Gilberto Dimenstein é um jornalista brasileiro extremamente envolvido e preocupado
com a situação de crianças e jovens no Brasil, é autor de diversas obras literárias que trataram sobre o assunto, tal qual, o livro O Cidadão de Papel, dividido em 10 capítulos. Que tem como objetivo desvendar as engrenagens que fazem a cidadania no Brasil não ser praticada além do escrito em papéis, como por exemplo a violência que é abordada no capítulo 3 do livro. Segundo o autor, muitas crianças fogem de casa pelo medo da agressão dos próprios pais, levando-as a consumirem drogas e álcool, prostituição, violentarem e serem violentados, mantendo o ciclo vicioso vivo. Podemos fazer uma analogia ao mito da caverna, narrado por Platão, que é uma tentativa de explicar a condição de ignorância em que vivem os seres humanos, que como consequência gera a violência. Para Platão, a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem. As sombras projetadas em seu interior representam a falsidade dos sentidos, enquanto as correntes significam a opinião que aprisionam os seres humanos à ignorância. O prisioneiro que se liberta das correntes e volta para ajudar seus iguais significa o papel do filósofo, aquele que tem como objetivo de libertar o máximo de pessoas da ignorância. Assim como diz o escritor Dimenstein, "Vi que a falta de informação e de reflexão poderia levá-los a uma postura perigosa: o uso de mais violência". Com isso podemos concluir que, vivemos na época do predomínio da opinião rasa, do conhecimento superficial e da prisão cotidiana que arrasta as pessoas, cada vez mais, para a caverna da ignorância. REFERENCIA Oliveira, B. (2014). Resenha: O Cidadão de Papel, Gilberto Dimenstein. Recuperado em 5 de maio de 2023, de http://www.benoliveira.com/2014/06/resenha-o-cidadao-de-papel- gilberto-dimenstein.html?m=1.