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Família Rosse, Rosa (Rizzieri Rosa) e Schiassi

A história da família Rosa que tem em João Rizzieri Rosa (1882-1943), o nome mais
proeminente em Paraguaçu, foi contada pelo Bispo Dom Onofre, filho de dona Antônia Schiassi Rosa
e de João Rissieri Rosa, no manuscrito “Centenário do Nascimento de Antonia Schiassi Rosa: 1886-
1986”.
Segundo o seu texto, o construtor João Rizzieri Rosa era filho de Gaetano Rosa e de dona
Maria Gennari, ambos de Brêndola, província de Vicenza na Itália, ele nascido no dia 26 de maio de
1882. Encontramos a chegada da família Rosa ao Brasil em 1891, pelo Vapor Gergovia. Eles deram
entrada na Hospedaria da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, no dia 25/11/1891. Veio o casal: Gaetano
“Rosse” (Rosa), de 39 anos, e Maria Gennari, de 34 anos, e os cinco filhos: Marcello, 11 anos, Rizzieri
(João), de 9 anos, Ireneo, de 7 anos, Ester, de 5 anos, e Ferrucio, de 2 anos. No Brasil parece ter
nascido mais filhos, pois Dom Onofre cita também os filhos José, Angélica e Virgínia.

Anúncio de João Rizzieri Rosa no Jornal O Paraguaçu, de março de 1941

Depois do Porto do Rio de Janeiro, seguiram para a Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de
Fora, onde foram registrados novamente no dia 29/11/1891. No registro consta apenas que o destino
era Minas Gerais, sem especificar o local.

Esse capítulo integra o livro: MAGALHÃES, Cristiane Maria. Imigração Italiana em Paraguaçu. A história de um
começo. São Carlos: Pedro & João Editores, 2022. Realização da Prefeitura Municipal de Paraguaçu e da AME Cultura
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Registro de entrada da família em 25/11/1891. Acervo do Arquivo Nacional do RJ.

A família, conforme relato de Dom Onofre, residiu por algum tempo na Rua Ferreira Prado,
em Paraguaçu-MG e, não se dando bem no Brasil, resolveu voltar para a Itália, mas os três filhos
mais velhos, João, Irineu e Marcelo, decidiram ficar no Brasil. Gaetano não ficou feliz e revoltado
com eles empenhou viagem de volta para sua terra, levando a esposa e os outros filhos.
Irineu casou-se com dona Isaura em Paraguaçu, e faleceu em São Paulo, deixando vários
filhos. Marcelo Rosa, pedreiro, casou-se com Maria Della Villa e teve uma filha, em 1905, chamada
Rosa Alexandrina, que foi criada junto com os filhos de dona Antonia e de João Rissieri. Ela casou-
se em 19 jan. 1923 com Francisco de Salles e deixou quatro filhos: Sebastião, Sebastiana, Benedita e
Aparecida.
Dom Onofre escreveu que o matrimônio de Antonia e João Rizzieri se deu em Paraguaçu, no
dia 9 de fevereiro em 1907. No Livro 3° de casamentos da Paróquia de N.S. do Carmo de Paraguaçu,
à página 39 v. n° 06, está escrito: “aos nove dias do mês de fevereiro de 1907, foi realizado o
casamento religioso de João Rissieri Rosa e de Antonia Schiassi Rosa. Ele filho de Caetano Rosa e
Maria Genare; ela filha de José Schiassi e Giuseppina Brighent. Foram testemunhas: Alexandre Bachi
(Bagni) e Lorenzo Vigato”.

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João Rizzieri Rosa. Fonte: Dona Antonia Schiassi Rosa em fotografia
https://historiadeparaguacu.com.br/ do manuscrito “Centenário do Nascimento
de Antonia Schiassi Rosa: 1886-1986”

João Rissieri Rosa faleceu no dia 13 de fevereiro de 1943, aos 61 anos de idade, em Paraguaçu.
Dom Onofre narrou que, dos irmãos que voltaram para a Itália, José e Ferúcio morreram na
Primeira Guerra Mundial, e Angélica foi para a Bélgica e nunca enviou notícias para o Brasil. Virgínia
não se casou para cuidar dos seus pais que morreram em sua companhia. Ela sempre escrevia para os
familiares em Paraguaçu, pois vivia no Instituto Secularem Vicenza, como consagrada a Deus. Dom
Onofre Rosa escreveu ainda que a visitou duas vezes na Itália, em 1973 e 1980. Ela faleceu no dia 19
de janeiro de 1985, aos 98 anos de idade.
João Rizzieri Rosa foi um importante construtor em Paraguaçu no início do século XX. Ele
atou na construção da primeira Matriz de Paraguaçu, obras iniciadas em 1908, e depois trabalhou
também na reforma da mesma Igreja Matriz, em 1942, mas faleceu em 1943. Outras obras de João
Rizzieri Rosa em Paraguaçu são: a residência do Sr. Joaquim Aureliano, a de dona Glória Leite Prado,
a Caixa D’Água de Paraguaçu (que é Tombada como patrimônio local), além do hangar do Aeroporto
(1941), entre outras obras.

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Imagem da primeira Matriz de Paraguaçu em construção. Fonte: História de Paraguaçu.

Além de construtor, associando-se a outro imigrante italiano, o Sr. Pedro Soglia, João Rizzieri
Rosa e o sócio fundaram a Viação São Pedro de linhas de ônibus, como narrado no Capítulo da família
Soglia.

A Antiga Caixa D’Água, construída por João Rizzieri Rosa é tombada como Patrimônio Cultural de Paraguaçu,
tombada pelo Decreto nº 08 de 19 de fevereiro de 2008. Fotografia de Lorrana Negretti, 2021.

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