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Mestre Solon
e o Mamulengo
Invenção Brasileira
CARPINA-PE, 2021
Copyright © 2021 by Rodrigo Sávio
Carpina-PE, 2021
Em homenagem aos 100 anos de
Mestre Solon (1920 – 2020)
AGRADECIMENTOS
A Deus,
A Raiane Vanessa,
APRESENTAÇÃO 11
3. AS PRIMEIRAS APRESENTAÇÕES 31
4. EVENTOS E HOMENAGENS 35
9. ENTREVISTAS 61
REFERÊNCIAS 101
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APRESENTAÇÃO
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Graduando do curso de Bacharelado em História pela Uni-
versidade Federal de Pernambuco – UFPE
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tudo estava bom e, também, não tinha a quem reclamar. Meu pai
falava com meu tio em Artur Bernardo e Washington Luiz. Ao
anoitecer, se preparou a turma e seguimos para a diversão.
De frente, uma barraca, toda rodeada de pano, coberta de
pano, bem afastada da porta do armazém. O espaço cheio de ban-
co para o povo sentar. Na barraca, ninguém chegava perto, a não
ser os que iam representar a brincadeira. Assistência aguardava
ansioso para o início. Minutos depois, começou uma música de
instrumento de corda e pandeiro, com uma perfeição extraordi-
nária.
A barraca tinha duas bocas de cena; uma em primeiro
plano e outra em segundo plano. Em primeiro plano, começou
o som do violino. O cenário: o sol, a lua, as estrelas, as nuvens.
Aquelas nuvens apresentavam uma imagem dizendo: “Eu sou o
pai! Aí está o sol, a lua, as estrelas. Agora vem água com todos
os seus viventes”.
Naquele cenário marítimo tinha toda qualidade de pei-
xe. Falava o pai: “Eu sou o pai eterno e criador”. Aí, vem terra
com muito arvoredo, animais, passarinho, flores e fruteiras que
servirão de alimento para quem lhe cultivar. Tudo isto aparecia
com um fundo musical em vários sentidos. Aí, aparecia a figura
de um homem no tamanho de 30 cm. O pai dizia: “És o filho da
terra. Ela ti dará tudo o que precisares. Comas estas frutas para
te alimentares. Tiras água para beberes mas, nem todas as frutas
poderás comer. Vais dormir que logo cedo venho te visitar”.
O pai se retirava e ficava aquele homem olhando para
todos os lados, andando bem devagarinho. Depois deitava e ador-
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AS PRIMEIRAS APRESENTAÇÕES
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EVENTOS E HOMENAGENS
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“INVENÇÃO BRASILEIRA”
Um mamulengo está na praça sob
inspiração das estrelas
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OS BONECOS DE SOLON
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Peças de artistas locais presentes no Centro Cultural Mestre Solon, quando ele
ainda estava em funcionamento
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ENTREVISTAS
Entrevista 1
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Solon: Não, meu pai tinha defeito de um olho, que ele sofreu
naquela epidemia. Mas negociava e dava condições pra gente se
criar sem ser oprimido.
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Solon: Não, ele toca comigo e tem um teatro em casa para fazer
ponteira, cordão, mas diz que aquilo não dá para ele viver. Está
sacrificado e eu também não posso ajudar a ele porque vivo lutan-
do com dificuldade, e a gente vem vivendo assim...
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Solon: Bem, umas são criadas. Outras tirei cópia de outros ma-
mulengueiros. Eu faço pequena modificação e apresento porque
o mamulengo quem tem vocação para mamulengueiro tem con-
dições de criar. Eu criei a estória de um cangaceiro que acabou
com o baile na bala, e então prendeu gente, pintou o sete, e coisa,
e fez o que quis, aí o mesmo cangaceiro foi morto pelo dono da
fazenda, e aí acabou o cangaceiro. Aí, sai uma parte também de
cultura porque eu trago assunto do meio social, direito que nós
temos pelo INPS, tudo aquilo dentro da cena, eu acho que quem
está assistindo nota...
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Solon: Meu filho agora está com 24 anos. O caçula dos homens.
Eu tenho uma filha caçula com 10 anos. Então, ele não. Eu tenho
um neto, dessa filha que me ajuda, que é alucinado por boneco.
Quando ele crescer vai trabalhar comigo. Ele se chama Rogério,
ele é alucinado. O pai dele disse: “Eu sei que você vai fazer ma-
mulengo mesmo”.
Entrevista 2
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Solon: A reação para o público ela tem sido na íntegra bem cheia,
porque o povo vibra duma maneira que, às vezes, ele joga nota,
dinheiro, assim: “eu quero ver ele morto”, “quero ver matar, dar
uma surra nele”, “e pega ele”, “segura ele” – vibrando com os
boneco. A gente às vez também ri com aquilo... tem outro que
abre assim, os lábios e fica imunizado, né? A gente faz dois furim
pra ver o povo no lado de fora. E dentro do Recife, a minha pla-
teia é uma média de duzenta, até quinhentas pessoa pra assistir
o espetáculo, quando eu pego praça pública. E no teatro, sempre
dá lotação. Um dos lugares que mais eu tive aplauso, foi no Tea-
tro Marília, de Belo Horizonte, que eu mandei parar, se não eles
me matava de tanto aplauso. Agora, não é que com isto eu vou
exigir aplauso em todos os lugare porque, digamos: se eu tô aqui,
com cinquenta pessoas ou cem, eu não vou exigir desse povo que
venha me aplaudir, porque estão concentrados, vê se aproveita
alguma coisa que estou dizendo. Então ele não vai se preocupar
em me aplaudir, eles querem escutar... ver se se aproveita alguma
coisa que eu vou pronunciar.
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Personagens:
D. Quitéria – Patroa
Simão – Empregado
Rosinha – Filha de D. Quitéria
Marieta – Empregada
Curisco – Cangaceiro
Jararacá – Cangaceiro
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Carpina, 3/8/83
A 1ª
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A PASSAGEM DE SIMÃO
E SUA MÃE8
Eu passei em Maceió
Foi uma grande animação
8 Esta passagem foi transcrita por Rodrigo Sávio, de forma literal, a par-
tir de uma gravação feita por Solon para a UNICAMP, em 1985, cuja
referência está no final desta obra.
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Eu passei lá na Bahia
Também tem o seu valor
É terra de Marta Rocha
Ruy Barbosa era dôtô.
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Mãe: O que é?
Mãe: O quê?
Mãe: O que é?
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Simão: Mãe, que isso, mãe? Oxem, duma hora pra outra
mãe ficou doida?
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Simão: Ai, mãe pera aí, mãe. Não bate neu não mãe, não
bata neu não mãe. (E a mãe bate novamente)
Mãe: Cachorro!
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Mãe: Cachorro...
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A PASSAGEM DE SIMÃO
E O PATRÃO12
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Patrão: Vinte!
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Ô Manezinho! Ô Manezinho!
Patrão: Oi!
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Simão: Venha cá, patroa. Mas óia, óia, mas óia pra eu, óia.
Só eu dano um beijim logo assim.... Ô, danadinha, óia. (Si-
mão beija a patroa)
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REFERÊNCIAS
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Rodrigo Sávio
lengo-presepada/artigos/comapalavramestresolonalves-
demendonca. Acesso em: 13/11/2020.
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20 de outubro de 1983.
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