaras


Técnicas, conforme apresentado:
Quadro 4. Dados das reuniões plenárias realizadas em 2016.
Nº de Frequência média de participação Nº de Deliberações
Ano
Reuniões nas reuniões (%) * aprovadas
2016 3 68,1 7
Principais realizações no período
Relação das principais discussões que ocorreram no âmbito dos CBHs, destacando os
encaminhamentos, tais como moções, deliberações aprovadas, etc.

I. Hierarquização e indicação de projetos ao FEHIDRO 2016;


II. Encaminhamentos ao Projeto Regional de implementação/atualização do PBH do
CBH-MP (substituição do tomador de recursos);
III. Aprovação do Relatório de Situação 2016;
IV. Definição de critérios para a tomada de recursos do FEHIDRO 2017.

Quadro 5. Dados das reuniões de Câmara Técnica realizadas em 2016.


 CT-PAS: Câmara Técnica de Planejamento, Avaliação e
Câmaras Técnicas Saneamento;
 CTEM: Câmara Técnica de Educação Ambiental.
Nº de Principais discussões
2016
Reuniões * e encaminhamentos
I. Análise, habilitação e hierarquização dos
projetos FEHIDRO 2016;
5 II. Construção do Relatório de Situação 2016;
III. Critérios para a tomada de recursos do
FEHIDRO 2017.

3.1.3 Criação do Comitê de Integração do Rio Paranapanema

Além da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos, o CBH-MP tem atuado
ativamente na articulação dos demais Comitês de rios afluentes paulistas e paranaenses
existentes na Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema após a criação do Comitê
Interestadual na calha principal do Rio Paranapanema. O Rio Paranapanema, por abranger
os estados de São Paulo e do Paraná, trata-se de um rio de domínio da União, cuja gestão
dos recursos hídricos deve apoiar-se na integração e articulação do planejamento nos
diversos âmbitos dos Sistemas de Gerenciamento de Recursos Hídricos Estaduais e
Nacional.
O processo de articulação entre os Estados para a gestão compartilhada da
Bacia do Paranapanema teve início na década de 70 com a publicação da PORTARIA
INTERMINISTERIAL 090 de 29/03/78 que criou o Comitê Especial de Estudos Integrados de
Bacias Hidrográficas - CEEIBH, e, em 06/03/79 com a instalação do Comitê Executivo de
Estudos Integrados da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema - CEEIPEMA.

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Após diversos encontros e disposições nos anos seguintes, o processo de


articulação foi retomado em 2007 por representantes dos órgãos gestores dos dois estados,
universidades, assim como a Agência Nacional de Águas. Como resultado desta articulação,
em março de 2009foi assinada uma Resolução Conjunta entre o Governo de São Paulo e
Paraná, com a anuência da ANA e da SRHU-MMA, formalizando a criação do GT-
Paranapanema com representantes dos órgãos gestores, universidades, usuários,
sociedade civil paulistas e paranaenses, além das Coordenadorias de Recursos Hídricos
dos dois estados (CRHi/SSRH/SP e CRHA/SEMA/PR) e a ANA.
Os trabalhos de integração entre os dois estados se estenderam pelos meses
subsequentes com os encontros do GT, sendo que em março de 2010 o Grupo, em
Presidente Prudente/SP, avaliou o desenvolvimento das atividades realizadas até então e
definiu estratégias para elaboração da proposta de criação e instalação do CBH-
Paranapanema a ser encaminhada ao CNRH em 2010. Após este longo processo de
articulação, em outubro de 2010, na cidade de Londrina/PR, os representantes dos Comitês
de Bacias e do GT-Paranapanema concluíram os trabalhos de atendimento às Deliberações
CNRH n° 05 e n° 109, visando a instituição do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
Paranapanema que apresentada ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) levou
à Deliberação CNRH n° 120, de 9 de novembro de 2010, que aprovou a criação do CBH-
Paranapanema.
A partir de então foi formado um Grupo de Apoio à instalação do Comitê que
articulando e mobilizando os diversos segmentos da Unidade de Gerenciamento do Rio
Paranapanema nos dois estados quanto a importância e necessidade da instalação do CBH.
O CBH Paranapanema foi instalado no dia 6 de dezembro de 2012, em Londrina/PR, com a
participação de diversas autoridades dos Estados de São Paulo e Paraná. Tomaram posse
os 50 representantes titulares e 50 suplentes, indicados pelos segmentos dos Usuários de
Recursos Hídricos e Entidades Civis de Recursos Hídricos, com atuação na Bacia
Hidrográfica e pelos representantes dos poderes públicos da União, dos Estados e
Municípios.
Em sua segunda reunião plenária, realizada em 12 de novembro de 2013, foi
aprovado o Termo de Referência do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Paranapanema, cuja execução ficará sob responsabilidade da Agência Nacional de Águas
(ANA) e do próprio Comitê de Bacia Hidrográfica.
O Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH) Paranapanema é uma
ferramenta fundamental para gestão dos recursos hídricos, uma vez que elenca prioridades,
avalia a conjuntura e a situação da bacia, sugere programas e projetos. É o documento

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Plano de Bacia

acordado com os representantes da sociedade civil, dos usuários de recursos hídricos e do


poder público que participaram ativamente da sua construção. O plano define as ações e
recursos necessários para a melhor gestão das águas da bacia hidrográfica do rio
Paranapanema.
Elaborado pelo CBH-PARANAPANEMA com apoio da ANA, o plano teve seus
trabalhos iniciados em março de 2013, quando foram elaborados os Termos de Referência
para orientar a sua construção. Três etapas principais compuseram a concepção do PIRH
Paranapanema: Diagnóstico, Prognóstico e Plano de ações. O estudo congrega diversos
conhecimentos sobre a Bacia do Paranapanema, reunindo dados e informações de várias
fontes – órgãos públicos, empresas, universidades e outras instituições, sem contar as
participações diretas, por meio de oficinas, reuniões e encontros. Tem como objetivo central
o planejamento dos usos múltiplos da água, considerando as metas a serem alcançadas em
consonância com a conservação dos recursos hídricos existentes.
O plano está estruturado em dois componentes: 1 – Gestão de Recursos
Hídricos (GRH) – constituído por seis programas que envolvem ações voltadas para gestão,
planejamento, e melhor aproveitamento dos recursos hídricos; e 2 – Intervenções e
Articulações com Planejamento Setorial (STR) – constituído por seis programas voltados à
produção de conhecimento e melhoria da infraestrutura hídrica nas bacias afluentes do rio
Paranapanema.
O último relatório do PIRH Paranapanema (RP 07) apresenta uma síntese
integradora de todos os trabalhos realizados no âmbito da elaboração do estudo, no qual
foram consolidados os resultados dos relatórios parciais produzidos durante o seu processo
de elaboração. Após a avaliação do Grupo de Trabalho de acompanhamento do PIRH
Paranapanema e das Câmaras Técnicas de Integração e Institucional e Legal (CTIPA e
CTIL), com a incorporação das correções e complementações, o RP-07 foi convertido em
Relatório Final, que foi submetido à plenária do CBH-PARANAPANEMA para análise e
aprovação no dia 21 de outubro em Ponta Grossa (PR).
No PIRH Paranapanema é apresentado um roteiro de implementação para
diversas ações, com diferentes atores estratégicos. O Manual Operativo “MOP” aprofunda
esse roteiro para algumas ações consideradas estratégicas e de alta governabilidade dos
órgãos gestores de recursos e o manual operativo apresentará uma agenda a ser executada
pelos comitês de bacia e órgãos gestores de recursos hídricos.

15
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

3.1.4 Perfil da equipe de coordenação para elaboração e implementação do PBH.

No processo de elaboração deste Plano de Bacia Hidrográfica (PBH) os diversos


setores da região participaram e acompanharam o desenvolvimento dos trabalhos através
de seus representantes nas instâncias consultivas do CBH-MP. A CT-PAS acompanhou e
debateu os assuntos de importância para o Plano de Bacia. Esta câmara técnica é por
membros dos seguintes órgãos:

 Segmento Estado: DAEE; CETESB; APTA; UNESP; SABESP E CATI.


 Segmento Sociedade Civil: FIESP, Sindicato Rural de Santa Cruz do Rio Pardo,
ÚNICA, FEMA, ASSOCIAÇÃO PARA PRESERVAÇÃO, RECUPERAÇÃO E
MANEJO DOS RECURSOS HIDRICOS E FLORESTAIS; ASSOCIAÇÃO DOS
ENGENHEIROS, ARQUITETOS E AGRONOMOS DE GARÇA E ONG SALVAR;
 Segmento municípios: Paraguaçu Paulista, Fernão, Assis, Palmital, Alvinlândia,
Platina e Palmital.
Para a viabilização deste Plano de Bacia da- UGRHI-17, a participação dos agentes
de diferentes segmentos da Sociedade Civil, Estado e Município, no processo, foram de
fundamental importância, tanto na caracterização das unidades hidrográficas quanto na
hierarquização das mesmas, bem como na identificação e priorização das ações, de caráter
corretivo e preventivo, que devem ser adotadas para cada unidade de planejamento da rede
hidrográfica do CBH-MP.

3.2 Mobilização social e articulação institucional

A mobilização social abrange os diferentes segmentos sociais atuantes na bacia do


Médio Paranapanema, como órgãos públicos, usuários de recursos hídricos, instituições de
pesquisa, organizações sociais atuantes na UGRHI-17 (órgãos públicos, usuários de
recursos hídricos, instituições de pesquisa, organizações sociais, segmentos da sociedade
civil e residentes) nas diferentes etapas de trabalho.

O objetivo da mobilização é gerar um comprometimento coletivo com a gestão dos


recursos hídricos e com o Plano de Bacia, por meio da difusão de informações, debates,
elaboração de proposta e estabelecimento de compromissos.

O processo de mobilização social para elaboração deste Plano de Bacias foi


realizado de acordo com os seguintes princípios básicos:

16
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

• Os eventos necessários para envolver os atores da UGRHI-17 na elaboração do


PBH-MP englobou momentos de apresentação, de troca de informações, coleta
de sugestões, de construção de acordos e de validação das etapas previstas e do
produto final como um todo;

• O público alvo participante destas reuniões foi constituído pelos membros do


CBH-MP, por órgãos públicos, usuários de recursos hídricos, instituições de
ensino e pesquisa sediadas na área, concessionárias de serviços públicos,
prefeituras municipais, organizações interessadas ou com atuação na UGRHI 17 e
segmentos da sociedade civil, sendo aberta a participação a todos os interessados;

• Todas as atividades de mobilização foi amplamente divulgadas através do site do


CBH-MP, mídias eletrônicas, canais de comunicação, informes entre outras
formas que propiciem a maior participação possível do público alvo.

Foram previstos para a mobilização social deste PBH-MP vários eventos e instâncias
participativas, para troca de informações, coleta de sugestões, construção de acordos e
validação, assim distribuídos:

3.2.1 Reunião de acompanhamento técnico e facilitação de acordos

Foram realizadas reuniões com a Secretaria Executiva do CBH-MP com o


objetivo de organizar as informações e programar o calendário de entrega dos produtos
do Plano de Bacias, e também as atividades de mobilização social que iriam ser
realizadas na UGRHI-17. Essas reuniões aconteceram conforme datas abaixo:

• Reuniões da equipe técnica com a Secretaria Executiva do CBH-MP: Marília, dia


03/novembro/16, sede do CBH-MP.

• Reuniões da equipe técnica com a Secretaria Executiva do CBH-MP: Marília, dia


11/novembro/16, sede do CBH-MP.

• Reuniões da equipe técnica com a Secretaria Executiva do CBH-MP: Marília, dia


16/novembro/16, sede do CBH-MP.

• Reuniões da equipe técnica com a Secretaria Executiva do CBH-MP: Marília, dia


14/dezembro/16, sede do CBH-MP.

• Reuniões da equipe técnica com a Secretaria Executiva do CBH-MP: Piracicaba,


dia 09/agosto/2017, sede da empresa Irrigart para discussão das prioridades
adotadas pelo CBH-MP.

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Após a programação realizada, foi dado inicio aos produtos do Plano de Bacia,
onde a participação social aconteceu em todas as etapas da elaboração do Plano, em
diferentes níveis, com diversos atores da bacia, porém foi essencial a participação da
Câmara Técnica de Planejamento, Avaliação e Saneamento (CT-PAS), que consiste em
uma instância para acompanhamento técnico e de facilitação na construção dos acordos a
serem pactuados entre os atores responsáveis pela gestão na bacia.

Além disso, a CT-PAS teve como atribuição para elaboração do PBH-MP,


esclarecimento de dúvidas e solução de pendências técnicas, construção de acordo em
torno dos recursos hídricos, estabelecimento de consenso de critérios, procedimentos e
encaminhamentos necessários, entre outros. Essas reuniões aconteceram conforme
descrito a seguir.

• Reunião de apresentação da equipe contratada para elaborar o Plano de Bacia e


apresentação do Plano de trabalho e cronograma das atividades com a CT-PAS:
Marília, dia 17/novembro/16.

• Reunião de acompanhamento da etapa Diagnóstico com a CT-PAS: Marília, dia


25/abril/17. Essa reunião foi apresentado novamente a equipe técnica devido a
alteração nos membros da Câmara técnica e o RES-01 – Diagnóstico com as
próximas atividades a serem realizadas.

• Reunião de acompanhamento da etapa Prognóstico e mobilização social com a CT-


PAS: Marília, dia 12/julho/17. Nessa reunião foi apresentado o prognóstico e o
resultado das primeiras oficinas realizadas nos municípios da Bacia. Foi dada pela
Câmara técnica contribuições para fechamento do RES-02 – Prognóstico.

• Reunião de acompanhamento da etapa Plano de Ação com a CT-PAS: Marília, dia


31/agosto/17. Nessa reunião foi apresentado os resultados da segunda etapa das
oficinas realizadas nos municípios da bacia e foi dado início a discussão sobre o
Plano de Ação e Programa de Investimentos do PBH.

• Reunião de acompanhamento da etapa Plano de Ação com a CT-PAS: Marília, dia


26/outubro/2017. Nessa reunião foi apresentado o Plano de Ação e Programa de
investimentos de acordo com as discussões realizadas na Bacia.

• Reunião de acompanhamento da etapa Plano de Ação com os membros do Comitê


MP, em Santa Cruz do Rio Pardo, dia 16/novembro/2017. Nessa reunião foi
apresentado o Plano de Ação e Programa de investimentos para alguns membros
que ainda não tinham participado das reuniões.

18
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 2. Reuniões com a CT-PAS, Marília-SP.

3.2.2 Encontros ampliados

São eventos programados para a apresentação dos trabalhos realizados em cada


etapa do trabalho (diagnóstico, prognóstico e plano de ação) para os membros do CBH-
MP, com o objetivo de esclarecimento de dúvidas e coleta de contribuições para serem
incorporadas ao conteúdo dos produtos finais de cada etapa.

O público alvo dos encontros ampliados é constituído pelos membros do CBH-MP


e dos CBH's de UGRHI's adjacentes, órgãos públicos, usuários de recursos hídricos,
instituições de ensino e pesquisa sediadas na área, concessionárias de serviços públicos,
prefeituras municipais, organizações interessadas ou com atuação na UGRHI 17 e
segmentos da sociedade civil, sendo aberta a participação a todos os interessados.

Na etapa do Diagnóstico, realizou-se o encontro ampliado juntamente com a


Plenária do CBH-MP no dia 15/dezembro/2016, no município de Marília. Posteriormente,
foi realizada uma nova apresentação, esta do Relatório I – Informações Básicas, contendo
o Diagnóstico final e parte do Plano de Ação (Ações para o período de 2016-2019),
concomitantemente à Plenária do CBH-MP do dia 28/03/207, em Marília.

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 3. Reunião Plenária 15/12/2016.

Figura 4. Reunião Plenária 28/03/2017.

A etapa Prognóstico foi apresentada na Plenária do CBH-MP do dia 19/julho/2017


realizada em São Pedro do Turvo. A última etapa do Plano de Bacias, o Plano de ação e
programa de investimento, que junto com o Prognóstico compõem o Relatório II – Plano
de Bacia, foi apresentado na Plenária do CBH-MP do dia 05/dezembro/2017 realizada no
município de Maracaí. Essa reunião aprovou o produto, através de uma Deliberação que
posteriormente será avaliado pelo CRHi (Coordenadoria de Recursos Hídricos do Estado
de São Paulo).

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

3.2.3 Oficinas Setoriais

As oficinas setoriais tem por objetivo a obtenção de contribuições específicas


sobre os principais problemas na bacia, o papel de cada segmento na gestão de recursos
hídricos e os desafios e potencialidades frente aos recursos hídricos e sistema de
gerenciamento da UGRHI-17.

A primeira oficina realizada (Quadro 6), para a etapa do Diagnóstico, abordou


discussões sobre os pontos fortes e fracos da UGRHI, bem como as oportunidades e
ameaças identificadas pelos atores, utilizando a matriz SWOT / FOFA (forças,
oportunidades, fraquezas e ameaças). Ainda, foram discutidos cenários futuros,
considerando três diferentes possibilidades: cenário recessivo (hipótese de redução do
crescimento econômico); cenário tendencial (hipótese de permanência das condições
socioeconômicas da realidade existente); cenário acelerado (hipótese de aceleração do
crescimento econômico).

Quadro 6. Oficina setorial – Diagnóstico.


Número de
Local Data
participantes
Assis - Fundação Educacional do município de Assis – FEMA 30/05/2017 27
Ourinhos – Faculdades Integradas de Ourinhos - FIO 31/05/2017 30
Pardinho - Centro de Cultura Max Feffer 01/06/2017 26

Figura 5. Oficina realizada em Ourinhos.

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CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A segunda etapa de oficina foi realizada por meio da metodologia GUT (gravidade,
urgência e tendência), permitindo levantar a percepção dos diferentes atores sociais em
relação às prioridades de gestão com a construção e pactuação das ações a serem
executadas ao longo do horizonte de planejamento do Plano de Bacia da UGRHI 17, bem
como suas expectativas para o Plano de ações.
Quadro 7. Oficina setorial – Plano de Ação.
Número de
Local Data
participantes
Assis - Fundação Educacional do município de Assis – FEMA 23/08/2017 20

Ourinhos – Faculdades Integradas de Ourinhos - FIO 24/08/2017 25

Pardinho - Centro de Cultura Max Feffer 25/08/2017 16

Figura 6. Oficina realizada em Assis.

A metodologia e os resultados das oficinas setoriais realizadas na UGRHI-17 são


apresentados em anexo a este Plano de Bacia.

22
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

4. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico geral da UGRHI-17 Médio Paranapanema tem o objetivo de


caracterizar a situação atual dos recursos hídricos, com a identificação das áreas críticas e
temas críticos que merecem especial atenção quanto à sua gestão.

4.1 Caracterização geral da UGRHI-17

A Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Médio Paranapanema


(UGRHI 17) possui uma área territorial de aproximadamente 16.749 km², limitando-se, a
leste com a UGRHI 10 (Rio Sorocaba e Médio Tietê); ao norte com as UGRHIs 13
(Tietê/Jacaré), 16 (Tietê/Batalha), 20 (Aguapeí) e 21 (Peixe); a oeste com a UGRHI 22
(Pontal do Paranapanema) e ao sul com a UGRHI 14 (Alto Paranapanema) e o Estado do
Paraná (Figura 7).

Seu limite com a unidade do Rio Paranapanema a montante (UGRHI-14 – Alto


Paranapanema) está na unidade de geração de energia elétrica - UHE de Chavantes, sendo
a UHE de Capivara seu limite com a unidade a jusante (UGRHI-22 – Pontal do
Paranapanema). No percurso há ainda as UHEs de Salto Grande, Canoas II e I e Ourinhos,
evidenciando uma das vocações regionais, que é a geração de energia hidrelétrica.

Figura ilustrativa

Figura 7. Localização da UGRHI-17 no Estado de São Paulo.


Fonte: Base – IGC – INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (2010).

23
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

O Rio Paranapanema, por compor a divisa entre os Estados de São Paulo e


Paraná, é um rio de domínio da União, competindo ao Governo Federal o gerenciamento
dos aspectos qualitativos e quantitativos. Por este motivo, foi aprovado em Dezembro de
2010 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), a criação do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Paranapanema, em âmbito interestadual.

De acordo com a legislação federal, a bacia hidrográfica do Rio Paranapanema


contém tanto as Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI’s) n° 14, 17 e
22 no trecho paulista (margem direita), como as unidades paranaenses (margem esquerda)
da região hidrográfica do Paraná. A Figura 8 ilustra esta situação.

Figura ilustrativa

Figura 8. Bacia Hidrográfica do Paranapanema, inserida na região hidrográfica do Paraná,


segundo divisão da Resolução CNRH n.32 de 15 de outubro de 2003
Fonte: CPTI, 2007.

A divisão hidrográfica do Estado de São Paulo, estabelecida pelo Plano Estadual de


Recursos Hídricos (Lei Estadual 9.034/94), definiu que integram a UGRHI-17 os municípios
cujas sedes estejam inseridas em sua área de abrangência, correspondendo a estes 42
municípios.

24
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Outros 13 municípios possuem parte de seu território inserido no Médio


Paranapanema, porém, com suas sedes fora da área da UGRHI-17, recebendo estes a
denominação de “municípios com área contida”. Embora não pertençam à UGRHI-17, os
mesmos possuem o direito de integrarem o CBH-MP, processo que acontece por meio da
aprovação do Plenário do Comitê.

A Figura 9 apresenta a identificação e a localização dos municípios da UGRHI-17 e


os municípios que possuem área em mais de uma UGRHI. Os tamanhos destas duas áreas
expressas no mapa, em quilômetros quadrados, referem-se:

 total da área dos 55 (cinquenta e cinco) municípios, sendo 42 com sede na UGRHI e
13 com sede fora da UGRHI (25.798,9 km2), com delineamento na cor cinza,
considerando seus limites político-administrativos;

 área localizada somente na UGRHI-17 (16.749 km²), com delineamento na cor


vermelha, considerando os limites da bacia hidrográfica.

Figura ilustrativa

Figura 9. UGRHI-17 e municípios integrantes.


Fonte: Adaptados de CBH-MP, 2011.

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A seguir na Figura 10 a identificação e a localização dos municípios da UGRHI-17 e


as regiões hidrográficas, chamadas de UPH (Unidade de Planejamento Hídrica), que foi
dividida a UGRHI-17 para fins de planejamento.

Figura ilustrativa

Figura 10. UGRHI-17 e UPH’s (Unidades de Planejamento Hídrico).


Fonte: Adaptado de ANA,2016.

O Quadro 8 apresenta um resumo das características gerais da UGRHI-17.

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Quadro 8. Caracterização geral da UGRHI-17.


Características Gerais – UGRHI -17
Total (2015) Urbana (2015) Rural (2015)
População
683.874 hab. 92,1% 7,9%
.
Área territorial Área de drenagem
Área
17.483,8 km² 16.696,7 km²
Principais rios e reservatórios Rios: Capivara, Novo, Pari, Pardo, Turvo.

Serra Geral
Área de abrangência: estende-se por toda a região oeste e central do Estado,
é subjacente ao Aquífero Bauru e recobre o Guarani.
Bauru
Aquíferos Abrange totalmente as UGRHIs 15-TG, 18-SJD, 19-BT, 20-Aguapeí, 21-Peixe
e 22-PP e parte das UGRHIs 04-Pardo, 08-SMG, 12-BPG, 13-TJ, 16-TB e
17MP.
Guarani
Área de abrangência: ocorre em 76% do território do Estado de São Paulo,
abrangendo parte da UGRHI 17-MP.

Grande porte:
Rio Pardo (Paranapanema) - 19 municípios
Mananciais de grande porte e
de interesse regional Interesse Regional:
Nascentes do Ribeirão das Antas e do Rio Pardo; Ribeirões Azul e do Bugre e
Córrego Boa Vista.
Disponibilidade hídrica Vazão média (Qmédio) Vazão mínima (Q7,10)) Vazão Q95%
Superficial 3
155 m /s
3
65 m /s 82 m /s
3

Disponibilidade hídrica Reserva Explotável


subterrânea 3
17 m /s
Nas áreas urbanas destacam-se os setores de serviços e comércio como
fontes indutoras da economia regional, com alguma industrialização em torno
Principais atividades dos maiores núcleos urbanos (Assis e Ourinhos). Nas áreas rurais, por sua
econômicas vez, a agricultura e a pecuária são as atividades mais expressivas,
destacando-se a forte expansão das lavouras de cana-de-açúcar e da
indústria sucroalcooleira.
Apresenta 1.354 km2 de vegetação natural remanescente que ocupa,
Vegetação remanescente aproximadamente, 8% da área da UGRHI. As categorias de maior ocorrência
são Floresta Estacional Semidecidual e Savana.
Unidades de Conservação de Proteção Integral
EE de Assis, EE de Avaré, EE de Caetetus e EE de Santa Bárbara.
Áreas protegidas Unidades de Conservação de Uso Sustentável
APA Corumbataí-Botucatu-Tejupá (Perímetro Botucatu) e APA Rio Batalha;
FE de Assis, FE de Avaré e FE de Santa Bárbara do Rio Pardo.
Legenda: EE - Estação Ecológica; APA - Área de Proteção Ambiental; FE - Floresta Estadual.
Fontes: Seade, ANA, 2016, CBH-MP, 2014, CETESB, 2013b, São Paulo, 2014, São Paulo, 2006, São Paulo,
2009.

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4.1.1 Dinâmica demográfica e social

A caracterização da UGRHI-17 descreve o perfil socioeconômico, e avalia a evolução


populacional e as dinâmicas sociais, econômicas e saúde pública da bacia. O Quadro 9
apresenta os indicadores de dinâmica demográfica e social, econômica e de saúde pública
da UGRHI-17.
Dentre as fontes utilizadas destacam-se IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e
Estatística) e SEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados).
Quadro 9. Caracterização socioeconômica da UGRHI-17.
Variável Indicador Parâmetro

FM.01-A: A taxa geométrica de crescimento anual (TGCA) da UGRHI-


FM.01 Crescimento 17 (2005-2015):
Populacional
Representa em média 0,60% a.a.
FM.02-C:
FM.02-A: População total FM.02-B: População
População rural
(2015): urbana (2015):
FM.02 População (2015):
Dinâmica 683.874 hab. 629.546 hab. 54.328 hab.
demográfica
e social FM.03-A: Densidade demográfica FM.03-B: Taxa de urbanização
(2015): (2015):
FM.03 Demografia
39,1 hab./km² 92,1%
FM.04-A Índice Paulista de FM.04-B: Índice de
FM.04 –
Responsabilidade Social (IPRS) desenvolvimento humano
Responsabilidade
(2012): municipal (IDH-M) (2010):
social e
desenvolvimento Classificação média da UGRHI-17:
humano Média da UGRHI-17: 0,732
grupo 4
FM.05-A: FM.05-B: FM.05-C:
FM.05-D:
Estabelecimentos Pecuária Avicultura
Suinocultura
da agropecuária (corte e (abate e
FM.05 Agropecuária (2015):
(2014): leite) (2015): postura) (2015):
3.381 723.942 13.332.000 208.234
estabelecimentos animais animais animais
FM.06-B: Estabelecimentos FM.06-C: Estabelecimentos de
FM.06 Indústria e industriais (2014): mineração em geral (2014):
Dinâmica mineração
Econômica 1.336 estabelecimentos 35 estabelecimentos
FM.07-A: Estabelecimentos de FM.07-B: Estabelecimentos de
FM.07 Comércio e comércio (2014): serviços (2014):
serviços
7.552 estabelecimentos 5.860 estabelecimentos

FM.09-A: Potência de energia hidrelétrica instalada:


FM.09 Produção de
Energia
228,3 MW

Saúde I.01-B: Incidência de esquistossomose autóctone (2015):


I.01 Doenças de
Pública e
veiculação hídrica 3,04 casos / 100.000 hab.ano
ecossistemas

28
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4.1.1.1 População e crescimento populacional


Em 2015, a UGRHI-17 continha 683.874 habitantes, que representa 1,68% da
população total do Estado de São Paulo, que era de 40.617.431 residentes, caracterizando-
se por um perfil eminentemente urbano, com um total de 629.546 residentes urbanos e
população rural de apenas 54.328 habitantes. O crescimento populacional e a densificação
que acompanham o processo de urbanização agravam fatores como poluição doméstica e
industrial das águas, resultando em prejuízos para sociedade (TUCCI, 2006).

A Figura 11 apresenta a evolução da população na UGRHI-17, que representa em


média um crescimento de 0,58% ao ano.

Figura 11. Evolução da população – UGRHI-17.


Fonte: Seade, 2015.

Os dados populacionais por município confirmam claramente que o polo regional da


Bacia continua sendo Ourinhos, com 106.909 habitantes e 16% do total da UGRHI, no ano
de 2015. Em segundo lugar está Assis, com 98.415 habitantes, representando 14% e Avaré,
com 85.384 habitantes, representando 12% do total da UGRHI. Os três municípios citados
(Ourinhos, Assis e Avaré) juntos, totalizam 42,5% do total de habitantes da UGRHI. Após
esses três municípios, Santa Cruz do Rio Pardo é o município que contem maior número de
habitantes, com 45.019, representando 7% do total da UGRHI.

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Figura 12. População total em 2015 nos municípios com sede na UGRHI-17.
Fonte: Seade, 2015.

Por outro lado, em 2015, os municípios da UGRHI-17 que possuíam o menor número
de habitantes (menos que 5.000 habitantes) são: Alvinlândia (3.093 hab.), Cabrália Paulista
(4.322 hab.), Campos Novos Paulista (4.677 hab.), Canitar (4.674 hab.), Cruzália (2.186
hab.), Espirito Santo do Turvo (4.519 hab.), Fernão (1.604 hab.), Florínea (2.750 hab.), João
Ramalho (4.267 hab.), Lucianópolis (2.249 hab), Lupércio (4.386 hab.), Ocauçu (4.151 hab.),
Óleo (2.583 hab.), Paulistânia (1.777 hab.), Pedrinhas Paulista (2.977 hab.), Platina (3.347
hab.), Pratânia (4.870 hab.), Ribeirão do Sul (4.389 hab.) e Ubirajara (4.547 hab.). Estes
municípios, juntos, totalizam 10% do total de habitantes da Bacia estudada.

A Figura 13 apresenta os municípios da UGRHI-17, classificando-os pela faixa de


população.

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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 13. Municípios da UGRHI-17 por faixa de população.


Fonte: Seade, 2014.

A avaliação do ritmo de crescimento, através do comportamento que vem assumindo


a TGCA da UGRHI-17 e de cada município que a compõem, é de fundamental importância
para o estudo da demanda de água, pois dessa forma se torna possível verificar onde existe
a tendência de concentração e onde está havendo certa estagnação populacional ou
mesmo perda de população. A Figura 14 e o Quadro 10 apresentam a evolução dos
municípios da UGRHI-17 quanto a TGCA.

Pode-se observar que o crescimento populacional da UGRHI-17 é constante em


todos os municípios. Desde o decênio 2002-12 até 2005-15 os municípios se encaixam no
mesmo intervalo de faixa de TGCA. Em todos os períodos o município de Iaras é o que cujo
padrão de crescimento ultrapassa 3%, porém, desde 2000-2010 essa taxa vem declinando,
chegando no decêndio de 2005-2015 a ter valor de 3,55%, enquanto no primeiro decêndio
do século XXI, seu valor era de 7,6%.

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Figura 14. TGCA na UGRHI-17.


Fonte: Seade, 2014.
Quadro 10. TGCA dos municípios da UGRHI-17.
TGCA (%)
Municípios
2000-2010 2001-2011 2002-2012 2003-2013 2004-2014 2005-2015
Águas de Santa Bárbara 0,72 0,70 0,65 0,62 0,61 0,61
Alvinlândia 0,57 0,54 0,56 0,59 0,60 0,58
Assis 0,88 0,84 0,82 0,80 0,78 0,77
Avaré 0,83 0,79 0,76 0,74 0,72 0,69
Cabrália Paulista -0,62 -0,62 -0,61 -0,58 -0,53 -0,51
Campos Novos Paulista 0,82 0,81 0,79 0,78 0,76 0,73
Cândido Mota 0,22 0,18 0,15 0,14 0,12 0,11
Canitar 2,31 2,15 2,00 1,86 1,73 1,62
Cerqueira César 1,48 1,40 1,32 1,25 1,19 1,14
Chavantes -0,06 -0,06 -0,06 -0,03 -0,02 0,00
Cruzália -1,36 -1,34 -1,32 -1,28 -1,24 -1,21
Duartina -0,18 -0,20 -0,22 -0,24 -0,25 -0,26
Echaporã -0,76 -0,76 -0,71 -0,65 -0,59 -0,54
Espirito Santo do Turvo 1,45 1,42 1,39 1,39 1,38 1,33
Fernão 0,86 0,85 0,84 0,78 0,70 0,59
Florínea -0,99 -0,98 -0,95 -0,92 -0,89 -0,86
Gália -1,13 -1,13 -1,12 -1,09 -1,06 -1,03
Iaras 7,61 6,60 5,70 4,93 4,22 3,55
Ibirarema 1,66 1,61 1,57 1,51 1,45 1,40
Itatinga 1,57 1,53 1,51 1,48 1,45 1,43
João Ramalho 0,79 0,76 0,77 0,74 0,71 0,69
Lucianópolis 0,42 0,38 0,29 0,22 0,15 0,08
Lupércio 0,29 0,27 0,23 0,22 0,21 0,18
Maracaí 0,25 0,24 0,23 0,21 0,20 0,19
Ocauçu 0,00 -0,07 -0,11 -0,08 -0,06 -0,06

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Plano de Bacia

TGCA (%)
Municípios
2000-2010 2001-2011 2002-2012 2003-2013 2004-2014 2005-2015
Óleo -1,11 -1,09 -1,05 -1,00 -0,97 -0,93
Ourinhos 0,95 0,91 0,88 0,85 0,83 0,81
Palmital 0,24 0,23 0,22 0,20 0,19 0,20
Paraguaçu Paulista 0,66 0,61 0,58 0,55 0,53 0,52
Pardinho 1,68 1,63 1,57 1,54 1,53 1,52
Paulistânia 0,01 -0,01 -0,03 -0,06 -0,09 -0,07
Pedrinhas Paulista 0,28 0,21 0,20 0,23 0,24 0,21
Platina 1,07 1,05 1,03 1,02 0,99 0,97
Pratânia 1,54 1,47 1,38 1,35 1,31 1,28
Quatá 0,94 0,94 0,94 0,94 0,94 0,95
Rancharia 0,02 -0,01 -0,02 -0,04 -0,05 -0,06
Ribeirão do Sul -0,09 -0,11 -0,13 -0,15 -0,17 -0,20
Salto Grande 0,40 0,39 0,36 0,32 0,30 0,29
Santa Cruz do Rio Pardo 0,72 0,67 0,64 0,62 0,60 0,57
São Pedro do Turvo 0,44 0,40 0,35 0,32 0,30 0,27
Tarumã 1,83 1,77 1,74 1,72 1,69 1,67
Ubirajara 0,63 0,62 0,62 0,64 0,65 0,63
UGRHI 17 - MP 0,73 0,69 0,66 0,64 0,62 0,60
Fonte: Seade, 2014.

A UGRHI-17 apresentou um declínio na Taxa Geométrica de Crescimento Anual


para os períodos analisados. Os períodos foram divididos em decênios, isto é, 10 anos, da
seguinte forma: 2000-2010, 2001-2011, 2002-2012, 2003-2013, 2004-2014 e 2005-2015. As
taxas constatadas foram 0,73%, 0,69%, 0,66%, 0,64%, 0,62% e 0,60% respectivamente.

O município que apresentou a menor taxa geométrica de crescimento em todos os


decênios analisados foi Echaporã, com máximo de -0,76% em 2000-2010 e mínimo de -
0,54% em 2005-2015 (Quadro 10). Na sequencia, o município de Óleo também apresentou
taxa de -1,11% em 2000-2010 e -0,93% no período de 2005-2015.

Os municípios de Alvinlândia, Cabrália Paulista, Chavantes, Cruzália, Echaporã,


Florínea, Gália, Quatá e Ubirajara, também apresentaram aumento na taxa de crescimento
comparando o decênio de 2000-2010 e 2005-2015.

Os municípios com as maiores taxas de crescimento geométrico no ano de 2005-


2015 são o município de Iaras (3,55%) e Canitar (1,62%). Entretanto, deve ser ressalvados
que esses municípios apresentaram declínio da taxa geométrica de crescimento em relação
aos decênios anteriores, conforme pode ser visto no Quadro 10. É possível analisar ainda
que, mesmo com esse declínio em alguns municípios, a UGRHI-17 manteve o número de

33
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Plano de Bacia

população em ascensão, evidenciando que está havendo concentração populacional em


algumas áreas.

Como a totalidade do país, a Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema se


caracteriza por um perfil predominantemente urbano, muito embora em muitos municípios
da UGRHI-17 a população rural ainda seja significativa (Quadro 11).

Quadro 11. UGRHI–17: População total, urbana e rural, 2010 e 2015.


População População População População
População População
Município Urbana Rural Urbana Rural
total 2010 total 2015
(2010) (2010) (2015) (2015)
Águas de Santa Bárbara 5.598 4.257 1.341 5.769 4.437 1.332
Alvinlândia 2.999 2.692 307 3.093 2.819 274
Assis 95.075 90.925 4.150 98.415 94.119 4.296
Avaré 82.878 79.337 3.541 85.384 82.107 3.277
Cabrália Paulista 4.367 3.779 588 4.322 3.756 566
Campos Novos Paulista 4.536 3.526 1.010 4.677 3.758 919
Cândido Mota 29.879 28.091 1.788 29.965 28.374 1.591
Canitar 4.361 4.130 231 4.674 4.457 217
Cerqueira César 17.511 15.697 1.814 18.391 16.740 1.651
Chavantes 12.115 11.140 975 12.168 11.367 801
Cruzália 2.277 1.512 765 2.186 1.506 680
Duartina 12.253 10.999 1.254 12.116 11.037 1.079
Echaporã 6.322 5.035 1.287 6.262 5.089 1.173
Espirito Santo do Turvo 4.239 3.626 613 4.519 3.865 654
Fernão 1.562 849 713 1.604 928 676
Florínea 2.831 2.514 317 2.750 2.485 265
Gália 7.018 5.230 1.788 6.730 5.120 1.610
Iaras 6.337 2.820 3.517 6.624 2.947 3.677
Ibirarema 6.716 6.204 512 7.121 6.643 478
Itatinga 18.029 16.399 1.630 19.281 17.791 1.490
João Ramalho 4.147 3.540 607 4.267 3.728 539
Lucianópolis 2.248 1.779 469 2.249 1.807 442
Lupércio 4.352 3.864 488 4.386 4.100 286
Maracaí 13.329 12.082 1.247 13.441 12.320 1.121
Ocauçu 4.163 3.324 839 4.151 3.466 685
Óleo 2.676 1.765 911 2.583 1.784 799
Ourinhos 102.955 100.296 2.659 106.909 104.148 2.761
Palmital 21.182 19.423 1.759 21.408 20.044 1.364
Paraguaçu Paulista 42.255 38.293 3.962 43.264 39.207 4.057
Pardinho 5.574 4.383 1.191 5.985 5.041 944
Paulistânia 1.779 1.212 567 1.777 1.303 474
Pedrinhas Paulista 2.939 2.479 460 2.977 2.554 423
Platina 3.189 2.511 678 3.347 2.704 643
Pratânia 4.593 3.480 1.113 4.870 3.837 1.033
Quatá 12.789 12.002 787 13.379 12.651 728
Rancharia 28.804 25.828 2.976 28.799 26.155 2.644
Ribeirão do Sul 4.446 3.295 1.151 4.389 3.439 950

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Plano de Bacia

População População População População


População População
Município Urbana Rural Urbana Rural
total 2010 total 2015
(2010) (2010) (2015) (2015)
Salto Grande 8.784 7.930 854 8.930 8.154 776
Santa Cruz do Rio Pardo 43.895 40.130 3.765 45.019 41.821 3.198
São Pedro do Turvo 7.195 5.148 2.047 7.268 5.443 1.825
Tarumã 12.865 12.107 758 13.878 13.160 718
Ubirajara 4.425 3.228 1.197 4.547 3.335 1.212
Total na UGRHI 17 665.487 606.861 58.626 683.874 629.546 54.328
% da UGRHI-17 100 91,19 8,81 100 92,06 7,94
Total do Estado de SP 41.223.683 39.548.206 1.675.477 40.617.431 38.754.215 1.863.217
% UGRHI-17/ESP 1,61 1,53 3,50 1,68 1,62 2,92
Fonte: SEADE, 2015.

Os dados consolidados referentes a assentamento rural que estão disponíveis no


site do INCRA – Ministério do Desenvolvimento Agrário indicaram que a Bacia do Médio
Paranapanema tem um total estimado de 3.580 pessoas, correspondendo a 716 famílias
que se estabeleceram em igual número de lotes agrários. Quando se relaciona o total de
residentes assentados com o total de população da UGRHI-17 no ano de 2015, verifica-se
que esta representa apenas 0,5% da população.

Entretanto quando esse cálculo é aplicado ao total da população rural da UGRHI-17


essa relação assume outra proporção (aproximadamente 6% da população rural). Esta
análise será detalhada e aprofundada adiante, quando da subdivisão da população total
entre urbana e rural.

No ano de 2010, o Estado de São Paulo tinha 1.675.477 pessoas vivendo na área
rural. Desse total 3,5% pertenciam à UGRHI-17 e, em 2015, o Estado registrou 1.863.217
habitantes rurais, sendo que a UGRHI-17 era responsável por 2,92%.

A fim de se obter uma melhor compreensão sobre o comportamento da população


rural nessa porção do território paulista, foi necessário conhecer o número que famílias que
foram assentadas no Médio Paranapanema. Essas informações são disponibilizadas no site
do INCRA (o número de lotes/ famílias assentadas, a área ocupada em km² e os municípios
receptores), conforme indicam os dados do Quadro 12.

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Quadro 12. População estimada dos assentamentos rurais nos municípios da Bacia do Médio
Paranapanema.
Nº de
Área População
Municípios Assentamentos (2014) lotes /
(ha) Estimada*
famílias
Avaré PA Santa Adelaide 33 701,97 165
PA Antônio Lafaiete de Oliveira 20 345,3 100
Gália
PA Margarida Maria Alves 15 327,9 75
PA Zumbi dos Palmares 426 7767,1 2.130
Iaras
PE Nova Vida 19 299,9 95
PDS Emergencial Boa
João Ramalho 27 54,7
Esperança 135
PA Nova Conquista 104 2.501,7 520
Rancharia
PA São Pedro 72 1.763,5 360
Total UGRHI 17 716 13.762,1 3.580
Notas: (*) População estimada: 1 família constituída por 5 pessoas, conforme orientação do ITESP
Fonte: INCRA, 2015.

Conforme mencionado anteriormente, desde 1983, quando se iniciaram os


assentamentos no Estado de São Paulo, até o ano de 2015, no território da UGRHI-17
foram assentadas 716 famílias que correspondem a aproximadamente 3.580 pessoas.
Foram utilizados aproximadamente 13.762,1 hectare, isto é, 137,62 km² de área da UGRHI-
17 para assentar as famílias rurais, correspondendo a 0,8% do total da área da UGRHI-17,
que é de 16.750,43 km².

Comparando população urbana e rural, observa-se no Quadro 13, que


aproximadamente 92% da população da UGRHI-17 estão circunscritas aos perímetros
urbanos.

O conhecimento da evolução da taxa de urbanização é importante, uma vez que, a


urbanização aumenta o desenvolvimento econômico e a competição pelos recursos
naturais. A urbanização também aumenta as áreas impermeáveis e produção de
sedimentos e resíduos sólidos que escoam para a drenagem, aumentando os riscos de
poluição. Este índice é um resumo do perfil predominante que a Bacia e seus municípios
vêm assumindo no período adotado para esta análise.

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Plano de Bacia

Quadro 13. UGRHI-17: Evolução da população urbana e rural.


População Total População Urbana População Rural
Município
2010* 2011 2012 2013 2014 2015 2010* 2011 2012 2013 2014 2015 2010* 2011 2012 2013 2014 2015
Águas de Santa
Bárbara 5.210 5.598 5.632 5.665 5.700 5.734 3.868 4.257 4.292 4.327 4.364 4.400 1.341 1.340 1.338 1.336 1.334 1.332
Alvinlândia 2.834 2.999 3.018 3.036 3.055 3.074 2.428 2.692 2.718 2.743 2.769 2.794 307 300 293 286 280 274
Assis 87.135 95.075 95.734 96.397 97.065 97.738 83.277 90.925 91.555 92.189 92.828 93.472 4.150 4.179 4.208 4.237 4.266 4.296
Avaré 76.312 82.878 83.373 83.871 84.372 84.876 72.236 79.337 79.888 80.440 80.993 81.549 3.541 3.485 3.431 3.379 3.327 3.277
Cabrália Paulista 4.648 4.367 4.358 4.349 4.340 4.331 3.985 3.779 3.774 3.770 3.765 3.761 588 584 579 575 570 566
Campos Novos
Paulista 4.179 4.536 4.563 4.592 4.620 4.648 2.987 3.526 3.572 3.619 3.666 3.711 1.010 991 973 954 937 919
Cândido Mota 29.241 29.879 29.896 29.913 29.931 29.948 26.514 28.091 28.158 28.218 28.275 28.326 1.788 1.738 1.695 1.656 1.622 1.591
Canitar 3.469 4.361 4.421 4.483 4.546 4.610 2.669 4.130 4.197 4.263 4.329 4.393 231 224 220 217 217 217
Cerqueira César 15.121 17.511 17.683 17.858 18.034 18.212 13.037 15.697 15.903 16.111 16.320 16.530 1.814 1.780 1.747 1.714 1.682 1.651
Chavantes 12.189 12.115 12.126 12.136 12.147 12.157 10.436 11.140 11.193 11.242 11.287 11.328 975 933 894 860 829 801
Cruzália 2.611 2.277 2.259 2.240 2.222 2.204 1.595 1.512 1.511 1.510 1.509 1.508 765 748 730 713 696 680
Duartina 12.470 12.253 12.225 12.198 12.171 12.143 10.779 10.999 11.008 11.017 11.025 11.031 1.254 1.217 1.181 1.146 1.112 1.079
Echaporã 6.822 6.322 6.310 6.298 6.286 6.274 5.182 5.035 5.047 5.058 5.069 5.079 1.287 1.263 1.240 1.217 1.195 1.173
Espirito Santo do
Turvo 3.670 4.239 4.294 4.349 4.405 4.462 3.235 3.626 3.673 3.720 3.768 3.816 613 621 629 637 646 654
Fernão 1.434 1.562 1.570 1.579 1.587 1.596 678 849 865 881 896 912 713 705 698 691 684 676
Florínea 3.126 2.831 2.814 2.799 2.782 2.766 2.636 2.514 2.508 2.504 2.497 2.491 317 306 295 285 275 265
Gália 7.862 7.018 6.960 6.901 6.843 6.787 5.595 5.230 5.209 5.186 5.164 5.143 1.788 1.751 1.715 1.679 1.644 1.610
Iaras 3.044 6.337 6.394 6.450 6.507 6.566 1.889 2.820 2.845 2.870 2.895 2.922 3.517 3.549 3.580 3.612 3.644 3.677
Ibirarema 5.699 6.716 6.795 6.876 6.956 7.038 5.091 6.204 6.291 6.379 6.466 6.554 512 504 497 490 484 478
Itatinga 15.429 18.029 18.273 18.520 18.770 19.024 13.518 16.399 16.672 16.948 17.226 17.507 1.630 1.601 1.572 1.544 1.517 1.490
João Ramalho 3.834 4.147 4.171 4.195 4.219 4.243 3.069 3.540 3.579 3.617 3.655 3.692 607 592 578 564 551 539
Lucianópolis 2.156 2.248 2.248 2.248 2.249 2.249 1.651 1.779 1.785 1.790 1.796 1.802 469 463 458 453 447 442
Lupércio 4.228 4.352 4.359 4.365 4.373 4.379 2.108 3.864 3.931 3.986 4.032 4.069 488 428 379 341 310 286
Maracaí 12.998 13.329 13.351 13.373 13.396 13.419 11.415 12.082 12.132 12.180 12.228 12.275 1.247 1.219 1.193 1.168 1.144 1.121
Ocauçu 4.165 4.163 4.161 4.158 4.156 4.153 2.915 3.324 3.356 3.385 3.413 3.440 839 805 773 743 713 685
Óleo 2.992 2.676 2.657 2.638 2.620 2.601 1.772 1.765 1.769 1.773 1.777 1.780 911 888 865 843 821 799
Ourinhos 93.693 102.955 103.734 104.518 105.310 106.106 89.209 100.296 101.055 101.819 102.590 103.366 2.659 2.679 2.699 2.720 2.740 2.761
Palmital 20.681 21.182 21.227 21.273 21.317 21.362 16.776 19.423 19.570 19.705 19.827 19.939 1.759 1.657 1.568 1.490 1.423 1.364

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Plano de Bacia

População Total População Urbana População Rural


Município
2010* 2011 2012 2013 2014 2015 2010* 2011 2012 2013 2014 2015 2010* 2011 2012 2013 2014 2015
Paraguaçu Paulista 39.559 42.255 42.455 42.656 42.858 43.061 36.570 38.293 38.474 38.657 38.840 39.024 3.962 3.981 3.999 4.018 4.037 4.057
Pardinho 4.718 5.574 5.654 5.735 5.817 5.901 2.983 4.383 4.515 4.648 4.779 4.911 1.191 1.139 1.087 1.038 990 944
Paulistânia 1.778 1.779 1.779 1.778 1.778 1.777 998 1.212 1.231 1.250 1.268 1.286 567 548 528 510 491 474
Pedrinhas Paulista 2.858 2.939 2.947 2.954 2.962 2.969 2.312 2.479 2.495 2.510 2.525 2.539 460 452 444 437 430 423
Platina 2.867 3.189 3.220 3.251 3.283 3.314 2.119 2.511 2.549 2.587 2.626 2.665 678 671 664 657 649 643
Pratânia 3.941 4.593 4.648 4.701 4.758 4.813 2.714 3.480 3.551 3.621 3.693 3.764 1.113 1.097 1.080 1.065 1.049 1.033
Quatá 11.652 12.789 12.904 13.021 13.140 13.259 10.545 12.002 12.132 12.263 12.394 12.523 787 772 758 746 736 728
Rancharia 28.754 28.804 28.803 28.802 28.801 28.800 24.973 25.828 25.897 25.964 26.030 26.093 2.976 2.906 2.838 2.771 2.707 2.644
Ribeirão do Sul 4.488 4.446 4.434 4.423 4.412 4.401 2.853 3.295 3.326 3.357 3.386 3.414 1.151 1.108 1.066 1.026 987 950
Salto Grande 8.437 8.784 8.813 8.843 8.871 8.900 7.381 7.930 7.976 8.022 8.066 8.110 854 837 821 805 790 776
Santa Cruz do Rio
Pardo 40.876 43.895 44.118 44.341 44.566 44.791 35.083 40.130 40.487 40.833 41.171 41.499 3.765 3.631 3.508 3.395 3.292 3.198
São Pedro do Turvo 6.889 7.195 7.210 7.224 7.239 7.253 4.400 5.148 5.209 5.268 5.328 5.385 2.047 2.001 1.956 1.911 1.868 1.825
Tarumã 10.731 12.865 13.062 13.261 13.463 13.669 9.635 12.107 12.317 12.526 12.736 12.948 758 745 735 727 721 718
Ubirajara 4.156 4.425 4.449 4.473 4.498 4.522 2.997 3.228 3.249 3.270 3.292 3.313 1.197 1.200 1.203 1.206 1.209 1.212
Total na UGRHI-17 618.956 665.487 669.102 672.741 676.425 680.130 683.874 546.113 606.861 611.464 616.026 620.563 625.064 629.546 72.843 58.626 57.638 56.715
Fonte: SEADE, 2015 / CRHi 2015.

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Plano de Bacia

Figura 15. Evolução da população total, urbana e rural.


Fonte: Seade, 2015.

Cabe destacar que o critério para definir se uma área é urbana ou rural é
eminentemente legal, conforme as Leis de Zoneamento de cada município. Assim, o cálculo
das taxas de urbanização só pode se elaborado obedecendo aos limites dessas leis. Além
disso, os desmembramentos municipais e as alterações nos limites das áreas urbanas e das
zonas rurais modificam os valores das taxas de urbanização dos municípios no decorrer dos
anos adotados para esta análise. Após esses esclarecimentos, apresenta-se o Quadro 14
sobre a evolução da taxa de urbanização.

Quadro 14. Evolução da taxa de urbanização


Taxa de urbanização (%)
MUNICÍPIO
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Águas de Santa Bárbara 76,4 76,0 76,2 76,4 76,6 76,7 76,9
Alvinlândia 90,2 89,8 90,1 90,3 90,6 90,9 91,1
Assis 96,1 95,6 95,6 95,6 95,6 95,6 95,6
Avaré 95,8 95,7 95,8 95,9 96,0 96,1 96,2
Cabrália Paulista 89,6 86,5 86,6 86,7 86,8 86,8 86,9
Campos Novos Paulista 77,8 77,7 78,3 78,8 79,4 79,8 80,4
Cândido Mota 94,3 94,0 94,2 94,3 94,5 94,6 94,7
Canitar 94,7 94,7 94,9 95,1 95,2 95,3 95,4
Cerqueira César 90,2 89,6 89,9 90,2 90,5 90,8 91,0
Chavantes 90,8 92,0 92,3 92,6 92,9 93,2 93,4
Cruzália 66,3 66,4 66,9 67,4 67,9 68,4 68,9
Duartina 87,4 89,8 90,0 90,3 90,6 90,8 91,1
Echaporã 80,5 79,6 80,0 80,3 80,6 81,0 81,3
Espirito Santo do Turvo 84,8 85,5 85,5 85,5 85,5 85,5 85,5

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Plano de Bacia

Taxa de urbanização (%)


MUNICÍPIO
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fernão 57,8 54,4 55,1 55,8 56,5 57,1 57,9
Florínea 89,0 88,8 89,1 89,5 89,8 90,1 90,4
Gália 76,1 74,5 74,8 75,1 75,5 75,8 76,1
Iaras 55,0 44,5 44,5 44,5 44,5 44,5 44,5
Ibirarema 92,6 92,4 92,6 92,8 93,0 93,1 93,3
Itatinga 89,8 91,0 91,2 91,5 91,8 92,0 92,3
João Ramalho 85,7 85,4 85,8 86,2 86,6 87,0 87,4
Lucianópolis 76,4 79,1 79,4 79,6 79,9 80,1 80,4
Lupércio 91,7 88,8 90,2 91,3 92,2 92,9 93,5
Maracaí 88,5 90,6 90,9 91,1 91,3 91,5 91,7
Ocauçu 74,3 79,8 80,7 81,4 82,1 82,8 83,5
Óleo 64,7 66,0 66,6 67,2 67,8 68,4 69,1
Ourinhos 97,3 97,4 97,4 97,4 97,4 97,4 97,4
Palmital 91,9 91,7 92,2 92,6 93,0 93,3 93,6
Paraguaçu Paulista 90,3 90,6 90,6 90,6 90,6 90,6 90,6
Pardinho 79,5 78,6 79,9 81,0 82,2 83,2 84,2
Paulistânia 63,6 68,1 69,2 70,3 71,3 72,4 73,3
Pedrinhas Paulista 84,8 84,3 84,7 85,0 85,2 85,5 85,8
Platina 79,1 78,7 79,2 79,6 80,0 80,4 80,8
Pratânia 75,6 75,8 76,4 77,0 77,6 78,2 78,8
Quatá 93,7 93,8 94,0 94,2 94,3 94,5 94,6
Rancharia 89,2 89,7 89,9 90,1 90,4 90,6 90,8
Ribeirão do Sul 66,5 74,1 75,0 75,9 76,7 77,6 78,4
Salto Grande 90,8 90,3 90,5 90,7 90,9 91,1 91,3
Santa Cruz do Rio Pardo 91,8 91,4 91,8 92,1 92,4 92,7 92,9
São Pedro do Turvo 66,2 71,5 72,2 72,9 73,6 74,3 74,9
Tarumã 93,9 94,1 94,3 94,5 94,6 94,7 94,8
Ubirajara 75,9 72,9 73,0 73,1 73,2 73,3 73,4
Total da UGRHI 17 91,2 91,2 91,4 91,6 91,7 91,9 92,1
Total do Estado de São Paulo 93,8 95,9 96,0 96,1 96,1 96,2 96,3
Fonte: SEADE, 2015/ CRHi 2015.

Verifica-se que, em 2010, a taxa do Estado de São Paulo era de 95,9%, enquanto a
UGRHI-17 registrava 91,2%. Pelo grau de urbanização do Estado verifica-se que, em 2015,
a UGRHI-17 possuía um significativo contingente populacional vivendo na área urbana dos
municípios (92,1%). Isso confirma que o crescimento urbano acompanhou a evolução do
Estado.

40
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Plano de Bacia

Figura 16. UGRHI-17: Taxa de urbanização.


Fonte: Seade, 2015.

Em 2015, o Estado registrou uma taxa de urbanização de 96,1% e a UGRHI-17


92,1%. Treze (13) municípios computaram taxas de urbanização superiores àquelas
registradas para o conjunto da UGRHI-17 (92,1%), a saber: Assis (95,6%), Avaré (96,2%),
Candido Mota (94,7%), Canitar (95,4%), Chavantes (93,4%), Ibirarema (93,3%), Itatinga
(92,3%), Lupércio (93,5%) Ourinhos (97,4%), Palmital (93,6%), Quatá (94,6%), Santa Cruz
do Rio Pardo (92,9%) e Tarumã (94,8%).

Todos os outros vinte e nove (29) municípios apresentaram taxas de urbanização


menores que a média da UGRHI-17, sendo que, quatro (4) deles, apresentam as taxas de
urbanização abaixo de 70%, são eles: Cruzália (68,9%), Fernão (57,9%), Iaras (44,5%) e
Óleo (69,1%).

Através dos dados apresentados, pode-se concluir que o município de Fernão e o


município de Iaras são municípios que possuem grande parte da sua população total
vivendo em áreas rurais (55,5% e 42,1%).

Outro importante aspecto que deve ser abordado com relação a demografia, refere-
se à evolução da densidade demográfica dos quarenta e dois municípios, objeto deste
plano. Cabe destacar que os dados sobre a densidade complementam e enriquecem o
conhecimento sobre o comportamento populacional uma vez que esse índice, normalmente,
é utilizado para verificar a intensidade de ocupação de um território.

41
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Plano de Bacia

A Figura 17 apresenta a evolução das Densidades Demográficas (adotada as faixas


estabelecidas pelo SEADE), na qual se evidencia que, em 2015, havia vine e quarto
municípios (a maioria dos municipios) cujo resultado da relação habitante por km² se situava
entre 10 e 30 hab/km².

No outro extremo devem ser ressaltados Ourinhos que apresentou, na mesma data,
densidade demográfica bastante expressiva (361,4 hab/km2) e Assis, que apresentou 213,7
hab/km2, os mais altos comparados ao índice apresentado para o Estado de São Paulo em
seu conjunto, que foi de 173,42 hab/km2 no ano de 2015.

Ainda, em 2015 três municípios encontravam-se na faixa de densidade menor do que


10 hab/km², são eles: São Pedro do Turvo (9,9), Campos Novos Paulista (9,7) e Paulistânia
(6,9), como confirmam os dados da Figura 17.

Figura 17. Densidade demográfica na UGRHI-17.


Fonte: SEADE, 2015/CRHi 2015.

Vale destacar que a densidade demográfica da própria Bacia é considerada baixa


registrando, em 2015, aproximadamente 40,8 hab/km².

Quadro 15. Densidade demográfica das UPHs.


Densidade
UPH (Unidades de
Área (km²) População (hab.) demográfica
Planejamento Hidrico)
(hab./km²)
Capivara 4.798,57 202.172 42,1
Pardo 5.050,66 313.205 62,0
Pari/Novo 2.686,24 110.153 41,0
Turvo 4.214,96 58.344 13,8
Total UGRHI-17 16.750,43 683.874 40,8

42
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Plano de Bacia

Conforme se observa no Quadro 15, a UPH Pardo é a que possui a maior densidade
demográfica, apresentando um valor de 62 habitantes por km². Essa Sub-bacia concentra
46% da população da UGRHI, embora outros 30% se concentrem na UPH Capivara que
possui uma área de 4.798,57 km².

O somatório da população das UPHs Pardo e Capivara equivalem a 76% da


população total da UGRHI 17. É importante deixar claro que as sub-bacias, na maioria das
vezes englobam parcelas territoriais de diversos municípios, pois nem sempre os limites
administrativos coincidem com os limites hídricos. Desta forma, a distribuição da população
por UPH’s seguiu a metodologia apresentada no Plano do Paranapanema Federal (ANA,
2016).

4.1.1.2 Responsabilidade social e desenvolvimento humano

O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) é um sistema de indicadores


socioeconômicos referidos a cada município do Estado de São Paulo, destinado a subsidiar
a formulação e a avaliação de políticas públicas na esfera municipal. Com o IPRS, a
Fundação Seade procurou criar, para o Estado de São Paulo, um indicador que,
preservando as três dimensões (renda, escolaridade e longevidade) do Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH tivesse como base:

• Variáveis aptas a captar mudanças nas condições de vida do município em curto


espaço de tempo;
• Registros administrativos que satisfizessem as condições de periodicidade e
cobertura, necessárias para atualização do indicador para os anos entre os censos
demográficos e para todos os municípios do Estado;
• Uma tipologia de municípios que permitisse identificar, simultaneamente, a situação
de cada um nas dimensões renda, escolaridade e longevidade. Esse tipo de
indicador, apesar de não ser passível de ordenação, possibilita um maior
detalhamento das condições de vida existentes no município, o que é fundamental
quando se pensa no desenho de políticas públicas específicas para municípios com
diferentes níveis e padrões de desenvolvimento.

A partir desses parâmetros, compôs-se o IPRS: três dimensões setoriais, que


mensuram as condições atuais do município em termos de renda, escolaridade e
longevidade – permitindo, nesse caso, o ordenamento dos 645 municípios do Estado de São
Paulo segundo cada uma dessas dimensões – e uma tipologia constituída de cinco grupos,
denominada grupos do IPRS, que resume a situação dos municípios segundo os três eixos
considerados. Assim, apesar de representarem as mesmas dimensões, os componentes

43
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Plano de Bacia

dos indicadores setoriais são distintos daqueles utilizados pelo IDH. Em cada uma das três
dimensões foram criados indicadores sintéticos, que permitem a hierarquização dos
municípios paulistas conforme seus níveis de riqueza, longevidade e escolaridade. Esses
indicadores, expressos em uma escala de 0 a 100, constituem uma combinação linear das
variáveis selecionadas para compor cada dimensão. A estrutura de ponderação foi obtida de
acordo com um modelo de análise fatorial, em que se estuda a estrutura de
interdependência entre diversas variáveis.

O Quadro 16, a seguir, apresenta a composição dos 5 grupos do IPRS. As definições


explicitadas fornecem as condições básicas para a apresentação do IPRS, que, de forma
sucinta, traduzem as condições socioeconômicas da UGRHI-17, conforme Quadro 17.

Quadro 16. Grupos do IPRS.


GRUPO CATEGORIAS
Alta riqueza, alta longevidade e média escolaridade.
Alta riqueza, alta longevidade e alta escolaridade.
Grupo 1
Alta riqueza, média longevidade e média escolaridade.
Alta riqueza, média longevidade e alta escolaridade.
Alta riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade.
Alta riqueza, baixa longevidade e média escolaridade.
Grupo 2 Alta riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade.
Alta riqueza, média longevidade e baixa escolaridade.
Alta riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade.
Baixa riqueza, alta longevidade e alta escolaridade.
Baixa riqueza, alta longevidade e média escolaridade.
Grupo 3
Baixa riqueza, média longevidade e alta escolaridade.
Baixa riqueza, média longevidade e média escolaridade.
Baixa riqueza, baixa longevidade e média escolaridade.
Baixa riqueza, baixa longevidade e alta escolaridade.
Grupo 4
Baixa riqueza, média longevidade e baixa escolaridade.
Baixa riqueza, alta longevidade e baixa escolaridade.
Grupo 5 Baixa riqueza, baixa longevidade e baixa escolaridade.
Fonte: SEADE, 2012.

Para o Estado de São Paulo, o IPRS mais atualizado refere-se ao ano de 2012, que
foi a base utilizada para os municípios da UGRHI-17.
Quadro 17. Índice Paulista de Responsabilidade Social – IPRS 2012 – UGRHI-17.
IPRS ano de 2012
Municípios
Riqueza Longevidade Escolaridade Grupo do IPRS
Águas de Santa Bárbara 40 69 56 3
Alvinlândia 30 70 60 3
Assis 36 71 62 3
Avaré 37 69 56 3
Cabrália Paulista 33 52 53 5
Campos Novos Paulista 32 72 56 3
Cândido Mota 37 66 60 4
Canitar 34 56 43 5
Cerqueira César 38 67 53 4
Chavantes 38 66 47 5
Cruzália 38 59 56 4

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IPRS ano de 2012


Municípios
Riqueza Longevidade Escolaridade Grupo do IPRS
Duartina 29 74 70 3
Echaporã 32 68 58 3
Espirito Santo do Turvo 35 70 54 3
Fernão 27 88 64 3
Florínea 35 64 56 4
Gália 31 60 50 5
Iaras 33 71 45 4
Ibirarema 37 66 54 4
Itatinga 35 70 55 3
João Ramalho 34 54 55 4
Lucianópolis 33 70 61 3
Lupércio 32 73 59 3
Maracaí 37 74 59 3
Ocauçu 31 58 52 5
Óleo 29 68 52 4
Ourinhos 37 72 56 3
Palmital 39 75 57 3
Paraguaçu Paulista 37 65 59 4
Pardinho 38 73 46 4
Paulistânia 30 77 65 3
Pedrinhas Paulista 39 76 64 3
Platina 32 75 50 4
Pratânia 37 72 48 4
Quatá 37 60 50 5
Rancharia 36 70 62 3
Ribeirão do Sul 32 72 65 3
Salto Grande 35 65 52 5
Santa Cruz do Rio Pardo 37 75 61 3
São Pedro do Turvo 31 68 57 3
Tarumã 39 71 53 4
Ubirajara 31 74 55 3
Média do IPRS - UGRHI 17 35 69 56 4
Fonte: SEADE, 2012.

Para o ano de análise (2012), as informações do IPRS indicam que nenhum dos
municípios da UGRHI-17 apresentou condições socioeconômicas favoráveis, em que seu
IPRS ficou no grupo 1. No grupo 2, onde predomina a alta renda, variando a longevidade e a
escolaridade, também não foram constatados na UGRHI-17 municípios que se
enquadrassem nesse perfil. No entanto, 22 municípios da UGRHI-17 estão enquadrados no
grupo 3 do IPRS, onde predomina a baixa riqueza, com variações na escolaridade e
longevidade.

Observa-se também que parte da população da UGRHI-17 encontra-se em


condições socioeconômicas bastante vulneráveis, na medida em que as informações acima
apontam que 20 municípios, em 2012, registraram IPRS nos grupos 4 e 5, nos quais as
precariedades econômicas são preponderantes. Desse conjunto, Cabrália Paulista, Canitar,

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Chavantes, Gália, Ocauçu, Quatá e Salto Grande estão enquadrados no grupo 5, que se
constitui o grupo mais desfavorável do IPRS.

A Figura 18 apresenta a evolução dos municípios quanto ao IPRS na UGRHI-17.


Comparando os anos analisados, observa-se que houve um aumento dos municípios
enquadrados no grupo 2, de 6 municípios, em 2012 comparando com 2010. Nos grupos 4 e
5 , se somados, em 2010 existiam 25 municípios enquadrados, e em 2012 este numero
passou para 20. Pode-se concluir através desses dados, que houve uma melhora no índice
de responsabilidade social da UGRHI-17 comparado com os anos anteriores. Todavia, em
2004 havia 2 municípios no Grupo 01, enquanto que em 2012 não há mais nenhum
enquadrado neste seleto grupo.

Figura 18. Índice Paulista de Responsabilidade Social.


Fonte: SEADE, 2012

A Figura 19 apresenta a evolução do IPRS na bacia do Médio Paranapanema desde


o ano de 2004, até o ano de 2012, nos anos que os dados foram disponibilizados pela
Fundação SEADE.

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Figura ilustrativa

Figura 19. IPRS na UGRHI-17.


Fonte: Dados – CRHi 2015 / Seade, 2012.

O IDHM (índice de desenvolvimento humano municipal) é um indicador que sintetiza


três aspectos do desenvolvimento humano: vida longa e saudável, acesso ao conhecimento
e padrão de vida, traduzidos nas dimensões de longevidade, educação e renda, como já
explicito anteriormente, distintos dos indicadores utilizados para o IPRS. Quanto mais
próximo de 1, maior o desenvolvimento humano do município, classificado segundo as
categorias indicadas no Quadro 18.

Quadro 18. Faixa de valores do IDHM.


Faixas Valores
Muito Alto 0,80 – 1,0
Alto 0,70 – 0,799
Médio 0,60 – 0,699
Baixo 0,50 – 0,599
Muito Baixo 0,00 – 0,499

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Figura 20. IDHM na UGRHI-17.


Fonte: SEADE, 2010.

Comparando os índices de desenvolvimento humano nos municípios da Bacia do Rio


Médio Paranapanema, entre 2000 e 2010, houve um aumento no número de municípios
com o índice classificado como alto (de 2 municípios para 37 municípios) e acrescentou um
município com classificação muito alto. Consequentemente, o número de municípios
classificados com o IDH baixo, diminuiu (de 12 municípios para 0 municípios). Apenas
quatro municípios foram classificados como IDH médio. O Quadro 19 e a Figura 20
apresentam a evolução do IDHM nos municípios da bacia do Médio Paranapanema
comparando dados de 2000 e 2010, anos que os dados foram disponibilizados pelo Atlas de
desenvolvimento humano no Brasil, de 2013.

Quadro 19. IDHM dos municípios da UGRHI-17.


Índice de Desenvolvimento Humano
Municípios
2000 2010
Águas de Santa Bárbara 0,668 0,757
Alvinlândia 0,555 0,722
Assis 0,728 0,805
Avaré 0,683 0,767
Cabrália Paulista 0,577 0,694
Campos Novos Paulista 0,592 0,706
Cândido Mota 0,656 0,747
Canitar 0,545 0,680
Cerqueira César 0,631 0,729
Chavantes 0,642 0,729
Cruzália 0,690 0,774
Duartina 0,638 0,748
Echaporã 0,634 0,745
Espirito Santo do Turvo 0,573 0,696
Fernão 0,642 0,703
Florínea 0,642 0,713
Gália 0,606 0,709
Iaras 0,568 0,674

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Índice de Desenvolvimento Humano


Municípios
2000 2010
Ibirarema 0,662 0,708
Itatinga 0,595 0,706
João Ramalho 0,621 0,741
Lucianópolis 0,598 0,733
Lupércio 0,592 0,724
Maracaí 0,679 0,771
Ocauçu 0,628 0,717
Óleo 0,631 0,730
Ourinhos 0,696 0,778
Palmital 0,671 0,746
Paraguaçu Paulista 0,663 0,762
Pardinho 0,627 0,727
Paulistânia 0,630 0,718
Pedrinhas Paulista 0,730 0,774
Platina 0,564 0,719
Pratânia 0,621 0,701
Quatá 0,653 0,738
Rancharia 0,680 0,751
Ribeirão do Sul 0,603 0,747
Salto Grande 0,623 0,704
Santa Cruz do Rio Pardo 0,672 0,762
São Pedro do Turvo 0,599 0,703
Tarumã 0,654 0,753
Ubirajara 0,586 0,727
Fonte: SEADE, 2010.

Observa-se que, somente o município de Assis está classificado como muito alto no
IDHM no ano de 2010. Na lista de classificação dos municípios do Estado de São Paulo,
divulgada pelo Atlas de Desenvolvimento humano no Brasil (2013), Assis está na 14ª
posição no ano de 2010.

Os municípios que estão classificados como IDHM médio (0,60-0,699) são: Cabrália
Paulista, Canitar, Espírito Santo do Turvo e Iaras.

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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 21. Evolução do IDHM nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: SEADE, 2010.

A melhora no índice de desenvolvimento social se dá através da melhora em índices


referentes à educação (aumento do nível de escolaridade), longevidade (expectativa de vida
ao nascer) e renda per capita dos residentes do município.

4.1.1.3 Índice paulista de vulnerabilidade social

O Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS) é um sistema de indicadores que


expressam o grau de desenvolvimento social e econômico dos municípios do Estado de São
Paulo. A dimensão socioeconômica compõe-se da renda apropriada pelas famílias e do
poder de geração da mesma por seus membros, considerando que os níveis baixos de
renda definem a situação de pobreza, enquanto a escassez de fontes de rendimentos
seguros e regulares delimitam situações concretas de riscos à pobreza. Já a demográfica
está relacionada ao ciclo de vida familiar, expressas pela idade do responsável e a presença
de crianças com idade até quatro anos, não relacionando pobreza e ciclo de vida.

A partir desses parâmetros, compôs-se o IPVS constituído de sete grupos. O Quadro


20, a seguir, apresenta a composição dos 7 grupos do IPVS. As definições explicitadas
fornecem as condições básicas para a apresentação do IPVS, ano 2010, que, de forma
sucinta, traduzem as condições da UGRHI-17, conforme Quadro 21.

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Quadro 20. Grupos do IPVS.


Dimensões
Grupo Socio- IPVS
Ciclo de vida familiar
econômica
1 Muito alta Famílias jovens, adultas e idosas Baixíssima vulnerabilidade
2 Média Famílias adultas e idosas Vulnerabilidade muito baixa
3 Média Famílias jovens Vulnerabilidade baixa
4 Baixa Famílias adultas e idosas Vulnerabilidade média
5 Baixa Famílias jovens Vulnerabilidade alta
6 Baixa Famílias jovens Vulnerabilidade muito alta
7 Baixa Famílias idosas, adultas e jovens Vulnerabilidade alta
Fonte: Fundação Seade. Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, 2014.

Quadro 21. Distribuição (%) da população dos municípios da UGRHI-17 nos grupos do IPVS.
População (%) - 2010
Municípios
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
Águas de Santa Bárbara - 55,7 21,6 22,7 - - -
Alvinlândia 7,2 - - 92,8 - - -
Assis 2,4 53,7 12,6 25,4 5,9 - -
Avaré 1,5 46,1 18,1 17,8 16,5 - -
Cabrália Paulista - - - 68,6 23,4 - 8,1
Campos Novos Paulista - 9,0 3,5 59,0 18,7 - 9,7
Cândido Mota - 37,9 - 48,8 12,8 - 0,6
Canitar - - 5,3 63,1 31,6 - -
Cerqueira César - 42,4 2,0 29,8 25,9 - -
Chavantes - 29,4 5,5 57,6 5,3 - 2,1
Cruzália - 33,8 - 49,6 - - 16,5
Duartina - 30,3 - 69,7 - - -
Echaporã 2,7 21,0 2,8 70,2 - - 3,3
Espirito Santo do Turvo - 14,5 36,0 41,4 8,1 - -
Fernão - 23,9 21,7 54,4 - - -
Florínea - - - 10 - - - -
Gália - 26,8 8,2 57,8 - - 7,2
Iaras - 11,8 19,7 - 32,6 - 35,9
Ibirarema - 12,4 1- 72,2 - 5,4 -
Itatinga - 15,8 14,1 18,9 49,5 - 1,7
João Ramalho - 8,0 - 58,0 34,0 - -
Lucianópolis 9,1 12,5 - 78,4 - - -
Lupércio - - 6,9 68,8 24,3 - -
Maracaí - 28,1 10,5 56,1 5,4 - -
Ocauçu - 18,2 10,9 55,5 10,6 - 4,8
Óleo - 52,0 - 16,4 31,6 - -
Ourinhos 1,6 38,9 10,7 38,2 10,4 - 0,2
Palmital - 51,0 3,3 41,9 2,9 - 1,0
Paraguaçu Paulista - 33,6 8,2 35,9 20,8 - 1,4

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Plano de Bacia

População (%) - 2010


Municípios
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7
Pardinho - 43,1 33,2 2,8 20,9 - -
Paulistânia - 21,2 11,6 67,1 - - -
Pedrinhas Paulista 6,6 25,8 - 58,5 - - 9,0
Platina 6,0 - - 79,9 - - 14,1
Pratânia - 31,2 38,3 30,6 - - -
Quatá - 29,0 13,3 46,1 11,6 - -
Rancharia - 33,9 5,2 46,3 13,2 - 1,4
Ribeirão do Sul - 32,6 - 58,0 5,3 - 4,1
Salto Grande - 20,4 3,6 65,6 7,4 - 3,0
Santa Cruz do Rio Pardo - 43,8 12,1 35,8 8,3 - -
São Pedro do Turvo - 31,5 4,0 33,3 22,2 - 9,0
Tarumã 1,4 2- 24,2 33,8 20,6 - -
Ubirajara - 14,5 30,3 55,2 - - -
Média do IPVS UGRHI 17 0,9 25,1 9,7 49,6 11,4 0,1 3,2
Fonte: Seade, 2010.

As informações do IPVS indicam que a maioria da população dos municípios da


UGRHI-17, se enquadra no Grupo 4 – Vulnerabilidade média, com a dimensão
socioeconômica baixa e famílias adultas e idosas. O município que melhor se enquadra no
IPVS, é o município de Águas de Santa Bárbara, com mais de 50% da sua população
enquadrada no Grupo 2 (vulnerabilidade muito baixa), seguido de Assis, Óleo e Palmital,
nos quais a população se enquadra, em sua maior parte, no grupo 2.

O município de Iaras, é o município que grande parte da população (35,9%) se


enquadra no grupo 7, de alta vulnerabilidade, com a dimensão socioeconômica baixa e
famílias idosas e adultas, e a maioria pertencentes à áreas rurais.

4.1.2 Dinâmica econômica

De forma geral, pode-se afirmar que a Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema


se constitui basicamente como uma bacia rural, uma vez que sua principal fonte econômica
está ligada a atividades agrícolas, com a cultura canavieira apresentando destaque. A
produção de milho, soja e laranja também são representativas no contexto estadual e a
avicultura, que representa uma produção de 2% no total do Estado de São Paulo. De acordo
com o PERH (Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo) a UGRHI-17 é
classificada como Agropecuária.

Adotou-se para esta análise dados sobre o setor primário, secundário e terciário,
disponíveis no Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE, 2015), fornecidos pelo CRHi

52
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Plano de Bacia

para os anos de 2010 a 2015, e também os dados do Ministério do trabalho e emprego,


2014. Entretanto, é importante ressaltar que os dados disponíveis acerca do uso dos
recursos hídricos nos três setores da economia são muito escassos na bacia em questão.

4.1.2.1 Agropecuária

A agropecuária representa o conjunto das atividades ligadas à agricultura e à


pecuária. É grande importância para a economia da UGRHI-17, uma vez que, é a principal
atividade econômica da UGRHI.

A intensidade de atividade de agricultura e pecuária em uma região representa


grandes demandas de quantidade de água, uma vez que essas atividades são consideradas
como as maiores demandas, em volume de recursos hídricos, além de influenciarem
diretamente na qualidade dos recursos hídricos. De uma maneira geral, pode-se dizer que a
qualidade de uma determinada água é função do uso e ocupação da terra na bacia
hidrográfica. A interferência do homem como na poluição de origem agrícola tem uma
implicação direta na qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

A área total dos municípios da UGRHI-17, conforme anteriormente apresentada, é de


16.696,70 km². Desse total aproximadamente 61% do território são comprometidos com a
agropecuária (cobertura herbácea arbustiva).

• Agricultura

A agricultura foi divida em faixas, a primeira denominada de Lavouras permanentes,


que segundo o IBGE é a área plantada ou em preparo para o plantio de culturas de longa
duração, que após a colheita não necessitassem de novo plantio, produzindo por vários
anos sucessivos. Foram incluídas nesta categoria as áreas ocupadas por viveiros de mudas
de culturas permanentes. E as lavouras temporárias que abrangeu as áreas plantadas ou
em preparo para o plantio de culturas de curta duração (via de regra, menor que um ano) e
que necessitassem, geralmente de novo plantio após cada colheita, incluíram-se também
nesta categoria as áreas das plantas forrageiras destinadas ao corte.

Os principais produtos da lavoura temporária que se desenvolvem na UGRHI-17 são:


cana-de-açúcar, milho e soja. Em 2012, a UGRHI-17 produzia 379.327 hectares de Cana-
de-açúcar em 37 dos 42 municípios pertencentes a unidade hidrográfica, isso representava
71,71% da área total da UGRHI utilizada para a agricultura e 2,32% do total da produção
estadual dessa cultura (em ha). Os municípios Paraguaçu Paulista (43.600 hectares),
Rancharia (34.000 hectares), Quatá (24.000 hectares), Santa Cruz do Rio Pardo (23.850
hectares), Palmital (21.000 hectares), Cândido Mota (21.000 hectares) e Tarumã (20.200

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Plano de Bacia

hectares), se somados contribuem com 50% do total da cultura da cana-de-açúcar na


UGRHI-17. A produção do milho representa 21% do total das culturas na UGRHI-17 e 21%
da produção em todo o Estado de São Paulo, este, por sua vez é cultivado em todos os
municípios de forma mais homogênea, podendo-se destacar somente os municípios de
Candido Mota, Maracaí e Palmital. A produção de soja também representa 21% do total das
culturas na UGRHI-17 e aproximadamente 30% da produção em todo o Estado de São
Paulo. A soja é cultivada em 33 municípios da UGRHI-17.

Figura 22. Produtos em 2012 – lavouras temporárias


Fonte: Seade, 2012.

As outras culturas temporárias de menor área ocupada são: Mandioca e Amendoim,


e, representando apenas 1,8% do total da área agricultável da UGRHI-17, outras culturas:
arroz, aveia, batata, feijão, mamão, melancia, sorgo, tomate, trigo e uva. A Figura 22 ilustra
os produtos das lavouras temporárias desenvolvidos na Bacia do Médio Paranapanema.

A área ocupada por lavouras temporárias na Bacia Hidrográfica do Médio


Paranapanema representa 6% do total da área agricultável. A produção de laranja foi a mais
expressiva na UGRHI 17 com relação às culturas permanentes, representando 64%. Em
seguida está a produção de café, que representa 29% da área de culturas permanentes na
UGRHI-17.

As outras culturas temporárias de menor área ocupada são: abacate, banana,


borracha, caqui, coco, goiaba, limão, manga, maracujá, palmito, pera, pêssego, tangerina e
uva, que juntos, representam 6% da área total de culturas permanentes na UGRHI-17.A
Figura 23 ilustra os produtos de lavouras permanentes na Bacia do Médio Paranapanema.

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Plano de Bacia

Figura 23. Produtos em 2012 – lavouras permanentes


Fonte: Seade, 2012.

• Criação de Animais

A criação de animais se refere conjuntamente as atividades de criação bovina de


corte e leiteira (pecuária), avicultura, suinocultura, entre outros. O principal problema
causado pela pecuária em relação aos recursos hídricos é o comprometimento da qualidade
das águas com dejetos dos animais, antibióticos e hormônios e pesticidas utilizados no
cultivo de rações, além de assoreamento causado por pastagens degradadas e o
desmatamento de áreas de vegetação nativa para ocupação com áreas de pastagens.

Para esta análise foram selecionadas três classificações: a bovinocultura (bovinos,


bubalinos), a avicultura (galinhas, codornas, frangos) e a suinocultura.

Na UGRHI-17, em 2015, a criação de bovinos e bubalinos corresponde a 723.942


animais, representando aproximadamente 7,08% do total do Estado de São Paulo.
Destacam-se nessa criação os municípios de: Rancharia com 120.890 cabeças; Santa Cruz
do Rio Pardo com 53.950 cabeças; Echaporã, com 47.807 cabeças; Avaré, com 46.500
cabeças, São Pedro do Turvo, com 44.652 e Paraguaçu Paulista que contabilizou 40.118
animais. Nesses seis municípios estavam concentrados, em 2015, 48,89% de todos os
bovinos e bubalinos criados na UGRHI-17. Importante ressaltar que 39 dos 42 municípios
integrantes da UGRHI-17 reservaram partes de áreas de suas respectivas zonas rurais para
a criação de bovinos ou bubalinos, que no âmbito da pecuária é destinado ao corte e à
produção de leite. Os municípios que não possuem criação de bovinos são: Cabrália
Paulista, Cruzália e Paulistânia.

A avicultura da UGRHI-17 comparada com o Estado de São Paulo registra uma


criação de 1,68% do total paulista, correspondendo a 13.332.000 aves. Os municípios que
mais se dedicaram na avicultura em 2015 foram: Itatinga, com 2.753.650 aves, Pratânia,

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com 2.250.000 animais, Aguas de Santa Bárbara com 1.787.500 aves, seguidos pelos
municípios de Rancharia que contabilizou 1.600.000 animais e Avaré com 1.551.000 aves.
Esses municípios representaram 74,57% do total da UGRHI-17.

Em 2015, a criação de suínos na UGRHI-17 correspondia a 19,17% do total do


Estado de São Paulo, totalizando 208.234 animais. Os municípios com a maior criação de
suínos foram: Cerqueira César, com 171.911 animais, seguido por Salto Grande, Ourinhos,
Paraguaçu Paulista e Santa Cruz do Rio Pardo, com 9.000, 4.200, 4.000, e 3.300 animais,
respectivamente. Esses municípios representam 92,40% do total da Bacia.

A Figura 24 apresenta a comparação no numero de animais entre os anos de 2010 e


2015 na UGRHI-17. Pode-se observar que no período a avicultura segue como a maior
atividade na UGRHI-17 e também com maior taxa de crescimento, seguida pela pecuária e
em terceiro lugar a suinocultura, em número de animais.

De acordo com os dados apresentados na Figura 24 pode-se observar que houve


uma queda de 15% no número de bovinos/bubalinos da UGRHI-17, comparando 2010 e
2015. Em relação a avicultura e suinocultura, houve um aumento de 22% e 23%
respectivamente no número de animais comparando os anos de 2010 e 2015.

Figura 24. Número animais da agropecuária na UGRHI-17.


Fonte: SEADE, 2015.

Para desenvolvimento da análise do número de estabelecimentos e emprego formais


agropecuários foram utilizadas a fonte de dados do SEADE para os anos de 2010, 2011,
2012, 2013 e 2014.

Em relação ao número de estabelecimentos do setor da agropecuária, em 2010,


havia 3.535 estabelecimentos que empregavam 31.816 pessoas. Dois anos depois, em

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2012, a UGRHI-17 computou uma retração nos estabelecimentos agropecuários de 133


estabelecimentos, passando a registrar 3.402 estabelecimentos, consequentemente
também houve uma diminuição nos postos de trabalho, quando se verificou que haviam
31.655 empregos formais vinculados ao setor primário da economia, em 2012 (SEADE,
2014). Nos anos seguintes, 2013 e 2014, o número de estabelecimentos no setor foi
diminuindo, com 3.383 e 3.381 estabelecimentos, respectivamente.

Com relação aos empregos no setor, no ano de 2013 houve um aumento de número
de empregados de 1.300 em relação ao ano anterior (2012) e novamente uma queda no ano
de 2014 para 32.033. A Figura 25 mostra a variação do numero de estabelecimentos e
número de empregados da agropecuária na UGRHI-17 no período analisado.

Torna-se imprescindível aqui afirmar a atenção que deve ser dada a agropecuária,
no que concerne a utilização da água para o desenvolvimento dos diferentes produtos. Além
disso, o uso de defensivos agrícolas (agrotóxicos) deve ser uma preocupação constante,
uma vez que comprometem seriamente os cursos d’água e os mananciais de abastecimento
público.

Figura 25. Número de estabelecimentos/empregos da agropecuária na UGRHI-17.


Fonte: Seade, 2015 e CHRi 2015.

• Estrutura Fundiária

O levantamento da estrutura fundiária foi feito com base no “Projeto LUPA”,


desenvolvido pela CATI. Os dados aqui apresentados referem-se a totalidade dos
municípios presentes na UGRHI, isto é, considera também a porção destes municípios que
se encontram fora da UGRHI.

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Como pode ser observado no Quadro 22 e na Figura 26, a estrutura fundiária na


UGRHI é bastante heterogênea. A maioria das unidades de produção possui área entre 20 e
50 ha, configurando assim, pequenas propriedades. Todavia, ainda existem na UGRHI 17
176 unidades de produção com área maior que 1.000 ha, sendo estas consideradas
propriedades de grande porte, para os padrões do Estado de São Paulo.

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Quadro 22. Estrutura fundiária nos municípios que compõem a UGRHI-17.


Área da UPA (ha)
Município
(0,1] (1, 2] (2,5] (5,10] (10,20] (20,50] (50,100] (100,200] (200,500] (500,1.000] (1.000,2.000] (2.000,5.000] (5.000,10.000] > 10.000
Águas de Santa Bárbara 1 9 68 88 94 130 45 39 25 1 4 2 - -
Alvinlândia 1 1 14 34 45 34 13 11 8 1 1 - - -
Assis 17 9 104 111 157 197 66 42 23 12 - 1 - -
Avaré 4 8 60 71 112 154 102 83 89 25 8 4 1 -
Cabrália Paulista 1 3 14 17 21 34 29 34 33 3 2 - - -
Campos Novos Paulista - 3 48 44 81 150 71 43 40 9 1 1 1 -
Cândido Mota 7 10 61 140 310 389 141 62 46 4 2 - - -
Canitar - 3 8 18 11 18 2 3 4 - - 1 - -
Cerqueira César 2 6 72 96 121 197 97 54 28 13 6 - - -
Chavantes - 1 7 4 15 19 11 15 16 7 2 - - -
Cruzália 1 3 25 24 48 90 32 22 12 1 - - - -
Duartina 5 8 65 75 105 110 40 35 22 6 2 - - -
Echaporã 8 11 31 65 55 69 52 38 47 19 7 1 - -
Espírito Santo do Turvo - 2 77 13 26 30 37 18 7 9 2 1 - -
Fernão - 7 43 47 95 45 23 12 8 - - - - -
Florínia 1 2 28 18 28 35 43 14 20 5 2 - - -
Gália 2 8 49 59 59 67 29 26 30 7 8 - - -
Iaras 4 1 67 31 149 77 27 16 5 7 1 1 - 1
Ibirarema 1 5 54 77 118 155 47 24 15 7 - - - -
Itatinga 4 10 54 32 60 94 83 57 57 27 11 5 - -
João Ramalho - 1 21 26 37 97 39 25 29 9 4 1 1 -
Lucianópolis 1 3 13 40 30 47 21 14 21 6 2 - - -
Lupércio 12 4 18 26 31 55 22 23 9 4 - 1 - -
Maracaí - 10 61 87 172 216 118 49 32 7 1 2 - -
Ocauçu 4 6 68 43 66 101 52 26 26 7 2 1 - -
Óleo - 2 30 47 95 140 48 22 5 - 1 1 - -
Ourinhos 7 15 75 60 73 69 15 21 19 9 2 1 - -
Palmital 7 15 75 60 73 69 15 21 19 9 2 1 - -
Paraguaçu Paulista 3 7 92 127 235 389 179 112 81 14 3 2 1 -
Pardinho 3 1 37 33 56 95 34 18 19 7 1 - - -

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Área da UPA (ha)


Município
(0,1] (1, 2] (2,5] (5,10] (10,20] (20,50] (50,100] (100,200] (200,500] (500,1.000] (1.000,2.000] (2.000,5.000] (5.000,10.000] > 10.000
Paulistânia - 7 32 17 23 65 20 22 19 10 4 - - -
Pedrinhas Paulista 3 3 42 51 116 87 17 9 12 2 - - - -
Platina - 2 75 38 88 116 43 29 19 6 3 - - -
Pratânia 3 2 26 23 40 75 39 15 21 2 1 1 - -
Quatá - 4 31 44 61 95 73 60 43 10 7 5 - -
Rancharia - 13 63 113 261 199 133 104 114 26 18 6 3 -
Ribeirão do Sul - 5 35 64 124 116 33 17 9 3 1 - - -
Salto Grande - 1 26 66 81 92 21 11 8 2 - 1 - -
Santa Cruz do Rio Pardo 2 5 67 165 347 494 209 98 43 12 4 2 1 -
São Pedro do Turvo 6 10 74 108 225 259 120 84 49 9 4 2 - -
Tarumã - 5 25 37 69 132 64 29 23 3 1 - 1 -
Ubirajara 3 4 50 51 103 136 60 36 20 5 2 - - -
Número de UPAS 113 235 1.985 2.390 4.116 5.238 2.365 1.493 1.175 325 122 44 9 1

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Figura 26. Distribuição fundiária das unidades de produção agropecuárias na UGRHI-17.


Fonte: Projeto LUPA – CATI, 2008.

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4.1.2.2 Atividade industrial

De maneira geral a atividade industrial demanda grandes quantidades de água e


influencia diretamente na qualidade dos recursos hídricos. O uso da água no setor industrial
se realiza de varias formas, dentre elas como insumo no processo produtivo, uso em
sistemas de resfriamento de equipamentos e também para fins sanitários. Todavia, na bacia
do Médio Paranapanema a atividade industrial não apresenta tal relevância, até o presente
momento.

O setor industrial da UGRHI 17 é constituído pela indústria extrativa mineral,


construção civil, utilidade pública e pela indústria de transformação, segundo a terminologia
adotada na fonte de pesquisa RAIS – Relação Anual de Informação Social de 2009 (MTE,
2009). A indústria de transformação contava em 2009 com 1.229 estabelecimentos, ou seja,
70,5% do total de indústrias, que era de 1.745 unidades na totalidade da UGRHI 17. A
Figura 27 mostra a distribuição das indústrias segundo seus ramos, em 2009.

Figura 27. Estabelecimentos industriais na UGRHI 17


Fonte: MTE, 2009

Para o desenvolvimento da análise do número de estabelecimentos e emprego


formais nas indústrias foi utilizada a fonte de dados do SEADE para os anos de 2010, 2011,
2012, 2013 e 2014. O setor secundário (atividades industriais) da UGRHI-17 é constituído
por indústrias extrativa mineral, construção civil, utilidade pública e indústria de
transformação, segundo terminologia adotada na fonte de pesquisa do Ministério do
Trabalho e Emprego – MTE.

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Figura 28. Número de estabelecimentos industriais na UGRHI-17.


Fonte: Seade, 2015 e CHRi 2015.

Em 2010, a Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema detinha 1.200


estabelecimentos industriais que propiciavam emprego formal a 27.978 trabalhadores. Dois
anos depois, em 2012, foi possível verificar que houve um incremento dos empreendimentos
fabris, passando a UGRHI-17 a abrigar 85 novas instalações industriais, totalizando 1.285
estabelecimentos no setor industrial, fazendo com que o numero de empregos formais
também aumentasse, passando para 29.010 trabalhadores.

Em 2014, o número de estabelecimentos industriais aumentou aproximadamente 4%


em relação ao ano de 2012, passando a possuir 1.336 estabelecimentos. Mesmo com o
aumento do número de indústrias, houve uma queda no número de empregados no setor.
No ano de 2013, houve um aumento de 4% no número de empregos nas indústrias, e 2014,
houve uma queda de 3,2%, possuindo 29.142 trabalhadores.

Figura 29. Número de empregos nos estabelecimentos industriais na UGRHI-17.


Fonte: Seade, 2015 e CHRi 2015.

63
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Dentre os municípios da UGRHI-17 que apresentam o maior número de


estabelecimentos industriais, está Ourinhos, com 362 indústrias, representando 18% do total
de estabelecimentos, seguido por Avaré com 13%, Assis com 12% e Santa Cruz do Rio
Pardo, com 11%.

Entre 2010 e 2014 foi possível verificar que seis municípios da UGRHI-17 tiveram
uma contração no número de estabelecimentos industriais, sendo eles: São Pedro do Turvo,
Ribeirão do Sul, Ocauçu, João Ramalho, Campos Novos Paulista e Alvinlândia.

Ressalta-se que os municípios: Ourinhos, Assis, Santa Cruz do Rio Pardo e


Rancharia, apresentaram aumento em estabelecimentos industriais comparando os anos de
2010 e 2014 de respectivamente 31, 25, 16 e 10 unidades.

No ano de 2010, foram levantados todos os processos de outorga e identificados os


32 maiores usuários industriais, o que demonstra claramente a vocação industrial da
UGRHI. O Quadro 23 apresenta esta relação.

Quadro 23. Relação dos maiores consumidores industriais


Nome do Usuário Município Data
1 Destilaria Paraguaçu Paraguaçu Paulista 5/11/2010
2 Agrovigna (Antiga Esteve) Rancharia 5/11/2010
3 Cosan Alimentos S.A (Nova América Alimentos) Maracaí 8/11/2010
4 Cocal- Com. Ind. Canaã Açúcar e Álcool Paraguaçu Paulista 8/11/2010
5 Anonio F. Tirolli - Dest. São Joaquim Palmital 16/11/2010
6 Usina Pau D'alho Ibirarema 16/11/2010
7 Destilaria São José Palmital 16/11/2010
8 Companhia Agrícola Quatá Quatá 17/11/2010
9 Destilaria Pyles Platina 18/11/2010
10 Morante e Bergamaschi e cia Ltda Palmital 18/11/2010
11 Cervejaria Conti Cândido Mota 19/11/2010
12 Agroindústria Tarumã- Cerealcool São Pedro do Turvo 19/11/2010
13 Agroindustrial Esp. Santo do Turvo Espírito Santo do Turvo 23/11/2010
14 Irmãos Melo Ltda Ribeirão do Sul 24/11/2010
15 Cervejaria Malta Ltda Assis 24/11/2010
16 Cosan - Tarumã Tarumã 25/11/2010
17 Destilaria Água Bonita Tarumã 25/11/2010
18 Novamérica ( Cosan) Santa Cruz do Rio Pardo 26/11/2010
19 TGM Cerqueira César 26/11/2010
20 Usina Furlan Avaré 26/11/2010
21 Alispec Ind. e Com. Prod. Alimentos Cerqueira César 30/11/2010
22 Usina Rio Pardo S.A Cerqueira César 30/11/2010
23 Silver Ind. e Com. Bebidas Avaré 30/11/2010
24 Rudolf – Bermave Ibirarema 1/12/2010
25 ICBC Industria e Comercio de Bebidas Ltda Palmital 1/12/2010
26 Laticinios Gegê Pardinho 3/12/2010
27 Abatedouro Beira Rio Santa Cruz do Rio Pardo 3/12/2010
28 Frigorífico Mabella Ltda Itatinga 6/12/2010

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Nome do Usuário Município Data


29 Frigorifico Mabella Itatinga 6/12/2010
30 Watercryl quimica Ltda Palmital 7/12/2010
31 Produtos de Mandioca Fadel Palmital 7/12/2010
32 Industrial e Comercial Marvi Ourinhos 7/12/2010

Como pode ser observado no Quadro 23, a maior parte das maiores indústrias na
região está relacionada ao setor agroindustrial, em especial nas indústrias sucroalcooleiras,
e alimentícias.

4.1.2.3 Setor de mineração

A mineração é uma atividade degradadora e uma das maiores modificadoras da


superfície terrestre, afetando não somente a paisagem local, mas o ecossistema em geral
(IPT,1992). A mineração de areia em cavas é parte da “cesta básica” da construção civil. No
entanto, a exploração tem gerado muita polêmica tanto na comunidade científica, quanto na
sociedade em geral e nos meios de comunicação, não somente pela degradação causada,
mas também pelas lagoas resultantes do processo final da exploração, que se apresentam
em grande número.

Os locais de ocorrência de minerações ativas e inativas na área do Médio


Paranapanema foram levantados a partir de dados georreferenciados disponíveis pelo
DNPM. Os bens minerais extraídos nesta região são: areia, argila, basalto, carvão,
cascalho, minérios, saibro, turfa e água mineral, conforme pode ser observada sua
distribuição na UGRHI-17 na Figura 30.

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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 30. Localização de áreas de pesquisas de mineração na UGRHI-17.


Fonte: DNPM 2014.

A Figura 31 apresenta a quantidade dos estabelecimentos de mineração na UGRHI-


17, comparando os anos de 2008 e 2010. Os estabelecimentos de mineração tiveram uma
diminuição em 6 unidades do início de 2008 a 2015.

Figura 31. Número de estabelecimentos de mineração na UGRHI-17.


Fonte: MTE, 2015 e CRHi, 2015.

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Os municípios que possuem estabelecimentos de mineração na bacia do Médio


Paranapanema são Águas de Santa Bárbara (1), Assis (7), Cândido Mota (1), Chavantes (1)
Duartina (1), Fernão (1), Itatinga (3), Lucianópolis (1), Ourinhos (8), Paraguaçu Paulista (3),
Pratânia (3), Rancharia (1), Salto Grande (3) e Santa Cruz do Rio Pardo (2), abrigando em
2015, um total de 35 estabelecimentos.

4.1.2.4 Comércio e serviços

O setor da economia que engloba as atividades de comércio e dos serviços é o setor


terciário. As atividades vinculadas ao comércio incluem: o comércio varejista e o comércio
atacadista. Para caracterizar o setor de serviços foram consideradas as seguintes
ocupações: instituições de crédito, seguros e capitalizações; administração e comércio de
imóveis, valores mobiliários, serviços técnicos profissionais, auxiliares das atividades
econômicas; transporte e comunicação; serviços de hotelaria, alimentação, reparação,
manutenção, redação; serviços médicos, odontológicos e veterinários; instituições de
ensino.

Figura 32. Número de estabelecimentos de comércio e serviços na UGRHI-17.


Fonte: Seade, 2015.

A UGRHI-17 conquistou 620 estabelecimentos comerciais num período de quatro


anos. Em 2010, no setor de comércio existiam 6.932 estabelecimentos, e, dois anos depois,
em 2012 foram computados 7.243 empresas no ramo do comércio e, no ano de 2014 esse
número aumentou para 7.552 estabelecimentos.

67
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Plano de Bacia

No setor de serviços também houve um aumento no número de estabelecimentos


entre os anos de 2010 e 2014, passando de 4.922 para 5.860 estabelecimentos no setor de
serviços, um aumento de 938 estabelecimentos no período.

A Figura 32, apresenta o crescimento dos estabelecimentos de comércio e serviços


no período de 2010 – 2014.

Através desses dados, pode-se dizer que, o setor de terciário da economia da Bacia
encontra-se em fase de expansão, tanto no que concerne ao número de estabelecimentos
comerciais e serviços quanto no número de empregos oferecidos.

A maioria dos estabelecimentos de comércio e serviços desenvolve-se nas áreas


urbanas dos municípios, e na UGRHI-17 a maior concentração encontra-se no município de
Assis, apresentando 19,8% do total dos estabelecimentos do comércio e 19,3% dos
estabelecimentos de serviços. Alguns estabelecimentos comerciais e de serviços como
universidades, postos de combustível, hospitais, hotéis, shoppings, oficinas mecânicas e
outros demandam de grandes volumes de água para abastecimento urbano/sanitário.

Ourinhos e Avaré eram responsáveis por aproximadamente 17 % e 14%,


respectivamente dos estabelecimentos do setor terciário.

4.1.2.5 Produção de energia

Conforme dados da ANEEL (2002), existem grandes empreendimentos como as


Usinas Hidrelétricas - UHEs, instaladas no Rio Paranapanema. Na bacia do Médio
Paranapanema devem ser destacadas a UHE de Chavantes (limite com a unidade do rio
Paranapanema a montante – UGRHI 14 – Alto Paranapanema), a UHE de Capivara seu
limite com a Unidade a jusante com parte de sua represa dentro da UGRHI-17 (URGHI 22 –
Pontal do Paranapanema), Canoas I (abrangendo Cândido Mota - SP e Itambaracá - PR),
no Rio Paranapanema, Canoas II (incluindo Palmital – SP e Andirá – PR), no Rio
Paranapanema e Ourinhos (abrangendo Ourinhos – SP e Jacarezinho – PR), no Rio
Paranapanema e Salto Grande no Rio Paranapanema. Essas seis UHEs somam
1.309,5MW, no Médio Paranapanema – UGRHI 17.
Além dessas existem no Médio Paranapanema as chamadas Pequenas Centrais
Hidrelétricas – PCHs, sendo elas: Pari (Cândido Mota –SP), no Rio Pari, Rio Novo ( Avaré –
SP), situada no Rio Novo e Salto do Lobo (divisa dos municípios de Botucatu e Itatinga ),
instalada no Rio Pardo. O Quadro 24 apresenta as informações das UHEs e PCHs
existentes na UGRHI-17 e a Figura 33 apresenta a localização dos reservatórios das usinas
hidrelétricas contidas na UGRHI-17.

68
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Quadro 24. Estrutura fundiária nos municípios que compõem a UGRHI-17.


Área do
Potência
UPH Rio Município Tipo Nome Reservatório
(MW)
(km²)
Pari Candido Mota / Palmital PCH Pari 1,3 2,4
Pari/Novo
Novo Avaré PCH Rio Novo 1,3 1,2
Pardo Pardo Itatinga/Botucatu PCH Salto do Lobo 1,6 0,2
Pardo Paranapanema Ourinhos UHE Ourinhos 44,0 1,2
Capivara Paranapanema Candido Mota UHE Canoas I 82,5 24,9
Pari/Novo Paranapanema Palmital UHE Canoas II 72,0 19,4
Pari/Novo Paranapanema Salto grande UHE Salto Grande 73,8 5,1
Pardo Paranapanema Chavantes/Rib. Claro UHE Chavantes 414,0 400
- Paranapanema Taciba UHE Capivara 619,0 562,5

Figura ilustrativa

Figura 33. Localização das UHE existente na UGRHI-17.

4.1.3 Saúde pública e ecossistemas – doenças de veiculação hídrica

As necessidades de saúde da população são muito mais amplas do que as que


podem ser satisfeitas com a garantia de cobertura dos serviços de saúde. Sua dimensão
pode ser estimada através da precariedade de um sistema de água e esgoto sanitário e
industrial, com o uso abusivo de defensivos agrícolas, com a inadequação das soluções

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Plano de Bacia

utilizadas para o destino dos resíduos sólidos, ausência de medidas de proteção contra
enchentes, erosão e desproteção dos mananciais, e os níveis de poluição e contaminação
hídrica.

Um fator importante que contribui para a poluição e contaminação dos cursos d’água
e que consequentemente confere risco à saúde humana pela água, diz respeito à ocupação
dos espaços rurais e urbanos que são realizadas sem um adequado planejamento visando o
equilíbrio entre o ambiente e sua utilização.

Como consequência tem-se a eliminação da cobertura vegetal, adensando e


impermeabilizando o solo, o que impede a infiltração e recarga dos cursos d’água. Também
aumenta a produção e carreamento de resíduos para os rios, comprometendo a
conservação da água em termos de quantidade e qualidade.

4.1.3.1 Esquistossomose autóctone

Doenças de veiculação hídrica são aquelas causadas pela presença de


microrganismos patogênicos (bactérias, vírus e parasitas) na água utilizada para diferentes
usos. Essas doenças aumentam em intensidade e distribuição nas regiões com alta
concentração populacional e com ampliação de despejos de atividades industriais,
especialmente os provenientes das indústrias de processamento de matéria orgânica.

A esquistossomose é uma doença de veiculação hídrica, cuja transmissão ocorre em


contato direto com águas superficiais onde existam hospedeiros intermediários,
relacionadas com a deficiência no saneamento básico.

O período de 2010-2015 foi analisado pelo CVE (Centro de Vigilância


Epidemiológica) – Divisão de doenças de transmissão hídrica e alimentar e observou-se a
ocorrência de casos no município de Ourinhos (nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2015), no
município de Palmital em 2011 e casos no município de Avaré em 2015.

Em 2015, pode-se concluir em relação aos dados apresentados pela referida fonte,
uma média de 3 casos por 100.000 habitantes/ano, registrados em Ourinhos e Avaré.

70
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4.2 Caracterização física da UGRHI-17

A caracterização física da bacia hidrográfica tem o objetivo de levantar todas as


áreas criticas do ponto de vista da manutenção da água para um planejamento bem
sucedido da conservação da qualidade e quantidade de água.

4.2.1 Recursos Hídricos Superficiais

A Política Nacional de Recursos Hídricos estabelecida pela Lei Federal nº. 9.433, de
8 de janeiro de 1997 (BRASIL, 1997), definiu que a gestão dos recursos hídricos seria feita
por bacias hidrográficas. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) determina que a
dominialidade seja por corpos d’água, ou seja, por rios, lagos e águas subterrâneas. Dessa
forma, têm-se dois níveis de domínio e um impasse a ser negociado. Os níveis de domínio
são:

• Domínio da União: lagos, rios e quaisquer correntes em terrenos de seu domínio ou


que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros Países, ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como terrenos marginais e
as praias fluviais. (Art. 20, inciso III)

• Domínio dos Estados: águas superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em


depósito, ressalvadas nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União
(Art.26, inciso I).

A divisão hidrológica do plano foi baseada nos conceitos de Unidades de


Planejamento Hídricas (UPH’s) já utilizadas no Plano do Rio Paranapanema Federal (ANA,
2016), que consiste na divisão em 04 UPH’s, conforme apresentado na Figura 34.

O Quadro 25 apresenta a área de drenagem de cada uma das UPH’s e a sua


respectiva porcentagem da área total da UGRHI-17.

Quadro 25. Área das UPH’s da UGRHI-17.


2
Nome Sigla Área (km ) % na Bacia
Turvo Turvo 4.214,96 25,16%
Pardo Pardo 5.050,66 30,15%
Pari/Novo Pari/Novo 2.686,24 16,04%
Capivara Capivara 4.798,57 28,65%
Total da UGRHI-17 16.750,43 100,00%

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Figura ilustrativa

Figura 34. Divisão por UPH’s da UGRHI-17.


Fonte: ANA, 2016.

Figura 35. Distribuição da área das UPH’s na UGRHI-17.


Fonte: ANA, 2016.

Devido ao histórico de ocupação da UGRHI, os municípios se localizam, em sua


maioria no divisor de água. Desta forma, os limites políticos (área dos municípios) são muito
diferentes dos limites físicos (URGHI e sub-bacias). Sendo assim, alguns municípios
possuem área territorial em mais de uma sub-bacia, conforme apresentado no Quadro 26.

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Quadro 26. Área das sub-bacias e os respectivos municípios da UGRHI-17.


2
Área na Área fora da Área na UPH (km )
Município
bacia (km²) bacia (Km²) Pardo Capivara Turvo Pari/Novo
Águas de Santa Bárbara 407,31 0 405,00 2,31
Agudos 619,55 345,40 2,77 616,82
Alvinlândia 86,50 0 86,51
Assis 458,95 0 330,69 128,26
Avaré 727,38 484,32 727,38
Bernardino de Campos 101,39 143,99 101,39
Borebi 265,43 85,37 263,37 2,07
Botucatu 645,37 836,52 645,38
Cabrália Paulista 236,68 0,02 236,68
Campos Novos Paulista 482,01 0 1,15 480,86
Cândido Mota 600,35 0,02 427,00 173,35
Canitar 58,15 0 58,15
Cerqueira César 244,76 262,91 244,76
Chavantes 163,48 24,87 163,48
Cruzália 149,95 0 149,95
Duartina 227,56 39,06 227,56
Echaporã 358,00 154,10 108,00 250,01
Espírito Santo do Turvo 190,86 0 190,86
Fernão 98,91 0,01 98,92
Florínea 216,61 0,25 216,61
Gália 253,05 104,53 253,06
Garça 10,83 544,72 10,8354
Iaras 403,53 0 403,53
Ibirarema 229,65 0 229,66
Iepê 162,86 434,95 162,86
Ipaussu 68,07 142,81 68,07
Itatinga 369,40 607,54 369,41
João Ramalho 274,05 145,83 274,06
Lençóis Paulista 269,78 540,26 269,78
Lucianópolis 189,36 0 189,36
Lupércio 98,51 52,04 98,51
Lutécia 221,42 253,72 221,43
Manduri 49,84 178,86 49,85
Maracaí 526,82 0,02 526,83
Marília 57,50 1110,86 57,50
Ocauçu 222,71 81,70 2,37 220,35
Óleo 170,72 28,45 170,73
Oscar Bressane 0,42 215,78 0,42
Ourinhos 299,50 0,014 207,52 91,98
Palmital 543,50 0,001 543,51

73
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2
Área na Área fora da Área na UPH (km )
Município
bacia (km²) bacia (Km²) Pardo Capivara Turvo Pari/Novo
Paraguaçu Paulista 998,65 1,11 998,66
Pardinho 73,57 131,24 73,57
Paulistânia 258,92 0 258,93
Pedrinhas Paulista 150,92 0,22 150,93
Piratininga 171,52 224,60 171,53
Platina 325,65 0 325,66
Pratânia 175,38 0 175,38
Quatá 153,16 497,31 153,16
Rancharia 763,25 811,41 763,25
Ribeirão do Sul 200,61 0 0,10 43,50 157,01
Salto Grande 190,12 0,27 76,23 0,90 113
Santa Cruz do Rio Pardo 1118,09 0 503,09 615,00
São Manuel 68,82 586,93 68,82
São Pedro do Turvo 732,90 0 0,89 730,11 1,91
Tarumã 301,51 0 301,51
Ubirajara 281,56 0 281,56
TOTAL 16.750,43 9.072,15 5.050,66 4.798,57 4.214,96 2.686,24

A seguir é apresentada uma breve caracterização de cada uma das UPH’s:

- Pardo: A UPH Pardo compreende toda a bacia hidrográfica do Rio Pardo (com
exceção da Bacia do Rio Turvo, que forma uma UPH própria). A nascente se localiza no
município de Pardinho e os principais afluentes são o Rio Claro (margem direita) e Rio
Novo (margem esquerda), que não possui qualquer relação com a UPH Pari/Novo. O
desague do Rio Pardo no Rio Paranapanema ocorre no município de Salto Grande, após
“cortar” a área urbana de Ourinhos e receber o desague do Rio Turvo. Além disso, a UPH
abrange pequenos tributários diretos do Paranapanema, nos municípios de Chavantes,
Canitar, Ourinhos e Salto Grande.

Capivara: A UPH Capivara abrange a bacia hidrográfica do Rio da Capivara, desde


as nascentes no município de Lutécia e Echaporã até o desagua no Rio Paranapanema, no
município de Maracaí, em trecho com remanso formado pela UHE Capivara. Ao longo do
curso principal, existe apenas a área urbana de Maracaí. Destaca-se a presença do
município de Assis, no divisor de águas entre o Rio da Capivara e o Rio Pari (UPH
Pari/Novo). Os principais afluentes do Rio da Capivara são o Rio São Mateus e o Ribeirão
Capivari, ambos na margem direita. Esta UPH também abrange vários tributários diretos do

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Paranapanema, entre o município de Candido Mota a Pedrinhas Paulista, dos quais de


destacam o Ribeirão do Bagre e o Ribeirão do Dourado.

Turvo: Esta UPH e delimitada pela bacia de drenagem do Rio Turvo, que nasce
entre os municípios de Agudos e desagua no Rio Pardo no município de Ourinhos. Os
principais afluente são o Rio São João e o Rio Lambari, ambos na margem direita do Rio
Turvo.

Pari/Novo: Abrange as bacias hidrográficas do Rio Pari e do Rio Novo, além de


tributários diretos do Rio Paranapanema nos municípios de Palmital e Ibirarema. A
nascente do Rio Novo se localiza no município de Ocauçú, enquanto que o Rio Pari nasce
no município de Echaporã. O município de Assis localiza-se no divisor de águas do Rio Pari
com o Rio Capivara.

O detalhe da rede de drenagem em cada uma das UPH’s pode ser observado no
DESENHO 01.1036/17, em anexo.

4.2.2 Recursos Hídricos Subterrâneos

Os recursos hídricos subterrâneos correspondem à parcela de água que ocorre


abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas
sedimentares, ou as fraturas, falhas ou fissuras das rochas compactas, e desempenham
um importante papel na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos
(BORGHETTI et al., 2004).

As águas subterrâneas, nem sempre corretamente consideradas ou denominadas,


constituem recursos hídricos do subsolo que são extremamente importantes. Elas
garantem a alimentação e fluxos dos cursos d’água superficiais ao longo do ano e,
particularmente para a Bacia do Médio Paranapanema, representam valiosas e
estratégicas reservas de água, tanto para o presente como para as futuras gerações.
Normalmente, apresentam excelente qualidade, dispensando processos caros de
tratamento de água. Geralmente, nem todas as formações geológicas mostram
comportamento que permitem a extração para quaisquer finalidades.

A ocorrência das águas subterrâneas na Bacia, conforme descrito no Plano de


Bacias 2007 (CPTI, 2007), é condicionada pela presença de três unidades aquíferas, a
saber: Sistema Aquífero Bauru, Aquífero Serra Geral e Aquífero Guarani. A área aflorante
do Aquífero Bauru corresponde a 60% de toda a área da UGRHI. Os 40% restantes
correspondem à área de afloramento do Aquífero Serra Geral. O Aquífero Guarani ocorre
apenas em sub-superfície, estando, portando, semi-confinado a confinado pelos outros dois

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aquíferos que estão sotopostos a ele em toda a UGRHI-17. Existem pequenas ocorrências
de afloramento do aquífero cenozoico na área, porem em superfície menor que 0,5% da
área territorial.

Figura ilustrativa

Figura 36. Mapa de aquíferos na UGRHI 17.


Fonte: CPTI, 2007.

O pacote de derrames basálticos da Formação Serra Geral pode apresentar


condições aquíferas em função das descontinuidades engendradas pelas juntas de
solifluxão e/ou presença de pacotes de arenitos interderrames, os quais se comunicam
através de juntas verticais de resfriamento (REBOUÇAS, 1994). Na UGRHI-17, o sistema
aquífero Serra Geral, constitui importante fonte de água para usos diversos na região.

O sistema aquífero Bauru é constituído de arenitos finos e mal selecionados na base,


e de arenitos argilosos e calcíferos no topo. É uma unidade hidrogeológica de extensão
regional, contínua, livre a semi-confinada, com espessura média de 100 m, mas que pode
chegar a 250 m (CAMPOS, 1993). NA UGRHI-17, por aflorar em 60% de sua extensão (é
expressivo em todas as sub-bacias), constitui excelente fonte de recursos hídricos para a
região, sendo amplamente solicitado devido à sua fácil captação, com poços relativamente
rasos.

O sistema aquífero Guarani, confinado a semi-confinado em toda extensão da


UGRHI-17, é o principal reservatório de água subterrânea do Estado de São Paulo. É
constituído de arenitos eólicos e fluviais bem selecionados, das Formações Botucatu e
Pirambóia (IPT,op.cit.) com espessura média de 300 m.

O significado de vulnerabilidade de um aquífero pode ser distinguido através da sua


maior ou menor suscetibilidade de ser afetado por uma carga poluidora. É um conceito

76
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inverso ao de capacidade de assimilação de um corpo d’água receptor, com a diferença de


o aquífero possuir uma cobertura não saturada que proporciona uma proteção adicional.

A interação desses fatores com elementos poluidores, sua disposição no solo e a


mobilidade físico-química do produto, permite avaliar o grau de risco de poluição do
aquífero.

O mapa de vulnerabilidade de aquíferos define áreas mais susceptíveis a


degradação por um evento antrópico de poluição. O método utilizado para elaboração do
mapa foi adaptado de Foster & Hirata (1998), que se baseia na interação sucessiva de três
fases. A primeira fase consiste na identificação do tipo de ocorrência de água subterrânea,
num intervalo de 0-1. A segunda fase trata da especificação dos tipos litológicos acima da
linha saturada do aquífero. Esta fase é representada numa escala de 0,3 – 1,0. A terceira
fase é estimativa da profundidade de nível da água, num intervalo de 0,4 – 1,0. O produto
destes três parâmetros será o índice de vulnerabilidade expresso numa escala de 0 – 1, em
termos relativos. Estes índices são representados qualitativamente por alto, médio ou baixo,
cada um destes apresentando dois subníveis (alto e baixo). Ao usar este mapa de
vulnerabilidade, obtido por meio de esquemas simplificados, deve-se ter em mente que “não
existe uma vulnerabilidade geral a um contaminante universal, num cenário típico de
contaminação”. A validade técnica desta cartografia pode ser assumida desde que fique
claro que este índice não se refere a poluentes móveis e persistentes que não sofram
retenção significativa ou transformação durante o transporte em subsuperfície. A Figura 37 e
a Figura 38 apresentam os fatores que influenciam na confecção do mapa de
vulnerabilidade dos aquíferos.

Figura 37. Esquema conceitual do risco de contaminação das águas subterrâneas.


Fonte: CPTI, 2008.

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Figura 38. Vulnerabilidade natural das águas subterrâneas.


Fonte: CPTI, 2008.

O risco de contaminação das águas subterrâneas consiste na combinação da


vulnerabilidade natural do aquífero junto à carga poluidora aplicada no solo ou em
subsuperfície. A distribuição de cada classe de vulnerabilidade da UGRHI-17 está descrita
no Quadro 27 e pode ser visualizada na Figura 39.

Quadro 27. Classe de vulnerabilidade dos aquíferos na UGRHI-17.


Capivara Turvo Pardo Pari/Novo UGRHI-17
Vulnerabilidade
Área Área Área Área Área
% % % % %
(Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)

Alta 88,93 1,85 20,66 0,49 79,19 1,57 12,91 0,48 201,68 1%

Médio 53,73 1,12 55,20 1,31 124,55 2,47 24,88 0,93 258,36 2%

Baixa 4.655,91 97,03 4.139,10 98,20 4.846,93 95,97 2.648,45 98,59 16.290,39 97%

Total 4.798,57 100,00 4.214,96 100,00 5.050,66 100,00 2.686,24 100,00 16.750,43 100%

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Figura ilustrativa

Figura 39. Mapa de vulnerabilidade dos aquíferos – UGRHI-17.


Fonte: DAEE/LEBAC, 2013. Escala 1:100.000

Como pode ser observado no Quadro 27, a classe de baixa vulnerabilidade ocupa
cerca de 97% do total da UGRHI, indicando desta forma que grande parte dos aquíferos
possui um risco potencial a contaminação baixo. Esta característica decorre principalmente
da profundidade do lençol freático nas áreas mais altas (divisores de água), que ficam em
torno de 20-30 metros.

4.3 Disponibilidade de recursos hídricos

Neste capítulo é analisada a disponibilidade hídrica dos mananciais superficiais e


dos aquíferos subterrâneos na UGRHI-17.

O estudo da disponibilidade hídrica visa subsidiar a identificação de potenciais


impactos das demandas e o estabelecimento de diretrizes e critérios gerais orientativos para
a concessão de outorgas e licenças e para a cobrança pelo uso da água. O Quadro 28
apresenta os indicadores de disponibilidade de recursos hídricos na UGRHI-17.

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Quadro 28. Indicadores de disponibilidade de recursos hídricos da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
E.04-A – Disponibilidade per capita – Qmédio em
E.04 Disponibilidade relação à população total: m³/hab.ano
de águas superficiais
Disponibilidade 7.147,65 m³/hab.ano (2015)
das águas E.05-A – Disponibilidade per capita de água
E.05 Disponibilidade
de águas subterrânea: m³/hab.ano
subterrâneas 783,93 m³/hab.ano (2015)
E.08-B – Proporção de postos pluviométricos de
Eventos E.08 – Enchentes e monitoramento com o total do semestre seco
Críticos Estiagem (abr/set) abaixo da média: %.(2015)

5,55%
Fonte: Banco de Indicadores do CRH (2016).

4.3.1 Disponibilidade hídrica superficial

Um parâmetro hidrológico básico que traduz a disponibilidade hídrica de uma bacia


hidrográfica é a vazão média de longo período (Qmédia). Este parâmetro dá uma indicação do
limite superior de seu potencial hídrico aproveitável. Por outro lado, em virtude da
variabilidade do regime pluvial nas épocas de baixa pluviosidade, a disponibilidade hídrica
pode ser caracterizada pela vazão mínima, como por exemplo, a Q7,10, que é a vazão
mínima de sete dias consecutivos com período de retorno de 10 anos. Entende-se por
período de retorno o tempo médio, em anos, que um evento (chuva) pode ser igualado ou
superado pelo menos uma vez.

A disponibilidade hídrica foi baseada nos dados apresentados por CRH (2016), a
partir de dados e métodos de regionalização hidrológica do DAEE (1984 1988). Os valores
estimados de Qmédia e Q7,10 são apresentados no Quadro 29 e na Figura 40. Para o cálculo
das vazões, utilizaram-se as áreas totais das UPH’s.

Quadro 29. Valores estimados de Qmédia e Q7,10 para as UPH’s da UGRHI-17 (adaptado de CRH,
2016).
2 Qmédia Q7,10
Sub-Bacia AD (km ) 3 3
(m /s) (m /s)
Turvo 4.214,96 39,00 16,36
Pardo 5.050,66 46,74 19,60
Pari/Novo 2.686,24 24,86 10,42
Capivara 4.798,57 44,40 18,62
Total da UGRHI-17 16.750,43 155,00 65,00

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Plano de Bacia

Figura 40. Estimativa da disponibilidade hídrica superficial (Q 7,10 e Qmédia) das UPH’s
(adaptado de CRH, 2016).

Verifica-se, no Quadro 29, que a Qmédia para a UGRHI é de 155 m3/s e a Q7,10 é de 65
m3/s. As vazões estratificadas por UPH’s são proporcionais a área de drenagem de cada
uma, com destaque para a UPH do Pardo, que possui a maior Qmédia (46,74 m3/s) e a maior
Q7,10 (19,60 m3/s) da UGRHI.

A Figura 41 apresenta a disponibilidade hídrica superficial por habitante da bacia,


que no ano de 2015, foi de 7.305 m³/hab.ano. Comparando os anos de 2011 a 2015,
observa-se que a disponibilidade per capita apresenta uma queda nos valores. Isso ocorre
devido ao aumento da população e consequentemente o aumento da demanda de água,
diminuindo a disponibilidade per capita. A disponibilidade per capita é calculada através da
vazão média (Qmédia) em relação a população total da bacia.

Figura 41. Disponibilidade hídrica superficial per capita.


Fonte: Relatório de Situação, 2015.

81
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Plano de Bacia

Apesar dos valores de disponibilidade superficial para a UGRHI-17 apresentarem


boa relação, temos que considerar as especificidades de cada uma das sub-bacias. A
Figura 42 apresenta a disponibilidade per capita de cada uma das sub-bacias, para o ano de
2015.

Figura 42. Disponibilidade hídrica superficial per capita (2015), por sub-bacia.
Fonte: Adaptado de Relatório de Situação, 2015.

Conforme apresentado na Figura 42, a concentração da população na UPH Pardo


faz com que a disponibilidade per capita seja menor nesta UPH em comparação a URGHI
total (4.706 e 7.148 m3/hab.ano). Ainda assim, os valores são classificados como “bons”,
segundo classificação adotada pela ANA, cuja situação ótima ocorre para disponibilidades
maiores que 1.700 m3/hab.ano.

4.3.2 Disponibilidade hídrica subterrânea

As águas subterrâneas, nem sempre corretamente consideradas ou denominadas,


constituem recursos hídricos do subsolo que são extremamente importantes. Elas garantem
a alimentação e fluxos dos cursos d’água superficiais ao longo do ano e, particularmente
para a região do Médio Paranapanema, representam valiosas e estratégicas reservas de
água, tanto para o presente como para as futuras gerações. Normalmente, apresentam
excelente qualidade, dispensando processos caros de tratamento de água. Geralmente,
nem todas as formações geológicas mostram comportamento que permitem a extração para
quaisquer finalidades.

Conforme já descrito anteriormente, há a presença de três unidades aquíferas na


UGRHI-17: Sistema Aquífero Bauru (aflora em 60% da área), Aquífero Serra Geral (aflora
em 40% da área) e Aquífero Guarani (que se localiza em sub-superfície, em toda a UGRHI).

82
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Plano de Bacia

Segundo o CORHI (2000) “... em termos conceituais, sendo a água subterrânea um


componente indissociável do ciclo hidrológico, sua disponibilidade no aquífero relaciona- se
diretamente com o escoamento básico da bacia de drenagem instalada sobre a área de
ocorrência. A água subterrânea constitui, então, uma parcela desse escoamento, que, por
sua vez, corresponde à recarga transitória do aquífero”. Assim sendo, as reservas
disponíveis de água subterrâneas podem ser estimadas a partir de índices de utilização dos
volumes estocados, correspondentes à recarga transitória média plurianual, conforme
proposta de LOPES (1994, apud CORHI, 2000), para diferentes tipos de aquíferos. No caso
do Médio Paranapanema, esses índices de utilização correspondem a 25-27% para o Bauru
e as coberturas recentes (quaternárias), e a 20% para o Aquífero Serra Geral. Utilizando-se
tais índices, as áreas de ocorrência dos diferentes aquíferos na UGRHI e a disponibilidade
geral da Bacia apresentada no relatório preliminar do Plano de Recursos Hídricos
2004/2007 do Estado de São Paulo (Consórcio JMR/ENGECORPS, 2005), foi possível
estimar as disponibilidades subterrâneas para cada uma das Sub- Bacias de acordo com os
aquíferos nelas ocorrentes, conforme apresentado no Quadro 30. A Figura 43, apresenta,
conceitualmente a recarga subterrânea considerada neste cálculo.

Figura 43. Modelo conceitual de recarga transitória média plurianual.

83
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Quadro 30. Disponibilidade hídrica subterrânea da UGRHI-17


Aquiferos
UPH Bauru Serra Geral Total Aq. livre
(m³/s) (m³/s) (m³/s)
Turvo 4,27 0,432196 4,71
Pardo 3,47 1,644318 5,12
Pari/Novo 1,20 1,316118 2,52
Capivara 2,65 2,005429 4,66
UGRHI-17 11,60 5,40 17,00

Com base nos valores de disponibilidade hídrica subterrânea (ou reserva explotável),
elaborou-se a análise da disponibilidade per capita de água subterrânea na UGRHI-17,
conforme apresentado na Figura 44.

Figura 44. Disponibilidade hídrica subterrânea per capita (2015).


Fonte: Adaptado de Relatório de Situação, 2015.

Analogamente a disponibilidade superficial per capita, a disponibilidade subterrânea


também foi estratificada pelas sub-bacias presentes na UGRHI, conforme apresentado na
Figura 45.

84
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Plano de Bacia

Figura 45. Disponibilidade hídrica subterrânea per capita (2013), por sub-bacia.
Fonte: Relatório de Situação, 2015.

Da mesma forma que a disponibilidade de água superficial, a UPH Pardo, por


concentrar a maior população da UGRHI possui a menor disponibilidade hídrica subterrânea
per capita, ficando com índices menores que a média da UGRHI.

4.3.3 Disponibilidade hídrica total

A partir dos resultados nos itens anteriores, o Quadro 31 e a Figura 46 apresentam


uma estimativa da disponibilidade hídrica total das UPH’s da UGRHI-17.

Quadro 31. Estimativa da disponibilidade hídrica total nas UPH’s da UGRHI-17.


Disponibilidade Hídrica
Águas Águas Águas Águas
UPH Total Total
superficiais subterrâneas superficiais Subterrâneas
(m³/s) (%)
Q7,10 (m³/s) (m³/s) (%) (%)
Turvo 16,36 4,71 21,06 78% 22% 100
Pardo 19,60 5,12 24,72 79% 21% 100
Pari/Novo 10,42 2,52 12,94 81% 19% 100
Capivara 18,62 4,66 23,28 80% 20% 100
UGRHI-17 65,00 17,00 82,00 79% 21% 100
Fonte: Adaptado de Relatório de Situação, 2015.

Pode-se concluir que 79% da disponibilidade total da Bacia do Médio Paranapanema


correspondem às águas superficiais. Todas as UPH’s se situam no patamar de 80%
superficial e 20% subterrâneo.

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Figura 46. Disponibilidade hídrica total nas UPH’s da UGRHI-17.


Fonte: Adaptado de Relatório de Situação, 2015.

Ressalta-se que os dados de disponibilidade aqui apresentados referem-se as


vazões estatísticas calculadas com base na metodologia de regionalização de vazões
(DAEE, 1991). Desta forma, os recentes eventos de estiagem (verão 2013/2014) não são
levados em conta, uma vez que foram eventos sem precedentes nas séries históricas.

4.3.4 Postos pluviométricos

O Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE)/


Centro Tecnológico de Hidráulica - CTH opera e mantém a rede hidrológica do Estado de
São Paulo. Esta se compõe por centenas de postos pluviométricos espalhados por todo o
território paulista. Estes poços medem a quantidade de água precipitada (chuva) durante um
determinado tempo. A partir da leitura desses postos, infere-se a condição da bacia quanto
à escassez de chuvas durante o período seco (abril a setembro) onde notadamente estão
relacionados os problemas de estiagem. Perante a descrição e quantificação dos postos de
monitoramento pluviométrico da bacia, o Quadro 32 apresenta a densidade desses pontos.

Quadro 32. Postos de monitoramento pluviométrico.


Área da Densidade
n.º de
Tipo de postos bacia (postos/1.000 Fonte
postos
(km²) km²)
Pluviométricos 36 2,149 DAEE
16.749
Fluviométricos 7 0,418 DAEE

Fonte: DAEE (2016).

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Figura ilustrativa

Figura 47. Distribuição dos pontos de monitoramento pluviométrico na UGRHI-17.


Fonte: DAEE, 2016.

O monitoramento pluviométrico permite identificar períodos de seca, estimar a


precipitação máxima provável em uma bacia hidrográfica, além de evidenciar a dinâmica
fluvial e indicar operações em reservatórios. Permite também comprovar estiagem para
seguros agrícolas e paralisação de obras, determinar época de plantios, controlar pragas,
dimensionar canais e galerias pluviais, além de fornecer informações para turismo.

As situações de estiagem trazem inúmeros impactos negativos para a bacia


hidrográfica, como prejuízos econômicos e sociais, prejudicando a produção agropecuária e
o abastecimento público. A identificação de períodos de semestre seco abaixo da média é
uma referencia para se estabelecer situações criticas de disponibilidade em uma bacia
(CRHi, 2013).

Quadro 33. Levantamento da média pluviométrica nos meses secos (abr/set).


Média 2015
Média Histórica
(Abril a
Posto Município UPH (Abril a Setembro)
Setembro)
Mm/mês
Mm/mês
D5-029 Botucatu Pardo 58,58 101,90
D5-040 Itatinga Pardo 61,67 80,75
D5-081 Lençóis Paulista Pardo 65,36 101,60
D6-003 Óleo Pardo 64,02 90,35

87
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Média 2015
Média Histórica
(Abril a
Posto Município UPH (Abril a Setembro)
Setembro)
Mm/mês
Mm/mês
D6-006 Águas de Santa Bárbara Pardo 65,15 68,33
D6-011 Ourinhos Pardo 66,73 98,48
D6-021 Cabrália Paulista Turvo 51,65 56,68
D6-032 Ribierão do Sul Pari/Novo 61,76 94,35
D6-035 Santa Cruz do Rio Pardo Pardo 67,50 65,30
D6-040 Ubirajara Turvo 62,40 81,05
D6-083 Ourinhos Pardo 70,42 91,42
D6-091 Paulistânia Turvo 60,30 84,43
D6-094 Ocauçu Pari/Novo 64,94 85,97
D6-095 São Pedro do Turvo Turvo 65,56 81,83
D6-100 São Pedro do Turvo Turvo 66,29 97,70
D6-102 Santa Cruz do Rio Pardo Turvo 65,01 95,10
D6-103 Agudos Turvo 64,83 63,83
D6-105 Alvinlândia Turvo 62,76 --
D6-106 Campos Novos Paulista Pari/Novo 69,21 83,75
D7-007 Lutécia Capivara 60,61 97,27
D7-020 Assis Capivara 68,66 100,95
D7-031 Palmital Pari/Novo 67,76 76,40
D7-036 Rancharia Capivara 58,22 66,10
D7-043 Paraguaçu Paulista Capivara 65,07 92,65
D7-046 Echaporã Capivara 62,49 94,88
D7-055 Assis Capivara 72,54 83,78
D7-064 Platina Pari/Novo 70,92 90,48
D7-065 Rancharia Capivara 71,16 85,38
D7-066 Lutécia Capivara 68,32 86,98
D7-068 Rancharia Capivara 72,78 101,73
D7-071 Palmital Pari/Novo 72,74 101,88
E5-014 Avaré Pardo 65,49 99,42
E5-060 Pardinho Pardo 60,41 75,22
E5-073 Itatinga Pardo 65,51 116,66
E6-003 Chavantes Pardo 72,79 95,70
E6-030 Cerqueira César Pardo 66,73 91,40
Fonte: DAEE, 2016.

Analisando o ano de 2015 (Quadro 33), a proporção de postos pluviométricos de


monitoramento que no período de abril a setembro apresentou medição abaixo da média
foram os postos pluviométricos D6-035 e D6-103, representando 5,55 % do total de poços.
O posto D6-105 apresentou falhas na medição em dois meses no ano de 2015, impedindo a
avaliação de seu comportamento.

88
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4.4 Demanda por recursos hídricos

Neste capítulo é analisada a demanda hídrica dos mananciais superficiais e dos


aquíferos subterrâneos na UGRHI-17. O estudo da demanda hídrica visa estabelecer a
referencia temporal para a elaboração de projeções e subsidiar a identificação de
alternativas de intervenção para reduzir seus potenciais efeitos sobre a disponibilidade
hídrica.

Os dados de demandas aqui apresentados referem-se, única e exclusivamente, aos


dados cadastrados junto aos órgãos reguladores (DAEE e ANA). É importante frisar que os
usos não regularizados não entram nas estimativas de demanda hídrica, isto é, em função
da existência de vários usos irregulares (suposição esta feita a partir de visitas a campo e
conhecimento da realidade local, principalmente com os usuários rurais), a demanda real
tende a ser maior que a demanda aqui apresentada, principalmente nas atividades
relacionadas a irrigação, prática esta bastante intensa em alguma regiões da UGRHI-17, em
especial nas áreas próximas ao município de Ourinhos.

4.4.1 Captação de água superficial e de água subterrânea

As informações relativas à captação de água permitem avaliar a prevalência das


origens (superficial ou subterrânea) e a densidade dos pontos de captação, indicando áreas
vulneráveis para gestão. O Quadro 34 apresenta os indicadores de captação de água na
UGRHI-17. Os dados de captação de água são indicados pelas outorgas emitidas pelo
DAEE.

Quadro 34. Indicadores de captação de água da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
P.03-A: Captações superficiais em relação à área total da bacia:
nº de outorgas/1000 km²
26,50 outorgas / 1000 km²
P.03-B: Captações subterrâneas em relação à área total da bacia:
nº de outorgas/1000 km²
P.03 27,30 outorgas / 1000 km²
Demanda
Captações P.03-C: Proporção de captações superficiais em relação a soma
de água
de água total das captações outorgadas:%
49,20%
P.03-C: Proporção de captações subterrâneas em relação a soma
total das captações outorgadas:%
50,80%
Controle R.05-C: Vazão total
R.05-B: Vazão total outorgada
da R.05 Outorga outorgada para captações
para captações superficiais: m³/s
exploração de uso da subterrâneas: m³/s
e uso da água
9,814 m³/s 1,405 m³/s
água
Fonte: CRHi – Ano base 2015.

89
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Plano de Bacia

O Desenho 02.1036/17 apresenta os pontos de captação superficial e subterrânea


de água, demonstrando a demanda em relação à disponibilidade hídrica.

A outorga para captação de águas superficiais ou subterrâneas abrange os sistemas


de instalações destinados à extração da água para fins de uso público ou privado. A
quantidade de captações superficiais e subterrâneas existentes na UGRHI-17 permite
avaliar a intensidade e a tendência da captação para subsidiar ações de gerenciamento dos
recursos hídricos.

Conforme Quadro 34, a quantidade de outorgas concedidas para captações


superficiais e subterrâneas teve um aumento significativo entre os anos de 2007 a 2015,
com destaque para as outorgas subterrâneas que praticamente dobraram neste período.

Nº de Outorgas x área da bacia

Figura 48. Relação do nº de outorgas com a área da bacia.


Fonte: CRHi – Ano base 2015.

Imagina-se que estes dados estejam subestimados, uma vez que existem
dificuldades dos órgãos licenciadores (DAEE e CETESB) em atender toda demanda de
fiscalização e assim inibir usos irregulares. Outro problema é a falta de informação da
população, quanto a regularização e licenciamentos dos usos e intervenções em corpos
d’água, aumentando a existência de usos não outorgados e atividades não licenciáveis.

Assim, deve ocorrer maior fiscalização quanto ao uso dos Recursos Hídricos
(captações e lançamentos), controle de poluição. Integração entre os cadastros de
instituições como Defesa Agropecuária, CATI, DAEE, CETESB, entre outras, visando
identificar possíveis usuários de água e atividades poluidoras.

Em relação à proporção da quantidade de captações superficiais e subterrâneas na


UGRHI-17, pode-se observar que no ano de 2011 as captações superficiais representavam

90
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aproximadamente 57% do total de outorgas na UGRHI-17. Em função do crescimento


vertiginoso das outorgas subterrâneas a partir do ano de 2011, houve um acréscimo do
número de outorgas subterrâneas, fazendo com que a proporção de outorgas superficiais
ficasse em linha com as outorgas subterrâneas (Figura 49).

Captação superficial x Captação subterrânea

Figura 49. Proporção de captações superficiais e subterrâneas.


Fonte: CRHi – Ano base 2015.

Figura ilustrativa

Figura 50. Captações superficiais e subterrâneas na UGRHI-17.


Fonte: Banco de Outorgas do DAEE, 2016.

Quanto às vazões outorgadas, no período de 2011 a 2015, houve um crescimento ao


longo dos anos. Em termos de demanda superficial, o crescimento foi lento e gradual,
totalizando aproximadamente 18% ao longo dos últimos 5 anos. Já as demandas
subterrâneas aumentaram 75% no período, corroborando com o aumento do número de
outorgas já identificadas anteriormente.

91
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Captação por tipo – superficial x subterrânea

Figura 51. Relação de vazão captada superficial e subterrânea.


Fonte: CRHi – Ano base 2015.

4.4.2 Demandas consuntivas

As informações relativas à demandas consuntivas permitem acompanhar a evolução


das demandas por categoria de uso, bem como identificar sua distribuição espacial e é de
fundamental importância para gestão dos recursos hídricos, pois, reflete a pressão direta
sobre a disponibilidade hídrica. O Quadro 35 apresenta os indicadores de demanda
consuntiva na UGRHI-17.
Quadro 35. Indicadores de demanda consuntiva de água da UGRHI-17.
Variável Indicador Parâmetro
P.01-A: Demanda total de água: P.01-B: Demanda de água
m³/s superficial: m³/s
P.01 1
11,22 m³/s 9,81 m³/s
Demanda de
P.01-C: Demanda de água P01-D - Demanda de água em
água 3
subterrânea: m³/s rios de domínio da União: m /s
3
1,40 m³/s 1,03 m /s
Demanda de P.02-A: Demanda urbana de água: P.02-B: Demanda industrial de
Água m³/s água: m³/s
2,95 m³/s 2,50 m³/s
P.02 Tipos de P.02-C: Demanda rural de água: P.02-D: Demanda para outros
uso da água m³/s usos de água: m³/s
5,73 m³/s 0,05 m³/s
P.02-E: Demanda estimada para abastecimento urbano: m³/s
2
1,90 m³/s
Controle da R.05 Outorga R.05-G: Vazão outorgada para uso urbano / volume estimado para
exploração e de uso da abastecimento urbano: %
3
uso da água água 151,5 %
Fonte: CRHi – Ano base 2015.

1
Não considera as captações em rios federais (P01-D).
2
Dado referente a SNIS -2012. Os dados de 2013 ainda não foram disponibilizados.
3
Dado referente a SNIS -2012. Os dados de 2013 ainda não foram disponibilizados.

92
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Plano de Bacia

A demanda refere-se ao volume total de água superficial e subterrânea requerido


por todos os tipos de uso: urbano, industrial, rural e outros usos, conforme dados
disponibilizados pelo CRH para a elaboração do Relatório de Situação.

4.4.3 Demanda de água

Neste capítulo, os dados de utilização (demanda de água) são estratificados para as


UPH’s. Esta estratificação foi realizada diretamente proporcional a área de cada um dos
municípios dentro de cada uma das sub-bacias, respeitando-se os critérios de área urbana,
para as demandas urbanas e de área rural para as demandas rurais/industriais. O
conhecimento da demanda de água superficial e subterrânea permite gerenciar o balanço
entre a demanda e disponibilidade de água superficial e subterrânea na UGRHI-17. O
Quadro 36 e a Figura 52 apresenta as vazões captadas (superficiais e subterrâneas),
divididas por tipo de uso na UGRHI-17.

Quadro 36. Totais de captação por fonte na UGRHI-17.


3
Tipo TOTAL (m /s)
Superficial (Rios Estaduais) 9,81
Subterrânea 1,40
Superficial (Rio Federal) 1,03
Total 12,24
Fonte: CRHi – Ano base 2015.

Figura 52. Demanda total de água.


Fonte: CRHi – Ano base 2015.

Observa-se na Figura 52 que o valor total de captação é de 12,34 m3/s (88,6%


superficiais). Deste valor, 1,03 m3/s são captados diretamente na calha do Rio
Paranapanema e não entram no cálculo do balanço hídrico. Desta forma, os valores de

93
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Plano de Bacia

demanda foram estratificados por UPHs, conforme apresentado no Quadro 37 e na Figura


53. As captações federais, por se localizarem na calha do Rio Paranapanema, não entram
no cálculo das demandas por UPH’s.

Figura 53. Demanda total de água por UPH.


Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

Quadro 37. Totais de captação por UPH na UGRHI-17.


Demanda Demanda
3 Demanda
UPH’S Superficial (m /s) Subterrânea 3
3 Total (m /s)
Rios Estaduais (m /s)
Turvo 2,65 0,36 3,01
Pardo 3,61 0,47 4,08
Pari/Novo 1,41 0,23 1,63
Capivara 2,14 0,35 2,50
UGRHI-17 9,81 1,40 11,22
Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

Conforme se observa no Quadro 37 e na Figura 53, a UPH do Pardo concentra a


maior demanda de toda a UGRHI (4,08 m3/s), sendo que a maior parte desta demanda é de
água superficial.

4.4.4 Demanda da água por tipo de uso

O conhecimento da demanda por tipo de uso é de fundamental importância para a


gestão dos recursos hídricos, uma vez que o desequilíbrio entre os usos da água pode
acarretar conflitos. Além disso, a avaliação das variações nos volumes consumidos subsidia
o estabelecimento de metas de adequação do consumo para os diversos tipos de uso.

94
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Plano de Bacia

A Figura 54 e o Quadro 38 apresentam a distribuição da demanda de água na


UGRHI-17 por tipo de usuário. Pode-se observar que a maior demanda é para o setor
urbano, seguido pelo uso rural (incluída a irrigação).

Figura 54. Demanda total de água por tipo de uso.


Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

Quadro 38. Totais de captação por tipo de usuário e UPH na UGRHI-17.


Demanda Demanda Demanda rural Demanda para
UPH urbana de água industrial de de água outros usos de água
3 3 3 3
(m /s) água (m /s) (m /s) (m /s)
Turvo 0,23 0,24 2,21 0,01
Pardo 1,85 0,95 1,57 0,01
Pari/Novo 0,34 0,67 0,71 0,01
Capivara 0,52 0,64 1,23 0,02
UGRHI-17 2,95 2,50 5,73 0,05
Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

4.4.4.1 Uso urbano


A Demanda urbana de água representa o volume total de água superficial e
subterrânea requerido pelos usos urbanos: abastecimento público, comércio e serviços. O
parâmetro aponta as atividades socioeconômicas para as quais a água superficial e/ou
subterrânea se destina e abrange especificamente o uso urbano.

A Figura 55 apresenta o uso urbano da água distribuído pelas UPH’s. A UPH do


Pardo concentra as maiores demandas urbanas da UGRHI, seguidas pela UPH Capivara.

95
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Plano de Bacia

Figura 55. Demanda urbana de água.


Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

4.4.4.2 Uso industrial


A demanda industrial de água representa o volume total de água superficial e
subterrânea requerido pelos usos industriais: processos produtivos, tratamento de efluentes
industriais. O parâmetro aponta as atividades socioeconômicas para as quais a água
superficial e/ou subterrânea se destina e abrange especificamente o uso industrial. Para
esse levantamento assumiu a vazão total outorgada.

Figura 56. Demanda industrial de água.


Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

A demanda industrial na UGRHI não é significativa, concentrando cerca de 23% da


demanda total.

96
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4.4.4.3 Uso rural e irrigação

A demanda rural de água representa o volume total de água superficial e subterrânea


requerido pelos usos rurais, com: irrigação, pecuária, aquicultura, etc. O parâmetro aponta
as atividades socioeconômicas para as quais a água superficial e/ou subterrânea se destina
e abrange especificamente o uso rural.

A demanda rural para o setor agrícola na bacia do Médio Paranapanema é da ordem


de 5,73 m³/s, segundo os dados disponibilizados pelo CRHi, ou seja, cerca de 50% da
demanda total. A Figura 57 apresenta os dados obtidos, para os usuários rurais nas UPH’s
da UGRHI.

Os dados apresentados na Figura 57 mostram que a demanda rural é maior UPH


Turvo, porém as UPH’s Capivara e Pardo também apresentam altas demandas para uso
rural, em especial para a irrigação.

Figura 57. Demanda rural de água.


Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

A análise das demandas de água para a irrigação já foram alvos de inúmeros


trabalhos no sentido de quantificar as demandas reais de irrigação da UGRHI. Todavia,
existem uma série de incertezas nesta quantificação, uma vez que dependem de: (i)
condições climáticas, (ii) condições de mercado, (iii) tecnologia envolvida, (iv) captações
regularizadas, dentre outros. Segundo mapeamento realizado pela EMBRAPA, existem na
UGRHI-17 cerca de 127 pivos centrais (vide Figura 58), numero bastante reduzido em
comparação com a UGRHI-14 (Alto Paranapanema), por exemplo.

97
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 58. Localização de pivôs na UGRHI 17


Fonte: Embrapa e Ana (2016)

Figura 59. Pivôs Centrais na UPH do Turvo.


Fonte: Imagem Google Earth (2016)

98
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

4.4.4.4 Outros usos de água

A demanda para outros usos de água representa o volume total de água superficial e
subterrânea requeridos pelos usos que não se enquadram como urbano, industrial ou rural,
denominados conjuntamente de “outros usos”. Estes usos são praticamente insignificantes
para a UGRHI, de forma que os valores registrados são abaixo de 0,05 m3/s.

4.4.4.5 Comparativo entre demanda estimada e outorgada: uso urbano

Este item define-se como a relação entre a vazão total outorgada para captações de
águas destinadas a uso urbano (uso regularizado) e o volume de água estimado para
atender o abastecimento urbano (regularizado ou não).

Esse dado permite avaliar o grau de implantação do instrumento de outorga para uso
urbano através da comparação da vazão outorgada para este fim com a demanda urbana
estimada. A fonte de dados para a estimativa da demanda é o “Índice de atendimento de
água” obtidos do Sistema Nacional de Informações sobre saneamento – SNIS, do
“Coeficiente de retirada urbano per capita, obtidos do Operador Nacional do Sistema Elétrico
– ONS e dados de população obtidos da fundação SEADE.

Figura 60. Demanda estimada de água para abastecimento urbano.


Fonte: Adaptado de CRHi – Ano base 2015.

Pode-se observar na Figura 60 que, em 2007 a relação da demanda outorgada com


a demanda estimada para abastecimento urbano, era menor que 15%, isto é, apresentava
um baixo índice de regularização dos usos. No ano de 2009 houve um crescimento da
demanda outorgada em relação a demanda estimada, fazendo esse índice crescer para
70%, chegando aos atuais 160%. Desta forma, nota-se claramente o alto grau de

99
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Plano de Bacia

regularização dos usos para abastecimento público, com outorgas superiores ao consumo
real. Esta diferença tente a se reduzir com o início da implementação da cobrança pelo uso
da água.

4.4.5 Demandas não-consuntivas

Por uso não consuntivo de água, entende-se como aquele em que, no


aproveitamento do recurso hídrico, não existe consumo de água, ou seja, entre a derivação
e o lançamento de água no rio não existe perda. Desta forma incluem-se como não
consuntivos os usos destinados a navegação, produção de energia hidrelétrica, recreação e
lazer, aquicultura, entre outros. O Quadro 39 apresenta os indicadores de demanda
consuntiva na UGRHI-17.

Quadro 39. Indicadores de demanda não consuntiva de água da UGRHI-17.

Variável Indicador Parâmetro

R.05-D: Outorgas para outras interferências em cursos


Controle da R.05 Outorga
d’água: nº de outorgas
exploração e de uso da
uso da água água 228 outorgas

P.08 P.08-D: Barramentos: nº total de barramentos


Interferências
Barramentos
em corpos
em corpos
d’água 306 barramentos
d’água

O número de outorgas concedidas para interferências em corpos d’água que não


envolva captação de água ou lançamento são denominados outras interferências. Esse
indicador permite avaliar o grau de implantação da outorga de uso da água, ou seja, do
controle sobre os diferentes usos de recursos hídricos. Os usos denominados como outras
interferências são enquadrados nas seguintes categorias: Barramento, canalização, píer,
piscinão, proteção de leito/margem, retificação e travessias.

100
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Plano de Bacia

Figura 61. Número de outorgas em cursos d’água.


Fonte: DAEE, 2012.

A quantidade de outorgas concedidas para outras interferências em corpos d’água


vem crescendo constantemente, muito em função do aumento das atividades de fiscalização
e para o licenciamento ambiental.

O Desenho 03.1036/17 apresenta a espacialização das demandas consuntivas e


não consuntivas da UGRHI-17.

4.4.6 Interferências em cursos d’água

• Navegabilidade

Atualmente, a calha do Rio Paranapanema possui uma série de hidrelétricas que


prejudicam a navegabilidade do trecho. Todavia, caso seja viável a implantação de eclusas,
pode-se criar um novo acesso a hidrovia Tietê-Paraná.

• Barramentos hidrelétricos

O conhecimento de número de barramentos implantados em uma determinada área


é de grande importância para a gestão dos recursos hídricos, visto que podem modificar o
volume de água disponibilizado para áreas de jusante. Na UGRHI-17, existem 05
barramentos hidrelétricos de grande porte, conforme apresentado no Quadro 40.

Além das grandes hidrelétricas, existe um grande potencial na UGRHI para a


instalação de pequenas PCH’s. Somente para o Rio Pardo, o potencial inventariado é de
61.850 kw, subdivididas entre 9 PCHs a serem instaladas. Destas PCH’s previstas para o
Rio Pardo, três encontra-se em fase de licenciamento ambiental a PCH de Santana, Niágara
e Figueira Branca (CBH-MP).

101
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Plano de Bacia

Quadro 40. Resumo das hidrelétricas existentes na UGRHI-17.


Potência Área de Produção
UHE Localização Conclusão Turbinas Instalada reservatório atual
(MW) (km²) (MW/h)
Chavantes
(remando do Próxima a
reservatório Chavantes/SP e 4 turbinas
1971 414 400 2573
localizado Ribeirão FRANCIS
fora da Claro/PR
UGRHI-17)
Próxima das
cidades de Salto 4 turbinas
Salto Grande 1960 74 12 1012
Grande/SP e Kaplan
Cambará/PR
Entre as cidades
de Candido 3 turbinas
Canoas I 1999 83 30,85 1000
Mota/SP e tipo bulbo
Itambaracá/PR
Entre as cidades
3 turbinas
Canoas II de Palmital/SP e 1999 72 22,5 866
tipo bulbo
Andirá/PR
Próxima de
4 turbinas
Capivara Taciba/SP e 1978 640 576 10661
FRANCIS
Porecatu/PR
Fonte: CPTI, 2007.

• Aquicultura

Levantamentos realizados pelo projeto LUPA da Secretaria da Agricultura (SAA,


2008) indicam a existência de 170 ha de lagos destinados a aquicultura e de 4.000 m2 de
lagos destinadas a ranicultura nos EDR’s de Assis, Ourinhos e Avaré (que abrangem a
maior parte da UGRHI).

As atividades de piscicultura e ranicultura, apesar de não interferirem no balanço


hídrico, uma vez que toda água captada, teoricamente, é lançada de volta ao curso de água,
podem vir a interferir na qualidade desta água, já que existem os insumos e alimentos
lançados para a manutenção das criações.

• Açudes e pequenos reservatórios

Pelo levantamento elaborado pelo Projeto LUPA (SAA, 2008), nos EDR’s de Assis,
Ourinhos e Avaré (que abrangem a maior parte da UGRHI) abrigam 7.995 açudes e/ou
pequenos reservatórios/represas. Em áreas rurais utiliza-se a construção da barragem de
terra para uma série de finalidades, destacando-se a irrigação, seguida de: abastecimento
da propriedade, piscicultura, recreação, embelezamento, dessedentação de animais, dentre
outras.

102
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Plano de Bacia

• Barramentos

Quanto ao indicador de quantidade de barramentos outorgados, desde 2011 o


número vem aumentando gradativamente, muito em função da regularização de
barramentos já existentes.

Número de barramentos

Figura 62. Número de barramentos outorgados na UGRHI-17.


Fonte: CRHi, 2016.

4.5 Balanço: demanda x disponibilidade

Conhecidas as disponibilidades reais e as demandas existentes na bacia do Médio


Paranapanema, pode-se determinar o balanço hídrico em função da disponibilidade e da
demanda. Conceitualmente, o balanço hídrico determina qual a disponibilidade de água
existente na UGRHI-17, determinada a partir da disponibilidade real, diminuída dos valores
de captação e acrescida dos valores de lançamento.

A disponibilidade hídrica na UGRHI-17 é satisfatória e, em termos de Q7,10, a UGRHI-


17 apresenta uma disponibilidade de 55 m3/s, uma das maiores do Estado de SP. Em
termos gerais a UGRHI-17 apresenta um baixo consumo de água, em função de suas
características (cidades menores e poucas indústrias). A disponibilidade anual per capita de
7.147 m³/hab.ano, situa-se acima da média do Estado de São Paulo.

A demanda total de recursos hídricos é baixa, de apenas 11,22 m³/s,


correspondendo a uma população de cerca de 685 mil habitantes. O Quadro 41 apresenta
os indicadores de balanço x disponibilidade na UGRHI-17.

Ressalta-se que nos cálculos apresentados a seguir, não são computadas as vazões
captadas em rios federais, uma vez que estes se situam no extremo da bacia e possuem
uma grande disponibilidade em função dos barramentos construídos. Ressalta-se, também,

103
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Plano de Bacia

que o balanço hídrico aqui apresentado refere-se as demandas cadastradas, isto é, usos
irregulares, isto é, não cadastrados nos órgãos de controle, não são computados.

Quadro 41. Indicadores de balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
E.07-A: Demanda total E.07-B: Demanda total
(superficial e subterrânea) em (superficial e subterrânea)
relação ao Q95%: % em relação ao Qmédio: %

E.07 Balanço: 13,70 % 7,20 %


Balanço demanda versus E.07-C: Demanda superficial em E.07-D: Demanda
disponibilidade relação a vazão mínima subterrânea em relação às
superficial (Q7,10): % reservas explotáveis: %

15,10 % 8,30 %

4.5.1 Demanda total em relação ao Q7,10

Representa o balanço entre a demanda superficial e a disponibilidade Q7,10, que é a


vazão disponível na UGRHI-17 em épocas de estiagem. Para essa demanda, são utilizados
os dados de demanda total apresentados pelo Relatório de Situação 2015, obtidos a partir
de dados do DAEE e os volumes de disponibilidade obtidos do PERH 2004-2007 e tem
como fonte o DAEE.

Evolução da demanda superficial x Q7,10

Figura 63. Evolução temporal da demanda superficial em relação ao Q7,10% na UGRHI-17.


Fonte: DAEE, 2015.

De acordo com os dados apresentados na Figura 63 pode-se concluir que a


demanda total em relação à Q7,10% é de 15,10%, portanto, classifica-se como boa, haja visto
que no Estado de São Paulo o órgão gestor outorga até 50% da Q7,10.

104
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Plano de Bacia

Já em termos das sub-bacias, os números apresentam uma leve variação, indo de


demanda de 12% em relação a Q7,10 na UPH Capívara a demanda de 18% em relação a
Q7,10 (UPH Pardo). Ainda assim, em todas as UPH’s a situação, em termos médios, é
confortável, conforme observado no Quadro 42 e na Figura 64.

Quadro 42. Balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17: demanda superficial x Q7,10.


Área % na Sub Q7,10 Demanda Relação Demanda
Nome 3 3
(km2) Bacia (m /s) Superficial (m /s) Superficial x Q7,10
Turvo 4.214,96 25,16% 16,36 2,65 16%
Pardo 5.050,66 30,15% 19,60 3,61 18%
Pari/Novo 2.686,24 16,04% 10,42 1,41 13%
Capivara 4.798,57 28,65% 18,62 2,14 12%
Total da UGRHI-17 16.750,43 100,00% 65,00 9,81 15%

Figura 64. Demanda total em relação ao Q7,10 na UGRHI-17, por UPH.


Fonte: Adaptado de CRHi, 2016.

4.5.2 Demanda total em relação ao Q95%

Representa o balanço entre a demanda total (superficial e subterrânea) e a


disponibilidade Q95%, que é a vazão disponível na UGRHI-17 em 95% do tempo e representa
a vazão “natural” da bacia, sem interferências. Para essa demanda, são utilizados os dados
de demanda total apresentados pelo Relatório de Situação 2015, obtidos a partir de dados
do DAEE e os volumes de disponibilidade obtidos do PERH 2004-2007 e tem como fonte o
DAEE.

105
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Plano de Bacia

Evolução da demanda superficial x Q95%

Figura 65. Evolução da demanda total em relação ao Q95% na UGRHI-17.


Fonte: DAEE, 2015.

O valor de referência da demanda total em relação ao Q95% é feita através da


classificação da Agência Nacional de Águas (ANA) que foi adaptado pela CRHi, conforme
Quadro 43.

Quadro 43. Classificação da demanda em relação ao Q95%.

Fonte: CRHi, 2010.

De acordo com os dados apresentados na Figura 66 pode-se concluir que a


demanda total em relação à Q95% é de 13,7%, portanto, classifica-se como boa.

Já em termos das sub-bacias, os números não apresentam grande variabilidade, se


situando na faixa de 11 a 16% da Q95% comprometidas com a demanda total, conforme
apresentado no Quadro 44 e na Figura 66

Quadro 44. Balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17: demanda total x Q95%.


Área % na Sub Q95% Demanda Total Relação Demanda
Nome 3 3
(km2) Bacia (m /s) (m /s) Total x Q95%
Turvo 4.214,96 25,16% 20,63 3,01 15%
Pardo 5.050,66 30,15% 24,72 4,08 16%
Pari/Novo 2.686,24 16,04% 13,15 1,63 12%
Capivara 4.798,57 28,65% 23,49 2,50 11%

Total da UGRHI-17 16.750,43 100,00% 82,00 11,22 14%

106
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Plano de Bacia

Figura 66. Demanda total em relação ao Q95% na UGRHI-17, por UPH.


Fonte: Adaptado de CRHi, 2016.

4.5.3 Demanda total em relação ao Qmédio

A demanda total em relação ao Qmédio é o balanço entre a demanda total (superficial


e subterrânea) e a disponibilidade média ou vazão média de longo período, que representa
a vazão media de água na UGRHI-17 durante o ano e é considerado um volume menos
restritivo ou menos conservador, sendo mais representativo em bacias que possuem
regularização de vazão, o que não é o caso da UGRHI-17, pois as principais áreas
represadas se situam no trecho do Rio Paranapanema.

O valor de referência da demanda total em relação ao Qmédio é feita através da


classificação da Agência Nacional de Águas (ANA) que foi adaptado pela Coordenadoria de
Recursos Hídricos - CRHi, conforme Quadro 45. Por se tratar de uma vazão de referência
menos conservadora ou menos restritiva, adotam-se faixas de classificação mais restritivas
do que as demais vazões de referência.

Quadro 45. Classificação da demanda em relação ao Qmédio.

Fonte: CRHi, 2010.

107
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Plano de Bacia

De acordo com os dados apresentados na Figura 67 pode-se concluir que a


demanda total em relação à Qmédia é de 7%, portanto, classifica-se como boa.

Evolução da demanda superficial x Qmédio

Figura 67. Evolução da demanda total em relação ao Qmédio na UGRHI-17.


Fonte: Adaptado de CRHi, 2016.

Já em termos das UPH’s, os números não apresentam grande variabilidade, se


situando na faixa de 6 a 9% da Qmédia comprometidas com a demanda total, sendo todas
as UPH’s classificadas como situação “boa”, conforme apresentado na Figura 68 e no
Quadro 46.

Figura 68. Demanda total em relação ao Qmédio na UGRHI-17, por UPH.


Fonte: Adaptado de CRHi, 2016.

108
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Quadro 46. Balanço x disponibilidade de água da UGRHI-17: demanda total x Qmédio.


Área % na Sub Qmédio Demanda Total Relação Demanda
Nome 3 3
(km2) Bacia (m /s) (m /s) Total x Qmédio
Turvo 4.214,96 25,16% 39,00 3,01 8%
Pardo 5.050,66 30,15% 46,74 4,08 9%
Pari/Novo 2.686,24 16,04% 24,86 1,63 7%
Capivara 4.798,57 28,65% 44,40 2,50 6%

Total da UGRHI-17 16.750,43 100,00% 155,00 11,22 7%

4.5.4 Demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis

A demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis é o balanço entre a


demanda subterrânea e a disponibilidade hídrica subterrânea. A disponibilidade
subterrânea4 é calculada através da estimativa do volume de água que está disponível para
consumo sem comprometimento das reservas totais, ou seja, a Reserva explotável é
semelhante ao volume infiltrado.

Devido à importância do parâmetro e à ausência de dados sobre a estimativa da


demanda por água subterrânea, optou-se por assumir a vazão outorgada para captações
subterrâneas como sendo equivalente à demanda subterrânea total, devendo a análise ser
realizada de forma criteriosa e com as devidas ressalvas.

Evolução da demanda Subterrânea x Qexplotável

Figura 69. Evolução da demanda subterrânea em relação à vazão explotável na UGRHI-17.


Fonte: DAEE, 2015.

4
Deve ser ressaltado que a determinação da disponibilidade hídrica subterrânea é complexa e com
muita controvérsia no meio técnico e acadêmico, portanto, estes valores tem que ser analisados com
muito critério.

109
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Plano de Bacia

O valor de referência da demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis é


feita através da classificação do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH 2004-2007),
que foi adaptado pela CRHi, conforme Quadro 47.

Quadro 47. Classificação da demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis.

Fonte: CRHi, 2010.

De acordo com os dados apresentados no Quadro 47 pode-se concluir que a


demanda subterrânea em relação as reservas explotáveis é de 8,3%, portanto, classifica-se
como Boa.

4.6 Qualidade das águas

A importância da qualidade das águas está bem conceituada na Política Estadual de


Recursos Hídricos, tendo como objetivo “assegurar que a água, recursos natural essencial à
vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social, possa ser controlada e utilizada,
em padrões de qualidade satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras,
em todo território do Estado de São Paulo” (Art. 2o, Tít. I, Cap. I, Lei No 7663/91).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA definiu as classes de qualidade


de águas doces, salinas e salobras através da Resolução CONAMA 357/2005.
Posteriormente, a Resolução CONAMA 430/2011 alterou e complementou resolução citada
fixando condições e padrões de emissão para o lançamento de efluentes em corpos d’água
receptores.

Para cada classe de qualidade, são associados usos preponderantes atuais ou


futuros, fixando-se ou adotando-se padrões de qualidade os valores limites dos parâmetros
de qualidade estabelecidos em legislação. Dessa forma, os resultados obtidos no
monitoramento das águas doce, salobra e salina são comparados como os respectivos
padrões de qualidade das classes de enquadramento, de cada corpo d’água (CETESB,
2012).

A poluição das águas origina-se de várias fontes, entre as quais se destacam


efluentes domésticos, efluentes industriais, deflúvio superficial urbano e deflúvio superficial
agrícola. Está, portanto, associada ao tipo de uso e ocupação da terra. Cada uma dessas
fontes possui características próprias quanto aos poluentes que carreiam. Os esgotos

110
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Plano de Bacia

domésticos apresentam contaminantes orgânicos biodegradáveis, nutrientes e bactérias. A


diversidade de indústrias também contribui com variabilidade mais intensa nos
contaminantes lançados aos corpos d’água, depende das matérias-primas e dos processos
industriais utilizados (SIGRH, 2001).

Tanto na Legislação Estadual (Decreto Estadual 8468/76) quanto na Federal


(Resolução CONAMA 357/05), está estabelecido que os usos preponderantes do recurso
hídrico são, dentre outros: abastecimento público e preservação do equilíbrio das
comunidades aquáticas. Portanto, a CETESB estabelece indicadores ambientais específicos
para cada uso do recurso hídrico: o IQA (índice de qualidade das águas); IAP (índice de
qualidade de águas brutas para fins de abastecimento público); e o IVA (Índice de
preservação da vida aquática).

Para refletir a qualidade das águas para seus múltiplos usos, tem-se, ainda o índice
de Balneabilidade, que avalia as condições da água para fins de recreação de contato
primário. Assim, a avaliação da qualidade das águas é composta pelos Índices: IAP –
qualidade de águas brutas para fins de abastecimento público e IB – índice de
balneabilidade.

As principais vantagens dos índices de qualidade de águas são a facilidade de


comunicação com o público não técnico, o status maior do que os parâmetros individuais e o
fato de representar uma média de diversas variáveis em um único número, combinando
unidades de medidas diferentes em uma única unidade. No entanto, sua principal
desvantagem consiste na perda de informação das variáveis individuais e da interação entre
as mesmas. O índice fornece uma avaliação integrada, mas não substitui uma avaliação
detalhada da qualidade das águas de uma determinada bacia hidrográfica.

Os principais objetivos das redes de monitoramento de qualidade das águas


gerenciadas pela CETESB, para os Comitês de Bacias Hidrográficas são: avaliar a evolução
da qualidade das águas doces; propiciar o levantamento das áreas prioritárias para o
controle da poluição das águas; identificar trechos de rios onde a qualidade d’água possa
estar mais degradada, possibilitando ações preventivas e de controle da CETESB, como a
construção de ETEs (Estações de Tratamento de Esgotos) por parte do município
responsável pela poluição ou a adequação de lançamentos industriais e; subsidiar o
diagnóstico da qualidade das águas doces utilizadas para o abastecimento público e outros
usos e; dar subsídio técnico para a elaboração dos Relatórios de Situação dos Recursos
Hídricos, realizados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas.

111
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Plano de Bacia

4.6.1 Qualidade das águas superficiais

A CETESB dispõe de Rede Estadual de Monitoramento a Qualidade das Águas


Superficiais, desde julho de 1990, sendo que na UGRHI-17, até o ano de 2014, havia 04
(quatro) pontos de monitoramento: NOVO02450 (Rio Novo), PADO02500 (Rio Pardo),
PADO02600 (Rio Pardo), PARP02500 (Rio Paranapanema). Em 2015 foram instalados mais
3 (três) pontos de monitoramento: PARI02700 (Rio do Pari), PIVI02850 (Rio Capivari) e
PIVR02700 (Rio da Capivara), conforme apresentado na Figura 70.

Figura 70. Evolução do número de pontos de monitoramento de qualidade de água.

De forma geral, a quantidade de pontos de monitoramento é altamente insuficiente


para uma análise mais aprofundada da situação da qualidade das águas superficiais da
UGRHI-17.

A Figura 71 apresenta o mapa da UGRHI-17 contendo a localização dos pontos de


monitoramento de água superficial. O Quadro 48 descreve os sete pontos de amostragem
de qualidade das águas da CETESB, na UGRHI-17. Dois localizados no Rio Pardo, um no
Rio Novo, um no Rio Pari, um no Rio Paranapanema e um no Rio Capivari e um no Rio da
Capivara.

De forma geral, a UGRHI-17 apresenta baixa densidade de pontos de monitoramento


de qualidade das águas superficiais. Observa-se um total de 7 pontos de amostragem
superficial, o que dá uma densidade de aproximadamente 2.393 km² a cada ponto de
monitoramento e, que não há nenhum ponto de monitoramento na UPH Turvo.

112
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Plano de Bacia

Quadro 48. Descrição de pontos de amostragem de qualidade de água.

RB = Rede básica de monitoramento


Fonte: CETESB, 2015.

Esses pontos estão instalados em cursos d’água enquadrados como Classe 2,


segundo o Decreto Estadual nº 10.755/1977 (São Paulo, 1977). Assim, os parâmetros
avaliados devem respeitar os limites aceitáveis para esta classe definidos pela Resolução
Conama nº 357/2005 (Quadro 49). Para estes pontos, foram apresentadas
desconformidades referentes a Fósforo total (ambientes intermediários) e Coliformes
termotolerantes (Escherichia coli), conforme destaca o Quadro 50.

Figura ilustrativa

Figura 71. Mapa com pontos de amostragem de qualidade de água.


Fonte: CETESB, 2015.

113
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Quadro 49. Parâmetros aceitáveis para a Classe 2 segundo a Resolução CONAMA nº 357/2005
Parâmetro Limite
Turbidez (UNT) 100
Nitrogênio-Nitrato (mg/L N) 10
OD (mg/L O2) >5
DBO 5,20 (mg/l O2) 5
Fósforo total ambientes intermediários (mg/L P) 0,03
Fósforo total ambientes lênticos (mg/l P) 0,05
Escherichia coli 1.000
Clorofila a (μg/L) 30
Fonte: Brasil, 2005.

Quadro 50. Resultados dos parâmetros dos pontos de monitoramento da UGRHI-17

Fósforo total
DBO (5,20)

Clorofila-a
Turbidez

Nitrato

E. coli
OD
Corpo hídrico Ponto

Ribeirão Capivari PIVI02850 14,0 1,000 7,9 2,0 0,094 384 0,62
Rio da Capivara PIVR02700 38,0 1,000 7,3 2,2 0,047 771 4,70
Rio do Pari PARI02700 39,0 1,000 7,5 2,7 0,094 559 5,00
Rio Novo NOVO02450 15,0 0,280 7,8 2,2 0,034 729 0,40
Rio Paranapanema PARP02500 08,5 0,260 7,7 2,0 0,018 173 0,59
PADO02500 91,0 0,370 8,0 2,1 0,099 529 0,59
Rio Pardo
PADO02600 31,0 0,430 7,9 2,0 0,068 1.800 0,88

Legenda Desconformidade em relação à Classe 2

Fonte: CETESB, 2015.

Para melhor compreensão desse tema, são apresentados os seguintes desenhos:

a) Desenho 04.1036/17 apresenta os pontos de monitoramento de água superficial


existentes na UGRHI-17, juntamente com os índices de qualidade de água para
esses pontos.

b) Desenho 06. 1036/17 apresenta os pontos de poluição ambiental (CETESB, 2015).

c) Desenho 09. 1036/17 apresenta os pontos de monitoramento, lançamento


superficial.

114
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• Índice de qualidade das águas (IQA)

O índice de qualidade das águas reflete principalmente a contaminação dos corpos


hídricos ocasionada pelo lançamento de efluentes domésticos. É importante também
salientar que este índice foi desenvolvido para avaliar a qualidade das águas, tendo como
determinante principal a sua utilização para o abastecimento público, considerando aspectos
relativos ao tratamento dessas águas.

O monitoramento do IQA também permite identificar áreas prioritárias para o controle


da poluição das águas e elaborar diagnóstico das águas utilizadas para abastecimento
público.

O valor do IQA é obtido a partir de 9 parâmetros considerados relevantes para a


avaliação da qualidade das águas: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda
bioquímica de oxigênio, quantidade de coliformes fecais, nitrogênio, fósforo, resíduos totais
e turbidez. A partir dos parâmetros avaliados, a CETESB adota as seguintes categorias para
classificação dos pontos em relação ao IQA:

Fonte: CETESB, 2015.

A Figura 72 apresenta a comparação das médias dos valores de IQA para a UGRHI-
17 e publicado no Relatório de Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo
(CETESB, 2013).

Figura 72. Evolução dos resultados IQA nos pontos de monitoramento da UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2015.

115
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Plano de Bacia

• Índice de qualidade das águas brutas para fins de abastecimento (IAP)

O IAP avalia, além das variáveis consideradas no IQA, as substancias tóxicas e as


variáveis que afetam a qualidade organoléptica da água, advindas, principalmente de fontes
difusas. Este índice é calculado apenas nos pontos que são coincidentes com captações
utilizadas para abastecimento público. A partir dos parâmetros avaliados, a CETESB adota
as seguintes categorias para classificação dos pontos em relação ao IVA.

Fonte: CETESB, 2016.

A UGRHI 17 possui dois pontos de análise de IAP, os dois localizados no Rio Pardo,
como apresentado no Quadro 51.

Quadro 51. Descrição de pontos de amostragem de IAP.

Fonte: CETESB, 2015.

Figura 73. Resultados IAP na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

É possível observar que no ano de 2009 havia 1 ponto considerado “ruim” e um


“regular”. A partir de 2010 os pontos apresentam melhora e apenas em 2011 um dos pontos
foi considerado “regular”. Entretanto, em 2015 os dois pontos foram classificados como
“regular”, evidenciando a piora na qualidade das águas.

116
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• Índice de qualidade das águas para a proteção da vida aquática (IVA)

O IVA é utilizado para avaliar a qualidade das águas para a proteção da vida
aquática, para fins de proteção da fauna e flora em geral. O índice leva em consideração a
presença e a concentração de contaminantes tóxicos (cobre, zinco, chumbo, cromo,
mercúrio, níquel, cadmio, surfactantes, fenóis), seu efeito sobre os organismos aquáticos
(toxicidade) e duas das variáveis consideradas essenciais para os organismos aquáticos:
oxigênio dissolvido e pH. O calculo do IVA é priorizado em pontos que estão enquadrados
em classes que preveem a proteção da vida aquática excluindo-se assim, os corpos hídricos
classe 04 (CONAMA 357/05).

Os contaminantes tóxicos são agrupados no IPMCA (índice de variáveis mínimas


para a preservação da vida aquática), enquanto o pH e o oxigênio dissolvido estão
agrupados no IET (índice de estado trófico). Desta forma, o IVA fornece informações não só
sobre a qualidade da água em termos ecotoxicológicos, mas também sobre o seu grau de
trofia. A partir dos parâmetros avaliados, a CETESB adota as seguintes categorias para
classificação dos pontos em relação ao IVA:

Fonte: CETESB, 2011.

O Quadro 52 apresenta os pontos de amostragem de qualidade das águas para


proteção da vida aquática da CETESB, na UGRHI-17.

Quadro 52. Descrição de pontos de amostragem de IVA.

RB = Rede básica de monitoramento


Fonte: CETESB, 2015.

117
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Plano de Bacia

Figura 74. Resultados IVA na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

Desde 2009 o índice de qualidade de água para proteção da vida aquática,


apresentou uma melhora significativa, onde 2 pontos eram classificados como “ótimos” e um
como “regular”, a partir de 2010 todos os pontos passam a ser classificados como “bons” e
“ótimos”. Entretanto, em 2015 com o aumento no número de pontos de monitoramento 2
deles foram classificados como “regulares”.

• Índice de estado trófico (IET)

O índice de estado trófico tem por finalidade apontar o grau de trofia do corpo
d’água, ou seja, a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu
consequente efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da
infestação de macrófitas aquáticas. O IET leva em consideração a presença de clorofila-a e
fósforo total. A partir dos parâmetros avaliados, a CETESB adota as seguintes categorias
para classificação dos pontos em relação ao IET:

Fonte: CETESB, 2011.

118
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Quadro 53. Classificação IET.


Classes IET Características
Corpos d’água limpos, de produtividade muito baixa e concentração insignificante
Ultraoligotrófico
de nutrientes que não acarretam em prejuízos aos usos da água.
Corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências
Oligotrófico
indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes.
Corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre
Mesotrófico
a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, com
redução da transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais
Eutrófico
ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água decorrentes do aumento
da concentração de nutrientes e interferências nos seus múltiplos usos.
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa
transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem
Supereutrófico
com frequência alterações indesejáveis na qualidade da água, como a ocorrência
de episódios florações de algas e interferências nos seus múltiplos usos.
Corpos d’água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de
matéria orgânica e nutrientes , com comprometimento acentuado nos seus usos,
Hipereutrófico associado a episódios florações de algas ou montandades de peixes, com
consequências indesejáveis para seus múltiplos usos, inclusive sobre atividades
pecuárias nas regiões ribeirinhas.

Quadro 54. Descrição de pontos de monitoramento de IET.

Fonte: CETESB, 2015.

Para o indicador de Índice de Estado Trófico – IET, os pontos localizados na UGRHI


17 tiveram uma melhora entre os anos de 2011 e 2014, apresentando todos os pontos entre
“ultraoligotrófico” e “oligotrófico”. Em 2015 com o aumento do número de pontos de
monitoramento 3 (três) pontos foram classificados como “oligotrófico”, três (três) como
“mesotrófico” e 1 (um) como “eutrófico”.

119
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Figura 75. Resultados IET na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2013.

• Concentração de Oxigênio Dissolvido

A concentração de oxigênio dissolvido fornece informações diretas sobre a saúde do


corpo hídrico em termos de suporte no recebimento de carga orgânica e evidencia
principalmente, o lançamento de efluentes domésticos e industriais. O monitoramento do
oxigênio dissolvido é realizado nos pontos de amostragem da rede de monitoramento de
água doce, na forma de valor médio (OD).

Figura 76. Amostras com OD abaixo do VR na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

O gráfico apresentado na Figura 76 apresenta o numero de amostras de água que


apresentaram o parâmetro oxigênio dissolvido acima do valor de referência descrito na

120
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Resolução CONAMA nº 357/2005 (valor para água doce- Classe 2: não inferior a 5 mg/L
OD).

Em 2015, dos pontos de monitoramento localizados na UGRHI (7 pontos), todos


apresentaram contração de oxigênio ≥5mg/l.

4.6.2 Qualidade das águas subterrâneas

A qualidade natural das águas subterrâneas está relacionada às suas características


físico-químicas. Segundo Campos (1993), “as características químicas dependem,
inicialmente, da composição de cada sistema aquífero”.

O comportamento hidrogeoquímico global no território paulista demonstra que as


águas subterrâneas têm baixa salinidade, com valores de resíduo seco a 180º inferiores a
250 mg/L. São águas predominantemente bicabornatadas, secundariamente sulfatadas e
cloretadas. Quanto ao conteúdo catiônico, são essencialmente cálcicas seguidas das
sódicas e das cálcicas magnesianas (CAMPOS, op. cit.).

Embora as águas subterrâneas sejam naturalmente melhor protegidas dos agentes


contaminantes que as águas superficiais, a grande expansão das atividades antrópicas nas
áreas urbanas e rurais tende a engendrar processos de contaminação que, pelas
características do meio físico em questão (as velocidades de fluxo nos aquíferos variam
geralmente de poucos centímetros a alguns metros por dia) podem levar alguns anos para
que seus efeitos sejam produzidos.

De maneira geral, todos os sistemas aquíferos do território paulista acham-se


expostos à deterioração progressiva, face aos impactos causados às estruturas geológicas
pela ocupação urbana crescente, pela explosão industrial e pela escalada agrícola. Embora
o Estado de São Paulo seja um dos mais evoluídos do país, observa-se mau uso
generalizado do solo. Nas áreas urbanas, em especial, é notório o efeito da imposição de
alterações das condições naturais e da explotação exagerada da água subterrânea:
rebaixamentos dinamicamente crescentes dos níveis piezométricos conduzindo à exaustão
dos aquíferos; abundância de vetores e agentes de contaminação e poluição devidos à
infiltração de esgotos, e à disposição de resíduos sólidos ("lixões", aterros sanitários e
industriais) etc.

A CETESB opera a Rede Estadual de Monitoramento da qualidade das águas


subterrâneas, desde julho de 1990, em atendimento à Lei Estadual 6.134 de 02 de junho de
1988, regulamentada pelo Decreto Estadual n.º 32.955 de 07 de fevereiro de 1991
(CETESB, 1998), sendo que na UGRHI-17 são monitorados dezesseis poços tubulares

121
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Plano de Bacia

utilizados para abastecimento público. Desses, quatro captam água do aquífero Bauru, três
do aquífero Guarani e nove no aquífero Serra Geral. A Figura 77 e o Quadro 55 apresentam
a localização dos pontos de monitoramento e as características desses pontos.

A UGRHI-17 apresenta baixa densidade de postos de monitoramento de qualidade


das águas subterrâneas, dificultando a real verificação das situações das águas
subterrâneas na região.

Quadro 55. Descrição de pontos de monitoramento de água subterrânea da UGRHI-17.


Ponto Latitude (S) Longitude (O) Aquífero Município Descrição
Águas de Santa
GU0225P 22° 53' 13" 49° 14' 20" Guarani P2 - Sabesp
Bárbara
BA0309P 22° 27' 06" 49° 46' 51" Bauru Alvinlândia P2 - Sabesp
SG0312P 22° 41' 11" 50° 22' 04" Serra Geral Assis P9 - Sabesp
GU0011P 23° 06' 29" 48° 55' 27" Guarani Avaré P6 - Sabesp
Bernardino de
GU0310P 23° 00' 37" 49° 28' 27" Guarani P5 - Sabesp
Campos
SG0239P 22° 46' 50" 50° 47' 08" Serra Geral Cruzália P3 - Sabesp
P Residencial Altos
BA0354P 22° 28' 39" 50° 14' 24" Bauru Echaporã
da Figueira
Espírito Santo do
SG0244P 22° 41' 38" 49° 25' 40" Serra Geral P2 - Sabesp
Turvo
BA0041P 22° 17' 20" 49° 32' 59" Bauru Gália P2 - Sabesp
SG0250P 23° 00' 10" 48° 41' 09" Serra Geral Itatinga P1 - Sabesp
SG0256P 22° 36' 40" 50° 39' 47" Serra Geral Maracaí P1 - Sabesp.
SG0242P 22° 56' 19" 49° 20' 27" Serra Geral Óleo P1- Sabesp
SG0268P 22° 38' 12" 50° 12' 00" Serra Geral Platina P P1 - Sabesp
SG0311P 22° 48' 33" 48° 40' 04" Serra Geral Pratânia P1 - Sabesp
BA0108P 22° 19' 41" 50° 58' 36" Bauru Rancharia P Balneário - PM
SG0313P 22° 46' 06" 49° 54' 48" Serra Geral Ribeirão do Sul P2 - Sabesp
Fonte: CETESB, 2015.

122
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 77. Mapa dos pontos de monitoramento de águas subterrâneas.


Fonte: CETESB, 2012.

O Desenho 04.1036/17 apresenta o índice de qualidade de água subterrânea em


escala adequada.

Os resultados do monitoramento da qualidade de águas subterrâneas na UGRHI 17


apresentam uma série histórica de concentrações de bário no poço em Gália BA0225P, que
capta água do Aquífero Bauru, e de selênio no novo poço SG0321P localizado em Assis,
que explota água do Aquífero Serra Geral. No poço de Gália esta desconformidade é
frequente, enquanto que as elevadas concentrações de selênio no poço de Assis não foram
encontradas em 2015.

123
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Plano de Bacia

Quadro 56. Desconformidades de qualidade das aguas do aquífero Bauru na UGRHI-17.


Desconformidades de qualidade das águas: Aquífero Bauru
Número de
Valor máximo Resultado
Município Ponto Parâmetro Amostra desconformidades
permitido desconforme
2010-2012
set/13 839 µg L-1
mar/14 736 µg L-1
Gália BA0041P Bário 700 µg L-1 0
set/14 770 µg L-1
set/15 710 µg L-1
Desconformidades de qualidade das águas: Aquífero Guarani
Número de
Valor máximo Resultado
Município Ponto Parâmetro Amostra desconformidades
permitido desconforme
2010-2012
Águas de Bárbara Bactérias 830 UFC mL-
500 UFC mL-1 abr/15 0
Santa Bárbara GU0225P Heterotróficas 1
Desconformidades de qualidade das águas: Aquífero Serra Geral
Número de
Valor máximo Resultado
Município Ponto Parâmetro Amostra desconformidades
permitido desconforme
2010-2012
mar/13 16,1 µg L-1
set/13 14,4 µg L-1
Selênio 10 µg L-1
mar/14 12,1 µg L-1
Assis SG0312P Ponto novo
set/14 16,3 µg L-1
Coliformes Ausente em
mar/14 Presente
Totais 100 mL
Chumbo 10 mg L-1 set/13 13,4 µg L-1 0
Espírito Santo
SG0244P Bactérias 940 UFC mL-
Turvo 500 UFC mL-1 set/13 0
Heterotróficas 1
Bactérias 810 UFC mL-
Maracaí SG0256P 500 UFC mL-1 mar/13 1
Heterotróficas 1
*O monitoramento teve início no período 2004-2015 (CETESB, 2015)

• Concentração de Nitrato

É de extrema importância o monitoramento das águas subterrâneas que são


utilizadas para abastecimento público, uma vez que estas não recebem tratamento como as
águas superficiais, recebem apenas cloração. A ocorrência de baixos teores do íon nitrato
que representa o estágio inicial da degradação da matéria orgânica.

As principais fontes contaminantes desta substância é a aplicação de fertilizantes


orgânicos e sintéticos nitrogenados, utilização de fossas sépticas ou negras, vazamento das
redes coletoras de esgoto e influência de rios contaminados na zona de captação de poços
(CETESB, 2011), bem como a possível contaminação em poços rasos tipo
“cacimba/amazonas” no aquífero livre com lençol freático não profundo (menor que 5
metros), devido a aplicação de vinhaça.

No Estado de São Paulo concentrações de nitrato ≥ 5 mg/L trata-se unicamente de


origem antrópica (efluentes domésticos, adubos, etc), neste caso representam um estado de
alerta uma vez que a ocorrência de concentrações acima de 10 mg/L pode ser nociva a

124
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Plano de Bacia

saúde humana (Portaria MS n° 2914/11). Os resultados do monitoramento da água


subterrânea apresentam a concentração de Nitrato nos pontos de amostragem da rede de
monitoramento.

O gráfico apresentado na Figura 78 apresenta a concentração do parâmetro nitrato


para os pontos de monitoramento, e o número de amostras de água que apresentaram o
parâmetro abaixo e acima do valor de referência descrito na Portaria MS 2914/11 (5 mg/L).

Figura 78. Concentração de nitrato e número de pontos analisados na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

O indicador de concentração de Nitrato não apresentou ocorrência deste


contaminante acima de 5mg/L em nenhuma das amostras de monitoramento da CETESB no
ano de 2015.

É necessário, nas áreas urbanizadas e de expansão urbana, a ampliação e melhoria


das redes públicas de coleta e tratamento de esgotos. E nas áreas rurais, as definições de
critérios de aplicação de insumos agrícolas nitrogenados sejam de origem sintética ou
derivados de resíduos e efluentes industriais ou domésticos, considerando os limitantes
ambientais para assegurar a qualidade desse recurso hídrico, utilizado para abastecimento
público.

• Fluoreto em águas subterrâneas

No monitoramento realizado pela CETESB, não foram identificados pontos onde a


concentração de fluoreto na água ultrapassasse o valor máximo de 1,5 mg/L. Assim, os
valores não representam risco à saúde humana.

125
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Plano de Bacia

• Indicador de Potabilidade das águas subterrâneas (IPAS)

O comprometimento da qualidade da água subterrânea para fins de abastecimento


pode acarretar danos à saúde humana e, considerando que as águas subterrâneas para
abastecimento público não recebem tratamento (apenas cloração) é de extrema importância
que se monitore os parâmetros de potabilidade de acordo com a Portaria do Ministério da
Saúde n° 2914/11.

O indicador de potabilidade das águas subterrâneas é definido a partir do percentual


de amostras em conformidade com os padrões definidos na Portaria do Ministério da Saúde
n° 2914/11. A avaliação de qualidade considera-se a classificação do IPAS, representando
três categorias de qualidade:

Fonte: CETESB, 2011.

Observa-se que entre os anos de 2012 a 2015, as águas subterrâneas da UGRHI-17


foram classificadas como “Boa” na qualidade para consumo humano com menos de 63%
das amostras fora dos padrões de potabilidade.

As desconformidades em relação ao padrão de potabilidade foram constatadas para


a UGRHI-17 somente para os parâmetros de Bário e Bactérias Heterotróficas.

Quadro 57. Índice de potabilidade das águas subterrâneas da UGRHI-17.

UGRHI-17 2012 2013 2014 2015 Parâmetros Desconformes (2015)


MP 94,4 90 86,7 90,6 Bário, Bactérias Heterotróficas

Desta forma, a qualidade das águas subterrâneas na UGRHI apresenta o índice de


potabilidade de águas subterrâneas classificado como “bom”, pois leva em consideração
todos os parâmetros amostrados. Deve-se uma atenção especial à pequena elevação das
concentrações de Bário e Bactérias Heterotróficas que vem ocorrendo ao longo desse
monitoramento em alguns pontos da UGRHI-17, conforme se observa no Quadro 59. Esses
parâmetros, em grandes concentrações apresentam riscos à saúde humana.

126
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Plano de Bacia

4.6.3 Saúde pública e ecossistemas – danos à vida aquática

A mortandade de peixes e de outros organismos podem ter causas naturais, ou ser


resultante de atividades antrópicas, e evidencia a contaminação ou poluição de um rio,
sendo um ponto extremo de pressão no corpo d’água.

Em relação aos fatores naturais, estão alterações bruscas de temperatura, alteração


na salinidade, bactérias, vírus, entre outros, e, entre os fatores antrópicos estão os
lançamentos de efluentes, acidentes com substâncias químicas, atividades agrícolas, entre
outras atividades que possam causar contaminação no curso d’água e consequente morte
de peixes.

Dentre os acidentes ambientais relacionados à qualidade dos corpos d’água, no


território da UGRHI-17 foram registradas ao longo de 6 anos, 22 eventos de reclamação
relativa a ocorrências de mortandade de peixes e/ou outros organismos aquáticos, as quais
foram atendidas pela CETESB. No ano de 2015 foram registradas 5 ocorrências. A Figura
79 apresenta a evolução das reclamações referentes à mortandade de peixes na UGRHI-17.

Figura 79. Evolução da mortandade de peixes na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

4.6.4 Restrições do uso da água

Apesar da proteção natural das águas subterrâneas a expansão das atividades


antrópicas, tanto nas áreas urbanas quanto rurais, tende a propiciar os processos de
contaminação que podem variar conforme as características do meio físico.

No caso da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema três amostras foram


classificadas como não potáveis e de acordo com o Relatório de Águas Subterrâneas da
CETESB (2015) foram constadas Bário em 1 (um) ponto localizado no aquífero Bauru. No

127
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Plano de Bacia

aquífero Guarani foi constatada 1 (um) ponto com Bactérias Heterotróficas. No aquífero
Serra Geral 1 (um) ponto foi constatado com Selênio, 1 (um) com Coliformes totais, 1 (um)
com chumbo e 2 (dois) com Bactérias Heterotróficas.

4.6.5 Classificação da água subterrânea quanto a potabilidade

A análise dos pontos de amostragem da rede de monitoramento determina a


classificação da água subterrânea quanto à conformidade em relação aos padrões de
potabilidade da Portaria do Ministério da Saúde n° 2914/11.

A potabilidade das águas subterrâneas brutas é um dos indicadores de qualidade e


qualquer desconformidade representa a necessidade de tratamentos adicionais na água,
além da cloração (que já é uma rotina comum), antes de ser distribuída para consumo
humano. A Figura 80 apresenta a classificação da água subterrânea quanto à potabilidade
nos pontos analisados pelo monitoramento da CETESB.

Figura 80. Classificação da água subterrânea na UGRHI-17.


Fonte: CBH-MP, 2015.

Os dados disponibilizados para o indicador de classificação das águas subterrâneas


mostrou que desde 2010 a UGRHI apresentou um aumento nas amostras com alto índice de
potabilidade, chegando a 90% em 2013 e no ano de 2015 a aproximadamente 87%
amostras apresentaram boa potabilidade.

É importante destacar a baixa densidade de postos de monitoramento, na UGRHI-


17, o que dificulta o monitoramento e a melhor classificação das águas subterrâneas.

128
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

4.6.6 Síntese dos dados de qualidade das águas

O Quadro 58 apresenta o quadro síntese dos indicadores de qualidade de água na


UGRHI-17, conforme modelo do Relatório de Situação e baseados nos pontas
caracterizados neste capítulo.

Quadro 58. Indicadores de qualidade de água da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
E.01-B: IAP – Índice de
E.01-A: IQA – Índice de Qualidade das águas brutas
Qualidade das águas: nº de para fins de abastecimento
pontos por categoria público: nº de pontos por
categoria
07 pontos Não possui pontos
E.01-C: IVA – Índice de
E.01 E.01-D: IET – Índice de Estado
Qualidade das águas para
Qualidade Trófico: nº de pontos por
proteção da vida aquática: nº de
das águas categoria
pontos por categoria
superficiais
Qualidad 07 pontos 07 pontos
e das
águas
E.01-E: Concentração de Oxigênio Dissolvido: nº de amostras em
relação ao valor de referência

07 amostras
E.02-B: IPAS – Indicador de
E.02-A: Concentração de nitrato: Potabilidade das águas
E.02 n.º de amostras em relação ao subterrâneas: % de amostras
Qualidade valor de referência (5mg/L) conformes em relação ao
das águas padrão de potabilidade (2015)
subterrâneas
32 amostras 90,6%

Saúde I.02-A: Registro de reclamação de mortandade de peixes: nº e


Pública e I.02 Danos à registros / ano
ecossiste vida aquática
mas 2015: 5

I.05-C: Classificação da água subterrânea: nº de amostras por


I.05 categoria
Uso da
Restrições ao
água
uso da água Não potável: 3 amostras

129
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

4.7 Saneamento Básico

Este item caracteriza a oferta e qualidade dos sistemas de abastecimento público de


água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana, visando
subsidiar a avaliação de tendências, necessidades e condicionantes para expansão dos
serviços e a identificação de alternativas de intervenção para reduzir potenciais efeitos de
sua evolução sobre a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos.

A UGRHI-17 apresenta condições favoráveis em relação ao abastecimento e


esgotamento sanitário, pois, dos 42 (quarenta e dois) municípios integrantes, 29 possui o
sistema de agua e esgoto operados pela SABESP, ou seja, 69% dos municípios e, somente
14 (quatorze) municípios possuem serviços autônomos de água e esgoto, conforme se pode
observar na Figura 81.

Figura ilustrativa

Figura 81. Administração do serviço de água e esgoto nos municípios da UGRHI-17 e


limítrofes.
Fonte: SABESP, 2015.

4.7.1 Abastecimento de água potável

Neste tema são apresentadas informações sobre o sistema de abastecimento de


água dos municípios da UGRHI-17, com identificação dos mananciais superficiais e
subterrâneos utilizados para abastecimento público, as condições de captação (pontos e
vazões captadas) e índice de atendimento, incluindo uso de fontes alternativas de
abastecimento de água. O Quadro 59 apresenta os tipos de captação de cada município,

130
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Plano de Bacia

juntamente com o responsável pela operação nos municípios da UGRHI-17. Estas


informações são sintetizadas na Figura 82.

Quadro 59. Concessionárias e tipos de captação nos municípios da UGRHI-17.


Responsável
Município Tipo de captação
pela operação
Águas de Santa Bárbara SABESP Subterrânea
Alvinlândia SABESP Subterrânea
Assis SABESP Subterrânea / Superficial
Avaré SABESP Subterrânea / Superficial
Cabrália Paulista AUTÔNOMO Superficial
Campos Novos Paulista AUTÔNOMO Subterrânea
Cândido Mota AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial
Canitar AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial
Cerqueira César AUTÔNOMO Subterrânea
Chavantes AUTÔNOMO Subterrânea
Cruzália SABESP Subterrânea
Duartina SABESP Superficial
Echaporã SABESP Subterrânea
Espírito Santo do Turvo SABESP Subterrânea
Fernão SABESP Subterrânea
Florínia SABESP Subterrânea
Gália SABESP Subterrânea
Iaras SABESP Subterrânea
Ibirarema AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial
Itatinga SABESP Superficial
João Ramalho AUTÔNOMO Subterrânea
Lucianópolis SABESP Subterrânea
Lupércio SABESP Subterrânea
Maracaí SABESP Subterrânea
Ocauçu AUTÔNOMO Subterrânea
Óleo SABESP Subterrânea
Ourinhos AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial
Palmital AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial
Paraguaçu Paulista SABESP Superficial
Pardinho SABESP Superficial
Paulistânia SABESP Superficial
Pedrinhas Paulista SABESP Subterrânea
Platina SABESP Subterrânea
Pratânia SABESP Subterrânea
Quatá SABESP Subterrânea
Rancharia AUTÔNOMO Subterrânea
Ribeirão do Sul SABESP Subterrânea
Salto Grande AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial

131
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Plano de Bacia

Responsável
Município Tipo de captação
pela operação
Santa Cruz do Rio Pardo SABESP Subterrânea / Superficial
São Pedro do Turvo AUTÔNOMO Subterrânea / Superficial
Tarumã SABESP Subterrânea
Ubirajara SABESP Subterrânea

Figura ilustrativa

Figura 82. Classificação de municípios quanto ao tipo de manancial.

Observa-se que a maioria dos municípios (26) utiliza somente água subterrânea para
o abastecimento público (62% dos municípios da UGRHI). Os municípios de Assis, Avaré,
Candido Mota, Canitar, Ibirarema, Ourinhos, Palmital, Salto Grande, Santa Cruz do Rio
Pardo e São Pedro do Turvo, além da captação subterrânea, também possuem captação
superficial para abastecimento da população, e, apenas cinco municípios da UGRHI-17 se
utilizam de água superficial para abastecimento da população. O Quadro 60 apresenta os
indicadores abastecimento público de água na UGRHI-17, que serão discutidos nos itens
posteriores.

Quadro 60. Indicadores de abastecimento público de água da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro

E.06 E.06-A: Índice de atendimento de água: % 91,4%


Saneamento
Infraestrutura de E.06-D: Índice de perdas do sistema de
básico 32%
Saneamento distribuição de água: %

132
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Plano de Bacia

O Desenho 07.1036/17 em anexo, apresenta os sistemas de abastecimento públicos


e isolados. E o Desenho 08.1036/17 em anexo, apresenta o tipo de manancial que
abastece os municípios.

4.7.2 Índice de atendimento de água

O atendimento de água está ligado à qualidade e disponibilidade dos recursos


hídricos, pois um atendimento deficiente pode promover captações particulares e/ou o
aumento de uso de fontes alternativas e, consequentemente, gera o risco de consumo de
água não potável pelos padrões da Portaria MS n° 2914/11.

Esse índice estima o percentual da população que é efetivamente atendida por


abastecimento público de água. Os dados são retirados do Sistema Nacional de
Informações de Saneamento – SNIS que corresponde ao “índice de atendimento por rede
de água dos prestadores de serviços participantes do SNIS, em relação à população total”.

Os dados da população atendida pelo abastecimento de água na UGRHI-17 são


apresentados no Quadro 61.

Quadro 61. População atendida – abastecimento de água – UGRHI-17.


População Índice de População
População
Município Urbana Abastecimento% urbana
Total 2015
2015 (Pop. Total) atendida (%)
Águas de Santa 5.769 4.437 75,9 99,8
Bárbara
Alvinlândia 3.093 2.819 89,7 100,0
Assis 98.415 94.119 95,8 100,0
Avaré 85.384 82.107 95,7 100,0
Cabrália Paulista 4.322 3.756 99,0 99,3
Campos Novos 4.677 3.758 100,0 99,2
Paulista
Cândido Mota 29.965 28.374 90,1 95,9
Canitar 4.674 4.457 94,7 100,0
Cerqueira César 18.391 16.740 99,2 94,4
Chavantes 12.168 11.367 97,3 100,0
Cruzália 2.186 1.506 78,7 100,0
Duartina 12.116 11.037 89,8 100,0
Echaporã 6.262 5.089 82,1 100,0
Espírito Santo do Turvo 4.519 3.865 85,5 100,0
Fernão 1.604 928 53,9 99,0
Florínia 2.750 2.485 81,7 92,0
Gália 6.730 5.120 74,5 100,0
Iaras 6.624 2.947 41,8 94,0
Ibirarema 7.121 6.643 89,2 96,5
Itatinga 19.281 17.791 85,7 94,2
João Ramalho 4.267 3.728 85,4 100,0
Lucianópolis 2.249 1.807 79,2 100,0

133
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População Índice de População


População
Município Urbana Abastecimento% urbana
Total 2015
2015 (Pop. Total) atendida (%)
Lupércio 4.386 4.100 87,7 98,8
Maracaí 13.441 12.320 90,2 99,5
Ocauçu 4.151 3.466 77,3 96,8
Óleo 2.583 1.784 74,0 100,0
Ourinhos 106.909 104.148 97,4 100,0
Palmital 21.408 20.044 91,7 100,0
Paraguaçu Paulista 43.264 39.207 90,9 100,0
Pardinho 5.985 5.041 65,2 82,9
Paulistânia 1.777 1.303 65,8 96,5
Pedrinhas Paulista 2.977 2.554 82,0 97,2
Platina 3.347 2.704 79,4 100,0
Pratânia 4.870 3.837 80,4 100,0
Quatá 13.379 12.651 93,8 100,0
Rancharia 28.799 26.155 89,7 100,0
Ribeirão do Sul 4.389 3.439 71,1 95,9
Salto Grande 8.930 8.154 96,8 100,0
Santa Cruz do Rio 45.019 41.821 91,4 100,0
Pardo
São Pedro do Turvo 7.268 5.443 68,9 96,3
Tarumã 13.878 13.160 94,1 100,0
Ubirajara 4.547 3.335 70,4 96,6
Total - UGRHI-17 683.874 629.546 91,4 99
Fonte: SNIS, 2015.

Observa-se no Quadro 61 que o índice de abastecimento de água possui uma média


de 91,4% na UGRHI-17. Quando se compara o índice de atendimento sobre a população
total (urbana e rural) a o índice de atendimento de alguns municípios se classificam como
ruim e regular. O município de Iaras é o que possui o menor índice de atendimento (41,8%),
isso, porque mais de 50% da população desse município está em áreas rurais. Dezesseis
municípios possuem índice de atendimento de água classificado como “bom” quando
comparado à população total.

O valor de referência utilizado para classificar os municípios quanto ao índice de


atendimento sobre a população total foi adaptado do SNIS pela CRHi, conforme segue:

Fonte: CRHi, 2010.

134
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Plano de Bacia

Observa-se na Figura 83 o índice de atendimento de água em relação a população


total do município não variou muito em relação à classificação nos municípios da UGRHI-17
avaliando os dados desde 2010, aumentaram alguns municípios classificados como “bom” e
alguns municípios que não tinham os dados informados, se classificaram como “regular”.

Figura 83. Índice de atendimento de água com relação a população total nos municípios da
UGRHI-17.
Fonte: SNIS, 2015.

Figura ilustrativa

Figura 84. Índice de atendimento de água nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CRHI, 2015.

135
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Plano de Bacia

Somente um município da UGRHI-17 apresentou o índice de atendimento em


relação a população total abaixo de 50% classificado como ruim (Iaras). E, a maioria dos
municípios se classifica como “regular”. A Figura 84 apresenta as informações espacializada
por município.

No entanto, quando comparado à população urbana atendida (média de 99%). Dos


42 municípios, 23 apresentam 100% de atendimento na área urbana. Pardinho e Florínea
são os municípios que possuem os menores índices (82,9% e 92%, respectivamente),
sendo que Pardinho é o único município que apresenta índice menor que 90%,
classificando-se como “regular”. O valor de referência utilizado para classificar os municípios
quanto ao índice de atendimento urbano de água foi adaptado do SNIS pela CRHi, conforme
segue:

Índice de atendimento urbano de água Classificação


dados não fornecidos/sem informação Sem dados
< 80% Ruim
≥ 80% e < 95% Regular
≥ 95% Bom
Fonte: CRHi, 2010.

Observa-se na Figura 85 o índice de atendimento de água em relação a população


urbana do município não variou muito em relação à classificação nos municípios da UGRHI-
17 avaliando os dados desde 2010, aumentaram um município classificados como “bom”.

Figura 85. Índice de atendimento urbano de água nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: SNIS, 2015.

Apenas 5 (cinco) municípios apresentam índice de atendimento de água classificado


como regular, ou seja, o índice varia entre 80% e 95%. Cerqueira César (94,4%), Florínea

136
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Plano de Bacia

(92%), Iaras (94%), Itatinga (94,2%) e Pardinho (82,9%). Observa-se que o município de
Iaras, quando analisado o atendimento da população urbana, apresenta o índice acima de
90%.

4.7.3 Fontes alternativas de abastecimento de água

Conforme a definição constante do Decreto Estadual n.º 50.667, que regulamenta a


Lei Estadual n° 12.183 de 29 de dezembro de 2005 que “dispõe sobre a cobrança pelo uso
dos recursos hídricos”, em seu artigo 8°, define que solução alternativa privada como sendo
toda modalidade, individual ou coletiva, distinta do sistema sob responsabilidade do poder
público. A solução alternativa é um tipo de abastecimento de água associada a fontes,
poços, distribuição por veículos ou mesmo instalações particulares, em condomínios, hotéis,
clubes, comunidades, dentre outros exemplos, isto é, ocorre quando não há o
abastecimento pela rede pública.

A UGRHI-17, como visto anteriormente, possui índice de abastecimento de água na


área urbana acima de 90% na maioria dos municípios. Isso indica que o uso de fontes
alternativas, ocorre principalmente onde a rede pública não consegue atender, devido ao
alto custo, a dificuldade de construção de redes de abastecimento em função da baixa
densidade demográfica e dificuldades na manutenção do sistema.

Todavia, o uso de fontes alternativas de abastecimento de água gera o risco de


consumo de água não potável pela população atendida, uma vez que não há controle
efetivo da qualidade destas águas. Portanto é necessário que os municípios tenham esse
cadastro de fontes alternativas através de sua vigilância sanitária, para que se possa fazer o
controle de qualidade da água através de análises ambientais, e também o incentivo e
conscientização da população quanto à necessidade de poupar as reservas naturais de
água e utilizar a rede pública de abastecimento quando disponível.

De acordo com os dados levantados de usos cadastrados no DAEE – Departamento


de água e energia elétrica do Estado de São Paulo, os usos para soluções alternativas,
somam um total de 0,063 m³/s na UGRHI-17. Esses usos, são em sua totalidade
provenientes de água subterrânea para finalidade de uso sanitário (abastecimento) e,
representam aproximadamente 6% do total da demanda outorgada para o uso subterrâneo
na UGRHI-17. A Figura 86 apresenta a distribuição dos pontos de captação por fontes
alternativas nos municípios da UGRHI-17.

137
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 86. Localização dos usos de fontes alternativas nos municípios da UGRHI-17.
Fonte: DAEE, 2015.

O problema das fontes alternativas na UGRHI não apresenta uma área mais crítica
em relação a outras, uma vez que se encontra espalhada por toda a área da UGRHI. A
maior concentração dos pontos de captação de solução alternativa, de acordo com a Figura
86 está na área urbana do município de Assis, Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo.

4.7.4 Índice de perdas no sistema de abastecimento de água

Este índice é importante para estimar o volume de perdas do sistema público de


abastecimento de água. Os dados referem-se aos dados apresentados no Sistema Nacional
de Informações de Saneamento – SNIS, que corresponde ao “volume anual de água
disponível para consumo subtraído do volume estimado anual de água consumido por todos
os usuários, em relação ao volume anual de água disponível para consumo”, ou seja, a
comparação entre o volume de água disponibilizado para distribuição e o volume
consumido.

A perda em redes de abastecimento é bastante relevante ao balanço hídrico, pois,


quando minimizada pode contribuir para o aumento da disponibilidade hídrica, uma vez que
a demanda captada tende a diminuir. O Quadro 62 apresenta o índice médio de perdas para

138
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Plano de Bacia

os municípios da UGRHI-17. Segundo o SNIS, dados abaixo de 5% podem ser falhas nas
informações fornecidas, pois é um índice pouco provável para a realidade dos municípios do
país.

Quadro 62. Índice de perdas nos sistemas de abastecimento de água.


Municípios Índice de perdas (%)
Águas de Santa Bárbara 46,2
Alvinlândia 14,9
Assis 23,9
Avaré 29,5
Cabrália Paulista 4,4
Campos Novos Paulista -
Cândido Mota 33,6
Canitar 41,3
Cerqueira César 15,8
Chavantes 0,7
Cruzália 23,3
Duartina 25,0
Echaporã 23,5
Espírito Santo do Turvo 43,3
Fernão 4,6
Florínia 19,0
Gália 31,3
Iaras 23,8
Ibirarema 46,3
Itatinga 32,9
João Ramalho 40,0
Lucianópolis 30,6
Lupércio 28,7
Maracaí 21,7
Ocauçu 50,0
Óleo 21,0
Ourinhos 59,0
Palmital 30,0
Paraguaçu Paulista 15,1
Pardinho 36,9
Paulistânia 17,6
Pedrinhas Paulista 16,3
Platina 12,6
Pratânia 26,7
Quatá 19,8
Rancharia 46,6
Ribeirão do Sul 13,6

139
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Municípios Índice de perdas (%)


Salto Grande 11,1
Santa Cruz do Rio Pardo 36,3
São Pedro do Turvo 23,2
Tarumã 9,6
Ubirajara 7,3
Total - UGRHI 17 25,8
(-) dados não disponíveis.
Fonte: SNIS, 2015 – dados referentes a 2014.

Observa-se no Quadro 62 que o índice médio de perdas de água no abastecimento


público na UGRHI-17 é de aproximadamente 26%. Os municípios que apresentam os
maiores valores referente a perdas no sistema de abastecimento público, são: Águas de
Santa Bárbara (46,2%), Canitar (41,3%), Espírito Santo do Turvo (43,3%), Ibirarema
(46,3%), João Ramalho (40%), Ocauçu (50%), Ourinhos (59%), Rancharia (46,6%). Os
municípios de Campos Novos Paulista e Chavantes apresentaram os valores de zero de
perdas. Esses municípios serão visitados, e para o prognóstico, esses valores serão
revistos.

O valor de referência utilizado para classificar os municípios quanto ao índice de


perdas de água no atendimento foi adaptado do SNIS pela CRHi, conforme segue:

Índice de perdas do sistema de distribuição de água Classificação

dados não fornecidos/obtidos Sem dados


≥ 40% Ruim
> 25% e < 40% Regular
≤ 5% e ≤ 25% Bom
Fonte: CRHi, 2015.

Figura 87. Índice de perdas de água nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CRHI, 2014.

140
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Plano de Bacia

Dos 42 municípios da UGRHI-17, 8 (oito) estão classificados como índice de perdas


“ruim”, ou seja, apresenta o índice maior que 40%, 10 (dez) municípios apresentam o índice
de perdas entre 25% e 40%, classificados como “regular e o restante dos municípios
apresentam índices de perda inferior a 25%. Apenas 4 (quatro) municípios não
apresentaram os dados.

Observa-se na Figura 87 que houve uma alteração nos dados de índices de perdas
na distribuição da água, avaliando os dados desde 2011 nos municípios da UGRHI-17. A
Figura 88 apresenta essa evolução por município. Esses dados serão levantados
novamente para a realização do prognóstico nas visitas a serem realizadas nos municípios.

Figura ilustrativa

Figura 88. Índice de perdas na distribuição de água nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CRHI, 2015.

4.7.5 Esgotamento sanitário

Este item caracteriza e avalia os sistemas de coleta, transporte e tratamento de


efluentes sanitários, destacando a eficiência destes sistemas para redução da carga
poluidora. Os sistemas de coleta e tratamento de esgotos são importantes para a saúde
pública, uma vez que o lançamento de esgotos domésticos nos cursos d’água causam
impactos negativos significativos na qualidade da água. A degradação dos recursos

141
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Plano de Bacia

hídricos, sejam eles superficiais ou subterrâneos, implica riscos e impactos negativos à


saúde pública; o perfil da saúde da população está intimamente ligado à qualidade e à
quantidade de água a ela ofertada.

Os pontos de lançamento de esgoto domiciliar, coletado, em áreas urbanas, pela


SABESP, Prefeituras ou Serviços Autônomos de Água e Esgoto, são considerados fontes
pontuais de poluição direta dos cursos d’água onde são lançados, podendo também
afetar as águas subterrâneas e solos, de forma indireta. O Desenho 09.1036/17 em anexo
apresenta os pontos de lançamento de efluentes, especificando cada tipo de lançamento.

Os esgotos domiciliares caracterizam-se pela grande quantidade de matéria


orgânica biodegradável, responsável por significativa depleção do oxigênio nos cursos de
água, como resultado da estabilização pelas bactérias. Estes efluentes líquidos apresentam
ainda, nutrientes e organismos patogênicos que podem causar efeitos deletérios no corpo
receptor, dificultando, ou mesmo inviabilizando, o seu uso para outros fins. Da mesma
forma, os núcleos urbanos sem atendimento ou apenas com coleta parcial por rede de
esgoto podem constituir importante fonte de poluição difusa, vinculada às alternativas que
se lhes colocam como disponíveis para o saneamento in situ, ocorrendo na forma de
lançamentos diretos no solo, fossas negras, secas e até mesmo sépticas.

As informações sobre os efluentes domésticos da UGRHI-17 (porcentagem de


atendimento, porcentagem de tratamento, locais de tratamento, locais de lançamento, carga
remanescente, entre outros), são obtidas no Relatório de Qualidade de águas interiores do
Estado de São Paulo 2015 (CETESB, 2015) e também dos dados disponibilizados para
elaboração do Relatório de Situação (CRH, 2015). O Quadro 63 apresenta os indicadores
esgotamento sanitário na UGRHI-17.

Quadro 63. Indicadores de esgotamento sanitário da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro

P.05-C: Carga orgânica poluidora doméstica:


P.05 Efluentes kg DBO/dia (2015)
Poluição
industriais e
Ambiental
sanitários
7.777 kg DBO/dia

E.06-C: Cobertura da rede coletora de efluentes sanitários:


E.06 % (2014)
Saneamento
Infraestrutura
Básico
de Saneamento
89%

142
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Variável Indicador Parâmetro

R.02-B: Proporção de efluente doméstico coletado em


relação ao efluente doméstico total gerado: % (2015)

96,7 %
R.02-C: Proporção de efluente doméstico tratado em relação
ao efluente doméstico total gerado: % (2015)
Controle da R.02 Coleta e
poluição tratamento de 94,3 %
ambiental efluentes R.02-D: Proporção de redução da carga orgânica poluidora
doméstica:% (2015)
77,7 %

R.02-E: ICTEM (Indicador de Coleta e Tratabilidade de Esgoto


da População Urbana de Munícipio). (2015)

8,2

4.7.6 Carga poluidora doméstica

A carga poluidora doméstica gerada estimada, é a soma das cargas orgânicas


poluidoras reduzidas (via tratamento) e remanescentes. A carga poluidora remanescente é
composta basicamente de efluentes domésticos e é a soma da carga orgânica não coletada
e da carga orgânica que o tratamento não reduziu.

A carga orgânica potencial, segundo CETESB (2005) é estimada pela multiplicação


da população urbana do município pela quantidade de matéria orgânica gerada por
habitante, por dia, representada pela DBO (0,054kg DBO/dia). Com a carga potencial
gerada pela população do município e as porcentagens de coleta e tratamento, bem como a
eficiência do sistema de tratamento de esgoto, calcula-se a carga orgânica remanescente.

A carga poluidora doméstica remanescente é medida pela quantidade de DBO5,20


(Demanda Bioquímica de oxigênio) contida no efluente que é lançado no corpo d’água.
Valores altos de DBO em um corpo d’água são resultados de despejos de origem
predominantemente orgânica. Quanto mais alto o índice de DBO, pior é a qualidade da
água. A presença de alto teor de matéria orgânica no efluente pode induzir à completa
extinção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de
vida aquática. Pode também produzir sabores e odores desagradáveis, além de obstruir os
filtros de areia utilizados nas estações de tratamento de água e possibilitar a proliferação de
microrganismos tóxicos e/ou patogênicos. O Quadro 64 apresenta a carga poluidora dos
municípios da UGRHI-17.

143
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Quadro 64. Carga poluidora nos municípios da UGRHI-17.


Carga Orgânica (kg DBO / dia)
Município Curso d'água receptor
Potencial Remanescente Reduzida
Águas de Santa Bárbara 244 106 138 Rio Pardo
Alvinlândia 154 51 103 Ribeirão Agua do Jaú
Assis 5.247 1.039 4.208 Corr. Do Jacu e Corr. Fortuninha
Avaré 4.569 373 4.196 Rib. Do Lajeado e Córr. Das Pedras
Cabrália Paulista 205 18 187 Rio Alambari
Campos Novos Paulista 203 41 162 Córrego Barraca
Cândido Mota 1.581 739 842 Agua do Pica Pau e Agua do Jacu
Canitar 250 65 185 Rio Pardo
Cerqueira César 925 449 476 Ribeirão do Saltinho
Chavantes 620 310 310 Ribeirão Colossinho
Cruzália 79 16 63 Ribeirão água da Pintada
Duartina 609 113 496 Rio Serrote
Echaporã 272 32 240 Ribeirão Cascavel
Espírito Santo do Turvo 213 42 171 Rio Turvo
Fernão 49 9 40 Ribeirão das Antas
Florínia 134 24 110 Corr. do Pântano
Gália 277 33 244 Ribeirão das Antas
Iaras 191 31 160 Corr. Água de Limeira.
Ibirarema 368 56 312 Córrego Pau D’alho
Itatinga 969 206 763 Rio Novo
João Ramalho 204 22 182 Córrego Água João Ramalho
Lucianópolis 101 12 89 Corr. Água Rasa
Lupércio 218 41 177 Ribeirão Santo Anastácio
Maracaí 681 106 575 Rio Capivara
Ocauçu 185 46 139 Rio do Peixe e Córrego do Lajeado
Óleo 94 82 12 Ribeirão Barra Grande
Rio Pardo, Corr. Jacuzinho / Rio
Ourinhos 5.802 1.616 4.186
Paranapanema
Palmital 1.094 142 952 Córrego Água Parada
Paraguaçu Paulista 2.192 504 1.688 Rio Capivara
Pardinho 260 45 215 Rio Pardo
Paulistânia 68 21 47 Corr. Pinheirinho
Pedrinhas Paulista 140 17 123 Corr. das Pedrinhas
Platina 146 29 117 Rio do Pau
Pratânia 205 42 163 Rio Claro
Quatá 694 117 577 Ribeirão Água da Bomba
Rancharia 1.442 342 1.100 Água da Lavadeira e Outros
Ribeirão do Sul 183 52 131 Ribeirão dos Pintos
Salto Grande 450 261 189 Rio Novo
Santa Cruz do Rio Pardo 2.302 312 1.990 Rio Pardo
São Pedro do Turvo 292 50 242 Córrego S. João
Tarumã 722 121 601 Ribeirão do Tarumã
Ubirajara 185 44 141 Corr. do Eusébio
Total - UGRHI 17 34.819 7.777 27.042
Fonte: CETESB, 2015.

144
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Plano de Bacia

Verifica-se que os municípios de Assis e Ourinhos juntos geram aproximadamente


32% da carga orgânica potencial de toda a UGRHI-17, seguido pelos municípios de Avaré,
com 13%, Santa Cruz do Rio Pardo, com 7% e Paraguaçu Paulista, com 6%. Todos os
demais municípios geram menos do que 5% da carga potencial da UGRHI-17, que, juntos,
somam 42%.

Em relação à carga remanescente, o município de Ourinhos contribui com 21%,


Assis com 13%, Cândido Mota com 10%, Cerqueira César com 6% e Paraguaçu Paulista
com 6%. O restante dos municípios 37 (trinta e sete) juntos contribuem com 44% da carga
remanescente da UGRHI-17. Essa carga remanescente leva em consideração a quantidade
de esgoto tratada e também a eficiência de cada tratamento.

A Figura 89 apresenta a comparação entre os anos de 2007 a 2013 da carga


poluidora doméstica gerada nos municípios da UGRHI-17.

Figura 89. Carga orgânica poluidora doméstica dos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

A Figura 90 apresenta a relação da carga orgânica que é reduzida em função da


eficiência do tratamento de esgotos existentes nos municípios da UGRHI-17. Observa-se
que a carga reduzida, apresenta uma pequena queda nos valores comparando 2010 e 2015.
Isto ocorre devido ao aumento da população e aumento da geração da carga orgânica
potencial, e às vezes a mesma eficiência na estação de tratamento.

Pode-se concluir através desses dados, que, desde 2010 a UGRHI-17 vem
apresentando bons índices de coleta e tratamento de carga poluidora.

145
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Plano de Bacia

Figura 90. Relação da carga orgânica reduzida nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

Em termos gerais, constata-se redução de 78,2% da carga poluidora potencial,


resultando em lançamento diário de 7.777 kg de DBO5,20, nos corpos d’água da Bacia. A
Figura 91 apresenta a carga orgânica gerada nos municípios, por Unidade de Planejamento
Hídrico e a Figura 92, a redução da carga orgânica na estação de tratamento de efluentes.

Figura 91. Carga orgânica gerada por UPH.

Nota-se que as UPHs Capivara e Pardo apresentam as maiores cargas orgânicas


geradas na UGRHI-17. Isso ocorre, devido à essas UPH’s concentrarem a maior parte da
população urbana da UGRHI-17 (aproximadamente 76% da população urbana da UGRHI-
17).

146
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Plano de Bacia

Figura 92. Redução da carga orgânica por UPH.


Fonte: CETESB, 2015.

Contudo, em termos percentuais, as UPHs com menor índice de redução de carga


poluidora são Pari/Novo (79,5%) e Pardo (80,5%), enquanto as de maior eficiência são a
Turvo (82,9%) e Capivara (83,3%).

4.7.7 Índice de atendimento com rede coletora de esgotos

Este item apresenta o percentual estimado de população total atendida por coleta de
efluente sanitário em relação à população total. Os dados são retirados do Sistema Nacional
de Informações de Saneamento – SNIS que corresponde ao “índice de atendimento com
rede de esgotos, dos prestadores de serviços participantes do SNIS, em relação à
população total”.

Os dados da população atendida pelo abastecimento de água na UGRHI-17 são


apresentados no Quadro 65.

Quadro 65. População atendida – rede de esgotos – UGRHI-17.


Cobertura rede
População
Municípios Atendida coleta de
Total (2015)
esgoto (%)
Águas de Santa Bárbara 5.769 3.409 59,1
Alvinlândia 3.093 2.751 88,9
Assis 98.415 94.124 95,6
Avaré 85.384 79.390 93,0
Cabrália Paulista 4.322 4.278 99,0
Campos Novos Paulista 4.677 3.635 77,7
Cândido Mota 29.965 26.471 88,3
Canitar 4.674 4.427 94,7
Cerqueira César 18.391 18.237 99,2
Chavantes 12.168 11.573 95,1
Cruzália 2.186 1.533 70,1

147
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Plano de Bacia

Cobertura rede
População
Municípios Atendida coleta de
Total (2015)
esgoto (%)
Duartina 12.116 10.852 89,6
Echaporã 6.262 5.000 79,9
Espírito Santo do Turvo 4.519 3.859 85,4
Fernão 1.604 845 52,7
Florínia 2.750 2.174 79,1
Gália 6.730 4.979 74,0
Iaras 6.624 2.460 37,1
Ibirarema 7.121 6.301 88,5
Itatinga 19.281 16.364 84,9
João Ramalho 4.267 3.643 85,4
Lucianópolis 2.249 1.767 78,6
Lupércio 4.386 3.717 84,7
Maracaí 13.441 11.530 85,8
Ocauçu 4.151 3.210 77,3
Óleo 2.583 1.620 62,7
Ourinhos 106.909 102.376 95,8
Palmital 21.408 19.631 91,7
Paraguaçu Paulista 43.264 39.115 90,4
Pardinho 5.985 3.092 51,7
Paulistânia 1.777 996 56,1
Pedrinhas Paulista 2.977 2.379 79,9
Platina 3.347 2.634 78,7
Pratânia 4.870 3.894 80,0
Quatá 13.379 11.799 88,2
Rancharia 28.799 25.824 89,7
Ribeirão do Sul 4.389 2.744 62,5
Salto Grande 8.930 4.465 50,0
Santa Cruz do Rio Pardo 45.019 40.427 89,8
São Pedro do Turvo 7.268 5.006 68,9
Tarumã 13.878 13.058 94,1
Ubirajara 4.547 3.128 68,8
UGRHI-17 683.874 608.716 89,0
Fonte: SNIS, 2015.

Observa-se no Quadro 65 que o atendimento médio com rede de esgotos na


UGRHI-17 é de 89% da população total. O valor de referência utilizado para classificar os
municípios quanto ao índice de cobertura de rede coletora de esgoto foi adaptado do SNIS
pela CRHi, conforme segue:

Cobertura da rede coletora de efluentes sanitários Classificação


dados não fornecidos/obtidos Sem dados
< 50% Ruim
≥ 50% e < 90% Regular
≥ 90% Bom
Fonte: CRHi, 2010.

148
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Plano de Bacia

Apenas o município de Iaras apresentou o índice de atendimento com rede de


esgotos abaixo de 50% (37,1%), classificada como ruim, porém o SNIS (Fonte dos dados),
ao compor o Índice, considera o total da população, incluindo a população rural e esse
município apresenta mais de 50% da população residente em área rural.

Os municípios de Fernão, Pardinho, Paulistânia e Salto Grande, apresentam os


índices de atendimento por rede coletora de esgotos um pouco acima de 50%, ou seja, a
classificação está como regular, mas com tendência para ruim.

Apenas 10 (dez) municípios apresentaram o índice atendimento com rede de esgoto


acima de 90%. Entre eles Assis (95,6%), Avaré (93%), Cabrália Paulista (99%), Canitar
(94,7%), Cerqueira César (99,2%), Chavantes (95,1%), Ourinhos (95,8%), Palmital (91,7%),
Paraguaçu Paulista (90,4%) e Tarumã (94,1%). O restante dos municípios (31) apresenta o
índice de atendimento com rede de esgoto classificado como regular, ou seja, o índice varia
entre 50% e 90% da população atendida com rede de esgotos.

Figura 93. Índice de atendimento de rede de esgoto nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CRH, 2015.

149
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 94. Índice de atendimento por rede de esgoto nos municípios da UGRHI-17.
Fonte: SNIS, 2015.

4.7.8 Coleta e tratamento de efluentes

Este item apresenta o percentual estimado de população urbana atendida por coleta
de efluente sanitário (notar que o índice apresentado no capítulo 4.7.7 refere-se à população
total). O lançamento de esgotos domésticos in natura, ou parcialmente tratados, é uma das
principais causas de poluição das águas superficiais. O aumento da porcentagem da
população atendida pelos serviços de coleta e tratamento de esgotos é fundamental para a
melhoria da qualidade das águas e o desenvolvimento sustentável.

• Proporção de efluente doméstico coletado em relação ao efluente doméstico


gerado

A coleta de efluentes sanitários é uma medida importante para controlar a


contaminação das águas superficiais e subterrâneas. Este item dimensiona a resposta em
relação a pressão exercida pela geração de efluentes sanitários e a partir do diagnóstico
levantado, avalia a necessidade de investimentos futuros em saneamento. O Quadro 66
apresenta a porcentagem de atendimento de coleta de esgoto nos municípios da UGRHI-17.

150
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Plano de Bacia

Quadro 66. Porcentagem de atendimento de coleta de esgotos na UGRHI-17.


Responsável População População Atendimento
Município atendida (2015) (%)Coleta
pela operação Total (2015)
Águas de Santa Bárbara SABESP 5.769 3.923 68,0
Alvinlândia SABESP 3.093 3.000 97,0
Assis SABESP 98.415 97.431 99,0
Avaré SABESP 85.384 83.676 98,0
Cabrália Paulista AUTÔNOMO 4.322 4.279 99,0
Campos Novos Paulista AUTÔNOMO 4.677 4.677 100,0
Cândido Mota AUTÔNOMO 29.965 27.927 93,2
Canitar AUTÔNOMO 4.674 4.674 100,0
Cerqueira César AUTÔNOMO 18.391 17.471 95,0
Chavantes AUTÔNOMO 12.168 12.168 100,0
Cruzália SABESP 2.186 2.142 98,0
Duartina SABESP 12.116 11.753 97,0
Echaporã SABESP 6.262 6.074 97,0
Espírito Santo do Turvo SABESP 4.519 4.383 97,0
Fernão SABESP 1.604 1.604 100,0
Florínia SABESP 2.750 2.475 90,0
Gália SABESP 6.730 6.730 100,0
Iaras SABESP 6.624 6.028 91,0
Ibirarema AUTÔNOMO 7.121 7.021 98,6
Itatinga SABESP 19.281 18.317 95,0
João Ramalho AUTÔNOMO 4.267 4.224 99,0
Lucianópolis SABESP 2.249 2.249 100,0
Lupércio SABESP 4.386 4.386 100,0
Maracaí SABESP 13.441 12.903 96,0
Ocauçu AUTÔNOMO 4.151 3.865 93,1
Óleo SABESP 2.583 2.299 89,0
Ourinhos AUTÔNOMO 106.909 104.771 98,0
Palmital AUTÔNOMO 21.408 21.408 100,0
Paraguaçu Paulista SABESP 43.264 43.264 100,0
Pardinho SABESP 5.985 5.267 88,0
Paulistânia SABESP 1.777 1.528 86,0
Pedrinhas Paulista SABESP 2.977 2.917 98,0
Platina SABESP 3.347 3.347 100,0
Pratânia SABESP 4.870 4.627 95,0
Quatá SABESP 13.379 13.245 99,0
Rancharia AUTÔNOMO 28.799 26.783 93,0
Ribeirão do Sul SABESP 4.389 4.082 93,0
Salto Grande AUTÔNOMO 8.930 6.046 67,7
Santa Cruz do Rio Pardo SABESP 45.019 42.768 95,0
São Pedro do Turvo AUTÔNOMO 7.268 7.268 100,0
Tarumã SABESP 13.878 13.600 98,0
Ubirajara SABESP 4.547 4.183 92,0
Total - UGRHI 17 683.874 660.785 95,1
Fonte: CETESB, 2015.

151
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A UGRHI-17 possui um índice médio de cobertura coleta de esgoto de 95%, índice


bom (Quadro 66). Quanto a proporção do efluente domestico coletado em relação ao
efluente doméstico gerado, cinco (5) municípios possuem a proporção entre os valores de
50 e 90%, classificando como regular. São eles: Águas de Santa Bárbara (68%), Óleo
(89%), Pardinho (88%), Paulistânia (86%) e Salto Grande (67,7%). A proporção de efluente
doméstico coletado é a carga orgânica poluidora doméstica coletada (kg DBO/dia) em
relação a carga orgânica poluidora doméstica potencial (kg DBO/dia). A classificação dos
municípios quanto ao índice coleta de esgoto segue abaixo:

Fonte: CRHi, 2010.

Figura ilustrativa

Figura 95. Porcentagem de esgoto coletado sobre os esgotos gerados nos municípios da
UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2015.

152
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Plano de Bacia

Figura 96. Porcentagem de esgoto coletado sobre o esgoto gerado na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

Os índices de efluentes domésticos coletados são satisfatórios e vem apresentando


pequenas oscilações ao longo dos anos, com valores entre 95 e 97%.

• Proporção de efluente doméstico tratado em relação ao efluente doméstico


total gerado

O tratamento de esgoto é uma adequação dos efluentes sanitários a serem lançados


em um curso d’água para que não causem impactos ambientais relacionadas as
características físicas, químicas e biológicas deste curso d’água. O Quadro 67 apresenta a
porcentagem de tratamento de esgoto para os municípios da UGRHI-17.

Quadro 67. Porcentagem de tratamento de esgotos na UGRHI-17.


Responsável pela População Atendimento (%)
Município operação Total (2015) Tratamento
Águas de Santa Bárbara SABESP 5.769 68,0
Alvinlândia SABESP 3.093 97,0
Assis SABESP 98.415 99,0
Avaré SABESP 85.384 98,0
Cabrália Paulista AUTÔNOMO 4.322 99,0
Campos Novos Paulista AUTÔNOMO 4.677 100,0
Cândido Mota AUTÔNOMO 29.965 93,2
Canitar AUTÔNOMO 4.674 100,0
Cerqueira César AUTÔNOMO 18.391 90,3
Chavantes AUTÔNOMO 12.168 100,0
Cruzália SABESP 2.186 98,0
Duartina SABESP 12.116 97,0
Echaporã SABESP 6.262 97,0
Espírito Santo do Turvo SABESP 4.519 97,0

153
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Plano de Bacia

Responsável pela População Atendimento (%)


Município operação Total (2015) Tratamento
Fernão SABESP 1.604 100,0
Florínia SABESP 2.750 90,0
Gália SABESP 6.730 100,0
Iaras SABESP 6.624 91,0
Ibirarema AUTÔNOMO 7.121 98,6
Itatinga SABESP 19.281 95,0
João Ramalho AUTÔNOMO 4.267 99,0
Lucianópolis SABESP 2.249 100,0
Lupércio SABESP 4.386 100,0
Maracaí SABESP 13.441 96,0
Ocauçu AUTÔNOMO 4.151 93,1
Óleo SABESP 2.583 15,1
Ourinhos AUTÔNOMO 106.909 85,3
Palmital AUTÔNOMO 21.408 100,0
Paraguaçu Paulista SABESP 43.264 100,0
Pardinho SABESP 5.985 88,0
Paulistânia SABESP 1.777 86,0
Pedrinhas Paulista SABESP 2.977 98,0
Platina SABESP 3.347 100,0
Pratânia SABESP 4.870 95,0
Quatá SABESP 13.379 99,0
Rancharia AUTÔNOMO 28.799 93,0
Ribeirão do Sul SABESP 4.389 93,0
Salto Grande AUTÔNOMO 8.930 67,7
Santa Cruz do Rio Pardo SABESP 45.019 95,0
São Pedro do Turvo AUTÔNOMO 7.268 100,0
Tarumã SABESP 13.878 98,0
Ubirajara SABESP 4.547 92,0
Total - UGRHI 17 683.874 92,9
Fonte: CETESB, 2015.

A proporção de efluente doméstico tratado é a carga orgânica poluidora doméstica


reduzida (kg DBO/dia) em relação ao efluente doméstico gerado (kg DBO/dia). A UGRHI-17
possui um índice médio de tratamento de esgoto de 92,9% (Quadro 67). A classificação dos
municípios quanto ao índice tratamento de esgoto segue abaixo:

Fonte: CRHi, 2010.

154
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quanto a classificação de acordo com os valores de referência, somente o município


de Óleo está classificado como “ruim”, pois a proporção de efluente tratado é de apenas
15,1%. Apenas 5 (cinco) municípios da UGRHI-17 são classificados como regular, entre 50
e 90%. São eles: Águas de Santa Bárbara (68%), Ourinhos (85,3%), Pardinho (88%),
Paulistânia (86%) e Salto Grande (67,7%). O restante dos municípios da UGRHI-17
possuem o tratamento de esgotos classificados como “bom”.

Segundo dados do Relatório de Situação da UGRHI-17, os municípios de Campos


Novos Paulista e Paulistânia, graças a investimentos do Governo do Estado, em 2015
passaram a tratar 100% de seus esgotos.

Figura 97. Porcentagem de esgoto tratado nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

O índice de tratamento dos efluentes gerados tem se mantido alto, com pequenas
melhoras, por conta de investimentos da SABESP e do Programa Água Limpa do DAEE.

155
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 98. Porcentagem de esgoto tratado sobre o esgoto gerado nos municípios da UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2015.

• Proporção de redução da carga orgânica poluidora doméstica

As tecnologias de tratamento de efluentes são aperfeiçoamentos do processo de


depuração da natureza, que busca reduzir seu tempo de duração e aumentar sua
capacidade de absorção, com melhor resultado em termos de qualidade do efluente
lançado, considerando a população a ser atendida.

A remoção da carga orgânica doméstica é a porcentagem de efetiva da remoção


através de tratamento (carga orgânica poluidora doméstica reduzida, em kg DBO/dia) em
relação à carga orgânica poluidora doméstica potencial (kg DBO/dia). O Quadro 68
apresenta eficiência do tratamento para redução da carga orgânica poluidora doméstica
para os municípios da UGRHI-17.

Quadro 68. Porcentagem da eficiência do tratamento de esgotos na UGRHI-17.


Proporção de
População (%) redução da
Município Eficiência (%)
Total Tratam. carga orgânica
doméstica (%)
Águas de Santa Bárbara 5.769 68,0 56,6 83
Alvinlândia 3.093 97,0 66,9 69
Assis 98.415 99,0 80,2 81
Avaré 85.384 98,0 91,8 93,72
Cabrália Paulista 4.322 99,0 91,2 92
Campos Novos Paulista 4.677 100,0 79,8 80

156
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Proporção de
População (%) redução da
Município Eficiência (%)
Total Tratam. carga orgânica
doméstica (%)
Cândido Mota 29.965 93,2 53,3 57,15
Canitar 4.674 100,0 74,0 74
Cerqueira César 18.391 90,3 51,5 57
Chavantes 12.168 100,0 50,0 50
Cruzália 2.186 98,0 79,7 82
Duartina 12.116 97,0 81,4 84
Echaporã 6.262 97,0 88,2 91
Espírito Santo do Turvo 4.519 97,0 80,3 83
Fernão 1.604 100,0 81,6 81
Florínia 2.750 90,0 82,1 91
Gália 6.730 100,0 88,1 88
Iaras 6.624 91,0 83,8 92
Ibirarema 7.121 98,6 84,8 86
Itatinga 19.281 95,0 78,7 82,91
João Ramalho 4.267 99,0 89,2 90
Lucianópolis 2.249 100,0 88,1 88
Lupércio 4.386 100,0 81,2 81
Maracaí 13.441 96,0 84,4 88
Ocauçu 4.151 93,1 75,1 81
Óleo 2.583 15,1 12,8 80
Ourinhos 106.909 85,3 72,1 84,62
Palmital 21.408 100,0 87,0 87
Paraguaçu Paulista 43.264 100,0 77,0 77
Pardinho 5.985 88,0 82,7 94
Paulistânia 1.777 86,0 69,1 80
Pedrinhas Paulista 2.977 98,0 87,9 90
Platina 3.347 100,0 80,1 80
Pratânia 4.870 95,0 79,5 84
Quatá 13.379 99,0 83,1 84
Rancharia 28.799 93,0 76,3 82,02
Ribeirão do Sul 4.389 93,0 71,6 77
Salto Grande 8.930 67,7 42,0 62
Santa Cruz do Rio Pardo 45.019 95,0 86,4 91
São Pedro do Turvo 7.268 100,0 82,9 83
Tarumã 13.878 98,0 83,2 85
Ubirajara 4.547 92,0 76,2 83
Total - UGRHI 17 683.874 92,9 76,0 81,7
Fonte: CETESB, 2015.

157
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A UGRHI-17 possui um índice médio de proporção de redução de carga orgânica


poluidora doméstica de 76 %, ou seja, de toda a carga orgânica doméstica produzida na
área da UGRHI 17 aproximadamente 76% é tratada. Com este índice a classificação geral
da UGRHI é considerada “regular”, entretanto a maior parte dos municípios (23 municípios)
é classificado como “bom”, apenas Óleo e Salto Grande, se classificam como “ruim”, com
proporção de redução de carga orgânica abaixo de 50%. Dezenove municípios (19) da
UGRHI-17 são classificados como “regular”, como pode-se observar na Figura 99.

A classificação dos municípios quanto a proporção de redução de carga orgânica,


segue abaixo:

Fonte: CRHi, 2010.

Figura ilustrativa

Figura 99. Redução da carga orgânica poluidora doméstica nos municípios da UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2015.

158
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Plano de Bacia

Figura 100. Proporção de redução da carga orgânica doméstica nos municípios da UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2015.

Comparando os anos de 2010 a 2015, observa-se que a eficiência de tratamento


para a redução da carga orgânica dos municípios da UGRHI-17, sofreu uma pequena
variação melhorando a eficiência entre 2010 e 2012, piorando entre 2012 e 2014 e
melhorando no ano de 2015. Pode-se concluir que a eficiência dos tratamentos de efluentes
aumentou com os investimentos feitos, levando em consideração que a população
aumentou e houve consequentemente um aumento na geração da carga orgânica poluidora
doméstica.

Mesmo apresentando esse aumento o índice é classificado como Regular, mas é


importante que sejam feitos investimentos na ampliação e melhorias em estações de
tratamento, para que haja uma melhora na redução da carga orgânica doméstica.

• ICTEM – Indicador de coleta e tratabilidade de esgoto da população urbana da


UGRHI-17

O ICTEM5 é um indicador que varia de 0 a 10 e retrata a situação que leva em


consideração a efetiva remoção da carga orgânica (em relação à carga orgânica potencial
gerada pela população urbana) sem deixar de observar a importância de outros elementos
que compõem em um sistema de tratamento de esgoto, como a coleta, o afastamento e o
tratamento. Além disso, considera também o atendimento à legislação quanto à eficiência de
remoção (superior a 80% da carga orgânica) e a conformidade com os padrões de
qualidade do corpo receptor dos efluentes (CETESB, 2013). Este índice permite comparar
de maneira global a eficácia de esgotamento sanitário.
5
ICTEM = valor zero significa que não há coleta e nem tratamento do esgoto e valor 10 significa que
há coleta e tratamento de toda a população urbana.

159
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Plano de Bacia

Os dados do ICTEM são obtidos no relatório de “Qualidade das águas superficiais no


Estado de São Paulo”, publicado anualmente pela CETESB. O Quadro 69 apresenta os
dados de ICTEM desde 2010 até 2015 para os municípios da UGRHI-17.

Quadro 69. Índice de coleta e tratabilidade de esgoto na UGRHI-17.


Município 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Águas de Santa Bárbara 0,95 1,0 0,98 6,4 5,6 6,5
Alvinlândia 5,99 6,7 5,11 6,4 5,3 7,5
Assis 10,00 8,4 9,80 8,4 8,4 9,8
Avaré 6,36 8,3 9,47 8,0 7,4 9,5
Cabrália Paulista 8,12 8,1 9,79 9,8 9,8 9,8
Campos Novos Paulista 1,49 1,5 1,49 1,5 1,5 10,0
Cândido Mota 9,49 9,5 9,49 9,5 9,5 6,4
Canitar 6,53 6,6 7,36 7,1 9,8 8,1
Cerqueira César 9,43 9,4 9,43 6,1 2,7 6,2
Chavantes 5,47 4,2 7,85 8,1 8,1 6,6
Cruzália 6,69 7,6 7,16 8,4 8,4 9,8
Duartina 1,74 8,2 8,23 9,7 9,7 9,8
Echaporã 7,21 9,8 9,96 10,0 10,0 10,0
Espírito Santo do Turvo 7,90 7,9 8,28 8,3 9,8 9,8
Fernão 9,50 8,1 8,01 9,5 9,5 9,5
Florínia 7,22 7,6 8,14 8,0 8,0 9,7
Gália 9,50 9,5 9,50 7,5 9,5 9,5
Iaras 7,94 9,3 9,32 7,5 9,3 9,7
Ibirarema 7,12 7,9 9,76 9,8 9,8 9,8
Itatinga 8,11 8,4 8,18 7,1 8,1 8,2
João Ramalho 9,99 10,0 8,25 9,5 9,5 9,5
Lucianópolis 9,80 9,8 9,80 9,8 9,8 9,8
Lupércio 9,50 9,5 9,50 9,5 9,5 9,5
Maracaí 9,41 9,7 9,71 8,2 8,2 9,7
Ocauçu 9,50 7,9 6,16 7,8 7,8 7,8
Óleo 1,34 1,7 1,34 1,7 2,1 2,4
Ourinhos 5,31 5,4 7,57 7,6 7,6 7,8
Palmital 6,32 7,2 9,80 9,8 9,8 9,8
Paraguaçu Paulista 7,72 8,3 10,00 10,0 10,0 8,5
Pardinho 6,87 6,9 6,87 7,7 8,1 9,5
Paulistânia 1,41 1,4 1,47 1,5 1,5 7,6
Pedrinhas Paulista 5,89 8,2 8,49 8,6 10,0 10,0
Platina 6,84 5,9 7,01 7,0 7,0 9,8
Pratânia 9,77 9,8 9,80 8,4 8,6 8,6
Quatá 7,68 4,3 9,49 9,7 9,5 9,5
Rancharia 6,28 6,3 8,06 8,1 8,1 8,4
Ribeirão do Sul 9,40 9,7 9,70 8,0 8,0 7,9
Salto Grande 4,34 3,6 5,33 5,2 5,2 5,2
Santa Cruz do Rio Pardo 7,15 10,0 10,00 9,9 9,9 9,9
São Pedro do Turvo 1,63 7,9 9,80 9,8 9,8 9,8
Tarumã 7,74 9,7 9,74 8,2 8,3 9,8
Ubirajara 8,32 7,7 8,20 8,1 8,1 8,1
MÉDIA UGRHI 17 6,9 7,4 9,6 8,1 7,9 8,2
Fonte: CETESB, 2015.

160
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A CETESB estabelece o enquadramento do sistema de esgotamento sanitário do


município através dos valores do ICTEM conforme segue:

Fonte: CETESB, 2015.

A UGRHI-17 possui um índice de coleta e tratamento de esgoto de 8,2, portanto,


classifica-se como BOM. Em 2010, 6 (seis) municípios da UGRHI-17 se classificaram com o
ICTEM como “péssimo”. Comparando com o ano de 2015, esse número diminuiu para
apenas 1, o município de Óleo.

Figura 101. Classificação do ICTEM nos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

Comparando os índices do ano de 2010 com o ano de 2015, houve uma melhora em
grande parte dos municípios. De 20 (vinte) municípios que possuíam o ICTEM classificados
como “bom”, em 2015, aumentou para 36 (trinta e seis). No ano de 2015, apenas 5
municípios são classificados como “regular”, entre eles, Águas de Santa Bárbara (6,2),
Cândido Mota (6,4), Cerqueira César (6,2), Chavantes (6,6) e Salto Grande (5,2).

161
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 102. ICTEM dos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

• Pontos de lançamento de efluentes

Os dados dos pontos de lançamento de efluentes domésticos dos municípios (nome


do corpo receptor) foram retirados do relatório de qualidade de água da CETESB (2015), e
do cadastro de usuários de recursos hídricos da UGRHI-17 e são apresentados no Quadro
70 e na Figura 103.

Quadro 70. Dados dos pontos de lançamento de esgoto dos municípios SABESP e não
SABESP da UGRHI-17.
Município Curso d'água receptor

Águas de Santa Bárbara Rio Pardo


Alvinlândia Ribeirão Agua do Jaú
Assis Corr. Do Jacu e Corr. Fortuninha
Avaré Rib. Do Lajeado e Córr. Das Pedras
Cabrália Paulista Rio Alambari
Campos Novos Paulista Córrego Barraca
Cândido Mota Agua do Pica Pau e Agua do Jacu
Canitar Rio Pardo
Cerqueira César Ribeirão do Saltinho
Chavantes Ribeirão Colossinho
Cruzália Ribeirão água da Pintada
Duartina Rio Serrote
Echaporã Ribeirão Cascavel
Espírito Santo do Turvo Rio Turvo
Fernão Ribeirão das Antas

162
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Município Curso d'água receptor

Florínia Corr. do Pântano


Gália Ribeirão das Antas
Iaras Corr. Água de Limeira
Ibirarema Córrego Pau D’alho
Itatinga Rio Novo
João Ramalho Córrego Água João Ramalho
Lucianópolis Corr. Água Rasa
Lupércio Ribeirão Santo Anastácio
Maracaí Rio Capivara
Ocauçu Rio do Peixe e Córrego do Lageado
Óleo Ribeirão Barra Grande
Ourinhos Rio Pardo, Corr. Jacuzinho Rio Paranapanema
Palmital Córrego Água Parada
Paraguaçu Paulista Rio Capivara
Pardinho Rio Pardo
Paulistânia Corr. Pinheirinho
Pedrinhas Paulista Corr. das Pedrinhas
Platina Rio do Pau
Pratânia Rio Claro
Quatá Ribeirão Água da Bomba
Rancharia Água da Lavadeira e Outros
Ribeirão do Sul Ribeirão dos Pintos
Salto Grande Rio Novo
Santa Cruz do Rio Pardo Rio Pardo
São Pedro do Turvo Córrego S. João
Tarumã Ribeirão do Tarumã
Ubirajara Corr. do Eusébio
Fonte: CETESB, 2015.

Além dos lançamentos dos municípios, foram retirados da base de dados de


outorgas do DAEE, com informações do ano de 2015, os lançamentos superficiais de
usuários rurais, urbanos e industriais. Esses dados são apresentados e espacializados na
Figura 103. Esse mapa é apresentado em escala adequada no Desenho 09.1036/17 em
anexo.

163
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Figura ilustrativa

Figura 103. Pontos de lançamento superficial na UGRHI-17.


Fonte: DAEE, 2015.

 Lançamento de efluentes industriais

As cargas poluidoras de origem industrial correspondem aos lançamentos de


efluentes líquidos diretamente nos rios e córregos, com ou sem tratamento prévio,
constituindo-se fontes de poluição direta das águas superficiais onde são lançadas e,
indireta, de solos e águas subterrâneas, como decorrência da infiltração e migração
descendente.

Em relação às atividades industriais com potencial para geração de carga poluidora,


há algumas indústrias presentes na UGRHI: Indústrias alimentícias, indústrias de bebidas,
Frigoríficos, Têxtil e Usinas de Açúcar e Álcool.

O relatório de qualidade de águas superficiais da CETESB, não possui base de


dados para quantificação das fontes poluidoras nos setores industriais. A UGRHI-17
apresenta baixa atividade industrial, e não concentra elevados índices de despejos de
efluentes industriais.

De acordo com dados outorgados do DAEE (2015) a UGRHI-17 possui 42


lançamentos industriais outorgados. As cargas remanescentes de origem industrial, apesar
de reduzidas com relação às cargas potenciais, devido de medidas de tratamento,

164
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Plano de Bacia

continuam participando da carga remanescente total, sendo uma das fontes de poluição dos
recursos hídricos. Conforme os dados de outorga de usuários (DAEE, 2015), a vazão
lançada pelo setor industrial é da ordem de 0,595 m³/s.

 Lançamento de efluentes doméstico líquido em solo

Há dados da base de outorgas do DAEE com informações de lançamento sobre o


solo, indicando a existência de 199 (cento e noventa e nove) lançamentos, 65 (sessenta e
cinco) destes, classificados como usuário rural, 8 (oito) classificados como usuário urbano, e
52 (cinquenta e dois) classificado como usuário industrial e o restante são outro tipos de
usuários (74). Não há informações sobre coordenadas e vazões de lançamento, e, situações
como esta contribuem para o aumento das cargas poluidoras, que é um dos componentes
do aumento de risco da contaminação das águas subterrâneas, principalmente por nitrato.

4.7.9 Manejo de resíduos sólidos

Os resíduos sólidos tem uma influencia basicamente indireta sobre os recursos


hídricos, porém de grande potencial poluidor das águas superficiais e subterrâneas.

Resíduos sólidos são considerados um dos grandes problemas das sociedades


contemporâneas, manifestando-se com mais força nas áreas urbanas, onde agravam
problemas ambientais já existentes e levam ao aparecimento de outros, quase sempre
relacionados às formas ineficientes de gestão. É considerada uma fonte potencial de
contaminação do solo, águas superficiais e águas subterrâneas.

Este item caracteriza e avalia os sistemas de coleta, transporte e tratamento e


disposição final de resíduos sólidos/rejeitos. Os resíduos sólidos resultam de atividades de
origem: industrial, doméstico, serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e varrição.

As informações sobre o manejo de resíduos sólidos da UGRHI-17 (coleta, tratamento


de disposição final), são obtidas no Inventario Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares
(CETESB, 2015). O Quadro 71 apresenta os indicadores de manejo de resíduos sólidos na
UGRHI-17.

Quadro 71. Indicadores de resíduos sólidos da UGRHI-17.

Variável Indicador Parâmetro

P.04-A: Resíduo sólido domiciliar gerado: ton./dia (2015)


Poluição P.04 Resíduos
Ambiental sólidos
504,95 ton./dia

165
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Variável Indicador Parâmetro

E.06-B: Taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos:


Saneamen E.06 Infraestrutura (2014)%
to Básico de Saneamento
96,91 %

R.01-B: Resíduo sólido domiciliar disposto em aterro: ton./dia


de resíduo/IQR (2013)

Adequado: 339,64 ton./dia (67,3%)


Controle
R.01 Coleta e Inadequado: 165,31 ton./dia (32,7%)
da
disposição de
Poluição R.01-C: IQR da instalação de destinação final de resíduo
resíduos sólidos
Ambiental sólido domiciliar: enquadramento de 0 a 10 (2013)

Adequado: 37 municípios – 88%


Inadequado: 5 municípios – 12%
Fonte: adaptado de CRHi (2016)

4.7.10 Resíduos sólidos domiciliares

Os resíduos sólidos domiciliares são aqueles gerados nas residências e sua


composição é bastante variável. Em média, mais de 50% dos resíduos domiciliares são
compostos por materiais orgânicos (restos de comida e varrição).

Para estimar a geração de resíduos domiciliares é considerado somente o resíduo de


origem domiciliar, que contempla: residências, estabelecimentos comerciais e
estabelecimentos de serviços de pequeno porte. A quantidade de resíduo sólido gerado é
estimada com base na população urbana de cada município, considerando seu índice de
produção de resíduos (per capita), conforme descrito no Quadro 72.

Quadro 72. Índices de produção per capita de resíduos sólidos urbanos em função da
população urbana.
População Urbana (nº de Produção de Resíduo
hab.) (kg/hab.dia)
Até 25.000 0,7
De 25.001 a 100.000 0,8
De 100.001 a 500.000 0,9
Maior que 500.000 1,1
Fonte: CETESB, 2014.

A UGRHI-17 tem geração de aproximadamente 504,95 toneladas diárias de lixo


(2015). O município que se classifica como o maior gerador de resíduos sólidos domiciliares
é o município de Ourinhos, seguido pelos municípios de Assis e Avaré, devido a ser os
municípios mais populosos da UGRHI-17, representando aproximadamente 48% do total de
lixo gerado na UGRHI-17. Este indicador de resíduo sólido está intimamente ligado ao
número de pessoas e ao crescimento populacional do município e da UGRHI.

166
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Figura 104. Resíduos sólidos gerados nos municípios na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

Observa-se na Figura 104 que a geração de resíduos sólidos entre os anos de 2010
e 2012 não apresentou grandes aumentos ou diminuições nas toneladas diárias. Após esse
período, houve um aumento significativo de 50% na geração de resíduos sólidos urbanos de
entre 2012 e 2015.

Esse aumento ocorreu devido aos índices estimativos de produção “per capita” de
resíduos sólidos urbanos adotados em função da população urbana, que, de 2010 a 2012,
era utilizado para municípios menores do que 100.00 habitantes, um índice de 0,4
kg/hab.dia, e, em 2013, foi utilizado os valores do Quadro 72 (0,7 e 0,8 kg/hab.dia para
municípios de até 25.000 habitantes e de 25.000 até 100.000 habitantes, respectivamente).

6
Figura 105. Evolução da geração de resíduos sólidos urbanos na UGRHI-17 .
Fonte: CETESB, 2015.

6
A partir do ano de 2013 houve uma mudança na metodologia de cálculo da quantidade de resíduos sólidos.

167
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4.7.11 Coleta de resíduos sólidos urbanos

Este item aborda o percentual estimado de população atendida por coleta de


resíduos sólidos domiciliares em relação a população total. Os dados são disponibilizados
pelos SNIS, que corresponde a “taxa de cobertura do serviço regular de coleta de resíduos
domiciliares, dos municípios participantes do SNIS”.

Quadro 73. Coleta de resíduos sólidos urbanos na UGRHI-17.


Município Índice Coleta (%) 2014

Águas de Santa Bárbara 100,00


Alvinlândia 89,76
Assis 96,12
Avaré 100,00
Cabrália Paulista 88,44
Campos Novos Paulista 100,00
Cândido Mota 100,00
Canitar 94,72
Cerqueira César 98,91
Chavantes 100,00
Cruzália 100,00
Duartina 95,42
Echaporã NA
Espírito Santo do Turvo 93,05
Fernão 99,28
Florínia 88,80
Gália 100,00
Iaras 60,03
Ibirarema 100,00
Itatinga 97,34
João Ramalho 94,94
Lucianópolis 100,00
Lupércio NA
Maracaí 100,00
Ocauçu 79,86
Óleo NA
Ourinhos 100,00
Palmital 100,00
Paraguaçu Paulista 90,12
Pardinho 100,00
Paulistânia 100,00
Pedrinhas Paulista 91,44
Platina 78,71
Pratânia 75,78
Quatá 93,84
Rancharia 100,00
Ribeirão do Sul 97,20
Salto Grande 100,00
Santa Cruz do Rio Pardo 90,88

168
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Município Índice Coleta (%) 2014

São Pedro do Turvo 100,00


Tarumã 100,00
Ubirajara 72,93
Total 96,91
Fonte: SNIS, 2015.

A UGRHI-17 possui um índice de coleta de resíduos sólidos urbanos de 96,91% do


que total gerado, considerando os municípios que possuem dados, pois para alguns dos
municípios há ausência dos dados. Trinta e nove (39) municípios dispõem de dados de
cobertura de coleta de resíduos sólidos domiciliares. Destes, somente o município de
Palmital se classifica como “ruim”, os municípios de Alvinlândia, Cabrália Paulista, Florínea,
Iaras, Ocauçu, Platina, Pratânia, Ubirajara são classificados com valores entre 50 e 90% de
cobertura de coleta de resíduos sólidos. Os municípios de Echaporã, Lupércio e Óleo não
apresentaram dados, e o restante está todos classificados como “bom”, conforme se
observa na Figura 106. O valor de referência utilizado pelo SNIS é adaptado para classificar
os municípios quanto à coleta de resíduos sólidos:

Fonte: CRHi, 2010

Figura ilustrativa

Figura 106. Cobertura do sistema de coleta de resíduos sólidos nos municípios da UGRHI-17.
Fonte: SNIS, 2015.

169
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Pode-se notar uma evolução na coleta de resíduos sólidos principalmente no que se


refere aos municípios que se classificam como BOM.

Figura 107. Evolução da coleta de resíduos sólidos urbanos na UGRHI-17.


Fonte: SNIS, 2015.

4.7.12 Disposição de resíduos sólidos urbanos

A disposição adequada de resíduos sólidos é uma medida importante para evitar a


contaminação de águas superficiais e subterrâneas. Os dados de quantidade de resíduos
sólidos domiciliares gerados no município e do enquadramento do aterro no qual o
município dispõe este resíduo, são obtidos através da CETESB, que publica desde 1997 o
“Inventario Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares”.

Este inventário de dados consiste na avaliação e classificação da destinação final de


resíduos sólidos domiciliares, através do índice IQR. O Quadro 74 apresenta o
enquadramento do IQR, conforme utilizados pela CETESB, durante os anos de 1997 a
2011.

Quadro 74. Enquadramento das condições de tratamento/destinação final dos resíduos sólidos
domiciliares
IQR / IQR-Valas / IQC ENQUADRAMENTO
0,0 a 6,0 Condições Inadequadas (I)
6,1 a 8,0 Condições Controladas (C)
8,1 a 10,0 Condições Adequadas (A)
Fonte: CETESB, 2010.

A classificação do IQR em 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 apresenta informações da


nova metodologia de avaliação, que contempla a aplicação de novos critérios de pontuação
e de classificação dos locais de destinação dos resíduos sólidos urbanos. Nestes novos
critérios, foram criadas três formas de avaliação do locais de destinação de resíduos,
conforme apresentado:

170
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a) IQR Nova proposta = avaliação dos aterros sanitários.

b) IQR Valas = avaliação dos aterros em valas.

c) IQC = avaliação dos aterros controlados

Em função dos índices IQR Nova Proposta, IQR-Valas Nova proposta e IQC
apurados, as instalações são enquadradas como inadequadas e adequadas, conforme
mostra o Quadro 75.

Quadro 75. Enquadramento das condições das instalações de tratamento e/ou disposição final
de resíduos sólidos domiciliares.
IQR – NP, IQR Valas – NP e IQC Enquadramento
0,0 a 7,0 Condições Inadequadas (I)
7,1 a 10,0 Condições Adequadas (A)
Fonte: CETESB, 2015.
A Figura 108 apresenta a classificação do IQR nos municípios, conforme a nova
metodologia adotada pela CETESB, em 2013, 2014 e 2015.

Figura 108. Classificação da destinação final dos resíduos sólidos domiciliares nos municípios
da UGRHI-17 – nova metodologia.
Fonte: CETESB, 2015.

A nova metodologia classifica a destinação final dos resíduos apenas em adequada


e inadequada. Pode-se observar que, apenas 5 (cinco) municípios, apresentaram em 2015,
destinação de resíduos inadequada. Pode-se concluir que esse número aumentou em
relação ao ano de 2013. O Quadro 76 apresenta o enquadramento dos municípios da
UGRHI-17 quanto às condições de tratamento e disposição dos resíduos domiciliares nos
anos de 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015, sendo que a partir de 2012 a classificação já
é feita com base na nova metodologia. Para a classificação de 2011, 2012 e 2013 foi
utilizada a nova metodologia.

171
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Quadro 76. Classificação dos municípios da UGRHI-17, quanto às condições de tratamento e


disposição dos resíduos domiciliares (IQR). Fonte: CETESB, 2015
Lixo INVENTÁRIO IQR - Classificação IQR
Município
(t/dia) 2010 2011 2012* 2013* 2014* 2015* 2015
Águas de Santa Bárbara 3,16 A A A A A A 10
Alvinlândia 1,99 A I A A A A 8,3
Assis 77,73 A I A A A A 9,4
Avaré 67,69 A A A A A A 9,5
Cabrália Paulista 2,66 A A A A A A 7,4
Campos Novos Paulista 2,63 A A A A A A 8,8
Cândido Mota 23,41 A I A I A I 4,4
Canitar 3,24 A A A A A A 8
Cerqueira César 11,99 A A A A A A 7,4
Chavantes 8,04 A A A A A A 7,8
Cruzália 1,03 A A A A A A 7,9
Duartina 7,9 A A A A A A 7,8
Echaporã 3,52 A A A A A A 7,7
Espírito Santo do Turvo 2,77 A A A A A A 10
Fernão 0,64 A A A A A A 10
Florínia 1,74 A I I A A I 3,9
Gália 3,6 A A A A A A 9,5
Iaras 2,48 A A A A A A 7,3
Ibirarema 4,77 A A A A A A 8,5
Itatinga 12,57 I A A A A A 7,7
João Ramalho 2,64 A A A A A A 9,4
Lucianópolis 1,31 A A A A A A 10
Lupércio 2,83 A I A A A A 10
Maracaí 8,83 A A A A A A 9,4
Ocauçu 2,4 A A A A A A 8,2
Óleo 1,21 A A A A A A 9,5
Ourinhos 96,69 A I A A A I 3,7
Palmital 14,18 A A A A A A 7,6
Paraguaçu Paulista 32,48 A I I A A A 9,4
Pardinho 3,37 A A A A A A 7,7
Paulistânia 0,88 A A A A A A 8,6
Pedrinhas Paulista 1,81 A A A A A A 9,5
Platina 1,89 A I A A A A 9,4
Pratânia 2,66 A A A A A A 8
Quatá 9 A I A A A A 9,4
Rancharia 21,36 A A A A A A 9,4
Ribeirão do Sul 2,37 A A A A A A 7,3
Salto Grande 5,83 A A A A A A 7,7
Santa Cruz do Rio Pardo 34,11 A A A I A I 4
São Pedro do Turvo 3,79 A A A A A A 8,4
Tarumã 9,36 A A I A A I 5,1
Ubirajara 2,39 A A A A A A 7,1
Total 504,95 A A A A A A 8,1
LEGENDAS: (A) Condição Adequada / (I) Condição Inadequada / *nova metodologia.

172
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Plano de Bacia

No ano de 2012 houve aumento na disposição de resíduo sólido em aterro


controlado e diminuição na disposição de resíduo em aterro Adequado e Inadequado. Esta
tendência permaneceu até 2014, entretanto em 2015 houve uma queda significativa
chegando a 165,3 toneladas de resíduos dispostos de forma inadequado, ocasionada pelos
municípios de Candido Mota, Florínea, Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo e Tarumã.

A Figura 109 apresenta o enquadramento dos municípios da UGRHI-17, quanto às


condições de tratamento e disposição dos resíduos domiciliares (IQR) em 2015.

Figura ilustrativa

Figura 109. Classificação da destinação final dos resíduos sólidos domiciliares (IQR).
Fonte: CETESB, 2015.

4.7.13 Coleta Seletiva e reciclagem de resíduos

Outra informação relevante em relação aos resíduos sólidos de origem doméstica é


quanto à recuperação de recicláveis. Na UGRHI-17, 07 (sete) municípios não possuem
coleta seletiva de resíduos recicláveis urbanos, conforme dados disponíveis no diagnóstico
do manejo de resíduos sólidos urbanos, do SNIS (2014). Dentre eles, Águas de Santa
Bárbara, Florínea, Iaras, João Ramalho, Lucianópolis, Ocauçu e Ubirajara. A Figura 110
apresenta os municípios que possuem ou não coleta seletiva.

173
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 110. Municípios com coleta seletiva.


Fonte: SNIS, 2014.

4.7.14 Resíduos de serviços de saúde

Conforme IPT/CEMPRE (2000) denomina-se Resíduo dos Serviços de Saúde


(RSS), o lixo que contém ou possa conter germes patogênicos, originário de diversos
locais que desenvolvem atividades relacionadas ao setor de saúde da população e de
animais, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias,
postos de saúde, consultórios odontológicos, dentre outros. Esse tipo de resíduo merece
atenção especial desde sua geração até o momento da disposição final, por ser perigoso
tanto à saúde pública como ao meio ambiente. Além dos resíduos com risco biológico
citados, os RSS podem conter resíduos com risco químico e radioativo, além de resíduos
comuns (IPT, 2008).

O tratamento adequado dos RSS deve garantir a inertização do mesmo antes de


ser disposto no solo, conforme as Resoluções CONAMA n° 05/1993 e 358/2005, que
estabelecem normas e procedimentos mínimos para o gerenciamento desses resíduos,
com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente. O Quadro 77,
apresenta informações sobre a massa de RSS coletadas per capita nos municípios da
UGRHI-17. As informações foram retiradas dos indicadores sobre coleta de resíduos sólidos
de serviços de saúde, disponibilizados pelo SNIS, no diagnóstico do manejo de resíduos
sólidos urbanos.

174
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Plano de Bacia

Quadro 77. Resíduos de saúde coletado


Massa de RSS coletada per capita
Município
KG / 1000 hab.dia
Águas de Santa Bárbara 0,00
Alvinlândia 3,29
Assis 1,70
Avaré 0,00
Cabrália Paulista 0,57
Campos Novos Paulista 0,73
Cândido Mota 1,13
Canitar 0,48
Cerqueira César 0,00
Chavantes 0,86
Cruzália 0,00
Duartina 1,16
Echaporã 0
Espírito Santo do Turvo 0,84
Fernão 2,43
Florínia 0,00
Gália 2,01
Iaras 9,59
Ibirarema 0,00
Itatinga 0,69
João Ramalho 0,29
Lucianópolis 2,06
Lupércio 0
Maracaí 0,00
Ocauçu 0,80
Óleo 0
Ourinhos 0,00
Palmital 1,49
Paraguaçu Paulista 2,93
Pardinho 1,27
Paulistânia 2,63
Pedrinhas Paulista 1,38
Platina 1,02
Pratânia 3,06
Quatá 0,00
Rancharia 18,48
Ribeirão do Sul 0,57
Salto Grande 0,33
Santa Cruz do Rio Pardo 0,52
São Pedro do Turvo 1,88
Tarumã 1,16
Ubirajara 0,00
Total 65,35
Fonte: SNIS, 2015.

175
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4.7.15 Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas

Drenagem é o termo empregado na designação das instalações destinadas a escoar


o excesso de água, seja em rodovias, na zona rural ou na malha urbana. A drenagem
urbana não se restringe aos aspectos puramente técnicos impostos pelos limites restritos à
engenharia, pois compreende o conjunto de todas as medidas a serem tomadas que visem
à atenuação dos riscos e dos prejuízos decorrentes de inundações aos quais a sociedade
está sujeita.

O caminho percorrido pela água da chuva sobre uma superfície pode ser
topograficamente bem definido, ou não. O comportamento do escoamento superficial direto
sofre alterações substanciais em decorrência do processo de urbanização de uma bacia,
principalmente como consequência da impermeabilização da superfície, o que produz
maiores picos e vazões. Com o desenvolvimento urbano, a impermeabilização do solo
juntamente com o desmatamento da vegetação ciliar diminui a área de infiltração,
aumentando a vazão dos rios e o volume de escoamento. Esse volume, que escoava
lentamente pela superfície do solo e ficava retido pelas plantas, passa a escoar no canal
exigindo maior capacidade de escoamento das seções.

As torrentes originadas pela precipitação direta sobre as vias públicas desembocam


nos bueiros situados nas sarjetas. Estas torrentes (somadas à água da rede pública
proveniente dos coletores localizados nos pátios e das calhas situadas nos topos das
edificações) são escoadas pelas tubulações que alimentam os condutos secundários, a
partir do qual atingem o fundo do vale, onde o escoamento é topograficamente bem
definido, mesmo que não haja um curso d’água perene. O escoamento no fundo do vale é o
que determina o chamado Sistema de Macrodrenagem ou sistema coletor principal de
drenagem.

Na UGRHI-17 alguns municípios estão realizando ou já realizaram o Plano Diretor de


Drenagem Urbana, que analisa o sistema de drenagem natural, macrodrenagem e
microdrenagem, apontando os problemas existentes quanto à inundação urbana. Trinta e
três municípios da UGRHI-17 já possuem o Plano de Drenagem urbana, de acordo com
dados levantados do FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Os municípios que
ainda não possuem são: Assis, Campos Novos Paulista, Chavantes, Itatinga, João
Ramalho, Paraguaçu Paulista, Pardinho, Quatá e Rancharia. Essa informação será
confirmada nos trabalhos de campo que serão realizados nos municípios.

176
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Apenas seis municípios notificaram a Defesa Civil quanto à ocorrência de enchente


ou de inundação. No entanto, em nenhuma das situações houve o registo de desalojados
em virtude desses eventos (Quadro 78).

Quadro 78. Indicadores relacionados à drenagem urbana.


Ocorrência de enchente ou de
Indicador Município
inundação
Assis 3
Avaré 1
E08-A: Ocorrência de Maracaí 1
enchente ou de inundação Ourinhos 2
(nº de ocorrências / ano) Santa Cruz do Rio Pardo 2
São Pedro do Turvo 1
Total 10
I.02-C: Registro de
desalojados decorrente de
UGRHI-17 0 ocorrências
eventos de enchente ou
inundação
Fonte: Defesa civil, 2016.

O plano diretor deve possibilitar a identificação das áreas a serem preservadas e a


seleção das que possam ser adquiridas pelo poder público antes que sejam ocupadas,
loteadas ou que seus preços se elevem e tornem a aquisição proibitiva. O plano de
drenagem deve ser articulado com as outras atividades urbanas (abastecimento de água e
de esgoto, transporte público, planos viários, instalações elétricas, etc.) de forma a
possibilitar o desenvolvimento da forma mais harmonizada possível.

Do plano deve também constar a elaboração de campanhas educativas que visem a


informar a população sobre a natureza e a origem do problema das enchentes, sua
magnitude e consequências. É de capital importância o esclarecimento da comunidade
sobre as formas de solução existentes e os motivos da escolha das soluções propostas. A
solicitação de recursos deve ser respaldada técnica e politicamente, dando sempre
preferência à adoção de medidas preventivas de maior alcance social e menor custo.

O controle da drenagem urbana é muito importante para a UGRHI, uma vez que ela
ajuda na prevenção dos processos erosivos e consequentemente no assoreamento dos
cursos d’água. Nesta ótica, os planos municipais de drenagem urbana configuram-se como
um importante instrumento de auxilio nesta problemática.

O Desenho 10.1036/17 em anexo apresenta as áreas vulneráveis de acordo com


dados levantadas no estudo realizado pelo IPT (2012), sobre áreas inundáveis, no estado
de São Paulo.

177
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4.8 Gestão do território e de áreas sujeitas a gerenciamento especial

Este item apresenta as informações de natureza espacial, que possa favorecer ou


impor restrições físicas à proteção dos recursos hídricos. Dentre as informações
apresentadas estão à cobertura vegetal e áreas de proteção legalmente instituídas, que
podem contribuir para a redução dos processos erosivos e a conservação da água e
padrões de uso do solo, áreas contaminadas e áreas suscetíveis a processos erosivos ou
eventos hidrológicos extremos.

4.8.1 Uso e ocupação da terra

O uso da terra pode ser entendido como a forma que um determinado espaço está
sendo ocupado pelo homem. Esta análise faz-se necessária uma vez que a partir dela pode
se determinar as ações a serem desenvolvidas no local, além de identificar áreas onde o
solo pode estar sendo utilizado de forma inadequada e suas implicações sobre o
escoamento superficial, o aporte de sedimentos no leito dos corpos d’água,
impermeabilização e compactação do solo, capacidade de armazenamento e infiltração de
água no solo, entre outros.

O mapeamento do uso e ocupação da terra tem grande importância para estudos


que envolvem o planejamento de qualquer natureza, especificamente, o planejamento
ambiental. É necessário para conhecer a área e as atividades que ali são desenvolvidas e
para dimensionar as propostas de intervenções. As informações referentes ao uso e
ocupação da terra da UGRHI-17 foram obtidas a partir do Mapa de Cobertura da Terra do
Estado de São Paulo, elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
(SMA), através da Coordenadoria de Planejamento Ambiental. O mapeamento utilizou como
base imagens de satélite Landsat TM 5 do ano de 2010 e na escala 1:100.000. O Quadro 79
apresenta um dos indicadores de uso e ocupação do solo na UGRHI – 17.

Quadro 79. Indicadores de uso e ocupação do solo da UGRHI – 17.


Variável Indicador Parâmetro
Dinâmica de FM.10 Uso e RM.10-F: Área inundada por
ocupação do ocupação do reservatórios hidrelétricos: 272,4 km²
território solo km²

O Desenho 11.1036/17 apresenta os padrões de uso e ocupação do solo presentes


na UGRHI-17.

178
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 Classes de uso e ocupação do solo

Desta forma na UGRHI-17 foram determinadas 5 classes de uso e ocupação do solo,


sendo elas:

 Corpos d’água: que incluem todas as águas interiores, como os cursos d’água e
canais, corpos d’água naturalmente fechados, sem movimento e reservatórios
artificiais.
 Cobertura Arbórea: nesta classe estão incluídas as formações vegetais compostas
predominantemente por elementos arbóreos, incluindo as matas ciliares que
acompanham os cursos d’água, floresta estacional semidecídua, floresta ombrófila
densa e floresta ombrófilas mista, além de área de cerrado, mangue e restinga,
quando estas apresentarem vegetação de maior porte. São incluídas também as
formações arbóreas homogêneas plantadas, como pinus, eucalipto, seringueira e
citrus.
 Cobertura Herbácea-arbustiva: caracterizada pela presença de formação herbácea
e/ou arbustiva. Nesta classe o solo está coberto por vegetação de gramíneas ou
leguminosas com altura que varia entre alguns decímetros e alguns metros. Além
disso, incluem também pastos melhorados, culturas temporárias, semi-perenes,
todas as terras cultivadas caracterizadas pelo delineamento de áreas cultivadas,
podendo se constituir em zonas agrícolas heterogêneas ou homogêneas e áreas
remanescentes de cerrado e restinga.
 Solo Exposto: áreas de intervenção antrópica que foram terraplenadas ou aradas,
constituindo áreas em transição de uso ou uma fase intermediária do mesmo uso ou
ainda áreas onde processos erosivos expuseram o solo.
 Área Construída: constitui áreas de uso intensivo, estruturada por edificações e
sistema viário, onde há o predomínio de superfícies artificiais não agrícolas. Incluem-
se nesta categoria áreas urbanas de uso residenciais, comerciais e de serviços, além
de condomínios residenciais e de lazer, pequenos sítios, localizados distantes da
mancha urbana principal ou ao longo de rodovias e vais de acesso.

A Figura 111 representa o uso e ocupação do solo na UGRHI-17. O Desenho


11.1036/17 apresenta o mapa de uso e ocupação do solo na escala adequada. No Quadro
80 as classes de uso e ocupação são quantificadas para cada UPH da UGRHI.

179
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 111. Uso e ocupação do solo na UGRHI-17.


Fonte: Secretaria do Meio Ambiente, 2010.

Quadro 80. Uso e ocupação do solo na UGRHI-17.


Classe de uso do Solo Área (km²) (%)
Corpo d'água 195 1
Cobertura Arbórea 2.842 17
Cobertura Herbácea Arbustiva 10.146 61
Solo Exposto 3.342 20
Área Construída 224 1
Área Úmida 1 0
Total 16.750 100
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente, 2010.

180
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Figura 112. Distribuição das classes de uso do solo na UGRHI-17.

O uso predominante na bacia é a cobertura herbácea arbustiva, que representa 61%


da área total, seguido por solo exposto com 20%, cobertura arbórea com 17%, corpos
d’água 4,61 e área construída e área construída com apenas 1%, cada, a área úmida não
apresenta porcentagem significativa.

Deve ser feito uma ressalta importante neste tópico: o mapa de uso do solo,
elaborado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado faz grandes agrupamentos de
classes de uso do solo que dificultam as análises voltadas aos recursos hídricos. Como
exemplo, pode-se citar a categoria Cobertura Herbácea Arbustiva, que abrange todas as áreas de
pastagens e agricultura, usos estes que impactam de maneira distinta os recursos hídricos. Sendo
assim, houve a necessidade de se buscar dados adicionais para subsidiar a análise.

No plano de bacia de 2007 foi apresentado o mapa de uso do solo da UGRHI 17


elaborado a partir no projeto LUPA (1997). O resultado do levantamento pode ser observado
no Quadro 81.

Quadro 81. Uso e ocupação do solo na UGRHI-17, 2007.


Classes de Uso do Solo 2007 %
Áreas de culturas perenes 2,2
Áreas de culturas semi-perenes 13,6
Áreas de culturas temporárias 14,8
Áreas de pastagens 54,9
Áreas de reflorestamento 4,8
Cobertura vegetal natural 6,2
Áreas urbanas 1,0
Outros usos 2,5
Fonte: Plano de bacia, 2007.

181
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Mesmo utilizando classes de uso do solo diferentes foi possível agrupa-las conforme
a descrição das classes atuais conforme o Quadro 82.

Quadro 82. Equivalência do uso e ocupação do solo na UGRHI-17 entre 2007 e 2010.
Classe uso do solo 2010 Classes uso do solo 2007
Cobertura Herbácea Arbustiva Áreas de culturas perenes, culturas semi-
perenes, culturas temporárias, pastagens e solo
exposto
Cobertura Arbórea Áreas de reflorestamento e cobertura vegetal
natural
Área construída Áreas urbanas
Área úmida, corpo d’água, Outros usos

Desta forma, foi possível avaliar a evolução das classes de uso do solo na UGRHI
17. O Quadro 83 apresenta a evolução na porcentagem de cada uma das classes de uso do
solo.
Quadro 83. Evolução do uso do solo na UGRHI 17
Classe de uso do solo 2007 2010
Cobertura Herbácea Arbustiva 85,5 81

Cobertura Arbórea 11 17

Área construída 1,0 1,0

Área úmida, corpo d’água, solo exposto. 2,5 1,00

É possível observar a partir da comparação dos dois trabalhos a evolução temporal


do uso e ocupação do solo na UGRHI-17. A classe de cobertura herbácea arbustiva teve um
decréscimo, passando de 85,5 para 81%. A cobertura arbórea passou de 11 para 17%, a
área construída foi mantida.

Em todas as UPHs o uso predominante é a cobertura herbácea arbustiva, que


representa mais de 50% da área em todas elas. Em relação aos corpos d’água a UPH
Capivara se destaca com o maior percentual (2,75) e a UPH Turvo com apenas 0,13%. No
uso cobertura arbórea o maior percentual encontra-se na UPH Pardo (24,61%) e o menor na
UPH Pari/Novo (9,33). Solo exposto tem seu maior percentual na UPH Pari/Novo (37,9%) e
menor na UPH Turvo. A área construída tem maior representatividade na UPH Pardo
(2,01%) e menor na UPH Turvo (0,61%).

182
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Quadro 84. Quantificação do uso e ocupação do solo por UPH.


UPH Capivara UPH Turvo UPH Pari/Novo UPH Pardo Total
Classe de uso e
ocupação do Área Área Área Área Área
solo % % % % %
(Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)

Corpo d'água 131,89 2,75 5,55 0,13 28,45 1,06 28,84 0,57 194,74 1,16

Cobertura
469,04 9,77 879,66 20,87 250,54 9,33 1.242,95 24,61 2.842,20 16,97
Arbórea
Cobertura
Herbácea 3.022,36 62,98 2.830,56 67,16 1.352,92 50,36 2.938,25 58,18 10.144,09 60,56
Arbustiva
Solo Exposto 1.112,91 23,19 473,58 11,24 1.018,12 37,90 739,11 14,63 3.343,72 19,96
Área Úmida 1,31 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,31 0,01
Área Construída 61,06 1,27 25,60 0,61 36,20 1,35 101,51 2,01 224,38 1,34
Total 4.798,57 100,00 4.214,96 100,00 2.686,24 100,00 5.050,66 100,00 16.750,43 100,00

A quantificação do uso e ocupação do solo de 2010 também foi feita separadamente


para cada UPH presente na área da UGRHI-17. O Quadro 84 representa esta quantificação,
assim como a Figura 113 representa sua distribuição.

Figura 113. Distribuição do uso e ocupação do solo por UPH.

183
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4.8.1.1 Área de Cana

A partir de dados do Canasat (INPE, 2016) foi possível quantificar e espacializar a


área de cana presente na UGRHI 17. Esta quantificação é de extrema importância uma vez
que detalha o uso do solo da área e é possível estimar diversos fatores da UGRHI como
irrigação e possíveis contaminações. A Figura 114 apresenta o mapa de área de cana da
UGRHI no ano de 2013 e o Quadro 85 apresenta sua quantificação. No Desenho 12.922/16
a área pode ser observada em escala adequada.

Figura ilustrativa

Figura 114. Área de cana da UGRHI 17 no ano de 2013

Quadro 85. Quantificação da área de cana 2013


UPH Capivara UPH Turvo UPH Pari/Novo UPH Pardo Total
Áreas de
Cana 2013 Área Área Área Área Área
% % % % %
(Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)
Total 1.971 100 522 100 636 100 1.156 100 4.285 100

A área total de cana na UGRHI 17 é de 4.285 km². A UPH Capivara se destaca com
a maior porcentagem de cana, com aproximadamente 46% do total de cana da região, o que
representa 41% da área total desta UPRH.

Com os dados históricos do Canasat foi possível também acompanhar a evolução da


expansão da área de cana na Bacia do Médio Paranapanema, como pode ser observado no
Quadro 86.

184
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Quadro 86. Evolução da área de cana na UGRHI 17


Área de Cana Área (km²)
2003 2.451,93
2006 2.796,72
2009 4.104,03
2013 4.285,29

Conforme pode ser observado houve um crescimento significativo da área de cana.


Em 10 anos (2003 – 2013) a área de cana cresceu aproximadamente 75%, passando de
2.451 km² para 4.285 km². A Figura 115 ilustra a espacialização do crescimento da área de
cana.

185
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Figuras ilustrativas

,
Figura 115. Espacialização da evolução da área de cana na UGRHI 17 Fonte: Canasat (INPE, 2016)

186
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4.8.1.2 Pivôs Centrais

Um dado importante para o dimensionamento real da UGRHI 17 é a área de pivôs


centrais. Com este dado é possível estimar, principalmente, dados de uso de água para
irrigação. De acordo com os dados disponibilizados pela ANA há um total de 60,28 km² de
pivôs centrais distribuídos na UGRHI 17, conforme pode ser observado na Figura 116 e no
Quadro 87.

Quadro 87. Quantificação da área de pivôs centrais por município


% em relação à área
% em relação à área
Município Área (km²) dos municípios
dos pivôs na bacia
dentro da UGRHI 17
Águas de Santa Bárbara 4,41 7,32 1,08
Agudos 2,41 4,00 0,39
Avaré 10,10 16,75 1,39
Cândido Mota 1,19 1,97 0,20
Cabrália Paulista 0,21 0,35 0,09
Cerqueira César 6,29 10,43 2,56
Cruzália 1,55 2,57 1,03
Florínea 2,51 4,16 1,16
Iaras 2,93 4,86 0,73
Ibirarema 0,51 0,84 0,22
Itatinga 4,81 7,99 1,30
Manduri 0,49 0,81 0,98
Maracaí 7,93 13,16 1,51
Palmital 3,82 6,34 0,70
Paraguaçu Paulista 0,31 0,51 0,03
Pedrinhas Paulista 0,94 1,57 0,63
Platina 1,92 3,19 0,59
Ribeirão do Sul 4,50 7,46 2,24
Salto Grande 1,61 2,68 0,85
Santa Cruz do Rio Pardo 0,79 1,32 0,07
Tarumã 1,05 1,74 0,35
Total 60,28 100,00 0,70

Conforme observado no Quadro 87 o município com maior porcentagem do total da


área de pivôs é Avaré, que engloba 16,75% do total de pivôs centrais. Entretanto, Cerqueira
César se destaca como o município com maior porcentagem de sua área, dentro da UGRHI
17, com pivôs centrais, representando 2,56%. Com relação às UPHs, a UPH Pardo é
destacada como a com maior porcentagem de pivôs centrais e com maior porcentagem do
total de sua área com pivôs, conforme elencado no Quadro 88.

187
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Figura ilustrativa

Figura 116. Espacialização dos pivôs centrais na UGRHI 17.


Fonte: Embrapa, ANA (2014)

188
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Quadro 88. Quantificação dos pivôs centrais por UPH


Área % em relação à área de
UPH % em relação à área da UPH
(km²) pivôs
Capivara 14,97 24,83 0,31
Turvo 6,89 11,43 0,16
Pari/Novo 8,15 13,52 0,30
Pardo 30,28 50,22 0,60
Total 60,28 100,00 0,36
Fonte: Embrapa, ANA (2014)

4.8.2 Remanescentes de vegetação e áreas protegidas por Lei

Este item caracteriza as áreas protegidas, especificando unidades de conservação


(conforme a Lei Federal n.º 9.985/2000, seus regulamentos e/ou alterações), assim como
outras áreas sob regime especial de administração, em função de dispositivos legais
federais, estaduais ou municipais.

O conceito de área protegida ou Unidade de Conservação (UC) surgiu em 1872, nos


Estados Unidos, com a criação do Parque Nacional de Yellowstone (primeiro parque
nacional), num contexto de valorização da manutenção de áreas naturais. (SMA, 1998).

A Lei n.º6.884, de 29 de junho de 1962, deliberada pelo Governo do Estado de São


Paulo, trata-se de um instrumento legal de âmbito estadual que dispõe sobre os parques e
florestas estaduais, monumentos naturais, além de outros regulamentos.

Estabelece conforme o Artigo 1.º, que os “parques estaduais são áreas de domínio
público, destinadas à conservação e proteção de paisagens e grutas da flora e da fauna.”
Esta lei foi elaborada antes do Código Florestal de 1965, e já abordava a importância de
elaboração de zoneamento, observando nos artigos 2.º a 6.º, que atividades podem ser
realizadas em áreas definidas através desta lei:

“...serão mantidas zonas em estado primitivo, nas quais ficam proibidas todas as
atividades que importem em qualquer modificação do aspecto primitivo da região, exceto
abertura e manutenção de caminhos para acesso de pedestres.”

Os parques estaduais constituem unidades de conservação, terrestres e/ou


aquáticas, normalmente extensas, destinadas à proteção de áreas representativas de
ecossistemas, podendo também ser áreas dotadas de atributos naturais ou paisagísticos
notáveis, sítios geológicos de grande interesse científico, educacional, recreativo ou
turístico. Assim, os parques são áreas destinadas para fins de conservação, pesquisa e
turismo. Podem ser criados no âmbito nacional, estadual ou municipal, em terras de seu
domínio, ou que devem ser desapropriadas para esse fim (Fundação Florestal, 2010). O
Quadro 89 apresenta o indicador de áreas protegidas e UC na UGRHI-17. O mapa com a

189
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Plano de Bacia

delimitação das áreas protegidas pode ser observada em escala adequada no Desenho
13.1036/17.

Quadro 89. Indicadores de áreas protegidas e UC da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro

R.09-A: Unidades de conservação (UC): n.º


Conservação e R.09 Áreas protegidas e
Estação Ecológica de Avaré
recuperação do Unidades de
APA Corumbataí Botucatu Tejupa, perímetro Botucatu
meio ambiente Conservação
Estação Ecológica de Santa Bárbara
Estação Ecológica dos Caetetus
Estação Ecológica de Assis
Fonte: adaptado de CRHi (2016)

O Quadro 90 apresenta os instrumentos legais que estabeleceram tais unidades de


conservação.

Quadro 90. Indicadores de áreas protegidas e UC da UGRHI-17.


Documento
Data Denominação Município Área (ha)
(diploma legal)
Estação Ecológica – Administração Instituto Florestal
Dec. 56.616 28/10/2010 Estação Ecológica de Avaré Avaré 709,02
21/09/1992
Dec. 35.697 e Dec.
e Estação Ecológica de Assis Assis 1.760,64
47.097
18/09/2002
Estação Ecológica de Santa Águas de Santa
Dec. 22.337 07/06/1984 2.712,00
Bárbara Bárbara
Floresta Estadual – Administração Instituto Floresta
13/05/1986
Dec. 25.178 e
e Floresta Estadual de Assis Assis 2.816,42
Dec.47.098
18/09/2002
Dec. 14.908 01/08/1945 Floresta Estadual de Avaré Avaré 95,30
Estação Ecológica – Administração Fundação Florestal
Estação Ecológica dos Gália e
Dec. Est. 26.718 1987 2.178,84
Caetetus Alvinlândia
Área de Proteção Ambiental – Fundação Florestal
APA Corumbataí, Botucatu e
Dec. Est. 20.960 08/06/1983 Botucatu 251.615,12
Tejupá
Fonte: adaptado de CRHi (2016)

• Estação Ecológica de Avaré

Trata-se de Unidade de Conservação localizada no município paulista de Avaré, com


área de 709,02 hectares, cujo objetivo é “a preservação dos ecossistemas e processos
ecológicos em zona de contato entre o Cerrado e a Mata Atlântica (Floresta Estacional
Semidecidual), de grande relevância ambiental, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental em
contato com a natureza”. (art. 2º, Dec. 56.616/2010).

190
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Segundo a FAPESP, “Hoje, o bioma detém apenas 0,83% de sua vegetação original,
o que evidencia a importância da preservação. Foram encontradas 113 espécies de aves,
sendo três ameaçadas de extinção, e dez mamíferos, dois em risco.”

A ESEC Avaré é resultado da transformação de uma unidade de uso múltiplo


sustentável (Floresta Estadual Andrade Silva, localmente conhecida como Horto Florestal)
em uma unidade de proteção integral, o que, inquestionavelmente, representou um grande
ganho sócio-ambiental.

• Estação Ecológica de Assis

Trata-se de unidade de conservação de proteção integral situada no município de


Assis, Estado de São Paulo, que possui área de 1.760,64 hectares e foi criada “com a
finalidade de proteção ao ambiente natural, realização de pesquisas básicas e aplicadas e
desenvolvimento de programa de educação conservacionista”.

A Estação Ecológica situa-se nas terras mais altas de Assis (entre 500 e 588m) e é
onde estão localizadas as cabeceiras dos córregos Pirapitinga, Campestre e Palmitalzinho,
corpos d’água da maior relevância para o abastecimento do município.

• Floresta Estadual de Avaré

A Floresta Estadual Avaré, também conhecida como Horto Florestal, é uma das 13
florestas estaduais do Estado de São Paulo. Com área de 95,3 hectares, localiza-se no
perímetro urbano de Avaré.

O Horto Florestal é um verdadeiro recanto da natureza, com árvores raríssimas e


vasto gramado às margens de uma pequena represa. Antes mesmo de o estado apropriar-
se das terras, a população já utilizava a represa lá existente, o que demonstra a importância
dessa área como opção de lazer para a comunidade local.

• Floresta Estadual de Assis

A Floresta Estadual de Assis conta com cerca de 1.600 ha de vegetação natural,


preservando uma das últimas amostras representativas do ecossistema original da região.
Esta vegetação natural compreende os tipos cerrado e cerradão, que se diferenciam apenas
pela densidade e porte da vegetação, sendo este último mais denso, semelhante a uma
mata seca. O cerrado de Assis é muito rico e diversificado, apresentando cerca de 200
espécies de árvores e multas outras espécies de arbustos e ervas.

191
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Plano de Bacia

Nela são realizadas pesquisas científicas, projetos de recuperação de matas ciliares,


atividades em educação ambiental com grupos agendados, produção de mudas e coleta de
sementes de espécies nativas do cerrado/cerradão.

• Estação Ecológica dos Caetetus

A Estação Ecológica Caetetus é uma unidade de conservação de proteção integral


localizada nos municípios de Gália e Alvinlândia , Estado de São Paulo, com área de
2.178,84 hectares, que foi criada com a finalidade de perpetuar, preservar e tornar possível
estudos e pesquisas básicas em remanescentes de vegetação natural, pois “referida área,
do domínio do Estado, conta com espécie da flora e da fauna características, algumas em
processo de extinção e parcialmente protegidas, para trabalhos de ecologia e educação
ambiental ou conservacionismo”.

Caetetus possui um dos últimos remanescentes de mata atlântica do interior e é uma


das maiores áreas contínuas desse tipo de floresta (Floresta Estacional Semidecidual) em
terras paulistas. Essa era a vegetação que revestia a maior parte do Planalto Ocidental
Paulista e que hoje está restrita a menos de 6% da cobertura original.

• APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá

A APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá visa a proteção das Cuestas Basálticas,


Morros Testemunhos das formações geomorfológicas locais, Aquífero Guarani e o
patrimônio arqueológico, além da vegetação natural e sua fauna associada.

No perímetro da APA de Botucatu, o Aquífero Guarani se estende por


aproximadamente 70 % (setenta por cento) do total da área, ressaltando-se a presença de
regiões onde o manancial de água doce é aflorante. Em virtude desse afloramento, a área
da APA é uma das zonas de recarga desse importante e estratégico manancial subterrâneo
e, em razão disso, o coloca em situação de grande vulnerabilidade.

Apesar da grande abrangência territorial da APA, atualmente está disponível apenas


o Plano de Manejo referente ao perímetro de Botucatu. Na UGRHI-17, esse perímetro
envolve os municípios de Avaré, Itatinga e Pardinho, além de Botucatu, que tem parte do
município na UGRHI-17 (Figura 117).

192
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Plano de Bacia

Figura 117. Zoneamento ecológico econômica da APA Corumbataí, Botucatu e Tejupá –


Perímetro Botucatu.
Fonte: adaptado de Fundação Florestal (2014)

Assim, na UGRHI-17 constam as áreas chamadas de Zona Agrossilvopastoril (ZA),


Zona de Conservação do Patrimônio Natural (ZCPN), Zona de Conservação de Mananciais
(ZCM), Zona de Conservação Hídrica 1 (ZCH1), Área de Potencial Interesse Turístico (APIT)
e Área de Recuperação (AR). Essas regiões são definidas, segundo a Fundação Florestal
(2014), para atuarem da seguinte maneira:

Zona Agrossilvopastoril (ZA) – incentivar introdução e desenvolvimento de práticas,


técnicas e atividades econômicas menos impactantes sobre os recursos naturais, com
especial atenção aos recursos hídricos superficiais;

Zona de Conservação do Patrimônio Natural (ZCPN) – conservar as áreas mais


íntegras e proteger as áreas mais frágeis, restringindo a ocupação e a utilização dos
recursos naturais, de forma a garantir a proteção e a conservação do patrimônio natural,
representado pelos atributos geomorfológicos que formam paisagens;

Zona de Conservação de Mananciais (ZCM) – conservar e garantir a qualidade e


quantidade das águas dos mananciais de abastecimento público e restringir as atividades ou
obras que potencializem o risco de erosão do solo e a contaminação dos recursos hídricos;

193
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Plano de Bacia

Zona de Conservação Hídrica 1 (ZCH1) – adequar as atividades potencialmente


degradadoras que ofereçam riscos de contaminação das águas subterrâneas (Aquífero
Guarani) e limitar a expansão urbana protegendo os recursos hídricos superficiais e
subterrâneos e evitar os processos erosivos;

Área de Potencial Interesse Turístico (APIT) - Planejar e ordenar as atividades e


ocupações voltadas ao turismo, como loteamento para segunda residência, estruturas para
hospedagem, alimentação e comércio localizadas às margens da represa de Jurumirim;

Área de Recuperação (AR) - delimitar os locais onde existe concentração


significativa de processos erosivos (ravinas e voçorocas) presentes em determinadas áreas
e que necessitam de medidas intensivas e prioritárias de recuperação do meio abiótico e
biótico visando minimizar ou estancar a degradação e promover a adequação ambiental da
área.

No território da APA Botucatu ocorrem os biomas da Mata Atlântica e Cerrado, com


as fitofisionomias Floresta Estacional Semidecidual, Savana Arborizada (cerrado “stricto
sensu”), Savana Florestada (cerradão), Campos Úmidos e áreas de várzeas.

A Bacia do Médio Paranapanema possui um total de 1.336,35 km² de remanescente


de vegetação natural, representando aproximadamente 8% da área total da UGRHI. São
encontradas seis principais tipos de vegetação remanescente, são eles: Florestas
Estacionais Semidecidual, Formação Arbórea/Arbustiva em Região de Várzea, Vegetação
Secundária da Floresta Ombrófila Mista, Savana, Savana Florestada e Vegetação
Secundária da Floresta Estacional Semidecidual. A Figura 118 representa a distribuição
espacial da vegetação na área, no Quadro 91 as áreas de cada tipo de vegetação estão
quantificadas.

O Desenho 14.1036/17 em anexo apresenta a delimitação dos remanescentes de


vegetação natural da UGRHI-17 em escala adequada.

194
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 118. Distribuição dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17.


Fonte: Inventário Florestal (2010)

Quadro 91. Quantificação dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17.


Total
Tipologia de Florestas Área
%
(Km²)
Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Mista 0,40 0,03
Floresta Estacional Semidecidual 216,96 16,24
Formação Arbórea / Arbustiva em Região de Várzea 244,15 18,27
Savana 198,95 14,89
Savana Florestada 297,21 22,24
Vegetação Secundária da Floresta Estacional Semidecidual 378,68 28,34
Total 1.336,35 100,00
Fonte: Inventário Florestal (2010)

Na área da UGRHI-17 a vegetação do tipo Floresta Estacional Semidecidual


representa 16,24% do total de vegetação remanescente, trata-se de uma formação de
ambientes menos úmidos, em geral ocupam ambientes entre uma zona úmida e um
ambiente semiárido. Tem como característica formações arbóreas de aproximadamente 20
metros e um atributo marcante que uma razoável perda de folhas durante períodos de
estiagem. Ligada a ela está a vegetação secundária da Floresta Semidecidual que se
caracteriza por ser a “capoeira” e se destaca por representar o maior percentual da UGRHI
17 com 28,34%.

A Formação Savana Florestada ou cerradão é formada por com árvores de até 12


metros de altura, mais fechada e densa que a savana típica. Esta formação tem a segunda
maior extensão na UGRHI, representando 22,24% do total de remanescente florestal.

195
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Plano de Bacia

A Formação Arbórea/Arbustiva em Região de Várzea abrange áreas de planícies


aluviais presentes na época de cheia dos rios. Essa formação vegetal agrupa composição
florística diversificada, variando de espécies de porte arbóreo e arbustivas. Esta formação
representa 18,27% do total do remanescente florestal presenta na UGRHI.

A savana engloba as áreas de cerrado em suas diferentes formações, sua vegetação


tem como característica árvores com troncos retorcidos e cascas grossas para absorver e
armazenar água nos períodos secos e representa 14,89% da UGRHI.

Por fim, a Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Mista representa apenas


0,03% da UGRHI e se caracteriza por apresentar áreas relativamente altas, entre 1.200 a
2.000m.

Figura 119. Distribuição dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17


Fonte: Inventário Florestal (2010)

A UPH Pardo se destaca com o maior índice de vegetação natural da UGRHI,


apresentando 34,91% de todo o remanescente florestal presenta na área, especialmente a
Vegetação Secundária Floresta Estacional Semidecidual que ocupa 31,30% deste
percentual.

Entretanto, a UPH Turvo é o maior destaque, uma vez que 10,01% do total de sua
área é ocupado por remanescentes florestais, principalmente Savana Florestada com
25,42% deste total.

A UPH Pari/Novo apresenta o menor índice de remanescente florestal no total de sua


área, com apenas 6,97% recoberto por vegetação. No Quadro 97 é possível comparar os
valores de cada tipo de remanescente de vegetação em cada UPH.

196
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Plano de Bacia

Quadro 92. Quantificação dos remanescentes de vegetação na UGRHI-17 por UPH.


UPH Capivara UPH Turvo UPH Pari/Novo UPH Pardo Total
Tipologia de
Florestas Área Área Área Área Área
% % % % %
(Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)
Vegetação Secundária
da Floresta Ombrófila 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,4 0,09 0,40 0,03
Mista
Floresta Estacional
0,00 0,00 79,74 18,90 13,48 7,20 123,74 26,52 216,96 16,24
Semidecidual
Formação Arbórea /
Arbustiva em Região 64,26 24,65 86,73 20,56 38,07 20,35 55,09 11,81 244,15 18,27
de Várzea
Savana 72,07 27,65 22,12 5,24 49,27 26,33 55,49 11,89 198,95 14,89
Savana Florestada 62,81 24,10 107,24 25,42 41,28 22,06 85,88 18,40 297,21 22,24
Vegetação Secundária
da Floresta Estacional 61,53 23,60 126,11 29,89 45 24,05 146,04 31,30 378,68 28,34
Semidecidual
Total 260,67 100,00 421,94 100,00 187,10 100,00 466,64 100,00 1.336,35 100,00
Fonte: Adaptado de Inventário Florestal (2010)

Figura 120. Distribuição dos remanescentes de vegetação por UPH.


Fonte: Adaptado de Inventário Florestal (2010)

4.8.3 Áreas suscetíveis à erosão, escorregamento e/ou assoreamento

A bacia hidrográfica é uma unidade ecossistêmica e morfológica que integra os


impactos das interferências antrópicas sobre os recursos hídricos (Jenkins et al., 1994).
Constitui um sistema aberto que recebe energia e materiais solúveis. Em função das
mudanças de entrada e saída de energia, ocorrem ajustes internos nos elementos das
formas e nos processos associados.

197
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

O principal impacto dos processos do meio físico nos recursos hídricos da UGRHI-17
está associado à dinâmica superficial (processos de erosão e assoreamento),
comprometendo-os quali-quantitativamente.

Mudanças significativas no comportamento das condições naturais de uma bacia,


causadas por processos naturais ou atividades antrópicas, podem gerar alterações, efeitos e
/ou impactos nos seus fluxos energéticos, desencadeando desequilíbrios ambientais e,
portanto, a degradação da paisagem. Dentre os processos causadores dessa degradação,
destaca-se a erosão dos solos. A erosão é um processo geológico exógeno e contínuo
responsável pela remoção e pelo transporte de partículas do solo, principalmente pela ação
da água das chuvas. É um importante agente na modelagem da paisagem terrestre e na
redistribuição de energia no interior da bacia hidrográfica; podendo ocorrer naturalmente, ou
desencadeado por fatores associados a ações das mudanças causadas pelo homem.

O reconhecimento da organização, caracterização e evolução das formas do relevo


possibilitam resgatar a manifestação dos processos erosivos através da dinâmica superficial
da paisagem e ainda expandir a tendência de incidência dos processos através de
suscetibilidades, diferenciadas em setores de relevo.

O processo de erosão, no que tange ao meio físico tem grande ligação com a
erosividade da chuva. Quanto mais intensa for a chuva, maior será a sua erodibilidade, isto
é, chuvas intensas tem grande potencial para causar erosões, principalmente em solos
desprovidos de vegetação.

O planejamento do uso e ocupação da terra deve observar a combinação entre tipo


de solo e topografia, evitando que as áreas com maior suscetibilidade à erosão sejam
ocupadas por atividades incompatíveis, desencadeando processos erosivos, como
ravinamento e voçorocas.

Em trabalho recente, realizado pelo IPT (2008) observa-se que as três classes se
distribuem de forma quase igualitária em toda a UGRHI 17, conforme pode ser observado
na Figura 121 e o Quadro 93 apresenta as áreas encontradas para cada classe de erosão.

198
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 121. Mapa de suscetibilidade a erosão da UGRHI-17.


Fonte: SMA/CPLA/IPT, 2008.

Quadro 93. Áreas encontradas para cada classe de suscetibilidade a erosão.


Suscetibilidade a erosão Área (Km²) %
Muito alta suscetibilidade a erosão por sulcos, ravinas e
5.678,86 33,90
boçorocas (rochas sedimentares/básicas).
Alta suscetibilidade a erosão por sulcos, ravinas e boçorocas de
5.397,93 32,23
grande porte.
Baixa suscetibilidade a erosão. 5.673,63 33,87
Total 16.750,43 100,00
Fonte: SMA/CPLA/IPT, 2008.

Descrição das classes de suscetibilidade à erosão:

 A classe muito alta suscetibilidade a erosão por sulcos, ravinas e boçorocas (rochas
sedimentares/básicas) são áreas de grande fragilidade em face dos processos
erosivos lineares e ocorrem onde há o afloramento de arenitos das Formações
Bauru, Pirambóia e Botucatu, com relevo ondulado (colinas médias) à forte ondulado
(morrotes e morros) e predomínio de argissolos de textura arenosa. Os processos
erosivos afetam áreas rurais e urbanas

199
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 A classe de Alta Suscetibilidade a Erosão nos solos Subsuperficiais (rochas


cristalinas) induzidos por movimentos de terra, passível de ocorrer nos morros e
colinas;

 As Baixas Suscetibilidades à erosão ocorrem em terrenos sustentados por rochas


cristalinas, rochas básicas (Formação Serra Geral) e rochas sedimentares finas
(Sub-Grupo Itararé e Formações Corumbataí, Irati e Tatui) com relevo ondulado a
suave ondulado e solos argilosos espessos presentes principalmente na Depressão
Periférica.

É importante salientar que essas classes de suscetibilidade à erosão indicam uma


condição potencial, determinada por alguns fatores predisponentes destes processos, como
a litologia, os tipos de solos, o relevo, a cobertura vegetal, etc. A ocorrência de erosões se
dá principalmente pelas interferências antrópicas através das diferentes formas de uso e
ocupação das terras. Desta forma, mesmo terrenos de média suscetibilidade podem
apresentar grande incidência de processos erosivos, em função da maneira como são
ocupados.

Em relação às áreas de suscetibilidade por UPH, nota-se que a UPH Turvo se


destaca uma vez que possui praticamente todo seu território inserido em área de muito alta
suscetibilidade à erosão (88,96%). No Quadro 94 é possível observar a quantificação das
classes de suscetibilidade a erosão para cada UPH.

Quadro 94. Classe de suscetibilidade a erosão nas UPH (%).


UPH Capivara UPH Turvo UPH Pari/Novo UPH Pardo Total
Suscetibilidade a
Erosão Área Área Área Área Área
% % % % %
(Km²) (Km²) (Km²) (Km²) (Km²)
Muito alta
suscetibilidade a
690,67 14,39 3.749,83 88,96 628,09 23,38 603,75 11,95 5.672,34 33,86
erosão por sulcos,
ravinas e boçorocas
Alta suscetibilidade a
erosão por sulcos,
1.980,41 41,27 20,65 0,49 641,25 23,87 2.749,43 54,44 5.391,74 32,19
ravinas e boçorocas
de grande porte.
Baixa suscetibilidade a
2.127,49 44,34 444,48 10,55 1.416,90 52,75 1.697,48 33,61 5.686,35 33,95
erosão
Total 4.798,57 100 4.214,96 100 2.686,24 100 5.050,66 100 16.750,43 100
Fonte: Adaptado de SMA/CPLA/IPT, 2008.

De acordo com IPT (2012) foram cadastradas na UGRHI um total de 57 erosões


urbanas, sendo 44 boçorocas e 13 ravinas, e 1.308 erosões rurais, 26 ravinas e 1.288
boçorocas, lembrando que estes tipos de processos ocorrem principalmente em áreas de
muito alta suscetibilidade à erosão. No Quadro 95 as erosões são quantificadas por

200
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

município. O detalhamento da localização das erosões listadas por municípios é


apresentado no Anexo 15 e Anexo 16 deste relatório.
Quadro 95. Erosões por município da URGHI-17
Município Erosão urbana Erosão rural Total
Águas de Santa Bárbara 0 20 20
Agudos 0 110 110
Alvinlândia 2 40 42
Assis 6 8 14
Avaré 9 25 34
Bernardino de Campos 1 10 11
Borebi 0 4 4
Botucatu 5 25 30
Cabrália Paulista 5 30 35
Campos Novos Paulista 0 11 11
Cândido Mota 0 6 6
Cerqueira César 5 12 17
Chavantes 0 2 2
Cruzália 0 1 1
Duartina 4 210 214
Echaporã 0 73 73
Espírito Santo do Turvo 0 45 45
Fernão 2 32 34
Gália 1 62 63
Iáras 0 20 20
Iepê 0 8 8
Itatinga 0 6 6
João Ramalho 0 17 17
Lençóis Paulista 0 4 4
Lucianópolis 0 27 27
Lupércio 0 31 31
Lutécia 0 22 22
Manduri 0 2 2
Maracaí 0 4 4
Marília 0 51 51
Ocauçu 2 34 36
Óleo 0 29 29
Ourinhos 4 2 6
Paraguaçu Paulista 5 26 31
Pardinho 0 1 1
Paulistânia 0 17 17
Piratininga 0 32 32
Platina 0 5 5
Quatá 2 23 25
Rancharia 2 51 53
Ribeirão Sul 1 3 4
Santa Cruz do Rio Pardo 1 58 59
São Manuel 0 12 12
São Pedro do Turvo 0 33 33
Ubirajara 0 64 64
Total 57 1308 1365
Fonte: DAEE/IPT (2012)

201
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A maior parte das erosões registradas na bacia é rural, entretanto o município de


Avaré registrou 9 erosões urbanas, número bastante acima dos outros municípios. Porém o
município com a situação mais grave é Duartina com 215 erosões registradas entre urbana
e rural. A Figura 122 apresenta os pontos de erosão registrados no trabalho realizado pelo
IPT e DAEE (2012), o mapa pode ser observado em escala adequada em anexo no
Desenho 15.1036/17, em anexo.

Figura ilustrativa

Figura 122. Mapa de processos erosivos do Estado de São Paulo – UGRHI – 17 (Médio
Paranapanema)
Fonte: DAEE/IPT (2012)

A partir da análise da criticidade de cada erosão o IPT (2012) classificou cada


município em 4 classes de criticidade, conforme apresenta o Quadro 96 .

Quadro 96. Classes de criticidade à erosão dos municípios


Classe de Criticidade
Muito Alta
Alta
Média
Baixa

202
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Plano de Bacia

Desta forma, os municípios da bacia foram classificados quanto a sua criticidade


como apresenta a Figura 123, o mapa com a divisão dos municípios classificados, assim
como no Quadro 97.

Figura ilustrativa

Figura 123. Classes de criticidade dos municípios em relação aos registros de erosões.
Fonte: IPT/DAEE, 2012

Quadro 97. Classes de criticidade dos municípios.


Município Grau de criticidade
Oscar Bressane Garça
Lutécia Duartina
Muito alta
Alvinlândia Marília
Echaporã Fernão
Ocauçu Cabrália Paulista
Lupércio Paulistânia
São Pedro do Turvo Espírito Santo do Turvo
Alta
Gália Piratininga
Ubirajara Agudos
Lucianópolis
Rancharia São Miguel
João Ramalho Itatinga
Quatá Óleo Média
Ribeirão do Sul Pratânia
Santa Cruz do Rio Pardo Botucatu

203
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Município Grau de criticidade


Iepê Pardinho
Paraguaçu Paulista
Macaracaí Platina
Assis Campos Novos Paulista
Cruzália Ibirarema
Pedrinhas Paulista Salto Grande
Tarumã Ourinhos
Baixa
Florínea Canitar
Cândido Mota Chavantes
Palmital Ipaussu
Cerqueira César Bernardino de Campos
Avaré Manduri
Borebi Águas de Santa Bárbara
Lençóis Paulista Iaras

I. Desastres naturais

Durante os anos de 2000 a 2011 diversas ocorrências de desastres naturais foram


registradas na UGRHI–17. Esses desastres estão relacionados a eventos de
escorregamentos, inundações, tempestades, raios, erosão e subsidência do solo. Foram
registrados um total de 34 acidentes e 1.679 pessoas foram afetadas. No Quadro 98 é
possível observar esta distribuição durante os anos. Grande parte destes desastres foram
registrados durante os meses de verão (dezembro a março), consequência da maior
quantidade de precipitação neste período.

Quadro 98. Distribuição dos acidentes e consequências relacionados a desastres naturais na


UGRHI-17, no período de 2000 a 2011.
UGRH-17 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total
Total de Acidentes 0 2 1 7 2 4 7 3 1 4 1 1 34
Óbitos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pessoas Afetadas 0 0 66 0 0 631 68 652 20 90 72 80 1.679
Fonte: Brollo et al. 2011 e 2012, apud Tominaga et. al, 2012.

4.8.4 Áreas de mineração

As operações necessárias para o desenvolvimento da atividade de mineração


(instalação, funcionamento e desativação), tende a provocar alterações no meio físico, que
podem configurar impactos ambientais negativos, influenciando diretamente na qualidade e
quantidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos O Quadro 99 e a mostra as
áreas e fases da mineração na UGRHI-17, de acordo com dados do Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM).

204
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Plano de Bacia

Quadro 99. Áreas de mineração na UGRHI-17.


ÁREA DE MINERAÇÃO
FASE km² (%)
Autorização de pesquisa 81,24 15,34
Concessão de lavra 40,85 7,71
Disponibilidade 39,74 7,51
Licenciamento 178,10 33,63
Registro de extração 0,31 0,06
Requerimento de lavra 53,70 10,14
Requerimento de licenciamento 63,72 12,03
Requerimento de pesquisa 16,07 3,04
Requerimento de registro de extração 55,80 10,54
Total 529,54 100,00
Fonte: DNPM, 2016.

Os principais minérios de extração na área da UGRHI 17 são água mineral, água


potável de mesa, areia, argila, argila para cerâmica vermelha, argila refratária, argilito,
basalto, basalto para brita, carvão mineral, cascalho, minério de manganês, minério de
titânio, saibro e turfa.

Dentre as principais alterações ambientais causadas pela mineração, destacam-se:


supressão de áreas de vegetação, reconfiguração de superfícies topográficas, impacto
visual, aceleração e processos erosivos, indução de escorregamentos, modificação dos
cursos d’água, aumento da turbidez e quantidade de sólidos em suspensão em corpos
d’água receptores, assoreamento de curso d’água, interceptação do lençol freático com
rebaixamento ou elevação do nível de base local, mudanças na dinâmica de movimentação
das águas subterrâneas, inundações a jusante, aumento de ruídos, aumento na emissão de
gases e partículas em suspensão no ar, lançamento de fragmentos rochosos a distancia,
entre outros.

Como consequências destas alterações, observam-se vários problemas, alguns até


com situações de risco:

 Problemas geotécnicos: erosão e assoreamento na produção de areia em morros e


morrotes, erosão na produção de areia em colinas e assoreamento e inundação na
produção de areia e argila em planícies aluvionares. Maior erodibilidade por águas
pluviais em solos de alteração de rochas cristalinas, que, quando minerados, podem
propiciar riscos de assoreamento e consequentes inundações;
 Danos às fundações de habitações, edificações industriais e comerciais diversas,
linhas de transmissão, ruas, estradas e outros usos próximos às minerações;

205
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Plano de Bacia

 Insalubridade e riscos decorrentes do lançamento de resíduos em lagos abandonados


e acidentes de quedas ou afogamento;
 Aumento da vulnerabilidade dos aquíferos subterrâneos com prejuízo à captação em
poços e cacimbas nas proximidades;
 Perda da qualidade das águas situadas a jusante e utilizadas como mananciais para
abastecimento público;

 Perda da qualidade do ar;


 Vítimas ou danos decorrentes do ultralançamento de fragmentos rochosos;
 Incômodo às pessoas e danos às habitações e outras edificações causadas pela
propagação de vibrações do solo e pela sobrepressão atmosférica.

4.8.5 Áreas suscetíveis à enchente, inundação e/ou alagamento

Enchente é uma situação natural de transbordamento de água do leito natural,


provocada pelo aumento do escoamento superficial, invadindo áreas de várzea ou do leito
do rio onde há presença humana na forma de moradias.

Inundação é o acumulo de água resultante do escoamento superficial da chuva que


não foi suficientemente absorvida pelo solo. Resulta de chuvas intensas em áreas total ou
parcialmente impermeabilizadas ou falhas na rede de drenagem urbana, causando
transbordamentos.

Nas áreas urbanas, as inundações são percebíveis com maior intensidade devido à
ocupação das várzeas dos rios, à ausência de galerias pluviais, à redução da infiltração de
água nos solos provocada pelas grandes áreas impermeabilizadas que promovem o
aumento do escoamento superficial e, consequentemente, à quantidade de água pluvial que
chega às calhas dos rios.

De acordo com a Defesa Civil, as águas acumuladas no leito das ruas e nos
perímetros urbanos, por fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de
drenagem deficientes são denominadas alagamentos. Nos alagamentos, o extravasamento
das águas depende muito mais de uma drenagem deficiente, que dificulta a vazão das
águas acumuladas, do que das precipitações locais. O fenômeno relaciona- se com a
redução da infiltração natural nos solos urbanos, provocada pela compactação e
impermeabilização do solo; pavimentação de ruas e construção de calçadas, reduzindo a
superfície de infiltração; construção adensada de edificações, que contribuem para reduzir o
solo exposto e concentrar o escoamento das águas; desmatamento de encostas e
assoreamento dos rios que se desenvolvem no espaço urbano; acúmulo de detritos em

206
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Plano de Bacia

galerias pluviais, canais de drenagem e cursos d’água e insuficiência da rede de galerias


pluviais. O Quadro 100 apresenta o indicador de áreas suscetíveis a enchentes e
inundações na UGRHI-17.

Quadro 100. Indicadores de áreas suscetíveis a enchente e inundações na UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
Eventos E.08 Enchentes E.08-A: Ocorrência de enchente ou de
07/ 2015-2016
Críticos e estiagem inundação: nº de ocorrências/período
Fonte: Adaptado de CRHi (2016).

Segundo CRHi (2015) foram identificados pontos propícios de alagamento em áreas


urbanas, relacionados em geral, à falta de planejamento de uso e ocupação do solo, mau
dimensionamento ou inexistência de sistemas de drenagem, e às precipitações mais
significativas nos municípios de Avaré, Assis, Duartina, Ourinhos e São Pedro do Turvo.

A ocorrência de enchentes ou inundações resulta em perdas materiais e humanas,


interrupção de atividade econômica e social nas áreas inundadas, contaminação por
doenças de veiculação hídrica e contaminação da água.

Figura 124. Ocorrência de enchentes na UGRHI-17.


Fonte: CRHI, 2015.

Há baixa incidência de inundações na UGRHI-17, devido ao fato da maioria dos


municípios ser de pequeno porte, sendo mais frequentes as ocorrências de alagamentos,
principalmente nas áreas urbanas.

Em trabalho realizado pelo IPT (2012), com um levantamento realizado em campo,


de mapeamento das áreas de risco a inundação, foram identificados pontos de ocorrência
de inundações e enchentes nos municípios de Ágaus de Santa Bárbara, Avaré, Duartina,
Espírito Santo do Turvo, Maracaí, Óleo, Paulistânia, Pratânia e Santa Cruz do Rio Pardo.

207
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Plano de Bacia

A elaboração de Planos diretores de Drenagem urbana e a implementação das


ações previstas em cada Plano, implantação de novas redes de drenagem, entre outras, são
ações que evitam a ocorrência de enchentes e inundações.

4.8.6 Poluição ambiental

A poluição é definida na legislação brasileira (Lei 6.938/81, Art.3, III) como a


“...degradação da qualidade ambiental...” que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde,
segurança e o bem-estar da população, que criem condições adversas às atividades sociais
e econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias
do ambiente ou que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
estabelecidos.

A principal consequência da incidência de ocorrências de poluição ambiental está na


contaminação do lençol freático. A grande maioria das ocorrências de contaminação
registradas na Bacia do Médio Paranapanema atinge o lençol, contaminando as águas
subterrâneas, conforme dados apresentados no Quadro 101.

A água subterrânea é vulnerável a diferentes formas de contaminação química e


biológica, quer seja pelo lançamento inadequado de fertilizantes, agrotóxicos, pela
disposição inadequada de resíduos sólidos domésticos e industriais.

Tratando-se de águas subterrâneas, esse comprometimento tende a ser mais


prolongado, pois tais ambientes não contêm microorganismos aeróbios em quantidade
suficiente para promover a efetiva biodegradação dos poluentes. Também ficam reduzidos
os efeitos físicos e químicos característicos da interação do meio ambiente com o poluente
envolvido. O Quadro 101 apresenta o indicador de poluição ambiental e controle de poluição
ambiental na UGRHI-17.

Quadro 101. Indicadores de poluição ambiental na UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
2011: 21 ocorrências
P.06-A: Áreas contaminadas em que 2012: 21 ocorrências
o contaminante atingiu o solo ou a 2013: 22 ocorrências
água: nº de áreas / ano 2014: 22 ocorrências
P.06
Poluição 2015: 24 ocorrências
Contaminação
ambiental 2011: 1 ocorrências
Ambiental P.06-B: Ocorrência de
2012: 3 ocorrências
descarga/derrame de produtos
2013: 3 ocorrências
químicos no solo ou na água: nº de
2014: 5 ocorrências
ocorrências / ano
2015: 3 ocorrências
R.03-A: Proporção de áreas 2011: 5 ocorrências
Controle da R.03 Controle da remediadas em relação às áreas 2012: 7 ocorrências
poluição contaminação contaminadas em que o 2013: 7 ocorrências
ambiental ambiental contaminante atingiu o solo ou a 2014: 0 ocorrências
água: % 2015: 8 ocorrências

208
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Plano de Bacia

Variável Indicador Parâmetro


2011: 1 ocorrências
R.03-B: Atendimento a
2012: 3 ocorrências
descarga/derrame de produtos
2013: 3 ocorrências
químicos no solo ou na água: nº de
2014: 0 ocorrências
atendimentos/ano
2015: 3 ocorrências
Fonte: Adaptado de CRHi, 2016.

• Contaminação ambiental – áreas contaminadas

Áreas contaminadas podem ser definidas como áreas ou locais onde há


comprovadamente poluição ou contaminação (CETESB). Os poluentes ou contaminantes
podem se encontrarem no solo, nas águas subterrâneas, nas águas superficiais, etc. e
podem ser transportados de um meio para outro, podendo causar efeitos negativos nos
locais próximos às áreas contaminadas.

A existência de uma área contaminada pode gerar problemas, como danos a saúde,
comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao
patrimônio publico e privado, com a desvalorização das propriedades além de danos ao
meio ambiente.

Desde 2002 a CETESB divulga uma listagem das áreas contaminadas do Estado de
São Paulo. Na relação de áreas contaminadas de 2016, a UGRHI-17 apresenta um total de
24 ocorrências relacionadas à poluição ambiental, em todas elas os contaminantes
atingiram o solo e/ou a água subterrânea. Dentre elas 16 (38,4%) receberam algum tipo de
remediação. O município de Ourinhos foi o que mais sofreu com a contaminação,
registrando 12 ocorrências no ano. O Quadro 102 apresenta a relação dos municípios que
sofreram algum tipo de contaminação, consta também o tipo de contaminante, o meio
impactado e as ações de remediação, quando houve.

Quadro 102. Localização dos pontos de contaminação – 2015 da UGRHI-17


Município Contaminantes Meio impactado Remediação
Pedrinhas Paulista Solventes aromáticos subsolo Remoção de solo/resíduos
Paraguaçu Paulista Solventes aromáticos subsolo
Assis Combustíveis automotivos águas subterrâneas remoção de solo/resíduos
Assis Solventes aromáticos águas subterrâneas recuperação de fase livre
Assis Combustíveis automotivos águas subterrâneas
Solventes bombeamento e
Cândido Mota aromáticos/combustíveis águas subterrâneas tratamento/recuperação fase
automotivos livre
Ourinhos Solventes aromáticos subsolo
solo superficial/águas
Ourinhos Solventes aromáticos
subterrâneas

209
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Plano de Bacia

Município Contaminantes Meio impactado Remediação


bombeamento e
tratamento/remoção de
Ourinhos Solventes aromáticos subsolo/águas subterrâneas
solo/resíduos/ recuperação fase
livre
Ourinhos Combustíveis automotivos águas superficiais
Ourinhos Solventes aromáticos águas superficiais
bombeamento e tratamento/air
Ourinhos Solventes aromático águas subterrâneas
sparging/extração multifásica
Ourinhos Solventes aromáticos subsolo remoção de solo/resíduos
bombeamento e
Ourinhos Combustíveis automotivos subsolo/águas subterrâneas tratamento/extração multifásica/
recuperação fase livre
bombeamento e
Metais/solventes
tratamento/extração
Ourinhos aromáticos/PAHs/combustive subsolo/águas subterrâneas
multifásica/recuperação fase
is automotivos
livre/remoção de solo/resíduos
bombeamento e
Metais/solventes tratamento/extração
Ourinhos subsolo/águas subterrâneas
aromáticos/PAHs multifásica/recuperação fase
livre
Ourinhos Solventes aromáticos/PAHs subsolo/águas subterrâneas recuperação de fase livre
Ourinhos TPH/outros subsolo extração multifásica
Santa Cruz do Rio
solventes aromáticos subsolo remoção de solo/resíduos
Pardo
Solventes
Santa Cruz do Rio solo superficial/águas
aromáticos/combustíveis air sparging/extração multifásica
Pardo subterrâneas
automotivos
air sparging/remoção de
Santa Cruz do Rio
Solventes aromáticos/PAHs águas superficiais solo/resíduo/recuperação fase
Pardo
livre
Lucianópolis Solventes aromáticos águas subterrâneas
bombeamento e
Gália Solventes aromáticos águas subterrâneas tratamento/oxidação
química/biorremediação
Óleo Solventes aromáticos águas subterrâneas
Fonte: CETESB, 2016.

Como é possível observar na Figura 125 as áreas contaminadas estão concentradas


principalmente nos municípios de Ourinhos, Santa Cruz do Rio Pardo e Assis e todas
referem-se a postos de combustíveis. O Desenho 16.1036/17 em anexo apresenta o mapa
em escala adequada.

210
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 125. Mapa com áreas contaminadas em UGRHI-17.


Fonte: Adaptado de CRHi, 2016.

Analisando o histórico de áreas contaminadas da UGRHI-17, foram registradas um


total de 110 ocorrências. Entre os anos de 2009 a 2013 houve um aumento de 14,2% no
número de ocorrências registradas na área da UGRHI-17. Esta distribuição pode ser
observada no gráfico da Figura 126.

Figura 126. Número de áreas contaminadas 2011/2015 na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2016.

211
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A contaminação das águas superficiais ou subterrâneas altera diretamente sua


qualidade, e consequentemente, compromete sua disponibilidade e impacta negativamente
o meio ambiente. A contaminação em pontos de recarga de aquíferos apresenta criticidade
ainda maior devido sua alta vulnerabilidade a contaminação.

Uma medida de redução da contaminação dos solos e águas superficiais e


subterrâneas é a remediação das áreas contaminadas. Os dados são obtidos através das
ações rotineiras de fiscalização e licenciamento da CETESB que são consolidados na Ficha
Cadastral de área contaminada e integram o Cadastro de áreas contaminadas da CETESB.

A Figura 127 apresenta o número de áreas remediadas em relação ao total de áreas


contaminadas da bacia em que o contaminante atingiu o solo e/ou a água. Dentre as áreas
contaminadas, 83 áreas foram remediadas no mesmo período (2011 – 2015).

Deve-se ressaltar que as áreas contaminadas são geralmente oriundas de


técnicas/processo antigos que as empresas adotavam, mesmo que a identificação das
áreas contaminadas seja recente. O maio foco de contaminação são os postos de
combustíveis. Estes estabelecimentos utilizam de técnicas muito mais seguras atualmente,
tais como o tanque duplo e o sistema de monitoramento preventivo.

Figura 127. Número de áreas remediadas 2011-2015 na UGRHI-17


Fonte: CETESB, 2016

212
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Plano de Bacia

4.9 Avaliação do Plano de Bacia em vigência (2007-2019)

O Plano de Bacias anterior da UGRHI-17 e seu respectivo Programa de


Investimento apresentado no PBH-MP em fase de atualização, prevê ações para atender as
metas estipuladas em R$ 150.668,117,00 para o período de curto prazo (2007 a 2010) e
médio prazo (2011 a 2015), períodos já finalizados e com os investimentos já definidos.

Devido a dificuldade em se conectar os empreendimentos financiados com recursos


do FEHIDRO com as metas do Plano de Bacias, foi feito um agrupamento das ações e
projetos executados pelas áreas temáticas definidas no Plano de Bacias anterior, conforme
apresentado, atualizando e comparando com os 08 PDC’s:

 PDC 08: Educação Ambiental, capacitação, mobilização e acesso à informação

 PDC 03: Controle de erosão e drenagem

 PDC 04: Áreas de Preservação Permanente (APPs), Unidades de Conservação


Ambiental e Áreas Correlatas

 PDC 06: Aproveitamento múltiplo, integrado e racional dos recursos hídricos

 PDC 03: Saneamento

 PDC 01: Estudos e Banco de dados

Desta forma, comparou-se o montante investido em cada uma destas categorias


com os valores previsto no plano anterior. Essa análise inclui as atividades no período de
2007-2015 e é apresentada no Quadro 103.

Quadro 103 Avaliação do cumprimento das metas e ações do plano de bacia atual.
Valor investido Valor previsto Realização
PDC Categoria VI/VP
(curto + médio) (R$) da meta (%)
Educação Ambiental,
08 capacitação, mobilização e R$ 3.097.941,82 3.101.000,00 1,00 100
acesso à informação
03 Controle de erosão e drenagem R$ 11.965.053,89 28.556.879,87 0,42 42
Áreas de Preservação
Permanente (APPs), Unidades
04 R$ 1.572.600,47 4.155.000,00 0,38 38
de Conservação Ambiental e
Áreas Correlatas
Aproveitamento múltiplo,
06 integrado e racional dos R$ 2.559.896,46 5.208.787,50 0,49 49
recursos hídricos
03 Saneamento R$ 927.224,25 101.436.449,63 0,01 1
01 Estudos e Banco de dados R$ 2.813.702,36 8.210.000,00 0,34 24
Total R$ 22.936.419,25 150.668.117,00 0,15 15

213
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Plano de Bacia

Pode-se observar no Quadro 103 que as ações realizadas no período de 2007-


2015, representam 15% do total de ações de curto e médio prazo, previstas no plano de
bacias em fase de atualização. Todavia, destaca-se a categoria Educação Ambiental,
capacitação, mobilização e acesso à informação, que teve 100% dos valores previstos
efetivamente investidos.

4.9.1 Metas do Plano de Bacias já executadas

O Anexo 19 apresenta as ações executadas com recursos do FEHIDRO do


período de 2007 a 2014. Esta relação demonstra a capacidade do Comitê CBH-MP em gerir
os recursos disponíveis e transformá-los em investimentos que resultem na melhoria da
qualidade e da quantidade dos recursos hídricos. Todavia, a limitação de recursos constitui
o maio entrave para o cumprimento das metas estabelecidas nos planos de bacias
anteriores. Ressalta também, que no plano de bacia anterior, as metas não eram baseadas
em uma estimativa de recursos financeiros real, isto é, era comum a inclusão de inúmeras
metas com as respectivas ações indicando fonte de recursos que, na maioria das vezes,
não foram acessadas ou não estavam disponíveis. Os projetos financiados com recursos do
FEHIDRO podem ser consultados no Anexo 19.

4.10 Síntese do Diagnóstico

Este item apresenta as informações mais relevantes para o Plano de Bacia


Hidrográfica que foram abordadas no diagnóstico, com vistas a fundamentar a simulação de
tendências de evolução dos principais indicadores que interferem nas demandas e
disponibilidades hídricas e identificação das questões e/ou áreas prioritárias para o
estabelecimento de metas e ações de gestão e fundamentar a tomada de decisão.

Essas informações são focadas principalmente nas áreas e temas críticos para
gestão dos recursos hídricos, a partir das análises elaboradas no diagnóstico. As áreas
críticas são classificadas de acordo com os valores de referência disponibilizados no
relatório de situação.

4.10.1 Disponibilidade hídrica

A disponibilidade hídrica depende de diversos fatores, entre eles o clima, relevo e


geologia da UGRHI-17, e refere-se à quantidade de água disponível para atender aos usos
múltiplos da bacia, entre eles abastecimento urbano, uso nas indústrias, uso rural, entre
outros. O Quadro 104 apresenta a síntese da situação dos recursos hídricos na temática
disponibilidade das águas na Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema.

214
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Plano de Bacia

Quadro 104. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Disponibilidade das águas.
Disponibilidade das águas
Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016
Disponibilidade per capita de água
superficial– Qmédio em relação à 7.265,92 7.226,34 7.186,98 7.147,63 7.112,32
3
população total (m /hab.ano)
Disponibilidade per capita de água
796,91 792,57 788,25 783,93 780,06
subterrânea (m³/hab.ano)

Desde o ano de 2012, as disponibilidades das águas superficiais estiveram


classificadas em situação “Boa” na UGRHI como um todo (acima de 2.500 m³/hab.ano). A
disponibilidade hídrica subterrânea também é considerada alta. Pode-se observar que
comparando o período de 2012 a 2016, o crescimento populacional da UGRHI-17 não
causou impacto na disponibilidade hídrica superficial e subterrânea.

Quando verificado por sub-bacia, a disponibilidade hídrica per capita apresenta


valores acima de 4.500 m³/hab.ano, sendo considerada alta.

Figura 128. Disponibilidade per capita nas UPH’s da UGRHI-17

• Áreas e temas críticos em relação à disponibilidade per capita

Após a análise dos dados sobre disponibilidade per capita, pode-se afirmar que a
UGRHI-17 não possui áreas críticas nessa temática, uma vez que a disponibilidade é alta, e
o crescimento socioeconômico da UGRHI possui uma taxa baixa de 0,5% ao ano.

Os temas críticos abordados em relação à disponibilidade hídrica são a necessidade


de delimitação de bacias de abastecimento público e a necessidade do aumento de pontos
de monitoramento qualitativo para estudos de disponibilidade dos mananciais de
abastecimento.

215
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Plano de Bacia

4.10.2 Demanda de água

A demanda de água corresponde à vazão captada do curso d’água, seja superficial


ou subterrânea a atender os diversos usos consuntivos. O Quadro 105 apresenta a síntese
da situação da demanda de água superficial e subterrânea na UGRHI-17.

Quadro 105. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Demanda de água
Demanda de água
Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016
Vazão outorgada total de água (m³/s) 9,36 9,12 9,77 10,18 10,07
Demanda de água superficial (m³/s) 8,57 8,05 8,61 8,91 8,66
Demanda de água subterrânea (m³/s) 0,79 1,07 1,16 1,27 1,41
Demanda urbana de água (m³/s) 1,76 1,75 2,22 2,34 1,89
Demanda industrial de água (m³/s) 2,52 1,94 1,88 1,95 2,02
Demanda rural de água (m³/s) 5,05 5,15 5,35 5,6 5,86
Demanda para outros usos de água (m³/s) 0,04 0,29 0,31 0,3 0,31
Vazão outorgada de água em rios de
0,35 0,34 0,79 1,03 1,00
domínio da União (m³/s)

Figura 129. Demanda da água na UGRHI-17


Fonte: CBH-MP, 2017.

A demanda total de água outorgada na UGRHI-17 aumentou aproximadamente 7%


entre 2012 e 2016. Comparando os dados apresentados, é possível observar que essa
demanda aumentou principalmente no uso subterrâneo, e para os usos urbano, rural e
também de soluções alternativas. Isto ocorreu, devido ao crescimento populacional e devido
ao aumento da regularização das outorgas referente aos municípios.

216
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 130. Demanda da água por UPH na UGRHI-17

Quando analisamos a demanda de água nas UPHs, notamos que a UPH Pardo é a
que possui a mais alta demanda de água, seguida pela UPH Turvo. Essa demanda é
principalmente para abastecimento público e demanda de uso rural.

• Áreas e temas críticos em relação à demanda

No que tange à demanda hídrica, podem ser consideradas como críticas as áreas
com as maiores demandas de água superficial e subterrânea e as áreas com maior
demanda total de água (superficial + subterrânea). No caso da UGRHI-17, são as UPHs
Pardo e Turvo que possuem a maior demanda hídrica da bacia.

Como tema crítico relacionado à demanda de água, está a deficiência no


instrumento de outorga e fiscalização. Isso se torna crítico, pois há uma quantidade grande
de usuários de água que não possuem outorga e também usuários que outorgam valores
acima do real utilizado, fazendo com que os dados de demanda de água na bacia sejam
deficientes.

4.10.3 Demanda x disponibilidade

O balanço hídrico é a relação entre os usos consuntivos de água, incluindo todos os


tipos de demandas, e sua oferta hídrica, seja por mananciais superficiais ou subterrâneos.
Trata-se, portanto, de uma importante ferramenta de gestão de recursos hídricos, pois
permite aos órgãos competentes gerenciar as outorgas pelo uso da água de acordo com as
características de cada região, bem como analisando a bacia hidrográfica como um todo. O

217
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 106 apresenta a síntese da situação da disponibilidade x demanda de água na


UGRHI-17.

Quadro 106. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Balanço hídrico
Balanço Hídrico
Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016
Vazão outorgada total em relação à vazão
ND 5,9 6,3 6,6 6,5
média (%)
Vazão outorgada total em relação à Q95% ND 11,13 11,9 12,4 12,3
Vazão outorgada superficial em relação à
ND 12,4 13,2 13,7 13,3
vazão mínima superficial (Q7,10) (%)
Vazão outorgada subterrânea em relação às
ND 6,3 6,8 7,5 8,3
reservas explotáveis (%)

A demanda total em relação à disponibilidade Q95% corresponde ao balanço hídrico


entre a demanda total (superficial e subterrânea) e a disponibilidade hídrica Q95%. A Q95% é a
vazão associada à permanência de 95% no tempo. Na UGRHI-17, o balanço hídrico entre a
demanda superficial x Q95% apresenta a classificação “boa”, de acordo com as faixas de
referência utilizadas pelo CRHi (abaixo de 30%).

A demanda x Qmédio, corresponde ao balanço entre a demanda total (superficial e


subterrânea) e a disponibilidade Qmédio ou Vazão Média de Longo Período. A Qmédio
representa a vazão média de água na bacia durante o ano e é considerado um volume
menos restritivo, sendo mais representativa em bacias que possuem regularização de vazão
(CRH, 2016).

Na UGRHI-17, o balanço entre a demanda x Qmédio apresenta a classificação


“boa”, de acordo com as faixas de referência utilizadas pelo CRHi (abaixo de 10%), utiliza-se
menos aproximadamente 6% da vazão média da bacia.

Figura 131. Balanço demanda x disponibilidade (Q média) UGRHI-17


Fonte: CBH-MP, 2017.

218
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A demanda x Q7,10 corresponde ao balanço entre a demanda superficial e a


disponibilidade Q7,10 (Vazão Mínima Superficial registrada em 7 dias consecutivos, em um
período de retorno de 10 anos). Na UGRHI-17, o balanço entre a demanda x Q7,10 apresenta
a classificação “boa”, de acordo com as faixas de referência utilizadas pelo CRHi (abaixo de
30%).

Quando verificado por sub-bacia, o balanço hídrico x demanda encontra-se


favorável, apresentando valores abaixo dos valores de referência utilizadas pelo CRHi
(Qmédia <10% e Q95% e Q7,10 <30%).

Figura 132. Balanço demanda x disponibilidade (por UPH) UGRHI-17

A demanda x reserva explotável consiste no balanço entre a demanda subterrânea


e a disponibilidade hídrica subterrânea. A disponibilidade subterrânea é calculada por meio
da estimativa do volume de água que está disponível para consumo sem comprometimento
das reservas totais, ou seja, a Reserva Explotável é semelhante ao volume infiltrado.

O balanço da demanda subterrânea x reservas explotáveis também permanece em


situação favorável no período analisado, classificado como “Bom” (<30%).

Figura 133. Balanço demanda x reserva explotável UGRHI-17


Fonte: CBH-MP, 2017.

219
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quando verificado por sub-bacia, o balanço hídrico encontra-se favorável,


apresentando valores abaixo dos valores de referência utilizadas pelo CRHi (Qmédia <10%
e Q95% e Q7,10 <30%).

O Desenho 17.1036/17 apresenta as áreas críticas no balanço hídrico e pontos de


monitoramento.

• Áreas e temas críticos em relação ao balanço hídrico

Os resultados do balanço hídrico apresentado, para Qmédia, Q95% e Q7,10, mostram


que a bacia como um todo e as UPHs (Unidades de Planejamento hídrico) analisadas
possuem valores em geral, classificados como bons, indicando que a disponibilidade de
água é suficiente para atender as demandas locais no período analisado. Portanto, para o
diagnóstico não foram classificadas áreas criticas neste tema, sendo necessários os
cálculos para os cenários futuros.

4.10.4 Saneamento

Este item apresenta a síntese dos itens relacionados ao saneamento na UGRHI-17.

4.10.4.1 Abastecimento público


O índice de atendimento de água representa a porcentagem da população que é
efetivamente atendida por abastecimento público de água, e está fortemente ligada a
qualidade e disponibilidade dos recursos hídricos, sendo assim de extrema importância para
a gestão do recurso (CRH, 2016). O Quadro 107 apresenta a síntese da situação do
abastecimento público na UGRHI-17.

Quadro 107. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Saneamento


Saneamento

Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016


Municípios que apresentam índice de
16 17 16 19 19
atendimento de água Bom (nº)
Índice de atendimento de água: % 92 92,2 91,4 91,4 92,3
Índice de atendimento urbano de água (%) 99,3 99,3 99,1 99,1 99,0
Índice de perdas no abastecimento público
27,7 27 26,5 26,9 nd
(%)
Fonte: CHRI, 2017.

220
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Plano de Bacia

Na UGRHI-17, somente o município de Iaras apresentou dados classificados como


“ruim” referente ao índice de atendimento de água, apresentando menos de 50% da
população atendida com água (36,20%). Isso ocorre devido a 55% da população do
município viver em áreas rurais e, portanto, não ser atendida com rede de abastecimento de
água. Esse índice leva em consideração a população total atendida.

Quanto aos índices de atendimento urbano de água, somente 4 municípios


apresentam índices abaixo de 90%: Águas de Santa Bárbara (89,9%), Iaras (81,36%),
Itatinga (87,7%) e Pardinho (81,51%). Pode-se concluir que esse índice não é um tema
crítico na bacia.

Em relação ao índice de perdas, que representa o percentual estimado de perdas


do sistema público de abastecimento de água, pode-se dizer que a UGRHI-17 possui em
2015, segundo dados do SNIS, 9 municípios que possuem mais de 40% de perdas no
abastecimento público. Para fins de definir áreas críticas quanto à temática perdas de água
no abastecimento, neste plano de bacias, levou-se em consideração os municípios críticos,
ou seja, os que apresentam valores acima de 25% de perdas.

Figura ilustrativa

Figura 134. Índices de perdas nos municípios da UGRHI-17.

221
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Plano de Bacia

4.10.4.2 Esgotamento Sanitário

A síntese do tema esgotamento sanitário abrange 5 principais parâmetros: (i)


Proporção de efluente doméstico coletado em relação ao efluente doméstico total gerado;
(ii) proporção de efluente doméstico tratado em relação ao efluente doméstico total gerado;
(iii) proporção de redução de carga orgânica; (iv) carga orgânica poluidora doméstica
remanescente. O Quadro 108 apresenta a síntese da situação do esgotamento sanitário na
UGRHI-17.

Quadro 108. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Esgotamento


Sanitário
Saneamento – Esgotamento Sanitário
Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016
Proporção de efluente doméstico coletado em
97 96,6 96,9 96,7 94,9
relação ao efluente doméstico total gerado (%)
Proporção de efluente doméstico tratado em
93,5 93,5 93,7 94,3 92,4
relação ao efluente doméstico total gerado (%)
Proporção de redução da carga orgânica
80,4 75,8 74,1 77,7 69,4
poluidora doméstica (%)
Carga orgânica poluidora doméstica
6.487 8.328 8.978 7.777 10.717
remanescente (kg DBO/dia)
ICTEM 9,62 8,1 7,9 8,2 7,74
Fonte: CHRI, 2017.

Figura ilustrativa

Figura 135. Indicador de coleta e tratabilidade de esgoto da população urbana dos


municípios da UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2017.

222
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Plano de Bacia

A UGRHI-17 apresenta os índices de coleta de efluentes domésticos classificados


como “bom”, com valor acima de 90%. Quanto ao índice de tratamento dos efluentes
gerados, os valores têm se mantido alto, com pequena queda verificada entre 2015 e 2016.

Em relação ao índice de redução de carga poluidora doméstica, houve queda


significativa de 2015 para 2016, mantendo a eficiência “regular” de 69,4%. Isso ocorre
devido à falta de manutenção das estações de tratamento de esgoto e devido à falta de
pessoas qualificadas na operação das estações de tratamento de esgoto.

O ICTEM leva em consideração a efetiva remoção da carga orgânica (em relação à


carga orgânica gerada pela população) sem deixar de observar a importância de outros
elementos que compõem um sistema de tratamento de esgotos, como a coleta, o
afastamento e o tratamento. Considera também o atendimento à legislação quanto à
eficiência de remoção (superior a 80%) e conformidade com os padrões de qualidade do
corpo receptor dos efluentes (CETESB, 2015).

O ICTEM médio da UGRHI-17 é 8,21, considerado bom. Se observado por


município (Figura 135), somente o município de Óleo se classifica com o ICTEM como
“ruim”.

A síntese do tema “manejo de resíduos sólidos” abrange 2 principais parâmetros: (i)


Proporção de resíduo sólido domiciliar disposto em aterro enquadrado como adequado; (ii)
Índice de qualidade de aterro de resíduos. O Quadro 109 apresenta a síntese da situação do
manejo de resíduos sólidos na UGRHI-17.

Quadro 109. Quadro Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Manejo de


Resíduos sólidos
Saneamento – Resíduos sólidos
Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016
Resíduo sólido domiciliar disposto em aterro
91,6 72,8 100,0 67,3 70,9
enquadrado como Adequado (%)

IQR - Índice de qualidade de aterro de


Figura 136
resíduos

Analisando o período de 2012 a 2013, a quantidade estimada de resíduo sólido


domiciliar gerado aumentou 48%. Esse fato pode ser explicado devido à mudança, em 2012,
na metodologia da CETESB em classificar os municípios quanto aos resíduos sólidos
urbanos. A partir desse ano, a geração de resíduos sólidos, aumentou aproximadamente 2%
entre 2013 e 2015.

223
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 136. Índice de qualidade de resíduos dos municípios da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2017.

Do total de resíduos gerados (aproximadamente 507 ton/dia), 70,9% é disposto em


aterro enquadrado como adequado. Os municípios que dispõem o lixo em aterros
considerados como inadequados são Santa Cruz do Rio Pardo, Ourinhos, Florínea e
Palmital, que juntos, produzem aproximadamente 148 ton/dia.

• Áreas e temas críticos em relação ao saneamento

Consideram-se áreas críticas para esse plano de bacia da UGRHI-17:

• Os municípios que possuem os indicadores de saneamento classificados como ruins.


• Municípios com Índice de perdas maior do que 25%;
• Redução de carga orgânica menor do que 50%;
• Municípios com disposição de lixo classificadas como inadequados.

O Quadro 110 apresenta os indicadores e os municípios que ocorrem essas


classificações acima descritas.

224
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Plano de Bacia

Quadro 110. Indicadores de saneamento – áreas críticas


Municípios e parâmetros desconformes em relação ao saneamento básico
Água Esgoto Resíduos Sólidos urbanos
Municípios UGRHI 17
E.06-A E.06-D E.06-C R.02-C R.02-D R.02-E E.06-B R.01-C
Águas de Santa Bárbara 51,27 48,77 53,24
Alvinlândia 31,67
Assis 25,92
Avaré 30,43
Cabrália Paulista SD
Campos Novos Paulista SD 78,91
Cândido Mota 28,85 56,98 4
Canitar 43,71 72,91 SD
Cerqueira César 56,57
Chavantes SD 44,99
Echaporã SD
Espirito Santo do Turvo 53,76
Fernão 55
Florínea 78 SD 4
Gália 40,00 75
Iaras 36,2 32 65,38
Ibirarema 46,27
Itatinga 33,94 78,98 71,99
João Ramalho 40,00
Lucianópolis 78,68
Lupércio 26,00 SD
Maracaí
Ocauçu 50,00 79,85
Óleo 32,20 64,31 22,83 78,00 2,40 SD 4
Ourinhos 61,70
Palmital 29,79
Paraguaçu Paulista 77,00
Pardinho 36,60 53,35 63,77
Paulistânia 63,78 74,90
Pedrinhas Paulista
Platina 77,29 78,52 SD
Pratânia 26,65
Quatá 78,88
Rancharia 65,57
Ribeirão do Sul 25,22 64,55 67,07
Salto Grande 59,58 40,91
Santa Cruz do Rio Pardo 37,33 4
São Pedro do Turvo SD 69,78
Tarumã 5
Ubirajara 66,59 75,76
E.06-A Índice de atendimento de água: %
E.06-D Índice de perdas do sistema de distribuição de água: %
E.06-C Índice de atendimento com rede de esgotos: %
R.02-C Proporção de efluente doméstico tratado em relação ao efluente doméstico total gerado: %
R.02-D Proporção de redução da carga orgânica poluidora doméstica: %
R.02-E ICTEM (Indicador de Coleta e Tratabilidade de Esgoto da População Urbana de Município)
E.06-B Taxa de cobertura do serviço de coleta de resíduos em relação à população total: %
R.01-C IQR da instação de destinação final de resíduo sólido urbano
Péssima Ruim Regular
Legenda
Inadequado SD Sem dados

Como tema crítico relacionado a saneamento está principalmente a eficiência dos


tratamentos de esgotos. Todos os municípios possuem bons índices de coleta e tratamento
de esgotos, mas a proporção de carga orgânica lançada em relação à gerada ainda é alta.

225
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Plano de Bacia

4.10.4.3 Qualidade das águas superficiais e subterrâneas

A qualidade das águas superficiais na UGRHI-17 é monitorada pela CETESB


através de 8 pontos distribuídos ao longo dos cursos d’água. O Quadro 111 apresenta a
síntese da situação da qualidade das águas superficiais na UGRHI-17.

Quadro 111. Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Qualidade das águas
Saneamento – Esgotamento Sanitário
Parâmetros 2016
IQA – índice de qualidade das águas Figura 137
IAP – Índice de qualidade das águas brutas
Figura 138
para fins de abastecimento público

Figura ilustrativa

Figura 137. Índice de qualidade de água (IQA) da UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2017.
O número de pontos de monitoramento de IQA na UGRHI-17 aumentou no período
de 2012 a 2016. Até o ano de 2014 havia somente quatro pontos de monitoramento de
qualidade de água na UGRHI. Em 2015 foram instalados mais 3 pontos de monitoramento.
Em 2016, a rede conta com 8 pontos, todos classificados como “bom”.

Quanto ao IAP – Ìndice de qualidade de água para fins de abastecimento público,


são monitorados apenas dois pontos na UGRHI-17, apresentando qualidade como “regular”.

226
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 138. Índice de qualidade de água para fins de abastecimento público (IAP) da
UGRHI-17.
Fonte: CETESB, 2017.

A qualidade das águas subterrâneas é monitorada pela CETESB por meio de


análise de amostras de água coletadas em poços profundos, todos eles utilizados em
abastecimento público, captando água dos aquíferos Bauru, Serra Geral e Guarani
(CETESB, 2016b), com o objetivo de avaliar a qualidade de água e a vulnerabilidade dessas
águas à contaminação. O Quadro 112 apresenta a síntese da situação da qualidade das
águas subterrâneas na UGRHI-17.

Quadro 112. Síntese da Situação dos Recursos Hídricos – Qualidade das águas
subterrâneas
Saneamento – Esgotamento Sanitário
Parâmetros 2012 2013 2014 2015 2016
IPAS – Indicador de potabilidade das águas
94,4 90 86,7 90,6 nd
subterrâneas

O número de pontos de monitoramento de águas subterrâneas na UGRHI-17 é de


16 pontos. Os pontos que apresentaram desconformidades estão localizados nos
municípios de Gália (aquífero Bauru), Águas de Santa Bárbara (aquífero Guarani), Assis e
Espirito Santo do Turvo (ambos no aquífero Serra Geral). As desconformidades são

227
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Plano de Bacia

relacionadas ao parâmetro Bário (em Gália), bactérias heterotróficas (em Águas de Santa
Bárbara), selênio, coliformes totais (em Assis) e chumbo e bactérias heterotróficas (Espírito
Santo do Turvo).

O Desenho 18.1036/17 apresenta o mapa de vulnerabilidade dos aquíferos.

• Áreas e temas críticos em relação à qualidade das águas

A UGRHI-17 não possui áreas criticas quanto à qualidade de águas superficiais e


subterrâneas. Como tema crítico relacionado à qualidade de água, está principalmente ao
baixo número de pontos de monitoramento. Pode-se dizer que essa deficiência é tanto para
os pontos de água superficial, quanto subterrânea, cuja demanda é utilizada para
abastecimento de 36 municípios da UGRHI-17.

4.10.4.4 Erosão e uso e ocupação do solo

A ocorrência de processos erosivos está diretamente relacionada à perda de solo e


assoreamento dos corpos d’água. Para a UGRHI-17, o tema erosão é de suma importância,
principalmente em áreas rurais. Observa-se no Quadro 113 que as classes de
suscetibilidade muito alta e alta ocupam 66,13% da área total da UGRHI-17.

Quadro 113. Áreas encontradas para cada classe de susceptibilidade a erosão.


Classe de Suscetibilidade a Erosão Área (km²) (%)
Muito alta suscetibilidade a erosão por sulcos, ravinas e
5.678,86 33,90
boçorocas (rochas sedimentares / básicas)
Alta suscetibilidade a erosão por sulcos, ravinas e
5.397,93 32,23
boçorocas de grande porte
Baixa suscetibilidade a erosão 5.673,63 33,87
Total 16.750,43 100,00

No ano de 2012, a utilização do solo por cobertura herbácea arbustiva é


predominante (60,56%), seguida por solo exposto (19,96%). Desta forma, a UGRHI – 17
pode ser considerada uma bacia de agricultura, com grande parte da sua área ainda
utilizada por pastagens e produção agrícola. A Figura 140 apresenta as proporções de uso
do solo na bacia.

228
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 139. Criticidade em relação aos processos erosivos da UGRHI-17.


Fonte: ITP/DAEE, 2016.

O meio físico da região, juntamente com a ocupação do solo apresenta bastante


fragilidade, tornando o problema da erosão muito importante para o planejamento dos
recursos hídricos.

Figura 140. Uso do solo na UGRHI-17.

229
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

• Áreas e temas críticos em relação a erosão

Após a análise dos dados sobre erosão, pode-se afirmar que a UGRHI-17 possui
áreas críticas nessa temática, uma vez que 66% de toda a área da UGRHI se encontra em
áreas de alta suscetibilidade a erosão.

Quanto ao uso e ocupação do solo, a Deliberação 146/12 pede para apresentar a


evolução histórica do uso e ocupação do solo na UGRHI-17. Entretanto, os produtos
cartográficos disponíveis não permitem a comparação e análise de evolução do uso e
ocupação do solo devido à metodologia e escalas diferentes.

230
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

5. PROGNÓSTICO

A etapa do prognóstico fundamenta-se nos dados apresentados no diagnóstico e


corresponde à montagem do cenário tendencial, recessivo e acelerado, baseado na
disponibilidade e demanda ao longo do tempo.
O prognóstico traz informações sobre a evolução da situação dos recursos hídricos
da bacia, segundo um ou mais cenários, e uma visão do futuro, envolvendo a
compatibilização entre disponibilidades e demandas, objetivando inventariar os planos,
projetos e empreendimentos previstos e/ou implantados na UGRHI 17, que apresentem
correlação com a gestão dos recursos hídricos. A UGRHI 17 é dividida em 4 Unidades de
Planejamento hídrico (Figura 141) sendo elas: UPH Pardo, UPH Turvo, UPH Pari Novo e
UPH Capivara.

Figura ilustrativa

Figura 141. Unidades de Planejamento Hídrico na UGHI 17.

231
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Plano de Bacia

5.1 PLANOS, PROGRAMAS, PROJETOS E EMPREENDIMENTOS COM INCIDÊNCIA


NA UGRHI 17

Sobre as unidades de gerenciamento de recursos hídricos incidem planos e normas


estabelecidos em diferentes escalas: Federal, Estadual e Municipal. Este item apresenta os
instrumentos de gestão nessas três esferas institucionais na área de abrangência da
UGRHI-17 - Médio Paranapanema, que se relacionam com disponibilidade, demanda e
qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

1) Atlas Brasil de abastecimento urbano de água

O Atlas é um programa nacional coordenado pela Agência Nacional de Águas


(ANA), que atua para a compilação de dados que sustentam a construção de diagnóstico e
planejamento nas áreas de recursos hídricos e saneamento, em vias de garantir a oferta de
água para o abastecimento das sedes urbanas em todo o país.

Na avaliação da situação atual dos municípios em relação ao abastecimento


público de água, são consideradas três categorias: abastecimento satisfatório, sistema
requer ampliação, sistema requer novo manancial. Para a UGRHI 17, nenhum município foi
classificado no extremo “requer novo manancial”. Cerca de 40% dos municípios
apresentaram necessidade de ampliação do sistema de abastecimento, enquanto 60%
foram considerados satisfatórios (Quadro 114).

Quadro 114. Estado do sistema de abastecimento público de água.


Sistema de abastecimento público
Municípios de água (2015)
UGRHI 17 Requer Requer novo
Satisfatório
ampliação manancial
Águas de Santa Bárbara x
Alvinlândia x
Assis x
Avaré x
Cabrália Paulista x
Campos Novos Paulista x
Cândido Mota x
Canitar x
Cerqueira César x
Chavantes x
Cruzália x
Duartina x
Echaporã x
Espírito Santo do Turvo x

232
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Sistema de abastecimento público


Municípios de água (2015)
UGRHI 17 Requer Requer novo
Satisfatório
ampliação manancial
Fernão x
Florínia x
Gália x
Iaras x
Ibirarema x
Itatinga x
João Ramalho x
Lucianópolis x
Lupércio x
Maracaí x
Ocauçu x
Óleo x
Ourinhos x
Palmital x
Paraguaçu Paulista x
Pardinho x
Paulistânia x
Pedrinhas Paulista x
Platina x
Pratânia x
Quatá x
Rancharia x
Ribeirão do Sul x
Salto Grande x
Santa Cruz do Rio Pardo x
São Pedro do Turvo x
Tarumã x
Ubirajara x
TOTAL 25 17 0
Fonte: ANA, 2015

2) Programa Estadual de micro bacias hidrográficas do Estado de São Paulo

O Programa Estadual de Micro bacias Hidrográficas do Governo do Estado de São


Paulo, juntamente com o Banco Mundial, é executado pela Secretaria de Agricultura e
Abastecimento, por meio da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) e pela
Secretaria do Meio Ambiente, por meio da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos
Naturais (CBRN). O Programa tem por objetivo recuperar e preservar os recursos naturais,

233
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Plano de Bacia

incluindo a conservação do solo, plantio das matas ciliares, utilização racional da água e
melhorar a qualidade de vida do produtor rural e da sua família. Desse modo, busca-se
promover o desenvolvimento rural sustentável no Estado de São Paulo, por meio da
ampliação das oportunidades de ocupação, melhoria dos níveis de renda, maior
produtividade geral das unidades de produção, redução dos custos e uma reorientação
técnico-agronômica. Assim, suas ações pautaram combater a pobreza rural e difundir
medidas e ações visando combater erosões e disseminar manejos sustentáveis dos solos e
águas, por meio da descentralização e incentivo à participação dos agentes locais, via
formação e fortalecimento das associações de produtores rurais (CLEMENTE e
HESPANHOL, 2011).

O programa visa também o aumento do bem-estar das populações rurais, seja pela
implantação de sistemas de produção agropecuária que garantam a sustentabilidade, como
a recuperação das áreas degradadas e as áreas de preservação permanente (APP), bem
como a melhoria na qualidade e a quantidade das águas, com plena participação e
envolvimento dos beneficiários (produtores amparados pelo programa), e da sociedade.

O Plano Estadual de Micro bacia Hidrográfica I foi implantado no Estado de São


Paulo entre os anos 2000 e 2008. Considerando os avanços obtidos em sua execução, o
governo do Estado acordou uma segunda fase do projeto denominado como Projeto de
Desenvolvimento Rural Sustentável – Microbacias II – Acesso ao Mercado. Inicialmente, o
projeto tinha duração prevista entre setembro de 2010 a 2015, no entanto, foi prorrogado até
2017.

O programa de microbacias I teve como foco os pequenos proprietários rurais,


sendo a maior parte dos recursos financeiros direcionada a este grupo. Em cada microbacia,
a principal ação do programa foi a adaptação de estradas rurais, de maneira a controlar o
fluxo de água e propiciar a infiltração no solo, permitindo que ela permaneça por mais tempo
na propriedade e se infiltre no solo, abastecendo o lençol freático e evitando escoamento de
grandes quantidades de água, o que, por sua vez, provoca erosão dos solos e
assoreamento dos cursos d’ água (HESPANHOL, 2008).

O programa foi executado em parceria pela CATI e Secretaria do Meio Ambiente, e,


em sua primeira fase, tinha previsto trabalhar 1.500 microbacias hidrográficas, atingindo
apenas 986. Na segunda fase (PEMH II) também previu trabalhar 1.500 microbacias
hidrográficas, atingindo mais de 108.000 famílias rurais, ampliando as ações nas
comunidades, com propostas de intervenção nas questões econômicas, sociais e
ambientais, na busca do desenvolvimento rural sustentável.

234
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Foi contemplado pelo Programa Microbacias no período de 2000 a 2014, como


pode ser observado no Quadro 115, os municípios: Águas de Santa Bárbara, Alvinlândia,
Assis, Avaré, Cabrália Paulista, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Canitar, Cerqueira
César, Chavantes, Cruzália, Duartina, Echaporã, Espirito Santo do Turvo, Fernão, Florínea,
Gália, Itatinga, Lucianópolis, Lupércio, Maracaí, Ocauçu, Óleo, Ourinhos, Palmital,
Paraguaçu Paulista, Pardinho, Pedrinhas Paulista, Pratânia, Rancharia, Ribeirão do Sul,
Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo e Ubirajara.

Quadro 115. Municípios e descrição da obra do programa microbacias – CATI na UGRHI-17.


Período 2000 - 2014
Município
Descrição Ano Custo
Águas de Santa Bárbara Recuperados 8,02 km de estradas rurais 2006 R$ 325.000,00
Alvinlândia Recuperados 2,64 km de estradas rurais 2006 R$ 77.000,00
Assis Recuperados 3,3 km de estradas rurais 2006 R$ 117.000,00
Avaré Recuperados 4,74 km de estradas rurais 2007 R$ 165.000,00
Cabrália Paulista Adequação de 2,16 km de estradas rurais 2007 R$ 143.000,00
Campos Novos Paulista Adequação de 4,14 km de estradas rurais Concluído R$ 149.000,00
Cândido Mota Recuperados 3,54 km de estrada rural 2005 R$ 66.000,00
Serviços de adequação de 3,43 km de estradas
Canitar 2006 R$ 139.000,00
rurais
Cerqueira César Recuperados 3,19 km de estrada rural 2007 R$ 205.000,00
Chavantes Recuperados 3,7 km de estradas rurais 2006 R$ 188.000,00
Cruzália Adequação de 4,23 km de estradas rurais Concluído R$ 144.000,00
Duartina Recuperados 2,92 km de estradas rurais Concluído R$ 119.000,00
Echaporã Recuperados 1,96 km de estrada rural Concluído R$ 80.000,00
Adequação de 2,75 km de adequação de estradas
Espirito Santo do Turvo Concluído R$ 126.000,00
rurais
Fernão Adequação de 3,89 km de estradas rurais Concluído R$ 88.000,00
Florínea Recuperados 3,26 de estrada rural 2006 R$ 87.000,00
Gália Recuperados 3,59 km de estradas rurais 2007 R$ 172.000,00
Itatinga Adequação de 5,12 km de estradas rurais 2007 R$ 185.000,00
Lucianópolis Adequação de 3,70 km de estrada rural 2007 R$ 140.000,00
Adequação de 3,35 km de adequação de estradas
Lupércio 2007 R$ 117.000,00
rurais
Em
Maracaí Adequação de 3,22 km de estradas rurais R$ 109.000,00
andamento
Ocauçu Adequação de 3,65 km de estradas rurais Concluído R$ 178.000,00
Óleo Recuperados 2,66 km de estrada rural 2007 R$ 103.000,00
Adequação de 2,92 km de estradas rurais 2006 R$ 184.000,00
Ourinhos Adequação de 5,20 km de estradas rurais 2006 R$ 199.000,00
Adequação de 2,92 km de estradas rurais 2006 R$ 59.000,00
Palmital Recuperados 4,6 km de estradas rurais - R$ 122.000,00
Paraguaçu Paulista Adequação de 2,14 km de estradas rurais 2006 R$ 77.000,00
Pardinho Recuperados 5,05 km de estradas rurais - R$ 222.000,00
Pedrinhas Paulista Recuperados 3,27 km de estrada rural 2006 R$ 110.000,00

235
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Período 2000 - 2014


Município
Descrição Ano Custo
Pratânia Recuperados 5,36 km de estrada rural 2006 R$ 230.000,00
Rancharia Adequação de 3,78 km de estradas rurais 2007 R$ 135.000,00
Recuperados 3,64 km de estradas rurais 2006 R$ 184.000,00
Ribeirão do Sul
Recuperados 1,46 km de estradas rurais 2006 R$ 65.000,00
Serviços de adequação de 4,45 km de estradas
Salto Grande 2006 R$ 218.000,00
rurais
Santa Cruz do Rio Pardo Adequação de 5,12 km de estradas rurais 2007 R$ 222.000,00
São Pedro do Turvo Adequados 9,25 km das estradas rurais 2006 R$ 239.000,00
Ubirajara Adequados 9,25 km das estradas rurais 2007 R$ 69.000,00
TOTAL R$ 5.557.000,00
Fonte: Relatório de obras e ações período 2000-2014.

Foi investido na UGRHI-17, no período analisado, um total de R$ 5.557.000,00 em


obras de adequações de estradas rurais através do programa Microbacias.

3) Programa Estadual Água Limpa

O Programa Água Limpa é uma ação conjunta entre a Secretaria Estadual de


Saneamento e Recursos Hídricos, por intermédio do DAEE, e a Secretaria Estadual da
Saúde para ser implantado em parceria com as prefeituras envolvidas. O Governo do
Estado disponibiliza os recursos financeiros para a construção das estações de tratamento
de esgotos e a implantação de emissários e estações elevatórias, contrata a execução das
obras ou presta, por meio das várias unidades do DAEE, a orientação e o acompanhamento
técnico necessário.

O município entra com o projeto, a licença ambiental já concedida pela CETESB e a


área onde as obras serão executadas e o Governo do Estado, com recursos financeiros
para as obras. São beneficiados pelo Projeto, municípios com até 50.000 habitantes que
lançam seus efluentes nos corpos d’água sem realizar nenhum tipo de tratamento ou que
tratam parcialmente seus esgotos e que não são atendidos pela SABESP.

Na UGRHI 17 – Médio Paranapanema, 28 (vinte e oito) municípios possuem


concessão do serviço de esgoto da SABESP, portanto, estes não são contemplados pelo
programa. Os municípios que foram atendidos pelo Programa Água Limpa na UGRHI-17
são relacionados abaixo.

Cabrália Paulista Canitar Chavantes


Ibirarema Palmital Rancharia
Salto Grande São Pedro do Turvo Óleo

236
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Lagoa de tratamento em São Pedro do Turvo Lagoas de tratamento no município de Rancharia


Figura 142. Obras do Projeto Água Limpa.

4) Projetos e atividades de Educação Ambiental

Para que os princípios da política hídrica sejam atingidos e implementados é


fundamental o desenvolvimento de amplo, contínuo, permanente e vigoroso processo
educativo voltado à formação de agentes ambientais e de gestores de recursos hídricos com
nova cultura hídrico-ambiental. Nesta perspectiva, a Educação Ambiental assume o papel
de importante e eficiente instrumento de gestão, uma vez que possui interfaces evidentes
com a política hídrica, estando diretamente voltada ao desenvolvimento da cidadania e de
novas relações sociedade-natureza.

O CBH-MP realiza suas ações de Educação Ambiental por meio da Câmara


Técnica de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização Social e Informações em
Recursos Hídricos - CTEM, criada pela Deliberação CBH-MP 053/2003. A essa Câmara
compete, dentre outras coisas:

I – propor diretrizes, planos e programas de educação ambiental e capacitação em recursos hídricos;

II – propor e analisar mecanismos de articulação e cooperação entre o poder público, os setores


usuários e a sociedade civil quanto à educação e capacitação em recursos hídricos;

III – propor e analisar mecanismos de mobilização social para fortalecimento do Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH;

IV – propor e analisar mecanismos de difusão da Política Estadual de Recursos Hídricos nos


sistemas de ensino, tornando efetivos os fundamentos da Lei Estadual 7.663 de 30 de dezembro de
1991;

V – propor e analisar diretrizes de disseminação da informação sobre os recursos hídricos voltadas


para a sociedade e auxiliar na divulgação das ações do Comitê e entidades ou órgãos parceiros,
utilizando-se de comunicação acessível a todos;

VI – propor minutas de anteprojetos de Lei e outros arcabouços legais;

237
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

VII – propor critérios e normatizações, dentre estes, propor critérios de pontuação para a
hierarquização de Projetos de Educação Ambiental na área de atuação do CBH-MP que visem à
tomada de Recursos do FEHIDRO;

VIII – acompanhar as ações de Educação Ambiental vinculadas a projetos financiados pelo FEHIDRO
na área de atuação do CBH-MP;

IX – subsidiar as discussões do CBH-MP, manifestando-se quando consultada, nas matérias de sua


competência;

X – subsidiar com pareceres, dados ou atividades, no que couber, os trabalhos da Secretaria


Executiva na elaboração, avaliação e acompanhamento dos trabalhos pertinentes ao Plano das
Bacias Hidrográficas e ao Relatório de Situação dos Recursos Hídricos;

XI – informar-se sobre as Deliberações do Comitê, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos –


CRH, do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, e de órgãos e instituições afins que
possam subsidiar os trabalhos da Câmara Técnica;

XII – criar Grupos de Trabalho, no âmbito de suas atribuições específicas, conforme a natureza e
necessidade dos assuntos em discussão;

XIII – apresentar relatórios, pareceres e propostas decorrentes dos trabalhos para apreciação e
decisão do CBH-MP;

XIV – organizar e coordenar anualmente a realização da Semana da Água;

XV – exercer competências que lhe forem especialmente delegadas pela Assembléia do Comitê;

XVI – elaborar, aprovar e alterar, quando couber, seu Regimento Interno e Plano de Trabalho.

Além disso, é realizado anualmente, desde 2003, o Diálogo Interbacias de


Educação Ambiental em Recursos Hídricos, envolvendo todos os Comitês de Bacias do
Estado de São Paulo. O evento tem como principais objetivos discutir e avaliar os avanços
da educação ambiental e a gestão dos recursos hídricos no Estado de São Paulo, promover
a integração entre os diversos agentes ambientais que atuam em diferentes bacias
hidrográficas, incentivar programas voltados à educação ambiental, identificar e premiar as
melhores práticas ambientais e gerenciamento de recursos hídricos, articular a integração
de ações educativas dos Comitês de Bacias Hidrográficas e disponibilizar informações sobre
as unidades de gerenciamento de recursos hídricos.

O diálogo possui uma sólida parceria com a Secretaria Estadual da Educação, e


ampliação da Parceria UNESP/Comitês (projeto existente entre a UNESP, o CBH-AP e o
CBH-PP) para o CBH-MP que já tem como resultado a especialização (educação à
distância) e previsão do início do curso de pós-graduação lato sensu com o tema “Saúde
Ambiental e Gerenciamento de Recursos Hídricos” destinado a todos os membros de
comitês e demais interessados.

238
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Dentro das atividades do CBH-MP, por meio de sua Câmara Técnica de Educação
Ambiental, também está o processo de mobilização para a implantação da Cobrança pelo
uso dos Recursos Hídricos.

Na UGRHI 17 – Médio Paranapanema, no período de 2007 – 2016, foi aplicado no


tema Educação Ambiental por meio de financiamento FEHIDRO, um total de R$
3.097.941,82 (três milhões, noventa e sete mil, novecentos e quarenta e um reais e oitenta e
dois centavos). O Quadro 116 apresenta a relação dos projetos de Educação Ambiental da
UGRHI-17 financiados pelo FEHIDRO.
Quadro 116. Projetos de Educação Ambiental financiados pelo FEHIDRO na UGRHI-17 (Período
2007 – 2016).
Abrangência Projeto Tomador Ano
ONG De Preservação
2007-
Duartina Projeto de Educação Ambiental - Ambiental Águas do
2009
Serrote
Assis, Campos Novos Paulista,
Cândido Mota, Canitar, Cruzália,
Espírito Santo do Turvo, Florínia, Comando de
Ibirarema, Lutécia, Maracaí, Óleo, Policiamento
2007-
Ourinhos, Palmital, Paraguaçu Projeto de Educação Ambiental - Ambiental - 2º
2011
Paulista, Pedrinhas Paulista, Platina, Batalhão 4ª CIA -
Ribeirão do Sul, Salto Grande, Santa MARÍLIA
Cruz do Rio Pardo, São Pedro do
Turvo, Tarumã
Comando de
Policiamento
Projeto de Educação Ambiental 2008-
Marília Ambiental - 2º
Natureza Viva Fase V 2013
Batalhão 4ª CIA -
MARÍLIA
ONG de Preservação
Movimento Onguinha de Ação e 2009-
Duartina Ambiental Águas do
Educação Ambiental 2013
Serrote
Projeto de Desenvolvimento
Consórcio
Educativo e Integração Dos
Intermunicipal Do Vale
Nenhum município específico Comitês de Bacias - Vii Diálogo 2009
Do Paranapanema -
Interbacias de Educação
Civap
Ambiental em Recursos Hídricos
Educação Ambiental
Educação Ambiental Continuada
Continuada através da 2010-
Paraguaçu Paulista Através da Visão Integrada de
Visão Integrada de 2015
Bacia Hidrográfica
Bacia Hidrográfica
Projeto de
Desenvolvimento
Birigui, Campinas, Marília, Mogi Projeto de Desenvolvimento Educativo e
Guaçu, Piracicaba, Presidente Educativo e Integração dos Integração dos
Prudente, Ribeira, Ribeirão Preto, Comitês de Bacias - VIII Diálogo Comitês de Bacias - 2010
São José do Rio Preto, São Pedro e Interbacias de Educação VIII Diálogo
Taubaté Ambiental em Recursos Hídricos. Interbacias de
Educação Ambiental
em Recursos Hídricos.
Projeto de Desenvolvimento e
Consórcio
Integração dos Comitês de
Intermunicipal do Vale 2011-
Nenhum município específico Bacias - IX Diálogo Interbacias
do Paranapanema - 2012
de Educação Ambiental em
CIVAP
Recursos Hídricos

239
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Abrangência Projeto Tomador Ano


Projeto de Desenvolvimento e
Consórcio
Integração dos Comitês de
Intermunicipal do Vale 2012-
Nenhum município específico Bacias - X Diálogo Interbacias de
do Paranapanema - 2013
Educação Ambiental em
CIVAP
Recursos Hídricos
Projeto de Desenvolvimento e
Consórcio
Integração dos Comitês de Bacia
Intermunicipal do Vale 2013-
Nenhum município específico - Xi Diálogo Interbacias de
do Paranapanema - 2014
Educação Ambiental em
CIVAP
Recursos Hídricos
Projeto de Desenvolvimento e
Integração dos Comitês de Fundação Paulista de
2014-
Nenhum município específico Bacias - XII Diálogo Interbacias Tecnologia e
2015
de Educação Ambiental em Educação
Recursos Hídricos
Projeto de Desenvolvimento e
Integração dos Comitês de SOS Rio Dourado -
2015-
Nenhum município específico Bacias - XIII Diálogo Interbacias Entidade
2016
de Educação Ambiental em Ambientalista
Recursos Hídricos
Fonte: Histórico de investimentos FEHIDRO (FEHIDRO, 2016).

5) Programa município Verde Azul

O Programa Município Verde-Azul tem como principal objetivo estimular os


municípios a participarem da política ambiental, com adesão ao Protocolo Verde de Gestão
Ambiental Compartilhada, certificando os municípios ambientalmente corretos, que passam
a ter prioridade no acesso aos recursos públicos.

As 10 diretivas, nas quais os municípios concentram seus esforços para


desenvolvimento da agenda ambiental são: Esgoto Tratado, Resíduos Sólidos,
Biodiversidade, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão das
Águas, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental (SMA, 2014).

Dentre os municípios que aderiram ao programa, está um total de 625. Em


novembro de 2008, o primeiro ranking foi divulgado e, somente 44 municipalidades foram
certificadas. Em 2016, este número alcançou 77 municípios, demonstrando que o Estado
está cada vez mais “Verde Azul” (SMA, 2014). O Quadro 117 apresenta a evolução dos
municípios da UGRHI 17 no Programa Verde Azul.

Quadro 117. Pontuação dos municípios da UGRHI-17 no Programa Verde Azul.


Evolução 2013 - 2017
Município 2013 2014 2015 2016 2017
Nota Clas. Nota Clas. Nota Clas. Nota Clas. Nota Clas.
Alvinlândia 50,2 (*)
Assis 82 106 80,8 102 81,7 58
Cruzália 83,7 70

240
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Evolução 2013 - 2017


Município 2013 2014 2015 2016 2017
Nota Clas. Nota Clas. Nota Clas. Nota Clas. Nota Clas.
Fernão 81,1 116 80,3 111 40,5 (*)
Gália 32 (*)
Ibirarema 93 7 90,2 37 94,3 11 91,4 21 61 (*)
Itatinga 82,6 82,6
Maracaí 81,1 117
Ourinhos 90 39 86,5 52
Palmital 82 107 81,3 91
Paraguaçu Paulista 80,8 101 28,3 (*)
Pardinho 81,6 112 81 96
Paulistânia 42,1 (*)
Salto Grande 80,7 122
Santa Cruz do Rio
82,3 102 82,3 81
Pardo
Tarumã 83,6 94
(*): não contém classificação na Lista Pré-Certificação - PMVA (JUNHO/2017)
Municípios sem valores, não foram certificados, pois receberam nota inferior ao necessário em um dos quesitos.
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente de SP

Ações Propostas para o município de acordo com o Programa Município Verde Azul:
a) Estabelecimento do Protocolo Verde, de boas práticas ambientais, com 10 diretivas
básicas nas quais os municípios se comprometem em executar, numa gestão compartilhada
com o estado:

a. Esgoto tratado - Ampliar os índices de coleta, transporte, tratamento e disposição,


de forma adequada dos esgotos urbanos;

b. Resíduos Sólidos - Fortalecer a gestão dos resíduos sólidos domiciliares e da


construção civil, de programas ou ações de coleta seletiva e da responsabilidade pós
consumo;

c. Biodiversidade - Proteger e/ou recuperar áreas estratégicas para a manutenção da


biota;

d. Arborização urbana - Incrementar a gestão do meio ambiente urbano por meio do


planejamento e definição de prioridades para a arborização urbana;

e. Educação ambiental - Implementar a Educação Ambiental no âmbito formal e


informal em três eixos: formação, capacitação e mobilização da comunidade;

f. Cidade sustentável - Estimular o uso racional dos recursos naturais;

241
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

g. Gestão das águas – Fortalecer a gestão municipal sobre a qualidade da água para
abastecimento público;

h. Qualidade do ar - Implementar atividades e participar de iniciativas que contribuam


para a manutenção ou melhoria da qualidade do ar e do controle da emissão excedente
de gases de efeito estufa;

i. Estrutura ambiental - Estimular o fortalecimento das Secretarias / Departamentos /


Diretorias de Meio Ambiente;

j. Conselho de Meio Ambiente - Estimular o funcionamento regular dos Conselhos


Municipais de Meio Ambiente.

b) Instituição do Índice de Avaliação Ambiental (IAA) para avaliar a participação dos


municípios na política ambiental. O IAA é representado pela soma dos valores obtidos com
a aplicação do Indicador de Atendimento às Diretivas Ambientais e do Indicador de Pró-
atividade dos Municípios frente às Diretivas Ambientais. Ao resultado obtido é subtraído o
indicador de Passivos e Pendências Ambientais.

c) Realização de cursos de capacitação dos interlocutores. Sendo uma das principais


figuras do Projeto Município Verde Azul, o interlocutor, indicado pelo Prefeito, é o
representante da administração ambiental, signatária do Protocolo Verde, que promove o
contato da Secretaria de Meio Ambiente com a Prefeitura e o fornecimento das informações.
Foram realizados 15 cursos de capacitação, envolvendo 3.135 participantes, cabendo
destacar 609 interlocutores, 398 prefeitos, 116 vice-prefeitos e 435 vereadores.

d) Adesão dos 645 municípios do Estado de São Paulo.

e) Realização de parceria com os vereadores municipais.

f) Análise dos planos de ação.

Os parâmetros para avaliação dos Planos de Ação Ambiental, para o ano de 2012,
foram estabelecidos com a publicação da Resolução SMA nº 36/2012.

Dentre os municípios da bacia hidrográfica do Médio Paranapanema, com exceção


somente de Chavantes, todos os demais municípios possuem adesão ao Programa
Município Verde Azul. No ranking de 2015, o município de Ibirarema está muito bem
colocado, classificado em 11º lugar no ranking dos municípios do estado de São Paulo e o
melhor colocado entre os municípios da UGRHI-17. O município com a pior classificação da
UGRHI no ranking dos municípios é Campos Novos Paulista (596º lugar).

242
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6) Programa Melhor Caminho

O Programa Melhor Caminho foi instituído pelo Decreto nº. 41.721 de 17 de abril de
1997, destinado à elaboração de convênios entre a Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo e prefeituras municipais para a execução de obras
de recuperação de estradas rurais de terra. Tem como objetivos a readequação das
estradas rurais de terra, dotar de estruturas que favorecem a infiltração de aguas pluviais e
recarga de lençol freático para evitar ocorrência de processos erosivos e melhorar as
condições de suporte e rolamento das estradas rurais.

O programa Melhor Caminho engloba um conjunto de técnicas de mecanização


agrícola, com o objetivo de impedir que as estradas favoreçam a formação das enxurradas.
Começa por arrebentar os barrancos laterais, abrindo as portas para a saída da água de
chuva. Canaletas se implantam para facilitar o escoamento. E na saída desses “bigodes”, da
estrada como os apelidam o agricultor, constroem-se, afundados no terreno, grandes
buracos (bacias de contenção) que funcionam como caixas d’água, capazes de reter a
enxurrada.

Através de todas essas técnicas, os benefícios são: estradas rurais com boas
condições operacionais, segurança e trafegabilidade aos usuários, preservação dos
recursos naturais (água e solo), reduzindo os processos erosivos e assoreamentos de
corpos d’água, redução de custos dos transportes dos insumos e produção agrícola,
redução do custo de conservação e prolongamento da vida útil da estrada; promoção da
melhoria da qualidade de vida da população da região, treinamentos de tecnologias de
conservação de estradas rurais às administrações municipais.

O Programa Melhor Caminho, administrado pela Secretaria Estadual da Agricultura,


já consertou 10.000 quilômetros de vias secundárias em quase todos os municípios
paulistas. Na UGRHI 17 – Médio Paranapanema todos os municípios participaram do
programa Melhor Caminho, o Quadro 118 apresenta a relação dos municípios e as obras
executadas pelo Programa Melhor Caminho na UGRHI 17 (período de conclusão
2007/2014). O total investido no programa Melhor Caminho, no período analisado foi de R$
16.142.000,00.

243
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 118. Municípios da UGRHI-17 contemplados com o Programa Melhor Caminho.


Período 2007 - 2014
Município Ano
Descrição Custo
conclusão
Águas de Santa
Recuperados 4,46 km de estrada municipal – 4ª Fase 2008 R$ 285.000,00
Bárbara
Alvinlândia Recuperados 5,6 km de estrada rural – 3ª Fase - R$ 388.000,00
Assis Recuperados 5,30 km de estrada rural - 3ª Fase 2007 R$ 326.000,00
Avaré Recuperados 5,00 km de estrada municipal – 4ª Fase 2008 R$ 326.000,00
Recuperados 5,00 km de estrada municipal - 2ª Fase 2008 R$ 390.000,00
Cabrália Paulista
Recuperados 4,43 km de estradas - 3ª Fase 2010 R$ 417.000,00
Campos Novos
Recuperados 5 km de estrada municipal - 1ª Fase 2008 R$ 339.000,00
Paulista
Cândido Mota Recuperados 6 km de estrada municipal - 3ª Fase 2008 R$ 366.000,00
Canitar Recuperados 5,50 km de estrada rural - 2ª Fase 2008 R$ 336.000,00
Cerqueira César Recuperados 5,05 km de estrada rural - 3ª fase. 2008 R$ 318.000,00
Chavantes Recuperados 5,99 km de estrada rural - 4ª Fase 2011 R$ 413.000,00
Cruzália Recuperados 5,25 km de estradas rurais 2007 R$ 332.000,00
Recuperados 6,30 km de estrada municipal - 4ª Fase 2008 R$ 491.000,00
Duartina
Recuperados 4,61 km de estrada municipal - 5ª Fase 2010 R$ 336.000,00
Echaporã Recuperados 4,95 km de estrada rural – 2ª Fase 2007 R$ 322.000,00
Espirito Santo do
Recuperados 5,31 km de estrada rural - 4ª Fase - R$ 340.000,00
Turvo
Fernão Recuperados 4,95 km de estrada rural – 5ª Fase - R$ 341.000,00
Florínea Recuperados 6,10 km de estrada rural – 2ª Fase 2007 R$ 358.000,00
Recuperados 5,20 km de estrada rural - 3ª Fase - R$ 352.000,00
Gália
Recuperados 5 km de estrada rural- 4ª Fase - R$ 441.000,00
Iaras Recuperados 5,00 km de estrada municipal – 3ª Fase 2008 R$ 310.000,00
Ibirarema Recuperados 5,2 km de estrada rural - 2ª Fase 2007 R$ 337.000,00
Ibirarema - 2015 -
Itatinga Recuperados 6,50 km de estrada municipal – 3ª Fase 2009 R$ 557.000,00
João Ramalho Recuperados 4 km de estrada rural - 3ª Fase 2007 R$ 252.000,00
Lucianópolis Recuperados 5,00 km de estrada rural – 3ª Fase 2008 R$ 342.000,00
Recuperação de 5,9 km de estrada rural - 3ª Fase - R$ 395.000,00
Lupércio
Recuperados 4,02 km de estrada rural - 4ª Fase - R$ 293.000,00
Maracaí Recuperados 5,55 km de estrada rural - 3ª Fase 2008 R$ 339.000,00
Ocauçu Recuperação de 5,1 km de estrada rural - 2ª Fase - R$ 348.000,00
Óleo Recuperados 4,92 km de estrada municipal - 4ª Fase - R$ 316.000,00
Ourinhos Recuperados 5,35 km de estrada municipal - 5ª Fase 2008 R$ 349.000,00
Palmital Recuperados 5 km de estrada municipal – 4ª Fase 2008 R$ 315.000,00
Paraguaçu Paulista Recuperados 5,07 km de estrada municipal - 3ª Fase 2007 R$ 327.000,00
Pardinho Recuperados 3 km de estrada rural 2008 R$ 261.000,00
Paulistânia Recuperados 3,80 km de estrada municipal - 5ª Fase 2008 R$ 296.000,00
Pedrinhas Paulista Recuperados 5 km de estrada rural – 3ª Fase 2007 R$ 318.000,00
Platina Recuperados 6,10 km de estrada municipal – 2ª Fase - R$ 358.000,00

244
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Plano de Bacia

Período 2007 - 2014


Município Ano
Descrição Custo
conclusão
Pratânia Recuperados 5,02 km de estrada municipal – 3ª Fase 2009 R$ 434.000,00
Quatá Recuperados 5,15 km de estrada municipal - 2ª Fase 2008 R$ 325.000,00
Recuperados 4,60 km de estradas municipais - 6ª
Rancharia 2007 R$ 296.000,00
Fase
Ribeirão do Sul Recuperados 6 km de estrada municipal - 2ª Fase - R$ 341.000,00
Salto Grande Recuperados 6 km de estrada rural - 1ª Fase - R$ 512.000,00
Santa Cruz do Rio Recuperados 4,40 km de estradas municipais - 3ª
2010 R$ 324.000,00
Pardo Fase
Recuperados 5,21 km de estradas municipais - 5ª
São Pedro do Turvo - R$ 318.000,00
Fase
Tarumã Recuperados 4,8 km de estrada municipal - 3ª Fase 2008 R$ 304.000,00
Ubirajara Recuperados 5,00 km de estrada rural – 3ª Fase 2008 R$ 358.000,00
TOTAL R$ 16.142.000,00
Fonte: Relatório de obras e ações dos municípios - período 2000-2014.

7) Projeto Ambiental Estratégico Aquíferos

O programa Aquífero do Estado de São Paulo coordenado pela Secretaria do Meio


Ambiente tem como principal objetivo promover a proteção dos aquíferos do Estado de São
Paulo identificando as áreas críticas e sensíveis em termos de qualidade e quantidade. As
metas a serem cumpridas pelo programa são: elaborar e implementar instrumentos e
procedimentos para gestão, utilização e proteção das águas subterrâneas; criar
procedimentos e normas para cadastro de empresas de perfuração de poços; integrar a
rede de monitoramento da qualidade e quantidade das águas subterrâneas; executar ações
de educação ambiental. A Figura 143 apresenta a síntese do Projeto Aquífero.

Figura 143. Síntese das atividades do Projeto Aquíferos.


Fonte: IG, 2011.

Já foram realizadas algumas ações para cumprimento das metas propostas:


diagnóstico ambiental para subsídio ao Plano de Desenvolvimento e Proteção ambiental da
área de afloramento do Aquífero Guarani no Estado de São Paulo (na UGRHI-17 ocorre
uma “janela” geológica nos basaltos colocando os sedimentos do SAG em contato direto

245
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

com a superfície, em uma área inferior a 100 km2); regionalização de diretrizes de utilização
e proteção das águas subterrâneas – fase 1 – bacias do Oeste foi iniciado em 2010; roteiro
orientativo para delimitação de área de proteção de poço; plano de ação – enfrentamento da
contaminação por nitrato nas águas subterrâneas do sistema Aquífero Bauru; proposta de
implantação do cadastro estadual das Empresas de perfuração de poços no Estado de São
Paulo; publicação de revistas e cadernos sobre aguas subterrâneas do Estado de São
Paulo; implementação da rede de monitoramento integrada de qualidade e quantidade das
águas subterrâneas (CETESB e DAEE); proposição de normas para áreas de alta
vulnerabilidade de aquíferos à poluição e proposição de diretrizes para o licenciamento de
empreendimentos nas áreas criticas pela Resolução SMA 14/2010; proposição do
anteprojeto de lei específica da área de proteção e recuperação de mananciais – APRM do
Aquífero Guarani, uma vez que a área de afloramento deste aquífero se caracteriza como
manancial de interesse regional; realização de cursos para capacitação de agentes técnicos
envolvidos na gestão de recursos hídricos subterrâneos.

Ações futuras na UGRHI-17: (i) internalizar o sistema de regionalização de


diretrizes de utilização e proteção das águas subterrâneas nos procedimentos de gestão dos
recursos hídricos no CBH e instalar uma rotina de alimentação e atualização de dados
compatível com o GISAT, que é um sistema integrado de outorga, utilizado pelo DAEE; (ii)
ampliar a rede de monitoramento de qualidade de águas subterrâneas.

8) Programa Proteção e recuperação de nascentes

O programa de proteção e recuperação de nascente “adote uma nascente” tem


como objetivo incentivar a proteção dos recursos hídricos por meio da identificação,
cadastro e compromisso de proteção de nascentes. É um programa da Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) – Adote uma Nascente.

Os proprietários de qualquer município do Estado de São Paulo, que tiver uma


nascente em sua propriedade pode disponibilizar a área para ser adotada por outra pessoa
ou entidade, para garantir a proteção, manutenção ou recuperação da vegetação em seu
entorno. O processo de adoção da nascente é feito pelo site da Secretaria do Meio
Ambiente, através de um cadastro e, assim, obter informações do que é necessário para
recuperação e proteção da mesma.

O Programa busca prioritariamente apoio empresarial para o financiamento da


proteção das nascentes. A nascente que se pretende proteger pode estar na propriedade do
próprio empresário ou em terras públicas ou mesmo em terras de outra pessoa, mas mesmo
assim, um empresário pode ser propor a adotar uma área de importância para a região ou

246
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Plano de Bacia

município de sua escolha. Além disso, existe a possibilidade de obtenção de financiamento


para projetos, devidamente aprovados pelos Comitês de Bacias Hidrográficas, com recursos
do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO.

A Secretaria do Meio Ambiente não disponibiliza dados para consulta de como esse
programa está sendo aplicado nos municípios da UGRHI – 17.

9) Programa Nascentes

Instituído em 5 de junho de 2014, pelo Decreto nº 60.521, o Programa tem o


objetivo básico de ampliar a proteção e conservação dos recursos hídricos e da
biodiversidade, por meio da otimização e direcionamento de investimentos públicos e
privados para proteção e recuperação de matas ciliares, nascentes e olhos-d’água; para
proteção de áreas de recarga de aquífero; para ampliação da cobertura de vegetação nativa
em mananciais, especialmente a montante de pontos de captação para abastecimento
público; para plantios de árvores nativas e melhoria do manejo de sistemas produtivos em
bacias formadoras de mananciais de água.
O programa nascentes alia a conservação de recursos hídricos à proteção da
biodiversidade por meio de uma estrutura institucional inovadora. O programa de governo,
que envolve 12 secretarias do estado otimiza e direciona investimentos públicos e privados
para cumprimento de obrigações legais, para compensação de emissões de carbono ou
redução da pegada hídrica, ou ainda para implantação de projetos de restauração
voluntários (SMA, 2016).
O programa une especialistas em restauração, empreendedores com obrigações de
recuperação a serem cumpridas e possuidores de áreas com necessidade de recomposição
da vegetação nativa.
Os objetivos do programa são: 1) Ampliar a proteção e conservação dos recursos
hídricos e da biodiversidade, protegendo e recuperando matas ciliares, nascentes e olhos
d´água; protegendo áreas de recarga de aquífero; ampliando a cobertura de vegetação
nativa em mananciais, especialmente a montante de pontos de captação para
abastecimento público; e estimulando o plantio de árvores nativas, além da melhoria do
manejo de sistemas produtivos em bacias formadoras de mananciais de água; 2) contribuir
para a conservação dos recursos hídricos visando a segurança pública; 3) conservar os
recursos hídricos em áreas rurais e urbanas, voltada a assegurar o uso múltiplo das águas,
priorizando-se o abastecimento público.

247
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Plano de Bacia

Desde o início do programa, foram realizados plantios em áreas prioritárias de 80


municípios no Estado de São Paulo. A Figura 144 apresenta os municípios da UGRHI-17
que já foram contemplados com áreas nesse projeto.

Figura ilustrativa

Figura 144 Municípios da UGRHI-17 com áreas inseridas no programa nascentes.

10) Projeto Mina d’água

O Projeto Mina d’água é o primeiro projeto de Pagamento por serviços ambientais


(PSA) instituído pelo Governo do Estado de São Paulo, em acordo com a Política Estadual
de Mudanças Climáticas (Lei n.º 13.798/09) (SMA, 2014). O projeto tem como objetivo a
proteção de nascentes em mananciais de abastecimento público por meio de incentivos
econômicos a politicas voluntárias de redução de desmatamento e proteção ambiental.

Os proprietários rurais que adotarem práticas para a proteção e a recuperação da


vegetação de nascentes poderão ser remunerados pelos serviços ambientais que essas
nascentes prestam à sociedade. Os produtores rurais selecionados poderão receber até
R$300,00 por nascente ao ano e participar com até 4 nascentes, desde que executem as
ações determinadas para sua proteção. A nascente é valorada de acordo com o estado da
vegetação no seu entorno e a sua importância para o abastecimento do município. Quanto
melhor for a conservação da vegetação no entorno da nascente e mais importante ela for
para o abastecimento, maior será o valor do pagamento (SMA, 2014).

O projeto foi concebido para ser desenvolvido em parceria com 21 municípios do


Estado de São Paulo, sendo que, na UGRHI – 17, o município selecionado foi Assis.

248
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Plano de Bacia

11) ICMS Ecológico

O ICMS Ecológico é um mecanismo tributário que possibilita os municípios acesso


a parcelas maiores que àquelas que já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados
pelos Estados através do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, em
razão do atendimento de determinados critérios ambientais estabelecidos em leis estaduais.
É uma introdução de novos critérios para redistribuição de recursos do ICMS que reflete o
nível da atividade econômica nos municípios junto com a preservação do meio ambiente (O
ECO, 2014).

A Lei Estadual 8.510/1993 estabelece que uma percentagem de 0,5% dos recursos
financeiros do ICMS deve ser destinada aos municípios que possuem Unidades de
Conservação e outros 0,5% aos municípios que possuem reservatórios de água destinados
a geração de energia elétrica (ambas as condições encontradas na UGRHI 17).

Os municípios que preservam suas florestas e conservam sua biodiversidade


ganham uma pontuação maior nos critérios de repasse e recebem recursos financeiros a
título de compensação pelas áreas destinadas à conservação, e, ao mesmo tempo, um
incentivo para a manutenção e criação de novas áreas para a conservação da
biodiversidade. Nesse sentido, o ICMS Ecológico é uma forma de Pagamento por Serviços
Ambientais pela conservação de biodiversidade.

No ano de 2015, a estimativa de valores repassados aos municípios da UGRHI-17,


foi de aproximadamente 2,5 milhões de reais para oito municípios, são eles: Águas de Santa
Bárbara (R$ 320.888,48), Alvinlândia (R$ 66.606,68), Assis (R$ 293.192,47), Avaré (R$
397.714,45), Duartina (R$ 138.063,74), Gália (R$ 373.224,17) Itatinga (R$604.402,68) e
Pardinho (R$ 253.114,15).

12) Planos Diretores Municipais

O Plano Diretor Municipal é um documento que regulamenta o planejamento e


ordenamento do território do município, é o instrumento básico de um processo de
planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano (ABNT,
1991).

Através do estabelecimento de princípios, diretrizes e normas, o plano fornece


orientações para as ações que, de alguma maneira, influenciam no desenvolvimento
urbano. Essas ações podem ser desde a abertura de uma nova avenida, até a construção

249
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Plano de Bacia

de uma nova residência, ou a implantação de uma estação de tratamento de esgoto, ou a


reurbanização de uma favela.

Segundo dados do IBGE, divulgados no ano de 2013 (Pesquisa de informações


básicas municipais), e informações disponíveis juntos aos municípios, somente Assis,
Cândido Mota, Maracaí, Ourinhos, Palmital e Rancharia possuem o Plano Diretor Municipal
aprovado pela Lei n. 2.737/03. Os demais municípios não possuem Plano Diretor ou versão
semelhante, conforme pode ser observado na Figura 145.

Figura ilustrativa

Figura 145 Municípios da UGRHI-17 em relação ao Plano Diretor.


Fonte: IBGE, 2013 e municípios, 2014.

13) Planos Municipais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

A Politica Nacional de Resíduos Sólidos do Brasil tem nos Planos de Resíduos


Sólidos um forte instrumento de aplicação da Lei 12.305/2010. Os Planos devem ser
elaborados por todos os municípios com o objetivo de definir objetivos específicos e metas
para evoluir a situação atual para a situação desejada sobre os resíduos sólidos.

A diretriz que norteia o Plano é a observação da seguinte ordem de prioridade: a


não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Os municípios que possuem um
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos são os municípios em destaque, conforme
pode ser observado na Figura 146.

250
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 146. Municípios da UGRHI-17 em relação ao Plano Municipal de Gerenciamento de


Resíduos Sólidos.

Ainda, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) fez um levantamento em 2015 sobre o


cumprimento da elaboração do PMGIRS por parte dos municípios, bem como sobre o local
onde é feita a disposição final da maior parte dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
produzidos.

Apenas quatro municípios não haviam entregado o PMGIRS na época. Destes


municípios, dois (Espírito Santo do Turvo e Lupércio) responderam aos questionários
realizados para este trabalho e atualmente possuem o PMGIRS.

Todos os Planos apontados no levantamento do MMA (Quadro 119) abrangem


apenas os municípios como unidades, não tendo sido feito nenhum Plano Intermunicipal,
ainda que esta seja uma questão que requer cooperação entre gestões públicas para ser
resolvida. A grande parte dos municípios faz a disposição final da maioria dos RSU em seu
próprio território, contabilizando apenas 25% dos municípios com disposição em áreas
aquém suas divisas.

Por último, todos os municípios fazem a disposição final em Aterro Sanitário, o que
não implica em uma boa avaliação da UGRHI, uma vez que esse dado considera
exclusivamente a maior parte dos RSU, não sua totalidade. Assim, ainda que em menor
quantidade, há muita disposição inadequada de resíduos (lixões, terrenos baldios, margens
de cursos d’água etc).

251
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 119. Situação dos Resíduos Sólidos na UGRHI 17


PMGIRS Disposição final dos RSU
Municípios - UGRHI Possui o Abrange apenas É feita no próprio
Aterro
17 Plano? esse município? município?
Sim Não Sim Não aplica Controlado Sanitário Sim Não
Águas de Sta. Bárbara x x x x
Alvinlândia x x x x
Assis x x x x
Avaré x x x x
Cabrália Paulista x x x x
Campos Novos
x x x x
Paulista
Cândido Mota x x x x
Canitar x x x x
Cerqueira César x x x x
Chavantes x x x x
Cruzália x x x x
Duartina x x x x
Echaporã x x x x
Espirito Santo do Turvo x x x x
Fernão x x x x
Florínea x x x x
Gália x x x x
Iaras x x x x
Ibirarema x x x x
Itatinga x x x x
João Ramalho x x x x
Lucianópolis x x x x
Lupércio x x x x
Maracaí x x x x
Ocauçu x x x x
Óleo x x x x
Ourinhos x x x x
Palmital x x x x
Paraguaçu Paulista x x x x
Pardinho x x x x
Paulistânia x x x x
Pedrinhas Paulista x x x x
Platina x x x x
Pratânia x x x x
Quatá x x x x
Rancharia x x x x
Ribeirão do Sul x x x x
Salto Grande x x x x
Sta. Cruz do Rio Pardo x x x x

252
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

PMGIRS Disposição final dos RSU


Municípios - UGRHI Possui o Abrange apenas É feita no próprio
Aterro
17 Plano? esse município? município?
Sim Não Sim Não aplica Controlado Sanitário Sim Não
São Pedro do Turvo x x x x
Tarumã x x x x
Ubirajara x x x x
TOTAL 38 4 38 4 0 42 32 10
Fonte: Ministério do Meio Ambiente, 2015.

14) Planos Municipais de Saneamento Básico

O Plano de Saneamento básico (PMSB) tem como objetivo a universalização do


serviço público de saneamento básico dos municípios, com serviços e produtos de
qualidade, visando à melhoria nas condições ambientais e qualidade de vida da população.
Abrangem os serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário, a
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e a drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas, conforme previsto na Lei Federal n. 11.445 de 05/01/07.

O plano define basicamente os objetivos, os princípios, as diretrizes, o plano de


metas e os respectivos programas e projetos, os recursos orçamentários, os instrumentos
de monitoramento e os mecanismos de participação social.

Segundo dados da Secretaria de Saneamento do Estado de São Paulo, os planos


de saneamento básico dos municípios da UGRHI-17 foram contratados e serão
desenvolvidas por uma empresa de consultoria, contratada pelo Estado, por meio do
Decreto nº 61.825 de fevereiro de 2016. Os trabalhos relativos aos planos de saneamento
nos municípios da UGRHI 17 tiveram início em abril de 2017. Os municípios contemplados
com o PMSB estão apresentados na Figura 147. Os municípios destacados em verde são
municípios que já realizaram o plano de saneamento com outras fontes de recursos.

253
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 147. Municípios da UGRHI-17 em relação ao Plano de Saneamento.


Fonte: SSRH, 2017.

Além dos objetivos citados acima, o PMSB deve ser compatível e integrado às
demais políticas, planos e disciplinamentos do município relacionados ao gerenciamento do
espaço urbano e contribuir para o desenvolvimento sustentável do ambiente urbano;
assegurar a efetiva participação da população nos processos de elaboração, implantação,
avaliação e manutenção do PMSB; assegurar que a aplicação dos recursos financeiros
administrados pelo poder público se dê segundo critérios de promoção de salubridade
ambiental, da maximização da relação benefício-custo e de maior retorno social interno;
estabelecer mecanismos de regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico;
utilizar indicadores dos serviços de saneamento básico no planejamento, implementação e
avaliação da eficácia das ações em saneamento; promover a organização, o planejamento e
o desenvolvimento do setor de saneamento, com ênfase na capacitação gerencial e na
formação de recursos humanos, considerando as especificidades locais e as demandas da
população; promover o aperfeiçoamento institucional e tecnológico do município, visando
assegurar a adoção de mecanismos adequados ao planejamento, implantação,
monitoramento, operação, recuperação, manutenção preventiva, melhoria e atualização dos
sistemas integrantes dos serviços públicos de saneamento básico.

15) Empreendimentos previstos sujeitos a Estudos de Impacto Ambiental na UGRHI-


17

A Câmara técnica de Planejamento, Avaliação e Saneamento – CT-PAS tem como


uma das atribuições a elaboração de pareceres técnicos de interesse do CBH-MP,

254
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

especialmente nas ações, projetos e obras que tenham relação com o planejamento,
desenvolvimento regional, integrando águas subterrâneas e superficiais, empreendimentos
que apresentam correlação com a disponibilidade, demanda ou qualidade dos recursos
hídricos da UGRHI-17.

Durante o período de 2009 a 2015, foram analisados alguns estudos de


empreendimentos a serem implantados no território pertencente à UGRHI-17, e foram
elaborados pareceres técnicos por parte da CT-PAS, conforme segue:

• Licença prévia implantação industrial e agrícola da Usina Luis Dirceu Bovi – município de
Ocauçu;
A ampliação da Usina será das áreas de cana em áreas rurais dos municípios de
Paraguaçu Paulista, Assis, Platina, Echaporã, Lutécia, Oscar Bressane e Campos Novos
Paulista.
• Parecer técnico 005/2012 - Licença prévia para implantação industrial e expansão
agrícola da Raízen Paraguaçu Paulista S.A – município de Paraguaçu Paulista;
Expansão da área agrícola nos municípios de Paraguaçu Paulista, Assis, Platina,
Echaporã, Lutécia, Oscar Bressane, Campos Novos Paulista.
• Parecer técnico 004/2012 - Licença prévia para ampliação industrial e agrícola da Usina
COSAN – Unidade Ipaussu – município de Ipaussu;
Expansão das áreas de cana e aumento da área industrial. O Médio Paranapanema
sofrerá influência sobre expansão de áreas de plantio de cana de açúcar.
• Parecer técnico 003/2012 - Licença prévia para ampliação industrial e agrícola da Usina
TGM Indústria e Comercio de Aguardente Ltda. – município de Cerqueira César;
Aumento das áreas de cana e aumento da área industrial. O Médio Paranapanema
sofrerá influência sobre expansão de áreas de plantio de cana de açúcar.
• Parecer técnico 002/2012 – Ampliação industrial e agrícola da Lwarcel Celulose Ltda,
município de Lençois Paulista;
A influência na área da UGRHI-17 será na ampliação da área de silvicultura.
• Parecer técnico 001/2012 - Ampliação industrial e agrícola da Usina Açucareira Furlan
S/A – município de Avaré;
Aumento das áreas de cana e aumento da área industrial, não haverá aumento de
consumo de água nem de geração de efluentes.
• Parecer técnico 002/2011 - Ampliação industrial e agrícola da Usina Rio Pardo S/A –
município de Cerqueira César;
Ampliação da Usina Rio Pardo será das áreas de cana e também de produção industrial,
aumentando a captação de água e a geração de efluentes;

255
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

• Licenciamento prévio para implantação da Central de Gerenciamento de Resíduos CGR


Piratininga, no município de Piratininga.
Instalação de um aterro de resíduos sólidos urbanos e industriais a ser instalado na área
da UGRHI-17, às margens do Córrego São Miguel. É uma área de cabeceiras com baixa
disponibilidade hídrica superficial e região de ocorrência do aquífero livre Bauru.
• Instalação de três Pequenas Centrais Elétricas (PCH) no Rio Pardo, Unidade de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Médio Paranapanema;
• Ampliação da Usina Açucareira São Manuel S/A, no município de São Manuel – SP;
• Expansão da Usina abrangendo áreas de cinco municípios: São Manuel, Areiópolis,
Pratânia, Botucatu e Igaraçu do Tietê. A expansão será da área industrial e também da
área agrícola. No Médio Paranapanema as intervenções são relacionadas a ampliação
de duas pequenas áreas agrícolas.
• Instalação do EMPREENDIMENTO CONSTROLEO LUBRIFICANTES LTDA, no
município de Gália;
Implantação da Indústria de Re-refino de óleos lubrificantes, no município de Gália. O
processo industrial a ser utilizado prevê a produção de resíduos sólidos, líquidos e
gasosos que, entretanto, deverão ser devidamente tratados como forma de reduzir e/ou
evitar possíveis contaminações e/ou degradação dos recursos naturais (solos, ar, cursos
d’água, etc.).

• Instalação do Loteamento Residencial Parque Trianon, no município de Ourinhos.


• Empreendimento com fins residenciais, que será instalado na sub-bacia do rio Pardo com
seus maiores problemas relacionados a tratamento de esgotos e disposição de resíduos
sólidos sendo de forma adequada, não interferindo nos recursos hídricos.

16) Abastecimento da Macro metrópole Paulista

Dentre as alternativas que a Sabesp avaliou em 2008, de forma muito preliminar,


constam as diretrizes para uma possível utilização da represa Jurumirim, situada na região
do Alto Paranapanema, visando o abastecimento de água das cidades situadas ao longo da
Rodovia Presidente Castelo Branco, operadas ou não pela Sabesp, e do extremo oeste da
RMSP. Haveria, para esta finalidade, um Macro Sistema de Adução, constituído por um
Sistema de Adução Principal (SAP), ao longo da Rodovia Castelo Branco (desde as
imediações da captação na represa Jurumirim, a uma distância em torno de 220 km da
RMSP), e por ramais que derivariam desse sistema principal para o atendimento das
cidades consideradas no estudo. Foram considerados vários cenários e alternativas, tanto
de demandas quanto de condições de atendimento destes municípios, o que permitiu uma

256
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

avaliação preliminar de custos de investimentos totais (captação e tratamento, adução e


sistemas de bombeamento, principais e secundários) para o atendimento das demandas de
água até o horizonte de projeto de 2035.

O sistema proposto preliminarmente prevê a captação de água bruta na represa de


Jurumirim (na cota 563,85 m), recalque para a estação de tratamento de água situada nas
margens da represa na cota 600,00 m e adução através do Sistema de Adução Principal. O
trecho inicial do sistema adutor até atingir a Rodovia Castelo Branco segue direto passando
por Bofete, representando um desnível geométrico da ordem de 100 m. Para os pontos de
entrega d’água tratada, em cada localidade, operada ou não pela Sabesp, foram
considerados os limites de cada área urbana. Para a RMSP o ponto de entrega d’água foi
estabelecido como sendo a ETA Baixo Cotia. Como premissas foram consideradas duas
hipóteses de vazão de adução: 6,0 e 8,0 m³/s, com atendimento da demanda complementar
ou da demanda total para os municípios operados e da demanda complementar dos
municípios não operados pela Sabesp.

Apesar desta alternativa de abastecimento se localizar na UGRHI14-Alto


Paranapanema, esta eventual retirada de águas da represa causará uma redução da
disponibilidade hídrica também da UGRHI-17, que também faz uso das águas do Rio
Paranapanema.

257
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Plano de Bacia

5.2 CENÁRIO DE PLANEJAMENTO

Segundo a Deliberação 146/2012, o cenário de planejamento do Plano de Bacia


hidrográfica fundamenta-se no confronto entre as disponibilidades e as tendências de
evolução das demandas hídricas, considerando que as condições socioeconômicas não
sofrerão alterações significativas no horizonte de planejamento estabelecido. Os dados
desse cenário têm correlação direta com os dados do diagnóstico, porém retratando a
tendência de evolução.

O objetivo principal da elaboração de cenários de planejamento é identificar, a partir


da expansão demográfica e econômica, o padrão de evolução das demandas hídricas, para
os diferentes tipos de uso da água e para os serviços de saneamento, visando ao
planejamento da infraestrutura e das ações necessárias para mitigar ou evitar seus impactos
diretos e indiretos nos recursos hídricos (CRH, 2012).

As projeções e respectivas análises são contempladas nos próximos itens deste


capítulo. A montagem do plano de ação para gestão dos recursos hídricos da UGRHI 17
considera os intervalos de curto (2016-2019), médio (2020-2023) e longo prazo (2024-2027)
compatível com o Plano Plurianual estadual PPA.

5.2.1 Concepção e Formulação dos Cenários de Planejamento

Estabelecer cenários de planejamento para a Bacia do Médio Paranapanema tem


por objetivo apontar as principais possibilidades de evolução da bacia de modo a identificar
e estimar o futuro dos recursos hídricos. A partir dos dados do diagnóstico realizado, e,
através de reuniões de discussão e oficinas de trabalho, foram desenvolvidos três cenários
de planejamento para o plano de bacias da UGRHI -17:

1. Cenário recessivo – este cenário tem a premissa de assumir hipótese de redução


de crescimento econômico resultante de conjunturas macroeconômicas,
instabilidades políticos-econômicas, e uma conjugação de fatores negativos para o
crescimento econômico.

2. Cenário tendencial – este cenário tem a premissa da permanência das condições


socioeconômicas da realidade existente. Nesse cenário, as demandas atuais,
determinadas no diagnóstico, foram projetadas mediante a aplicação de taxas e
índices oficiais federais e estaduais relativos ao crescimento demográfico, econômico
e setores usuários.

3. Cenário acelerado - este cenário tem a premissa de assumir hipótese de aceleração


de crescimento econômico resultante de conjunturas macroeconômicas,

258
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Plano de Bacia

estabelecimento de incentivos fiscais regionais ou setoriais, e uma conjugação de


fatores positivos para o crescimento econômico.

5.2.1.1 Premissas adotadas nos cenários de planejamento

Para que todas as projeções adotadas nos cenários tenham validade e sejam
condizentes com a realidade local, elaborou-se um processo de consulta pública, através da
realização de três oficinas setoriais em diferentes municípios da UGRHI (Assis, Ourinhos e
Pardinho). A partir destas consultas e também com o apoio da CT-PAS, definiu-se o padrão
de comportamento para cada índice estudado, sob os diferentes cenários de planejamento.
Os coeficientes estudados são apresentados a seguir:

a) Sócio Economia

População Total: para o cenário tendencial, espera-se a manutenção da TGCA registrada


nos últimos 5 anos (0,6 % a.a.). No cenário acelerado, estima-se um incremento de 50% das
taxas de crescimento e no cenário recessivo espera-se uma redução da taxa de crescimento
registrada nos municípios.

População Urbana: para o cenário tendencial, espera-se uma manutenção da taxa de


migração da população rural para a área urbana. No cenário acelerado, espera-se um
aumento de 50% nesta taxa, enquanto que em um cenário recessivo espera-se uma
redução nesta taxa de migração. Ressalta-se que em todos os cenários, a população rural
tende a diminuir ao longo do tempo.

b) Demandas de água

A estimativa para as demandas de água para os diferentes tipos de usuários


(urbano, industrial, rural e outros usos) seguiu diferentes critérios, respeitando as
particularidades de cada uso:

Demanda urbana: as estimativas de demanda urbana são baseadas exclusivamente da


população urbana, isto é, sua evolução ao longo do tempo varia linearmente em
consonância à variação da população urbana estimada para cada um dos cenários.

Demanda industrial: as estimativas de demanda futuras são baseadas nas projeções do n°


de estabelecimentos industriais projetados em cada cenário, ou seja, convencionou-se que
a variação da demanda é proporcional ao crescimento do número de indústrias.

Demanda rural: na demanda rural, onde estão inclusos o consumo de irrigação, a previsão
apresenta alguns componentes que dificultam a previsibilidade do tema, uma vez que a
expansão da irrigação depende apenas de fatores econômicos e de mercado. Desta forma,
condicionou-se que no cenário tendencial, o crescimento da demanda seguirá a tendência
dos últimos 5 anos (crescimento lento e gradual), enquanto que no cenário acelerado a

259
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Plano de Bacia

demanda dobra em relação à demanda atual e no cenário recessivo a demanda é reduzida


em 50%.

c) Saneamento

Para os índices de saneamento, foram estabelecidas algumas regras de evolução


dos indicadores a serem alcançados para cada um dos cenários, conforme apresentado no
Quadro 120.

Quadro 120. Critérios para as projeções de saneamento.

INDICADOR CENÁRIO REGRA

Recessivo Manter valores atuais


PERDAS Tendencial Diminuição de 2,5% do índice de perdas dos municípios
Acelerado Diminuir 5% do índice de perdas dos municípios

Recessivo Diminuição proporcional ao aumento da população


COLETA DE
ESGOTO Tendencial Mesmo índice de 2015
100% de coleta em todos os municípios - ref. à
Acelerado
população urbana
Índice de todos os municípios ate 80% - cai
Recessivo
proporcional para todos os municípios

TRATAMENTO Tendencial Mantém os índices atuais

Acelerado Índice sobe 5% para todos os municípios

Índice de todos os municípios até 80% - cai


Recessivo
proporcional para todos os municípios
EFICIENCIA
Tendencial Mantém os índices atuais
TRATAMENTO
Acelerado Índice sobe 5% para todos os municípios

d) Balanço Hídrico

Para a elaboração do balanço hídrico, a disponibilidade hídrica manteve-se estável,


uma vez que não estão previstas obras que afetem a disponibilidade hídrica na UGRHI.
Sendo assim foram elaborados os balanços hídricos considerando a disponibilidade
apresentada no diagnóstico e as projeções de demanda segundo os critérios já
apresentados.

260
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5.2.2 Dinâmica Socioeconômica

Este item apresenta as tendências de evolução demográfica e econômica, indicando


suas implicações para as demandas hídricas.

5.2.2.1 População

As projeções populacionais são essenciais para orientação de políticas públicas e


planejamento de uma região. Estas informações viabilizam análises de demanda de
serviços públicos, como fornecimento de água para abastecimento, esgotos, entre outros.

As projeções referentes à população são apresentadas no Quadro 121 e na Figura


148. As projeções foram obtidas a partir das informações disponíveis no “Sistema Seade de
Projeções Populacionais” para os anos de interesse para o planejamento deste Plano de
Bacia. Estima-se que no ano de 2027 (final do horizonte para ações de longo prazo) a
população total da UGRHI-17 seja de 730.192 habitantes, apresentando um crescimento
total de 6,77% em relação à população de 2015, num cenário tendencial.

261
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Quadro 121. Dados demográficos da UGRHI 17 por município.


TGCA Cenário Recessivo Cenário Acelerado
Cenário Tendencial 2010/2016
Município
2015 2019 2023 2027 (Em % a.a.) 2019 2023 2027 2019 2023 2027
Águas de Santa Bárbara 5.801 5.906 6.049 6.196 0,60 5.848 5.912 5.976 5.959 5.959 6.402
Alvinlândia 3.109 3.165 3.242 3.320 0,60 3.134 3.168 3.203 3.194 3.194 3.431
Assis 99.001 101.034 103.811 106.663 0,68 99.913 101.141 102.385 101.940 101.940 110.212
Avaré 85.810 87.312 89.355 91.446 0,58 86.484 87.390 88.306 88.095 88.095 94.492
Cabrália Paulista 4.319 4.296 4.265 4.234 -0,18 4.309 4.295 4.281 4.335 4.335 4.376
Campos Novos Paulista 4.705 4.792 4.910 5.031 0,61 4.744 4.796 4.849 4.835 4.835 5.198
Cândido Mota 29.976 30.021 30.081 30.141 0,05 29.996 30.023 30.050 30.292 30.292 31.150
Canitar 4.736 4.935 5.213 5.507 1,38 4.825 4.946 5.070 4.979 4.979 5.689
Cerqueira César 18.553 19.098 19.850 20.631 0,97 18.797 19.127 19.464 19.269 19.269 21.316
Chavantes 12.179 12.212 12.256 12.300 0,09 12.194 12.214 12.233 12.322 12.322 12.712
Cruzália 2.172 2.122 2.056 1.993 -0,78 2.149 2.119 2.090 2.141 2.141 2.060
Duartina 12.088 12.005 11.895 11.786 -0,23 12.051 12.001 11.951 12.113 12.113 12.181
Echaporã 6.253 6.219 6.175 6.130 -0,18 6.238 6.218 6.198 6.276 6.276 6.336
Espirito Santo do Turvo 4.573 4.749 4.995 5.254 1,27 4.652 4.759 4.869 4.792 4.792 5.428
Fernão 1.613 1.639 1.675 1.711 0,54 1.625 1.641 1.657 1.654 1.654 1.768
Florínea 2.740 2.696 2.638 2.582 -0,54 2.720 2.694 2.668 2.720 2.720 2.669
Gália 6.696 6.541 6.339 6.143 -0,78 6.626 6.533 6.442 6.600 6.600 6.351
Iaras 6.677 6.853 7.094 7.345 0,87 6.756 6.862 6.970 6.914 6.914 7.588
Ibirarema 7.197 7.450 7.802 8.170 1,16 7.310 7.464 7.621 7.517 7.517 8.441
Itatinga 19.528 20.324 21.435 22.607 1,34 19.883 20.367 20.863 20.505 20.505 23.354
João Ramalho 4.290 4.364 4.464 4.567 0,57 4.323 4.368 4.413 4.403 4.403 4.719
Lucianópolis 2.251 2.252 2.254 2.256 0,02 2.252 2.252 2.253 2.273 2.273 2.332
Lupércio 4.393 4.414 4.442 4.471 0,16 4.402 4.415 4.428 4.454 4.454 4.620
Maracaí 13.457 13.522 13.608 13.696 0,16 13.486 13.525 13.564 13.644 13.644 14.154
Ocauçu 4.150 4.144 4.135 4.127 -0,05 4.147 4.143 4.140 4.181 4.181 4.266

262
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Plano de Bacia

TGCA Cenário Recessivo Cenário Acelerado


Cenário Tendencial 2010/2016
Município
2015 2019 2023 2027 (Em % a.a.) 2019 2023 2027 2019 2023 2027
Óleo 2.572 2.521 2.456 2.391 -0,66 2.549 2.519 2.489 2.544 2.544 2.472
Ourinhos 107.616 110.023 113.316 116.707 0,74 108.695 110.150 111.624 111.009 111.009 120.588
Palmital 21.446 21.581 21.763 21.947 0,21 21.507 21.588 21.670 21.776 21.776 22.680
Paraguaçu Paulista 43.447 44.049 44.865 45.697 0,46 43.717 44.080 44.447 44.445 44.445 47.220
Pardinho 6.064 6.324 6.688 7.074 1,41 6.180 6.339 6.501 6.380 6.380 7.307
Paulistânia 1.775 1.773 1.770 1.767 -0,04 1.774 1.773 1.771 1.789 1.789 1.826
Pedrinhas Paulista 2.983 3.005 3.036 3.066 0,25 2.993 3.007 3.020 3.032 3.032 3.169
Platina 3.378 3.476 3.612 3.752 0,96 3.422 3.481 3.542 3.507 3.507 3.877
Pratânia 4.926 5.101 5.344 5.598 1,17 5.004 5.110 5.219 5.146 5.146 5.784
Quatá 13.488 13.851 14.351 14.869 0,89 13.651 13.871 14.094 13.975 13.975 15.362
Rancharia 28.809 28.809 28.809 28.809 0,00 28.809 28.809 28.809 29.069 29.069 29.774
Ribeirão do Sul 4.383 4.352 4.310 4.269 -0,24 4.369 4.350 4.331 4.391 4.391 4.412
Salto Grande 8.962 9.051 9.171 9.293 0,33 9.002 9.056 9.109 9.132 9.132 9.603
Santa Cruz do Rio Pardo 45.235 45.917 46.842 47.786 0,50 45.541 45.952 46.367 46.329 46.329 49.379
São Pedro do Turvo 7.289 7.337 7.402 7.467 0,22 7.311 7.340 7.369 7.403 7.403 7.717
Tarumã 14.059 14.697 15.593 16.543 1,49 14.344 14.732 15.131 14.828 14.828 17.089
Ubirajara 4.570 4.644 4.746 4.849 0,54 4.603 4.648 4.694 4.686 4.686 5.010
Total da UGRHI 17 687.269 698.577 714.113 730.192 0,562 692.334 699.178 706.129 704.848 704.848 754.515
Fonte: SEADE, 2017.

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A projeção da população mostra que a bacia do Médio Paranapanema terá um


aumento de população de 6,77% no cenário tendencial o que implica em aumento da
demanda de água superficial e subterrânea; aumento da produção de efluentes e resíduos
sólidos; e, aumento das fontes de poluição difusa (essas projeções são demonstradas nos
itens seguintes).

Os municípios que apresentam a maior taxa de aumento de população relativa ao


número de habitantes são os municípios de Tarumã, Pardinho, Canitar, Itatinga e Espírito
Santo do Turvo, que terão crescimento maior que 15% da população atual (comparando o
período de 2015 – 2027), no cenário tendencial.

Figura ilustrativa

Figura 148. Projeção da população na UGRHI-17 nos três cenários.

A Figura 148 apresenta a projeção da população para o ano de 2027 nos três
cenários estudados. Observa-se que não há grandes mudanças na classificação dos
municípios de acordo com o crescimento/redução da população.

As projeções referentes à população urbana e rural são apresentadas no Quadro


122. As projeções foram obtidas a partir da projeção da população total e da taxa de
urbanização do ano de 2015 (SEADE, 2015). Num cenário tendencial, estima-se que no ano

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Plano de Bacia

de 2027 a população urbana da UGRHI-17 seja de 672.741 habitantes, representando 92%


da população total, e a população rural seja de 57.451 habitantes, representando apenas
8% da população total da UGRHI-17.

Quadro 122. Projeção da população urbana e rural da UGRHI 17.


UGRHI-17 2010 2015 2019 2023 2027
População urbana 606.861 629.546 643.255 657.748 672.741
População Rural 58.626 54.328 55.322 56.365 57.451
População total 665.487 683.874 698.577 714.113 730.192
Fonte: SEADE, 2016.

Figura 149. Projeção de população na UGRHI-17.

A Figura 150 e Figura 151 apresenta a comparação do crescimento da população


urbana e rural com relação aos cenários alternativos estudados. Nota-se que mesmo num
cenário recessivo, a população rural tende a diminuir. Isso, devido à migração da população
rural para áreas urbanas.

265
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Figura 150. Projeções da população urbana na UGRHI-17.

Figura 151. Projeções da população rural na UGRHI-17.

266
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5.2.2.2 Projeção da população por Sub-bacia

As Sub-bacias são consideradas de fundamental importância para o cálculo da


disponibilidade e demanda de água, bem como para o balanço hídrico. Também é
importante para estabelecimento de áreas criticas e a verificação das metas e ações
necessárias para o desenvolvimento sustentável.

Para a distribuição da população projetada por sub-bacia foram utilizados os anos de


2019, 2023 e 2027, que correspondem ao final dos quatro quadriênios adotados com base
no PPA do Estado, para o planejamento das metas e ações deste Plano. O Quadro 123
apresenta a projeção da população por sub-bacia.

Quadro 123. Projeção da população nas sub-bacias da UGRHI 17.


Projeção Projeção Projeção
Unidade de Planejamento População
população população população
Hídrico - UPH (2015)
(2019) (2023) (2027)
Capivara 210.376 206.519 211.111 215.865
Pardo 317.657 319.939 327.054 334.418
Pari / Novo 103.231 112.521 115.024 117.613
Turvo 52.611 59.598 60.924 62.295
Total UGRHI-17 683.874 698.577 714.113 730.191

Figura 152. Projeção de população nas UPHs da UGRHI-17.

A distribuição futura da população na UGRHI-17 indica que as Unidades de


Planejamento Hídrico – UPH-Pardo e UPH-Capivara continuarão sendo as sub-bacias cujo
número de habitantes é o maior dentre as outras, abrigando mais de 75% da população da
UGRHI-17, se comparadas à população atual (2015), conforme apresentado na Figura 135.
Comparando os resultados dos 3 cenários projetados, observa-se que não há grandes
impactos na população nas UPHs da UGRHI-17.

267
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5.2.2.3 Indicadores econômicos

Para a elaboração do prognóstico dos setores econômicos existentes na UGRHI-17,


foram utilizados os dados disponíveis nos relatórios de situação, onde se compara o
crescimento do número de estabelecimentos entre os anos. Foi utilizada para essa
“previsão”, a taxa de crescimento / diminuição dos estabelecimentos, comparando os anos
de 2010 a 2015. Para os cenários recessivo e acelerado, essa previsão foi calculada como
metade do crescimento normal, e 50% a mais do crescimento normal, respectivamente.

A distribuição do setor produtivo na bacia do Médio Paranapanema retratado pelo


Valor adicionado revela concentrações da atividade econômica no setor de serviços,
representando no ano de 2015, em média, 60% comparando com a atividade industrial e
agropecuária.

Em relação ao valor adicionado dos municípios da UGRHI-17, que em 2014 foi de R$


16.009.345,00, o setor agropecuário contribuiu, com 13% para sua formação, o setor
industrial contribuiu com 20% do produto regional, o setor de comércio e serviços, contribuiu
com 67% da sua produção na UGRHI-17, conforme dados disponibilizados pela Fundação
SEADE (2016).

No setor agropecuário na UGRHI-17 em 2010, haviam 3.535 estabelecimentos


ligados à agropecuária. No ano seguinte, houve um aumento de 20 edificações rurais,
passando a registrar 3.555 estabelecimentos. No entanto, a partir de 2012, esse número
começou a diminuir, passando para 3.402 estabelecimentos (decréscimo de 133) e, em
2015 para 3.414 (decréscimo de 12).

As projeções para o número de estabelecimentos no setor da agropecuária na


UGRHI-17 para o cenário tendencial estão demonstradas na Figura 153. Segundo essa
projeção, o setor da agropecuária, apresentou uma diminuição gradativa de 2011 a 2015 de
aproximadamente 3,42%.

Avaré é o município que registrou o maior número de estabelecimentos rurais, em


2015 (300 estabelecimentos). Em relação à projeção para o ano de 2027, ainda que
apresente uma queda de 5 empreendimentos, Avaré permanece como o município com
maior número de estabelecimentos rurais (294 empreendimentos).

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Figura 153. Projeção dos estabelecimentos no setor de agropecuária na UGRHI-17.

A Figura 154 apresenta a comparação dos três cenários estudados. Onde, no cenário
recessivo, o número de estabelecimentos no setor de agropecuária apresenta um
decréscimo maior, enquanto no cenário acelerado, onde aparentemente há uma “melhora”
na economia, há um aumento de números de estabelecimentos no setor.

Figura 154. Projeção dos estabelecimentos no setor de agropecuária nos três cenários na
UGRHI-17.

A queda do número de estabelecimentos agropecuários registrados no período entre


2010 e 2015, que resultou nos valores utilizados para as projeções futuras, também resultou

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numa redução de 5% no valor adicionado no setor agropecuário, entre os anos de 2010 e


2014.

Figura 155 Evolução do valor adicionado no setor de agropecuária na UGRHI-17.

Já no setor industrial, em 2010 estavam cadastrados 1.200 estabelecimentos,


constituídos por indústrias extrativas minerais e indústrias de transformação, onde nesse
ramo, na maioria das vezes, demanda volume mais significativo de água para a
transformação das matérias primas em produtos acabados ou semi-acabados. Em 2015,
houve um crescimento de 11,17% no setor da indústria, o que representa 134 novas
edificações industriais, totalizando 1.334 estabelecimentos.

A projeção para o período de planejamento do Plano de Bacia para o cenário


tendencial é apresentada na Figura 156. Observa-se que, em 2027 haverá um crescimento,
na UGRHI-17, para 1.599 estabelecimentos industriais. Ourinhos apresentava em 2015, o
maior número de estabelecimentos industriais (239 edificações), e, para 2027, continuará
sendo o município mais representativo nesse aspecto (293 estabelecimentos industriais,
representando 18,3% do total).

Cabe destacar que anualmente é constatada uma tendência de aumento gradativo do


nível de industrialização na UGRHI-17. Constatando um aumento de 20% comparando 2027
em relação à 2015.

270
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Figura 156. Projeção dos estabelecimentos no setor industrial na UGRHI-17.

A Figura 157 apresenta a comparação dos três cenários estudados. Onde, no cenário
recessivo, o número de estabelecimentos no setor industrial apresenta um aumento de
aproximadamente 10%, enquanto no cenário acelerado, onde aparentemente há uma
“melhora” na economia, há um aumento de números de estabelecimentos no setor industrial
de 30% comparando o ano de 2027 e 2015.

Figura 157. Projeção dos estabelecimentos no setor industrial nos três cenários na UGRHI-17.

271
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O setor de comércio e serviços, nos anos de 2010 e 2015, concentrou,


respectivamente, 71% e 74% dos estabelecimentos da UGRHI-17, podendo, inclusive, ser
observado ligeiro aumento na participação. Esse setor, em 2015, detinha 13.460
estabelecimentos. Destes, 55% é representado pelo setor de comércio e 45% pelo setor de
serviços. Entre 2010 e 2015, houve um aumento de aproximadamente 14% nestes setores
na UGRHI-17.

Figura 158. Projeção dos estabelecimentos no setor de comercio e serviços na UGRHI-17.

A projeção apresentada na Figura 158, para os estabelecimentos da UGRHI-17 para


o cenário tendencial, apresenta um crescimento gradual do número de estabelecimentos de
aproximadamente 24% comparando 2015 e 2027. Em 2027, está previsto um total de
16.672 estabelecimentos no setor de comércio e serviços. Desse total, 49% serão
representados pelo setor de serviços e, 51% representado pelo setor de comércio.

A Figura 159 apresenta a comparação dos três cenários estudados. Onde, no cenário
recessivo, o número de estabelecimentos no setor comércio e serviços apresenta um
aumento de aproximadamente 12%, enquanto no cenário acelerado, onde aparentemente
há uma “melhora” na economia, há um aumento de números de estabelecimentos no setor
de comércio e serviços de 18% comparando o ano de 2015 e 2027.

272
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Figura 159. Projeção dos estabelecimentos no setor de comércio e serviços nos três cenários
na UGRHI-17.

5.2.3 Demanda por recursos hídricos

A disponibilidade hídrica total (superficial e subterrânea) na bacia do Médio


Paranapanema é bastante favorável se comparada à demanda total consumida. O uso de
água para abastecimento público é prioritário, seguido pelo uso rural, e uso industrial.

Segundo os dados do diagnóstico específico, que foram utilizados para projeções dos
usos da água na UGRHI 17 estão distribuídos conforme apresentado no Quadro 124.

Quadro 124. Perfil atual e projeção da demanda total de água na UGRHI 1, por setor de usuário
(%) para o cenário tendencial.
Projeção Projeção Projeção
Tipo de Uso 2015 (%)
2019 (%) 2023 (%) 2027 (%)
Rural 51,0 51,5 52,0 52,5
Outros 0,4 0,4 0,5 0,5
Urbano 26,3 25,5 24,8 24,1
Industrial 22,3 22,6 22,8 23,0
Total - MP 100 100 100 100

Deve ser destacado, que os dados utilizados para os cálculos da demanda são
disponibilizados pelo sistema de outorga que são dados existentes no banco de dados do
DAEE.

Segundo os dados e informações levantados, para os períodos de planejamento do


Plano de Bacia, a variação do tipo de uso da água deve ser causada pelo crescimento da
população e pelo aumento da urbanização, entretanto o setor industrial deve permanecer

273
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praticamente o mesmo, uma vez que não há a previsão imediata de instalação de grandes
indústrias que consomem grande quantidade de água.

De acordo com dados de outorgas do DAEE, a demanda total de água aumentou


20% entre 2010 e 2015 (de 8,89 m3/s para 11,22 m3/s). Comparando a demanda de água
superficial e subterrânea, de acordo com os dados do DAEE, a demanda subterrânea teve
um aumento significativo de aproximadamente 50% comparando os anos de 2010 e 2015.
Este fato se deve principalmente pelo aumento das regularizações dos usos, principalmente
nas captações subterrâneas.

Em caso de calamidade pública ou ocorrência de eventos hidrológicos extremos, o


órgão gestor dos recursos hídricos na UGRHI-17, deve priorizar a utilização das águas
(superficiais e subterrâneas) na seguinte ordem:

1°: abastecimento público

2°: uso rural (dessedentação de animais);

3°: Usos industriais

4°: Demais usos, exceto irrigação.

5°: Irrigação.

Esta ordem de prioridade deverá ser seguida para ambos os cenários de


planejamento.

5.2.3.1 Abastecimento público

O saneamento básico é sem duvida o item que apresenta maior demanda de


investimentos. Este item apresenta a projeção da demanda para abastecimento público de
água, que representa aproximadamente 26,3% da demanda total da UGRHI.

As demandas estimadas futuras para abastecimento público, em um cenário


tendencial, considerando o aumento da população conforme projeção apresentada no item
5.2.2.1, e o índice de abastecimento atual dos municípios da UGRHI-17 e, desconsiderando
as perdas no sistema são apresentadas no Quadro 125. Os valores foram calculados com
base no consumo médio per capita de água atual dos municípios (m³/hab por dia) utilizando
as projeções populacionais para o ano de 2016, 2019, 2023 e 2027.

274
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Quadro 125. Demandas estimadas futuras para abastecimento público nas Sub-bacias da
UGRHI-17 – cenário tendencial.
Demanda atual Demanda Demanda Demanda
UPHs
2015 (m³/s) 2019 (m³/s) 2023 (m³/s) 2027 (m³/s)
Turvo 0,230 0,235 0,240 0,246
Pardo 1,860 1,900 1,942 1,986
Pari/Novo 0,340 0,347 0,355 0,363
Capivara 0,520 0,531 0,543 0,555
Total 2,95 3,01 3,08 3,15

Nota-se no Quadro 125 que o crescimento da demanda por água para fins de
abastecimento público em função do crescimento populacional (consumo per capita) na
UGRHI 17 será de 6,3% até o ano de 2027, num cenário tendencial.

Figura 160. Projeção da demanda urbana nos três cenários na UGRHI-17.

A Figura 160 apresenta a comparação dos três cenários estudados, onde, a


demanda urbana cresce conforme a população. No cenário recessivo, a demanda urbana
apresenta um aumento de aproximadamente 2,9%, enquanto no cenário acelerado referente
a demanda urbana prevê um crescimento de 9,2% comparando o ano de 2015 e 2027.

5.2.3.2 Indústria

A demanda industrial de água na UGRHI 17 representa 22% da demanda da bacia


do Médio Paranapanema, este fato se deve à pouca atividade industrial na área, uma vez
que este não é o foco de investimentos. Desta forma, até o ano de 2027 o crescimento

275
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desta demanda deve ser de 16%, passando de 2,5 m³/s para 2,99 m³/s, num cenário
tendencial.

Essa estimativa foi realizada levando em consideração a expansão industrial (em


número de estabelecimentos industriais) estabelecido entre o período de 2010 e 2015. O
Quadro 126 apresenta a projeção da demanda no setor industrial.
Quadro 126. Demandas estimadas futuras para setor industrial na UGRHI-17 no cenário
tendencial.
Demanda atual Demanda atual Demanda Demanda Demanda
2015 (m³/s) 2016 (m³/s) 2019(m³/s) 2023(m³/s) 2027(m³/s)
Total – UGRHI 17 2,500 2,541 2,666 2,831 2,997

As indústrias, em sua maioria, estão adotando políticas orientadas às diretrizes


globais de desenvolvimento sustentável, como aproveitar água da chuva, instalar redutores
de vazão nas torneiras e reutilizar água. Em uma pesquisa realizada pela FIESP, mais de
70% das empresas no Estado de São Paulo, que foram amostradas informaram adotar
algum tipo de procedimento para a redução do consumo de insumos – energia, água,
matérias primas.

Figura 161. Projeção da demanda industrial nos três cenários na UGRHI-17.

A Figura 161 apresenta a comparação dos três cenários estudados, onde, a


demanda industrial cresce conforme o número de estabelecimentos industriais. No cenário
recessivo, a demanda industrial apresenta um aumento de aproximadamente 8,7%,
enquanto no cenário acelerado referente à demanda urbana prevê um crescimento de
22,8% comparando o ano de 2015 e 2027.

276
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5.2.3.3 Agrícola

Em 2011, a demanda de água no setor rural, segundo o DAEE, representava 56% do


total do uso de água na UGRHI-17. Em 2015, essa demanda representava 51% da
demanda total da UGRHI.

Lembrando que tais dados são referentes aos dados de cadastro de outorga,
podendo assim conter falhas em relação à real situação devido à falta de renovação de
outorgas vencidas e cadastros de alguns produtores rurais.

A projeção da demanda de água no setor rural foi realizada considerando-se um


aumento de 1,5% na demanda total retirada do cadastro de usuários fornecidos pelo DAEE.
Este índice foi adotado, observando o aumento da demanda agrícola dos últimos anos de
2013/2014 e 2014/2015. O Quadro 127 apresenta a projeção da demanda no setor rural
para o cenário tendencial. No período de 2015 a 2027, prevê um crescimento de
aproximadamente 17% na demanda agrícola.

Quadro 127. Demandas estimadas futuras para setor rural na UGRHI-17 para o cenário
tendencial.
Demanda atual Demanda Demanda Demanda Demanda
2015 (m³/s) 2016 (m³/s) 2019(m³/s) 2023(m³/s) 2027(m³/s)
UGRHI 17 5,73 5,82 6,08 6,45 6,85

Figura 162. Projeção da demanda agrícola nos três cenários na UGRHI-17.

A Figura 162 apresenta a comparação dos três cenários estudados, onde, para esse
plano de bacias, adota-se o crescimento menor no cenário recessivo, e para um cenário

277
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acelerado, considera-se que a demanda agrícola vai crescer o dobro devido à previsão de
novos investimentos no setor. No cenário recessivo, a demanda agrícola apresenta uma
queda entre 2015 e 2016, mas aumenta gradativamente aproximadamente 11%, enquanto
no cenário acelerado referente à demanda agrícola prevê um crescimento de 58%
comparando o ano de 2015 e 2027.

5.2.3.4 Projeção de volumes para atendimento as demandas não consuntivas

Dentre os usos com demandas não consuntivas, estão os barramentos,


canalizações, piscinões, retificações e travessias. São usos que não envolvem a captação,
lançamento de água, ou consumo de água.

Entre os anos de 2010 e 2015, houve um aumento nas outorgas de usos não
consuntivos de aproximadamente 46% (sendo uma média de 15% ao ano).

Considerando a dinâmica socioeconômica, e o aumento do número de outorgas,


pode-se dizer que as demandas não consuntivas também tendem a aumentar ao longo dos
anos. O aumento dos outros tipos de usos não consuntivos são previstos para os usos
relacionados ao aumento da população, e, a necessidade de aumento de infraestruturas
localizadas nos cursos d’água (barramentos pequenos para abastecimento, travessias,
piscinões, etc.). Essas atividades não afetam a disponibilidade quantitativa da água, porém
podem ter efeitos sobre a qualidade da água ou sobre o regime de vazões do manancial.

5.2.4 Disponibilidade de recursos hídricos

A unidade de gerenciamento de recursos hídricos do Médio Paranapanema – UGRHI


17 nas condições atuais não apresenta problemas em relação à disponibilidade de água
subterrânea e água superficial. Desde o ano de 2007 até o ano de 2015 os dados
apresentados no relatório de situação de recursos hídricos da UGRHI 17 demonstram uma
boa disponibilidade superficial e subterrânea na região.
Apesar dos valores de disponibilidade superficial apresentar boa relação com a
demanda necessária, tem que considerar a concentração da população nas unidades de
planejamento hídrico. A UPH Pardo é onde há a maior concentração de população total da
UGRHI 17, nesta bacia estão localizados os municípios de Ourinhos e Avaré.
A disponibilidade hídrica subterrânea é bastante inferior à disponibilidade hídrica
superficial. Enquanto a superficial, em 2015 foi de 7.148 m³/hab.ano, a subterrânea foi de
784 m³/hab.ano para a mesma população. Estes indicadores mostram um aumento
gradativo da demanda nos últimos anos justificado pelo aumento do número de outorgas.

278
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O Quadro 128 apresenta a disponibilidade per capita atual, e a projeção da


disponibilidade hídrica total per capita, superficial e subterrânea calculada em relação à
população da UGRHI 17, projetada para os anos futuros. A metodologia utilizada para o
cálculo é conforme o Relatório de Situação (Qmédio (m³/ano) / população (hab.)).

Quadro 128. Projeção da disponibilidade hídrica per capita para o cenário tendencial.
Projeção disponibilidade per capita (m³/hab.ano)
2010 2015 2016 2019 2023 2027
População total da UGRHI 17 665.487 683.874 687.269 698.577 714.113 730.191
Disponibilidade per capita 8.151 7.931 7.892 7.765 7.596 7.428
Disponibilidade subt per capita 806 784 780 767 751 734
Disponibilidade superf per capita 7.345 7.148 7.112 6.997 6.845 6.694

Comparando as projeções feitas em relação à disponibilidade hídrica per capita,


pode-se observar que, a disponibilidade superficial continua sendo mais representativa do
que a disponibilidade subterrânea, e que, mesmo com a previsão de aumento da população,
(em 2027) para o cenário tendencial, a disponibilidade per capita superficial ainda classifica-
se como “boa” conforme classificação adotada pelo CRHi adaptado do PERH 2004-2007
(Quadro 129).

Quadro 129. Classificação da disponibilidade hídrica adotada pelo CRHi adaptado do PERH
2004-07.

Fonte: CRHi, 2010.

Figura 163. Projeção da disponibilidade per capita superficial na UGRHI-17, no cenário


tendencial.

279
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Figura 164. Projeção da disponibilidade per capita nos três cenários na UGRHI-17.

O Quadro 130 apresenta a disponibilidade per capita atual e a projeção da


disponibilidade hídrica total per capita, calculada em relação à população das UPHs,
projetada para os anos futuros. Observa-se que a área mais crítica quanto à disponibilidade
per capita é a UPH Pardo, onde está a maioria da população da UGRHI-17, entretanto, a
disponibilidade hídrica ainda é classificada como “BOA”.

Quadro 130. Projeção da disponibilidade hídrica total per capita por UPH.
3
UPH Projeção da disponibilidade per capita (m /hab.ano)
2015 2016 2019 2023 2027
Turvo 21.082 20.981 20.638 20.189 19.745
Pardo 4.706 4.682 4.607 4.507 4.407
Pari/Novo 7.116 7.080 6.967 6.815 6.665
Capivara 6.926 6.893 6.781 6.633 6.487

Segundo informações do CRHi, a estimativa de disponibilidade per capita não retrata


a real situação da bacia, visto que os outros usos da água (industrial, rural, etc.) não são
levados em consideração, porém é uma avaliação parcial da situação da bacia em termos
de disponibilidade.

280
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Figura 165. Projeção da disponibilidade per capita superficial nas UPHs nos três cenários na
UGRHI-17.

5.2.5 Balanço: demanda versus disponibilidade

A Figura 166 apresenta os usos consuntivos e a disponibilidade existente na UGRHI-


17 (Q7,10). O balanço hídrico na UGRHI-17 utiliza somente 15,1% da água total disponível na
UGRHI, aumentando a demanda para 17,5 % do total da água superficial disponível, no ano
de 2027, no cenário tendencial. Foi considerado para o balanço hídrico que não haverá
alterações na disponibilidade hídrica, uma vez que já é calculada sobre a vazão de estiagem
dos cursos d’água (Q7,10). O Desenho 19.1036/17 traz os mapas da UGRHI resumindo a
situação do balanço demanda x disponibilidade para todos os cenários.

É importante salientar que o presente relatório trata apenas dos dados outorgados
que podem mascarar a real condição da bacia, uma vez que a presença de captações
irregulares podem modificar significativamente os dados. Além disso, se considerarmos o
ano de 2014, ano com um volume de precipitação bastante atípico, com acumulados de
chuva abaixo das médias históricas, o Q7,10 provavelmente sofra alteração, impactando
assim a disponibilidade hídrica.

Quanto à relação da disponibilidade x demanda, pode-se observar que os dados para


a UGRHI-17 apresentam bons índices, quando se trata da disponibilidade x demanda total.
Conforme projeção realizada sobre a demanda x disponibilidade hídrica, observa-se que no
horizonte projetado (2027) no cenário tendencial será utilizado apenas 17,5% da
disponibilidade total de água na UGRHI-17.

281
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Figura 166. Gráfico demonstrando a projeção da demanda x disponibilidade da UGRHI 17 no


cenário tendencial.

Esses dados foram calculados para os cenários alternativos, e representa 12,5% no


cenário recessivo e, 27,2% no cenário acelerado, ambos para o ano de 2027.

O total de água disponível levando em consideração a demanda captada


(disponibilidade restante), na bacia do Médio Paranapanema é de 84,9% em 2015. A
projeção para esse saldo de acordo com as projeções de aumento da demanda de água é
de até 82,5%, em 2027, conforme demostrado na Figura 167.

Figura 167 Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade restante da UGRHI


17, no cenário tendencial.

Observa-se nos gráficos apresentados na Figura 168 que a UPH que possui a menor
disponibilidade através do balanço hídrico realizado, é a UPH Pardo , com uso em 2015, de

282
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Plano de Bacia

19,8% e saldo de 80,2%, isto, devido à concentração urbana do município de Ourinhos e


Avaré.

A disponibilidade de água para outorgas depende do conhecimento de cada curso


d’água, da qualidade da água e da demanda atual desse curso d’água. De maneira geral, a
partir das projeções de balanço em relação às demandas futuras, observa-se que a
disponibilidade de água para outorga principalmente na UPH Pardo, pode necessitar de uma
atenção especial futuramente.

No entanto, a distribuição espacial da disponibilidade hídrica se dá através de trechos


de cursos d’água, mais ou menos utilizados. Desta forma, para novos usuários de água,
devem ser utilizadas as diretrizes para outorgas do DAEE (Departamento de Águas e
Energia Elétrica), que leva em consideração o balanço hídrico do trecho a ser utilizado
identificando todos os usos do trecho do curso d’água, para implantação de novos usos,
dando prioridades para abastecimento público.

Figura 168. Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade nas UPHs da


UGRHI-17, no cenário tendencial.

283
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Plano de Bacia

O valor de referência para a classificação do balanço hídrico foi adaptado pelo CRHi
do PERH 2004-2007 e dos Relatórios de Situação dos Recursos Hídricos do Estado de São
Paulo (DAEE, 1999), conforme demonstrado a seguir.

Segundo essa classificação, em 2015, todas as UPHs se enquadram na faixa de


valores abaixo de 30%, que classifica o balanço x disponibilidade como Bom. Se
projetarmos essa classificação para 2027, os valores continuam sendo abaixo de 30%.
Observa-se nos gráficos apresentados na Figura 169 o balanço hídrico projetado para as
UPHs, comparando o ano de 2015 e 2027.

Figura 169. Gráfico demonstrando a evolução do balanço hídrico nas UPHs da UGRHI-17.

A Figura 170 apresenta os dois cenários alternativos projetados. No cenário


recessivo, o balanço de demanda e disponibilidade apresenta em todas as UPHs, valores
abaixo de 30%, uma situação classificada como boa. Enquanto no cenário acelerado
referente ao balanço hídrico, as UPHs Pardo e Turvo apresentam-se classificadas na faixa
de valores entre 30 e 50%, ou seja, a situação dessas UPHs já se torna classificadas
“atenção” numa situação de maior crescimento populacional e econômico.

284
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Plano de Bacia

Figura 170. Gráfico demonstrando o balanço hídrico nas UPHs da UGRHI-17 nos diferentes
cenários.

No caso dos cenários alternativos trabalhados, nota-se que nas UPH’s do Turvo e do
Pardo, um eventual aumento da irrigação pode alterar o grau de comprometimento da
disponibilidade hídrica superficial. Ressalta-se, inclusive, a existência de alguns projetos
embrionários, localizados na Bacia do Pardo que possuem todas as condições para se
expandirem futuramente. Estas mesmas condições são abundantes em toda a UPH do
Parco e do Turvo, bem como em áreas mais próximas ao Rio Paranapanema nas demais
UPH’s.

Sendo assim, antecipando-se a um conflito pelo uso da água, mesmo com a boa
disponibilidade hídrica existente na UGRHI, as UPH’s do Pardo e do Turvo são
estabelecidas como áreas especiais de gestão em relação ao uso da água. Além destas
UPH’s, uma área localizada no município de Assis, bacia do Ribeirão do Cervo, utilizada
como manancial municipal também apresenta pressões sobre a utilização pela água e,
desta forma, também será classificada como uma área especial de gestão em termos de
uso da água.

5.2.5.1 Demanda subterrânea em relação às reservas explotáveis


A Figura 171 apresenta os usos consuntivos e a disponibilidade existente na UGRHI-
17 referentes à água subterrânea. O balanço entre a demanda em relação às reservas
explotáveis da UGRHI-17 utiliza somente 8,4% da água total disponível na UGRHI,
aumentando a demanda para 9,8% do total da água subterrânea disponível, no ano de
2027, apresentando bons índices para o cenário tendencial. Consideramos para o balanço
hídrico que não haverá alterações na disponibilidade hídrica subterrânea. É importante
salientar que poços irregulares, que podem modificar a demanda de água subterrânea, não
foram considerados para o cálculo do balanço hídrico.

285
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Figura 171. Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade de água


subterrânea da UGRHI-17.

A Figura 193 apresenta os dois cenários alternativos projetados. No cenário


recessivo, o balanço de demanda e disponibilidade de água subterrânea apresenta o uso de
apenas 6,9% da água no final do período deste plano (2027). Enquanto no cenário
acelerado referente ao balanço hídrico subterrâneo, em 2027, a demanda subterrânea será
de 15,1% da disponibilidade total.

Figura 172. Gráfico demonstrando o comparativo de uso x disponibilidade de água


subterrânea UGRHI-17 nos diferentes cenários.

O valor de referência do Plano Estadual de Recursos Hídricos 2004-2007 foi


adaptado pela CRHi para classificar a demanda subterrânea em relação às reservas
explotáveis, conforme apresentado a seguir.

Pode-se concluir que a UGRHI-17 não possui problemas quanto ao balanço hídrico
subterrâneo, uma vez que os índices projetados apresentam valores abaixo de 30% em
todos os cenários.

286
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Plano de Bacia

5.2.6 Qualidade das Águas

O Índice de Qualidade das Águas (IQA) reflete a contaminação dos corpos d´água
principalmente pelo lançamento de efluentes. Este índice foi desenvolvido para avaliar a
qualidade das aguas tendo como determinante principal sua utilização para o abastecimento
público considerando aspectos relativos ao tratamento dessas águas. Na UGRHI-17 é
determinado por sete estações de monitoramento a partir de 2015. Estas, localizadas nos
rios Novo, Pardo, Paranapanema, do Pari, Capivari e da Capivara. Em 2015, ainda que se
tenha aumentado o número de pontos de monitoramento, todos foram avaliados na
categoria “boa”.

De acordo com os dados apresentados na Figura 173, conclui-se que apesar do


aumento da população e aumento da economia regional, o índice de qualidade de água nos
pontos analisados são todos classificados como bom.

Figura 173. Evolução do Índice de qualidade de água.


Fonte: CETESB, 2016.

Em relação ao IVA – Índice de qualidade para proteção da vida aquática, em que


são analisados sete pontos, houve queda nos resultados comparando 2011 a 2015. Com o
aumento do número de pontos, o cenário mais recente foi de apenas 3 pontos classificados
como “ótimos).

287
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Plano de Bacia

Figura 174. Evolução do Índice de qualidade de água para proteção da vida aquática.
Fonte: CETESB, 2016.

Em relação ao IET – Índice de Estado Trófico, também houve aumento no número de


estações de monitoramento.

Figura 175. Evolução do Índice de estado trófico.


Fonte: CETESB, 2016.

Analisando a Figura 175 é possível observar que desde 2011 havia pontos
classificados como ultraoligotrófico na maioria dos pontos. Se comparados ao ano de 2015,
essa classificação piorou, com três pontos classificados como oligotrófico e mesotrófico e
um ponto classificado como eutrófico. Os novos pontos de monitoramento instalados são
classificados como mesotrófico e eutrófico. O prognóstico para evolução desse índice se dá
através de ações relacionadas ao aumento de tratamento de efluentes domésticos.

288
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Plano de Bacia

Classes IET Características


Corpos d’água limpos, de produtividade muito baixa e concentração insignificante
Ultraoligotrófico
de nutrientes que não acarretam em prejuízos aos usos da água.
Corpos d’água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências
Oligotrófico
indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de nutrientes.
Corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a
Mesotrófico
qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, com
redução da transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais
Eutrófico
ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água decorrentes do aumento da
concentração de nutrientes e interferências nos seus múltiplos usos.
Corpos d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa
transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem com
Supereutrófico
frequência alterações indesejáveis na qualidade da água, como a ocorrência de
episódios florações de algas e interferências nos seus múltiplos usos.
Corpos d’água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de
matéria orgânica e nutrientes , com comprometimento acentuado nos seus usos,
Hipereutrófico associado a episódios florações de algas ou montandades de peixes, com
consequências indesejáveis para seus múltiplos usos, inclusive sobre atividades
pecuárias nas regiões ribeirinhas.

Quanto às águas subterrâneas, os dados disponibilizados para o indicador de


classificação das águas subterrâneas mostrou que o desempenho da UGRHI-17 foi
excepcional. Ainda que alguns pontos tenham sido classificados como “não potáveis”, a
proporção é pequena em relação ao total (10% no ano de 2015).

Figura 176. Classificação da água subterrânea (nº de amostras por categoria).


Fonte: CRHi, 2016.

Quanto ao indicador de Potabilidade das águas subterrâneas (IPAS), houve uma


queda em 2015 em relação a 2010, quando não havia nenhum parâmetro desconforme. Em
todos os anos, a UGRHI-17 foi classificada como “boa” neste indicador (Figura 177).

289
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Plano de Bacia

IPAS (%) Parâmetros Desconformes


2010 100,0 -
2012 94,4 Bactérias heterotróficas
2013 90,0 Bário, bactérias heterotróficas
2014 86,7 Bário, selênio, coliformes totais
2015 90,6 Bário, bactérias heterotróficas
Figura 177. IPAS – Indicador de Potabilidade das águas subterrâneas.
Fonte: CRHi, 2016.

Ressalta-se que dados obtidos no monitoramento da água subterrânea não


registraram concentrações de nitrato acima de 10 mg/L (Portaria do Ministério da Saúde n°
2914/11. 26). No entanto, não foi detectado Nitrato acima do permitido em nenhum poço.

A UGRHI-17 apresenta baixa densidade de postos de monitoramento de qualidade


das águas subterrâneas (16 pontos), localizados nos seguintes municípios: Águas de Santa
Bárbara, Alvinlândia, Assis, Avaré, Bernardino de Campos, Cruzália, Echaporã, Espírito
Santo do Turvo, Gália, Itatinga, Maracaí, Óleo, Platina, Pratânia, Rancharia e Ribeirão do
Sul (conforme já demonstrado no mapa de pontos de monitoramento de águas subterrâneas
no diagnóstico deste PB), dificultando, assim, a real verificação das situações das águas
subterrâneas na região, principalmente em relação à concentração de nitrato no aquífero
Bauru.

Figura 178. Concentração de nitrato: nº de amostras em relação ao valor de referência.


Fonte: CRHi, 2016.

Em termos tendenciais, o aumento do número de pontos de monitoramento deve


levar ao cenário de mais pontos com problemas de qualidade da água dos que os atuais,
concentrados nos grandes cursos d’água. Todavia, ao analisarmos a evolução dos pontos já
existentes, tem-se uma tendência de manutenção dos padrões atuais de qualidade, uma vez

290
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

que não são esperadas grandes alterações em temos de produção de carga orgânica
doméstica ou industrial na UGRHI-17.

5.2.7 Saneamento Básico

O saneamento básico está intimamente ligado aos recursos hídricos, uma vez que
todo o abastecimento e afastamento dos esgotos são planejados a partir dos recursos
hídricos.
A partir dos dados identificados no diagnóstico específico e das metas principais
estabelecidas, foi sumarizado um conjunto de indicadores propostos para monitorar a
eficácia das ações a serem implementadas na Bacia.

5.2.7.1 Abastecimento de água potável


A média geral de atendimento de água atual da UGRHI é de 99%. A projeção para o
abastecimento público teve por base dados de evolução da população e os índices de
abastecimento urbano atual de água. A meta é que todos os municípios em relação ao
atendimento de água aumentem seus índices, mesmo com o aumento da população (Figura
179). No Desenho 20.1036/17 é possível consultar os mapas da UGRHI em relação ao
abastecimento público em mais detalhe.

O Quadro 131 apresenta a projeção do atendimento de água para os municípios da


UGRHI-17 para os cenários propostos.

291
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 179. Projeção do abastecimento urbano na UGRHI-17.

Quadro 131. Indicadores propostos para avaliação da distribuição e perdas de água – cenário
tendencial.
Distribuição de água (%)
População Abastecimento Cenário Cenário Cenário
Município
urbana 2015 atual (2015) tendencial recessivo acelerado
Urbano Total 2027 2017 2027
Águas de Sta. Bárbara 4.437 89,9 69,1 90,0 89,9 95,0
Alvinlândia 2.819 100,0 91,1 100,0 100,0 100,0
Assis 94.119 100,0 95,6 100,0 100,0 100,0
Avaré 82.107 100,0 96,2 100,0 100,0 100,0
Cabrália Paulista 3.756 100,0 86,9 100,0 100,0 100,0
Campos Novos Paulista 3.758 98,6 79,2 98,6 98,6 98,6
Cândido Mota 28.374 100,0 94,7 100,0 100,0 100,0
Canitar 4.457 98,5 94,0 98,5 98,5 98,5
Cerqueira César 16.740 100,0 91,0 100,0 100,0 100,0
Chavantes 11.367 100,0 93,4 100,0 100,0 100,0
Cruzália 1.506 100,0 68,9 100,0 100,0 100,0
Duartina 11.037 100,0 91,1 100,0 100,0 100,0
Echaporã 5.089 100,0 81,3 100,0 100,0 100,0
Espirito Santo do Turvo 3.865 99,8 85,3 99,8 99,8 99,8
Fernão 928 100,0 57,9 100,0 100,0 100,0
Florínea 2.485 90,5 81,7 90,5 90,5 95,0
Gália 5.120 100,0 76,1 100,0 100,0 100,0
Iaras 2.947 81,4 36,2 90,0 81,4 95,0

292
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Plano de Bacia

Distribuição de água (%)


População Abastecimento Cenário Cenário Cenário
Município
urbana 2015 atual (2015) tendencial recessivo acelerado
Urbano Total 2027 2017 2027
Ibirarema 6.643 99,1 92,4 99,1 99,1 99,1
Itatinga 17.791 87,8 81,0 90,0 87,8 95,0
João Ramalho 3.728 99,4 86,8 99,4 99,4 99,4
Lucianópolis 1.807 100,0 80,3 100,0 100,0 100,0
Lupércio 4.100 100,0 93,5 100,0 100,0 100,0
Maracaí 12.320 98,5 90,3 98,5 98,5 98,5
Ocauçu 3.466 100,0 83,5 100,0 100,0 100,0
Óleo 1.784 100,0 69,1 100,0 100,0 100,0
Ourinhos 104.148 100,0 97,4 100,0 100,0 100,0
Palmital 20.044 99,8 93,4 99,8 99,8 99,8
Paraguaçu Paulista 39.207 100,0 90,6 100,0 100,0 100,0
Pardinho 5.041 81,5 68,7 90,0 81,5 95,0
Paulistânia 1.303 95,0 69,6 95,0 95,0 95,0
Pedrinhas Paulista 2.554 100,0 85,8 100,0 100,0 100,0
Platina 2.704 98,6 79,6 98,6 98,6 98,6
Pratânia 3.837 100,0 78,8 100,0 100,0 100,0
Quatá 12.651 95,3 90,2 95,3 95,3 95,3
Rancharia 26.155 100,0 90,8 100,0 100,0 100,0
Ribeirão do Sul 3.439 91,5 71,7 91,5 91,5 95,0
Salto Grande 8.154 100,0 91,3 100,0 100,0 100,0
Sta. Cruz do Rio Pardo 41.821 100,0 92,9 100,0 100,0 100,0
São Pedro do Turvo 5.443 97,5 73,0 97,5 97,5 97,5
Tarumã 13.160 100,0 94,8 100,0 100,0 100,0
Ubirajara 3.335 95,8 70,3 95,8 95,8 95,8
Total da UGRHI 17 629.546 99,0 83,0 99,1 98,9 99,5
Fonte: SABESP e coleta de dados primários nos municípios, 2017 e previsões.

Vale ressaltar que a distribuição de água descrita no Quadro 131 leva em


consideração apenas população urbana do município, sendo que os municípios da UGRHI
apresentam habitantes em área rural.

5.2.7.2 Índice de Perdas


O índice médio de perdas de água no sistema dos municípios da Bacia é de 33,5%.
Atualmente o índice de perdas médio da bacia é classificado como “regular”, sendo 7
municípios da UGRHI-17 classificados com o índice “ruim”, ou seja, possui mais de 40% de
perdas de água no sistema de abastecimento. Para um cenário tendencial, a projeção de
perdas nos municípios tende a baixar, devido aos investimentos que já estão sendo
realizados. Em 2027, a projeção do índice de perdas média da bacia é de 31,1%,
classificado como “regular”.
Para os municípios alcançarem os índices propostos, é necessário um maior
investimento em ações relacionadas a obras de combate a perdas (troca de redes,
instalações de macromedidores, instalações de hidrômetros, entre outras). Os indicadores

293
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Plano de Bacia

de eficiência na gestão propostos para o abastecimento e perdas no sistema, encontram-se


apresentados no Quadro 132.
Quadro 132. Indicadores propostos para avaliação da distribuição e perdas de água – cenário
tendencial.
Índice de perdas de água (%)
População
Cenário Cenário
Município Urbana 2015 Cenário tendencial
recessivo acelerado
2015
2015 2027 2017 2027
Águas de Santa Bárbara 4.437 51,3 48,8 51,3 46,3
Alvinlândia 2.819 31,7 29,2 31,7 26,7
Assis 94.119 25,9 23,4 25,9 20,9
Avaré 82.107 30,4 27,9 30,4 25,4
Cabrália Paulista 3.756 sd sd sd sd
Campos Novos Paulista 3.758 sd sd sd sd
Cândido Mota 28.374 28,9 26,4 28,9 23,9
Canitar 4.457 43,7 41,2 43,7 38,7
Cerqueira César 16.740 3,7 1,2 3,7 -1,3
Chavantes 11.367 sd sd sd sd
Cruzália 1.506 21,1 18,6 21,1 16,1
Duartina 11.037 24,2 21,7 24,2 19,2
Echaporã 5.089 24,6 22,1 24,6 19,6
Espirito Santo do Turvo 3.865 53,8 51,3 53,8 48,8
Fernão 928 9,5 7,0 9,5 4,5
Florínea 2.485 18,5 16,0 18,5 13,5
Gália 5.120 40,0 37,5 40,0 35,0
Iaras 2.947 23,5 21,0 23,5 18,5
Ibirarema 6.643 46,3 43,8 46,3 41,3
Itatinga 17.791 33,9 31,4 33,9 28,9
João Ramalho 3.728 40,0 37,5 40,0 35,0
Lucianópolis 1.807 23,7 21,2 23,7 18,7
Lupércio 4.100 26,0 23,5 26,0 21,0
Maracaí 12.320 22,9 20,4 22,9 17,9
Ocauçu 3.466 50,0 47,5 50,0 45,0
Óleo 1.784 32,2 29,7 32,2 27,2
Ourinhos 104.148 61,7 59,2 61,7 56,7
Palmital 20.044 29,8 27,3 29,8 24,8
Paraguaçu Paulista 39.207 17,7 15,2 17,7 12,7
Pardinho 5.041 36,6 34,1 36,6 31,6
Paulistânia 1.303 13,9 11,4 13,9 8,9
Pedrinhas Paulista 2.554 14,7 12,2 14,7 9,7
Platina 2.704 22,5 20,0 22,5 17,5
Pratânia 3.837 26,7 24,2 26,7 21,7
Quatá 12.651 24,4 21,9 24,4 19,4
Rancharia 26.155 65,6 63,1 65,6 60,6
Ribeirão do Sul 3.439 25,2 22,7 25,2 20,2
Salto Grande 8.154 15,2 12,7 15,2 10,2
Santa Cruz do Rio Pardo 41.821 37,3 34,8 37,3 32,3
São Pedro do Turvo 5.443 sd sd sd sd
Tarumã 13.160 10,1 7,6 10,1 5,1
Ubirajara 3.335 14,1 11,6 14,1 9,1
Total da UGRHI 17 629.546 33,5% 31,11% 33,5% 28,7%

294
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Plano de Bacia

Segundo os dados dos questionários enviados para os municípios, para redução do


índice de perdas não há previsão de investimentos nos próximos anos (período de 2018-
2027). De acordo com esses mesmos dados, apenas o município de Ourinhos, está
prevendo ações para o controle de perdas.

A Figura 180 apresenta a projeção de índice de perdas nos três cenários estudados.
No cenário recessivo, o índice de perdas continua como está mesmo com o aumento da
população. Enquanto no cenário acelerado, há uma melhora no índice de perdas, baixando
a média da UGRHI-17 para 28,7%. Mesmo com essa melhora, a UGRHI ainda classifica-se
como Regular. No Desenho 21.1036/17 é possível consultar os mapas da UGRHI em
relação ao índice de perdas em mais detalhe.

Figura ilustrativa

Figura 180. Projeção do índice de perdas no abastecimento urbano na UGRHI-17.

 Diretrizes e critérios orientativos para Planos municipais de saneamento


considerando medidas relativas ao abastecimento de água

Alguns critérios e diretrizes devem ser estabelecidos para maior eficiência dos Planos
municipais e/ou regionais de Saneamento, como:

• Os planos de saneamento devem estar em consonância com os planos diretores,


com os objetivos e as diretrizes dos planos plurianuais (PPA), com os planos de
recursos hídricos, com a legislação ambiental, legislação de saúde e educação, etc.

295
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Plano de Bacia

• Estabelecer normas rigorosas para controle de captações e lançamentos nos cursos


d'água da bacia, incluindo cadastro permanente de usuários de água,
periodicamente atualizado;
• Propor estratégias para coibir o uso abusivo de água potável nos sistemas de
abastecimento e para evitar o desperdício e perdas na rede;
• Propor um plano de uso da água para irrigação, tendo em vista as culturas da região,
a disponibilidade hídrica e as características pedológicas da região;
• Incentivo os municípios participantes do CBH-MP a elaborarem e executarem planos
municipais de recursos hídricos;
a) Projeção Fontes Alternativas

A projeção das fontes alternativas para abastecimento de água foi realizada a partir
dos dados de cadastro de outorgas do DAEE. Os usuários considerados foram uso rural,
condomínio, urbano, soluções alternativas, aquicultor, irrigante, uso comunitário e loteador,
entretanto só foram quantificados que constavam como finalidade sanitária, portanto trata-se
da população que não é atendida pela rede de abastecimento dos municípios.

A vazão total outorgada é de 0,131 m³/s. Desta forma a projeção foi realizada com
base neste dado de vazão e a projeção de crescimento da população não atendida pelo
abastecimento de água convencional. Os dados do Quadro 133 apresenta a projeção das
fontes alternativas para a UGRHI – 17.

Quadro 133. Projeção das fontes alternativas para a UGRHI 17.


Vazão Vazão Vazão
Pop.não Pop.não Pop. Pop.não
Pop.Total fontes Pop.Total fontes fontes
UGRHI atendida atendida Total atendida
2019 alternativa 2023 alternativa alternativa
17 2019 2023 2027 2027
2019 (m³/s) 2023 (m³/s) 2027 (m³/s)
698.577 53.110 0,134 714.113 54.199 0,136 730.192 55.337 0,139

Figura 181. Projeção de fontes alternativas de abastecimento na UGRHI 17.

296
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

É possível observar que a vazão das fontes alternativas cresce na mesma proporção
que o crescimento da população, considerando-se os índices de abastecimento da
população nos municípios da UGRHI – 17 sejam mantidos. Todavia, com o crescimento das
redes de abastecimento de água potável, este tipo de solução deve ser desencorajada, uma
vez que não se tem controle efetivo sobre a qualidade da água destes usuários.

5.2.7.3 Esgotamento sanitário

O índice de atendimento de coleta de esgoto na UGRHI-17 teve uma diminuição de


21% do ano de 2010 para o ano de 2015. A média geral de atendimento por coleta de
esgoto na UGRHI-17 é de 98,2%, sendo que, quase todos os municípios são considerados
como “bons” com índices acima de 90% de atendimento, destacando-se Águas de Santa
Bárbara, que é o município que possui a menor taxa de coleta de esgotos na UGRHI-17,
com 64,14% da população urbana.

A projeção para o índice de atendimento no cenário tendencial, é que a média da


UGRHI-17 aumente para 98,2%, aproximadamente 1%.

Quadro 134. Indicadores propostos para coleta de Esgotos.


Índice de Coleta de Esgoto - (%)
População Cenário Cenário
Município Cenário tendencial
Urbana 2015 recessivo acelerado
2015 2027 2017 2027
Águas de Santa Bárbara 4.437 64,14 66,64 64,14 69,14
Alvinlândia 2.819 99,05 100 99,05 100
Assis 94.119 100 100 100 100
Avaré 82.107 96,59 99,09 96,59 100
Cabrália Paulista 3.756 99,42 100 99,42 100
Campos Novos Paulista 3.758 98,64 100 98,64 100
Cândido Mota 28.374 99,7 100 99,7 100
Canitar 4.457 98,53 100 98,53 100
Cerqueira César 16.740 99,24 100 99,24 100
Chavantes 11.367 89,97 92,47 89,97 94,97
Cruzália 1.506 100 100 100 100
Duartina 11.037 100 100 100 100
Echaporã 5.089 100 100 100 100
Espirito Santo do Turvo 3.865 97,82 100 97,82 100
Fernão 928 100 100 100 100
Florínea 2.485 88,09 90,59 88,09 93,09
Gália 5.120 100 100 100 100
Iaras 2.947 71,07 73,57 71,07 76,07
Ibirarema 6.643 99,08 100 99,08 100
Itatinga 17.791 86,83 89,33 86,83 91,83
João Ramalho 3.728 99,39 100 99,39 100
Lucianópolis 1.807 99,41 100 99,41 100
Lupércio 4.100 100 100 100 100
Maracaí 12.320 96,73 99,23 96,73 100
Ocauçu 3.466 100 100 100 100
Óleo 1.784 97,52 100 97,52 100

297
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Plano de Bacia

Índice de Coleta de Esgoto - (%)


População Cenário Cenário
Município Cenário tendencial
Urbana 2015 recessivo acelerado
2015 2027 2017 2027
Ourinhos 104.148 100 100 100 100
Palmital 20.044 99,76 100 99,76 100
Paraguaçu Paulista 39.207 100 100 100 100
Pardinho 5.041 67,84 70,34 67,84 72,84
Paulistânia 1.303 93,62 96,12 93,62 98,62
Pedrinhas Paulista 2.554 100 100 100 100
Platina 2.704 98,15 100 98,15 100
Pratânia 3.837 100 100 100 100
Quatá 12.651 93,9 96,4 93,9 98,9
Rancharia 26.155 100 100 100 100
Ribeirão do Sul 3.439 87,11 89,61 87,11 92,11
Salto Grande 8.154 65,99 68,49 65,99 70,99
Santa Cruz do Rio Pardo 41.821 98,53 100 98,53 100
São Pedro do Turvo 5.443 97,52 100 97,52 100
Tarumã 13.160 100 100 100 100
Ubirajara 3.335 91,28 93,78 91,28 96,28
Total da UGRHI 17 629.546 97,3% 98,2% 97,3% 98,6%
Fonte: CETESB, SABESP, SNIS 2016.

Figura ilustrativa

Figura 182. Projeção do índice de coleta de esgotos urbanos na UGRHI-17.

298
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A Figura 182 apresenta a projeção de índice de coleta de esgoto nos três cenários
estudados. No cenário recessivo, o índice de coleta de esgotos continua como no cenário
tendencial mesmo com o aumento da população. Enquanto no cenário acelerado, há uma
melhora no índice de coleta de esgotos, aumentando para 98,6% a média geral da UGRHI-
17.

5.2.7.4 Tratamento

Os municípios da UGRHI-17 tratam em média 97,7% do esgoto coletado. A


projeção para o índice de tratamento de esgoto que é coletado é de que com o crescimento
populacional, os municípios que estão abaixo de 90% alcancem pelo menos esse índice até
o ano de 2027 no cenário tendencial. Os indicadores de eficiência na gestão propostos para
coleta e tratamento de esgotos encontram-se apresentados no Quadro 135. Somente o
município de Óleo que demanda mais investimento nesse tema, pois trata somente 22,8%
do esgoto coletado. Os mapas referentes à eficiência estão disponíveis no Desenho
22.1036/17 contendo também as projeções para os três cenários.

Quadro 135. Indicadores propostos para tratamento de Esgotos.


Índice de tratamento de Esgoto - (%)
População Cenário Cenário
Município Cenário tendencial
Urbana 2015 recessivo acelerado
2015 2027 2017 2027
Águas de Santa Bárbara 4.437 100,0 100,00 100,0 100,0
Alvinlândia 2.819 100,0 100,00 100,0 100,0
Assis 94.119 100,0 100,00 100,0 100,0
Avaré 82.107 100,0 100,00 100,0 100,0
Cabrália Paulista 3.756 100,0 100,00 100,0 100,0
Campos Novos Paulista 3.758 100,0 100,00 100,0 100,0
Cândido Mota 28.374 100,0 100,00 100,0 100,0
Canitar 4.457 100,0 100,00 100,0 100,0
Cerqueira César 16.740 87,5 90,00 87,5 100,0
Chavantes 11.367 100,0 100,00 100,0 100,0
Cruzália 1.506 100,0 100,00 100,0 100,0
Duartina 11.037 100,0 100,00 100,0 100,0
Echaporã 5.089 100,0 100,00 100,0 100,0
Espirito Santo do Turvo 3.865 100,0 100,00 100,0 100,0
Fernão 928 100,0 100,00 100,0 100,0
Florínea 2.485 100,0 100,00 100,0 100,0
Gália 5.120 100,0 100,00 100,0 100,0
Iaras 2.947 100,0 100,00 100,0 100,0
Ibirarema 6.643 100,0 100,00 100,0 100,0
Itatinga 17.791 100,0 100,00 100,0 100,0
João Ramalho 3.728 100,0 100,00 100,0 100,0
Lucianópolis 1.807 100,0 100,00 100,0 100,0
Lupércio 4.100 100,0 100,00 100,0 100,0
Maracaí 12.320 100,0 100,00 100,0 100,0
Ocauçu 3.466 100,0 100,00 100,0 100,0

299
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Índice de tratamento de Esgoto - (%)


População Cenário Cenário
Município Cenário tendencial
Urbana 2015 recessivo acelerado
2015 2027 2017 2027
Óleo 1.784 22,8 25,00 22,8 100,0
Ourinhos 104.148 86,5 90,00 86,5 100,0
Palmital 20.044 100,0 100,00 100,0 100,0
Paraguaçu Paulista 39.207 100,0 100,00 100,0 100,0
Pardinho 5.041 100,0 100,00 100,0 100,0
Paulistânia 1.303 100,0 100,00 100,0 100,0
Pedrinhas Paulista 2.554 100,0 100,00 100,0 100,0
Platina 2.704 100,0 100,00 100,0 100,0
Pratânia 3.837 100,0 100,00 100,0 100,0
Quatá 12.651 100,0 100,00 100,0 100,0
Rancharia 26.155 100,0 100,00 100,0 100,0
Ribeirão do Sul 3.439 100,0 100,00 100,0 100,0
Salto Grande 8.154 100,0 100,00 100,0 100,0
Santa Cruz do Rio Pardo 41.821 100,0 100,00 100,0 100,0
São Pedro do Turvo 5.443 100,0 100,00 100,0 100,0
Tarumã 13.160 100,0 100,00 100,0 100,0
Ubirajara 3.335 100,0 100,00 100,0 100,0
Total da UGRHI 17 629.546 97,5% 97,7% 97,5% 100%
Fonte: CETESB, SNIS, SABESP, 2016.

Figura ilustrativa

Figura 183. Projeção do índice de tratamento de esgotos urbanos na UGRHI-17.

300
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A Figura 183 apresenta a projeção de índice de tratamento de esgoto nos três


cenários estudados. No cenário recessivo, o índice de tratamento de esgotos continua como
no cenário tendencial mesmo com o aumento da população. Enquanto no cenário
acelerado, há uma melhora no índice de tratamento de esgotos, aumentando para 100% a
média geral da UGRHI-17.

5.2.7.5 Geração de esgoto

A projeção da carga orgânica potencial de cada município é calculada a partir da


projeção da população e da carga de matéria orgânica gerada por habitante, por dia,
representada pela DBO. O valor obtido da literatura é de 54 g/hab.dia. Com a projeção da
carga potencial gerada pela população do município e as porcentagens de coleta e
tratamento, bem como a eficiência do sistema de tratamento dos esgotos, calcula-se a
previsão da carga orgânica remanescente, ou seja, aquela que será lançada nos corpos
hídricos receptores.

Os habitantes dos municípios da UGRHI-17 geraram em 2015, uma carga orgânica


total de 36.929 kg DBO/dia. De acordo com a previsão de crescimento da população, a
carga orgânica potencial irá aumentar aproximadamente 1,06% em 2027 em relação ao ano
de 2015, num cenário tendencial.

Atualmente os municípios de Chavantes e Salto Grande possuem índices de


proporção de redução de redução de carga orgânica poluidora doméstica considerados
“ruins”, abaixo de 50%. A média geral da UGRHI-17 é de 77,3%, considerado como
“regular”. A projeção para um cenário tendencial é que até 2027 a média da UGRHI 17
aumente para 80,5%, considerado como “bom”. Para os cenários recessivo e acelerado, os
dados com as projeções podem ser observados na Figura 184.

Oito municípios da UGRHI-17 possuem eficiência no tratamento com índices abaixo


de 80%. O município com a menor taxa de eficiência é Chavantes com 50%. A projeção
leva em consideração que serão realizadas ações referentes a melhoramentos nas estações
de tratamento de efluentes.

301
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 184. Projeção da Proporção de redução da carga orgânica poluidora doméstica nos
municípios da UGRHI-17.

Os indicadores de geração e eficiência na gestão propostos para esgotos encontram-


se apresentados no Quadro 136. A Figura 184 demonstra a projeção da eficiência do
tratamento nos municípios da UGRHI-17 para os três cenários estudados. A média da
eficiência do tratamento de efluentes nos municípios da UGRHI-17 é 84,8% em 2015.
Assim, a carga remanescente dos municípios da UGRHI-17, de acordo com a projeção
realizada para o período do Plano de Bacias, passa de 5.851 kgDBO/dia, em 2015, para
5.451 kgDBO/dia em 2027, em um cenário tendencial diminuindo aproximadamente 10%,
com as previsões das melhorias na eficiência do tratamento, mesmo com o aumento da
população.

 Critérios e diretrizes orientativos para Planos municipais de saneamento


considerando o esgotamento sanitário

Alguns critérios e diretrizes devem ser estabelecidos para maior eficiência dos
Planos municipais e/ou regionais de Saneamento, visando medidas relativas ao
esgotamento sanitário, como:

302
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

• Os planos de saneamento devem estar em consonância com os planos diretores


com os objetivos e as diretrizes dos planos plurianuais (PPA), com os planos de
recursos hídricos, com a legislação ambiental, legislação de saúde e educação, etc;

• Enquadramento da maior parte dos cursos d'água em classes de qualidade


associadas a seus usos (resoluções CONAMA 20/1986 e CONAMA 357/05 ou
decreto estadual 8.468/76), por meio de estudos específicos ao nível do CBH-MP;

• Implantação de dispositivos de proteção dos corpos d'água contra extravasamentos


dos sistemas de bombeamento dos esgotos;

• Extensão da cobertura de atendimento do sistema de coleta, tratamento ou


exportação de esgotos;

• Promoção da eficiência e melhoria das condições operacionais dos sistemas


implantados.

303
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 136. Indicadores da geração de esgoto e eficiência do tratamento.


Cenário tendencial Cenário recessivo Cenário acelerado
Proporção Proporção Proporção
de de de
Projeção Projeção Projeção
Município DBO Projeção redução DBO Projeção redução DBO Projeção redução
População População População
Potencial Eficiência de carga Potencial Eficiência de carga Potencial Eficiência de carga
Atendida Atendida Atendida
kg/dia 2027 poluidora kg/dia 2027 poluidora kg/dia 2027 poluidora
(urbana) 2027* (urbana) 2027* (urbana) 2027*
doméstica doméstica doméstica
(2027) (2027) (2027)
Águas de Santa Bárbara 3.203 263,10 85,50 56,21 2.991 251,79 83,00 53,24 3.542 283,97 88,00 59,27
Alvinlândia 3.118 168,36 71,50 71,50 2.944 160,53 69,00 68,34 3.377 182,37 74,00 74,00
Assis 101.991 5507,53 83,50 83,50 98.271 5306,64 81,00 81,00 109.824 5930,50 86,00 86,00
Avaré 87.843 4791,19 96,22 95,26 82.651 4620,72 93,72 90,52 93.995 5126,78 98,72 97,74
Cabrália Paulista 3.710 200,36 94,50 94,50 3.710 201,52 92,00 91,47 3.653 197,24 97,00 97,00
Campos Novos Paulista 4.305 232,48 82,50 82,50 3.982 217,97 80,00 78,91 4.742 256,06 85,00 85,00
Cândido Mota 28.947 1563,15 59,65 59,65 28.579 1547,91 57,15 56,98 29.311 1582,79 62,15 62,15
Canitar 5.323 287,47 76,50 76,50 4.833 264,85 74,00 72,91 6.219 335,83 79,00 79,00
Cerqueira César 19.348 1044,78 59,50 59,50 17.942 976,31 57,00 56,57 21.810 1177,72 62,00 62,00
Chavantes 10.930 640,00 52,50 48,42 10.449 627,14 50,00 44,99 11.480 656,21 55,00 51,96
Cruzália 1.472 79,48 84,50 84,50 1.485 80,19 82,00 82,00 1.395 75,33 87,00 87,00
Duartina 11.048 596,58 86,50 86,50 11.031 595,65 84,00 84,00 10.923 589,84 89,00 89,00
Echaporã 5.182 279,81 93,50 93,50 5.132 277,15 91,00 91,00 5.178 279,59 96,00 96,00
Espirito Santo do Turvo 4.493 242,61 85,50 85,50 4.101 226,42 83,00 81,19 5.152 278,23 88,00 88,00
Fernão 1.110 59,95 83,50 83,50 1.020 55,06 81,00 81,00 1.241 67,03 86,00 86,00
Florínea 2.179 130,31 93,50 84,42 2.154 132,02 91,00 80,16 2.137 124,78 96,00 88,79
Gália 4.865 262,72 90,50 90,50 4.980 268,91 88,00 88,00 4.548 245,61 93,00 93,00
Iaras 2.379 176,37 94,50 68,84 2.214 168,22 92,00 65,38 2.678 193,79 97,00 72,38
Ibirarema 7.772 419,66 88,50 88,50 7.159 390,16 86,00 85,21 8.895 480,31 91,00 91,00
Itatinga 19.093 1158,43 85,41 76,02 17.077 1062,04 82,91 71,99 22.911 1357,01 87,91 80,15
João Ramalho 4.173 225,36 92,50 92,50 3.932 213,64 90,00 89,45 4.539 245,08 95,00 95,00
Lucianópolis 1.867 100,84 90,50 90,50 1.827 99,25 88,00 87,48 1.899 102,54 93,00 93,00
Lupércio 4.471 241,43 83,50 83,50 4.351 234,95 81,00 81,00 4.550 245,71 86,00 86,00
Maracaí 12.722 692,91 90,50 89,73 12.170 679,40 88,00 85,12 13.201 712,83 93,00 93,00
Ocauçu 3.748 202,38 83,50 83,50 3.607 194,78 81,00 81,00 3.877 209,37 86,00 86,00
Óleo 1.800 97,23 82,50 82,47 1.746 96,67 80,00 78,02 1.742 94,09 85,00 85,00
Ourinhos 113.703 6139,94 87,12 87,12 109.189 5896,22 84,62 84,62 123.238 6654,87 89,62 89,62
Palmital 21.398 1155,47 89,50 89,50 20.683 1119,56 87,00 86,79 22.330 1205,85 92,00 92,00
Paraguaçu Paulista 41.407 2235,98 79,50 79,50 40.378 2180,40 77,00 77,00 43.539 2351,12 82,00 82,00
Pardinho 4.694 364,50 96,50 67,10 3.992 317,78 94,00 63,77 5.865 444,64 99,00 70,52
304
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Cenário tendencial Cenário recessivo Cenário acelerado


Proporção Proporção Proporção
de de de
Projeção Projeção Projeção
Município DBO Projeção redução DBO Projeção redução DBO Projeção redução
População População População
Potencial Eficiência de carga Potencial Eficiência de carga Potencial Eficiência de carga
Atendida Atendida Atendida
kg/dia 2027 poluidora kg/dia 2027 poluidora kg/dia 2027 poluidora
(urbana) 2027* (urbana) 2027* (urbana) 2027*
doméstica doméstica doméstica
(2027) (2027) (2027)
Paulistânia 1.420 79,91 82,50 79,17 1.302 75,11 80,00 74,90 1.538 84,50 85,00 83,56
Pedrinhas Paulista 2.719 146,81 92,50 92,50 2.638 142,46 90,00 90,00 2.840 153,34 95,00 95,00
Platina 3.185 172,01 82,50 82,50 2.895 159,28 80,00 78,52 3.620 195,49 85,00 85,00
Pratânia 4.749 256,47 86,50 86,50 4.297 232,05 84,00 84,00 5.582 301,42 89,00 89,00
Quatá 13.737 770,70 86,50 83,25 12.671 728,66 84,00 78,88 15.614 855,18 89,00 87,75
Rancharia 26.828 1448,71 84,52 84,52 26.496 1430,79 82,02 82,02 27.160 1466,63 87,02 87,02
Ribeirão do Sul 3.309 200,14 79,50 70,98 3.112 192,91 77,00 67,07 3.463 204,42 82,00 75,00
Salto Grande 5.869 468,56 64,50 43,63 5.561 455,07 62,00 40,91 6.302 491,17 67,00 46,42
Santa Cruz do Rio Pardo 45.805 2473,48 93,50 93,50 43.235 2369,54 91,00 89,66 49.121 2652,52 96,00 96,00
São Pedro do Turvo 6.089 328,92 85,50 85,46 5.628 311,67 83,00 80,94 6.495 350,75 88,00 88,00
Tarumã 15.926 860,03 87,50 87,50 14.576 787,13 85,00 85,00 18.836 1017,15 90,00 90,00
Ubirajara 3.364 194,16 85,50 80,00 3.169 187,48 83,00 75,76 3.675 207,06 88,00 84,34
UGRHI 17 671.294 36.960 84,8 83,30 640.161 35.536 82,3 80,10 722.039 39.667 87,4 86,00

305
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

5.2.7.6 Manejo de Resíduos Sólidos

A projeção de geração de resíduos sólidos nos municípios da UGRHI-17 foi


realizada com base na projeção da população e dos índices de produção por habitante
apresentado no Quadro 137.
Quadro 137. Índices estimativos de geração “per capita” de resíduos sólidos urbanos, em
função da população urbana no cenário tendencial.
População (hab) Produção (kg/hab.dia)
< 25.000 0,7
De 25.001 a 100.000 0,8
De 100.001 a 500.000 0,9
Maior que 500.000 1,1
Fonte: CETESB, 2015.

Os municípios da UGRHI-17 geraram em 2015, 12 toneladas de lixo por dia. A


projeção é de que, para o ano de 2019, haja um aumento na geração de lixo de
aproximadamente 10% em relação ao ano de 2015 e de 15% em 2027 em relação ao ano
de 2015, passando a gerar um total de 13,8 toneladas de lixo por dia. Os índices utilizados
para apurar a projeção de resíduos gerados consideram os resíduos da população total dos
municípios. Os indicadores geração de resíduos sólidos encontram-se apresentados no
Quadro 138.

Quadro 138. Índices estimativos de geração diária de resíduos sólidos urbanos para
os três cenários estudados.
Cenário tendencial - Cenário Acelerado -
2015
2027 Cenário recessivo -2027 2027
Municípios
Lixo Projeção Projeção Projeção Projeção Projeção Projeção
(t/dia) População Lixo (t/dia) População Lixo (t/dia) População Lixo (t/dia)
Águas de Santa Bárbara 3,16 6.196 4,34 5.976 4,18 6.402 4,48
Alvinlândia 1,99 3.320 2,32 3.203 2,24 3.431 2,40
Assis 77,73 106.663 96,00 102.385 92,15 110.212 99,19
Avaré 67,69 91.446 73,16 88.306 70,64 94.492 75,59
Cabrália Paulista 2,66 4.234 2,96 4.281 3,00 4.376 3,06
Campos Novos Paulista 2,63 5.031 3,52 4.849 3,39 5.198 3,64
Cândido Mota 23,41 30.141 24,11 30.050 24,04 31.150 24,92
Canitar 3,24 5.507 3,85 5.070 3,55 5.689 3,98
Cerqueira César 11,99 20.631 14,44 19.464 13,62 21.316 14,92
Chavantes 8,04 12.300 8,61 12.233 8,56 12.712 8,90
Cruzália 1,03 1.993 1,39 2.090 1,46 2.060 1,44
Duartina 7,9 11.786 8,25 11.951 8,37 12.181 8,53
Echaporã 3,52 6.130 4,29 6.198 4,34 6.336 4,44
Espirito Santo do Turvo 2,77 5.254 3,68 4.869 3,41 5.428 3,80
Fernão 0,64 1.711 1,20 1.657 1,16 1.768 1,24

306
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Plano de Bacia

Cenário tendencial - Cenário Acelerado -


2015
2027 Cenário recessivo -2027 2027
Municípios
Lixo Projeção Projeção Projeção Projeção Projeção Projeção
(t/dia) População Lixo (t/dia) População Lixo (t/dia) População Lixo (t/dia)
Florínea 1,74 2.582 1,81 2.668 1,87 2.669 1,87
Gália 3,6 6.143 4,30 6.442 4,51 6.351 4,45
Iaras 2,48 7.345 5,14 6.970 4,88 7.588 5,31
Ibirarema 4,77 8.170 5,72 7.621 5,33 8.441 5,91
Itatinga 12,57 22.607 15,83 20.863 14,60 23.354 16,35
João Ramalho 2,64 4.567 3,20 4.413 3,09 4.719 3,30
Lucianópolis 1,31 2.256 1,58 2.253 1,58 2.332 1,63
Lupércio 2,83 4.471 3,13 4.428 3,10 4.620 3,23
Maracaí 8,83 13.696 9,59 13.564 9,49 14.154 9,91
Ocauçu 2,4 4.127 2,89 4.140 2,90 4.266 2,99
Óleo 1,21 2.391 1,67 2.489 1,74 2.472 1,73
Ourinhos 96,69 116.707 105,04 111.624 100,46 120.588 108,53
Palmital 14,18 21.947 15,36 21.670 15,17 22.680 15,88
Paraguaçu Paulista 32,48 45.697 36,56 44.447 35,56 47.220 37,78
Pardinho 3,37 7.074 4,95 6.501 4,55 7.307 5,12
Paulistânia 0,88 1.767 1,24 1.771 1,24 1.826 1,28
Pedrinhas Paulista 1,81 3.066 2,15 3.020 2,11 3.169 2,22
Platina 1,89 3.752 2,63 3.542 2,48 3.877 2,71
Pratânia 2,66 5.598 3,92 5.219 3,65 5.784 4,05
Quatá 9 14.869 10,41 14.094 9,87 15.362 10,75
Rancharia 21,36 28.809 23,05 28.809 23,05 29.774 23,82
Ribeirão do Sul 2,37 4.269 2,99 4.331 3,03 4.412 3,09
Salto Grande 5,83 9.293 6,50 9.109 6,38 9.603 6,72
Santa Cruz do Rio Pardo 34,11 47.786 38,23 46.367 37,09 49.379 39,50
São Pedro do Turvo 3,79 7.467 5,23 7.369 5,16 7.717 5,40
Tarumã 9,36 16.543 11,58 15.131 10,59 17.089 11,96
Ubirajara 2,39 4.849 3,39 4.694 3,29 5.010 3,51
Total UGRHI-17 12,0 698.577 13,8 714.113 13,4 730.192 14,3

Coleta de resíduos sólidos urbanos: Segundo dados fornecidos pelos municípios


da UGRHI-17, os municípios coletam uma média de 97,3% dos resíduos da população total
residente na área da UGRHI-17. Projetando para os horizontes do plano de Bacia,
considera-se que haverá o aumento do atendimento de coleta de resíduos sólidos, levando
em consideração o aumento da população na área urbana, sendo que, devem ser
priorizados os municípios que possuem os índices abaixo de 80%, classificados como
regular.

307
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Plano de Bacia

Para o cenário acelerado, todos os municípios devem ser enquadrados com o


índice de coleta de resíduos sólidos “bom”, sendo coletado no mínimo 90% dos resíduos
sólidos gerados. O Quadro 139 apresenta todos os índices nos três cenários projetados.

Quadro 139. Índices estimativos de coleta de resíduos sólidos urbanos.


Projeção Projeção Indice Projeção Indice
Projeção Indice Projeção Projeção
População População Coleta População Coleta
Município População Coleta (%) População População
Atendida Atendida (%) Atendida (%)
2027* 2027* 2027* 2027*
2027* 2027* 2027* 2027* 2027*
Águas de Santa
5.976 4.544 76,04 5.976 4.544 76,04 6.402 5.762 90,00
Bárbara
Alvinlândia 3.203 3.203 100,00 3.203 3.203 100,00 3.431 3.431 100,00
Assis 102384,8 97.911 95,63 102384,8 97.911 95,63 110211,9 110.212 100,00
Avaré 88.306 88.306 100,00 88.306 88.306 100,00 94.492 94.492 100,00
Cabrália Paulista 4.281 3.901 91,12 4.281 3.901 91,12 4.376 4.207 96,12
Campos Novos
4.849 4.849 100,00 4.849 4.849 100,00 5.198 5.198 100,00
Paulista
Cândido Mota 30.050 29.984 99,78 30.050 29.984 99,78 31.150 31.150 100,00
Canitar 5.070 sd sd 5.070 sd sd 5.689 sd sd
Cerqueira César 19463,5 19.464 100,00 19463,5 19.464 100,00 21315,9 21.316 100,00
Chavantes 12.233 12.233 100,00 12.233 12.233 100,00 12.712 12.712 100,00
Cruzália 2.090 2.090 100,00 2.090 2.090 100,00 2.060 2.060 100,00
Duartina 11.951 10.461 87,53 11.951 10.461 87,53 12.181 11.271 92,53
Echaporã 6.198 0 0,00 6.198 0 0,00 6.336 0
Espirito Santo do
4.869 4.524 92,92 4.869 4.524 92,92 5.428 5.315 97,92
Turvo
Fernão 1656,6 1.657 100,00 1656,6 1.657 100,00 1768,5 1.768 100,00
Florínea 2667,6 0 0,00 2667,6 0 0,00 2668,5 0
Gália 6.442 6.442 100,00 6.442 6.442 100,00 6.351 6.351 100,00
Iaras 6970,2 6.970 100,00 6970,2 6.970 100,00 7588,4 7.588 100,00
Ibirarema 7.621 7.040 92,37 7.621 7.040 92,37 8.441 8.219 97,37
Itatinga 20863,1 19.248 92,26 20863,1 19.248 92,26 23354,4 22.715 97,26
João Ramalho 4412,6 4.164 94,36 4412,6 4.164 94,36 4718,9 4.689 99,36
Lucianópolis 2.253 2.253 100,00 2.253 2.253 100,00 2.332 2.332 100,00
Lupércio 4427,9 0 0,00 4427,9 0 0,00 4620,5 0
Maracaí 13.564 13.564 100,00 13.564 13.564 100,00 14.154 14.154 100,00
Ocauçu 4.140 3.306 79,85 4.140 3.306 79,85 4.266 3.839 90,00
Óleo 2.489 0 0,00 2.489 0 0,00 2.472 0
Ourinhos 111.624 111.624 100,00 111.624 111.624 100,00 120.588 120.588 100,00
Palmital 21.670 21.670 100,00 21.670 21.670 100,00 22.680 22.680 100,00
Paraguaçu Paulista 44.447 44.447 100,00 44.447 44.447 100,00 47.220 47.220 100,00
Pardinho 6.501 6.501 100,00 6.501 6.501 100,00 7.307 7.307 100,00
Paulistânia 1.771 1.771 100,00 1.771 1.771 100,00 1.826 1.826 100,00
Pedrinhas Paulista 3.020 2.754 91,18 3.020 2.754 91,18 3.169 3.047 96,18
Platina 3.542 0 0,00 3.542 0 0,00 3.877 0
Pratânia 5.219 3.638 69,71 5.219 3.638 69,71 5.784 5.205 90,00
Quatá 14.094 13.681 97,07 14.094 13.681 97,07 15.362 15.362 100,00

308
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Plano de Bacia

Projeção Projeção Indice Projeção Indice


Projeção Indice Projeção Projeção
População População Coleta População Coleta
Município População Coleta (%) População População
Atendida Atendida (%) Atendida (%)
2027* 2027* 2027* 2027*
2027* 2027* 2027* 2027* 2027*
Rancharia 28.809 28.809 100,00 28.809 28.809 100,00 29.774 29.774 100,00
Ribeirão do Sul 4.331 4.331 100,00 4.331 4.331 100,00 4.412 4.412 100,00
Salto Grande 9.109 8.225 90,29 9.109 8.225 90,29 9.603 9.151 95,29
Santa Cruz do Rio
46.367 41.897 90,36 46.367 41.897 90,36 49.379 47.088 95,36
Pardo
São Pedro do Turvo 7.369 7.369 100,00 7.369 7.369 100,00 7.717 7.717 100,00
Tarumã 15.131 15.131 100,00 15.131 15.131 100,00 17.089 17.089 100,00
Ubirajara 4.694 3.424 72,95 4.694 3.424 72,95 5.010 4.509 90,00
Total da Ugrhi 17 706.129 661.385 94,3 706.129 661.385 94,3 754.515 721.757 99,0
Fonte: SNIS, 2016

Quanto ao enquadramento dos municípios em relação às condições de tratamento


e disposição dos resíduos urbanos, são avaliados a partir do IQR (índice de qualidade de
resíduos). Quanto à classificação do IQR, os municípios de Florínea, Palmital, Ourinhos e
Santa Cruz do Rio Pardo são classificados como “inadequado”.

Nota-se que entre os anos de 2011 e 2016, houve uma melhora nos índices de
qualidade dos aterros de resíduos, onde 66% eram classificados como inadequados, e em
2016 esse número passou para 29%, conforme se observa na Figura 185.

Figura 185. Evolução da classificação do IQR dos municípios na UGRHI-17.

• Estimativa de vida útil dos aterros sanitários

A vida útil de um aterro sanitário é o tempo estimado que o aterro funcione até que
sua capacidade de armazenamento total seja alcançada. Para se calcular essa capacidade,
é necessário conhecer a área do aterro e a quantidade de resíduos recebidos diariamente
no aterro.

309
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Normalmente, um aterro sanitário é construído para receber os resíduos por um


prazo (vida útil) de pelo menos 20 (vinte) anos (PRS, 2013). Após o término da vida útil, o
aterro deve ser fechado e deve-se buscar outro local para a disposição final do lixo nos
municípios. O Quadro 140 apresenta os dados da presença, tipo de aterro e aspectos
relativos à vida útil para os municípios pertencentes à UGRHI-17.

Quadro 140. Início de operação do aterro de resíduos sólidos – UGRHI-17.


Tempo Tempo Tempo Tempo
Início de Tipo de de uso de uso de uso de uso
Município Tipo de unidade
LO Licença (até (até (até (até
2015) 2019) 2023) 2027)
Águas de Santa Bárbara Envia para Aterro em Piratininga
Alvinlândia Aterro sanitário 2014 LO 1 5 9 13
Assis Envia para Aterro em Quatá
Avaré Aterro sanitário 2005 LO 10 14 18 22
Cabrália Paulista Aterro sanitário 2006 LO 9 13 17 21
Campos Novos Paulista Aterro controlado 2012 LO 3 7 11 15
Cândido Mota Aterro controlado 1994 LO 21 25 29 33
Canitar Aterro controlado 2010 LO 5 9 13 17
Cerqueira César Aterro sanitário 2013 LO 2 6 10 14
Chavantes Aterro sanitário 2003 LO 12 16 20 24
Cruzália Aterro sanitário 2003 LO 12 16 20 24
Duartina Aterro sanitário 2012 LO 3 7 11 15
Echaporã SD SD SD SD SD SD SD
Espirito Santo do Turvo Envia para Aterro em Piratininga
Fernão Aterro sanitário 2010 LO 5 9 13 17
Florínea Aterro sanitário 2014 LI 1 5 9 13
Gália Aterro sanitário 2010 LO 5 9 13 17
Iaras Aterro sanitário 2005 LO 10 14 18 22
Ibirarema Aterro sanitário 2002 LO 13 17 21 25
Itatinga Envia para Aterro em Botucatu
João Ramalho Envia para Aterro em Quatá
Lucianópolis Envia para Aterro em Piratininga
Lupércio Envia para Aterro em Piratininga
Maracaí Aterro sanitário 2007 Outro 8 12 16 20
Ocauçu Lixão 2014 LO 1 5 9 13
Óleo SD SD SD SD SD SD SD
Ourinhos Aterro controlado 1960 LI 55 59 63 67
Palmital Aterro sanitário 2009 LO 6 10 14 18
Paraguaçu Paulista Aterro sanitário 2005 LO 10 14 18 22
Pardinho Envia para Aterro em Quatá
Paulistânia Aterro sanitário 2006 LO 9 13 17 21
Pedrinhas Paulista Aterro sanitário 2013 LO 2 6 10 14
Platina Envia para Aterro em Quatá
Pratânia Aterro sanitário 2014 LO 1 5 9 13
Quatá Aterro controlado 2010 Outro 5 9 13 17
Rancharia Envia para Aterro em Quatá
Ribeirão do Sul Aterro sanitário 2011 LO 4 8 12 16
Salto Grande Aterro sanitário 1999 LO 16 20 24 28
Santa Cruz do Rio Pardo Aterro sanitário 1998 LO 17 21 25 29

310
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Plano de Bacia

Tempo Tempo Tempo Tempo


Início de Tipo de de uso de uso de uso de uso
Município Tipo de unidade
LO Licença (até (até (até (até
2015) 2019) 2023) 2027)
São Pedro do Turvo Aterro sanitário 2003 LO 12 16 20 24
Tarumã Aterro controlado 2011 LI 4 8 12 16
Ubirajara Aterro sanitário 2014 LO 1 5 9 13
Fonte: SNIS, 2016.

Como se pode observar no Quadro 140, deverá haver ações relacionadas a estudos
de alternativas de disposição de resíduos sólidos, uma vez que, algumas licenças foram
concedidas a mais de 20 anos e o aterro possui mais de 20 anos de operação.

Em termos práticos, em 2019, serão 04 aterros com mais de 20 anos de operação;


em 2023 serão 8 e em 2027 serão 13 aterros nesta condição.

 Diretrizes e critérios orientativos para Planos municipais de Saneamento


considerado medidas relativas a resíduos sólidos

O manejo de resíduos sólidos compreende atividades, infraestruturas e instalações


operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e disposição final do lixo. As
diretrizes orientativas para os planos de resíduos sólidos são as seguintes:

• Os planos de saneamento devem estar em consonância com os planos diretores


com os objetivos e as diretrizes dos planos plurianuais (PPA), com os planos de
recursos hídricos, com a legislação ambiental, legislação de saúde e educação, etc;

• A área de abrangência do plano de saneamento deverá ser toda a área do


município, contemplando localidades adensadas e dispersas, devendo ser, também,
compatível e integrado às demais políticas, aos planos e aos disciplinamentos do
município relacionados ao gerenciamento do espaço urbano;

• Fazer parte do desenvolvimento urbano e ambiental da cidade;

• Prever a disponibilidade dos serviços públicos de saneamento básico a toda


população do município (urbana e rural);

• Proteção da saúde pública e do meio ambiente;

• Redução, reutilização, reciclagem, tratamento adequado de resíduos sólidos e


destinação ambientalmente adequada;

• A responsabilidade dos geradores de resíduos sólidos;

• O fomento ao desenvolvimento de processos que busquem a alteração dos padrões


de produção e consumo sustentável de produtos e serviços;

311
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Plano de Bacia

• A educação ambiental e comunicação social relacionadas à separação dos resíduos


para coleta seletiva, reutilização e reciclagem, entre outros;

• Adoção, desenvolvimento e aprimoramento das tecnologias ambientalmente


saudáveis e ecologicamente corretas como forma de minimizar os impactos
ambientais;

• Incentivo ao uso de matérias primas e insumos derivados de materiais recicláveis;

• A gestão e gerenciamento integrado dos resíduos sólidos;

• A articulação entre as diferentes esferas do poder público, visando à cooperação


técnica e financeira para a gestão integrada dos resíduos sólidos;

• A regularidade, continuidade, funcionalidade, eficiência e universalização da


prestação de serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação
dos custos integrais dos serviços prestados, como forma de garantir a
sustentabilidade financeira, operacional e administrativa do gerenciamento integrado
dos resíduos sólidos, bem como, a equidade aos moradores;

• Implantação de coleta seletiva, priorizando a contratação de cooperativas de


catadores;

• Incentivo à minimização, reutilização e reciclagem de resíduos.

• Incentivo ao desenvolvimento de programas de gerenciamento integrado de resíduos


sólidos;

• Compatibilização do gerenciamento dos resíduos sólidos com o gerenciamento dos


recursos hídricos, o desenvolvimento regional e proteção ambiental;

• Definir procedimentos relativos ao acondicionamento, armazenamento, coleta,


transporte, transbordo, tratamento e disposição final de resíduos sólidos;

• Incentivo ao estabelecimento de parcerias com organizações para otimizar a gestão


de resíduos sólidos;

• Incentivo à implantação de indústrias recicladoras de resíduos sólidos;

• Incentivo à criação e desenvolvimento de associações de catadores de resíduos;

• Incentivo à parceria entre Estado, Municípios e entidades privadas para


desenvolvimento de programas de capacitação de área de gerenciamento de
resíduos sólidos;

312
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Plano de Bacia

• Estabelecimento de critérios para o gerenciamento de resíduos perigosos;

• Incentivo à parceria entre Estado, Municípios e sociedade civil para implantação do


programa de educação ambiental, com enfoque na área de resíduos sólidos;

• Incentivo à criação de novos mercados de produtos reciclados e a ampliação dos já


existentes;

• Preferência, nas aquisições, a produtos compatíveis com os princípios e


fundamentos desta lei;

• Articulação institucional entre os gestores visando à cooperação técnica e financeira,


especialmente nas áreas de saneamento, meio ambiente, recursos hídricos e saúde
pública;

• Garantia de atendimento à população dos serviços de gerenciamento de resíduos


sólidos;

• Investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias ambientalmente


adequadas;

• Ação reparadora mediante a identificação de áreas degradadas pela disposição


inadequada de resíduos sólidos;

• Flexibilização da prestação de serviços de limpeza urbana, com adoção de modelos


gerenciais e tarifários, que assegurem a sua sustentabilidade econômica e
financeira;

• Fomento à criação e articulação de fóruns, conselhos municipais e regionais para


garantir a participação da comunidade no processo de gestão integrada dos resíduos
sólidos;

• Incorporação da Política de Gestão de Resíduos Sólidos aos objetivos expressos


nas políticas afins - Desenvolvimento Urbano, Saúde, Saneamento, Recursos
Hídricos e Meio Ambiente;

• Apoio técnico e financeiro aos municípios na formulação e implantação de seus


planos estratégicos de ação para o gerenciamento dos resíduos sólidos, de acordo
com critérios a serem definidos no regulamento;

• Introduzir o conceito de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, estabelecendo


metas estaduais, regionais e locais para controle, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento e destinação final adequados para todo e qualquer resíduo sólido gerado;

313
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

• Incentivar e promover a articulação e a integração entre os municípios para a busca


de soluções consorciadas e/ou compartilhadas, principalmente para o tratamento e a
destinação final de resíduos sólidos.

5.2.7.7 Drenagem e Manejo das águas pluviais urbanas

Na UGRHI-17, 41 municípios possuem o Plano Diretor de Drenagem Urbana, e o


plano municipal de saneamento básico, que engloba também o item Drenagem urbana.
Estes planos visam elaborar diretrizes que possam solucionar problemas ligados a
enchentes e inundações urbanas e possibilita analisar o sistema de drenagem natural,
macrodrenagem e microdrenagem, apontando os problemas existentes.

Somente os municípios de Itatinga e Chavantes não possuem o Plano diretor de


drenagem urbana e nem o Plano de Saneamento básico no município, mas conforme já
descrito neste relatório, a Secretaria de Saneamento do Estado de São Paulo contratou os
planos de saneamento básico para os municípios que não possuem.

Diversas são as causas para ocorrência e prevalência de enchentes e inundações


em áreas urbanas, entre elas:

• Ocupação irregular ao longo da calha dos rios, em áreas marginais naturalmente


destinadas à preservação para a ocupação pelas enchentes ou transbordamentos
dos córregos e rios, com maior ou menor frequência, provocam elevação dos níveis
de enchentes e o alagamento de áreas até antes protegidas das cheias;

• Inundações de várzeas dos córregos e rios em decorrência de estrangulamentos e


obstruções na calha dos cursos d’água principais, ocasionados por bueiros e pontes
com dimensões e implantações inadequadas;

• Ausência de um zoneamento da ocupação urbana das bacias hidrográficas que


destine faixas de proteção ao longo dos cursos d’água principais e secundários, e
estabeleça índices de ocupações e de áreas permeáveis adequados visando à
redução dos escoamentos superficiais; e,

• Ausência de obras hidráulicas de contenção, como lagos e reservatórios de


detenção de cheias ou de armazenamento que façam parte de um plano de controle
de cheias, para a redução dos picos de enchentes, causadoras das inundações das
áreas baixas, próximas às margens dos cursos d’água.

Acredita-se que os planos diretores de drenagem urbana é um importante


instrumento para localizar os problemas relacionados com a microdrenagem e

314
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

macrodrenagem dos municípios, propondo ações e minimizando os problemas relacionados


a enchente e inundações nas áreas urbanas na UGRHI. Quando essas ações são bem
executadas, as condições da drenagem melhoram na bacia como um todo.

 Diretrizes e critérios orientativos para planos municipais de saneamento


considerando medidas relativas ao controle de cheias ou inundações

Alguns critérios e diretrizes devem ser estabelecidos para maior eficiência dos Planos
municipais e/ou regionais de Saneamento, como:

• Reduzir os prejuízos decorrentes das inundações;

• Melhorar as condições de saúde da população e do meio ambiente urbano, dentro


de princípios econômicos, sociais e ambientais;

• Planejar os mecanismos de gestão urbana para o manejo sustentável das águas


pluviais e da rede hidrográfica do município;

• Implantar medidas não estruturais, como áreas de infiltração em casas, parques,


condomínios entre outros;

• Planejar a distribuição da água pluvial no tempo e no espaço, com base na tendência


de evolução da ocupação urbana;

• Ordenar a ocupação de áreas de risco de inundação através de regulamentação;

• Restituir parcialmente o ciclo hidrológico natural, reduzindo ou mitigando os


impactos da urbanização;

• Formatar um programa de investimentos de curto, médio e longo prazo que,


associado aos benefícios produzidos por esses investimentos, viabilize a obtenção
de recursos para a implantação das medidas propostas no Plano.

 Tendências de evolução sobre o manejo das águas pluviais

Como apresentado no diagnóstico e no prognóstico, os problemas relacionados ao


manejo das águas pluviais nas áreas urbanas do Médio Paranapanema são voltadas mais
para o problema de erosão do que combate as inundações.

A partir do meio físico é bastante frágil em grande parte da UGRHI. O lançamento


de águas pluviais feitos de maneira inadequada acarreta o surgimento de pequenos focos
de erosão, que são agravados em épocas chuvosas.

315
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Desta forma, as técnicas de construção de sistemas de escoamento de galerias


pluviais, em especial no trecho final, devem ser realizados com as técnicas adequadas aos
tipos de solo encontradas no local, privilegiando a dissipação da energia destas águas. Para
os novos loteamentos que são construídos, o poder público municipal deve ter em mente a
necessidade de se avaliar cuidadosamente os projetos apresentados pelos
empreendedores, de maneira a garantir o pleno funcionamento da obra.

Este tipo de projeto deve deixar de ser o carro chefe dos projetos financiados com
recursos do FEHIDRO no decorrer dos próximos anos, sendo as ações pautadas mais no
treinamento dos agentes municipais, por meio dos projetos previstos no PDC 8. Ressalta-se
que atualmente, o CBH-MP só financia obras de manejo de águas pluviais (implantação de
galerias) quando a finalidade for combate a erosão e somente em áreas mais antigas, uma
vez que os novos loteamentos tem a obrigação de serem dotados de sistemas de
drenagem.

5.3 GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS NA UGRHI 17

A gestão de recursos hídricos é definida como um conjunto de ações destinadas a


regular o uso, o controle e proteção dos recursos hídricos, em conformidade com a
legislação, através de instrumentos de gestão. A gestão integra projetos, planos e
programas com o objetivo de promover a recuperação e preservação da qualidade e
quantidade dos recursos das bacias hidrográficas brasileiras e atua na recuperação e
preservação dos cursos d’água em áreas urbanas.

5.3.1 Legislação pertinente aos recursos hídricos

Este item tem por objetivo avaliar o arcabouço legal vigente no que se refere à
gestão dos recursos hídricos, analisando as atribuições e capacidade técnico-institucional
das diversas instituições, públicas e privadas, que nela atuam (CRH, 2012).

O conceito de gestão aplicado à bacia hidrográfica deve integrar diversos


organismos que atuam diretamente nesta unidade e que juntamente com seus interesses
possam articular-se definindo prioridades e estratégias de ação, visando alcançar um
objetivo comum definido.

 Modelo institucional de gestão de recursos hídricos na UGRHI-17

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema CBH-MP, caracteriza-se


por ser um órgão colegiado de caráter consultivo e deliberativo do Sistema Integrado de

316
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Gerenciamento de Recursos Hídricos – SIGRH, e foi criado nos termos da Lei 7.663/1991 e
foi instalado em 30 de dezembro de 1991.

A composição do CBH-MP é assegurada pela participação paritária entre Estado,


Municípios e Sociedade Civil Organizada. Desta forma, é composta por 39 membros
titulares e seus respectivos suplentes. Esta composição é distribuída da seguinte forma:

 13 membros representantes de Órgãos do Estado de São Paulo de nível


regional, sediado na unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Médio Paranapanema – UGRHI-17.

 13 prefeitos ou representantes dos municípios contidos na Bacia Hidrográfica do


Médio Paranapanema.
 13 representantes da Sociedade Civil Organizada sediada na Bacia Hidrográfica
do Médio Paranapanema de nível regional, presentes à Assembleia instalada
para a composição e renovação do CBH-MP, considerando os seguintes
segmentos: associações comerciais e industriais, associações de produtores
rurais, entidade ambientalistas e de recuperação florestal, associações técnicas,
científicas e de classe, universidade, institutos de ensino superior e entidades de
pesquisa e desenvolvimento, sindicatos rurais, sindicatos de trabalhadores rurais,
associações de turismo, lazer e navegação.

O mandato dos integrantes do CBH-MP terá duração de 2 anos, e será composta


entre Estado, Municípios e Sociedade Civil Organizada.
O CBH-MP é composto por dois órgãos, sendo eles, o Plenário do CBH-MP e a
Secretaria Executiva. O Plenário é o órgão supremo do CBH-MP e suas deliberações
vinculam e obrigam a todos ainda que ausentes ou discordantes. A Diretoria do CBH-MP é
composta por:
I. Presidência;
II. Vice Presidência;
III. Secretaria Executiva.

Desta forma, o presidente é o representante do CBH-MP e tem como atribuições:

I. Representar o CBH-MP, ativa e passivamente;


II. Presidir as reuniões do Plenário;
III. Determinar a execução das deliberações do Plenário, através da secretaria
executiva;

317
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

IV. redenciar, à partir de solicitação dos membros do CBH-MP, pessoas ou


entidades públicas ou privadas, para participar de cada reunião, com direito a voz
e sem direito a voto.
V. Tomar medidas de caráter urgente, submetendo-as, na reunião imediata, à
homologação do Plenário.
VI. manter o CBH-MP informado das discussões que ocorrem no CRH.
Ao Vice Presidente, cabe o poder de substituir o Presidente em seus impedimentos,
licenças, renúncias ou vacâncias, além de ser dado a ele o voto de qualidade quando a
matéria discutida envolver interesse do presidente.

I. Caberá ao vice-presidente substituir o Presidente em seus impedimentos

II. No caso da presidência vir a ser ocupada por um prefeito municipal, ao fim de seu
mandato na prefeitura, o vice-presidente assume a presidência e, no seu
impedimento o Secretário Executivo, até o final do mandato.

III. Ocorrendo vacância por outro motivo que não o referido no parágrafo anterior,
adotar-se-ão os seguintes procedimentos: Se a vacância ocorrer antes de se
completar 01 (um) ano de mandato, o vice-presidente assumirá a presidência e
convocará novas eleições, no prazo máximo de 30 (trinta) dias à contar da vacância,
para a complementação do mandato, se a vacância ocorrer após decorrido 01 (um)
ano de mandato, o vice-presidente assumirá a presidência até o final do mandato.

IV. O cargo de Vice Presidente é pessoal e intransferível.

A sede da secretaria executiva coincidirá com a sede do CBH-MP, será coordenado


por um Secretário Executivo, representante dos órgãos do Estado, eleito em Plenária
convocada para este fim. Ao secretário executivo compete:

XIII. Promover a convocação das reuniões, organizar a Ordem do Dia, secretariar e


assessorar as reuniões do CBH-MP;
XIV. Adotar as medidas necessárias ao funcionamento do CBH-MP e dar
encaminhamento a suas deliberações, sugestões e propostas;
XV. Publicar, no Diário Oficial do Estado, as decisões do Comitê;
XVI. Participar, com o CORHI, na promoção da integração entre os componentes do
SIRGH que atuam na Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema, bem como a
articulação com o setor privado e a sociedade civil;

318
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

XVII. Participar, com o CORHI, na elaboração da proposta do Plano das Bacias, assim
como o relatório sobre “A situação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica”,
promovendo as articulações necessárias;
XVIII. Participar, com o CORHI , na promoção da articulação com os Estados vizinhos e a
União, para a gestão dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Médio
Paranapanema.
Os membros do CBH-MP terão mandato de dois anos coincidindo com a diretoria,
cabendo reeleição. Estes membros são divididos em titulares e suplentes, tendo as
seguintes atribuições:

 Apresentar propostas, pedir vista de documentos, discutir e votar todas as


matérias submetidas ao CBH-MP;
 Solicitar ao Presidente a convocação de reuniões extraordinárias, na forma
prevista no Artigo 16º deste Estatuto;
 Propor a criação de unidades organizacionais regionais ou especializadas, bem
como de sub-comitês, integrando-os quando indicando pelo Plenário;
 Votar e ser votado para os cargos previstos neste Estatuto;
 Indicar, quando necessário, pessoas ou representantes de entidades, públicas ou
privadas, para participar de reuniões específicas do CBH-MP, com direito a voz,
obedecidas as condições previstas por este Estatuto.
A efetivação da Política de recursos hídricos está em (re)conhecer as
características geográficas, por meio dos Relatórios de Situação dos Recursos hídricos,
para alicerçar as indicações de ações, estruturais e não estruturais, e a definição de metas e
diretrizes, tendo como instrumento o Plano de Bacia, visando a recuperação e preservação
dos mananciais.
Na Constituição do Estado de São Paulo a temática dos recursos hídricos conduz
para a gestão descentralizada, participativa e integrada em relação às peculiaridades das
bacias hidrográficas.
A Lei Estadual nº 9.866 de 28 de novembro de 1997 dispõe sobre diretrizes para
proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do
Estado de São Paulo e dá outras providências.
A partir do Decreto nº 4.613 de 11 de março de 2003 regulamentou-se o Conselho
Nacional de Recursos Hídricos. As diretrizes para formação e funcionamento dos Comitês
de Bacia Hidrográfica foram estabelecidas pela Resolução 05 de 10 de abril de 2000 do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). E, pela Resolução 17 de 29 de maio de

319
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

2001 do CNRH, estabeleceram-se diretrizes para elaboração dos Planos de Recursos


Hídricos de Bacias Hidrográficas.
A gestão integrada dos recursos hídricos como proposta nas Leis nº 9.433 de 08 de
janeiro de 1997 (Federal) e nº 7.663 de 30 de dezembro de 1991 (Estadual), deve ser vista
como um modelo de gerenciamento estratégico constituído por políticas públicas de
recursos hídricos. A partir da Lei Estadual nº 7.663 de 30 de dezembro de 1991, instituiu a
Política de Recursos Hídricos. A Lei Estadual nº 9.034 de 27 de dezembro de 1994, aprovou
o Plano Estadual de Recursos Hídricos e propôs a divisão do Estado de São Paulo em 22
Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI.
O Quadro 141 apresenta a relação da legislação existente no âmbito Federal /
Estadual, cujos dados são baseados em informações disponibilizadas por meio do endereço
eletrônico da Agência Nacional de Águas (ANA) e Secretaria de Saneamento e Recursos
Hídricos, através do SIGRH (Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos
Hídricos do Estado de São Paulo).
Quadro 141 Legislação associada a recursos hídricos nas esferas federal e estadual.
Esfera n.º Título
Lei nº 9.433/97 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos
Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira
Lei nº 7.990 /89 pelo resultado da exploração de recursos hídricos para fins de geração de
energia elétrica
Lei nº 9.984/00 Cria a Agência Nacional de Águas - ANA
Estabelece diretrizes para a implementação do Sistema Nacional de
Resolução CNRH
Informações sobre Recursos Hídricos, Instrumento da Política Nacional de
nº 13/2000
Recursos Hídricos, conforme determina a Lei nº 9.433/1997
Resolução CNRH Dispõe sobre a competência do Sistema Nacional de Gerenciamento de
nº 15/2001 Recursos Hídricos coordenar a gestão integrada as águas
Resolução CNRH Outorga de direito de uso de recursos hídricos é o ato administrativo mediante
nº 16/2001 o qual a autoridade outorgante faculta ao outorgado previamente
Resolução CNRH Estabelecer diretrizes complementares para a elaboração dos Planos de
nº 17/2001 Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas
Resolução CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos para a definição dos valores a serem
nº 19/2002 cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União
Legislação Resolução CNRH Atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos-
Federal nº 22/2002 SINGREH;
Resolução CNRH Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 407, de 23-11-1999, de
nº 24/2002 implementação dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos
Resolução CNRH Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 407, de 23-11-1999, do Conselho
nº 26/2002 Nacional de Recursos Hídricos para autorizar a criação de Agências de Água
Resolução CNRH Define diretrizes para a outorga de uso dos recursos hídricos para o
nº 29/2002 aproveitamento dos recursos minerais
Resolução CNRH Define metodologia para codificação de bacias hidrográficas, no âmbito
nº 30/2002 nacional.
Dispõe sobre a importância de se estabelecer uma base organizacional que
Resolução CNRH
contemple bacias hidrográficas como unidade do gerenciamento de recursos
nº 32/2003
hídricos
Estabelece as prioridades para aplicação dos recursos oriundos da cobrança
Resolução CNRH
pelo uso de recursos hídricos, para o exercício de 2004, e dá outras
nº 35/2003
providências.
Decreto nº 4.613/ Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, e dá outras
2003 providências.

320
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Esfera n.º Título


Dispõe sobre os contratos de gestão entre a Agência Nacional de Águas e
Lei nº 10.881/04
entidades delegatárias.
Resolução CNRH Regimento Interno, aprovado pela Portaria nº 407, de 23-11-1999, para
nº 27/2004 estabelecer os critérios gerais para a cobrança pelo uso de recursos hídricos
Decreto nº
Cria o Conselho Estadual de Recursos Hídricos
27.576/87
Lei Estadual nº
Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos
7.663/91
Lei Estadual nº
Cria a Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras
8.275/93
Lei Estadual nº
Dispõe sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos - 94/95
9.034/94
Lei Estadual nº Altera a Lei nº 8.275/93 que Cria a Secretaria de Recursos Hídricos,
9.952/98 Saneamento e Obras
Lei Estadual nº
Autoriza o Poder Executivo a participar da constituição de Agência de Bacias
10.020/98
Lei Estadual nº
Altera a Lei nº 7.663/91 que Institui a Política Estadual de Recursos Hídricos
10.843/01
Lei Estadual nº
Altera a denominação da Secretaria de Estado de Recursos Hídricos
11.364/03
Decreto nº
Aprova o Primeiro Plano Estadual de Recursos Hídricos - PERH 90/91
32.954/91
Decreto nº
Adapta o Conselho Estadual de Recursos Hídricos
36.787/93
Decreto nº
Legislação Regulamenta os artigos 9º a 13 da Lei 7.663/91 - Outorga
41.258/96
Estadual
Deliberação CRH
Aprova Regimento Interno do CRH
01/93
Deliberação CRH
Normas sobre Comitês de Bacias
02/93
Deliberação CRH
Reenquadramento de Corpos d’ Água
03/93
Deliberação CRH
Implantação de PDC’s 96/99
08/95
Deliberação CRH
Implantação de PDC’s 96/99
10/96
Deliberação CRH
Altera artigos do Regimento Interno do CRH
11/96
Deliberação CRH
Aprova a criação de Agência de Bacia Hidrográfica
25/98
Deliberação CRH nº Dispõe sobre diretrizes e normas para a proteção e recuperação das bacias
34/02 hidrográficas dos mananciais de interesse regional do Estado de São Paulo
Deliberação CRH nº Institui no âmbito do Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos
36/02 Hídricos - SIGRH a "Semana Estadual da Água"
Regulamenta o Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO, criado pela
Decreto nº
Lei n 7.663, de 30 de dezembro de 1991, alterada pela Lei n 10.843, de 5 de
48.896/04
julho de 2001
Fonte: SIGRH, 2014.

O Quadro 142 apresenta a relação da legislação existente para cada município da


UGRHI-17, cujos dados são baseados nas informações disponibilizadas pelos municípios,
por meio do endereço eletrônico das prefeituras municipais e suas respectivas câmaras.

321
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 142 Leis e planos dos municípios da UGRHI-17.


Município Número Descrição
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Águas de Santa Bárbara - SP
Declara de utilidade pública a Cooperativa Regional de Catadores de
Lei 1700/2016
Águas de Santa materiais recicláveis - RECICOOPER, e dá outras providências.
Bárbara Dispõe sobre a criação do Programa de Coleta Seletiva com
inclusão social e econômica dos catadores de material reciclável e o
Lei 1699/2016
Sistema de Logística Reversa e seu Conselho Gestor e dá outras
providências
Alvinlândia Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Alvinlândia - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Assis - SP
Assis Lei Complementar Institui o Plano Diretor do Município de Assis e dá outras
10/2006 providências
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Avaré - SP
Avaré Cria o Programa Educativo "Pequeno Agricultor Sustentável" nas
Lei 2023/2016
escolas da zona rural e dá outras providências.
Cabrália Paulista Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Cabrália Paulista - SP
Campos Novos
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Campos Novos Paulista - SP
Paulista
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Cândido Mota - SP
Dispõe sobre o Plano Diretor de Água e Esgoto do Município de
Cândido Mota Lei 2129/2014
Cândido Mota e dá outras providências
Lei 0784/2000 Dispõe sobre Plano Diretor para o município de Cândido Mota
Canitar Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Canitar - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Cerqueira César- SP
Dispõe sobre a reestruturação do Conselho de Defesa do Meio
Cerqueira César Lei 1674/2009
Ambiente (CONDEMA), e dá outras providências
Fica aprovado o plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de
Lei 116/1972
Cerqueira Cesar, com substanciado nos objetivos e diretrizes da lei
Chavantes Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Chavantes - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Cruzália - SP
Dispõe sobre o Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA) de
Lei 0606/2015
Cruzália Cruzália
Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Defesa ao Meio
Lei 0381/2009
Ambiente - COMDEMA
Duartina Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Duartina- SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Echaporã - SP
Echaporã Aprova o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município
Lei 0467/1971
de Echaporã
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Espírito Santo do Turvo - SP
Espírito Santo do Institui a política Municipal de Educação Ambiental na Rede
Turvo Lei 0407/2009 Municipal de Ensino de Espírito Santo do Turvo e dá outras
providências
Fernão Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Fernão - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Florínea - SP
Florínea Dispõe sobre Instituição a Politica Municipal de Educação Ambiental
Lei 0331/2009
na Rede Municipal de Ensino se Florínea e da outras providencias.
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Gália - SP
Gália Dispõe sobre instituir a Política Municipal de Educação Ambiental e
Lei 1975/2009
dá outras providências.
Iaras Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Iaras - SP

322
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Município Número Descrição


Institui a Política Municipal de Educação Ambiental no âmbito do
Lei 462/2009
Município de Iaras e dá Outras Providências”
Ibirarema Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Ibirarema - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do município de Itatinga - SP
Itatinga
Lei 148/2006 Dispõe sobre elaboração do Plano Diretor do Município de Itatinga
João Ramalho Lei Orgânica Lei Orgânica do município de João Ramalho - SP
Lucianópolis Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Lucianópolis - SP
Lupércio Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Lupércio - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Maracaí - SP
Lei Complementar
Institui o Plano Diretor de Maracaí e dá outras providências
088/2010
Dispõe sobre a obrigatoriedade de coleta e destinação final
ambientalmente adequada, após sua vida útil, de produtos
Lei 1891/2013
considerados resíduos urbanos e caracterizados como lixo eletrônico
e tecnológico no âmbito municipal, e dá outras providências.
Dispõe sobre institui a Política Municipal de Educação Ambiental na
Lei 1653/2009 Rede Municipal de Ensino do município de Maracaí e dá outras
providências
Dispõe sobre autorização de celebração de convênio com a União
através do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia legal com o Estado de São Paulo, através da Secretaria
Lei 1200/1995 do Meio Ambiente, objetivando a implantação do projeto agricultura
limpa dentro do Programa Nacional do Meio Ambiente - PNMA, no
seu sub- componente Projetos de Execução Descentralizada - PED,
Maracaí e dá outras providencias.
Dispõe sobre: o Plano de Saneamento Básico de Resíduos Sólidos
e Manejo de Resíduos e respectiva justificativa técnica, realizado
pelo CIVAP e o ratifica com abrangência de todos os municípios
Lei 1705/2010
consorciados e autoriza o CIVAP a exercer as funções de
regulamentação e fiscalização, consoante os termos da lei federal nº
11.445/2007
Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos
órgãos e entidades da administração pública municipal direta e
Lei 1890/2013 indireta, e entidades paraestatais, na fonte geradora e a sua
destinação as associações e cooperativas dos catadores de
materiais recicláveis e dá outras providências.
Dispõe sobre a realização de acordo e compromisso entre o Estado
de São Paulo através da Secretaria da Agricultura e Abastecimento
e a Prefeitura Municipal de Maracaí-sp, para a execução e
Lei 11891995
manutenção das obras e serviços em estiadas rurais e municipais
através do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas -
componente adequação de estradas rurais
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Ocauçu - SP
Dispõe sobre a criação do setor de água e esgoto na administração
Lei 1077/1999
municipal e dá outras providências
Altera dispositivo da Lei Municipal nº 1014/97, de 27 de janeiro de
Lei 1109/2001 1997, dispondo sobre a cobrança das tarifas do serviço de água e
esgoto do município e dá outras providências
Ocauçu
Dispõe sobre regulamentação das Leis Municipais 1077 de
22/12/1999 e 1230/04 de 20/12/2004 que estabelecem regras para o
Lei 1300/2007
saneamento básico no município de Ocauçu e dá outras
providências.
Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Defesa do Meio
Lei 1320/2007
Ambiente - CMMA e dá outras providências

323
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Município Número Descrição


Dispõe sobre o tombamento da vegetação arbórea localizada na
Lei 1384/2008
praça do distrito de Nova Colômbia e dá outras providências.

Dispõe sobre a erradicação da planta “Murraya paniculata” (murta)


Lei 1383/2008
no município de Ocauçu

Lei 1381/2008 Dispõe sobre o reajuste de tarifa de água do município de Ocauçu


Dispõe sobre o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Lei 1582/2014 Sólidos - PMGIRS, consoante os termos da lei federal nº
12.305/2010
Óleo Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Óleo - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Ourinhos - SP
Lei Complementar Dispõe sobre o Plano Diretor do Município de Ourinhos e dá outras
499/2006 providências
Dispõe sobre a colocação e a permanência de caçambas para a
Ourinhos Lei 5126/2007 coleta de resíduos inorgânicos nas vias e logradouros públicos do
município de Ourinhos
Dispõe sobre a criação do Programa de Coleta Seletiva com
Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Material Reciclável e
Lei 5731/2011
o Sistema de Logística Reversa e seu Conselho Gestor e dá outras
providências
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Palmital - SP
Lei Complementar Dispõe sobre o desenvolvimento urbano no município de Palmital,
138/2006 institui o Plano Diretor de Palmital e dá outras providências
Palmital Dispõe sobre a instituição da Política Municipal de Educação
Lei 2338/2009
Ambiental, e dá outras providências
Autoriza o executivo a celebrar convênio com a Walm Engenharia e
Lei 1979/2002 Tecnologia Ambiental S/C LTDA, objetivando a implementação do
programa "PEEA - Paranapanema Energia Educação Ambiental"
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Paraguaçu Paulista - SP
Lei Complementar
Institui o Código do Meio Ambiente de Paraguaçu Paulista
Paraguaçu Paulista 09/1998
Lei Complementar Institui o Plano Diretor do Município de Paraguaçu Paulista e dá
10/1998 outras providências
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Pardinho - SP
Estabelece a Política Municipal de Defesa do Meio Ambiente, seus
fins e mecanismo de formação e ampliação, institui o Conselho e o
Lei Complementar
Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente e Sustentabilidade,
129/2009
cria a Diretoria Municipal de Meio Ambiente, e dá outras
providências
Instituir a Política Municipal de Educação Ambiental para a
Sustentabilidade na Rede Municipal de Ensino, Fixa o Calendário
Lei 1066/2009
Municipal de Datas Comemorativas Ambientais e dá outras
Pardinho
providências
Dispõe sobre a obrigatoriedade de implementação de Projeto de
Arborização Urbana nos novos parcelamentos do solo, nas novas
Lei 1068/2009
construções, bem como determina largura mínima das calçadas e dá
outras providências
Dispõe sobre as atividades pertinentes ao controle da poluição
atmosférica, por meio da avaliação da emissão de fumaça preta de
Lei 1069/2009
veículos e máquinas movidos a diesel, conforme regulamentação
específica e adota outras providências
Paulistânia Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Paulistânia - SP

324
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Município Número Descrição


Institui e aprova o Plano Municipal de Saneamento Básico,
Lei 0546/2016 instrumento da Política Municipal de Saneamento Básico no
município de Paulistânia e dá outras providências
Aprova o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
Lei 0433/2013
(PMGIRS) do município de Paulistânia e dá outras providências
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Pedrinhas Paulista - SP
Disciplina o Código Ambiental do município de Pedrinhas Paulista e
Lei 0867/2010
dá outras providências
Dispõe sobre o Código de arborização urbana, praças e jardins, uso
Lei 0868/2010 e ocupação dos logradouros públicos e institui a árvore símbolo do
município de Pedrinhas Paulista e dá outras providências
Pedrinhas Paulista Institui a Política Municipal de Proteção aos Mananciais de água
Lei 0847/2010
destinada ao abastecimento público e dá outras providências
Estabelece os princípios da Política Municipal de Resíduos Sólidos e
regulamenta a execução do Plano Municipal de Gestão Integrada de
Lei 0968/2012 Resíduos Sólidos (PMGIRS), que são partes instrumentais do Plano
Municipal de Saneamento de que trata o art. 195 da lei orgânica do
município de Pedrinhas Paulista e dá outras providências
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Platina - SP
Platina Dispõe sobre o Plano Municipal de gestão integrada de Resíduos
Lei 1115/2014 Sólidos - PMGIRS, consoante os termos da Lei Federal nº
12.305/2010
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Pratânia - SP
Disciplina gerenciamento dos resíduos da construção civil no
Lei 537/2013
município de Pratânia.
Dispõe sobre a Política Municipal de Educação Ambiental em
Pratânia Lei 528/2013 conformidade com o Art. 225, Inc VI da Constituição Federal e da Lei
Federal n° 9.975/1999
Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Defesa do Meio
Lei 527/2013
Ambiente no município de Pratânia e dá outras providências
Lei 443/2010 Dispõe sobre a criação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Quatá - SP
Quatá Dispõe sobre o plano de gestão integrada de Resíduos Sólidos -
Lei 2861/2014
PMGIRS, consoante os termos da Lei Federal nº 12.305/2010
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Rancharia - SP
Dispõe sobre o Plano Diretor Urbanístico e Ambiental e o sistema e
Lei 0024/2007 processo de planejamento e gestão do desenvolvimento do
Rancharia Município de Rancharia.
Que reestrutura o Conselho Municipal Do Meio Ambiente e o Fundo
Lei 0055/2007
Municipal do Meio Ambiente, e dá outras providências.
Ribeirão do Sul Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Ribeirão do Sul - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Salto Grande - SP
Salto Grande Cria o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente -
Lei 1579/2015 CONDEMA, o Fundo Municipal de Meio Ambiente - FMMA, e dá
outras providências
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Santa Cruz do Rio Pardo - SP
Decreto 06/2014 Aprovação do Plano Municipal de Saneamento Básico.
Lei Complementar
Institui o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
538/2014
Santa Cruz do Rio Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção
Pardo Civil e Resíduos Volumosos e o Plano Integrado de Gerenciamento
Lei 2294/2008 de Resíduos da Construção Civil de acordo com o previsto na
Resolução CONAMA nº 307, de 05.07.2002, e dá outras
providências
Lei 14/1994 Dispõe sobre a coleta de entulhos e resíduos de limpeza de jardim

325
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Município Número Descrição


Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de São Pedro do Turvo - SP
São Pedro do Dispõe sobre a criação do Plano Municipal de Resíduos Sólidos,
Turvo Lei 2149/2012 embasado na Lei Federal n°. 12.305/2010, a qual institui a criação
do Plano Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências.
Tarumã Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Tarumã - SP
Lei Orgânica Lei Orgânica do Município de Ubirajara - SP
Ubirajara Institui o Plano Municipal de Saneamento Básico destinado à
Lei 939/2011 execução dos serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário na sede do Município de Ubirajara
Fonte: Municípios da UGRHI-17, 2016.

A Política Nacional de Recursos Hídricos, através da Lei 9.433, de 8 de janeiro de


1997, em seu artigo 5º, institui os instrumentos de gestão dos recursos hídricos, que
abrangem (i) os Planos de Recursos Hídricos, (ii) o enquadramento dos corpos d’água, (iii) a
outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, (iv) a cobrança pelo uso de recursos
hídricos, e o (v) sistema de informações sobre Recursos hídricos.

5.3.2 Plano de Bacias Hidrográficas

Em 2007 o primeiro Plano de Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema foi


elaborado pela CPTI (Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e Industriais),
adotando-se como referência a documentação e os dados existentes, com base no Relatório
Zero da Bacia do Médio Paranapanema, elaborado em 1999, e considerados, também,
programas ou outros planos setoriais existentes e em elaboração, que possuíam ações de
melhoria da qualidade ambiental e dos recursos hídricos na área de interesse.

O Plano atende, ao mesmo tempo, às necessidades de cunho regional, no âmbito


de uma Bacia, ou das Sub-Bacias que a compõem, subsidiando a estruturação do
planejamento do gerenciamento multibacias estaduais ou interestaduais. Portanto, a
elaboração do Plano de Bacia objetiva, em sentido amplo e geral, organizar os elementos
técnicos de interesse e estabelecer objetivos, diretrizes, critérios e intervenções ou ações
necessárias para o gerenciamento dos recursos hídricos, com inserção participativa dos
diversos setores envolvidos com o tema e com horizontes de curto, médio e longo prazos,
sem perder de vista a perspectiva e necessidade da realização de revisões periódicas.

Assuntos como o reenquadramento dos corpos d’água, cobrança pelo uso da água,
monitoramento, outorga e fiscalização, planejamento, erosão, uso e ocupação, entre outros,
foram tratados de forma a subsidiar os entes da bacia em ações futuras, sempre buscando a
melhora da qualidade das águas superficiais e subterrânea, bem como o aumento de suas
disponibilidades.

326
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

5.3.3 Outorga de uso dos recursos hídricos

Os recursos hídricos (águas superficiais e subterrâneas) constituem-se em bens


públicos que toda pessoa física ou jurídica tem direito ao acesso e utilização, cabendo ao
Poder Público a sua administração e controle. Portanto, qualquer que seja o tipo de uso da
água, é necessário solicitar um cadastramento, autorização, concessão ou licença (outorga)
ao Poder Público.

A outorga de direito de uso ou interferência em recursos hídricos é um ato


administrativo de autorização ou concessão, mediante o qual o Poder Público faculta ao
outorgado fazer uso da água por determinado tempo, finalidade e condição expressa no
respectivo ato. Constitui-se num instrumento da Política Estadual de Recursos Hídricos,
essencial à compatibilização harmônica entre os anseios da sociedade e as
responsabilidades e deveres que devem ser exercidas pelo Poder concedente. No Estado
de São Paulo cabe ao DAEE o poder outorgante, por intermédio do Decreto Estadual
n°41.258/1996, de acordo com o artigo 7° das disposições transitórias da Lei 7.663/1991.
Esse instrumento tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos
da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos.

Conforme está disposto na Lei Federal nº 9.433/1997, dependem de outorga:

 A derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo d'água para


consumo final, inclusive abastecimento público ou insumo de processo produtivo;

 A extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de


processo produtivo;

 Lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos,


tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;

 Uso de recursos hídricos com fins de aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;

 Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente


em um corpo de água.

De acordo com o §1º do Art. 12 da Lei 9433/97, regulamentado pelo Art. 6º da


Resolução 707/2004 da ANA, não são objeto de outorga de direito de uso de recursos
hídricos, mas obrigatoriamente de cadastro no CNRH.

 serviços de limpeza e conservação de margens, incluindo dragagem, desde que não


alterem o regime, a quantidade ou qualidade da água existente no corpo de água;

327
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 obras de travessia de corpos de água que não interferem na quantidade, qualidade


ou regime das águas, cujo cadastramento deve ser acompanhado de atestado da
Capitania dos Portos quanto aos aspectos de compatibilidade com a navegação;

 usos com vazões de captação máximas instantâneas inferiores a 1,0 L/s, quando
não houver deliberação diferente por parte do CNRH ou um critério diferente
expresso no plano da bacia hidrográfica em questão.

Com o objetivo de sistematizar os procedimentos de pedido e análise dos


processos de outorga, a Agência Nacional de Águas (ANA) elaborou o Manual de
Procedimentos Técnicos e Administrativos de Outorga de Direito de Uso de Recursos
Hídricos da Agência Nacional de Águas.

A partir de julho de 2017 as Portarias DAEE nº 717, 2.292, 2.850, 054, 2.069 e
2.434 foram revogadas para atualmente vigorarem as Portarias DAEE nº 1.630, 1.631,
1.632, 1.633, 1.634 e 1.635. As Portarias são complementadas com atualizações das
Instruções Técnicas DPO (IT-DPO) com instruções nº 08 a 13, revogando as Instruções
Técnicas DPO nºs 001 a 007. Estas instruções estabelecem as condições administrativas e
técnicas mínimas que auxiliam na obtenção de outorga de obras hidráulicas e serviços
novos ou a regularização dos usos e das obras existentes.

De acordo com a Instrução Técnica DPO nº 09, complemento da Portaria DAEE nº


1.630/17, que trata do regime de outorga realizado pelo DAEE, há uma classificação dos
usos e interferências dos recursos hídricos em captação, lançamento, obras hidráulicas e
serviços. Além disso, estabelecem condições mínimas que devem ser observadas para a
implantação de empreendimentos, obras e serviços que de alguma forma interfiram em
recursos hídricos superficiais. O Quadro 143 descreve algumas das formas de uso destes
recursos hídricos.

Ao considerar que outorga é apenas um direito de uso da água, sendo esta um bem
público, a Portaria DAEE nº 1.630/17 estabelece inúmeras obrigações ao outorgado, entre
elas: executar ou operar as obras hidráulicas segundo as condições determinadas pelo
DAEE, conservar em perfeitas condições de operacionalidade, estabilidade e segurança, as
obras e os serviços, responder em próprio nome pelos danos causados ao meio ambiente e
a terceiros em decorrência da implantação, manutenção, operação ou funcionamento de tais
obras ou serviços, bem como pelos que advenham do uso inadequado da outorga, manter a
operação das estruturas hidráulicas de modo que garanta a continuidade do fluxo d’água
mínimo fixado no ato da outorga, a fim de que possam ser atendidos os usuários à jusante
da obra ou serviço, preservar as características físicas e químicas das águas subterrâneas,

328
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

abstendo-se de alterações que possam prejudicar as condições naturais dos aquíferos ou a


gestão dessas águas. Além disso, de acordo com o artigo 28 desta Portaria, o ato de
outorga poderá ser suspenso ou readequado conforme há aumento da demanda ou
insuficiência natural de recursos hídricos para atendimento aos usuários, sem direito a
qualquer tipo de indenização ao outorgado.
Quadro 143. Classificação dos usos dos recursos hídricos, segundo a Instrução Técnica DAEE
DPO nº09, de 30/05/2017.
Tipo Discriminação
Uso em empreendimentos industriais, nos seus sistemas de processos,
Industrial
refrigeração, uso sanitário, combate a incêndios e outros.
Toda água captada que vise, predominantemente, ao consumo humano em
Urbana
núcleos urbanos (sede, distritos, bairros, vilas, loteamentos, condomínios, etc.)
Irrigação Uso em irrigação de culturas agrícolas.
Uso em atividade rural, como aquicultura e dessedentação de animais, incluindo
Rural
uso sanitário, exceto a irrigação.
Toda água utilizada em processos de mineração, por meio de desmonte hidráulico
CAPTAÇÃO

Mineração
ou para lavagem de material minerado, incluindo uso sanitário.
Geração de Toda água utilizada para geração de energia em hidroelétricas, termoelétricas e
energia outras.
Uso em atividades de recreação, tais como esportes náuticos e pescaria; bem
Recreação e
como para composição paisagística de propriedades (lagos, chafarizes, etc.) e
paisagismo
outros.
Uso em empreendimentos comerciais e de prestação de serviços seja para o
Comércio e
desenvolvimento de suas atividades, ou uso sanitário (shopping centers, postos de
Serviços
gasolina, hotéis, clubes, hospitais, etc.).
Doméstico Uso exclusivamente sanitário em residências, urbano ou rural.

Outros Uso em atividades que não se enquadram nas acima discriminado.


Serão classificados como base no uso que foi dado à água que lhe deu origem,
LANÇAMENTOS
devendo-se adotar a mesma nomenclatura dada no item anterior.

Classificam-se conforme a finalidade do reservatório a ser formado, que pode ser


única ou múltipla: regularização de nível de água a montante, controle de cheias,
Barramentos
regularização de vazões, recreação e paisagismo, geração de energia, aquicultura,
outros.
Classificam-se por tipo ou processo em: tubular, escavado: cisterna/cacimba,
Poços Profundos
ponteira, outros.
OBRAS HIDRÁULICAS

Classificam-se, conforme sua finalidade em: combate a inundações, controle de


Canalizações e
erosão, adequação urbanística, adequação para obras de saneamento, adequação
proteção de Álveo
de sistemas viários, outros.
Aéreas: ponte e bueiros: rodoviárias, ferroviárias, rodoferroviárias e passarela para
pedestres, suporte para dutos e outros; dutos: com ou sem estruturas de suporte
utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto), combustíveis (transporte
de petróleo, gasolina, gás etc.), redes de TV a cabo e outras; outros.
Intermediárias: quando a estrutura que permite a travessia situa-se entre o fundo
do álveo e superfície livre das águas para a cheia de projeto, constituindo-se de
Travessias
dutos utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto), transporte de
combustíveis (petróleo, gasolina, gás e outros), redes de TV a cabo e outros.
Subterrâneas: quando a estrutura que permite a travessia situa-se abaixo do fundo
do álveo. dutos: utilizados em saneamento (transporte de água e esgoto),
combustíveis (transporte de petróleo, gasolina, gás e outros), redes de TV a cabo e
outras; túneis: para uso rodoviário, ferroviário, rodoferroviários, pedestres; outras.
Classificam-se em: desassoreamento, proteção de álveo, extração de minérios de
SERVIÇOS
Classe II.
Fonte: Instrução Técnica DAEE DPO nº09, de 30/05/2017. In: São Paulo.

329
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A outorga de uso da água é um processo de extrema importância, uma vez que a


água é um recurso natural limitado, criando-se uma necessidade de cuidados para sua
utilização devido à sua fragilidade mediante as ações antrópicas, o que resulta em diversos
impactos ambientais, especialmente relacionados aos cursos d’água. Em geral, a outorga
tem colaborado para conhecimento dos usos da água, possibilitando que as demandas
futuras sejam atendidas (em relação à quantidade e qualidade).

De acordo com os principais dados de disponibilidade hídrica apresentados no Plano


de Bacia anterior, a vazão média de longo período (Qmédia) da bacia é de 193,87 m³/s e a
vazão mínima de sete dias consecutivos com período de retorno (Q7,10) é equivalente a
79,54 m³/s. A maior demanda de uso da água na UGRHI-17 é, de longe, para produção
agropecuária, representando 51,1% do total, conforme apresenta o Quadro 144.
Quadro 144. Uso da água – UGRHI-17.
Categoria de Uso Demanda (m³/s) (%)
Rural 5,73 51,1
Outros 0,047 0,4
Urbano 2,95 26,3
Industrial 2,5 22,3
Total - MP 11,22 100
Fonte: CRH, 2016.

Deve ser destacado que há algumas incertezas em relação aos dados, devido às
informações do sistema de outorga, consequentes de dificuldades operacionais dos órgãos
gestores dos recursos hídricos (muitos usuários não possuem outorga, limitando o cálculo
da demanda sobre as outorgas existentes no banco de dados do DAEE).

O cadastro de outorgas torna-se imprescindível devido à importância de se conhecer


os tipos de uso da água na região e principalmente a legalidade deste uso. Em 2015, a
UGRHI-17, por meio do cadastro de usuários de recursos hídricos realizado para o estudo
de cobrança pelo uso da água, possuía 228 (duzentos e vinte e oito) usuários de água
outorgados e passíveis de cobrança.

Na Figura 186 nota-se um aumento considerável nos últimos anos, tanto da demanda
superficial, quanto subterrânea em relação ao número de outorgas por 1.000 km². No
período analisado, é possível observar que a proporção entre as captações superficiais e
subterrâneas reduziu, tendo a captação subterrânea ultrapassado a superficial. Conforme já
dito anteriormente, o uso rural da água é que possui a maior demanda na UGRHI.

330
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 186. Demanda de água superfícial e subterrânea na UGRHI-17


Fonte: CRH,2015.

A Figura 187 relaciona a demanda de água estimada para abastecimento urbano e a


demanda de água outorgada. Essa relação leva em consideração o índice de atendimento
total de água de cada município e o coeficiente de retirada urbana per capita, estimado pelo
número de habitantes, calculado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Esses
dados são disponibilizados no Relatório de Situação (2015).

Figura 187. Relação entre demanda estimada e outorgada para uso urbano.
Fonte: CRH, 2015.

Com esses dados, pode-se verificar o grau de implantação do instrumento de outorga


para os usos urbanos, por meio da comparação da vazão outorgada com a demanda
estimada. O conhecimento da demanda estimada para abastecimento urbano é de
fundamental importância para a gestão dos recursos hídricos, uma vez que o desequilíbrio
entre os usos da água pode acarretar conflitos.

331
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

É evidente a diferença entre a demanda estimada e a outorgada no uso urbano,


evidenciando uma falha nos dados de outorgas na área (devido à falta de regularização de
usos de água por alguns municípios).

Os municípios da UGRHI-17 têm, em sua maioria, o abastecimento público


gerenciado pela SABESP, sendo apenas 14 municípios com operação sob responsabilidade
da Prefeitura Municipal.

Portanto, a demanda de água na UGRHI-17 indicada pelas outorgas emitidas pelo


DAEE é pequena em relação à demanda estimada na bacia. Além disso, esta diferença
deve também ao vencimento de algumas outorga, o que não significa que estas deixaram
de existir, apenas não estão legalizadas.

O sistema de outorga é um destaque dentre os instrumentos de gestão, o qual já se


encontra consolidado no Estado de São Paulo, em que o nível de consistência das outorgas
melhorou muito, principalmente com o cadastro de usuários e atualizações realizadas pelos
próprios usuários. Porém, ainda há muito a ser feito para que o uso da água legalizado seja
adequado.

A falta de informação da população em relação à regularização, licenciamento dos


usos e intervenções nos corpos d’água dificulta o procedimento de outorga aumentando a
existência de usos irregulares e consequentemente os riscos de contaminação nos corpos
d’água. Além da falta de informação, a dificuldade dos órgãos licenciadores (DAEE e
CETESB) em atender e fiscalizar esta demanda contribui para o aumento dos usos
irregulares.

Algumas medidas instrutivas para minimizar problemas com usos irregulares e de


fato tornar os processos de outorga de uso da água eficientes devem ser tomadas. Dentre
elas:

 Plano para informatização da população, principalmente a rural, enfatizando a


necessidade deste tipo de serviço e esclarecendo todo o processo para outorga do
uso da água;
 Incentivo a programas de educação ambiental, evidenciando o uso consciente da
água;
 Programas de conservação e recuperação da bacia, visando ao aumento da
disponibilidade de água;
 Maior fiscalização quanto ao uso dos recursos hídricos (captações e lançamentos),
controle de poluição;

332
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 Fortalecimento dos instrumentos de gestão: outorga do direito de uso, licenciamento


ambiental, cobrança pelo uso da água, sistema de informação dos recursos hídricos
e planos de bacia;
 Integração entre os cadastros de instituições como Defesa Agropecuária, CATI,
DAEE, CETESB, entre outras, visando identificar possíveis usuários de água e
atividades poluidoras;
 Incentivo à eficiência produtiva na indústria e estímulo ao reúso de água.

5.3.4 Licenciamento Ambiental

Licenciamento ambiental é o procedimento administrativo que define o controle, o


monitoramento e a fiscalização de atividades ou empreendimentos que utilizam recursos
ambientais, são efetiva ou potencialmente poluidores ou sob, qualquer forma, e que podem
causar degradação ambiental, conforme estabelece a Resolução CONAMA n° 237/1997. No
Estado de São Paulo, o licenciamento ambiental é amparado pela Lei estadual n°
9.509/1997, que estabelece a Polícia Estadual de Meio Ambiente, tendo sido regulamentado
pelo Decreto estadual n° 47.400/2002 (e/ou suas alterações).
Os Estudos Ambientais exigidos relacionam-se à localização, instalação, operação e
ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise
da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de
recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.
Segundo a Resolução CONAMA 237/97, as atividades ou empreendimentos
considerados potencialmente ou efetivamente poluidores no território nacional devem obter
três tipos de licença:

 Licença Prévia (LP) concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a
serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

 Licença de Instalação (LI) que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade


de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da
qual constituem motivo determinante; e,

 Licença de Operação (LO) em que é autorizada a operação da atividade ou


empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das

333
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes


determinados para a Operação

No ordenamento jurídico nacional a legislação federal traça as normas gerais


enquanto as leis estaduais e municipais especificam-nas, cuidando das particularidades e
características regionais. Assim, conforme determina a Resolução CONAMA 237/97, os
Órgãos Estaduais de Meio Ambiente têm o poder de definir os critérios de exigibilidade, de
detalhamento e de complementação dos Estudos Ambientais, conforme a natureza, o porte
e as particularidades de cada empreendimento, com base na legislação federal e estadual.

Em São Paulo, as atividades ou empreendimentos que constituem fonte de poluição


têm o seu licenciamento regido pela Lei estadual n° 47.397/2002, que dá nova redação ao
Título V e anexo 5 e acrescenta novos anexos ao Decreto estadual n° 8.468/1976. Os
empreendimentos sujeitos a Avaliação de Impacto Ambiental têm o seu licenciamento regido
pelo Decreto estadual n° 47.400/2002, Resolução SMA n° 54/2004, suas alterações e
normas complementares.

Em ambas as categorias, estão previstos procedimentos administrativos


diferenciados, de acordo com a natureza, características e peculiaridades das atividades ou
empreendimentos, incluindo procedimentos simplificados, quando aplicável. Além das
licenças ambientais, é de competência do órgão estadual a emissão de autorizações,
alvarás e outros documentos pertinentes, no âmbito do controle de atividades ou
empreendimentos que utilizam recursos ambientais. Por fim, cabe registrar que se encontra
em andamento no Estado de São Paulo o Programa de Descentralização do Licenciamento
Ambiental, que delega ao município, através de convênio com o órgão estadual, a
competência para licenciar atividades do impacto local. Com isso, o órgão estadual
(CETESB) objetiva compartilhar com os municípios melhor atendimento à sociedade e ao
usuário dos serviços ambientais, onde a atuação articulada e complementada dos órgãos,
agilizará o licenciamento e a fiscalização poderá ser feita com maior eficácia às fontes de
poluição, atividades geradoras de impacto ambiental e supressão de vegetação. Por meio
da Deliberação CONSEMA 33/09, foram estabelecidas as diretrizes para a descentralização
do licenciamento ambiental onde estão caracterizados os empreendimentos de impacto
local passível de licenciamento pelo município. Até o ano de 2013, nenhum município da
UGRHI-17 assinou o convênio com a CETESB para realização do licenciamento ambiental
por parte do município, para empreendimentos de impacto local.

Segundo o Artigo 58 do Regulamento da Lei n° 997/76 aprovado pelo Decreto n°


8.468/76 e alterado pelo Decreto n° 47.397/02 são sujeitas a licenciamento ambiental

334
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

(Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação) as seguintes


atividades/empreendimentos:

 Construção, reconstrução, ampliação ou reforma de edificação destinada à


instalação de fontes de poluição;

 Instalação de uma fonte de poluição em edificação já construída;

 Instalação, ampliação ou alteração de uma fonte de poluição.

De acordo com o Regulamento da Lei n° 997/76 aprovado pelo Decreto n° 8.468/76,


artigo 4 – são consideradas fontes de poluição todas as obras, atividades, instalações,
empreendimentos, processos, dispositivos, móveis ou imóveis, ou meios de transporte que,
direta ou indiretamente, causem ou possam causar poluição ao meio ambiente.

Parágrafo único: Para efeito de aplicação deste artigo, entende-se como fontes
móveis todos os veículos automotores, embarcações e assemelhados, como
fontes estacionárias, todas as demais.

De acordo com a Lei Estadual n° 997/76, artigo 2: considera-se poluição do meio


ambienta a presença, o lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou no solo, de toda e
qualquer forma de matéria ou energia, com intensidade, em quantidade, de concentração ou
com características em desacordo com as que forem estabelecidas em decorrência desta
Lei, ou que tornem ou possam tornar as águas, o ar ou o solo:

 Impróprios, nocivos ou ofencivos à saúde;

 Inconvenientes ao bem estar público;

 Danoso aos materiais, à fauna e à flora;

 Prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades da


comunidade.

A CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, em observância ao que


estabelece o artigo 4º, da Lei Federal 10.650, de 16 de abril de 2003, que dispõe sobre o
acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente, publica, a partir do ano de 2013, as
informações referentes às licenças concedidas e solicitadas, os autos de infração aplicados,
os recursos interpostos e os termos de ajustamento de conduta (TAC) assinados,
autorizações e indeferimentos e alvarás e indeferimentos. O Quadro 145 apresenta as
licenças concedidas pela CETESB nos municípios da UGRHI-17, no ano de 2015.

335
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Plano de Bacia

Quadro 145. Licenças concedidas no ano de 2015 para empreendimentos da UGRHI-17.


Município LO LI LP Outras licenças
Águas de Santa Bárbara 5 1 1
Alvinlândia
1 LIC. OP.
Assis 20 3 1
PREC.
Avaré 41 7 6
Cabrália Paulista 4 2
Campos Novos Paulista 2
Cândido Mota 7
Canitar 2 1
1 LIC. OP.
Cerqueira César 15 2 5
PREC.
Chavantes 4
Cruzália
Duartina 4 1
Echaporã 1 1
Espirito Santo do Turvo 1
Fernão 2
Florínea
Gália 11 1 1
Iaras 1 2
Ibirarema 2
Itatinga 6
João Ramalho
Lucianópolis 3
Lupércio 4
Maracaí 1
Ocauçu 2
Óleo
1 LIC. OP.
Ourinhos 24 4 3
PREC.
Palmital 6
Paraguaçu Paulista 4 1 3
Pardinho 2 1
1 LIC. OP.
Paulistânia 1 1 1
PREC.
Pedrinhas Paulista 4
2 LIC. OP.
Platina 1 1 1
PREC.
Pratânia 2
Quatá 5
2 LIC. OP.
Rancharia 14 3 4
PREC.
Ribeirão do Sul 1
Salto Grande 3
Santa Cruz do Rio Pardo 18 2 5

336
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Plano de Bacia

Município LO LI LP Outras licenças


São Pedro do Turvo 2 1 1
Tarumã 1 1
Ubirajara 2

Foram concedidas no total, 8 Licenças de operação a titulo precário, 39 licenças


prévias, 29 licenças de instalação e 228 licenças de operação, durante o ano de 2015 para
empreendimentos nos municípios da UGRHI-17.

O Quadro 146 apresenta as autuações da CETESB nos empreendimentos


localizados nos municípios da UGRHI-17, no ano de 2015.

Quadro 146. Advertências e multas no ano de 2015 nos empreendimentos da UGRHI-17.


Total de autuações
Município
Advertências Multas Embargos
Águas de Santa
3
Bárbara
Alvinlândia
Assis 20 9
Avaré 22 3
Cabrália Paulista 1
Campos Novos Paulista 2
Cândido Mota 5
Canitar
Cerqueira César 7 4
Chavantes 1
Cruzália 1
Duartina 4 1
Echaporã 2
Espirito Santo do Turvo 1
Fernão 2
Florínea 1
Gália 5 1
Iaras 1
Ibirarema
Itatinga 7 3
João Ramalho 2
Lucianópolis 1
Lupércio 2
Maracaí 7 3
Ocauçu
Óleo
Ourinhos 16 3

337
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Plano de Bacia

Total de autuações
Município
Advertências Multas Embargos
Palmital 2 1
Paraguaçu Paulista 7 1
Pardinho 1
Paulistânia 1
Pedrinhas Paulista
Platina
Pratânia 2
Quatá 1 1
Rancharia 12 1
Ribeirão do Sul 1 1
Salto Grande 2
Santa Cruz do Rio
7 2
Pardo
São Pedro do Turvo 1
Tarumã 1
Ubirajara 1

Foi realizado nos municípios da UGRHI-17, um total de 186 autuações pela


Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), durante o ano de 2015. Muitas
vezes, as empresas são autuadas por falta de conhecimento ou despreparo no cumprimento
à legislação ambiental. Dentre as autuações realizadas, 149 foram advertências e 37 foram
passíveis de multas.

Algumas medidas orientativas para subsidiar o licenciamento ambiental:

• Plano para informatização da população, enfatizando a necessidade do


licenciamento ambiental para diminuir os danos causados aos recursos hídricos;

• Para o licenciamento de empreendimentos que utilizarão recursos naturais, deve ser


considerado como instrumento de planejamento o Plano de Bacias, devido a possuir
informações sobre a área da UGRHI;

• Maior fiscalização quanto a empreendimentos já implantados, para que sejam


monitoradas as fontes de poluição.

• Implantação de sistema de informação dos recursos hídricos, para subsidiar a


fiscalização ambiental;

• Capacitação dos órgaos municipais para que estejam aptos às atividades do


licenciamento ambiental municipal;

338
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Plano de Bacia

• Integração entre os órgãos DAEE, CETESB, e Prefeituras Municipais, que são


responsáveis por licenciamentos municipais de baixo impacto ambiental, visando
identificar possíveis usuários de água e atividades poluidoras;

5.3.5 Cobrança pelo uso da água

A cobrança pelo uso das águas é um dos instrumentos de gestão dos recursos
hídricos previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos e foi instituída pela Lei Federal
n. 9.433 de 08 de janeiro de 1997, e na Política Estadual de Recursos Hídricos de São
Paulo, instituída pela Lei Estadual n. 7.663 de 30 de dezembro de 1991, e regulamentada
pela Lei Estadual n. 12.183, de 29 de dezembro de 2005, e pelos Decretos n. 50.667 de 30
de março de 2006 e n. 51.449 de 29 de dezembro de 2006.

A cobrança pelo uso dos recursos hídricos representa o valor a ser pago pela
utilização de um bem público, que é a água, visando à garantia dos padrões de qualidade,
quantidade e regime estabelecidos para corpos d’água das bacias. Tem por objetivos
principais:

 Reconhecer a água como bem público de valor econômico e dar ao usuário uma
indicação de seu real valor;

 Incentivar o uso racional e sustentável da água;

 Obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções


contemplados nos planos de Bacia Hidrográfica;

 Distribuir o custo socioambiental pelo uso degradador e indiscriminado da água e

 Utilizar a cobrança da água como instrumento de planejamento, gestão integrada e


descentralizada do uso da água e seus conflitos.

A utilização dos recursos da cobrança está vinculada à implementação de


programas, projetos, serviços e obras, de interesse público, da iniciativa pública ou privada,
definidos nos PBHs, aprovados previamente pelos respectivos CBH e pelo Conselho
Estadual de Recursos Hídricos – CRH.

Os princípios da cobrança pelo uso da água são fundamentados nos conceitos de


“usuário pagador” e do “poluidor pagador”, adotados com o objetivo de combater o
desperdício e a poluição das águas, de forma com que quem desperdiça e polui paga mais.
O reconhecimento de que a água é recurso natural limitado, finito e escasso, é que torna
necessário tratá-la como um bem de uso público, essencial a vida, dotado de valor

339
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

econômico e a adotar a cobrança pelo uso desse bem para sua gestão de forma integrada e
participativa.

Para que a cobrança pelo uso da água seja um instrumento de gestão que possibilite
mudanças de comportamento, a melhoria da situação ambiental das bacias hidrográficas e
rios e que possa garantir a disponibilidade de água para população e os demais usos, como
produção de alimentos, lazer, transporte e geração de energia, entre outros, é fundamental
que o controle sobre esse instrumento (a cobrança) se dê de forma descentralizada e com
ampla participação da sociedade, através dos Comitês de Bacias.

Por iniciativa interna, o Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE promoveu


em 1991, o primeiro estudo de simulação de cobrança para a Bacia do Rio Piracicaba, bacia
esta declarada crítica e considerada como modelo básico para fins de gestão por decreto do
Governador do Estado, em 1988. Dentre outros tópicos, foram analisados os objetivos, as
finalidades, os contribuintes e os preços da cobrança pelo uso da água, abordando ainda
preço médio, redistribuição de custos incorridos, obtenção de eficiência econômica e
estruturas de preços.

Por volta de 1996 o DAEE contratou Consórcio CNEC/FIPE para elaboração de


estudos de implantação da cobrança pelo uso da água no Estado de São Paulo. Em 2004,
contratou o Consórcio JMR / Engecorps para elaborar a Regulamentação da Cobrança pelo
Uso dos Recursos Hídricos, dentro dos estudos do Plano Estadual de Recursos Hídricos do
quadriênio 2004/2007. Este último estudo serviu de subsídio para regulamentar, pelo
Decreto nº 50.667, de 30 de março de 2006, a Lei nº 12.183, de 29 de dezembro de 2005,
que estabeleceu as diretrizes para a implementação da cobrança no Estado de São Paulo.
O Quadro 147 organiza os decretos e leis, que estabelecem a cobrança pelo uso da água,
de acordo com a ordem cronológica.

Quadro 147 Leis/Decretos que regulamentam a cobrança pelo uso da água.


Lei/Decreto Ano Descrição
Lei 24.643 1934 Aprova o Código de Águas Brasileiro
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
Lei 6.938 1981
aplicação, e dá outras providências.
Instituiu a política e o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de
Lei 7.663 1991
São Paulo.
Instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento
Lei 9.433 1997
de Recursos Hídricos (Singreh)
Lei 9.984 2000 Criação da Agência Nacional de Águas (ANA)
Compete a ANA arrecadar e repassar os valores arrecadados pela cobrança à Agência da bacia,
Lei 10.881 2004
ou à entidade delegatória de funções de Agência de Água.
Dispõe sobre a cobrança pela utilização dos recursos hídricos do domínio do Estado de São
Lei 12.183 2005 Paulo, os procedimentos para fixação dos seus limites, condicionantes e valores e dá outras
providências;

340
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Lei/Decreto Ano Descrição


Regulamenta os dispositivos da Lei nº 12.183, de 29 de dezembro de 2005, estabelecendo
etapas a serem cumpridas pelos Comitês de Bacias Hidrográficas para viabilização da cobrança,
Decreto
2006 dentre elas, a aprovação dos valores a serem cobrados na bacia, a forma e a periodicidade da
50.667
cobrança, que deverão constar de estudos financeiros e técnicos que a fundamentem, conforme
o parágrafo único do artigo 14 deste decreto;
Deliberação Aprova procedimentos, limites e condicionantes para a cobrança dos usuários urbanos e
2008
CRH 90 industriais, pela utilização dos recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo.
Aprova a minuta de decreto que regulamenta a cobrança pela utilização dos recursos hídricos de
Deliberação
2009 domínio do Estado de São Paulo pelos usuários rurais, conforme estabelecido no paragrafo
CRH 101
único do artigo 1º das Disposições transitórias da Lei 12183/05.
Estabelece o conteúdo mínimo dos estudos técnicos e financeiros para fundamentação da
Deliberação
2009 cobrança pelo uso dos recursos hídricos de domínio do Estado de São Paulo a ser apresentados
CRH 111
pelos Comitês de Bacias para referendo do CRH.
Prorroga a Deliberação 90/08, que aprova procedimentos limites e condicionantes para a
Deliberação
2014 cobrança dos usuários urbanos e industriais, pela utilização dos recursos hídricos de domínio do
CRH 160
Estado de São Paulo.

O preço da água é discutido pelos Comitês de Bacias Hidrográficas, levando em


consideração o Decreto 50.667/06, de acordo com a necessidade de custeio dos planos e
projetos aprovados para um período de quatro anos. Também serão levadas em
consideração a quantidade e a qualidade de água disponível, o número de usuários
pagadores e sua média de consumo. Isto é, cada Comitê estabelece seu Plano de Ação e
pode contar com os recursos recebidos através da cobrança pelo uso da água para financiá-
lo. Desta forma, o preço cobrado pela água pode ser diferente em cada Bacia Hidrográfica.
Na UGRHI-17, o processo de implementação da cobrança encontra-se em fase final,
sendo que o ato convocatório encontra-se em vigência (Dez/16), com previsão de início da
cobrança no 2° Semestre de 2017. Abaixo segue todas as informações relativas ao
processo de implementação da cobrança na UGRHI-17:
- Aprovação da proposta de Cobrança no CBH – CONCLUÍDO: Deliberações
CBH-MP 149, de 13.12.12; 160, de 26.09.13; 169, de 21.05.14; 172, de 15.12.2014; e 175,
de 26.03.15
- Aprovação da proposta de cobrança no CRH – CONCLUÍDO: Deliberação
CRH 171, de 22.04.15.
- Ato convocatório: EM EXECUÇÃO.
- Emissão dos Boletos: previsto para 2° Semestre de 2017.

341
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Plano de Bacia

5.3.6 Enquadramento dos corpos d’água

O enquadramento dos corpos d’água orienta os órgãos e instituições quanto aos


usos permitidos das águas, bem como sobre o lançamento de efluentes. Neste sentido, para
atender à demanda de água exigida pela população e pelas atividades econômicas se faz
necessária uma efetiva gestão dos recursos hídricos, estruturada a partir do enquadramento
de seus corpos d’água.
O enquadramento ordena os cursos d’água em 4 classes, definindo os usos
preponderantes para cada uma delas, conforme determina a Resolução Conama nº 357 de
17 de março 2005 (Brasil, 2005). As classes variam de acordo com diferentes parâmetros
que indicam a qualidade das águas, sendo a Classe 1 de maior qualidade e a Classe 4 de
menor qualidade (Quadro 148).

Quadro 148. Usos preponderantes das águas a partir das classes previstas pelo
enquadramento
Classe Usos preponderantes

Abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado


Proteção das comunidades aquáticas
Recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
1 Resolução CONAMA nº 274, de 2000
Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes
ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película
Proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas
Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional
Proteção das comunidades aquáticas
Recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme
2 Resolução CONAMA nº 274, de 2000
Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e
lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto
Aqüicultura e atividade de pesca
Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado
Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras
3 Pesca amadora
Recreação de contato secundário
Dessedentação de animais
Navegação
4
Harmonia paisagística

Os corpos d’água da UGRHI 17, apresentados no Quadro 149 e Anexo 26


(Desenho 23.1036/17), são classificados conforme o Decreto Estadual nº. 10.755 de 22 de
novembro de 1977 (São Paulo, 1977), que dispõe sobre o enquadramento dos corpos de

342
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Plano de Bacia

água receptores na classificação prevista no Decreto n. 8.468, de 8 de setembro de 1976


(São Paulo, 1976).

Quadro 149. Enquadramento dos cursos d’água conforme Decreto Estadual nº 10.755/1977
Corpos d’água pertencentes à Classe 1
Todos os cursos d´água cujas nascentes situam-se dentro de áreas destinadas a Reservas
Florestais do Estado, nos trechos de seus cursos, nelas compreendidos.
Corpos d’água pertencentes à Classe 2
Todos os corpos d’água exceto os descritos nas classes 1, 3 e 4.
Corpos d’água pertencentes à Classe 3
Ribeirão Alegre a jusante do ponto de captação de água para abastecimento de Paraguaçu
Paulista até a confluência com o Rio Capivara, no município de Paraguaçu Paulista;
Córrego do Jacu, desde a divisa dos municípios de Assis e Candido Mota até sua foz no Ribeirão
Piratininga, no município de Candido Mota;
Córrego Água da Fortuninha, desde a nascente até 700 (setecentos) metros a jusante da
confluência com o Córrego do Freire, no Município de Assis.
Corpos d’água pertencentes à Classe 4
Ribeirão da Água Branca, afluente do Ribeirão do Lajeado, no Município de Avaré;
Ribeirão do Lajeado, afluente do Rio Novo, no Município de Avaré, desde a ETE de Avaré até a
desembocadura no Rio Novo;

Ribeirão da Fortuna, desde 700 (setecentos) metros a jusante da confluência com o Córrego do
Freire até sua foz no Ribeirão do Cervo, no Município de Assis.

Vale ser ressaltado, no entanto, que existem vários rios que estão em
desconformidade com esta classificação, tais como os rios de pequena vazão que recebem
esgotos “in natura”.
Na UGRHI 17 como um todo e também nas Unidades de Planejamento Hídrico
(UPHs), a maior parte dos cursos d’água se enquadra na Classe 2, sendo esta a classe que
permite o uso para abastecimento público após tratamento convencional (Quadro 150).

Quadro 150. Extensão dos cursos d’água por classe de enquadramento


Extensão dos cursos d'água (km)
Classe
Pardo Turvo Pari/Novo Capivara
1 26 21 5 -
2 4.687 4.875 1.830 2.915
3 - - 13 14
4 23 - - 13
Total 4.735 4.896 1.848 2.942

343
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 188. Figura ilustrativa do enquadramento dos cursos d’água (UGRHI 17)
Fonte: CBH-MP, 2012.

Na UPH Pardo, a segunda maior recorrência é da Classe 1, verificada na região de


Águas de Santa Bárbara (afluentes do Ribeirão Capivari) e também de Avaré (Córrego Água
da Onça). A UPH Pardo é a que possui a maior demanda por água, com destaque ao
abastecimento urbano e uso agrícola, que juntos representam 78% da demanda total.

Na UPH Turvo, além da Classe 2, verifica-se apenas a ocorrência da Classe 1, que


se concentra nos cursos d’água a oeste de Alvinlândia (afluentes do Ribeirão Guarapu).
Essa UPH se destaca na cobertura por Floresta Estacional Semidecidual, coincidindo com a
região onde os cursos d’água de Classe 1 se localizam.

Na UPH Pari/ Novo, a Classe 3 é a segunda mais presente, abrangendo 13km do


Córrego do Jacu. Essa classe ainda permite o uso para abastecimento urbano, mas pode
requerer um tratamento mais avançado. Na agricultura pode ser utilizada para irrigação de
grupos específicos de plantas e dessedentação de animais, sendo este o setor que
apresenta a maior demanda da UPH.

Na UPH Capivara, as Classes 3 (Ribeirão do Alegre e parte do Ribeirão da Fortuna)


e 4 (Ribeirão da Fortuna) possuem quase a mesma extensão, sendo estas as classes com
maiores restrições de uso. A Classe 3 ainda permite o uso para abastecimento público,

344
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

desde que feitos os devidos tratamentos, mas os cursos d’água enquadrados como Classe
4 só podem ser utilizados para navegação e harmonia paisagística.

Avaliando os pontos de monitoramento da qualidade das águas, o Decreto Estadual


nº 10.755/1977 enquadra como Classe 2 os cursos d’água onde os 7 pontos atuais estão
instalados. Todavia, ao comparar os resultados dos pontos de monitoramento com os
valores máximos estabelecidos para os parâmetros na Classe 2 (Resolução CONAMA
357/2005), apenas um ponto (PARP02500) está devidamente enquadrado na Classe 2,
tendo todos os demais excedido os limites de Fósforo total e/ou Escherichia coli.

A UGRHI-17 ainda não possui propostas de enquadramento, portanto o


enquadramento atual permanece válido. Serão estabelecidas algumas ações para que o
estudo de enquadramento seja realizado no período de vigência do Plano de Bacia, visando
elaborar, se necessário, o estudo de fundamentação para proposta de atualização de
enquadramento dos corpos d’água, cujo critério de elaboração é: adotar trechos de cursos
d’água que recebem lançamento de esgotos sanitários, considerar os usos preponderantes
na bacia, adotar a DBO como um parâmetro de qualidade para atualização do
enquadramento dos cursos d’água.

Diante disso, foram propostas ações específicas para a melhoria na rede de


monitoramento, uma vez que a rede atual, composta por 07 pontos de monitoramento,
indica uma qualidade de água “BOA” em todos os pontos de monitoramento no ano de 2015
(vide Figura 189).

Figura 189. Resultados IQA nos 6 pontos existentes na UGRHI-17.


Fonte: CETESB, 2015.

345
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Com o contínuo incremento de pontos de monitoramento (passou de 3 em 2009 para


7 em 2015), será possível elaborar com maior clareza um estudo para avaliar a necessidade
de se rever o enquadramento na UGRHI, principalmente nos trechos que se encontram
enquadrados em classe 3 e 4, que não possuem monitoramento atualmente.

5.3.7 Monitoramento quali-quantitativo dos recursos hídricos

A rede pluviométrica no Estado de São Paulo é operada pelo DAEE/ CTH. Na área
da UGRHI-17 encontra-se 36 desses postos, conforme já apresentados no item Postos
Pluviométricos, contido no diagnóstico. Os principais objetivos destes é monitorar a
quantidade de água precipitada durante os meses secos (abril a setembro).

A rede de monitoramento deve conter estações que reflitam os fatores discriminantes


da qualidade das aguas ao longo dos corpos d’água e, sempre que possível ser integrada à
rede hidrométrica. O monitoramento qualitativo e quantitativo tem por objetivos:

 Avaliar a evolução temporal e fazer um diagnóstico da qualidade e quantidade das


aguas superficiais e subterrâneas do Estado, de modo a avaliar sua conformidade
com a legislação ambiental;
 Identificar áreas prioritárias para o controle da poluição e da disponibilidade hídrica,
possibilitando a adoção de ações preventivas e corretivas;
 Subsidiar o diagnóstico e controle das águas utilizadas para o abastecimento público
de agua, verificando a sua compatibilidade com o tratamento existente, bem como
para os múltiplos usos;
 Dar subsídio técnico para a excução dos planos de bacias hidrográficas e do relatório
de situação dos recursos hídricos das bacias, para a cobrança pelo uso da agua e
para o estudo de fundamentação da proposta de atualização do enquadramento dos
corpos d’água.
O Quadro 151 e a Figura 190 apresentam os indicadores de abrangência do
monitoramento das águas da UGRHI-17.

Quadro 151 Indicadores de monitoramento quali-quantitativo da UGRHI-17.


Variável Indicador Parâmetro
R.04 Densidade da rede
R.04 Densidade da rede de
de monitoramento
R.04 monitoramento hidrológico:
Monitoramento pluviométrico:
Abrangência do
das águas
monitoramento 2,14 estações por /1000
0,418 estações por /1000 km²
km²

346
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 190 Estações de monitoramento quali-quantitativo na UGRHI-17.


Fonte: CRH, 2015.

A densidade de rede de monitoramento pluviométrico e hidrológico evoluiu pouco


nos últimos anos. Os pontos de monitoramento pluviométrico tem densidade considerada
regular, ao contrário dos pontos de monitoramento fluviométrico, com apenas 7 localizados
no território dos municípios da UGRHI-17. O Quadro 152, Quadro 153, e a Figura 191
relacionam respectivamente os postos pluviométricos, postos fluviométricos e pontos de
monitoramento de qualidade de água superficial, pontos de monitoramento de água
subterrânea.

Pode-se considerar que a baixa densidade de pontos de monitoramento


fluviométrico é uma das causa da grande dificuldade em analisar a real situação dos
recursos hídricos na UGRHI-17. O número de instituições que geram informações de
monitoramento, mas que não integram uma única rede dificulta o acesso às informações.
Serão detalhadas metas e ações para o aumento da quantidade de pontos de
monitoramento fluviométrico na UGRHI-17.

Quadro 152. Postos pluviométricos da UGRHI-17.


Posto Pluviométrico
Cód. do Posto Município UPH
D7-007 Lutécia Capivara
D7-020 Assis Capivara
D7-036 Rancharia Capivara
D7-043 Paraguaçu Paulista Capivara
D7-046 Echaporã Capivara
D7-055 Assis Capivara
D7-065 Rancharia Capivara
D7-066 Lutécia Capivara

347
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Plano de Bacia

Posto Pluviométrico
Cód. do Posto Município UPH
D7-068 Rancharia Capivara
D5-029 Botucatu Pardo
D5-040 Itatinga Pardo
D5-081 Lençóis Paulista Pardo
D6-003 Óleo Pardo
D6-006 Águas de Santa Bárbara Pardo
D6-011 Ourinhos Pardo
D6-035 Santa Cruz do Rio Pardo Pardo
D6-083 Ourinhos Pardo
E5-014 Avaré Pardo
E5-060 Pardinho Pardo
E5-073 Itatinga Pardo
E6-003 Chavantes Pardo
E6-030 Cerqueira César Pardo
D6-032 Ribeirão do Sul Pari/Novo
D6-094 Ocauçu Pari/Novo
D6-106 Campos Novos Paulista Pari/Novo
D7-031 Palmital Pari/Novo
D7-064 Platina Pari/Novo
D7-071 Palmital Pari/Novo
D6-021 Cabrália Paulista Turvo
D6-040 Ubirajara Turvo
D6-091 Paulistânia Turvo
D6-095 São Pedro do Turvo Turvo
D6-100 São Pedro do Turvo Turvo
D6-102 Santa Cruz do Rio Pardo Turvo
D6-103 Agudos Turvo
D6-105 Alvinlândia Turvo

Quadro 153 Postos fluviométricos da UGRHI-17.


Posto Fluviométrico
Cód. do
post Município UPH
7D-013 Maracaí Capivara
7D-012 Rancharia Capivara
6D-002 Águas de Santa Bárbara Pardo
7D-015 Campos Novos Paulista Pari/Novo
7D-006 Ocauçu Pari/Novo
7D-016 Platina Pari/Novo
6D-010 São Pedro do Turvo Turvo

Os quatro tipos de monitoramento presentes na área não contemplam a área total


da bacia, evidenciando a necessidade de instalação de mais pontos de monitoramento a fim
de que o mesmo seja mais eficiente. A Figura 191 mostra a localização espacial dos postos
de monitoramento. Ainda, o Anexo 27 (Desenho 24.1036/17) apresenta o mapa com todos
os postos de monitoramento quali-quantitativo.

348
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Na Figura 191 é possível observar a carência de pontos de monitoramento de água


superficial na UPH Turvo, onde não há nenhum ponto instalado em toda a área da UPH. Na
UPH Pari/Novo há apenas um ponto.

Quanto aos pontos de monitoramento de água subterrânea e postos pluviométricos,


mesmo escassos, são distribuídos de forma igualitária em todo território da UGRHI 17. Os
postos fluviométricos são insuficientes em toda a UGRHI, especialmente na UPH Turvo,
com apenas um.

De acordo com dados apresentados e o relatório de situação da UGRHI-17 (2015)


a qualidade das águas subterrâneas da região é considerada boa, uma vez que apresenta,
em 2015, apenas 19% das amostras classificadas como não potável.

Instrumentos como maior fiscalização, licenciamento, outorga e cobrança pelo uso


da água subterrânea auxiliaria na melhora destes poços. Além de educação ambiental
visando um cuidado maior nas atividades antrópicas que afetem diretamente na qualidade e
no uso das águas subterrâneas. Em relação à qualidade das águas superficiais os 7 (seis)
pontos localizados na área da UGRHI-17, apresentam, no geral, índices “bons” e “ótimos”,
com alguns pontos “regulares”.

Figura 191. Mapa ilustrativo dos postos pluviométricos e de monitoramento na UGRHI-17.

349
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 Diretrizes e Critérios para subsidiar o planejamento da rede de monitoramento


quali-quantitativo na UGRHI-17

Uma rede de monitoramento deve ser implantada gradualmente, passo a passo,


primeiramente com base em um modelo conceitual sobre a delimitação tridimensional do
corpo hídrico a ser monitorado, suas características químicas e hidrológicas e sua
vulnerabilidade a fontes de poluição e superexplotação. Sendo assim é possível elencar
algumas etapas gerais a serem cumpridas para seja instalada a rede de monitoramento, são
elas:

 Definição dos objetivos do monitoramento;


 Projeto de rede (seleção de pontos de monitoramento, parâmetros a serem
determinados,freqüência de amostragem);
 Operação do monitoramento (coleta, análise, interpretação, controle de qualidade);
 Avaliação dos resultados frente aos objetivos para validação do monitoramento.
Com relação à quantidade, observa-se na literatura que os principais objetivos de
um monitoramento são: estabelecer valores naturais de nível d’água em uma região e
identificar tendências de rebaixamento destes níveis.

No ano de 2001 foi publicado um manual sobre Aspectos Estatísticos da


Identificação de Tendências de Poluição em Águas Subterrâneas (Grath et al., 2001), e em
2003 foi publicado o Guia de Monitoramento de Qualidade e Quantidade de Águas
Superficiais Interiores, Águas Costeiras e Águas Superficiais - “Guidance Document nº 7”
(European Communities, 2003“). Esta ultima publicação estabelece que,
independentemente dos ajustes regionais, um programa de monitoramento deve levar em
consideração os seguintes aspectos:

 a unidade de gerenciamento deve ser a Bacia Hidrográfica;


 as variações naturais e aquelas provocadas pelas atividades humanas;
 as inter-relações entre as águas superficiais e subterrâneas, bem como a integração
dos aspectos quantitativos e qualitativos;
 integração entre os monitoramentos efetuados para os diferentes usos da água;
 possibilidade de detecção de desvio das condições observadas no monitoramento
frente àquelas consideradas como de referência; e,
 possibilidade de detecção de todos os impactos potenciais.

350
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

5.3.8 Sistema de informações sobre recursos hídricos

O sistema de informações de recursos hídricos é um instrumento da Política


Estadual de Recursos Hídricos e constitui um sistema de coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre os recursos hídricos e os fatores
intervenientes em sua gestão. Tem objetivo de: (i) reunir, organizar, analisar, difundir e
permitir o monitoramento das informações sobre os recursos hídricos da bacia em termos de
disponibilidade, demanda e qualidade; (ii) atualizar e complementar as informações sobre os
recursos hídricos da UGRHI e detectar vazios de informação para que possam ser
preenchidos e (iii) fornecer subsídios para a elaboração do Plano de Bacia Hidrográfica e
Relatório de Situação dos Recursos Hídricos na Bacia.

A importância de um sistema de informações de recursos hídricos está no suporte à


gestão dos recursos hídricos, visando ao uso racional, à minimização de conflitos e à
proteção dos mananciais; suporte ao planejamento das ações de intervenção; possibilidade
de composição de informações para o desenvolvimento de estudos, planos e programas;
dados e instrumentos de processamento capazes de identificar a situação presente e
projeções futuras sobre o balanço oferta x demanda por água em relação às bacias
hidrográficas, bem como auxiliando a analise para outras unidades territoriais; dados e
instrumentos de análise para a tomada de decisões em situação de calamidade pública,
como secas e inundações. (CIRILO e AZEVEDO, 2000 apud SILVA, 2006).

Neste contexto, o sistema de informação pode ser usado para identificar e


determinar a extensão de problemas de qualidade de águas, erosões, inundações, entre
outros, além de aprimorar os planos de bacias hidrográficas, e acompahar a implantação
das metas e ações do Plano, pois permite melhor organização das informações da bacia.

Diretrizes e Critérios para subsidiar a implementação de um sistema de


informações na UGRHI-17

O sistema de informações sobre os recursos hídricos da UGRHI-17 deve ser


implantado e mantido pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema e reunir
informações necessárias para administrar e gerir os recursos hídricos da Bacia. Se
necessário, poderá promover convênios com outras instituições para que possam
disponibilizar seus dados para uso do CBH-MP.

Um sistema de informação permite a integração e sobreposição de vários tipos de


informações, por meio de procedimentos computacionais e ferramentas para o
processamento dos dados, facilitando a análise da representação do espaço e constituindo

351
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

uma importante ferramenta de apoio à gestão e tomada de decisão, uma vez que permite
sistematizar e organizar dados e informações de forma precisa e consistente.

Esse sistema também serve como subsídio para acompanhamento da implantação


do Plano de Bacia e para o enquadramento dos corpos d’água em classes, assim como
para a emissão da outorga e cobrança do uso da água. Algumas informações são
importantes para a implantação e funcionamento de um sistema de informações na bacia:

 Dados sobre a base de usuários e outorgas concedidas na UGRHI;


 Dados da rede de monitoramento qualitativo e quantitativo existentes na UGRHI;
 Dados sobre as unidades geológicas, unidades aquiferas e suas caracteristicas;
 Informações quanto à situação das áreas de mananciais, dados do meio físico
(geomorfologia e solos), biótico (biomas e dados ambientais), e socioeconomico
(atividades de produção e consumo);
 Dados sobre o uso e ocupação do solo;
 Dados sobre fontes de poluição, áreas suscetíveis a erosão e inundação.
 Objetivo a ser atingido com implantação de um sistema de informação:
 Desenvolvimento e gestão do banco de dados hidrológicos;
 Projeto, implantação e gestão do sistema de cadastro, outorga e cobrança;
 Projeto, implantação e gestão do sistema de informações aos usuários e públicos;
 Projeto, implantação e gestão de sistema de informações ambientais sobre recursos
hídricos;
 Divulgação dos resultados do sistema de informações de recursos hídricos na
internet, para acesso e participação da sociedade.
 Integrar sistemas estaduais e nacionais de informações;
 Manter compatibilidade entre os sistemas de informações e o SNIRH gerenciado
pela Agência Nacional de Águas;
 Manter atualização constante sobre os monitoramentos hidrológicos e de qualidade
da água.

 Mecanismos de divulgação na UGRHI-17

Na UGRHI-17 o mecanismo de divulgação será por meio de documentos técnicos,


projetos, programas, composição das Câmaras Técnicas e da Secretaria Executiva, assim
como a agenda geral do Comitê da Bacia do Médio Paranapanema, que serão divulgados
para a sociedade para que seja possível o conhecimento e participação dos processos
desenvolvidos na bacia.

352
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Desta forma, a sociedade deve estar apta a avaliar o desempenho dos projetos,
programas, entre outros desenvolvidos através do Comitê de Bacias e isso depende do
acesso à informação disponibilizada. Além disso, instrumentos previstos em lei, como
audiências e consultas públicas, iniciativa popular e participação em grupos de trabalho,
serão utilizados como mecanismos de participação e controle da sociedade em questões
relativas à UGRHI-17.

A participação da sociedade na gestão da bacia hidrográfica do Médio


Paranapanema será por meio de representantes da sociedade civil em Grupos de trabalhos,
Câmaras Técnicas, para debater assuntos de interesse.

O principal mecanismo de divulgação sobre o andamento dos projetos sobre


recursos hídricos é a consulta pública, por se tratar de um instrumento democrático que dá
oportunidade à sociedade de participar da elaboração de documentos de interesse civil,
tornando o processo de decisão transparente e permitindo que o cidadão opine e participe
de decisões.

Apesar de não ser obrigatória, a consulta pública é uma ferramenta importante na


tomada de decisão através da discussão com a sociedade civil, e a divulgação de tais
consultas fica a cargo do Comitê de Bacias.

5.4 ÁREAS CRÍTICAS PARA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Este item do plano de bacias identifica as prioridades para o estabelecimento das


metas e ações a qual demandará a participação dos atores estratégicos da UGRHI 17.

5.4.1 Delimitação das áreas críticas para gestão dos recursos hídricos

As áreas críticas são baseadas e inter-relacionadas com as principais informações


pertinentes aos recursos hídricos da UGRHI, descritas no Diagnóstico e Prognóstico. A
partir dessas informações, nota-se que as questões mais urgentes na UGRHI-17, serão
resolvidas com ações de planejamento e gestão, bem como ações conservacionistas
ligadas aos processos de degradação ambiental, nos temas relacionados à dinâmica
superficial (erosão, assoreamentos), e contaminação ou poluição (redes de coleta de
esgotos, destinação final e disposição de resíduos, entre outros). O Anexo 28 – Desenho
25.1036/17 apresenta os mapas designando as áreas críticas da UGRHI em relação aos
tópicos discutidos na sequência.

353
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

5.4.1.1 Disponibilidade de água

A Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Médio Paranapanema -


UGRHI-17 não possui criticidade entre vazões de captação e disponibilidade hídrica quando
analisada em sua totalidade. A disponibilidade per capita é alta quando comparada com a
bacia como um todo e também nas unidades de planejamento hídrico, não classificando
nenhuma área como crítica nos três cenários projetados.

Figura 192. Disponibilidade per capita.

5.4.1.2 Demanda para os multiplos usos da água


A busca da sustentabilidade no uso da água e do equilíbrio entre usuários também se
evidencia na concepção de Coimbra et al. (op. cit., p.37), os quais consideram o
gerenciamento de recursos hídricos como um "processo dinâmico, ambientalmente
sustentável, o qual, baseado numa adequada administração da oferta das águas, trata da
organização e compatibilização dos diversos usos setoriais dos recursos hídricos, tendo por
objetivo uma operação harmônica e integrada das estruturas decorrentes, de forma a se
obter o máximo benefício dessas estruturas".

O abastecimento de água potável, sem dúvida, é o principal setor a ser considerado


no âmbito da gestão dos recursos hídricos. Devido à importância para população é evidente
e necessária uma maior atenção quanto à sua disponibilidade em quantidade e qualidade.

Na UGRHI-17 o setor rural é o de maior destaque, que representa 51% do total da


demanda estimada conforme projeção apresentada no Quadro 154, num cenário tendencial.

354
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Plano de Bacia

Quadro 154. Demandas Estimadas Futuras, cenário tendencial.


Tipo de Projeção Projeção Projeção
2015 (%)
Uso 2019 (%) 2023 (%) 2027 (%)
Rural 51,0 51,5 52,0 52,5
Outros 0,4 0,4 0,5 0,5
Urbano 26,3 25,5 24,8 24,1
Industrial 22,3 22,6 22,8 23,0
Total - MP 100 100 100 100

A demanda superficial de toda a bacia não apresenta criticidade, nem mesmo quando
analisada separadamente por unidades de planejamento hídrico. A UPRH Pardo concentra
a maior demanda urbana, industrial e grande parte da demanda rural da bacia,
aproximadamente 40% da demanda total da UGRHI.
Quando analisamos os municípios, cabe atenção especial para os que possuem alto
índice de perdas, e que necessitam de investimentos nessa área, que é o caso dos
municípios de Águas de Santa Bárbara, Espirito Santo do Turvo, Ocauçu, Ourinhos e
Rancharia, que possuem mais do que 50% de perdas no sistema de abastecimento.

Na UGRHI-17, a demanda subterrânea representa somente 12% da demanda total


cadastrada, não apresentando criticidade. Esses valores são referentes aos usos
cadastrados no DAEE, sendo que, a demanda dos poços não outorgados não é
contabilizada.
Para um cenário acelerado, onde há um possível aumento na irrigação na UGRHI-17
como um todo, cabe uma atenção especial para as UPRHs Pardo e Turvo, que neste caso,
entram em estado de atenção quando se trata de balanço hídrico. Em função da rapidez
com que esta temática pode se desenvolver, o plano estabelece estas duas UPH’s como
áreas críticas em relação à demanda de água. Paralelamente a isso, o município de Assis
enfrenta um problema localizado de conflito pelo uso da água na captação existente no
Córrego do Cervo, localizada na UPH Capivara. Sendo assim, a bacia hidrográfica deste
manancial também será definida como uma área crítica.
A UPH do Pardo configura-se como o grande manancial regional de abastecimento
da UGRHI-17. Desta forma, é importante que as características hidrológicas deste curso
d’água sejam mantidas, de forma a garantir aos usuários atuais a manutenção da
disponibilidade hídrica e, ao mesmo tempo, atender as novas demandas por irrigação que
se desenhas nos cenários estudados.

355
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 193. Áreas críticas referentes à demanda de água.

Segundo dados do Relatório de situação referente ao ano de 2016, o controle do uso


das águas superficiais e subterrâneas e das interferências em corpos d’água, pelo
instrumento de outorgas carece de mais investimentos, principalmente quanto à
regularização dos usos para abastecimento público e irrigação, onde alguns usos ainda não
se encontram cadastrados devidamente com o seu uso.

a) Índice de abastecimento

Conforme dados apresentados em relação ao índice de atendimento de distribuição


de água, os municípios apresentam índices entre “bom“ e “regular”. Apenas os municípios
de Iaras, Águas de Santa Bárbara, Itatinga e Pardinho são classificados como regulares
quanto ao índice de abastecimento público. Todos eles situados na UPRH Pardo. Desta
forma, não foi considerada a existência de áreas críticas em termos de abastecimento de
água nos municípios.

b) Uso racional

Para o uso racional da água na UGRHI 17, é muito importante fomentar legislações
municipais que incentivem o uso racional da água, aplicando práticas de reúso de água,
elaborando sistemas de captação de água de chuva e combatendo as perdas.

A implementação da cobrança pelo uso da água na UGRHI-17, é uma importante


ferramenta para incentivar o uso racional e sustentável dos recursos hídricos. Para o uso
racional da água na agricultura, deveria ser proposto um plano de uso da água para
irrigação, tendo em vista as culturas da região, a disponibilidade hídrica e as características

356
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

pedológicas da região. Em termos de perdas físicas nas redes de abastecimento, existem


20 municípios com índices de perdas acima de 25%, que foram classificados como área
crítica, conforme apresentado na Figura 194.

Figura ilustrativa

Figura 194. Áreas críticas referentes a perdas físicas na rede de distribuição.

5.4.1.3 Monitoramento qualidade e quantidade de água

O problema da qualidade das águas superficiais está como sempre associado às


formas de ocupação e uso do solo e consequentemente ao lançamento dos efluentes dos
esgotos domésticos, industriais e agrícolas, bem como da melhoria da disposição dos
resíduos sólidos das cidades localizadas a UGRHI.

Segundo dados do Relatório de Situação de 2016, existe uma grande demanda por
informações quantitativas e qualitativas dos recursos hídricos de toda a bacia, o que exige
que o comitê direcione mais recursos para o desenvolvimento de projetos de monitoramento
na UGRHI em parceria com instituições públicas e de ensino e pesquisa.

Conforme dados apresentados no diagnóstico a quantidade atual de pontos de


monitoramento de água superficial e subterrânea são insuficientes para a UGRHI-17.
Existem apenas 6 pontos que medem a qualidade de água superficial em toda a UGRHI,
sendo que, não há nenhum ponto na UPRH Turvo. Quanto à agua subterrânea, é
necessário um estudo da necessidade de instalação de novos pontos para monitoramento.

357
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Esse aumento de pontos pode ser resolvido com a ampliação da rede de monitoramento da
CETESB.

Em relação ao monitoramento quantitativo de água na UGRHI-17, há necessidade de


aumento da quantidade de pontos de monitoramento fluviométrico na UGRHI-17, uma vez
que estavam operando, em 2015, apenas 7 pontos. Esse monitoramento é importante para
monitorar a disponibilidade de água na UGRHI para futuro crescimento econômico. Desta
forma, considera-se que a UGRHI-17 como um todo é crítica em termos de monitoramento,
tanto qualitativo quanto quantitativo.

O Anexo 27 – Desenho 24.1036/17 contém o mapa da UGRHI no que concerne às


áreas críticas de monitoramento fluviométrico e qualidade de águas superficiais.

c) Índices (carga meta, esgotamento, tratamento e outros)

Conforme dados apresentados no diagnóstico os índices de coleta de esgoto dos


municípios da UGRHI 17 são em sua maioria classificados como “bons”. Entretanto, deve-se
ter uma atenção especial nos municípios classificados como “regular”. Dentre eles, Águas
de Santa Bárbara, Chavantes, Florínea, Iaras, Itatinga, Pardinho, Ribeirão do Sul e Salto
Grande.

O índice de tratamento de efluentes doméstico coletados na UGRHI-17 é satisfatório,


apresentando uma média na UGRHI de 97,5%.

Quanto à eficiência no tratamento de esgoto na UGRHI 17, apesar de ter recebido


atenção especial nos últimos anos (Programa Água Limpa e investimentos da SABESP),
esse tema continua sendo a grande causa de poluição e degradação dos corpos de água
superficiais na bacia, principalmente pela baixa eficiência dos sistemas de tratamento em
operação e da falta de eficiência no tratamento do Município de Ourinhos. Em média, a
eficiência do tratamento na UGRHI é considerada “Regular”, com valores entre 50% e 90%.

Além disso, outro grande problema encontrado na UGRHI-17 é o saneamento básico


em áreas rurais, uma vez que não possuem nenhum tipo de coleta e tratamento de esgoto,
porém alguns municípios apresentam fossas sépticas em áreas rurais. Este item será objeto
de plano de ação no presente projeto, sendo uma das alternativas o incentivo na construção
de sistemas de fossas sépticas, além de alternativas a serem estudadas.

Foram considerados como áreas críticas os municípios cuja eficiência na remoção de


carga orgânica estejam classificadas como ruim, conforme apresentado na Figura 195.

358
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Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 195. Áreas críticas referentes a tratamento de esgoto.

5.4.1.4 Outras áreas críticas na UGRHI 17

a) Erosão

Em levantamento realizado pelo IPT em 2012, intitulado “Cadastramento de pontos


de erosão e inundação no Estado de São Paulo”, constatou que no estado de São Paulo
existiam 0,166 voçorocas/km2. A maioria dos municípios do Estado (55% do total) foi
considerada de média criticidade em relação a esse tipo de erosão.

Neste levantamento, os municípios da UGRHI-17, apresentaram um total de 1.365


erosões urbanas e rurais, representando 0,08 voçorocas/km². Estes processos ocorrem
principalmente em áreas classificadas como de alta suscetibilidade à erosão (classe I e II).
Do total de erosões levantadas, 57 estão localizadas em área urbana e 1.308 em áreas
rurais (Figura 196).

Através do mapa de suscetibilidade à erosão apresentado no diagnóstico, conclui-se


que na UGRHI 17, ocorrem áreas de alta e muito alta suscetibilidade à erosão
principalmente na UPH Turvo e Pari/Novo. Nas demais UPHs, as áreas variam de muito alta
a baixa suscetibilidade. A baixa densidade de áreas com vegetação nativa na bacia
aumenta o risco de suscetibilidade a erosões.

359
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Plano de Bacia

Segundo o Relatório de Situação de 2016, o Médio Paranapanema possui problemas


sérios na área rural com o uso e ocupação do solo por práticas agropecuárias que utilizam
grande quantidade de defensivos agrícolas e adotam práticas inadequadas de proteção e
conservação do solo, incrementando o potencial erosivo da região, o assoreamento e a
poluição dos cursos d’água. Da mesma forma que nas áreas rurais, as áreas urbanas
apresentam problemas críticos de erosões induzidas pelo incorreto dimensionamento das
estruturas de drenagem, tem-se como exemplo a cidade de Paraguaçu Paulista. Isto está
sendo corroborado pelas atualizações realizadas (IPT, 2013) e está refletido no Mapa
Distribuição dos Processos Erosivos Lineares na UGRHI-17 (Médio Paranapanema).

Isto torna necessária a viabilização e o incentivo na elaboração e implantação de


Planos Diretores de Controle de Erosão Rural nos municípios da bacia cujo objetivo é
efetuar, em caráter permanente, medidas de combate à erosão, assoreamento nos
municípios.
Embora ainda não existam indicadores específicos que permitam avaliar a evolução
e/ou situação dos processos erosivos, estudos e levantamentos realizados no passado,
como o trabalho do IPT/DAEE (1994), onde foram levantadas e cadastradas todas as
erosões do Estado, indicam a alta criticidade de parte da UGRHI-17, principalmente sua
parte norte, onde afloram os sedimentos arenosos do Grupo Bauru, associados à topografia
fortemente movimentada.
Para este tema, as áreas críticas foram definidas como as áreas classificadas como
de alta vulnerabilidade, que concentram grande parte das erosões cadastradas na UGRHI.

360
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura ilustrativa

Figura 196. Áreas críticas referentes a processos erosivos.

361
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Plano de Bacia

5.4.2 Estabelecimento de prioridades para gestão dos recursos hídricos

A definição de prioridades para a gestão dos recursos hídricos é resultado das


etapas de diagnóstico e prognóstico onde, através dos dados levantados foram classificadas
as áreas e temas mais críticos na UGRHI-17.

O diagnóstico atualizado realizado por este Plano de Bacias indicou que os principais
problemas da UGRHI-17 são: baixo índice de pontos de monitoramento de qualidade e
quantidade de água, problemas relacionados à eficiência no tratamento de esgotos,
problemas de erosão rural e alto índice de perdas de água no sistema de abastecimento
urbano de água, gerando maior risco no balanço hídrico das Unidades de Planejamento
hídrico.

O estabelecimento da priorização das ações na UGRHI-17 se dá basicamente


considerando-se os prazos limites para execução de cada uma das ações recomendadas
(curto, médio e longo prazo). Essa priorização envolve duas etapas: um levantamento
preliminar das ações e a classificação de acordo com os critérios estabelecidos na
Deliberação CRH 146, conforme segue:

b) Grau de comprometimento dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, em


termos de quantidade e de qualidade;

c) Abrangência das áreas críticas identificadas, em termos de população e/ou


atividades afetadas;

d) Implicações das criticidades identificadas sobre o uso múltiplo dos recursos


hídricos, incluindo o equacionamento dos interesses internos e externos à bacia;

e) Prazos pré-estabelecidos para a consecução de metas específicas que, direta ou


indiretamente, afetem a gestão dos recursos hídricos;

f) Necessidades especificas relacionadas à implementação dos instrumentos de


gestão: outorga de uso dos recursos hídricos, licenciamento ambiental, cobrança
pelo uso dos recursos hídricos, enquadramento dos corpos d’água.

362
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Plano de Bacia

5.4.2.1 Processo de mobilização e participação pública

O estabelecimento das prioridades para a gestão dos recursos hídricos na UGRHI –


17 foi resultado de um processo de mobilização social, de modo que os produtos dessa
atividade foram diferentes interesses presentes na bacia.

Como o processo de mobilização, foram realizadas oficinas de trabalho para


definição de prioridades e apresentação das áreas críticas definidas a partir do diagnóstico e
prognóstico realizado. A Figura 198 apresenta o convite que foi enviado aos representantes
dos municípios, órgãos estaduais e sociedade civil, para participação nas reuniões públicas
realizadas para discussão do Plano de Bacias. Dentre os convidados estão CETESB,
Secretaria de Educação, Sindicatos Rurais, Associação dos Engenheiros, Prefeituras
Municipais, Sabesp, entre outros.

a)Apresentação e iniciação pela equipe do Comitê – b)Apresentação do diagnóstico do plano de bacias


CBH-MP. pela Irrigart.

c) Apresentação da metodologia das oficinas pela d) Participantes da 1ª oficina realizada em Assis.


Irrigart.
Figura 197. Apresentação do Diagnóstico e metodologia das oficinas.

363
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Plano de Bacia

Figura 198. Convite para participação das discussões do Plano de Bacias - MP.

364
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A oficina teve por objetivo obter contribuições específicas sobre (1) os principais
problemas hídricos da bacia (2) o papel de cada um dos segmentos na gestão integrada de
recursos hídricos e (3) os desafios e potencialidades frente aos recursos hídricos e o
sistema de gerenciamento na UGRHI 17, utilizando a metodologia SWOT, e levantando a
percepção dos diferentes atores sociais em relação às condições da UGRHI 17 (Médio
Paranapanema), bem como suas expectativas de cenários futuros (Prognóstico).
Os resultados das discussões são apresentados em relatório Anexo 29.

5.4.2.2 Identificação das prioridades para o estabelecimento das metas e ações


Como resultado das discussões das reuniões públicas realizadas e as reuniões
realizadas com o grupo de acompanhamento do Plano de Bacias (um total de 6 reuniões até
a data deste relatório), e considerando a análise das áreas críticas, foram identificadas as
prioridades para estabelecer as metas e ações do Plano de Bacias da UGRHI-17. Os
participantes das reuniões discutiram e chegaram à conclusão dos itens e temas mais
críticos dentro das sub-bacias analisadas. O Quadro 155 apresenta as prioridades para o
estabelecimento de metas e ações.
Quadro 155. Priorização de Metas.
PDCs Prioridade
Melhoria e Recuperação da qualidade das Águas - MRQ (PDC 3) 1
Base Técnicas em Recursos Hídricos - BRH (PDC 1) 2
Gestão da Demanda de água - GDA (PDC 5) 2
Gerenciamento de recursos hídricos - GRH (PDC 2) 3
Capacitação e comunicação social - CCS (PDC 8) 3

Os PDCs considerados de alta prioridade (Prioridade 1) correspondem aos temas


mais críticos na Bacia. Da mesma forma, os PDCs de média prioridade (Prioridade 2)
correspondem as ações enquadradas nas metas relacionadas, priorizando principalmente
ações relacionadas aos temas mais críticos na bacia. Os PDCs de baixa prioridade
(Prioridade 3) correspondem àquelas enquadradas nas metas de intervenção relacionadas
principalmente a questões de Planos de recursos hídricos, relatórios de situação e
capacitação técnica. Muitas dessas ações dos PDCs 2 e 8 podem ser aplicadas através de
ações institucionais sem a demanda de grande quantidade de recursos.

365
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

5.4.3 Proposta de intervenção para gestão dos recursos hídricos da UGRHI 17

A elaboração de propostas de intervenção tem como referência a delimitação das


áreas criticas e temas críticos para a gestão dos recursos hídricos da bacia do Médio
Paranapanema, levando em consideração as prioridades de gestão. O estabelecimento das
propostas também resultou do processo de mobilização social conforme descrito no item
5.2.1 anteriormente.

Nas reuniões realizadas com representantes dos municípios, estado e sociedade


civil, foram questionadas e sugeridas algumas propostas de ações para intervenção nos
recursos hídricos da UGRHI-17. Os principais temas abordados foram os destacados no
diagnóstico e prognóstico como áreas críticas na bacia, e também os temas relevantes para
cada município de acordo com os representantes de cada um deles.

I. Proposta de algumas ações para promover o uso racional da água.

 Efetuar estudos de detalhe sobre a disponibilidade e demanda hídrica superficial em


toda a UGRHI 17.

 Efetuar estudos sobre a disponibilidade hídrica subterrânea em toda a área da UGRHI


17.

 Estabelecer normas rigorosas para controle de captações e lançamentos nos cursos


d’água da bacia.

 Implementar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos como forma de fomento ao uso
racional e sustentável nos municípios da UGRHI 17;

 Fortalecimento dos instrumentos de gestão, como a Fiscalização, Licenciamento


(prevenção), Outorga e Cobrança pelo uso dos Recursos Hídricos, através de
campanhas de conscientização dos usuários de água.

II. Proposta de algumas ações para o controle de perdas de água na distribuição:

 Elaboração e implementação de Plano de Controle de Perdas, revisão e substituição de


redes de distribuição antigas, principalmente nos municípios que possuem índice de
perdas maior do que 40%.

 Incentivo a programas de educação ambiental ligado ao uso racional da água.

 Investimentos na modernização das redes de distribuição de água e instalação de


medidores de vazão.

366
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 Fomentar legislações que incentivem o uso racional da água.

III. Proposta de ações para o monitoramento quali quantitativo

 Modernização e ampliação da rede de monitoramento da qualidade das águas


superficiais;

 Modernização e ampliação da rede de monitoramento da qualidade das águas


subterrânea;

 Fortalecimento dos instrumentos de gestão e fiscalização de controle à poluição nas


áreas urbanas;

 Programas de Conservação e Recuperação de Bacias, visando a “Produção de


Água” e a consequente melhora da qualidade de água;

 Melhoria na eficiência dos sistemas de eficiência no tratamento de esgotos urbanos.

 Ampliação da rede de monitoramento fluviométrica.

IV. Proposta de ações para o controle dos índices de carga meta, coleta e
tratamento de esgoto

 Ampliação da rede coletora de esgotos nos municípios que possuem índice de


coleta abaixo de 90%;

 Estudos de alternativas para coleta e disposição de esgoto sanitário em área rural


nos municípios da UGRHI 17.

 Ações visando localizar e eliminar pontos de lançamento clandestino de esgotos


sem tratamento prévio em toda a área da UGRH 17;

 Capacitação de técnicos dos municípios, que operam as estações de tratamento


de esgotos, para melhorar a eficiência das mesmas.

V. Proposta de ações para o controle de disposição de resíduos sólidos

 Execução dos Planos municipais de gerenciamento de resíduos sólidos (Lei


Federal 12305/2010 e Decreto Federal 7404/2010) nos municípios que não o possuem.

VI. Proposta de ações para drenagem e controle de erosão

 Implantação das metas dos Planos diretores de controle de erosão urbana e rural
para os municípios que já possuem;

367
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 Implantar as metas dos Planos municipais de saneamento – obras relacionadas à


drenagem nos municípios que já possuem o plano;
 Efetuar medidas de combate à erosão, visando prevenir o assoreamento de
corpos d’água superficiais em áreas rurais e com maior atenção aos mananciais de
abastecimento público.

6. PLANO DE AÇÃO PARA GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA UGRHI-17

O Conselho Estadual dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo – CRH vem
modificando desde o ano de 2012 sistematicamente as diretrizes gerais e as regras básicas
para elaboração dos Planos de Bacias, notadamente no seu Plano de Ação e o Programa
de Investimentos.

Durante o ano de 2016 foram emitidas duas Deliberações em menos de 3 (três)


meses (Agosto e Novembro), que alteraram a distribuição dos recursos em função dos
Programas de Duração Continuada e dos seus Subprogramas.

Entre os anos de 2006 a 2016 a elaboração dos Planos de Bacias no tocante as


suas diretrizes, seu conteúdo, a sua forma, e, principalmente nos capítulos referentes à
distribuição de recursos do Fehidro para os Planos de Ação e Programa de Investimentos
sofreu as seguintes alterações:

 Inicialmente regido pela Deliberação CRH-62/06, a elaboração dos Planos de


Bacias foi substituída, em Dezembro de 2012 pela Deliberação CRH-146/12,

 A Deliberação CRH 159/14, alterou e modificou as Deliberações CRH-146/12 e


CRH-147/12;

 A Deliberação CRH 177/15 de 2015 alterou as Deliberações anteriores, CRH-


146/12 e CRH 159/14,

 A Deliberação CRH “ad referendum” 185, de 04 de agosto de 2016, em seu artigo


2o menciona que o programa de investimentos, para execução em 2017 (onde os
recursos deverão ser aprovados em 2016), permanecem estruturados conforme
os PDC (Programas de Duração Continuada) e deverão especificar até 3 (três)
subPDCs, prioritários para investimentos de no mínimo 70%. (setenta por cento)
da estimativa de recursos financeiros do FEHIDRO, referente ao CBH. Revoga as
Deliberações anteriores.

 Em novembro de 2016, no dia 23 é publicado no Diário Oficial do Estado de São


Paulo em sua seção 1, Poder Executivo, página 57, a Deliberação CRH “ad

368
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Plano de Bacia

referendum” 188 de 9 de novembro de 2016. Essa Deliberação reformula as


Deliberações anteriores no tocante ao Programa de Investimentos, modificando as
prioridades de investimentos com recursos do FEHIDRO, da seguinte forma:

 Investimento de no máximo 25% nos “PDC 1 – Bases técnicas em Recursos


Hídricos – BRH” e “PDC 2 – Gerenciamento de Recursos Hídricos”;

 Investimento de no mínimo 60% em até 3 PDCs distribuídos em no máximo 6


subProgramas de Duração Continuada, a critério do CBH;

 Investimento de no máximo 15% nas demais ações do PBH, em PDCs a critério


do CBH.

 Em 05 de dezembro de 2016, o COFEHIDRO publica a deliberação n° 171 que


“dispõe sobre indicações ao FEHIDRO no período de 2017 a 2019 utilizando as
estimativas de receita do PPA e dá outras providências”.

Essas modificações emitidas pelo CRH trazem um grande desgaste para as Câmaras
Técnicas dos Comitês de Bacias, o que provoca um grande descrédito dos participantes no
sistema e na política de recursos hídricos do Estado de São Paulo, uma vez que a
aprovação de uma Deliberação, em uma dada data, acaba não mais valendo, o que obriga a
Secretaria Executiva do CBH a remarcar novamente reuniões e rediscutir os critérios com os
seus membros, para um novo consenso e uma nova aprovação.

6.1 Definição das metas e ações para gestão dos recursos hídricos na UGRHI-17

A partir de informações citadas nos itens anteriores do diagnóstico da situação atual


e no prognóstico dos recursos hídricos na bacia, nota-se que as questões mais urgentes na
UGRHI-17 serão resolvidas com ações de planejamento e gestão, bem como com ações
conservacionistas ou intervencionistas diretamente ligadas aos processos de degradação
ambiental, quer da dinâmica superficial (erosão, assoreamento, entre outros), quer por
processos de contaminação ou poluição (ausência ou deficiência de redes de coleta de
esgotos, destinação final de resíduos, entre outros).

Portanto, podemos sintetizar as METAS, que visam tanto a melhoria das águas
através da implementação de diversos programas de intervenção, como procuram viabilizar
a instalação de uma infraestrutura gerencial capaz de administrar o Sistema de Gestão dos
Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema.

369
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Dentro das metas, as ações foram enquadradas dentro dos PDCs e dos SubPDCs,
para que houvesse maior facilidade quanto ao seu cumprimento e execução, pois o
financiamento do FEHIDRO destina recursos por PDCs.
Os PDCs são Programas de Duração Continuada, que foram introduzidos pela
Deliberação CRH 181/2015, como instrumento auxiliar no planejamento da gestão dos
Planos de Bacia.
Como forma de otimizar e aumentar a eficiência na aplicação dos recursos
financeiros nas ações de gestão e intervenção dos Planos de Bacia Hidrográfica dos CBHs,
do estado de São Paulo, o CRH, delibera “ad referendum”, em 2016, a revisão dos
Programas de Duração Continuada-PDC, para fins da aplicação dos instrumentos previstos
na política estadual de recursos hídricos.
Os PDCs são programas voltados para a proteção e recuperação dos recursos
hídricos que visam concentrar em 8 (oito) temas principais, todas as ações de curto,
médio e longo prazo, para cumprir as Metas de Gestão e de Intervenção dos Planos de
Bacia. Esses programas foram criados como medidas dos instrumentos de gestão previstos
na política estadual de recursos hídricos.
O Quadro 156 apresenta a divisão dos PDCs e consequentemente os SubPDCs, de
tal forma a facilitar para a equipe de elaboração do Plano de Bacia, e alocação dos
recursos.
Quadro 156. Divisão dos PDC’s e SubPDCs conforme a Deliberação CRH “AD REFERENDUM
n.190, de Dezembro 2016”.
PDC’s Sub PDC
1.1 - Base de dados e sistemas de informação
1.2 - Apoio ao planejamento e gestão de recursos hídricos
1.3 - Enquadramento dos corpos d’água em classes, segundo os usos
PDC 01 – Bases técnicas em preponderantes de água
recursos hídricos - BRH 1.4 - Redes de monitoramento
1.5 - Disponibilidade Hídrica
1.6 - Legislação
1.7 - Fontes de poluição das águas
Gestão

2.1 - Planos de Recursos hídricos e relatórios de situação


2.2 - Outorga de direito de uso dos recursos hídricos
PDC 02 – Gerenciamento dos 2.3 - Cobrança pelo uso dos recursos hídricos
Recursos Hídricos - GRH 2.4 - Implementação do enquadramento dos corpos de água em classes,
segundo os usos da água
2.5 - Articulação e cooperação para a gestão integrada dos recursos
hídricos
8.1 Capacitação técnica relacionada ao planejamento e gestão de recursos
PDC 08 – Capacitação e hídricos
comunicação social - CCS 8.2 Educação ambiental vinculada às ações dos planos de recursos hídricos
8.3 Comunicação social e difusão de informações relacionadas à gestão de

370
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Plano de Bacia

recursos hídricos
3.1 Sistema de esgotamento sanitário

PDC 03 – Melhoria e 3.2 Sistema de resíduos sólidos


Recuperação da qualidade 3.3 Sistema de drenagem de águas pluviais
das águas - MRQ 3.4 Prevenção e controle de processos erosivos
3.5 Intervenções em corpos d´água
PDC 04 – Proteção dos 4.1 Proteção e conservação de mananciais
corpos d’água - PCA 4.2 Recomposição da vegetação ciliar e da cobertura vegetal
Intervenção

5.1 Controle de perdas em sistemas de abastecimento de água


PDC 05 – Gestão da
5.2 Racionalização do uso da água
demanda de água - GDA
5.3 Reuso da água
6.1 Aproveitamento múltiplo e controle dos recursos hídricos
PDC 06 – Aproveitamento dos
6.2 Segurança hídrica das populações e dessedentação animal
Recursos hídricos - ARH
6.3 Aproveitamento de recursos hídricos de interesse regional
7.1 Monitoramento de eventos extremos e sistemas de suporte a decisão
PDC 07 – Eventos
7.2 Ações estruturais para mitigação de inundações e alagamentos
Hidrológicos extremos - EHE
7.3 Ações estruturais para mitigação de estiagem

A montagem do plano de metas da UGRHI-17 foi elaborada em conjunto com o CBH-


MP, grupo de acompanhamento e representantes dos municípios envolvidos, oficinas de
trabalho, a fim de criar um plano de metas e ações que sejam realistas e condizentes à
realidade da bacia, priorizando as necessidades específicas dos recursos hídricos.

O Quadro 157 apresenta, de forma resumida, o roteiro de atividades realizadas pela


equipe de técnicos da IRRIGART, juntamente com a secretaria executiva do comitê do MP,
bem como com os componentes da câmara técnica de Planejamento, para fechamento do
Plano de Ações e o Programa de Investimentos.

Quadro 157. Roteiro das atividades realizadas para a montagem do Plano de Ações e do
Programa de Investimento de Curto Prazo do Comitê do MP.
Atividades exercidas para a elaboração do Plano
RESULTADOS OBTIDOS
de metas e ações
1) Definição das metas e ações para Gestão
dos Recursos hídricos na UGRHI –
Reuniões entre a secretaria executiva do
Quadro de metas e ações de curto, médio e longo prazo para
CBH-MP, Câmara Técnica de
o equacionamento das questões afetas à gestão e
Planejamento do CBH-MP, Equipe técnica
intervenção em recursos hídricos.
da consultoria. Seguindo as normas da
Deliberação CRH “Ad referendum” 188 de 9
de novembro de 2016,
Os participantes das oficinas avaliaram os temas elencados,
2) Priorização dos temas conforme as oficinas
indicando a importância e a urgência de implantação de cada
realizadas no prognóstico e no plano de ação.
um dos temas.

Para a organização dos temas foram realizadas oficinas e reuniões, onde foram
discutidas exclusivamente as metas e ações a serem implantadas na UGRHI 17.

371
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A primeira reunião foi realizada com o grupo de acompanhamento, onde foram


apresentadas as metas e ações elencadas pela equipe técnica da Irrigart de acordo com os
dados obtidos no diagnóstico e prognóstico. Tais metas foram discutidas e adaptadas de
acordo com as pontuações feitas pelo grupo.

Após isso foram realizadas oficinas nos municípios de Assis, Ourinhos e Pardinho,
juntamente aos seus representantes e pessoas interessadas, onde foram ouvidas as
necessidades específicas de cada um deles e compiladas no plano. Tais reuniões foram de
extrema importância, uma vez que propiciou a elaboração de um plano de metas que atenda
as principais necessidades da bacia de forma realista e objetiva. O relatório detalhado
dessas oficinas é apresentado no Anexo 29.
As metas e ações definidas a partir das atividades realizadas foram enquadradas nos
PDCs – Programas de duração continuada. No total, foram definidas 24 ações (Quadro
158).
Quadro 158. Ações por PDC.
Quantidade
PDC – Programa de Duração Continuada
de ações
PDC 01 – Bases técnicas em recursos hídricos - BRH 05
PDC 02 – Gerenciamento dos Recursos Hídricos - GRH 06
PDC 03 – Melhoria e Recuperação da qualidade das águas - MRQ 04
PDC 04 – Proteção dos corpos d’água - PCA 03
PDC 05 – Gestão da demanda de água - GDA 03
PDC 06 – Aproveitamento dos Recursos hídricos - ARH 00
PDC 07 – Eventos Hidrológicos extremos - EHE 00
PDC 08 – Capacitação e comunicação social - CCS 03

As ações atingem o objetivo da Política de Gestão, em que cada uma compreende


uma série de ações a serem implantadas mediante projetos de responsabilidade de
entidades e instituições existentes para tal fim. Não cabe, portanto, ao Comitê executar
projetos que competem na organização da sociedade, a outros órgãos públicos ou privados,
cabe sim organizar, orientar e estimular a participação de todos no sentido de atingir a meta
proposta.

O Quadro 159 apresenta um resumo das metas e ações propostas para a UGRHI-17
– Médio Paranapanema. No decorrer do relatório, estas ações são detalhadas, com os
respectivos custos, prazos e formas de implementação.

372
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Plano de Bacia

Quadro 159. Resumo das metas e ações para atendimento das propostas de recuperação de áreas críticas.

PDC SUBPDC META AÇÃO PREVISTA

A1.1.1 Elaboração de estudos e projetos para


detalhamentos dos possíveis conflitos pelo uso da água
M.1 - Elaborar de estudos para o aprimoramento nas áreas críticas em termos de balanço hídrico (UPHs
1.1. Bases de dados e sistemas de
do conhecimento dos recursos hídricos Pardo e Turvo)
informações em recursos hídricos
A1.1.2 Demais Estudos para aprimoramento do
conhecimento dos recursos hídricos
PDC 1 . BASES
TÉCNICAS EM M. 2 - Elaborar Planos de controle de erosão
1.2 Apoio ao planejamento e gestão A1.2.1 Elaboração de Planos municipais de controle de
RECURSOS HÍDRICOS- urbana e rural para todos os municípios da
de recursos hídricos erosão rural, planos de controle de erosão urbana.
BRH UGRHI-17 até 2027
M.3 - Ampliar a rede de monitoramento qualitativa A.1.4.1 Implementar ações de melhoria do
1.4 Redes de Monitoramento
e quantitativa dos recursos hídricos monitoramento quali-quantitativo na UGRHI-17
M.4 - Elaboração de estudos para aumentar o
A.1.5.1. Elaboração de estudos visando melhorar o
conhecimento sobre quantidade e qualidade dos
1.5 Disponibilidade Hídrica conhecimento sobre as águas subterrâneas nas UGRHI
recursos hídricos subterrâneos para utilização
17, tanto em termos de produção quanto de qualidade
futura
M.5 - Revisar o Programa de investimento do
2.1 - Planos de Recursos Hídricos e A 2.1.1 Revisão do plano de ação e programa de
Plano de Bacia das UGRHI-17, conforme
Relatório de Situação investimentos do PBH das UGRHI-17
legislações vigentes
A.2.2.1. Realização de campanhas para conscientização
2.2. Outorga de Direito de uso dos sobre a importância da regularização das outorgas
recursos hídricos M. 6 - Fortalecer os instrumentos de Gestão na
UGRHI-17 A.2.2.2. Apoio as atividades de fiscalização visando o
combate aos usos irregulares
PDC 2 -
GERENCIAMENTO DOS 2.3. Cobrança pelo uso dos
RECURSOS HIDRICOS- A.2.3.1. Implantação da cobrança pelo uso da água
recursos hídricos
GRH
M.7- Incentivar a participação dos representantes
A.2.5.1. Promover ações para integração entre os
dos poderes legislativo e executivo junto as
poderes públicos (executivo e legislativo) e o CBH-MP
Câmaras Técnicas do CBH-MP
2.5. Articulação e cooperação para
a gestão integrada dos recursos M.8- Incentivar as Secretarias do Estado a
hídricos divulgar no CBH-MP os programas existentes A.2.5.2. Interlocução com organismos estatais e privados
voltados à conservação dos recursos hídricos, para auxiliar os municípios na busca por recursos
visando obter outras fontes de financiamento e financeiros
reduzir a dependência dos recursos do FEHIDRO.

373
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

PDC SUBPDC META AÇÃO PREVISTA

M.9 - Atingir até 2023 eficiência mínima de 80% A.3.1.1 Melhorias e aumento da eficiência nos sistemas
3.1. Sistema de Esgotamento das ETES nos municípios das UGRHI-17 e de esgotamento sanitários dos municípios da UGRHI-17
Sanitário Implantar soluções de saneamento rural em A.3.1.2 Implantar soluções coletivas ou individuais para
bairros rurais dos municípios da UGRHI-17 saneamento rural
PDC-3-Melhoria e
Recuperação da M.10 - Implantar até 2020 junto aos técnicos da
A.3.2.1 Auxílio técnico aos municípios para a elaboração
Qualidade das águas 3.2. Sistema de resíduos sólidos CETESB 3 cursos para treinamento de projetos
de projetos de encerramento de aterros sanitários
de encerramento de aterro sanitário
M.11 - Financiar projetos de controle de erosão A.3.4.1 Implantar as ações previstas nos Planos
3.4. Prevenção e controle de
rural e urbana conforme nos Planos de controle municipais de controle de erosão rural e urbana dos
processos erosivos
de erosão municipal – urbana e rural. municípios da UGRHI-17
A.4.1.1. Elaboração de projetos e implantação de
4.1 Proteção e conservação de
projetos de recuperação de mananciais de
mananciais M.12 - Melhorar o índice de cobertura vegetal na
PDC-4 – Proteção dos abastecimento público (atuais ou futuros)
UGRHI-17 priorizando as áreas de mananciais de
Corpos D’água A.4.2.1. Elaboração de PDRF - Plano Diretor de
abastecimento
4.2. Recomposição da vegetação Recomposição Florestal nas UGRHI-17
ciliar e da cobertura vegetal A.4.2.2. Implantação de projetos de reflorestamento com
base nas diretrizes do PDRF
A.5.1.1 Efetuar ações de intervenção visando à redução
5.1 Controle de perdas em sistemas M.13- Atingir até 2027 o índice de perda máxima
de perdas nos sistemas de abastecimento de água nos
de abastecimento de água de 25% em todos os municípios
municípios das UGRHI-17
PDC 5- Gestão e A.5.2.1. Promover campanhas de incentivo a eficiencia
M.14 - Incentivar campanhas publicitárias junto a
Demanda de água - GDA no uso da água na indústrias
Faesp e Fiesp para racionalização do uso da
5.2. Racionalização do uso da água
água na agricultura e na indústria A.5.2.2. Promover campanhas de incentivo a eficiencia
no uso da água na agricultura
A.8.2.1. Apoiar financeiramente a elaboração de
M. 15 - Melhorar a Educação ambiental na UGRHI- Programas de Educação Ambiental voltados para a
8.2 - Educação ambiental vinculada 17 através de cursos, treinamentos e workshop recuperação dos Recursos Hídricos superficiais e
às ações dos planos de recursos subterrâneos .
PDC 8 - Capacitação e hídricos M.16- Capacitar 50 técnicos das Prefeituras A.8.2.2. Promoção de cursos e seminários para
Comunicação Social Municipais em elaboração de projetos voltados a capacitação social dos membros das CT's, prefeituras e
conservação e recuperação de recursos hídricos demais interessados
8.3 - Comunicação social e difusão M. 17 - Criar sistema de divulgação e de A.8.3.1. Implementação de ações de comunicação social
de informações relacionadas à acompanhamento de projetos em visando difundir as informações e atividades
gestão de recursos hídricos desenvolvimento para os membros do Comitê. desenvolvidas pelo CBH-MP

374
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2 Descrição das metas e ações a serem desenvolvidas

Esse item contempla os investimentos para a elaboração e disponibilização de


estudos, levantamentos e diagnósticos municipais envolvendo questões direta e
indiretamente associadas aos recursos hídricos, tais como: gestão dos recursos hídricos,
saneamento, estradas rurais de terra, instalação de usinas de açúcar e álcool, indústrias
com elevado potencial poluidor etc.

6.2.1 META 1 – Elaborar estudos para aprimoramento do conhecimento dos


recursos hídricos da UGRHI-17.

Essa meta prevê a realização de estudos relacionados a diversas áreas de gestão


para aprimorar o conhecimento dos recursos hídricos da UGRHI-17, relacionados à
disponibilidade hídrica e desenvolvimento de ações relacionadas ao sistema de informação
da UGRHI.

6.2.1.1 Elaboração de estudos e projetos para detalhamentos dos possíveis conflitos


pelo uso da água nas áreas críticas em termos de balanço hídrico (A.1.1.1)

A ação tem como objetivo elaborar estudos e projetos que possam mitigar os
conflitos provenientes pelo uso da água por diferentes usuários, reduzindo a criticidade e
garantindo o abastecimento da bacia de forma global. Essa ação pode ser cumprida por
meio de um cadastro da localização das interferências existentes nos cursos d’água, e
cadastro de todas as captações superficiais e lançamentos, tomando conhecimento dos
valores efetivos de vazão para os trechos determinados, nas bacias do Pardo e Turvo e no
córrego do Cervo no município de Assis, onde, num cenário futuro acelerado, apresentam
problemas de disponibilidade hídrica.

Elaborar estudos para aprimoramento do conhecimento dos


Meta
recursos hídricos da UGRHI-17
Horizonte de projeto Médio prazo – até 2023

Custos envolvidos R$ 620.000,00

Fonte de financiamento Cobrança

Área de abrangência UPH Pardo e UPH Turvo e Córrego do Cervo em Assis

Atores responsáveis CBH-MP, DAEE, CATI, Instituições de ensino

375
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.1.2 Demais estudos para aprimoramento do conhecimento dos recursos hídricos


(A.1.1.2)

A ação tem como objetivo elaborar estudos e projetos com a finalidade de conhecer
melhor os recursos hídricos da UGRHI-17 e organizar todos os dados em um sistema de
informação para apoio ao planejamento futuro da gestão dos recursos hídricos.

Elaborar estudos para aprimoramento do conhecimento dos


Meta
recursos hídricos da UGRHI-17
Horizonte de projeto Médio e longo prazo – até 2027
Custos envolvidos R$ 1.520.000,00
Fonte de financiamento Cobrança / Compensação Financeira FEHIDRO
Área de abrangência UGRHI-17
Atores responsáveis CBH-MP, DAEE, CATI, Instituições de ensino

6.2.2 META 2: Elaborar planos de controle de erosão rural e urbana para os


municípios da UGRHI-17 que ainda não possuem

Essa meta tem como objetivo a realização do Plano diretor de erosão rural e erosão
urbana em todos os municípios da UGRHI-17, uma vez que este problema abrange grande
parte da bacia do Médio Paranapanema.

6.2.2.1 Elaboração de Planos municipais de controle de erosão rural e Planos de


controle de erosão urbana (A.1.2.1)

Para os municípios que ainda não possuem o Plano de conservação do solo e


combate à erosão rural e planos de controle de erosão urbana, que é um importante
instrumento de planejamento de ações que visam combater os problemas de erosão, que
causam uma série de problemas ao município e aos cursos d’água.

Elaborar Planos de controle de erosão rural para os municípios da


Meta
UGRHI-17
Horizonte de projeto Curto, Médio e longo prazo – até 2027
Custos envolvidos R$ 3.338.226,37
Fonte de financiamento Compensação Financeira FEHIDRO
Área de abrangência UGRHI-17
Atores responsáveis Prefeituras Municipais

376
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Plano de Bacia

6.2.3 META 3: Ampliar a rede de monitoramento qualitativo e quantitativo da UGRHI


17

O monitoramento da qualidade e quantidade das águas superficiais e subterrâneas é


de extrema importância no abastecimento de água, tanto público, quanto rural e industrial. A
partir desses postos de monitoramento, pode-se quantificar o volume de água disponível e
futuramente identificar pontos para estudos de reenquadramento dos cursos d’água.

Nesse item, contemplam-se ações de planejamento, implantação, operação,


manutenção, modernização, ampliação das redes de qualidade e quantidade das águas,
assim como o monitoramento dos usos outorgados e disponibilização de dados e
informações.

Os organismos estatais e municipais serão incentivados a melhorar a rede de


monitoramento já existente, tanto sobre a qualidade das águas superficiais e subterrâneas,
bem como avaliar e melhorar a densidade de postos de medição para disponibilizar os
dados da rede de medição de dados pluviais e fluviométricos.

Com o aumento do monitoramento das águas superficiais e subterrâneas da UGRHI-


17 é possível unificar os dados em um sistema de informações atualizados e realizar
estudos sobre a disponibilidade hídrica das águas superficiais e subterrâneas da bacia e das
sub-bacias da UGRHI-17. Tais estudos possibilitarão a estimativa mais concreta de dados
sobre o balanço hídrico da UGRHI-17.

6.2.3.1 Implementar ações de melhoria do monitoramento quali-quantitativo (A.1.4.1)

Esta ação visa à ampliação da rede de monitoramento qualitativo e quantitativo das


águas superficiais e subterrâneas, por meio da implantação de novos postos de
monitoramento em locais adequados, além da modernização e manutenção dos postos já
existentes. Cabe ao CBH-MP “cobrar” dos órgãos estaduais e federais (DAEE, CETESB,
ANA) a ampliação deste monitoramento.

Meta Ampliar a rede de monitoramento qualitativo e quantitativo da UGRHI 17


Ação Implementar ações de melhoria do monitoramento quali-quantitativo
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo

Custos envolvidos R$ 2.425.630,00

Fonte de financiamento Cobrança

Área de abrangência Todo o território da UGRHI-17


Atores responsáveis DAEE, CETESB

377
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.4 META 4: Elaboração de estudos para aumentar o conhecimento sobre


quantidade e qualidade dos recursos hídricos subterrâneos para utilização
futura

Essa meta prevê que sejam realizados estudos de detalhes sobre a disponibilidade
hídrica das águas superficiais e subterrâneas que permitam a melhor estimativa de balanço
hídrico da UGRHI 17 e deem suporte a uma boa gestão e planejamento dos recursos
hídricos.

6.2.4.1 Elaboração de estudos visando melhorar o conhecimento sobre as águas


subterrâneas na UGRHI 17, tanto em termos de produção quanto de qualidade
(A.1.5.1.)

Auxiliar municípios que apresentem problemas relacionados à disponibilidade hídrica,


ou mesmo que queiram diversificar os mananciais disponíveis, se preparando para eventos
similares à seca de 2013/2014.

Elaboração de estudos para aumentar o conhecimento sobre


Meta quantidade e qualidade dos recursos hídricos subterrâneos para
utilização futura
Elaboração de estudos visando melhorar o conhecimento sobre as
Ação águas subterrâneas na UGRHI 17, tanto em termos de produção
quanto de qualidade
Horizonte de projeto Médio e longo prazo – até 2027

Custos envolvidos R$ 1.112.440,00

Fonte de financiamento Cobrança

Área de abrangência UGRHI 17

Atores responsáveis IG, DAEE, Instituições de ensino, CETESB.

6.2.5 META 5: Revisar o Programa de investimento do Plano de Bacia da UGRHI 17


conforme legislações vigentes

Essa meta prevê que sejam realizadas as revisões do programa de investimentos do


Plano de Bacia conforme legislações vigentes. Atualmente, a Deliberação CRH n.º
146/2012, que aprova os critérios para elaboração do plano de Bacia, em seu artigo 10º, §1º
determina que a atualização do “Plano de ação para gestão dos recursos hídricos da
UGRHI” e do respectivo “Programa de investimentos” deverá ser feita a cada 4 (quatro)
anos, nos termos estabelecidos no inciso III do artigo 3º dessa Deliberação.

378
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

No artigo 1, Parágrafo único, da deliberação CRH “AD Referendum” 188/2016, o


conteúdo dos planos de bacias hidrográficas – PBH está definido na Deliberação CRH 146
de 2012, sendo o horizonte mínimo de planejamento de 12 anos, com as ações que
constituem o Plano de Ação abrangendo três quadriênios, coincidentes com o Plano
Plurianual - PPA. Assim, o Programa de Investimentos deve apresentar uma projeção
baseada na estimativa de custo das ações, sendo que esta estimativa poderá ser revista
quando da aprovação de um novo PPA (no que se refere aos investimentos previstos neste)
e anualmente (no que se referem aos demais investimentos do PBH).

6.2.5.1 Revisão do plano de ação e programa de investimentos do PBH (A 2.1.2)

Esta meta prevê a revisão do plano de investimento do plano de bacias da UGRHI,


visando avaliar as metas já cumpridas, além de revisar os valores estipulados para cada
uma a ser realizada e acrescentar metas de acordo com a necessidade da bacia. A revisão
deverá ser feita um ano antes no início do horizonte de planejamento, ou seja, a revisão
deverá ser feita nos anos de 2019 e 2023.

Revisar o Programa de investimento do Plano de Bacia da UGRHI


Meta
17 conforme legislações vigentes
Ação Revisão do plano de ação e programa de investimentos do PBH

Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo

Custos envolvidos R$ 355.240,00

Fonte de financiamento Compensação financeira FEHIDRO / Cobrança

Área de abrangência UGRHI-17

Atores responsáveis CBH-MP

6.2.6 META 6: Fortalecer os instrumentos de gestão na UGRHI-17

A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei n° 9.433/1997, prevê


cinco instrumentos que devem ser aplicados para promover a gestão dos recursos hídricos
de uma bacia hidrográfica. Este programa em específico trata dos seguintes instrumentos:
Plano de recursos hídricos, a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, a cobrança
pelo uso de recursos hídricos e o enquadramento dos corpos de água em classes.
Além desses, ainda foi abordada nesse item a fiscalização que não se configura
como um instrumento de gestão, como objetivo principal de ampliar a regularização de usos
e usuários com vistas a consolidar a outorga como instrumento de gestão efetivo na UGRHI-

379
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

17 e a integração entre os organismos do estado, federal, e o Comitê e poderes públicos,


para melhor execução do instrumento Plano de Bacia.
Tem por objetivo promover o fortalecimento da gestão dos recursos hídricos, por
meio da aplicação dos instrumentos de gestão. As ações inclusas nessa meta são descritas
nos itens a seguir.

6.2.6.1 Realização de campanhas para conscientização sobre a importância da


regularização das outorgas (A.2.2.1)

As outorgas permitem maior precisão no planejamento dos recursos hídricos, pois


aproximam as informações sobre uso da água à realidade. Além disso, o descarte irregular
de efluentes também causa a contaminação dos corpos d’água.

Essa ação tem o objetivo de incentivar todos os usuários de água e principalmente os


sistemas autônomos e públicos de abastecimento urbano a efetivarem a regularização de
suas captações de água e dos lançamentos de efluentes por meio da obtenção das
outorgas junto ao DAEE.

Meta Fortalecer os instrumentos de gestão na UGRHI-17


Realização de campanhas para conscientização sobre a
Ação
importância da regularização das outorgas
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos Ação sem custo

Fonte de financiamento -
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos DAEE

6.2.6.2 Apoio às atividades de fiscalização visando o combate aos usos irregulares


(A.2.2.2)

A falta de controle das outorgas prejudica toda a rede hídrica da UGRHI, pois as
quantidades consumidas não constam no cálculo da demanda hídrica. Assim, a fiscalização
contribui na reversão dessa situação. Essa ação tem por objetivo apoiar os órgãos
fiscalizadores a identificar e regularizar os usos e usuários com vistas a promover o controle
das condições quali-quantitativos dos recursos hídricos.

380
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Meta Fortalecer os instrumentos de gestão na UGRHI-17


Apoio às atividades de fiscalização visando o combate aos usos
Ação
irregulares
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos Ação sem custo
Fonte de financiamento -
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos CBH-MP, DAEE, CETESB

6.2.6.3 Implantação da cobrança pelo uso da água (A.2.3.1)

A cobrança pelo uso da água é um instrumento de gestão que deve ser implantado na
UGRHI-17 visando atender parte da demanda por recursos financeiros necessários para
executar as ações preconizadas pelo Plano de Bacia.

A implantação da cobrança pelo uso da água na UGRHI-17 prevê o cumprimento de


ações elencadas neste plano, que são realistas e factíveis e foram projetadas alinhando as
despesas com as receitas estimadas para todos os horizontes de planejamento. Essa ação
tem por objetivo dar apoio às atividades a serem realizadas para implantação da cobrança
pelo uso da água, que já está aprovada no Comitê e pelo Governo do Estado de São Paulo.

Meta Fortalecer os instrumentos de gestão na UGRHI-17


Ação Implantação da cobrança pelo uso da água
Horizonte de projeto Curto prazo
Fonte de financiamento Ação sem custo
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos DAEE; CBH-MP

6.2.7 META 7: Incentivar a participação dos representantes dos poderes legislativo


e executivo junto as Câmaras técnicas do CBH-MP

A participação dos representantes dos poderes legislativo e executivo deve garantir


uma gestão integrada e participativa, desde o processo de formulação das políticas
públicas, ao planejamento, dotação orçamentária, execução, controle, entre outros.
Tornando, assim, compatíveis as necessidades da sociedade com as ações públicas.

381
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.7.1 Promover ações para integração entre os poderes públicos (executivo e


legislativo) e o CBH-MP (A.2.5.1)

Garantir uma gestão integrada e participativa, desde o processo de formulação das


políticas públicas, ao planejamento, dotação orçamentária, execução, controle, entre outros.
Tornando, assim, compatíveis as necessidades da sociedade com as ações pública.

Essa ação tem como objetivo aproximar o CBH-MP dos poderes públicos, tornando as
atividades empreendidas na bacia mais efetivas e com o embasamento necessário.

Incentivar a participação dos representantes dos poderes


Meta
legislativo e executivo junto as Câmaras técnicas do CBH-MP
Promover ações para integração entre os poderes públicos
Ação
(executivo e legislativo) e o CBH-MP
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo

Fonte de financiamento Ação sem custo

Área de abrangência UGRHI-17


Secretaria Executiva CBH-MP ; Prefeituras Municipais; Secretaria
Atores envolvidos
Estado

6.2.8 META 8: Incentivar as Secretarias do Estado a divulgar no CBH-MP os


programas existentes voltados à conservação dos recursos hídricos, visando
obter outras fontes de financiamento e reduzir a dependência dos recursos do
FEHIDRO

Essa meta tem o objetivo de fortalecer órgãos gestores de meio ambiente, recursos
hídricos e Comitê do Médio Paranapanema, por meio de disponibilização de informações
sobre fontes alternativas de recursos, diminuindo a dependência do FEHIDRO e
possibilitando a execução de mais projetos por meio desses recursos. Essa meta prevê o
aumento das fontes alternativas de dinheiro para realização de projetos.

6.2.8.1 Interlocução com organismos estatais e privados para auxiliar os municípios


na busca por recursos (A.2.5.1)

Essa ação tem como objetivo a atuação do Comitê MP na interlocução dos municípios
com os organismos públicos e privados capazes de favorecer a captação de recursos por
diferentes fontes, no sentido de ajudar os municípios a buscar novas fontes de
investimentos, dentro dos programas e projetos existentes dentro das secretarias do estado
e outros órgãos.

382
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Incentivar as Secretarias do Estado a divulgar no CBH-MP os


programas existentes voltados à conservação dos recursos
Meta
hídricos, visando obter outras fontes de financiamento e reduzir a
dependência dos recursos do FEHIDRO
Interlocução com organismos estatais e privados para auxiliar os
Ação
municípios na busca por recursos
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos -
Fonte de financiamento Ação sem custo
Área de abrangência UGRHI-17
Secretaria Executiva CBH-MP ; Prefeituras Municipais; Secretaria
Atores envolvidos
Estado

6.2.9 META 9: Atingir até 2023 eficiência mínima de 80% das ETES nos municípios
das UGRHI-17 e implantar soluções de saneamento rural em bairros rurais dos
municípios da UGRHI 17

Realização de projetos e obras de manutenção dos sistemas de esgotamento sanitário


principalmente nos municípios com eficiência menor que 80%, elevando a eficiência da
estação e consequentemente aumentar a eficiência média da UGRHI-17, que em 2016
estava em 81,7%.

O uso de fossas sépticas biodigestoras garante o saneamento básico nas áreas


rurais, pois permite o tratamento de esgotos das residências rurais. O sistema tem como
vantagem tratar o esgoto sanitário com baixo custo e deve ser implantado em bairros rurais.
Alguns municípios da UGRHI-17 já estão implantando algumas soluções de saneamento
rural. Essa ação tem o objetivo de implantar em pelo menos 10 bairros rurais dos municípios
da UGRHI-17 a solução de fossas sépticas ou outras soluções para saneamento rural,
durante o período deste plano de bacias.

6.2.9.1 Melhorias e aumento da eficiência nos sistemas de esgotamento sanitários


dos municípios da UGRHI-17 (A.3.1.1)

Aumentar o índice de coleta de efluentes por município, bem como a eficiência do


tratamento. Em suma, obter melhores resultados para o ICTEM (Indicador de coleta e
tratabilidade de esgoto do município), que leva em consideração a efetiva remoção da carga
orgânica (em relação à carga orgânica gerada pela população) sem deixar de observar a
importância de outros elementos que compõem um sistema de tratamento de esgotos, como
a coleta, o afastamento e o tratamento.

383
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Atingir até 2023 eficiência mínima de 80% das ETES nos


Meta municípios das UGRHI-17 e implantar soluções de saneamento
rural em bairros rurais dos municípios da UGRHI 17
4.1.9.1 Melhorias e aumento da eficiência nos sistemas de
Ação
esgotamento sanitários dos municípios da UGRHI-17
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos R$ 4.758.470,17
Fonte de financiamento FEHIDRO / Cobrança
Municípios pertencentes a UGRHI-17 com ênfase aos que
Área de abrangência
representam índices menores que 80% de eficiência
Atores envolvidos SABESP; Sistema Autônomos; CETESB, Prefeituras Municipais;

6.2.9.2 Implantar soluções coletivas ou individuais para saneamento rural (A.3.1.2)


Incentivar o uso de fossas sépticas biodigestoras nas áreas rurais, pois permite o
tratamento de esgotos das residências alocadas nessas regiões. O sistema tem como
vantagem tratar o esgoto sanitário com baixo custo e pode ser implantado em todos os
municípios com área rural na UGRHI-17.

Atingir até 2023 eficiência mínima de 80% das ETES nos


Meta municípios das UGRHI-17 e implantar soluções de saneamento
rural em bairros rurais dos municípios da UGRHI 17
4.1.9.2 Implantar soluções coletivas ou individuais para
Ação
saneamento rural
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos R$ 3.895.761,18
Fonte de financiamento FEHIDRO / Cobrança
Área de abrangência Municípios com área rural inserida na UGRHI-17
SABESP; Sistema Autônomos; CETESB, Prefeituras Municipais;
Atores envolvidos
Sindicato Rural

6.2.10 META 10: Implantar até 2020 junto aos técnicos da CETESB 3 cursos para
treinamento de projetos de encerramento de aterro sanitário

Essa meta prevê a realização de cursos juntamente com a CETESB para orientar os
municípios ou operadores de aterros sanitários a realizar projetos de encerramento das
áreas cuja vida útil está próxima de acabar. Além disso, esses treinamentos podem
incentivar algumas práticas que contribuam para melhor destinação dos resíduos sólidos
urbanos.

384
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.10.1 Auxílio técnico aos municípios para a elaboração de projetos de


encerramento de aterros sanitários (A.3.2.1)

Essa ação deve cumprir a meta acima descrita, de modo que os técnicos dos
municípios e operadores de aterros sanitários fiquem aptos a promover o encerramento de
aterros sanitários de forma adequada, controlando os possíveis vetores de poluição e
habilitando o local para futuras finalidades.

Implantar até 2020 junto aos técnicos da CETESB 3 cursos para


Meta
treinamento de projetos de encerramento de aterro sanitário
Auxílio técnico aos municípios para a elaboração de projetos de
Ação
encerramento de aterros sanitários
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos -
Fonte de financiamento Ação sem custo
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos CBH-MP; CETESB; Prefeituras Municipais

6.2.11 META 11: Financiar projetos e obras de controle de erosão rural e urbana
conforme descrito nos Planos municipais.

Essa meta tem como objetivo financiar projetos e obras de combate à erosão
urbana e rural por meio da implantação das ações previstas nos planos municipais de
macrodrenagem urbana e nos planos de saneamento básico dos municípios e planos de
controle de erosão rural.

É prevista a recuperação de voçorocas a partir de projetos pilotos típicos em áreas


urbanas de municípios amplamente atingidos por esse processo do meio físico, priorizando
áreas onde afloram rochas e sedimentos altamente suscetíveis a erosão. O cadastramento
de áreas erodidas em estradas rurais de terra, por deficiência de drenagem superficial e má
conservação do leito carroçável, torna-se um objetivo essencial para esse SubPDC.

6.2.11.1 Implantar as ações previstas nos Planos municipais de controle de erosão


rural e urbana dos municípios da UGRHI-17 (A.3.4.1)

Essa ação prevê a implantação de projetos e obras para melhoria dos sistemas
urbanos de drenagem de águas pluviais e ações capazes de promover a contenção da
erosão urbana, diminuindo a poluição difusa e o assoreamento dos corpos d’água.

Também tem como objetivo implantar as ações de controle de erosão rural


descritas nos planos de controle de erosão rural dos municípios que já o possuem. Essas

385
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

ações estão relacionadas à conservação do solo e obras de adequações de estradas rurais


e para contenção de erosão e assoreamento.

Financiar projetos e obras de controle de erosão rural e urbana


Meta
conforme descrito nos planos municipais.
Implantar as ações previstas nos Planos municipais de controle de
Ação
erosão rural e urbana dos municípios da UGRHI-17
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos R$ 15.205.421,71
Fonte de financiamento FEHIDRO - Cobrança
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos Prefeituras Municipais; CATI; Secretaria Agricultura; CODASP

6.2.12 META 12: Melhorar o índice de cobertura vegetal na UGRHI-17 priorizando as


áreas de mananciais de abastecimento

A manutenção da vegetação nativa em uma bacia, com destaque para aquela


localizada próxima aos cursos de água, garante aspectos de quantidade e qualidade
adequados aos recursos hídricos. A presença de mata ciliar dificulta o carreamento de
sedimentos para dentro dos cursos d’água, protege o solo e os recursos hídricos contra
erosão e assoreamento. Dessa forma, essa meta propõe ações para identificar, qualificar e
recuperar áreas de preservação permanente dentro da área da UGRHI-17 com o objetivo de
priorizar mananciais de abastecimento público.

Priorização para conservar mananciais que abastecem a população, levando em


consideração o que diz o Decreto nº 61.183/2015.

6.2.12.1 Elaboração de projetos e implantação de projetos de recuperação de


mananciais de abastecimento públicos atuais ou futuros (A.4.1.1)

Promover a proteção dos corpos d'água, permitindo seu aproveitamento para os usos
múltiplos. Ainda, colocar em prático os instrumentos da lei de proteção e recuperação de
mananciais. Esta ação tem como objetivo a elaboração de estudos que determinem a
conservação e proteção dos mananciais superficiais. A conservação dos mananciais é de
grande importância, uma vez que propicia a produção de água e assim beneficia
principalmente o abastecimento público da bacia.

Melhorar o índice de cobertura vegetal na UGRHI-17 priorizando


Meta
as áreas de mananciais de abastecimento
Elaboração de projetos e implantação de projetos de recuperação
Ação
de mananciais de abastecimento públicos atuais ou futuros
Horizonte de projeto Longo prazo

386
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Custos envolvidos R$ 600.000,00


Fonte de financiamento Cobrança
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos IF; CETESB; Prefeituras Municipais; ONGs; Instituições de ensino

6.2.12.2 Elaboração de Plano Diretor de Recomposição Florestal (A.4.2.1)

Esta ação visa à elaboração do Plano Diretor de Recuperação Florestal da UGRHI-


17, que é um importante instrumento de planejamento para os municípios, pois realiza um
diagnóstico ambiental da cobertura vegetal das bacias, e, a partir dos dados obtidos,
estabelece critérios e metodologias para a recuperação florestal e conservação de áreas
prioritárias para a proteção dos recursos hídricos e aumento da infiltração de água no solo,
aumentando assim, a disponibilidade hídrica das bacias.

Melhorar o índice de cobertura vegetal na UGRHI-17 priorizando


Meta
as áreas de mananciais de abastecimento
Ação Elaboração de Plano Diretor de Recomposição Florestal
Horizonte de projeto Médio prazo
Custos envolvidos R$ 412.440,00
Fonte de financiamento Cobrança
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos IF; CETESB; Prefeituras Municipais; ONGs; Instituições de ensino

6.2.12.3 Implantação de projetos de reflorestamento com base nas diretrizes do


Plano Diretor de Recomposição Florestal (A.4.2.2)

Esta ação está baseada nos resultados do Plano diretor de recuperação florestal a
ser realizado conforme A.4.2.1. A ação tem como objetivo executar os projetos de
recuperação florestal de acordo com as prioridades elencadas no plano. O Projeto de
recuperação de nascentes deverá ser realizado levando em consideração o novo Código
Florestal (Lei nº 12.651/2012).

Melhorar o índice de cobertura vegetal na UGRHI-17 priorizando


Meta
as áreas de mananciais de abastecimento
Implantação de projetos de reflorestamento com base nas
Ação
diretrizes do Plano Diretor de Recomposição Florestal
Horizonte de projeto Longo prazo
Custos envolvidos R$ 900.000,00
Fonte de financiamento Cobrança
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos IF; CETESB; Prefeituras Municipais; ONGs; Instituições de ensino

387
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.13 META 13 - Atingir até 2027 o índice de perda máxima de 25% em todos os
municípios

Nesse tema está sendo prioritário efetuar ações de intervenção visando à redução de
perdas no sistema de abastecimento de água dos municípios da UGRHI-17. Com esse tipo
de ação haverá um efeito demonstrativo positivo para outros municípios da UGRHI-17,
incentivando-os por conta própria ou com outro tipo de financiamento dar uma maior
eficiência ao tratamento e distribuição da água para o abastecimento público.

Executar ações dos Planos diretores de saneamento relacionadas ao tema perdas de


água no abastecimento por parte dos municípios, além de promover ações de combate às
perdas descritas nos planos diretores de perdas, para que alcancem a categoria “boa” no
índice de perdas.

6.2.13.1 Ações de controle de perdas nos sistemas de abastecimento de água


(A.5.1.1)
Essa ação tem por objetivo implantar projetos, obras e serviços para o controle de
perdas nos sistemas de abastecimento dos diferentes setores usuários de água, com ênfase
nas redes públicas de abastecimento. Dentre as ações de combate às perdas de água,
estão:

a) Aquisição e instalação de hidrômetros residenciais e macro medidores;


b) Instalação de sistema redutor de pressão;
c) Serviços e obras de setorização;
d) Reabilitação de redes de água;
e) Pesquisa e eliminação de vazamentos, pitometria.

Atingir até 2027 o índice de perda máxima de 25% em todos os


Meta
municípios
Efetuar ações de intervenção visando à redução de perdas no
Ação
sistema de abastecimento de água dos municípios da UGRHI 17
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos R$ 6.758.341,82
Fonte de financiamento FEHIDRO - Cobrança
Municípios pertencentes à UGRHI-17 que possuem o Plano de
Área de abrangência
Saneamento e/ou Plano de Perdas
Atores envolvidos SABESP; Sistema Autônomos

388
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.14 META 14 - Incentivar campanhas publicitárias junto a FAESP e FIESP para


racionalização do uso da água na agricultura e na indústria

Essa meta tem por objetivo incentivar campanhas para racionalização do uso da água
na agricultura e na indústria, resultando na conscientização da população e redução de
consumo e consequentes melhoras no balanço hídrico.

6.2.14.1 Promover campanhas de incentivo à eficiência no uso da água na indústria


(A.5.2.1)

Incentivo ao tratamento e promoção de água de reuso nos processos industriais, bem


como priorização de sistemas que demandem menor quantidade de água.

Incentivar campanhas publicitárias junto a Faesp e Fiesp para


Meta
racionalização do uso da água na agricultura e na indústria
Promover campanhas de incentivo à eficiência no uso da água na
Ação
indústria
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos Ação sem custo
Fonte de financiamento -
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos Fiesp; CBH-MP

6.2.14.2 Promover campanhas de incentivo a eficiência no uso da água na


agricultura (A.5.2.2)

Acompanhar a evolução do uso da água pelo setor de irrigação na bacia (áreas


irrigadas, equipamentos utilizados e culturas irrigadas) como subsídio para a proposição de
ações de gestão dos recursos hídricos. Incentivar o uso racional da agua na irrigação
através de praticas mais eficientes, bem como práticas que aproveitem a água da chuva.

Incentivar campanhas publicitárias junto a Faesp e Fiesp para


Meta
racionalização do uso da água na agricultura e na indústria
Promover campanhas de incentivo a eficiência no uso da água na
Ação
agricultura
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos Ação sem custo
Fonte de financiamento -
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos Faesp; CBH-MP

389
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.15 META 15: Melhorar a Educação ambiental na UGRHI-17 através de cursos,


treinamentos e workshops

A comunicação com as populações dos municípios da UGRHI-17 é uma das ações


fundamentais para que o sistema e a política de recursos hídricos funcionem
adequadamente no estado de São Paulo. Na tentativa de aumentar esse efeito positivo nas
populações, esse SubPDC foi priorizado no sentido de apoiar financeiramente o poder
público municipal a implementar ações de educação ambiental voltados para a conservação
e recuperação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

6.2.15.1 Apoiar financeiramente a elaboração de Programas de Educação Ambiental


voltados para a recuperação dos Recursos Hídricos superficiais e
subterrâneos (A.8.2.1)

Financiamento de iniciativas de educação ambientais já existentes, bem como de


projetos futuros que tratem sobre recursos hídricos.
Melhorar a Educação ambiental na UGRHI-17 através de cursos,
Meta
treinamentos e workshop
Apoiar financeiramente a elaboração de Programas de Educação
Ação Ambiental voltados para a recuperação dos Recursos Hídricos
superficiais e subterrâneos
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos R$ 1.396.521,53
Fonte de financiamento FEHIDRO
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos CBH-MP; ONGs

6.2.16 META 16: Capacitar 50 técnicos das Prefeituras Municipais em elaboração de


projetos voltados a conservação e recuperação de recursos hídricos

Essa meta tem como objetivo a capacitação de técnicos das prefeituras para elaborar
projetos voltados à conservação e recuperação de recursos hídricos, visando à busca de
recursos tanto no Comitê, quanto em outros órgãos estaduais e federais.

390
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.2.16.1 Promoção de cursos e seminários para capacitação social dos membros das
CT's, prefeituras e demais interessados (A.8.2.2)

Capacitação técnica dos envolvidos com a gestão de recursos hídricos nos municípios
integrantes da UGRHI-17, técnicos de Prefeituras, integrantes de ONGs e integrantes das
Câmaras Técnicas, deixando livre a participação dos demais interessados.

Capacitar 50 técnicos das Prefeituras Municipais em elaboração


Meta de projetos voltados a conservação e recuperação de recursos
hídricos
Promoção de cursos e seminários para capacitação social dos
Ação
membros das CT's, prefeituras e demais interessados
Horizonte de projeto Curto e médio prazo
Custos envolvidos R$ 421.004,04
Fonte de financiamento FEHIDRO - Cobrança
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos Universidades; Prefeituras Municipais

6.2.17 META 17: Criar sistema de divulgação e de acompanhamento de projetos em


desenvolvimento para os membros do Comitê.

Essa meta tem como objetivo criar um sistema de acompanhamento e divulgação da


situação dos projetos financiados pelo FEHIDRO / Cobrança neste Comitê de Bacias.

6.2.17.1 Implementação de ações de comunicação social visando difundir as


informações e atividades desenvolvidas pelo CBH-MP (A.8.3.1)

Essa ação deve cumprir a meta estabelecida de criar um tipo de acompanhamento


dos projetos financiados pelo Fehidro/Cobrança, para que os integrantes das Câmaras
técnicas e membros do Comitê que tenham interesse nessas informações possam
acompanhar e avaliar futuramente o cumprimento das metas e ações do Plano de Bacias.

Criar sistema de divulgação e de acompanhamento de projetos em


Meta
desenvolvimento para os membros do Comitê
Horizonte de projeto Curto, médio e longo prazo
Custos envolvidos R$ 2.123.028,07
Fonte de financiamento FEHIDRO - Cobrança
Área de abrangência UGRHI-17
Atores envolvidos CBH-MP

391
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

O Quadro 160 constitui o produto final e o conjunto delas atinge o objetivo da


Politica de Gestão; cada uma compreende uma série de ações a serem implantadas
mediante projetos de responsabilidade de entidades e instituições existentes para tal fim.
Não cabe, portanto, ao Comitê, executar projetos que competem, na organização da
sociedade, a outros órgãos, públicos ou privados, cabe sim organizar, orientar e estimular a
participação de todos no sentido de atingir a meta proposta.

As ações que irão adequar os recursos hídricos as necessidades de cada um dos


usos compreendem, de maneira geral, uma grande diversidade e quantidade de projetos, o
que certamente exigirá um grande esforço gerencial a ser compartilhado com os envolvidos
naqueles recursos hídricos. Ao serem adotados como fundamentos para gestão dos
recursos hídricos, a descentralização e a participação, impõe-se a criação de grupos
participativos de envolvidos em cada sub-bacia na UGRHI-17, onde serão implantadas as
ações. O Quadro 160 apresenta a síntese das ações, identificando os custos envolvidos,
horizontes de planejamento e fontes de recursos.

392
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 160. Metas de Gestão e ações para atendimento das propostas de recuperação de áreas críticas, responsáveis e investimentos
previstos.

SUB- Área de Atores Fontes de


PDC META Ação- Descrição Custo em R$
PDC Abrangência responsáveis Financiamento

A1.1.1 Elaboração de estudos e CBH-MP; FEHIDRO -


UPH Turvo, UPH
projetos para detalhamentos dos
Pardo e Córrego DAEE;
possíveis conflitos pelo uso da
do Cervo em Instituições de
água nas áreas críticas em COBRANÇA R$ 620.000,00
Assis ensino
M.1 - Elaborar um diagrama unifilar termos de balanço hídrico
1.1.
atualizado nas UPHs Pardo e Turvo
A1.1.2 Demais Estudos para FEHIDRO R$ 450.000,00
CBH-MP;
aprimoramento do conhecimento UGRHI 17
dos recursos hídricos DAEE;
COBRANÇA R$ 1.070.000,00

A1.2.1 Elaboração de Planos


PDC M. 2 - Elaborar Planos de controle de FEHIDRO R$ 3.338.226,37
municipais de controle de erosão Prefeituras
1 1.2 erosão urbana e rural para todos os UGRHI 17
rural, planos de controle de Municipais
municípios da UGRHI-17 até 2027 COBRANÇA -
erosão urbana

M.3 - Ampliar a rede de A.1.4.1 Implementar ações de FEHIDRO R$ -


CBH-MP; DAEE;
1.4. monitoramento qualitativa e melhoria do monitoramento quali- UGRHI 17
CETESB
quantitativa dos recursos hídricos quantitativo na UGRHI-17 COBRANÇA R$ 2.425.630,00

M.4 - Elaboração de estudos para A.1.5.1. Elaboração de estudos


aumentar o conhecimento sobre visando melhorar o conhecimento IG; DAEE; FEHIDRO R$ -
1.5. quantidade e qualidade dos recursos sobre as águas subterrâneas nas UGRHI 17 UNESP;
hídricos subterrâneos para utilização UGRHI 17, tanto em termos de CETESB COBRANÇA R$ 1.112.440,00
futura produção quanto de qualidade
M.5 - Revisar o Programa de A 2.1.1 Revisão do plano de
FEHIDRO R$ 205.240,00
PDC investimento do Plano de Bacia das ação e programa de
2.1. UGRHI 17 CBH-MP
2 UGRHI-17, conforme legislações investimentos do PBH das
vigentes UGRHI-17 COBRANÇA R$ 150.000,00

393
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

SUB- Área de Atores Fontes de


PDC META Ação- Descrição Custo em R$
PDC Abrangência responsáveis Financiamento

A.2.2.1. Realização de FEHIDRO -


campanhas para conscientização
UGRHI 177 DAEE
sobre a importância da COBRANÇA
regularização das outorgas
2.2.
Secretaria FEHIDRO -
M. 6 - Fortalecer os instrumentos de A.2.2.2. Apoio as atividades de
Executiva CBH-
Gestão na UGRHI-17 fiscalização visando o combate UGRHI 17
MP; DAEE; COBRANÇA -
aos usos irregulares
CETESB
FEHIDRO
A.2.3.1. Implantação da cobrança
2.3. UGRHI 17 DAEE; CBH-MP -
pelo uso da água COBRANÇA

M.7 Incentivar a participação dos A.2.5.1. Promover ações para


FEHIDRO -
representantes dos poderes integração entre os poderes
UGRHI 17
legislativo e executivo junto as públicos (executivo e legislativo)
Câmaras Técnicas do CBH-MP e o CBH-MP Secretaria COBRANÇA -
M.8- Incentivar as Secretarias do Executiva CBH-
Estado a divulgar no CBH-MP os MP ; Prefeituras FEHIDRO -
2.5.
programas existentes voltados à A.2.5.2. Interlocução com Municipais;
conservação dos recursos hídricos, organismos estatais e privados Secretaria
UGRHI 17 Estado
visando obter outras fontes de para auxiliar os municípios na
financiamento e reduzir a busca por recursos financeiros COBRANÇA -
dependência dos recursos do
FEHIDRO.
Municípios da
M.9 - Atingir até 2023 eficiência UGRHI-17 com SABESP; FEHIDRO R$ 1.798.470,17
A.3.1.1 Obras de implantação e
mínima de 80% das ETES nos ênfase aos que Sistema
ampliação de sistemas de
PDC- municípios das UGRHI-17 e Implantar representam Autônomos;
3.1. tratamento de esgotos rurais e de
3 soluções de saneamento rural em índices menores CETESB;
melhorias da eficiência dos
bairros rurais dos municípios da que 80% de Prefeituras
sistemas COBRANÇA R$ 2.960.000,00
UGRHI-17 eficiência no Municipais;
tratamento

394
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

SUB- Área de Atores Fontes de


PDC META Ação- Descrição Custo em R$
PDC Abrangência responsáveis Financiamento

FEHIDRO R$ 300.273,70
A.3.2.1 Auxílio técnico aos
Municípios e Prefeituras
municípios para a elaboração de
com área rural Municipais;
projetos de encerramento de
na UGRHI-17 Sindicato Rural
aterros sanitários
COBRANÇA R$ 3.595.487,48

M.10 - Implantar até 2020 junto aos A.3.2.1 Auxílio técnico aos CBH-MP; FEHIDRO -
técnicos da CETESB 3 cursos para municípios para a elaboração de CETESB;
3.2. UGRHI 17
treinamento de projetos de projetos de encerramento de Prefeituras
encerramento de aterro sanitário aterros sanitários Municipais COBRANÇA

A.3.4.1 Implantar as ações Prefeituras


M.12 - Financiar projetos de controle previstas nos Planos municipais Municipais; FEHIDRO R$ 9.211.871,71
3.4. de erosão rural e urbana conforme de controle de erosão rural e UGRHI 17 CATI; Secretaria
descritos nos planos municipais. urbana dos municípios da Agricultura;
COBRANÇA R$ 5.993.550,00
UGRHI-17 CODASP
A.4.1.1. Elaboração de projetos e
implantação de projetos de FEHIDRO
4.1 recurepação de mananciais de UGRHI 17 R$ 600.000,00
abastecimento público (atuais ou COBRANÇA
M.13 - Melhorar o índice de cobertura futuros) IF; CETESB;
PDC vegetal na UGRHI-17 priorizando as A.4.2.1. Elaboração de PDRF - Prefeituras
FEHIDRO
4 áreas de mananciais de Plano Diretor de Recomposição UGRHI 17 Municipais; R$ 412.440,00
abastecimento Florestal nas UGRHI-17 ONGs; UNESP COBRANÇA
4.2.
A.4.2.2. Implantação de projetos FEHIDRO
de reflorestamento com base nas UGRHI 17 R$ 900.000,00
diretrizes do PDRF COBRANÇA

395
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

SUB- Área de Atores Fontes de


PDC META Ação- Descrição Custo em R$
PDC Abrangência responsáveis Financiamento

Municípios
pertencentes à FEHIDRO R$ 719.689,30
M.14 - Atingir até 2027 o índice de A.5.1.1 Ações de controle de UGRHI-17 que SABESP;
5.1. perda máxima de 25% em todos os perdas nos sistemas de possuem o Plano Sistema
municípios abastecimento de água de Saneamento Autônomos
e/ou Plano de COBRANÇA R$ 6.038.652,52
Perdas
PDC
5 A.5.2.1. Promover campanhas de FEHIDRO -
incentivo a eficiência no uso da UGRHI 17 Fiesp; CBH-MP
M.15 - Incentivar campanhas COBRANÇA -
água nas indústrias
publicitárias junto a Faesp e Fiesp
5.2.
para racionalização do uso da água A.5.2.2. Promover campanhas de FEHIDRO -
na agricultura e na indústria incentivo a eficiência no uso da UGRHI 17 Faesp; CBH-MP
água na agricultura COBRANÇA -
A.8.2.1. Apoiar financeiramente a
elaboração de Programas de FEHIDRO R$ 1.396.521,53
M. 16 - Melhorar a Educação
Educação Ambiental voltados
ambiental na UGRHI-17 através de UGRHI 17 Comitê; ONGs
para a recuperação dos
cursos, treinamentos e workshop COBRANÇA R$ -
Recursos Hídricos superficiais e
8.2 subterrâneos .
M.17 - Capacitar 50 técnicos das
A.8.2.2. Promoção de cursos e FEHIDRO R$ 321.004,04
PDC Prefeituras Municipais em Universidades;
seminários para capacitação
8 elaboração de projetos voltados a UGRHI 17 Prefeituras
social dos membros das CT's,
conservação e recuperação de Municipais
prefeituras e demais interessados COBRANÇA R$ 100.000,00
recursos hídricos
A.8.3.1. Implementação de ações
M. 18 - Criar sistema de divulgação e FEHIDRO R$ 784.228,07
de comunicação social visando
de acompanhamento de projetos em
8.3 - difundir as informações e UGRHI 17 CBH-MP
desenvolvimento para os membros
atividades desenvolvidas pelo COBRANÇA R$ 1.374.800,00
do Comitê.
CBH-MP

396
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.3 Montagem do programa de investimentos na UGRHI-17

A definição do programa de investimentos consiste na sistematização das


informações levantadas nas ações. Para tanto, as ações são produzidas em planilhas onde
possam ser identificados os investimentos previstos nos horizontes de curto, médio e longo
prazo, identificando possíveis fontes de financiamento para a implementação das ações.

6.3.1 Levantamento de recursos disponíveis

O valor médio de recursos financeiros disponibilizados pelo FEHIDRO para o CBH-


MP entre os anos de 2005 a 2017 está apresentado no gráfico da Figura 199. Também é
apresentado o valor previsto de recebimento para os próximos dois anos (2018 e 2019) de
acordo com a Deliberação COFEHIDRO n. 171/2016.

Recursos recebidos Previsão de recursos


Figura 199. Histórico de recursos disponibilizados pelo FEHIDRO na UGRHI 17.
Fonte: COFEHIDRO, 2005 a 2017.

O valor médio anual de recurso financeiro recebido do FEHIDRO pelo Comitê da


Bacia hidrográfica do Médio Paranapanema, nesse período, foi de R$ 2.210.867,54 (dois
milhões duzentos e dez mil, oitocentos e sessenta e sete reais e cinquenta e quatro
centavos). Esse valor está descontando o valor previsto da cobrança em 2018 e 2019.

397
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.3.1.1 Recursos da cobrança pelo uso da água

A cobrança pelo uso da água é um instrumento de gestão que está sendo implantada
na UGRHI-17 visando atender parte da demanda por recursos financeiros necessários para
executar as ações preconizadas pelo Plano de Bacia. A cobrança pelo uso da água na
UGRHI-17 já está aprovada pelo Decreto Estadual n. 61.386, de 23 de julho de 2015, que
fixa os valores a serem cobrados e orienta como deverá ser aplicado esse instrumento.

Os recursos financeiros oriundos da cobrança pelo uso da água na UGRHI-17 foram


estimados no relatório de fundamentação da cobrança, tendo como valor estimado a partir
do 3ª ano de implantação da cobrança na ordem de R$ 3.437.000,00 (três milhões
quatrocentos e trinta e sete mil reais) por ano, conforme demonstrado no Quadro 161.

Quadro 161. Recursos a serem arrecadados pela Cobrança pelo uso da água na UGRHI-1.
Previsão de Recurso a ser Previsão de Recurso a ser
Ano
Arrecadado (%) Arrecadado (R$)
2016 0% R$ 0,00
2017 0% R$ 0,00
2018 0% R$ 0,00
2019 50% R$ 716.000,00
2020 75% R$ 2.578.000,00
2021 100 % R$ 3.437.000,00
2022 100 % R$ 3.437.000,00
2023 100 % R$ 3.437.000,00
2024 100 % R$ 3.437.000,00
2025 100 % R$ 3.437.000,00
2026 100 % R$ 3.437.000,00
2027 100 % R$ 3.437.000,00
Total - R$ 27.353.000,00
Fonte: Decreto n. 61.386/2015.

Os recursos a serem arrecadados com a cobrança, deverão aplicados de acordo


com os critérios definidos pelo CBH-MP, aprovado pelo Decreto Estadual n. 61.386/2015.

A previsão de recursos a serem arrecadados pela cobrança para financiamento em


projetos na UGRHI-17 foi prevista para início em 2019, uma vez que para 2018, conforme
Deliberação COFEHIDRO n. 186/2017, não apresenta valores para a UGRHI-17.

398
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.3.1.2 Outras fontes

As possíveis fontes de recursos financeiros para realização dos investimentos


propostos no Plano de Ação são a seguir discriminadas:

a) Recursos orçamentários oriundos do governo do Estado (Secretaria de


Saneamento e Energia, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, entre outros), que
possuem competência para atuar em recursos hídricos;
b) Recursos oriundos do governo federal, em geral por meio de convênios de
cooperação mútua ou contratos de gestão;
c) Recursos de investimentos do setor privado referentes a compensações
ambientais;
d) Recursos orçamentários dos municípios, como contrapartida aos projetos e
ações que estão propostos no Plano de Bacia, em geral através de cessão de
máquinas, terreno, pessoal, combustível, escritórios e infraestrutura de apoio,
subcontratações, etc.;
e) Recursos de investimentos do setor privado ou de empresas do Estado, em
geral com o suporte de receitas próprias mediante tarifas de prestação de serviços,
como os da Sabesp e dos Serviços autônomos de água e esgoto;
f) Recursos que poderão ser gerados da cobrança estadual pelo uso de recursos
hídricos;
g) Recursos de financiamentos nacionais ou internacionais e outras fontes não
enquadráveis nas descrições acima.

O acesso a fontes de recursos indicadas pressupõe a adequada capacidade de


formulação de projetos, um problema a algumas áreas do setor de saneamento ambiental,
principalmente para os pequenos municípios. O papel do CBH-MP é importante para que
esses municípios consigam verbas para as ações recomendadas.

6.3.1.3 Recurso total disponível

Conforme Deliberação CRH “AD REFERENDUM” n. 185/206, alterada pela


Deliberação CRH “ad referendum” n. 188/2016, que estabelece o formato e cronograma de
entrega dos Planos de bacias hidrográficas e dá providências suplementares relativas à
apuração dos indicadores de distribuição dos recursos financeiros do FEHIDRO, os recursos
financeiros previstos para execução das metas e ações deste Plano de Bacias devem estar
em conformidade com a projeção relativa aos recursos financeiros do FEHIDRO (2016-
2019) no Plano Plurianual (PPA), conforme apresentado no Quadro 162.

399
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Essa projeção leva em consideração os recursos relativos ao FEHIDRO e também


os recursos previstos da cobrança pelo uso da água. Essa projeção é disponibilizada para o
período de 2016-2019, a previsão do atendimento das metas e ações deste plano de bacias
foi estendida para todo o período do plano (2016-2027).

Quadro 162. Recursos previstos para investimentos na UGRHI-17 (FEHIDRO + COBRANÇA).


Recurso previsto Recurso previsto Total por ano
Ano
FEHIDRO (R$) Cobrança (R$) (R$)
2016 R$ 2.456.555,25 R$ 0,00 R$ 2.456.555,25
2017 R$ 1.502.312,24 R$ 0,00 R$ 1.502.312,24
2018 R$ 1.286.000,00 R$ 0,00 R$ 1.286.000,00
2019 R$ 1.415.000,00 R$ 716.000,00 R$ 2.131.000,00
2020 R$ 1.664.966,87 R$ 2.578.000,00 R$ 4.242.966,87
2021 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
2022 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
2023 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
2024 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
2025 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
2026 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
2027 R$ 1.664.966,87 R$ 3.437.000,00 R$ 5.101.966,87
Total R$ 19.979.602,47 R$ 27.353.000,00 R$ 47.332.602,47
*valor calculado médio dos últimos 5 anos.

Conforme apresentado no Quadro 162, a previsão dos recursos relativos ao


FEHIDRO e da Cobrança pelo uso da água na UGRHI-17, para o período 2016-2019 segue
os valores previstos no PPA do estado de São Paulo, levando em consideração a cobrança
pelo uso da água. Os recursos FEHIDRO, para o período de médio prazo (2020-2023) e de
longo prazo (2024-2027), foram calculados a partir de uma média dos valores entre 2016 e
2019. Sendo assim, os valores deverão ser revistos, juntamente com as metas e ações a
cada quatro anos.
Os valores apresentados no Quadro 162 são apresentados de maneira gráfica na
Figura 200. Nota-se que a partir do ano de 2021 os valores oriundos da cobrança pela
utilização dos recursos hídricos se tornarão a principal fonte de recursos para os
investimentos previstos no Plano, atingido cerca de 67% do recurso total em 2027 (Figura
201).

400
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 200. Origem dos recursos a serem empregados nas ações do plano.

Figura 201. Origem dos recursos a serem empregados no final do plano (2027).

As ações elencadas neste plano são realistas e factíveis, considerando o montante


de recursos disponibilizados para o Comitê MP, uma vez que as despesas projetadas estão
em linha com as receitas estimadas para todos os horizontes de planejamento.
Alguns projetos/atividades/ações que não foram listados neste plano de ações, como
ações da SABESB, na questão das metas e ações de esgotamento sanitário, ou ações de
recuperação e conservação do sistema de drenagem urbana, ou recuperação das matas
ciliares (SMA), deverão ser interpretadas como sendo metas em que cada um dos
coordenadores será responsável pela realização com recursos financeiros de seu próprio
orçamento ou de outras fontes.

401
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Outras ações, que também são importantes para melhoria dos temas críticos na
UGRHI, serão de caráter indicativo, uma vez que não haverá recursos (Fehidro/Cobrança)
direcionados para sua implementação.

6.3.2 Custos envolvidos e cronograma de investimentos

Conforme apresentado em seu artigo 2-0 da Deliberação CRH “AD Referendum” 188
de 9 de Novembro de 2016, o Plano de Ação para a Gestão dos Recursos Hídricos e o
Programa de Investimentos para execução a partir de 2017, foram estruturados conforme os
Programas de Duração Continuada – PDC, com as prioridades para investimento estimadas
em porcentagens da estimativa de receitas do Fundo Estadual de Recursos Hídricos –
FEHIDRO referente ao CBH do Médio Paranapanema.
A deliberação CRH “AD Referendum” 188 /2016 em seu artigo 2º estabelece
porcentagens de investimentos:
I. Investimento de no máximo 25% no PDC 1 e PDC 2;
II. Investimento de no mínimo 60% em até 3 (três) PDCs distribuídos em no
máximo 6 (seis) sub-PDCs, a critério do CBH;

III. Investimento de no máximo 15% nas demais ações do plano de Bacia, a


critério do CBH.
Considerando os dados do Diagnóstico e Prognóstico e resultados das oficinas
realizadas, optou-se pela distribuição dos recursos conforme Quadro 163, que detalha as
prioridades, bem como as porcentagens da receita do período do Plano, conforme
estimadas no PPA-2016-2027, destinados ao Comitê de Bacias do Médio Paranapanema -
UGRHI-17 definidas para cada um dos PDCs, SubPDCs.

402
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 163. Programa de Investimento do Comitê do MP, para execução 2017 a 2029.
(%) receita / (%) receita / (%) receita /
PDC Sub-PDC investimento investimento investimento
Curto prazo Médio prazo Longo prazo
1.1 - Bases de dados e sistemas de informações
0% 4,30% 6,37%
em recursos hídricos
1 - BASES 1.2 - Demais Estudos para aprimoramento do
13,18% 8,18% 5,63%
TÉCNICAS EM conhecimento dos recursos hídricos
RECURSOS
HÍDRICOS - MRH 1.4 - Redes de Monitoramento 8,70% 7,31% 3,43%

1.5 - Disponibilidade Hídrica 0% 2,11% 3,43%


2.1 Planos de recursos hídricos e relatórios de
2,49% 0,61% 0,74%
situação
2- 2.2. Outorga de Direito de uso dos recursos
GERENCIAMENTO hídricos 0% 0% 0%
DOS RECURSOS
HÍDRICOS - GRH 2.3. Cobrança pelo uso dos recursos hídricos 0% 0% 0%
2.5. Articulação e cooperação para a gestão
0% 0% 0%
integrada dos recursos hídricos
3- MELHORIAS E 3.1 - Sistema de esgotamento sanitário 17,57% 20,85% 19,49%
RECUPERAÇÃO
DA QUALIDADE 3.2 - Sistema de resíduos sólidos 0% 0% 0%
DAS ÁGUAS -
MRQ 3.4 - Prevenção e controle de processos erosivos 38,35% 30,15% 31,33%
4- PROTEÇÃO 4.1 - Proteção e conservação de mananciais 0% 0% 2,94%
DOS CORPOS 4.2 - Recomposição da vegetação ciliar e da
D'ÁGUA - PCA 0% 2,11% 4,41%
cobertura vegetal
5- GESTÃO DA 5.1 - Controle de perdas em sistemas de 16,65% 16,48% 11,75%
DEMANDA DE abastecimento de água
AGUA - GDA 5.2 - Racionalização do uso da água 0% 0% 0%
8.2 - Educação ambiental vinculada às - dos planos
8- CAPACITAÇÃO 3,10% 4,84% 3,75%
de recursos hídricos
E COMUNICAÇÃO
SOCIAL - CCS 8.3 - Comunicação social e difusão de informações 4,36% 3,07% 6,74%
relacionadas à gestão de recursos hídricos

Como definido na Deliberação CRH “AD Referendum” 188 de 9 de Novembro de


2016, apresenta-se no Quadro 164, a distribuição de recursos para cada uma das ações de
gestão e intervenção, vinculadas diretamente aos PDCs e SubPDCs, priorizadas e
aprovadas pela Câmara técnica de Planejamento do CBH-MP- UGRHI-17. Os valores
estimados para a elaboração do Quadro 164, foram baseados da seguinte forma:

- Para os anos de 2016 e 2017 foram considerados os valores já deliberados pelo


Comitê, de acordo com a Deliberação CBH-MP 183/2016 e Deliberação CBH-MP 193/2017.
- Para os anos de 2018 e 2019, levou-se em consideração os valores previstos na
deliberação COFEHIDRO n° 171 de 05 de dezembro de 2016. Nesta deliberação, o valor de
investimento estimado para 2017 é equivalente a 100% da PPA. O Quadro 164, Quadro 165
e Quadro 166 apresenta a previsão de investimentos para o médio e longo prazo,
respectivamente.

403
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 164. Distribuição dos recursos para as ações propostas para o PBH, para execução 2018 a 2019 (curto prazo).
Valor por ano (R$)
SUB % Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS
PDC Receita envolvidos financiamen 2016 2017 2018 2019
to
A1.1.1 Elaboração de estudos e projetos FEHIDRO - - - -
para detalhamentos dos possíveis CBH-MP;
conflitos pelo uso da água nas áreas
0,00% DAEE; CATI
M.1 - Elaborar de estudos para o críticas em termos de balanço hídrico Cobrança - - - -
1.1 aprimoramento do conhecimento dos
recursos hídricos A.1.1.2 Demais Estudos para FEHIDRO - - - -
CBH-MP;
aprimoramento do conhecimento dos 0,00% DAEE;
recursos hídricos Cobrança - - - -
R$ R$ R$
M. 2 - Elaborar Planos de controle de A1.2.1 Elaboração de Planos municipais FEHIDRO -
Prefeituras 141.130,00 300.000,00 150.360,00
1 1.2 erosão urbana e rural para todos os de controle de erosão rural, planos de 13,2% Municipais
municípios da UGRHI-17 até 2027 controle de erosão urbana. Cobrança - - - -

M.3 - Ampliar a rede de A.1.4.1 Implementar ações de melhoria CBH-MP; FEHIDRO - - - -


1.4 monitoramento qualitativa e do monitoramento quali-quantitativo na 8,7% DAEE;
R$
quantitativa dos recursos hídricos UGRHI-17 CETESB Cobrança - - -
297.150,00
M.4 - Elaboração de estudos para A.1.5.1. Elaboração de estudos visando
aumentar o conhecimento sobre melhorar o conhecimento sobre as IG; DAEE; FEHIDRO - - - -
1.5 quantidade e qualidade dos recursos águas subterrâneas nas UGRHI 17, - UNESP;
hídricos subterrâneos para utilização tanto em termos de produção quanto de CETESB Cobrança - - - -
futura qualidade
M.5 - Revisar o Programa de - R$
A 2.1.1 Revisão do plano de ação e FEHIDRO - -
investimento do Plano de Bacia das CBH-MP 85.240,00
2.1 programa de investimentos do PBH das 2,5%
UGRHI-17, conforme legislações
UGRHI-17 Cobrança - - - -
vigentes

A.2.2.1. Realização de campanhas para FEHIDRO - - - -


conscientização sobre a importância da - DAEE
2
regularização das outorgas Cobrança - - - -
M. 6 - Fortalecer os instrumentos de
2.2
Gestão na UGRHI-17 FEHIDRO - - - -
A.2.2.2. Apoio as atividades de CBH-MP;
fiscalização visando o combate aos usos - DAEE;
irregulares CETESB Cobrança - - - -

404
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Valor por ano (R$)


SUB % Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS
PDC Receita envolvidos financiamen 2016 2017 2018 2019
to
A.2.3.1. Implantação da cobrança pelo DAEE; CBH- FEHIDRO - - - -
2.3 -
uso da água MP Cobrança - - - -
M.7- Incentivar a participação dos FEHIDRO - - - -
A.2.5.1. Promover ações para
representantes dos poderes legislativo
integração entre os poderes públicos -
e executivo junto as Câmaras
(executivo e legislativo) e o CBH-MP Cobrança - - - -
Técnicas do CBH-MP CBH-MP ;
Prefeituras
M.8- Incentivar as Secretarias do
2.5 Municipais;
Estado a divulgar no CBH-MP os FEHIDRO - - - -
A.2.5.2. Interlocução com organismos Secretaria
programas existentes voltados à
estatais e privados para auxiliar os Estado
conservação dos recursos hídricos, -
municípios na busca por recursos
visando obter outras fontes de
financeiros Cobrança - - - -
financiamento e reduzir a dependência
dos recursos do FEHIDRO.
SABESP;
R$
Sistema FEHIDRO - - -
A.3.1.1 Melhorias e aumento da 300.000,00
Autônomos;
M.9 - Atingir até 2023 eficiência
eficiência nos sistemas de esgotamento 8,8% CETESB;
sanitários dos municípios da UGRHI-17
mínima de 80% das ETES nos Prefeituras Cobrança - - - -
municípios das UGRHI-17 e Implantar
3.1
soluções de saneamento rural em
bairros rurais dos municípios da Prefeituras R$ R$
FEHIDRO - -
UGRHI-17 A.3.1.2 Implantar soluções coletivas ou Municipais; 150.173,70 150.100,00
individuais para saneamento rural
4,4% Sindicato - - - -
Rural Cobrança
3
M.10 - Implantar até 2020 junto aos CBH-MP; FEHIDRO - - - -
A.3.2.1 Auxílio técnico aos municípios
técnicos da CETESB 3 cursos para CETESB;
3.2 para a elaboração de projetos de -
treinamento de projetos de Prefeituras
encerramento de aterros sanitários Cobrança - -
encerramento de aterro sanitário Municipais
Prefeituras R$ R$ R$ R$
A.3.4.1 Implantar as ações previstas nos Municipais; FEHIDRO
M.11 - Financiar projetos de controle 807.900,24 799.896,71 557.300,00 753.200,00
Planos municipais de controle de erosão CATI;
3.4 de erosão rural descritos nos Planos 38,4%
rural e urbana dos municípios da Secretaria
de controle de erosão rural.
UGRHI-17 Agricultura; Cobrança - - - -
CODASP

405
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Valor por ano (R$)


SUB % Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS
PDC Receita envolvidos financiamen 2016 2017 2018 2019
to
A.4.1.1. Elaboração de projetos e
implantação de projetos de recuperação
4.1 - - - - - -
de mananciais de abastecimento público
IF; CETESB;
M.12 - Melhorar o índice de cobertura (atuais ou futuros)
Prefeituras
vegetal na UGRHI-17 priorizando as A.4.2.1. Elaboração de PDRF - Plano
4 Municipais;
áreas de mananciais de Diretor de Recomposição Florestal nas - - - - - -
ONGs;
abastecimento UGRHI-17
4.2 UNESP
A.4.2.2. Implantação de projetos de
reflorestamento com base nas diretrizes - - - - - -
do PDRF
R$ R$ R$
M.13 - Atingir até 2027 o índice de SABESP; FEHIDRO -
A.5.1.1 Ações de controle de perdas nos 314.401,60 255.287,70 150.000,00
5.1 perda máxima de 25% em todos os 16,6% Sistema
sistemas de abastecimento de água R$
municípios Autônomos Cobrança - - -
418.850,00
A.5.2.1. Promover campanhas de FEHIDRO - - - -
5 Fiesp; CBH-
M.14 - Incentivar campanhas incentivo a eficiência no uso da água -
MP Cobrança - - - -
publicitárias junto a Faesp e Fiesp nas indústrias
5.2
para racionalização do uso da água na
A.5.2.2. Promover campanhas de FEHIDRO - - - -
agricultura e na indústria Faesp; CBH-
incentivo a eficiência no uso da água na -
MP Cobrança - - - -
agricultura
A.8.2.1. Apoiar financeiramente a R$ R$
M. 15 - Melhorar a Educação elaboração de Programas de Educação FEHIDRO - -
Comitê; 28.600,00 56.050,00
ambiental na UGRHI-17 através de Ambiental voltados para a recuperação 5%
ONGs
cursos, treinamentos e workshop dos Recursos Hídricos superficiais e Cobrança - - - -
8.2 subterrâneos.
M.16 - Capacitar 50 técnicos das A.8.2.2. Promoção de cursos e Universidad R$
FEHIDRO - - -
Prefeituras Municipais em elaboração seminários para capacitação social dos es; 21.310,00
8 1%
de projetos voltados a conservação e membros das CT's, prefeituras e demais Prefeituras
Cobrança - - - -
recuperação de recursos hídricos interessados. Municipais.
M. 17 - Criar sistema de divulgação e A.8.3.1. Implementação de ações de R$
FEHIDRO - - -
de acompanhamento de projetos em comunicação social visando difundir as 100.000,00
8.3 4% CBH-MP
desenvolvimento para os membros do informações e atividades desenvolvidas R$
Comitê. pelo CBH-MP Cobrança - - -
48.840,00

406
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 165. Distribuição dos recursos para as ações propostas para o PBH, para execução 2020 a 2023 (médio prazo).
Valor por ano (R$)
SUB Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS % Receita
PDC envolvidos financiamen 2020 2021 2022 2023
to
A1.1.1 Elaboração de estudos e
projetos para detalhamentos dos
FEHIDRO - - - -
CBH-MP;
possíveis conflitos pelo uso da água nas 3,2% DAEE; CATI
áreas críticas em termos de balanço R$ R$
M.1 - Elaborar de estudos para o Cobrança - -
hídrico 300.000,00 320.000,00
1.1 aprimoramento do conhecimento
dos recursos hídricos
A1.1.2 Demais Estudos para FEHIDRO - - - -
CBH-MP;
aprimoramento do conhecimento dos 1,1% DAEE; R$
recursos hídricos Cobrança - - -
220.000,00
M. 2 - Elaborar Planos de controle R$ R$ R$ R$
A1.2.1 Elaboração de Planos municipais FEHIDRO
de erosão urbana e rural para todos Prefeituras 399.592,04 399.592,04 399.592,04 399.592,04
1 1.2
os municípios da UGRHI-17 até
de controle de erosão rural, planos de 8,2% Municipais
controle de erosão urbana. Cobrança - - - -
2027
M.3 - Ampliar a rede de A.1.4.1 Implementar ações de melhoria CBH-MP; FEHIDRO - - - -
1.4 monitoramento qualitativa e do monitoramento quali-quantitativo na 7,3% DAEE;
R$ R$ R$ R$
quantitativa dos recursos hídricos UGRHI-17 CETESB Cobrança
318.720,00 412.440,00 284.880,00 412.440,00
M.4 - Elaboração de estudos para A.1.5.1. Elaboração de estudos visando
aumentar o conhecimento sobre melhorar o conhecimento sobre as IG; DAEE; FEHIDRO - - - -
1.5 quantidade e qualidade dos recursos águas subterrâneas nas UGRHI 17, 2,1% UNESP;
hídricos subterrâneos para utilização tanto em termos de produção quanto de CETESB R$
Cobrança - - -
futura qualidade 412.440,00
M.5 - Revisar o Programa de R$
A 2.1.1 Revisão do plano de ação e FEHIDRO - - -
investimento do Plano de Bacia das CBH-MP 120.000,00
2.1 programa de investimentos do PBH das 0,6%
UGRHI-17, conforme legislações
UGRHI-17 Cobrança - - - -
vigentes

A.2.2.1. Realização de campanhas para FEHIDRO - - - -


2 conscientização sobre a importância da - DAEE
regularização das outorgas Cobrança - - - -
M. 6 - Fortalecer os instrumentos de
2.2
Gestão na UGRHI-17 FEHIDRO - - - -
A.2.2.2. Apoio as atividades de CBH-MP;
fiscalização visando o combate aos usos - DAEE;
irregulares CETESB Cobrança - - - -

407
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Valor por ano (R$)


SUB Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS % Receita
PDC envolvidos financiamen 2020 2021 2022 2023
to
FEHIDRO - - - -
A.2.3.1. Implantação da cobrança pelo DAEE; CBH-
2.3 -
uso da água MP
Cobrança - - - -

M.7- Incentivar a participação dos


A.2.5.1. Promover ações para FEHIDRO - - - -
representantes dos poderes
integração entre os poderes públicos -
legislativo e executivo junto as
(executivo e legislativo) e o CBH-MP Cobrança - - - -
Câmaras Técnicas do CBH-MP
CBH-MP ;
M.8- Incentivar as Secretarias do Prefeituras
2.5 Estado a divulgar no CBH-MP os Municipais; FEHIDRO - - - -
programas existentes voltados à A.2.5.2. Interlocução com organismos Secretaria
conservação dos recursos hídricos, estatais e privados para auxiliar os Estado
-
visando obter outras fontes de municípios na busca por recursos
financiamento e reduzir a financeiros Cobrança - - - -
dependência dos recursos do
FEHIDRO.
R$ R$ R$ R$
SABESP; FEHIDRO
A.3.1.1 Melhorias e aumento da 499.490,06 332.993,37 332.993,37 332.993,37
Sistema
M.9 - Atingir até 2023 eficiência eficiência nos sistemas de esgotamento 7,7% Autônomos;
mínima de 80% das ETES nos sanitários dos municípios da UGRHI-17 Cobrança - - - -
CETESB
municípios das UGRHI-17 e
3.1
Implantar soluções de saneamento
SABESP; FEHIDRO - - - -
rural em bairros rurais dos
A.3.1.2 Implantar soluções coletivas ou Sistema
municípios da UGRHI-17
individuais para saneamento rural
7,7% Autônomos; R$ R$ R$ R$
CETESB Cobrança
515.600,00 687.400,00 687.400,00 687.400,00
3
M.10 - Implantar até 2020 junto aos CBH-MP; FEHIDRO - - - -
A.3.2.1 Auxílio técnico aos municípios
técnicos da CETESB 3 cursos para CETESB;
3.2 para a elaboração de projetos de -
treinamento de projetos de Prefeituras
encerramento de aterros sanitários Cobrança - - - -
encerramento de aterro sanitário Municipais
Prefeituras R$ R$ R$ R$
A.3.4.1. Implantar as ações previstas Municipais; FEHIDRO
M.11 - Financiar projetos de controle 349.643,04 516.139,73 516.139,73 516.139,73
nos Planos municipais de controle de CATI;
3.4 de erosão rural descritos nos Planos
erosão rural e urbana dos municípios
30,1% Secretaria
de controle de erosão rural. R$ R$ R$ R$
da UGRHI-17 Agricultura; Cobrança
799.180,00 1.065.470,0 1.065.470,0 1.065.470,0
CODASP

408
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Valor por ano (R$)


SUB Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS % Receita
PDC envolvidos financiamen 2020 2021 2022 2023
to
A.4.1.1. Elaboração de projetos e
FEHIDRO - - - -
implantação de projetos de recuperação
4.1
de mananciais de abastecimento público
-
(atuais ou futuros)
Cobrança - - - -
IF; CETESB;
M.12 - Melhorar o índice de
Prefeituras
cobertura vegetal na UGRHI-17 A.4.2.1. Elaboração de PDRF - Plano FEHIDRO - - - -
4 Municipais;
priorizando as áreas de mananciais Diretor de Recomposição Florestal nas 2,1% ONGs;
de abastecimento UGRHI-17 R$
4.2 UNESP
Cobrança - - -
412.440,00
A.4.2.2. Implantação de projetos de FEHIDRO - - - -
reflorestamento com base nas diretrizes -
do PDRF Cobrança - - - -

M.13 - Atingir até 2027 o índice de SABESP; FEHIDRO - - - -


A.5.1.1 Ações de controle de perdas
5.1 perda máxima de 25% em todos os
nos sistemas de abastecimento de água
16,5% Sistema
R$ R$ R$ R$
municípios Autônomos Cobrança
644.500,00 859.250,00 859.250,00 859.250,00
A.5.2.1. Promover campanhas de FEHIDRO - - - -
5 Fiesp; CBH-
M.14 - Incentivar campanhas incentivo a eficiência no uso da água - MP
publicitárias junto a Faesp e Fiesp nas indústrias Cobrança - - - -
5.2
para racionalização do uso da água A.5.2.2. Promover campanhas de FEHIDRO - - - -
na agricultura e na indústria Faesp; CBH-
incentivo a eficiência no uso da água na - MP
agricultura Cobrança - - - -
A.8.2.1. Apoiar financeiramente a R$ R$ R$ R$
M. 15 - Melhorar a Educação elaboração de Programas de Educação FEHIDRO
Comitê; 166.496,69 166.496,69 166.496,69 146.394,70
ambiental na UGRHI-17 através de Ambiental voltados para a recuperação 3,3% ONGs
cursos, treinamentos e workshop dos Recursos Hídricos superficiais e Cobrança - - - -
subterrâneos.
8.2
M.16 - Capacitar 50 técnicos das R$ R$ R$
A.8.2.2. Promoção de cursos e Universidad FEHIDRO -
Prefeituras Municipais em 99.898,01 99.898,01 99.898,01
seminários para capacitação social dos es;
8 elaboração de projetos voltados a
membros das CT's, prefeituras e demais
1,5% Prefeituras
conservação e recuperação de Cobrança - - - -
interessados. Municipais
recursos hídricos
M. 17 - Criar sistema de divulgação A.8.3.1. Implementação de ações de R$ R$ R$ R$
FEHIDRO
e de acompanhamento de projetos comunicação social visando difundir as 149.847,02 149.847,02 149.847,02 149.847,02
8.3
em desenvolvimento para os informações e atividades desenvolvidas
3,1% CBH-MP
membros do Comitê. pelo CBH-MP Cobrança - - - -

409
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 166. Distribuição dos recursos para as ações propostas para o PBH, para execução 2024 a 2027 (longo prazo).
Valor por ano (R$)
SUB Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS % Receita
PDC envolvidos financiament 2024 2025 2026 2027
o
A1.1.1 Elaboração de estudos e
projetos para detalhamentos dos CBH-MP;
FEHIDRO - - - -
possíveis conflitos pelo uso da água nas - DAEE;
M.1 - Elaborar de estudos para o áreas críticas em termos de balanço CATI Cobrança - - - -
1.1 aprimoramento do conhecimento hídrico
dos recursos hídricos R$ R$ R$
A1.1.2 Demais Estudos para FEHIDRO -
CBH-MP; 150.000,00 150.000,00 150.000,00
aprimoramento do conhecimento dos 6,4% DAEE; R$ R$ R$ R$
recursos hídricos Cobrança
400.000,00 150.000,00 150.000,00 150.000,00
M. 2 - Elaborar Planos de controle R$ R$ R$ R$
A1.2.1 Elaboração de Planos municipais FEHIDRO
de erosão urbana e rural para todos Prefeituras 399.592,05 249.592,05 249.592,05 249.592,05
1 1.2
os municípios da UGRHI-17 até
de controle de erosão rural, planos de 5,6% Municipais
controle de erosão urbana Cobrança - - - -
2027

M.3 - Ampliar a rede de A.1.4.1 Implementar ações de melhoria CBH-MP; FEHIDRO - - - -


1.4 monitoramento qualitativa e do monitoramento quali-quantitativo na 3,4% DAEE;
quantitativa dos recursos hídricos UGRHI-17 CETESB R$ R$
Cobrança - -
350.000,00 350.000,00
M.4 - Elaboração de estudos para A.1.5.1. Elaboração de estudos visando
aumentar o conhecimento sobre melhorar o conhecimento sobre as IG; DAEE; FEHIDRO -- - - -
1.5 quantidade e qualidade dos recursos águas subterrâneas nas UGRHI 17, 3,4% UNESP;
hídricos subterrâneos para utilização tanto em termos de produção quanto de CETESB R$ R$
Cobrança - -
futura qualidade 450.000,00 250.000,00
M.5 - Revisar o Programa de
A 2.1.1 Revisão do plano de ação e FEHIDRO - - - -
investimento do Plano de Bacia das CBH-MP
2.1 programa de investimentos do PBH das 0,7%
UGRHI-17, conforme legislações R$
UGRHI-17 Cobrança - - -
vigentes 150.000,00

A.2.2.1. Realização de campanhas para FEHIDRO - - - -


2 conscientização sobre a importância da - DAEE
regularização das outorgas Cobrança - - - -
M. 6 - Fortalecer os instrumentos de
2.2
Gestão na UGRHI-17
A.2.2.2. Apoio as atividades de CBH-MP; FEHIDRO - - - -
fiscalização visando o combate aos usos - DAEE;
irregulares CETESB Cobrança - - - -

410
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Valor por ano (R$)


SUB Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS % Receita
PDC envolvidos financiament 2024 2025 2026 2027
o
FEHIDRO - - - -
A.2.3.1. Implantação da cobrança pelo DAEE;
2.3 -
uso da água CBH-MP Cobrança - - - -

M.7- Incentivar a participação dos FEHIDRO - - - -


A.2.5.1. Promover ações para
representantes dos poderes
integração entre os poderes públicos -
legislativo e executivo junto as
(executivo e legislativo) e o CBH-MP Cobrança - - - -
Câmaras Técnicas do CBH-MP
CBH-MP ;
M.8- Incentivar as Secretarias do Prefeituras
2.5 Estado a divulgar no CBH-MP os Municipais; FEHIDRO - - - -
programas existentes voltados à A.2.5.2. Interlocução com organismos Secretaria
conservação dos recursos hídricos, estatais e privados para auxiliar os Estado
-
visando obter outras fontes de municípios na busca por recursos
financiamento e reduzir a financeiros Cobrança - - - -
dependência dos recursos do
FEHIDRO.
SABESP;
Sistema FEHIDRO - - - -
A.3.1.1 Melhorias e aumento da
Autônomos;
M.9 - Atingir até 2023 eficiência eficiência nos sistemas de esgotamento 14,5% CETESB;
mínima de 80% das ETES nos sanitários dos municípios da UGRHI-17 R$ R$ R$ R$
Prefeituras Cobrança
municípios das UGRHI-17 e 665.000,00 765.000,00 765.000,00 765.000,00
3.1 Municipais;
Implantar soluções de saneamento
rural em bairros rurais dos Prefeituras FEHIDRO
municípios da UGRHI-17 A.3.1.2 Implantar soluções coletivas ou Municipais; R$ R$ R$ R$
individuais para saneamento rural
5% Sindicato Cobrança 179.421,87 379.421,87 229.421,87 229.421,87
Rural
3
M.10 - Implantar até 2020 junto aos CBH-MP; FEHIDRO - - - -
A.3.2.1 Auxílio técnico aos municípios
técnicos da CETESB 3 cursos para CETESB;
3.2 para a elaboração de projetos de -
treinamento de projetos de Prefeituras
encerramento de aterros sanitários Cobrança - - - -
encerramento de aterro sanitário Municipais
Prefeituras R$ R$ R$ R$
A.3.4.1. Implantar as ações previstas Municipais; FEHIDRO
M.11 - Financiar projetos de controle 1.098.878,13 1.098.878,13 1.098.878,13 1.098.878,13
nos Planos municipais de controle de CATI;
3.4 de erosão rural descritos nos Planos
erosão rural e urbana dos municípios
31,3% Secretaria
de controle de erosão rural. Cobrança
R$ R$ R$ R$
da UGRHI-17 Agricultura; 499.490,00 499.490,00 499.490,00 499.490,00
CODASP

411
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Valor por ano (R$)


SUB Atores Fonte de
PDC METAS AÇÕES PREVISTAS % Receita
PDC envolvidos financiament 2024 2025 2026 2027
o
A.4.1.1. Elaboração de projetos e
FEHIDRO - - - -
implantação de projetos de recuperação
4.1
de mananciais de abastecimento público
2,9%
IF; R$ R$
M.12 - Melhorar o índice de (atuais ou futuros) CETESB; Cobrança - -
300.000,00 300.000,00
cobertura vegetal na UGRHI-17 A.4.2.1. Elaboração de PDRF - Plano Prefeituras
4 FEHIDRO - - - -
priorizando as áreas de mananciais Diretor de Recomposição Florestal nas - Municipais;
de abastecimento UGRHI-17 ONGs; Cobrança - - - -
4.2 UNESP
A.4.2.2. Implantação de projetos de FEHIDRO - - - -
reflorestamento com base nas diretrizes 4,4% R$ R$ R$
do PDRF Cobrança -
300.000,00 300.000,00 300.000,00
M.13 - Atingir até 2027 o índice de SABESP; FEHIDRO - - - -
A.5.1.1 Ações de controle de perdas
5.1 perda máxima de 25% em todos os
nos sistemas de abastecimento de água
11,7% Sistema
R$ R$ R$ R$
municípios Autônomos Cobrança
599.388,13 599.388,13 599.388,13 599.388,13
A.5.2.1. Promover campanhas de FEHIDRO - - - -
Fiesp; CBH-
5
M.14 - Incentivar campanhas incentivo a eficiência no uso da água - MP
publicitárias junto a Faesp e Fiesp nas indústrias Cobrança - - - -
5.2
para racionalização do uso da água A.5.2.2. Promover campanhas de FEHIDRO - - - -
na agricultura e na indústria Faesp;
incentivo a eficiência no uso da água na - CBH-MP
agricultura Cobrança - - - -
A.8.2.1. Apoiar financeiramente a R$ R$ R$ R$
M. 15 - Melhorar a Educação elaboração de Programas de Educação FEHIDRO
Comitê; 166.496,69 166.496,69 166.496,69 166.496,69
ambiental na UGRHI-17 através de Ambiental voltados para a recuperação 3,3% ONGs
cursos, treinamentos e workshop dos Recursos Hídricos superficiais e Cobrança - - - -
subterrâneos.
8.2
M.16 - Capacitar 50 técnicos das
A.8.2.2. Promoção de cursos e Universidad FEHIDRO - - - -
Prefeituras Municipais em
8 seminários para capacitação social dos es;
elaboração de projetos voltados a
membros das CT's, prefeituras e demais
0,5% Prefeituras
conservação e recuperação de R$ R$
interessados. Municipais Cobrança - -
recursos hídricos 50.000,00 50.000,00
M. 17 - Criar sistema de divulgação A.8.3.1. Implementação de ações de
FEHIDRO - - - -
e de acompanhamento de projetos comunicação social visando difundir as
8.3
em desenvolvimento para os informações e atividades desenvolvidas
6,7% CBH-MP
R$ R$ R$ R$
membros do Comitê. pelo CBH-MP Cobrança
343.700,00 343.700,00 343.700,00 343.700,00

412
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A princípio será recomendado a cada entidade ou instituição responsável por


competência de determinada ação, orientar seus investimentos, prioritariamente, no sentido
de efetivar as metas estabelecidas no plano de bacia, na componente intervenção em
estudos, serviços e obras. Na impossibilidade de atender tal recomendação o Fundo de
Recursos Hídricos – FEHIDRO deverá ser acionado e ali buscados novos recursos
financeiros capazes de viabilizar aquele projeto.

O valor estimado como necessário para atender as demandas levantadas atinge um


total de R$ 45.842.524,89, sendo dividido nas ações de curto, médio e longo prazo,
conforme Quadro 167. Desse total, R$ 5.885.789,95 referentes a ações de curto prazo
(2016-2019), R$ 19.548.867,47, de médio prazo (2020-2023) e R$ 20.407.867,48 de longo
prazo (2024-2027).

Quadro 167. Valores estimados para atender as demandas nos prazos estabelecidos
para este PBH.
Custo no período Custo no período Custo no período Custo Total no
2016-2019 2020-2023 2024-2027 período
METAS
Curto Prazo Médio Prazo Longo Prazo 2016-2027
(R$) (R$) (R$) (R$)
M.1 R$ - R$ 840.000,00 R$ 1.300.000,00 R$ 2.140.000,00
M.2 R$ 591.490,00 R$ 1.598.368,18 R$ 1.148.368,20 R$ 3.338.226,37
M.3 R$ 297.150,00 R$ 1.428.480,00 R$ 700.000,00 R$ 2.425.630,00
M.4 R$ - R$ 412.440,00 R$ 700.000,00 R$ 1.112.440,00
M.5 R$ 85.240,00 R$ 120.000,00 R$ 150.000,00 R$ 355.240,00
M.6 R$ - R$ - R$ - R$ -
M.7 R$ - R$ - R$ - R$ -
M.8 R$ - R$ - R$ - R$ -
M.9 R$ 600.273,70 R$ 4.076.270,17 R$ 3.977.687,48 R$ 8.654.231,35
M.10 R$ - R$ - R$ - R$ -
M.11 R$ 2.918.296,95 R$ 5.893.652,24 R$ 6.393.472,52 R$ 15.205.421,71
M.12 R$ - R$ 412.440,00 R$ 1.500.000,00 R$ 1.912.440,00
M.13 R$ 1.138.539,30 R$ 3.222.250,00 R$ 2.397.552,52 R$ 6.758.341,82
M.14 R$ - R$ - R$ - R$ -
M.15 R$ 84.650,00 R$ 645.884,77 R$ 665.986,76 R$ 1.396.521,53
M.16 R$ 21.310,00 R$ 299.694,04 R$ 100.000,00 R$ 421.004,04
M.17 R$ 148.840,00 R$ 599.388,07 R$ 1.374.800,00 R$ 2.123.028,07
Total geral dos
investimentos
R$ 5.885.789,95 R$ 19.548.867,47 R$ 20.407.867,48 R$ 45.842.524,89
Fehidro R$ 5.169.789,95 R$ 6.659.867,47 R$ 6.659.867,47 R$ 18.489.524,89
Cobrança R$ 716.000,00 R$ 12.889.000,00 R$ 13.748.000,01 R$ 27.353.000,00

413
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 202 Investimentos e horizontes de planejamento.

Figura 203 Fontes de investimentos para o curto prazo.

Figura 204 Fontes de investimentos para o médio prazo.

414
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 205 Fontes de investimentos para o longo prazo.

É importante lembrar que foi realizado um levantamento nos municípios e através


dos questionários respondidos, em 2016, não foi divulgada nenhuma ação nas redes de
abastecimento de água e esgoto pela SABESP e pelos Serviços Autônomos de água e
esgoto. Este planejamento da SABESP poderá ser incluído nas revisões periódicas do
planejamento deste CBH-MP.

As ações apresentadas neste plano foram quantificadas de acordo com a estimativa


de verba disponíveis para sua realização (FEHIDRO) e futuramente a cobrança pelo uso
dos recursos hídricos, mas sem impedimento de que possam ser realizadas com recursos
adicionais, principalmente por fontes que possuem recursos a fundo perdido.

Após a sistematização dos custos estimados e as fontes de financiamento para


implementar o PBH-MP, foi realizado o cronograma físico financeiro, com a projeção
orçamentária anual para executar todas as ações previstas, conforme Quadro 168.

415
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Quadro 168. Valores estimados para atender as demandas nos prazos estabelecidos
para este PBH.
1º Quadriênio 2º Quadriênio 3º Quadriênio
Fonte

Sub
PDC

2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
PDC
R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil) R$ (mil)
F - - - - - - - - - 150 150 150
1.1
C - - - - 300 - 540 - 400 150 150 150
F - 141 300 150 400 400 400 400 400 250 250 250
1.2
C - - - - - - - - - - - -
1
F - - - - - - - - - - - -
1.4
C - - - 297 319 412 285 412 - 350 - 350
F - - - - - - - - - - - -
1.5
C - - - - - 412 - - 450 - 250 -
Total PDC 1 0 141 300 448 1.018 1.224 1.224 812 1.250 900 800 900
F - - - 85 - - - 120 - - - -
2.1
C - - - - - - - - - - - 150
F - - - - - - - - - - - -
2.2
C - - - - - - - - - - - -
2
F - - - - - - - - - - - -
2.3
C - - - - - - - - - - - -
F - - - - - - - - - - - -
2.5
C - - - - - - - - - - - -
Total PDC 2 0 0 0 85 0 0 0 120 0 0 0 150
F - 150 150 300 499 333 333 333 - - - -
3.1
C - - - - 516 687 687 687 844 1.144 994 994
F - - - - - - - - - - - -
3 3.2
C - - - - - - - - - - - -
F 808 800 557 754 350 516 516 516 1.099 1.099 1.099 1.099
3.4
C - - - - 799 1.065 1.065 1.065 499 499 499 499
Total PDC 3 808 950 707 1.054 2.164 2.602 2.602 2.602 2.442 2.742 2.592 2.592
F - - - - - - - - - - - -
4.1
C - - - - - - - - 300 - 300 -
4
F - - - - - - - - - - - -
4.2
C - - - - - - - 412 - 300 300 300
Total PDC 4 0 0 0 0 0 0 0 412 300 300 600 300
F 314 255 150 - - - - - - - - -
5.1
C - - - 419 645 859 859 859 599 599 599 599
5
F - - - - - - - - - - - -
5.2
C - - - - - - - - - - - -
Total PDC 5 314 255 150 419 645 859 859 859 599 599 599 599
F - - 29 77 266 266 266 146 166 166 166 166
8.2
C - - - - - - - - 50 50
8
F - - 100 49 150 150 150 150
8.3
C - - - - - - - - 344 344 344 344
Total PDC 8 0 0 129 126 416 416 416 296 510 560 510 560
Total PBH 1.122 1.346 1.286 2.131 4.243 5.102 5.102 5.102 5.101 5.101 5.101 5.101

F FEHIDRO
C Cobrança

416
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.4 Balanço entre as Prioridades de Gestão e as Ações do PBH

A priorização das ações foi realizada a partir das necessidades previstas para a
bacia de acordo com diagnóstico e prognóstico realizado e também de acordo com
levantamentos realizados nas oficinas públicas e participação social e do grau de
dependência e relacionamento de cada uma destas. Para atingir uma meta, algumas ações
precisam ser realizadas e estas muitas vezes possuem uma relação de dependência, tendo
por muitas vezes que realizar uma ação e posteriormente a outra. Todas as ações foram
priorizadas de acordo com os prazos de realização de cada uma delas, tendo em vista os
recursos disponíveis.

417
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 206. Prioridades conforme resultados do Diagnóstico, Prognóstico e oficinas


realizadas.

A distribuição dos recursos para investimentos nas ações previstas na UGRHI-17 foi
feita de acordo com a previsão dos recursos a serem disponibilizados pelo FEHIDRO
anualmente, descritos no PPA 2016-2019, distribuindo-o conforme o Quadro 169.

Quadro 169. Distribuição dos recursos conforme os PDCs.

PDC Distribuição dos recursos


PDC 1 19,67% R$ 9.016.296,37
PDC 2 0,77% R$ 355.240,00
PDC 3 52,05% R$ 23.859.653,06
PDC 4 4,17% R$ 1.912.440,00
PDC 5 14,74% R$ 6.758.341,82
PDC 8 8,60% R$ 3.940.553,64
Total 100,00% R$ 45.842.524,89

418
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Figura 207. Distribuição dos investimentos na UGRHI-17 conforme PDCs.

Para priorização dos investimentos também se levou em consideração o que diz a


Deliberação CRH “AD REFERENDUM” n. 188 de 23/11/2016. Sendo assim, a distribuição
de recursos para investimentos nas ações previstas na UGRHI-17 em relação aos PDCs
acontece conforme mostra o gráfico da Figura 208.

Figura 208. Distribuição dos investimentos na UGRHI-17 conforme PDCs - prioridades.

419
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

6.5 Definição do Arranjo Institucional para Implementação do PBH

O Plano de Bacia Hidrográfica é um instrumento de gestão que tem por objetivo


nortear as ações relacionadas aos recursos hídricos, contendo diagnóstico da bacia e as
aspirações dos usuários, da sociedade civil e dos poderes constituídos. Desta forma, deve
articular com as demais ações da UGRHI em todas as instâncias e deve ser divulgado e
conhecido por todos para ser efetivamente eficaz.

Considera-se fundamental a divulgação e a contínua discussão do Plano de Bacia


para aumentar a conscientização da sociedade em relação à utilização e proteção dos
recursos hídricos e fazer com que as ações do Plano se tornem possíveis de serem
executadas.

Sugere-se ao CBH-MP que a implementação do Plano de Bacia siga a seguinte


estratégia:

a) Divulgação e discussão do Plano através de reuniões gerais e específicas


internas e externas ao CBH-MP;

b) Utilização do Plano como condicionante da distribuição dos recursos do


FEHIDRO, mantendo-se as proporções dos valores indicados no Plano com
pequenas variações caso seja necessário;

c) Avaliação anual dos resultados dos projetos e ações do Comitê com ajustes no
plano, se necessário;

d) Articulação com outras do Estado de São Paulo e da União relacionadas à gestão


dos recursos hídricos;

e) Participação ativa nas instâncias de representação do SIGRH externas ao CBH-


MP;

f) Estabelecimento de parcerias com Universidades, Institutos de Pesquisa,


Organizações da Sociedade Civil e entidades governamentais internas e externas
à UGRHI, para o estudo de problemas de interesse aos recursos hídricos da
Bacia; e

g) Constituir banco de dados com informações de interesse ao planejamento na


Bacia, diretamente acessível por todos os municípios.

É fundamental para o sucesso e implementação das ações aqui propostas o


envolvimento maciço de todo os membros do Comitê MP, em especial os membros do

420
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

segmento do Estado e municípios, para que junto com os membros da sociedade civil
auxiliem a Secretaria Executiva na coordenação das ações do Plano.

O diagnóstico ora apresentado descreve a situação atual na Bacia e as metas


estabelecidas apontam aonde se quer chegar. Muito embora ambos os cenários devam ser
constantemente atualizados, importantes ações já foram definidas. Sugere-se que, no
percurso entre a situação atual e a pretendida, sejam adotadas as seguintes estratégias
para a implantação do Plano de Bacia:

g) Proposição de projetos realistas e com baixo custo de implementação, em


consonância com a disponibilidade de recursos;

h) Grande divulgação, por parte da Secretaria Executiva, nos recursos existentes


para a alocação em projetos voltados às metas do Plano de Bacia;

i) Auxílio técnico, através do financiamento de projetos, para que os tomadores


tenham condições de executar os projetos ou mesmo tomar os recursos, em
caso de obras.

6.5.1 Responsabilidade dos principais atores envolvidos

O gerenciamento de recursos hídricos envolve, por abranger diferentes áreas da


sociedade, uma rede de atores, tanto governamentais quanto privados. Esses atores
desempenham papéis no que se refere aos múltiplos usos da água, seja atuando na gestão
de recursos hídricos, saneamento, irrigação, entre outros. Para um gerenciamento mais
eficiente, é necessário que haja a integração entre esses diferentes atores, e, sempre que
possível, a compatibilização das suas atividades (ANA, 2015).

O Comitê de Bacias do Médio Paranapanema é o órgão que deve coordenar a


participação de todas as instituições que participam do Comitê no desenvolvimento de todas
as ações do Plano. As instituições e responsabilidades de cada uma se destacam no
Quadro 170:

Quadro 170. Atores envolvidos (Instituições) e Responsabilidades.

Instituições Responsabilidades

A CATI tem papel fundamental em ações relativas à área


CATI – Coordenadoria de rural, principalmente por meio de seus programas que visam
Assistência Técnica Integral fortalecer o setor agrícola, em conjunto com a recuperação
de áreas degradadas e conservação do solo.

421
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Instituições Responsabilidades

A CETESB tem papel em todas as ações do plano, uma vez


CETESB – Companhia Ambiental
que pode verificar se os empreendimentos aprovados
do Estado de São Paulo
causem impactos ambientais.

O Instituto Florestal tem papel nas ações de reflorestamento


IF – Instituto Florestal
e restauração vegetal.

O DAEE tem papel fundamental nas ações relacionadas aos


DAEE – Departamento de águas e instrumentos de gestão (outorgas, fiscalização, sistemas de
energia elétrica informação, cobrança pelo uso da água, Plano de bacias) e
monitoramento de quantidade e qualidade de águas.

A SABESP tem papel sobre as ações relacionadas a


SABESP – Companhia de abastecimento de água (tratamento e distribuição),
saneamento básico do Estado de esgotamento sanitário (rede de coleta, tratamento e
São Paulo lançamento), controle de perdas (micro e macromedição e
redes de distribuição).

Prefeituras Municipais As prefeituras municipais participantes do CBH-MP são


participantes do CBH-MP (total de atores responsáveis pela apresentação de projetos para
48 municípios) execução das ações descritas neste Plano de Bacias.

A FIESP tem papel fundamental em ações relacionadas a


promover o reuso de água, eficiência de uso de água e
FIESP – Federação das Indústrias
energia, gestão da água, consumo sustentável, reciclagem ,
do Estado de São Paulo
entre outras atividades que visam conservar os recursos
hídricos.

A APTA é um ator responsável por desenvolvimento de


APTA – Agência Paulista de
pesquisas e também pode fornecer áreas pilotos para
Tecnologia dos Agronegócios
implantação de projetos conservação de água e solo.

As unidades da UNESP que participam do CBH-MP são


atores responsáveis pela apresentação de projetos para
UNESP – Universidade Estadual execução das ações descritas neste Plano de Bacias, como
Paulista também a função de tomadores de recursos e também no
auxilio à cursos, capacitações e fornecimento de
infraestrutura para ações do CBH-MP.

Os Sindicatos rurais são atores responsáveis por divulgação


Sindicatos rurais participantes do
das Políticas dos Comitês e das Secretarias junto aos
CBH-MP
produtores rurais.

CODASP - Companhia de A CODASP é um ator responsável principalmente por ações


Desenvolvimento Agrícola de São relacionadas a controle de erosão e conservação das
Paulo estradas rurais.

422
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

Instituições Responsabilidades

As associações e ONGs participantes do CBH-MP são


Associações e ONGs e CDVALE –
atores responsáveis na promoção e participação de outras
centro de desenvolvimento do Vale
organizações como tomadoras de recursos, e grandes
do Paranapanema participantes do
atuantes em ações relacionadas principalmente a Educação
CBH-MP
Ambiental.

As Instituições de ensino que participam do CBH-MP são


atores importantes na execução de todas as ações, e
Estabelecimentos de ensino
também no fornecimento de infraestrutura para realização
participantes do CBH-MP
de capacitações, cursos, eventos de divulgação do Plano de
Bacias, entre outros.

6.6 Definição da Sistemática de Acompanhamento e Monitoramento do PBH

A sistemática de acompanhamento e monitoramento consiste no estabelecimento do


modelo e da periodicidade das avaliações a serem utilizados para a verificação do
andamento do PBH.

O principal instrumento para essa finalidade, legalmente instituído, é o Relatório de


Situação dos Recursos Hídricos, cuja estrutura permite retratar a evolução das principais
características e indicadores das bacias hidrográficas.

Entretanto, considerando as especificidades de um PBH, em especial o arranjo


institucional necessário para dar conta de seu caráter intersetorial, será necessário
incorporar à metodologia de monitoramento, estratégias e indicadores adequados para essa
abordagem. A orientação acordada para o acompanhamento do Plano Estadual de
Recursos Hídricos, e que deve subsidiar a definição da sistemática para os PBH, é a adoção
de um novo grupo de indicadores, denominado indicadores de resultado, cuja finalidade
será avaliar o grau de cumprimento das metas pactuadas. Tais indicadores têm como
referência o conjunto de metas e indicadores de acompanhamento pactuados durante a
elaboração do PBH. A efetividade do PBH será resultado, assim, do balanço de ambos os
grupos de indicadores.

Os indicadores ambientais possibilitam acompanhar e monitorar continuamente a


qualidade ambiental em cada área e verificar sua relação com a situação dos recursos
hídricos da bacia. Sua avaliação, por sua vez, subsidia o processo de tomada de decisão
acerca das medidas e ações que devem ser priorizadas e empreendidas no sentido da
proteção ou recuperação dos mananciais. Outra vantagem é que possibilitam a
compatibilização entre sistemas de indicadores operados por vários órgãos.

423
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

A Lei 7.663 de 30 de dezembro de 1991 instituiu a Política Estadual de Recursos


Hídricos e o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Estado de São
Paulo. De acordo com o Capítulo III, Artigo 19 da referida Lei, ficou estabelecida a
elaboração do relatório de “Situação dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas” no
Estado de São Paulo, além de seu conteúdo mínimo.

A adoção de indicadores visa resumir a informação de caráter técnico e científico


para transmiti-la de forma sintética, preservando o essencial dos dados originais e utilizando
apenas as variáveis que melhor servem aos objetivos e não todas as que podem ser
medidas ou analisadas. A utilização dos indicadores facilita o monitoramento e a avaliação
periódica das informações. Seu uso é interessante para situações como cronograma de
execução de implantação das ações e situação do empreendimento após iniciado.

Por permitir maior objetividade, superior sistematização da informação, e facilitar o


monitoramento / avaliação periódica, os indicadores ambientais têm adquirido crescente
expressão, sendo particularmente interessantes para horizontes de médio prazo, como é o
caso dos planos de bacia, uma vez que a comparação entre diferentes períodos é mais
simples e efetiva.

O modelo de indicadores utilizados atualmente para o “Relatório de Situação dos


recursos hídricos” é o modelo adotado pelo FPEIR, em face de sua amplitude e também em
razão de ser usado pela European Enviroment Agency (EEA) na elaboração de seus
relatórios de Avaliação do Ambiente Europeu, inclusive para avaliação dos recursos
hídricos. Cabe ressaltar, também, que este modelo vem sendo progressivamente adotado
no Estado pelos Comitês.

Este Sistema de Indicadores tem sido utilizado nos Relatórios Anuais de Situação e a
sugestão é que deve ser adotado um novo grupo de indicadores, denominados “indicadores
de resultado”, que podem ser incorporados ao Plano de Bacia com a finalidade de avaliar o
grau de cumprimento das metas pactuadas.

Os indicadores deverão estar ligados às metas gerais prioritárias do plano de bacia,


que estão relacionados ao diagnóstico e à evolução do prognóstico. Os indicadores,
respeitantes à implementação do Plano devem ser escolhidos de forma a aferir o progresso
e a eficácia dessas intervenções e, assim, estarão medindo o cumprimento das metas.

Somando-se aos indicadores apresentados anteriormente, algumas ações deste


Plano de Bacia são efetivamente necessárias:

 Monitoramento quadrienal da eficácia e eficiência da execução dos projetos


financiados pelo FEHIDRO.

424
CBH-MP Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema
Plano de Bacia

 Monitoramento quadrienal da eficácia e eficiência do Plano de bacia


hidrográfica do Médio Paranapanema.
 Monitoramento quadrienal do aporte dos recursos investidos na bacia do
Médio Paranapanema.

a) Definição de indicadores de acompanhamento

Como um instrumento de gestão de recursos hídricos, faz-se necessária a criação


de um banco de acompanhamento dos indicadores propostos para a correta aplicação de
todos os demais instrumentos de gestão, sendo uma ferramenta analítica de suporte que
possibilita o desenvolvimento de estratégias e a designação de ações sobre sistemas
hídricos complexos e extensos.

Cada meta do Plano de Bacia deve conter um indicador de acompanhamento


específico definido para avaliação do cumprimento do PBH, por meio do Relatório de
Situação da UGRHI-17. O Quadro 171 presenta uma síntese dos indicadores a serem
propostos para avaliação das metas deste Plano de Bacia.

Quadro 171. Síntese dos indicadores utilizados no Relatório de Situação.


Indicador
Tema
Nome Grandeza / Parâmetro
Monitoramento dos Aporte de recursos FEHIDRO por PDC
Investimentos de Recursos
Acompanhament Financeiros Aporte de recursos outras fontes por PDC
o do Plano de
Monitoramento da Execução dos compromissos por PDC
Bacia
implementação do Plano de Situação dos empreendimentos
Bacia financiados pelo FEHIDRO

O ponto de partida para o banco de acompanhamento dos indicadores é o Relatório


de Situação, particularmente as planilhas em Excel para o preenchimento de dados e
avaliação comparativa dos resultados ano a ano.

Esse acompanhamento e monitoramento das ações do Plano de Bacia pode ser


realizado pela Câmara técnica de Planejamento ou por meio de um grupo de
acompanhamento das ações do Plano, atuando desde a escolha dos empreendimentos que
serão deliberados para execução no âmbito da UGRHI-17, até a sua finalização.

Além disso, o Comitê de Bacia deve aprimorar os indicadores de acompanhamento


do Plano de Bacia, com reavaliação contínua pelos relatórios anuais de situação dos
recursos hídricos e futuros Planos de Bacia.

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Plano de Bacia

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os Planos de Bacia constituem um dos mais importantes instrumentos da Política


Nacional de Recursos Hídricos. São planos diretores que visam fundamentar e orientar a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos
hídricos.

A elaboração e aplicação do Plano de Bacia possibilita atender os princípios


básicos da Política Estadual de Recursos Hídricos, segundo os quais a água é um recurso
natural essencial à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social, devendo ser
controlado e utilizado, em padrões de qualidade satisfatórios, por seus usuários atuais e
pelas gerações futuras.

A partir da análise crítica dos dados e informações disponibilizadas, observou-se


que os principais problemas da bacia do Médio Paranapanema estão relacionados a:

 Deficiências nas bases de dados, tanto quantitativos, quanto qualitativos;


 Erosão, assoreamento e conservação do solo e água;

O Plano de Bacia Hidrográfica estabelece que os PDCs 1 e 2 devam absorver um


percentual anual de 20,4% da totalidade dos recursos do FEHIDRO e da Cobrança pelo uso
da água, quando for implantada. Esses PDCs abordam assuntos que envolvem estudos
sobre a disponibilidade das águas, monitoramento qualitativo e quantitativo, instrumentos de
gestão, entre outros.

Para os PDCs 3, 4 e 5, foi sugerida uma parcela de 71% dos recursos totais que
deverão ser aplicados em temas relacionados à conservação e recuperação dos recursos
hídricos, como: sistemas de esgotamento sanitário, redução de índice de perdas, eficiência
no uso da água para fins produtivos, controle de erosão urbana e rural, recuperação de
mananciais de abastecimento, entre outros.

Por fim, ao PDC 8 foi atribuído 8,6% dos recursos e deverá contribuir com
atividades voltadas à educação ambiental e comunicação social na UGRHI-17.

É recomendável, após a aprovação deste Plano de Bacia para 2016/2019, a


imediata articulação gerencial para dar apoio técnico e administrativo ao Comitê, no sentido
de realizar uma ampla e democrática divulgação das Ações e Metas constantes desse
relatório, para que a sociedade organizada comece a cobrar dos órgãos responsáveis a
inclusão em seus orçamentos futuros dos valores estabelecidos para o cumprimento das
metas.

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Plano de Bacia

É importante observar que este Plano de Bacia foi elaborado com a realização de
reuniões e questionamentos para cada município, que permitiu uma aproximação dos
problemas de cada um deles, e que contempla os itens definidos na Deliberação n.º 146, de
11 de dezembro de 2012. O horizonte de planejamento deste plano foi de 12 anos,
considerando metas de curto, médio e longo prazo e considerando a previsão dos
investimentos disponibilizados pelo FEHIDRO para este Comitê.

Considera-se que os avanços nas ações do Plano de Bacia ocorrerão à medida que
se estabeleça o planejamento estratégico e se busque a sua efetiva execução com a
máxima participação possível dos atores e gestores da água, efetuando-se os ajustes
demandados cotidianamente pela prática democrática do gerenciamento colegiado dos
recursos hídricos. Nesse sentido, é de suma importância que os Relatórios de Situação e o
detalhamento das ações previstas representem, efetivamente, avanço nos conhecimentos
acerca dos recursos hídricos da Bacia.

O Plano de ações para Gestão dos Recursos Hídricos da UGRHI-17 e do


respectivo Plano de Investimentos deverão ser atualizados a cada 4 (quatro) anos nos
termos estabelecidos no inciso III do artigo 3º da Deliberação CRH nº 146, de 11 de
dezembro de 2012.

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Plano de Bacia

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gerenciamento dos recursos hídricos nacionais, em conformidade com regramento previsto
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CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS - CRH. Deliberação “ad referendum”


CRH nº 188. 2016.

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orientação à Política Estadual de Recursos Hídricos.

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