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Concerto / Fábula

Design: 12º PG

Festa de Natal
Salesianos do Porto
7 dezembro 2023
18h30
O desafio foi apontado logo no arranque do ano letivo: construir
um concerto em que os temas musicais se abeirassem dos
conceitos “sonho” e “liberdade”, numa narrativa original. Este
ano, em que celebramos o segundo centenário do Sonho dos
9 anos de S. João Bosco, é também o ano de partida para o
Jubileu do 25 de abril de 1974. Refletindo sobre os 48 anos de
ditadura em Portugal, chegamos a autores que protagonizaram
o cancioneiro da época, como Zeca Afonso, Sérgio Godinho ou
José Mário Branco. Servimo-nos das suas músicas para começar
o debate, e juntamos ainda Jorge Palma e os Deolinda, num
diálogo intergeracional. Os alunos de Performance, para além
da autoria de uma canção, assinam também a fábula contada
em palco, inspirada na série da RTP “Conta-me como foi”, em
textos de Manuel António Pina, Jorge Araújo e Pedro Sousa
Pereira, Álvaro Magalhães, Sophia de Mello Breyner, Manuel
Alegre e Alberto Caeiro, entre outros autores. A fábula revela o
desejo desta família, presa na cidade, submissa aos corvos e às
leis repressivas do Leão, o Presidente do Conselho: voltar à selva e
à liberdade. Assim nasce “Enquanto houver cravos e rosas”, num
imenso jardim de pensamentos, numa expressão da vontade
de sonhar grande, de sonhar alto e livre.
PERSONAGENS:

António (pai) - Urso


Tomás Pimentel

Margarida (mãe) - Zebra


Francisca Costa

Toni (filho) - Raposa


Bernardo Valente

Isabel (filha) - Gazela


Marta Vicente

Carlitos (filho mais novo) - Macaco


Rodrigo Mota

Hermínia (avó) - Coruja


Cátia Pereira

Corvos (PIME) - Polícia Intimidatória da Metrólope


Clara Meireles e Rodrigo Timóteo

Hera (narrador) – O sonho da liberdade


Alina Kuchynska
QUADRO 1

1ºA, 1ºB, 4ºA, 6ºA e 9ºA

Margarida está preocupada com Toni, o seu filho mais velho, preso
pela Polícia, os Corvos negros e altivos, que rondam as casas à procura
de animais que não calam o que pensam. Mas a avó Hermínia, sendo
esta uma noite especial, não deixa que a tristeza tome conta da família,
e pede que se sintonize o rádio, para que o tempo, longe do neto mais
velho, passe mais rápido na companhia de uma canção.

BOMBA RELÓGIO - Sérgio Godinho

Isabel, a filha mais nova de António e Margarida, regressa do trabalho.


Mais uma vez, traz calças vestidas, algo muito mal visto na grande
cidade. Perante o olhar reprovador dos animais mais velhos, sente-
se constrangida, e queixa-se da falta de liberdade e das regras que
lhe impõem. Para quebrar com as discussões, Hermínia volta a
protagonizar um momento de festa. Oferece a Carlitos uma bicicleta
azul, o que lhe vale o maior abraço.

CANÇÃO DOS ABRAÇOS - Sérgio Godinho

QUADRO 2

2ºA, 2ºB, 3ºA, 3ºB , 6ºB, 8º A e 8ºB

Toni é trazido da jaula, pelos Corvos, ferido e abalado. António desculpa-


se pelo comportamento do filho e pede a Isabel que troque as calças
por uma saia. Isabel, contrariada, acaba por fazê-lo, e os Corvos deixam
um último aviso à família: ou acatam as ordens, ou terão problemas
com o Leão e serão todos capturados. Hermínia, feliz por ver de novo o
neto, enche-o de cuidados, assim como Margarida e os irmãos.

MENINO D´OIRO - Zeca Afonso

Carlitos não entende do que falam os adultos. O que é isso, a liberdade?


Isabel e Toni comparam a liberdade a uma flor, que precisa ser
alimentada e cuidada. Mas, primeiro, é preciso retirá-la das mãos da
Tirania e da Força: os corvos.
INVERNO- Vivaldi/ Max Richter

António desanima, perante os últimos desenvolvimentos e deixa a


pergunta: para que serve então sonhar? Os filhos garantem que,
enquanto houver estrada para andar, é preciso continuar e não deixar
o sonho moribundo.

A GENTE VAI CONTINUAR - Jorge Palma


(refrão traduzido em língua gestual)

QUADRO 3

7ºA, 7ºB , 4ºA e Leonor Coelho

Sempre atenta a esta família, está Hera, a representação do sonho e


da liberdade. Lê-nos um poema de Alberto Caeiro “Para além da curva
da estrada”, no momento em que a família continua a discutir as
possibilidades de uma vida na selva. Isabel remata a conversa dizendo
que não podem deixar cair a esperança, já que é esta que mantém o
sonho vivo.

UTOPIA - Zeca Afonso (este tema é inteiramente traduzido em


língua gestual)

Na falta de televisão e de outra maneira de se distraírem ao serão,


Carlitos e Isabel encenam uma luta divertida, com os utensílios da
cozinha. A família aplaude o talento de Carlitos, mas anota alguns
problemas na história. Carlitos lamenta as considerações dos mais
velhos e aponta-lhes uma característica transversal: a insatisfação.

MOVIMENTO PERPÉTUO ASSOCIATIVO- Deolinda


QUADRO 4

Pré-escolar, 5ºA e 5ºB

Toni despede-se da família, embarcando para a guerra. Ouvimos


mensagens de Natal de militares portugueses que combateram nas
colónias e imagens de familiares dos alunos, destacados em África na
década de 70 do século passado.

TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM- Zeca Afonso

Toni envia os primeiros aerogramas para a família, mas o que relata aos
pais é bem diferente do que escreve à irmã. A mãe Margarida evoca o
tempo em que embalava Toni, revelando a saudade que sente do filho
mais velho.

CANÇÃO DE EMBALAR - Zeca Afonso

QUADRO 5

Todos os alunos

Margarida, sem saber se Toni está realmente bem, sente-se


desanimada e deixa secar a sua coragem para continuar. Isabel, por
sua vez, contraria este desalento e não permite que o desejo da família
esmoreça, convencendo os pais que está na hora de substituir o medo
pelos sonhos, mesmo com Toni na guerra. Porque enquanto houver
cravos e rosas, o sonho não finda.

A fábula Enquanto houver cravos e rosas, da autoria dos alunos de


Performance, é inspirada na série televisiva da RTP “Conta-me Como
Foi”, nos livros “O Rapaz da Bicicleta Azul” (Álvaro Magalhães), “O
Tesouro” (Manuel António Pina), “Cinco Balas Contra a América” (Jorge
Araújo e Pedro Sousa Pereira) e “O Sr. Tigre Torna-se Selvagem” (Peter
Brown).
POEMAS

As mãos - Manuel Alegre

Porque - Sophia de Mello Breyner Andresen

Para além da curva da estrada - Alberto Caeiro

Nesse rosto - A partir de “Um Rosto de Natal”, de Ruy Belo


Pe. José Cordeiro - Diretor
Orlando Camacho - Diretor dos Serviços Administativos e Artisport
Marco Silva - Diretor Pedagógico

Liliana Moreira - Direção Artística, Seleção de Textos, Criação de Conteúdos


Susana Lima - Direção de design, Cenários, Adereços
Marcelo Andrade - Desenho de movimento
Jonas Araújo - Preparação e Direção Vocal e Arranjos para Instrumental Orff

Professores do projeto “Performance”


Liliana Moreira, Marcelo Andrade, Susana Lima

Professores de Cidadania e Desenvolvimento


João Ensina, Manuel Fonseca, José Luís Oliveira, Vera Leite

Professores do Curso de Produção Gráfica


Jorge Mendes, José Maria Calisto, Luís Almeida, Susana Lima

Educadoras e Auxiliares do Pré-escolar e Professoras do 1ºCiclo


Catarina Montenegro, Claudia Santos, Helena Santos, Rita Ruas
Andreia Ferreira, Cátia Carvalho, Cristiana Teixeira, Joana Mesquita e Maria Viegas
Ana Arada, Ana Rodrigues, Carla Ribeiro, Joana Carvalho, Luísa Vasconcelos, Sílvia
Oliveira, Susana Gama
Língua gestual - Ana Arada

Design do Evento - Soraia Lage, Santiago Silva, Luana Mauris, Mariana Ferreira,
Henrique Ferreira e Ema Cruz
Adereços - Alunos 10º, 11º e 12º de Produção Gráfica
Caracterização das personagens - Vera Couto, Clara Gomes, Sara Chen, Inês Paiva,
Júlia Pinheiro, Mara Ferreira, Anabela Moreira, Gabriela Brites, Ezra Ogus, Inês
Coutinho, Clara Andrade, Beatriz Bioni, Carlota Oliveira, Carolina França

Diogo Santos Silva - Composição e Arranjo da Música Original “Enquanto houver..”,


Co-Produção Musical do Espetáculo, Gravação de Teclados e Direção Musical
Marcelo Rúben Aires - Gravação de Bateria e Percussões
Ricardo Melo - Gravação de Baixo Acústico e Baixo Elétrico
Rodolfo Cardoso - Co-Produção Musical do Espetáculo, Gravação das Vozes e
Instrumentos Orff, Edição, Mistura, Masterização, Gravação de Guitarras e Direção
de Gravação no Estúdio Workhorses e Salesianos do Porto

Equipa Audiovisual dos Salesianos de Lisboa: Tiago Carriço, Fábio Moura, David
Amador
Equipa Audiovisual contratada: VSL Produções
Gravação Audiovisual: João Ramalho, Tiago Ramalho
ENQUANTO HOUVER CRAVOS E ROSAS
Letra: Alunos de Performance
Música: Diogo Santos Silva

Não importa se és de longe


E que outros ventos trazes nas asas
Pode vir a noite e a sombra
Que aqui terás sempre uma casa

E quando esperas na boca do dia


Que seja outra vez manhã
Há qualquer coisa de poesia
Nessa esperança de esperar

O Natal é aqui, o Natal é agora


É e será quando um homem quiser
Enquanto houver cravos e rosas
E outras flores no peito a crescer

Dizem que és imperfeito


Por não teres medo de errar
Mas é por seres assim desse jeito
Que és mais livre para sonhar

Avança então no sonho


Até que nasça a canção
De um menino que plantou estrelas
Onde os outros só viam chão

Deixa que a noite te abrace então


E o peito se acenda como um foguetão
Rumo ao sonho, a um sítio de paz
À luz que te faz avançar
A DIREÇÃO DOS SALESIANOS DO PORTO AGRADECE A:

Alunos do Pré-escolar ao 12ºAno

Antigos alunos que colaboraram na direção de cena

Pais e encarregados de Educação

Educadoras do pré-escolar

Professores(as) do 1º, 2º e 3º ciclos

Professores(as) do Ensino Secundário

Manutenção e Auxiliares de ação educativa

Salesianos de Lisboa (Equipa técnica e materiais)

E a toda a equipa que sonhou e concretizou este projeto.

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