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DO RIO DE JANEIRO
MATRÍCULA: 20212415007
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ANO 2023.2
Introdução:
4: Bibliografia
DESENVOLVIMENTO:
Rosana Paulino, nascida em São Paulo, é uma artista cuja carreira tem sido
profundamente influenciada por suas experiências pessoais e sua identidade negra. Sua
formação acadêmica em Artes Visuais, pela Escola de Comunicações e artes da Universidade
de São Paulo - ECA/USP. Na mesma universidade graduou-se em gravura e cursou
especialização em Londres, no London Print Studio. Sua produção está relacionada à posição
que mulher negra ocupa no Brasil desde a colonização, essa perspectiva, coloca a artista em
diálogo contínuo com questões étnicas, raciais e de gênero.e seu engajamento em questões
sociais e culturais moldaram sua abordagem artística. Explorar sua jornada desde os
primeiros passos na arte até sua consagração é fundamental para compreender a evolução de
seu trabalho e como ele se relaciona com a cultura negra no Brasil. Todo seu trabalho é
atravessado por questões sociais e afetivas, de forma que, ao revisitar as marcas da
historiografia nacional, a artista (Re) humaniza homens e mulheres escravizados. A artista
utiliza, com frequência, fotografias de família, que, segundo ela, possuem uma carga afetiva
potente, além de se utilizar também da costura, especificamente o bordado, a gravura, a
colagem, abarcando sempre novos experimentos e uma dinâmica ímpar na sua produção
visual.
Dentro da obra de Rosana Paulino, emergem diversas temáticas recorrentes que
merecem atenção crítica. Estas incluem a representação da mulher negra e os papéis sociais
que lhe cabem, a ressignificação da história, as memórias coletivas e individuais, a denúncia
do racismo estrutural e a celebração da cultura afro-brasileira.Para uma análise mais apurada,
é imperativo contextualizar a obra de Rosana Paulino no cenário histórico e cultural do
Brasil. A história da escravidão, a luta pelo reconhecimento da cultura negra e os movimentos
sociais contemporâneos são elementos cruciais que influenciam a produção artística de
Paulino. Examinar como sua arte dialoga com esse contexto enriquece nossa compreensão de
suas intenções e impacto.
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Acredito que a partir desse contexto, tenha sido fornecida uma base substancial para a
compreensão da obra de Rosana Paulino e sua importância na arte contemporânea brasileira.
Ao explorar seu contexto histórico, suas influências pessoais e as temáticas presentes em
“Paredes da Memória,” estamos preparados para avançar na análise de como sua arte
influenciou o enredo da Beija-Flor de Nilópolis em 2022, em especial para a confecção da
fantasia da ala de baianas daquele desfile da citada escola de samba, contribuindo assim para
o panorama artístico do Brasil
As imagens que compõem a obra, já foram parte de uma caixa de fotografias de uma
família humilde. Hoje essas mesmas imagens, são parte do acervo da Pinacoteca de São
Paulo, doação da Associação Pinacoteca Arte e Cultura – APAC, 2018.
A artista fala de sua curiosidade e vontade de mexer nessa caixa de fotos que tinham
em sua casa e, assim que esse momento chegou decidiu trabalhar com as fotos de sua família.
A partir dessas imagens Rosana acredita ser possível saber quem ela é, e de onde vieram seus
antecedentes, pai, mãe, avó, etc. Essa curiosidade foi a motivação para a criação da Parede da
Memória. Como um mega jogo de memória, a obra possui muitas peças, entre 1994 e 2018,
há uma variação no número de patuás utilizados na montagem da instalação. Já foram
utilizadas até 1500 peças, o que remete à multidão, que segundo a artista "tem uma questão
da multidão, essa coisa de ignorar. Você ignora uma dessas pessoas na multidão, mas não
ignora mil e trezentos olhos em cima de você. Tem a questão da origem, de onde eu vim"
(ANTONACCI, 2014).
celebram a herança africana, destacam questões de justiça social e combatem o racismo. Isso
faz com que o desfile de Carnaval seja muito mais do que uma mera competição; é uma
expressão artística que contribui para as discussões culturais e políticas do país
A discussão sobre o enredo “Empretecer o Pensamento” que visava desmistificar a
contribuição do negro ao pensamento artístico, filosófico e cultural no mundo e em especial
no Brasil, não se limitou apenas à estética, mas também ao seu impacto na sociedade
brasileira, no que foi levado a avenida e mostrado ao público presente, contribuindo para
elevar a consciência sobre questões raciais, promover a discussão sobre o empoderamento
negro e questionar estereótipos arraigados sobre o legado desse “ pensamento negro” e suas
implicações na cultura brasileira. Essa análise crítica nos ajuda a compreender , dentre outros,
como a arte contemporânea e a tradição do Carnaval se entrelaçam para promover discussões
significativas sobre a identidade negra no Brasil.
c- imagem do projeto de fantasia da ala das baianas da Beija Flor - Saluba Rosanas
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d.- fotografia da ala das baianas da Beija Flor de Nilópolis, na Sapucaí, carnaval de
2022.
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3- Conclusão:
Além disso, a inclusão da obra de Rosana Paulino, nas fantasias das baianas, dentre
outros vários artistas e pensadores negros que foram evocados ao longo do desfile,
enriqueceu o enredo da Beija-Flor de Nilópolis de maneira inovadora. As fantasias se
tornaram uma expressão visual das complexas questões culturais e históricas abordadas por
Paulino, destacando a contribuição da mulher negra para a cultura brasileira e a necessidade
de empretecer o pensamento, ou seja, valorizar o pensamento negro e toda sua ancestralidade.
4- Bibliografia:
LIESA/RJ - livro Abre Alas, carnaval 2022 - tese de enredo defendido por João
Gustavo Mello, 2021.