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MATRÍCULA: 20212415007
Fui ver a peça mecânica “Espectros (Cadeira 17)” de Nuno Ramos que esta em
cartaz na Galeria Anita Schwartz, na Gavea, Rio de Janeiro, como exercício da
disciplina Critica de Intervenção do Curso de Estética e Teoria de da Unirio, sendo que
após deveríamos analisar nossa experiencia a respeito da obra.
Pela minha percepção, a peça de Nuno Ramos pode ser vista como uma
homenagem ao teatro, mas também como uma crítica à sua decadência e à sua
substituição por outras formas de comunicação e entretenimento. Ao utilizar objetos
inanimados como protagonistas da cena, o artista se aproxima da proposta de Craig de
eliminar o ator e criar uma supermarionete, um ser artificial que seria pura criação
UNIRIO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
teatral, sem qualquer afetação ou representação humanizada da vida. Craig defendia que
o teatro deveria ser enunciado por um único criador, o diretor, que teria o controle
absoluto sobre os materiais e os efeitos da cena. A peça de Nuno Ramos é, nesse
sentido, uma obra autoral, que dispensa a intervenção de outros colaboradores e que se
baseia na manipulação de elementos plásticos, sonoros e luminosos.
A peça de Nuno Ramos poderia facilmente pelo meu ponto de vista ser uma obra
que se encaixaria na tradição do teatro simbolista, que busca criar uma linguagem
poética, misteriosa, sugestiva, que transcende a realidade imediata e que se aproxima do
sonho, do inconsciente, do sagrado., apesar da contemporaneidade dos temas em
questão. Assistir a esse espetáculo me propiciou uma experiência estética e sensorial,
que me desafiou como espectador a participar ativamente da construção do sentido, me
convidando a entrar em um universo paralelo, onde os objetos ganham vida e as vozes
ganham corpo. A peça é uma obra que celebra o teatro, mas que também o questiona,
que o renova, mas que também o destrói, que o ressuscita, mas que também o mata.
Nuno Ramos, é um dos artistas que mais admiro da atualidade por ser um artista de
multilinguagens, que explora diferentes formas de expressão artística, com uma obra
marcada pela diversidade de materiais, pela experimentação, pela provocação.
contribuindo para a renovação da linguagem artística com sua abordagem crítica e
poética dos temas do contemporâneo. E, com Espectros não é diferente, a obra se
comunica com diferentes públicos e culturas, se mantendo super relevante na arte
contemporânea brasileira.