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Copy­right do tex­to © 2021 por Loui­se Greig


Copy­right das ilus­tra­ções © 2021 por Sa­rah Mas­si­ni

Tí­tu­lo ori­gi­nal: The Lit­tle Prin­ce

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Pu­blisher: Sa­mu­el Co­to


Edi­to­ra exe­cu­ti­va: Ali­ce Mel­lo
Edi­to­ra: La­ra Ber­ru­e­zo
Edi­to­ras as­sis­ten­tes: An­na Cla­ra Gon­çal­ves e Ca­mi­la Car­nei­ro
As­sis­tên­cia edi­to­ri­al: Yas­min Mon­te­bel­lo
Adap­ta­ção de ca­pa: Ma­ria Ce­cí­lia Lo­bo
Adap­ta­ção de di­a­gra­ma­ção: Be­a­triz Car­de­al
Pro­du­ção do eBo­ok: Ran­na Stu­dio

DA­DOS IN­TER­NA­CI­O­NAIS DE CA­TA­LO­GA­ÇÃO NA PU­BLI­CA­ÇÃO (CIP)


(C­MA­RA BRA­SI­LEI­RA DO LI­VRO, SP, BRA­SIL)

Greig, Loui­se
O Pe­que­no Prínci­pe / Loui­se Greig, ba­se­a­do no li­vro de An­toi­ne de Saint-Exu­péry ; ilus­tra­ção Sa­rah Mas­si­ni ; tra­-
du­ção Pau­la Di Car­va­lho. -- Rio de Ja­nei­ro, RJ : Har­perKids, 2023.

Tí­tu­lo ori­gi­nal: The Lit­tle Prin­ce.


ISBN 978-65-5980-047-6

1. Li­te­ra­tu­ra in­fan­to­ju­ve­nil I. Saint-Exu­péry, An­toi­ne de, 1900-1944. II. Mas­si­ni, Sa­rah. III. Tí­tu­lo.

23-151122 CDD-028.5

Índi­ces pa­ra ca­tá­lo­go sis­te­máti­co:


1. Li­te­ra­tu­ra in­fan­til 028.5
2. Li­te­ra­tu­ra in­fan­to­ju­ve­nil 028.5
Tá­ba­ta Al­ves da Sil­va - Bi­bli­o­te­cá­ria - CRB-8/9253

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Li­vro

So­bre os au­to­res
Eu vi­via mi­nha vi­da so­zi­nho nas nu­vens.
Até o dia em que meu avi­ão caiu no de­ser­to va­zio.

Iso­la­do, ape­nas com mi­nha som­bra,


eu afun­dei na areia
e no pro­fun­do si­lên­cio ador­me­ci.
Ao nas­cer do sol, uma vo­zi­nha es­tra­nha in­ter­rom­peu meu so­no.
Por fa­vor… de­se­nhe um car­nei­ro pa­ra mim.
Eu pis­quei.
A voz per­ten­cia a um ado­rá­vel pe­que­no prínci­pe.
Eu nun­ca de­se­nha­ra um car­nei­ro.
En­tão fiz es­te es­bo­ço e dis­se: seu car­nei­ro es­tá den­tro des­ta cai­xa.

É um car­nei­ro per­fei­to. Ele sor­riu, ra­di­an­te.


Olha, ele es­tá dor­min­do.
Lo­go eu des­co­bri­ria que es­se pe­que­no prínci­pe vi­nha
de um pla­ne­ta dis­tan­te, pou­co mai­or do que ele.
Ti­nha três vul­cõe­zi­nhos e uma ca­dei­ra pa­ra
as­sis­tir ao pôr do sol.
Mas seu pla­ne­ta era co­ber­to por cen­te­nas
de bro­tos de ar­bus­tos.
É tra­ba­lho­so ar­ran­car os ba­o­bás, di­zia ele.
Ah, en­tão era por is­so que pre­ci­sa­va de um car­nei­ro!
Ah, pe­que­no prínci­pe com ri­sa­da de si­no!
Mas sua voz se re­du­zia a um sus­sur­ro
sem­pre que ele fa­la­va de um ou­tro as­sun­to.
Uma ro­sa.

O per­fu­me preen­chia o pla­ne­ta de­le.


Sua be­le­za res­plan­de­cia co­mo a cha­ma de um lam­pi­ão.
Ela lan­çou uma luz no co­ra­ção do pe­que­no prínci­pe.
Ela dis­se que era a úni­ca ro­sa em
to­do o uni­ver­so.

Co­mo vo­cê é ex­tra­or­di­ná­ria!, ar­que­ja­va ele.


Não sou?, e su­as pé­ta­las tre­mu­la­vam.
En­tão o pe­que­no prínci­pe
cui­da­va de sua ro­sa.
Ela não era uma flor fácil.

Ar­rã, tos­sia ela,


meu ca­fé da ma­nhã, por gen­ti­le­za.
E ele cor­ria pa­ra re­gá-la.

Eu de­tes­to cor­ren­tes de ar.


E ele er­guia uma bar­rei­ra pa­ra ela.

Uma re­do­ma de vi­dro me pro­te­ge­ria


do ven­to à noi­te.
Tal ob­je­to ele bus­ca­va.

Ela se tor­nou ar­ro­gan­te.


Pos­so lu­tar com um ti­gre!
Olhe meus qua­tro es­pi­nhos!
Mas os es­pi­nhos eram la­men­tá­veis.
E não ha­via ti­gres.
Exaus­to dos ca­pri­chos da ro­sa,
o pe­que­no prínci­pe de­ci­diu dei­xar seu pla­ne­ta.
Lágri­mas bro­ta­ram em seus olhos.
Adeus, dis­se ele. Es­pe­ro que fi­que se­gu­ra.

A ro­sa mur­chou um pou­co.


Te­nho meus es­pi­nhos.
Ele não a viu cho­ran­do.
Ele não a ou­viu di­zer: Eu te amo.
Pa­ra ver co­mo ou­tras pes­so­as vi­vi­am,
o pe­que­no prínci­pe vi­si­tou os
pla­ne­tas vi­zi­nhos.

No pri­mei­ro, en­con­trou um rei.


Eu rei­no so­bre tu­do.
Mi­nhas or­dens de­vem ser obe­de­ci­das!

Vo­cê po­de or­de­nar que o sol se po­nha?,


per­gun­tou o pe­que­no prínci­pe.

Hum, sim, mas só às


vin­te pa­ra as oi­to
da noi­te.
O pla­ne­ta se­guin­te per­ten­cia a um ho­mem de ne­gó­cios.
Não me in­ter­rom­pa. Es­tou con­tan­do as coi­sas bri­lhan­tes, dis­se ele. Sou do­no de-­
las.

“Não acre­di­to que as es­tre­las de­se­jem ter do­no”, pen­sou o pe­que­no prínci­pe.
O ter­cei­ro pla­ne­ta só ti­nha es­pa­ço pa­ra
um lam­pi­ão e um acen­de­dor de lam­pi­ões.

Boa noi­te, dis­se o acen­de­dor de lam­pi­ões


ao acen­der o lam­pi­ão.

Bom dia, e ime­di­a­ta­men­te


o apa­gou.

Boa noi­te, ele o acen­deu de no­vo.

Eu não en­ten­do es­te mun­do,


sus­pi­rou o pe­que­no prínci­pe.
O úl­ti­mo pla­ne­ta on­de meu ami­go
es­te­ve foi a Ter­ra.
Ali, ater­ris­sou em um jar­dim
de cin­co mil ro­sas!
Mi­nha ro­sa me dis­se que era
a úni­ca! Ele cho­rou.
Me ca­ti­ve, fa­lou uma ra­po­sa do na­da. Me tor­ne sua ami­ga.

Se­ja o úni­co ga­ro­to no mun­do to­do pa­ra mim. Me fa­ça es­pe­rar por seus pas­sos.

Me tor­ne a úni­ca ra­po­sa den­tre mil ra­po­sas pa­ra vo­cê.


Só há uma ro­sa, dis­se o pe­que­no prínci­pe.
Ah, dis­se a ra­po­sa, as ou­tras cin­co mil ro­sas não têm im­por­tân­cia.
Só uma ca­ti­vou vo­cê.
O pe­que­no prínci­pe
e a ra­po­sa se sen­ta­ram
la­do a la­do.

Vo­cê é mi­nha ra­po­sa.

Vo­cê é meu ga­ro­to.


En­tão, um dia...

Mi­nha ro­sa.

Eu sei, dis­se a ra­po­sa.


Ela es­tá es­pe­ran­do por seus pas­sos.
E foi as­sim que o pe­que­no prínci­pe aca­bou me pe­din­do um car­nei­ro.
Ele es­ta­va a ca­mi­nho de ca­sa.

O de­ser­to es­con­de um po­ço, dis­se ele.


O que es­tá es­con­di­do é lin­do.
Ca­mi­nha­mos e en­con­tra­mos um.
E o ge­mi­do da ve­lha rol­da­na foi co­mo uma can­ção.
O pe­que­no prínci­pe riu. O pla­ne­ta Ter­ra es­tá can­tan­do.
Nos­sa água te­rá gos­to de músi­ca.
Mas se o car­nei­ro co­me­rá
os ba­o­bás, se­rá que
tam­bém co­me­rá mi­nha ro­sa?
Ele fran­ziu a tes­ta de re­pen­te.
Na ma­nhã se­guin­te, eu acor­dei com
uma úni­ca es­tre­la no céu e uma nu­vem no co­ra­ção.

O pe­que­no prínci­pe ha­via par­ti­do.

Eu con­se­gui con­ser­tar meu avi­ão, en­tão dei­xei o de­ser­to.


E co­mi­go, car­re­guei a his­tó­ria de meu tem­po com o pe­que­no prínci­pe.
As es­tre­las es­con­dem um pe­que­no prínci­pe ri­so­nho.
O que es­tá es­con­di­do é lin­do.
Ago­ra, é co­mo se to­das as es­tre­las ris­sem só pa­ra mim.

Se vo­cê um dia vi­a­jar pa­ra o de­ser­to,


aguar­de um pou­co sob a es­tre­la mais bri­lhan­te.
Se uma pe­que­na fi­gu­ra apa­re­cer fa­lan­do
de uma ra­po­sa e uma ro­sa, vo­cê sa­be­rá quem ela é.

Por fa­vor, se is­so acon­te­cer, me con­te que ele re­tor­nou.


An­toi­ne de Saint-Exu­péry (1900-1944) nas­ceu em Lyon, na Fran­ça. Ele es-­
cre­veu O Pe­que­no Prínci­pe nos Es­ta­dos Uni­dos du­ran­te um exí­lio vo­lun­tá­rio de
dois anos, quan­do seu pa­ís es­ta­va sob ocu­pa­ção. Um ano após a pu­bli­ca­ção da
obra em 1943, Saint-Exu­péry de­sa­pa­re­ceu en­quan­to vo­a­va em uma mis­são de
re­co­nhe­ci­men­to pa­ra o es­qua­drão aé­reo fran­cês. An­toi­ne es­cre­veu di­ver­sas
obras que se tor­na­ram clássi­cos da li­te­ra­tu­ra.

Loui­se Greig é uma po­e­ta e au­to­ra de li­vros in­fan­tis cu­jo pri­mei­ro li­vro, The
Night Box, foi fi­na­lis­ta do Wa­ters­to­nes Chil­dren’s Bo­ok Pri­ze, do Te­a­ch Pri­mary
Bo­ok Awards e do Klaus Flug­ge Pri­ze, e tam­bém re­ce­beu o Kirkus star nos Es-­
ta­dos Uni­dos. Du­as de su­as obras, The Night Box e Sweep, fo­ram in­di­ca­das ao
Ka­te Gree­naway Me­dal. Loui­se vi­ve na Es­có­cia.

Sa­rah Mas­si­ni é uma pre­mi­a­da ilus­tra­do­ra de múl­ti­plos li­vros in­fan­tis, in­clu­in­do


The Vel­ve­teen Rab­bit, Su­gar in the Jar e The Girl and the Di­no­saur. Ela te­ve car-­
rei­ras de su­ces­so em de­sign cor­po­ra­ti­vo e co­mo edi­to­ra de ar­te de li­vros in­fan-­
tis, e co­me­çou a ilus­trar lo­go de­pois de nas­cer. Sa­rah vi­ve na In­gla­ter­ra.

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