Novembro/2021

Boletim
Agronômico

NA CULTURA DO MILHO
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USO DE INSETICIDAS PARA

CIGARRINHAS E LAGARTAS
O MANEJO DE PERCEVEJOS,
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Uso de inseticidas para
percevejos, cigarrinha e
lagartas na cultura do milho
Introdução
Nos últimos anos tivemos grandes
mudanças no ambiente e no sistema
de produção no Brasil. A consolidação
do sistema soja - milho segunda
safra em grande parte do Centro Sul,
intensificação de cultivos no sul do
pais, avanço do plantio direto, chegada
das biotecnologias causaram grandes
mudanças na interação planta/praga.
A falta de manejo rotacionado de
culturas, assim como a ausência de
manejo e monitoramento (em benefício
do operacional) fazem com que as
aplicações de inseticidas sejam feitas
sem critérios algum, muitas vezes
usamos o produto errado na hora errada,
isso tem contribuído para o aumento da
incidência de pragas iniciais.
Neste Agronômico, vamos abordar os
diferentes modos de ação de inseticidas
no complexo de Pragas iniciais na
cultura do milho, com enfoque no uso
de tratamento de sementes, e o controle
químico de insetos com aplicações
complementares iniciais.
Ocorrência e condições
Como já citado anteriormente a
intensificação de cultivos na agricultura
Brasileira fez com que a dinâmica
de pragas se adaptasse ao sistema
trazendo mais complexidade de manejo.
Pragas sugadoras como percevejos e
Cigarrinha trazem grandes desafios de
manejo, pois são pragas migrantes e
de alta taxa reprodutiva que tiveram sua
dinâmica alterada pela intensificação
de cultivos (pontes verdes durante todo
seu ciclo).
Já ocorrência de lagartas foi altamente
afetada pela chegada das biotecnologias
e quando conciliamos as boas práticas
de manejo (dessecação antecipada,
Tratamento de Sementes, Refúgio entre
outras) elas acabam ficando dentro do
limite de dano econômico. O ponto
de atenção são as espécies não alvo
da biotecnologia, estas demandam
um manejo mais apurado e com
monitoramento, pois são lagartas que
estão sobrando no sistema agrícola.
01
 PRAGAS
INICIAIS
Lagarta Elasmo

Lagarta

Helicoverpa armigera
Pulgão

Tripes

Percevejo
Cigarrinha

02
Tratamento de semente
industrial (TSI) e TS (On Farm)
A utilização do TSI e do TS (On Farm), são
práticas importantes para propiciar maior
segurança e economia ao produtor. Um
bom tratamento de sementes permite
com que a cultura se estabeleça com
stand correto de plantas e expresse todo
Foto: Time MD Bayer
Um bom TSI ou TS (on Farm), passa
obrigatoriamente por bons produtos,
produtos como a mistura pronta de
Imidacloprido 150 g/l, Tiodicarbe
450g/l são uma ótima opção inseticida
para o TS on Farm, garantido proteção
VE ao V4
o seu potencial genético. Na cultura
do Milho garantir um stand correto
com plantas sadias é fundamental
para se buscar altas produtividades
tanto nos plantios de Verão quanto
na segunda safra.
inicial tanto para pragas sugadoras
quanto mastigadoras. Já para as
sementes tratadas industrialmente
produtos a base de Clotianidina 600g/l
e Clorantraniliprole 625 g/l são boas
opções.
03
 Manejo complementar
de pós emergência
Mesmo quando contamos com bons produtos no TS, em situações de alta incidência
de pragas iniciais, se faz necessário o manejo com aplicações complementares
de inseticidas. Esta situação tem sido frequente para sugadores como percevejo e
cigarrinha.

Nestes caso, uso de produtos a base de Etiprole 200g/l e a mistura formulada de

Imidacloprido 100g/l com Beta-Ciflutrina 12,5 g/l traz alta efetividade para o manejo,
sendo que para o manejo de D. Maidis, a mistura formulada traz efetividade não só no
controle do adulto mas também no manejo da fase de ninfa, essa performance superior
se reflete no final com porcentagem inferior de plantas enfezadas.

CIGARRINHA

A efetividade no manejo da cigarrinha deve ser

avaliada não somente pelo efeito de choque
inicial, mas principalmente pela redução do
complexo de enfezamento.

% de plantas com sintomas de enfezamento 45 dias após a terceira aplicação

3x Menos sintomas em
enfezamento!
enfezamento em 10 metros de linha
% Plantas com sintomas de

Fonte: Equipe técnica Bayer

24 17
14
8
Testemunha Acefato Bifentrina Imidacloprido + Beta - Ciflutrina
1 kg/ha + 1 L/ha
Carbosulfano
0,5 L/ha

04
 Para os manejos iniciais de percevejo em garantindo desta forma, alta taxa
áreas com alta infestação, a alta afinidade de contaminação para o percevejo
do Ethiprole com a palhada permite que devido o comportamento do mesmo
se crie um “filme protetor” sobre ela, em situações de palhada.

Ingrediente ativo com ótimo comportamento quando

PERFIL aplicado sobre a palha. Afinal, suas características
TÉCNICO físico-químicas permitem menor fotodegradação
e maior sorção no solo, o que confere resultados
ETHIPROLE melhores e mais tempo de ação no controle de pregas.

Ethiprole Ethiprole sulfone

DINÂMICA NO SOLO

Comportamento
de Ethiprole no solo
proporciona maior
período de controle H2O+microrganismos

Quando o dano passa ser de espécies Um ponto importante dentro do

de lagartas não alvo da tecnologia, o uso sistema agrícola são as boas práticas
de inseticida a base de Flubendiamida de manejo, com destaque para uso
480g/l, Triflumurom 480g/l se destacam de inseticidas em dessecação, pois
no manejo. conseguimos manejar as lagartas
superior o instar3, que sobraram no
O principal ponto para se obter sucesso sistema agrícola.
neste manejo inicial e complementar, está
relacionado ao instar (sempre que atuamos
até 3 instar nossa efetividade é alta).

Triflumurom Flubendiamida
250 ml/ha 125 - 150 ml/ha
Raspou, aplicou! Lagartas até 1 cm (L3)

Lagartas grandes (>1,5 cm)

Encartuchadas
Dificuldades de controle

Oviposição
TS On Farm Ou TSI

V0 Emergência V2 V3 V4 V5 V6 V7 VT R1 R2 R3 R4 R5 - R6

Períodos de monitoramento e aplicação do produto

05
Modo de ação
de inseticidas
Conhecer os modos de ação dos
inseticidas, o tipo, as características
da aplicação e residual dos produtos
utilizados são de suma importância para
a tomada de decisão sobre o momento
da intervenção, para que se obtenha a
eficácia desejada. Além disso, a rotação
entre mecanismos de ação é fundamental
para retardar a seleção de insetos
resistentes aos produtos.
É importante frisar que a escolha dos
grupos químicos e/ou ingredientes
ativos para controle químico, tanto de
percevejos quanto de lagartas, deve levar
em consideração o registro do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) para cada praga específica e as
doses recomendadas.

Abaixo, o modo de ação da mistura formulada

Imidacloprido + Beta - Cyflutrin (figura A)
e o modo de ação da Flubendiamida (Figura B)

MODO-DE-AÇÃO
2 modos de ação diferenciados

Beta-cyflutrin
• Atua nos canais de sódio nas
membranas

Imidacloprid
Intervém na transmissão de
estímulos no sistema nervoso dos
insetos de forma similar à acetilcolina.
• Perturba o sistema nervoso
dos insetos.
• Proporciona efeito prolongado
Figura A
do produto.

O produto é igualmente
distribuído através das
Boa sistemicidade folhas, não permitindo
resulta em boa o acúmulo nas bordas
distribuição e extremos. Formando
translaminar um reservatório de
e acropetal. ingrediente ativo
dentro das folha. 06
Receptores de Rianodina
(Canais de Cálcio)

Feixe de fibras musculares

Fibra muscular
(célula muscular)

Microfibrila Filamento Actina Filamento

Miosina

Receptor
Ryanodine Cálcio
Reserva de Cálcio
Flubendiamida
(Reticulo Sarcoplasmatico)

Figura B

Flubendiamida ativa o sítio-de-ação - o receptor de rianodina (RyR)

• Receptores de Rianodina são canais de Ca2+ intracelulares especializados

pela rápida e massiva, mas gradual, liberação de cálcio.
• O cálcio liberado desencadeia contração muscular.
• Seguindo a aplicação de flubendiamida, o receptor, rianodina, permanece
aberto permitindo a liberação de todo o cálcio disponível, de maneira
descontrolada.
• O resultado é uma imediata cessação da alimentação,
seguida por paralisia e finalmente morte da lagarta.

07
 6. Bibliografia
Consultada ///////////////////

CECCON, G.; RAGA, A.; DUARTE, A. P. & SILOTO, R. C.. Efeito de inseticidas na semeadura sobre pragas iniciais e
produtividade de milho safrinha em plantio direto. Bragantia [online], vol.63, n.2, pp. 227-237, 2004.

CRUZ. I.; VIANA, P. A.; WAQUIL, J. M. Manejo das pragas iniciais de milho mediante o tratamento de sementes com
inseticidas sistêmicos. Sete Lagoas/MG EMBRAPA-CNPMS, 39 p., Circular Técnico, 31, 1999.

IRAC, Resistance Management for Sustainable Agriculture and Improved Public Health. Fonte: http://www.irac-
online.org/. Sítio institucional na internet.

Time FS e MD Brasil

AUTOR REVISOR
ROGRIGO SINGH BRUNO CARVALHO
MARKET DEVELOPMENT CORN KNOWLEDGE
AGRONOMISTS IV TRANSFER LEAD LATAM

Em caso de dúvidas ou necessidade de mais informações sobre o assunto, procure o MD mais próximo.