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1º Projeto técnico:
Caracterização agroclimática e aptidão agrícola
Avaliação das previsões do clima e o ENOS
Piracicaba
2019
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1º Projeto técnico:
Caracterização agroclimática e aptidão agrícola
Avaliação das previsões do clima e o ENOS
Colaboradora na disciplina:
Estagiária-PAE: Juliana Rodrigues
Piracicaba
2019
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................05
2 OBJETIVOS............................................................................................................07
3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................08
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................11
5 CONCLUSÕES.......................................................................................................36
REFERÊNCIAS..........................................................................................................37
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
Parte 1: Habilitar os alunos a obter, analisar e discutir dados climáticos e sua
variabilidade, assim como utilizá-los no planejamento agrícola, visando a determinar
a aptidão de algumas culturas a diferentes regiões do Brasil.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. “PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA COLETAS DE DADOS E ANÁLISE”
A coleta de dados foi realizada através da página do POWER Data Acess Viewer, pelo
aplicativo POWER Single Point Data Acess (Figura 1).
Figura 1. Página
Após a aquisição dos dados, ele foram abertos no Excel (Microsoft Corporation) e
tranformados para o formato padrão do software (.xlsx). O cabeçalho foi excluído. As
colunas de temperatura máxima, mínima e de precipitação foram duplicadas. Foram
criadas colunas para o ano, o mês e o dia de cada linha. Criou-se uma tabela
dinâmica, na qual os Rótulos de linha eram relativos à data (anual, mensal ou normal)
e os valores eram:
Temperatura – Máxima absoluta, Máxima, mínima, média, mínima absoluta;
Umidade relativa média;
Chuva – total e máxima absoluta de cada mês;
Irrâdiancia solar global;
Velocidade do vento à 2 metros.
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Após a seleção dos dados mensais, anuais e normais para cada região, os dados
foram copiados para novas planilhas. Ali, gráficos foram inseridos para os valores em
função do período (data).
Figura – Tabelas: Transformação dos dados; Tabela dinânima e tabela dos dados
anuais com gráficos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Caracterização agroclimática e aptidão agrícola
4.1.1. Gráficos obtidos
4.1.1.1. Casa Branca
4.1.1.1.1. Gráficos dos dados normais
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4.1.1.2. Araçagi/Pb
4.1.1.2.1. Gráficos dos dados normais:
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Latitude:
Casa Branca é um município do estado de São Paulo de latitude 21° 46' 26"
S e Longitude: 47° 05' 11" W, com isso pertencendo ao trópico de capricórnio, somado
ao eixo de inclinação terrestre e sua relação com o Sol faz com que a irradiância solar
não seja uniforme ao longo do ano, como pode ser visto em seu gráfico de irradiância
solar global, podendo-se notar que entre novembro e meados de fevereiro a
irradiância está maior com relação ao restante do ano por o Sol emitir seus raios de
forma “mais perpendicular” , o que impacta diretamente a temperatura (como pode ser
visto no gráfico das temperaturas normais), com isso pode-se notar que Casa Branca
tem duas estações distintas com relação a variação térmica ao longo do ano.
Também deve-se frisar que as temperaturas não tem variações tão grandes
apesar da distinção, se a cidade se localiza-se mais ao sul, provavelmente a diferença
seria maior em função do menor ângulo que os raios solares a atingiriam ao longo do
ano.
Altitude:
A cidade fica em uma altitude de 684 metros, portanto, tem uma altitude próxima aos
padrões do estado de São Paulo, entretanto, não está totalmente livre de geadas mas
também elas podem ser bem raras, pois, de acordo com os dados selecionados,
temperaturas próximas ao zero grau foram atingidas apenas uma vez em junho de
1994 (vide gráfico de temperaturas anuais). Sendo um ponto positivo da região, pois,
proporciona maior segurança no estabelecimento das culturas quando se pensa em
geadas.
Oceanidade/Continentalidade
Casa Branca está mais de 400 km longe do oceano, isto faz com que sofra grande
efeito da continentalidade, proporcionando que as temperaturas tenham amplitude
alta, isto pode ser observado no gráfico de temperaturas normais, se comparadas
máximas e mínimas absolutas.
Este é um ponto que pode gerar algumas dificuldades, pois a grande variabilidade
térmica faz com a escolha de algum cultivar seja mais complicado, pois, deve-se
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4.1.2.2. Araçagi, PB
Latitude:
Altitude:
O município possui altitude média de 57m, uma altitude relativamente baixa com
temperaturas médias maiores. Araçagi se localiza entre as planícies costeiras e os
planaltos do Agreste, na chamada Zona da Mata. Em função das diferenças de altitude
dessa região, há a ocorrência de chuvas orográficas em Araçagi.
Oceanidade / Continentalidade:
Araçagi se localiza a aproximadamente 60km da costa, a água possui maior calor
específico que o solo e funciona como um termorregulador da temperatura. Isso
resulta na amplitude térmica menor que Casa Branca.
Circulação Geral da Atmosfera (CGA):
A circulação geral da atmosfera condiciona a formação dos campos de pressão, entre
eles a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a Zona de Alta Pressão, a qual se
localiza próxima ao trópico de Capricórnio. Essa circulação geral dá origem às massas
de ar e provoca também seu deslocamento, além disso suas características estão
diretamente vinculadas com sua localização ou região de origem. Durante o verão há
um deslocamento das zonas para sudeste e Araçagi sofre mais influência da Massa
de ar Equatorial atlântica (mEa), uma massa de ar úmida e quente que resulta nas
chuvas do verão. Já no inverno as zonas tendem a ir para o norte, a massa de ar
predominante é a Tropical atlântica (mTa), a qual é seca e quente (para o NE). Outro
fator que é determinado pela circulação geral é a direção dos ventos predominantes,
os quais são oriundos de sudeste em Araçagi.
pluviosidade total da normal, ambos têm como estação seca o período do inverno e
chuvosa no verão, porém, os níveis de chuva são um pouco maiores em
Casa Branca, isto se dá provavelmente em função das massas de ar equatorial
continental que carregam os chamados “rios voadores”.
A amplitude térmica das cidades é distinta, sendo a de Casa Branca maior em função
dos efeitos da continentalidade e maior latitude, já Araçagi está a 60 km do mar e se
localizar próxima a linha do equador, o que faz com que as temperaturas no local
sejam mais estáveis.
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4.1.3.2. Araçagi / PB
De acordo com o gráfico de temperaturas médias normais, o mês mais frio de Araçagi
é janeiro, sendo a média de 25° portanto maior que os 18 °C, com isso seu clima é
considerado megatérmico (A).
Também considerando o regime pluviométrico é possível identificar no gráfico normal
de chuvas totais que há um “vale” nos meses que representam o inverno, com isso
pode-se afirmar que existe uma estação chuvosa (verão) e outra seca (inverno), com
isso pode-se classificar o local como Aw, denominado clima de savanas.
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tabelas a seguir:
irrigação.
Apta 18 – 22 22 – 26
verificar que:
Casa Branca é uma região apta ao cultivo de café arábica e conillon quanto às
temperatura média anual acima de 23°C. O cultivo de café conillon seria possível,
19 – 21 Jul – Ago/Set
21 – 23 Jun – Jul/Ago
ao valor crítico. É fundamental que essa dormência seja acompanhada por estresse
Casa Branca ocorreria a partir de maio-junho. O plantio deveria ser realizado entre
início de outono.
4.1.4.2. Tomate
De acorco com Minami e Mello (2017) o tomate necessita diariamente de 2,5 a 7,00
mm de água por dia e de 400 a 700 mm no ciclo todo, isso faz com que nas duas
cidades o período seco não consiga suprir a demanda da cultura, com isso pode-se
lançar mão do cultivo em estufas ou se a cultura estiver no campo utilizar práticas de
irrigação. Analisando os dados normais de precipitação total pode-se observar
também que no mês de Janeiro em Casa Branca a quantidade de chuva excede os
níveis ideais da cultura, podendo causar então estresse hídrico, já em Araçagi, o risco
de estresse hídrico é menor, entretanto alguns anos apresentam valores maiores de
precipitação, com isso pode-se dizer que a época das águas não é um bom momento
para a cultura do tomateiro a céu aberto.
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Outro cuidado que deve-se ter na época das águas é a presença de microrganismos
fitopatogênicos nas culturas, pois, o tomate tem problemas principalmente com a
presença de fungos (Gould, 1991).
A temperatura ideal para a cultura do tomateiro varia entre 13º C até 28° e 60 de
umidade relativa de acordo com Minami e Mello (2017), entretanto Gould (1991) fala
sobre uma maior amplitude térmica, variando de 18° C até 35° C, de qualquer forma,
principalmente Araçagi teria problemas para o estabelecimento da cultura em função
de suas temperaturas máximas médias ao longo de todo o ano (vide gráfico de
temperaturas normais), já Casa Branca tem temperaturas que se enquadram dentro
destes parâmetros, porém a umidade relativa é maior que os 60% já citados. Estes
fatores fazem com que seja um tanto quanto difícil ter 100% de aproveitamento da
cultura e função do estresse térmico com a alta umidade relativa, provocando
principalmente queimaduras foliares, baixa fixação de frutos e produção de frutos
pequenos.
De forma geral é dito que o tomateiro é indiferente ao fotoperíodo, entretanto, segundo
Minami e Mello (2017), se exposto a mais horas de luz, como é comumente feito em
estufas a planta tende a se desenvolver mais, entretanto um excesso de exposição a
radiação por mais de 20 horas pode-se observar principalmente clorose, entretanto
como nenhuma das cidades apresenta variação de fotoperíodo dessa magnitude,
pode-se dizer que é um fator que deve ser considerado apenas para a produção em
estufas.
Sem dúvida alguma o pior período para a semeadura do tomate se encontra nos
meses com temperaturas altas e elevado índice chuvoso, portanto para ambas as
regiões o melhor momento para o estabelecimento da cultura se da nos meses de
março e outubro, isto ocorre por serem momentos de chuvas intermediárias, que
combinam os índices pluviométricos ideais, temperaturas médias e que por fim
ocasiona um menor número de fungos fitopatogênicos (Minami e Mello, 2017).
Por último como curiosidade, é citado na literatura que um dos melhores climas para
o tomateiro é o mesotérmico, com clima subtropical de altitude, sendo portanto
exatamente o que é visto na Cidade de Casa Branca (Minami e Mello, 2017).
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Oscilação Sul (IOS – calculado através da diferença de pressão entre duas regiões
distintas: Taiti e Darwin) e os índices nomeados Niño [(Niño 1+2, Niño 3, Niño 3.4 e
Niño 4), que nada mais são do que as anomalias de TSM médias em diferentes
águas sobre o Pacífico Equatorial devem manter-se mais quentes que o normal,
Niño, e assim segue até Abril-Maio-Junho de 2019 (AMJ-2019) (49%). Para o último
(BRASIL, 2018).
Fonte: CPTEC
O sul (S) do país apresenta clima mais chuvoso, portanto culturas como maçã estarão
mais propensas à doenças fúngicas e possíveis danos por chuvas de granizo.
O sudeste (SE) pode apresentar regime de chuvas acima da média e maior umidade
relativa do ar, a depender da força do evento que influenciará nas zonas de alta
pressão que formam as nuvens sobre a região. Mais chuvas resultarão em maior
produtividade das culturas anuais de safrinha e menor qualidade da bebida do café,
que poderá fermentar na planta.
A Austrália sofre consequências climáticas semelhantes às do nordeste brasileiro,
Zelândia, mostrou que a elevação da temperatura poderá reduzir a área apta ao cultivo
de café pela metade nas próximas três décadas. O café selvagem, ainda presente nas
possibilidade preocupa cientistas, visto que, aquelas plantas podem conter informação
calor.
África, a coffee berry borer (broca) passou a afetar cafezais em altitudes que eram
áreas mais elevadas, mas muitos não possuem recursos para isso. Outro problema
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lúcio Brunale. Embrapa. A cultura do Tomateiro (para mesa). Brasília: Embrapa,
1993. 92 p. Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/23406/1/00013220.pdf>. Acesso em:
12 maio 2019.
GOULD, Wilbur A.. Tomato Production Processing & Technology. 3. ed. Worthingon,
Ohio: Cti Publications, 1991. 535 p.
NASA (EUA). NASA Prediction of Worldwide Energy Resource (POWER). Disponível em:
<https://power.larc.nasa.gov/>. Acesso em: 01 abr. 2019.
THE CLIMATE INSTITUTE (Australia). The Cimate Institute. A Brewing Storm: The climate
change risks to coffee. Australia: The Climate Institute, 2016. 14 p. Disponível em:
<http://www.climateinstitute.org.au/verve/_resources/TCI_A_Brewing_Storm_FINAL_WEB27
0916.pdf>. Acesso em: 10 maio 2019.