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O PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO E A

PROTEÇÃO DOS DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS

Isis Lacerda de Oliveira da Silva


Técnica em Administração e bacharelanda em Direito na Faculdade de Direito de
Cachoeiro de Itapemirim – FDCI

Larissa de Lima Vargas Souza


Mestre em Direito Civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Advogada. Professora Substituta de Direito do Instituto Federal do Espírito Santo –
IFES. Professora do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Direito de Família
e Sucessões da Faculdade de Direito de Vitória – FDV. Professora do Programa de
Pós-Graduação Lato Sensu em Direitos e Garantias Fundamentais do Centro Univer-
sitário FAESA. Professora da Graduação da Faculdade de Direito de Cachoeiro de
Itapemirim - FDCI. Professora de Direito da Faculdade do Espírito Santo – FACES

Resumo:
A presente pesquisa pretende analisar a aplicabilidade do princípio da não
discriminação, recentemente previsto pela Lei Geral de Proteção de Dados
– LGPD (Lei nº 13.709/2018), quanto aos dados pessoais sensíveis, passan-
do por um estudo acerca da possibilidade de tratamento distintivo dos dados
pessoais, desde que lícito e não abusivo. O questionamento que lastreia o pro-
blema desta pesquisa é: a LGPD autoriza a discriminação lícita e abusiva no
tratamento de dados pessoais sensíveis? A investigação inicia-se a partir da
classificação de dados pessoais na Lei. Ao relacionar o uso discriminatório
às qualidades de ilicitude e abusividade o legislador reconheceu a possibili-
dade de tratamento distintivo, desde que lícito e não abusivo. Conclui-se por
uma tutela diferenciada em relação aos dados pessoais sensíveis, em neces-
sário reforço aos princípios da igualdade e da não discriminação, tendo sido
evidenciada temerária a exceção legal que possibilita discriminações lícitas e
não abusivas.

Palavras-chave: Dados sensíveis; Não discriminação; Igualdade material.

Introdução
Este artigo científico tem por objetivo verificar a aplicabilidade do prin-
cípio da não-discriminação no que diz respeito aos dados pessoais, estudando

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um possível tratamento distintivo de dados, desde que lícito e não abusivo.
Busca-se, em princípio, evidenciar uma tutela diferenciada em relação aos da-
dos pessoais sensíveis.
Torna-se de suma importância estudar a privacidade na era da informa-
ção, posto que nossas vidas passam a ser gerenciadas por sistemas informa-
tizados, colocando a privacidade e consequentemente a dignidade da pessoa
humana sob risco de violação. Relevante também abordar a Lei Geral de Pro-
teção de Dados Pessoais– LGPD (Lei nº 13.709/2018) e o princípio da não
discriminação, que prevê a impossibilidade de realização do tratamento de da-
dos para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos.
A investigação inicia-se a partir da classificação de dados pessoais na
lei, a qual diferencia dados pessoais de dados pessoais sensíveis. A tutela di-
ferenciada de dados sensíveis e sua necessária vinculação ao princípio da não
discriminação revelam importante concretização do princípio constitucional
da igualdade material, posto que o tratamento jurídico diferenciado diante de
situações aptas a ensejarem desigualdades inferiorizantes é salutar à efetivação
do princípio da isonomia, também corolário da dignidade da pessoa humana.
Em virtude de seu conteúdo, os dados pessoais sensíveis estão mais vul-
neráveis a uma utilização para fins discriminatórios que atinjam a dignidade
de seu titular. Ao explicar o referido princípio, a LGPD veda a discriminação
ilícita ou abusiva e, com efeito, ao relacionar o uso discriminatório às quali-
dades de ilicitude e abusividade o legislador reconhece pela possibilidade de
tratamento distintivo desde que lícito e não abusivo.
À parte das discussões doutrinárias sobre estrutura e função do ato ilíci-
to e do abuso do direito, as quais não serão objeto desta pesquisa, o presente
recorte enquadra o ato ilícito como aquele que contraria o ordenamento jurí-
dico (recentemente integrado pela LGPD) e que causa dano e, ainda, o abuso
do direito como o exercício disfuncional de um direito, já despido de seu ca-
ráter vazio e da intenção de gerar dano (aemulatio).
Suscita-se o debate e justifica-se a relevância temática do presente estu-
do indagando, por exemplo, se o direcionamento de anúncios de planos de
saúde e funerários a pessoas de determinada faixa etária ou classe social pode-
riam representar discriminação ilícita. Se possível admissível pelo ordenamen-
to jurídico? Não se pode olvidar, ainda, que qualquer dado pessoal – enqua-
drado ou não como sensível - é passível de dar origem à discriminação.
Levando ao entendimento de uma tutela diferenciada em relação aos da-
dos pessoais sensíveis, em necessário reforço aos princípios da igualdade e da
não discriminação, tendo sido evidenciada temerária a exceção legal que pos-
sibilita a discriminações lícitas e não abusivas.

Referencial teórico
Privacidade frente a sociedade da informação
Vivemos a chamada era digital, em que nossas vidas passam a ser geren-

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ciadas por sistemas informatizados que repetidas vezes põem em ameaça a
privacidade e são aptos a gerarem danos nunca outrora imaginados. A priva-
cidade na sociedade da informação é o meio utilizado na busca de controlar a
exposição de seus dados pessoais e/ou informações. Não mais compreendida
como o direito de ser deixado só - right to be let alone – (WARREN; BRAN-
DEIS, 1890), a privacidade remonta, na atualidade, ao poder de controle so-
bre as informações que nos dizem respeito ou, em outras palavras, à autode-
terminação informativa
De sua tradicional definição como “direito de ser deixado só” pas-
sa-se, justamente pela influência da tecnologia dos computadores,
àquela que constituirá um constante ponto de referência na discus-
são: “direito a controlar o uso que os outros façam das informações
que me digam respeito”. Em fase mais recente surge um outro tipo
de definição, segundo a qual a privacidade se consubstancia no “di-
reito do indivíduo de escolher aquilo que está disposto a revelar aos
outros”. (RODOTÀ, 2008, p. 74-75).

Sabe-se que existem “sensores à rede mundial de computadores, capa-


zes de captar, transmitir e analisar dados, já fazendo parte da sociedade con-
temporânea, em cenário similar ao retratado nos filmes de ficção científica”
(GOMES, 2019, p. 8). Os dados pessoais são informações relativas a uma
pessoa identificada ou identificável, de modo que são “diariamente coletados,
processados, compartilhados, tratados e armazenados em bancos de dados
utilizados pelas empresas de tecnologia para as mais diversas finalidades, o
que caracteriza a recente figura do big data” (CAIO et al., 2019, p.28). De
acordo com GOMES O big data representa:
Uma nova forma de captar, analisar, armazenar, extrair valor de
grande quantidade de informações, possibilitando, dentre outros, a
tomada de decisões automatizadas, aumento na eficiência empresa-
rial e governamental, criando novos modelos de negócios e gerando
substancial riqueza, além de economia de preciosos recursos (2019,
p. 9)

O big data consiste na análise e na interpretação de um grande volume


de dados, estruturados e não estruturados, que precisam ser processados e
armazenados. Essas inovações têm sido tratadas como verdadeiros facilita-
dores da sociedade da informação. No entanto, “existem implicações quanto
ao acesso a esses objetos, principalmente os inseridos na vida pessoal, como
celulares, considerando que tais objetos são alimentados por dados pessoais”
(QUENTAL; SHORES; SACRAMENTO, 2018, sem paginação).
Um exemplo paradigmático neste contexto é o do dispositivo Alexa,
apontado pela empresa Amazon como “uma caixa de som inteligente, con-
trolada por comando de voz” (AMAZON). Em um episódio nos Estados
Unidos, sua segurança foi questionada quando a Alexa gravou a conversa ín-

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tima de um casal dentro de sua casa e encaminhou o conteúdo da discussão
para uma pessoa aleatória de sua lista de contados” (QUENTAL; SHORES;
SACRAMENTO, 2018, sem paginação).
Este caso representa uma situação “em que podem estar presentes po-
tenciais violações de direitos fundamentais, dadas as características e a natu-
reza desses dados sensíveis” (MULHOLLAND, 2018, p. 162). A privacidade
encontra-se em perigo de violação constante, os dados que alimentam esses
aparelhos eletrônicos são importantíssimos para a economia, pois definem
comportamentos e hábitos de consumo das pessoas, podendo traçar um per-
fil ou grupo específico de usuários e consumidores. Essas informações pes-
soais, se exploradas, “podem fomentar inúmeras aplicações, como manipula-
ção virtual, espionagem, marketing direcionado” (BARBOSA; SILVA, 2019,
p. 475), uso discriminatório, traçar um perfil psicológico, dentre outros.
No Brasil, o direito à privacidade é um direito fundamental constitucio-
nalmente garantido. Este direito, na atual sociedade tecnológica, tem resulta-
do em uma violação silenciosa à própria dignidade, uma vez que o indivíduo
é desapropriado do seu poder de escolha e controle de suas informações pes-
soais (BAIÃO; GONÇALVES, 2014, p.12).
Esta tecnologia tem levantado muitas indagações diante da utilização
desenfreada, sendo poucas as situações em que os direitos da personalidade
foram violados, especialmente no tocante à privacidade, sendo que seu prin-
cipal insumo consiste nos dados pessoais (GOMES, 2019, p. 10). De acordo
com BAIÃO e GONÇALVES (2014, p. 18) “a proteção da vida privada en-
contra sua razão primária na proteção da personalidade”. Nessa linha de ra-
ciocínio, os autores citados compreendem que:
O indivíduo só consegue construir de forma livre sua personalida-
de quando tem consciência da garantia da sua privacidade, esta não
mais entendida como o “direito de ser deixado só”, mas como o di-
reito de manter o controle sobre as próprias informações. (BAIÃO;
GONÇALVES, 2014, p. 18)

Emerge, pois, a necessidade de uma maior proteção jurídica da priva-


cidade, a fim de garantir a privacidade e consequentemente a dignidade da
pessoa humana. Com o objetivo de prevenção e sanção a possíveis violações
dos dados pessoais foi sancionada no Brasil a Lei Geral de Proteção de Da-
dos – LGPD, nº 13. 709/2018, que veio em consonância com o Regulamento
Geral sobre a Proteção de Dados da União Europeia–GDPR. A LGPD “foi
criada para garantir direitos aos cidadãos e estabelecer regras sobre operações
realizadas por órgãos públicos ou privados com os dados dos usuários/clien-
tes, protegendo-os contra ataques e uso indevido das informações” (ZAN-
DONAI; ARGILES, 2019, p. 274).

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A LGPD e o princípio da não discriminação
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD - Lei 13.709/18),
em seu artigo 1º, dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, nos meios di-
gitais e físicos, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou
privado, tendo o objetivo a proteção dos direitos fundamentais de liberdade,
privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. Em
seu artigo 2º, disciplina os fundamentos da proteção dos dados pessoais.
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como funda-
mentos:
I - o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de
opinião;
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor;
e
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais
(BRASIL, 2018).

Observa-se que se tem como primeiro fundamento o respeito à privaci-


dade, que “passa a se distinguir do conceito de intimidade e a ser concebido
como o direito ao controle dos dados pessoais” (FILHO; CASTRO, 2019, p.
326). Com efeito, permite-se que o titular possa controlar e limitar a coleta de
seus dados pessoais. No entanto, há algumas exceções relevantes dispostas no
artigo 4º da referida lei:
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente particulares
e não econômicos;
II - realizado para fins exclusivamente:
a) Jornalístico e artísticos; ou
b) Acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 desta
Lei;
III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
b) defesa nacional;
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais; ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam ob-
jeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes de
tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional de
dados com outro país que não o de proveniência, desde que o país
de proveniência proporcione grau de proteção de dados pessoais
adequado ao previsto nesta Lei (BRASIL, 2018).

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As definições necessárias para o pleno entendimento estão em seu arti-
go 5º, quando a LGPD conceitua dados pessoais e faz a diferenciação entre
dados pessoais e dados pessoais sensíveis, de acordo com a norma: I - dado
pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;
“Ou seja: são abrangidos pelo conceito não apenas as informações sensíveis,
mas, também, quaisquer outras informações pertinentes à pessoa, incluindo
dados cadastrais.” (MATOS; RUZYK, 2019, p. 206).
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou ét-
nica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a
organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen-
te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
vinculado a uma pessoa natural;

Os dados pessoais podem ser um dado identificador ou dado identificá-


vel.
A primeira espécie de dado diz respeito a informações como nome,
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, número de ins-
crição no registro geral, uma fotografia, etc., que permitam identifi-
car automaticamente uma pessoa. A segunda espécie, por sua vez,
está relacionada a dados que, embora analisados isoladamente, de
maneira bruta, não identifiquem à primeira vista uma pessoa. Po-
rém, se tais dados passem por algum tipo de tratamento ou técnica
como o cruzamento de informações com outros dados, por exem-
plo, possam identificar uma pessoa. (BARBOSA; SILVA, 2019, p.
492).

Carlos Nelson Konder (2019, p. 455) explica que “os dados sensíveis
são dados pessoais especialmente suscetíveis de utilização para fins discrimi-
natórios, de modo que seu tratamento atinja a dignidade de seu titular, lesio-
nando sua identidade pessoal ou privacidade.”
Em uma pirâmide de proteção os dados pessoais sensíveis identifica-
dores estão na base, sendo de prioridade proteção justamente por poderem
causar grandes danos ao indivíduo. A Constituição Federal de 1988 tutela a
intimidade, a vida privada e garante o direito a indenização decorrente de sua
violação (art. 5º, X), assegura o sigilo da correspondência e das comunica-
ções telefônicas (art. 5º, XII), e possibilita a concessão de habeas data (art.
5º, LXIX e LXXII). Em linha sistêmica coerente, “o objetivo da LGPD é o
de conferir uma ampla proteção ao cidadão e às situações existenciais mais
importantes que são afetadas pelo tratamento de dados.” (FRAZÃO, 2019, p.
102). Além de limitar a coleta e o tratamento dos dado pessoais, a Lei trou-
xe consigo princípios fundamentais para auxiliarem na limitação e proteção
desses dados. Os princípios da LGPD mostram que dados pessoais não são
meros bens de cunho patrimonial, podendo se desdobrarem em objetos de
negociação (FRAZÃO, 2019, p. 103 - 104).

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Tornando-se de suma importância aos controladores e tratadores de da-
dos, o princípio da boa-fé objetiva, fundada em uma conduta de honestidade,
lealdade e transparência, deve ser levado em consideração na hora da coleta
e tratamento desses dados. No artigo 6º e seus incisos a Lei traz alguns prin-
cípios, sendo eles: finalidade, adequação, necessidade, livre acesso, qualidade
dos dados, transparência, segurança, prevenção, não discriminação, responsa-
bilização e prestação de contas.
O conjunto de princípios elencados no artigo 6º da LGPD “não repre-
senta uma novidade em si, mas a cristalização de avanços que foram alcança-
dos pelas leis anteriores, muitas vezes com viés mais pragmático do que prin-
cipiológico.” (OLIVEIRA; LOPES, 2019, p. 82). Todavia não se pode pres-
cindir da aplicação dos princípios, informadores da base normativa que serve
de arrimo ao ordenamento jurídico. Destaca-se o princípio da não discrimina-
ção, que não permite o tratamento de dados para fins discriminatórios ilícitos
ou abusivos. Em outras palavras, “os dados coletados não podem categorizar
cor, raça, religião, opinião política que tenham como tendência a discrimina-
ção.” (RAMIRO et al, 2019, p.65). Contudo, os dados pessoais, dependendo
de como são tratados, podem gerar grandes danos aos titulares:
Segundo Rodotà, a formação de perfis baseados em dados pessoais
sensíveis pode gerar discriminação por diversos fatores, dentre eles
o fato de que dados pessoais, aparentemente não “sensíveis”, po-
dem se tornar sensíveis se contribuem para a elaboração de um per-
fil, ou ainda em contextos em que a própria esfera individual pode
ser violada quando a pessoa pertence a um grupo do qual tenha sido
traçado um perfil estigmatizado, ou associado a características e in-
terpretações negativas. (MÔNICA; COSTA apud RODOTÁ, 2019,
p.166).

É notória a atenção especial dada pela LGPD a possíveis discriminações


ilegais e abusivas, por parte de empresas e demais responsáveis pelo trata-
mento de dados. No ano de 2018, de acordo com a plataforma de noticiais
Migalhas (2018), a Decolar.com, empresa de reservas online de viagens, foi
multada em um valor de R$7,5 milhões por violar dispositivos do Código de
Defesa do Consumidor. A empresa teria feito diferenciação de preço de aco-
modações e negado oferta de vagas de acordo com a localização geográfica
do consumidor. É notória a discriminação por parte da empresa com o con-
sumidor, uma vez que o tratou de forma diferenciada em virtude da localiza-
ção geográfica e etnia, configurando pratica abusiva nas relações de consumo.
O legislador brasileiro vem trazendo nos regramentos normas para coi-
bir ações discriminatórias no meio digital, no entanto trouxe uma autorização
expressa no artigo 6º, inciso IX, da LGPD, ao prever que não permite o tra-
tamento de dados para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos. Parece ter-se
reconhecido, então, a possibilidade para uma discriminação que não seja ilícita
nem abusiva.

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Questiona-se: seria possível uma discriminação lícita e não abusiva por
parte das empresas e tratadores de dados? No entendimento de Caitlin Mu-
lholland (2018, p. 164) “o legislador, ao relacionar o uso discriminatório às
qualidades de ilicitude e abusividade, parece reconhecer a possibilidade de tra-
tamento distintivo, desde que lícito e não abusivo.”
A título de exemplo Caitlin Mulhollando (2018, p. 164-165) elucida:
Seria legítimo a um operador de dados que esteja realizando a preci-
ficação de um serviço de seguros de automóveis, tratar de maneira
diferenciada os dados de mulheres entre 35 e 45 anos e mães, com
a finalidade de oferecimento de um valor que reflita os riscos de da-
nos usualmente ocasionados ou sofridos por esse grupo determina-
do de pessoas.

A partir deste entendimento, é inegável que há a possibilidade de dis-


criminação no tratamento de dados pessoais. O exemplo traz de forma clara
e concisa uma possibilidade discriminatória licita e não abusiva. É necessário
um debate a respeito da aplicação do princípio da não discriminação. Ainda a
título de exemplo, o direcionamento de anúncios de planos de saúde e funerá-
rios a pessoas de determinada faixa etária ou classe social, poderia representar
discriminação ilícita? Pergunta-se: não sendo considerada uma discriminação
ilícita, poderia ser classificada como uma discriminação lícita e não abusiva?
O fato de não ser uma discriminação ilícita e abusiva, destaca-se, não significa
que deixou de haver uma discriminação. A Constituição Federal em seu artigo
3º, inciso IV, reconhece como um dos objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Percebe-se que a lei maior não faz uma diferenciação de discriminação;
pelo contrário, frisa-se no final do inciso IV extrai-se a vedação a qualquer
maneira de discriminação. Acrescenta-se, também, o inciso XVI do artigo 5º,
que declara que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e
liberdades fundamentais”.
A Constituição Federal deixa evidente a vedação de qualquer tipo de
discriminação atentatória a pessoa humana, independente da classe social e
faixa etária. Entretanto, faz-se necessária uma análise mais profunda acerca da
proteção dos dados pessoais diante da possibilidade de um dado vir a sofrer
uma discriminação.

Metodologia
O presente artigo utiliza-se de uma pesquisa qualitativa, buscando solu-
cionar questionamentos advindos da interpretação da norma. A pesquisa tem
arrimo em método hipotético-dedutivo e busca evidenciar uma tutela diferen-
ciada em relação aos dados pessoais sensíveis, valendo-se de pesquisa biblio-
gráfica, através de livros, revistas e artigos.

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Resultados
Princípio da Não Discriminação: uma proteção ampla?
A proteção dos dados pessoais é considerada como um meio fundamen-
tal para a proteção da pessoa humana e a promoção dos direitos fundamen-
tais. Para tanto, é objetivo da LGPD proteger as situações existenciais mais
importantes que acabam por ser afetadas pelo tratamento indevido de dados
pessoais. A Lei trouxe, dentre vários princípios importantíssimos, o princípio
da não discriminação, visando coibir tratamentos discriminatórios.
Apesar disso, extrai-se uma questão a partir da leitura do art. 6º, inciso
IX, quando o legislador vedou o tratamento de dados para fins discriminató-
rios ilícitos ou abusivos e, por outra face, “ao relacionar o uso discriminatório
às qualidades de ilicitude e abusividade o legislador reconheceu a possibili-
dade de tratamento distintivo, desde que lícito e não abusivo” (MULHOL-
LAND, 2018, p. 164).
O tratamento de dados pessoais é uma atividade de risco, concretizada
na possibilidade de uma utilização indevida. Caitlin Mulholland (2018, p. 162)
explica que:
A utilização ampla e não consentida por terceiros de dados pessoais
que tenham características fortemente marcadas pela capacidade de
seu uso discriminatório tanto pelo Estado, quanto pelo mercado.
Tratam-se, portanto, de situações em que podem estar presentes po-
tenciais violações de direitos fundamentais, dadas as características e
a natureza desses dados sensíveis.

Um cruzamento e tratamento em diferentes níveis dos dados pessoais


pode revelar dados importantíssimos da personalidade do titular, tornando-se
também passível de discriminação, contudo em escala menor. Neste sentido,
Danilo Doneda entende que:
Qualquer dado pessoal e não somente o dado sensível é passível de,
em determinadas circunstâncias, dar origem à discriminação ou ao
controle, diminuindo as liberdades de escolha de uma pessoa. Os
efeitos geralmente atribuídos são tratamento indiscriminado dos
dados sensíveis também podem ocorrer quando da manipulação de
dados não sensíveis – tanto é que os dados não sensíveis também
merecem proteção, apenas em uma escala inferior. O motivo dos
dados sensíveis merecerem uma proteção mais intensa é justamente
uma consideração probabilística de que tais dados são mais afeitos
a apresentarem problemas mais graves quando de sua má utilização
– daí exatamente o fato de denominá-los como “sensíveis” em rela-
ção aos demais, enfatizando sua peculiaridade neste sentido (2010,
p.191).

Compreende-se que os dados pessoais sensíveis estão mais predispostos


a sofrerem discriminação, exclusão, ou segregação, por serem dados com um

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grande potencial lesivo, ganhando uma tutela maior do regime jurídico, para
“assegurar não apenas a privacidade, mas também que tais dados não possam
ser utilizados contra os titulares, trazendo-lhes restrições ao acesso a bens,
serviços e mesmo ao exercício de direitos” (FRAZÃO, 2018, sem paginação).
Entretanto os dados pessoais considerados não sensíveis também estão susce-
tíveis a discriminação e, “nesse prisma, pode-se concluir que dados não-sensí-
veis, se considerados numa determinada circunstância, podem se tornar dados
sensíveis.” (GONÇALVES apud MELO, 2019, p. 14). Em muitas situações,
os dados sensíveis estão interligados, direta ou indiretamente, aos dados não
sensíveis, podendo gerar combinações variadas.
O regime jurídico parte da premissa de que os dados sensíveis mere-
cem uma tutela especial, isso porque “a categoria dos dados sensíveis é fruto
de uma observação pragmática desse desnível de potencialidade lesiva entre
os dados considerados sensíveis e os demais dados pessoais” (KORKMAZ,
2019, p. 44).
É cediço, portanto, que os dados pessoais que não são, a princípio, con-
siderados sensíveis podem, em determinada conjuntura, assim serem enqua-
drados. O art. 11, § 1º, da LGPD estabelece que “a qualquer tratamento de
dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa causar dano
ao titular, ressalvado o disposto em legislação específica” (BRASIL, 2018, sem
paginação). Assim, aplica-se o regime jurídico dos dados pessoais sensíveis
aos dados pessoais que, após tratados e/ou combinados, ensejam a capacida-
de de transmitir informações sensíveis e causar danos aos titulares.
O fato de um dado considerado não sensível após tratado ter aptidão
de revelar dados sensíveis e ensejar danos aos titulares “mostra que a linha
distintiva entre dados pessoais e dados pessoais sensíveis pode não ser tão
nítida, até porque a perspectiva de análise deve ser dinâmica e não estática”
(FRAZÃO, 2018, sem paginação). Por essa razão, sustenta-se que o rol dos
dados sensíveis é considerado exemplificativo e traz consigo apenas algumas
hipóteses de dados pessoais identificados como sensíveis.
Todos os dados pessoais que permitem alcançar informações sensíveis
dos titulares são considerados dados sensíveis. A título de exemplo, “dados
de localização geográfica, hábitos e histórico de pesquisa podem parecer in-
formações inofensivas isoladamente, mas um rápido tratamento em conjunto
pode servir a identificar orientação religiosa, política e sexual” (KONDER,
2019, p.455).
Não se pode olvidar, ainda, que qualquer dado pessoal – enquadrado ou
não como sensível – é passível de dar origem à discriminação. São proibidas
as práticas abusivas e ilícitas independentemente da classificação dos dados,
de acordo com o art. 6º, inciso IX, da LGPD (BRASIL, 2018, sem pagina-
ção). Uma vez qualificado um dado pessoal como sensível, a lei é mais mi-
nuciosa e protetiva, o art. 11, inciso I da LGPD, por exemplo, expressa que,
para o tratamento de dados pessoais sensíveis, poderá somente ser específica
e destacada, para finalidades específicas, pelo titular ou responsável legal.

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O princípio da não discriminação parece estar mais inclinado para a pro-
teção dos dados pessoais sensíveis, os quais são mais vulneráveis a uma utili-
zação para fins discriminatórios que atinjam a dignidade de seu titular. Porém,
repita-se, o manejo de dados pessoais não sensíveis também pode dar ensejo
à prática discriminatória. Sensível ou não o dado de cujo tratamento resultou
a discriminação, a lei parece não trazer vedação a quaisquer formas de discri-
minação, mas apenas àquela que se revele como ilícita ou abusiva.
Ou seja, com a categorização dos dados pessoais no art. 5º da LGPD
entre dados pessoais, dados pessoais sensíveis e dados anonimizados é pos-
sível verificar uma tutela integral em relação aos dados pessoais sensíveis, à
medida que acarretaria um dano mais intenso aos direitos fundamentais, tais
como igualdade, liberdade, privacidade, todos corolários da dignidade da pes-
soa humana. Corre-se o risco, então, de uma precarização na proteção dos
dados considerados não sensíveis ao “permitir” a possibilidade de uma discri-
minação licita e não abusiva.
Outrossim, no ordenamento jurídico brasileiro, a Constituição Federal
de 1988 apresenta proteção aos dados pessoais, com destaque ao art. 5º, que
considera “invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação” (art. 5º, inciso X), garantindo “o sigilo da corres-
pondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações te-
lefônicas” (art. 5º, inciso XII), bem como instituindo o remédio do habeas data
(art. 5º, inciso LXXII), conhecido como meio de garantir o direito de acesso
e retificação de dados pessoais em bancos de dados que estejam em posse do
poder público.
Na legislação infraconstitucional, o Código de Defesa do Consumidor –
Lei 8.078/90, em seu art. 43, estabelece uma gama de direitos e garantias para
o consumidor no que concerne os seus dados pessoais.
Portanto, a partir deste conjunto de dispositivos é possível extrair base
normativa substancial no ordenamento jurídico brasileiro para a garantia da
proteção dos dados pessoais. Além disso, as normas da LGPD dialogam com
os princípios constitucionais e expressam o claro – e louvável - objetivo de
tutelarem ainda mais especificamente a proteção de dados pessoais.
O ordenamento jurídico brasileiro tem como objetivo consagrado no
art. 3º, inciso IV da CRFB/88, a promoção do bem de todos, sem preconcei-
tos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discrimina-
ção (BRASIL, 1988, sem paginação), garantindo direitos fundamentais. Veja-
se que é objetivo da República Federativa do Brasil a promoção da dignidade
humana, a garantia da igualdade, liberdade, proteção da intimidade, da vida
privada. Ademais, a LGPD em seu art. 2º, inciso, VII, disciplina como fun-
damento “os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade e a
dignidade” (BRASIL, 2018, sem paginação), versando sobre o tratamento dos
dados pessoais de pessoas naturais, no meio digital e também no meio físico.

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Conclusão
Diante dos pontos analisados, conclui-se que há, sim, autorização pela
LGPD para a discriminação de dados pessoais, contanto que não seja ilícita
nem abusiva. Porém, conclui-se também pela curial necessidade de tutela dife-
renciada desta discriminação em relação aos dados pessoais sensíveis.
A tutela diferenciada de dados sensíveis e sua necessária vinculação ao
princípio da não discriminação revelam importante concretização do princí-
pio constitucional da igualdade material, posto que o tratamento jurídico dife-
renciado diante de situações aptas a ensejarem desigualdades inferiorizantes é
salutar à efetivação do princípio da isonomia, também corolário da dignidade
da pessoa humana. Em virtude de seu conteúdo, os dados pessoais sensíveis
estão mais vulneráveis a uma utilização para fins discriminatórios que atinjam
a dignidade de seu titular.
O claro objetivo da LGPD de tutela diferenciada em relação aos dados
pessoais sensíveis, em necessário reforço aos princípios da igualdade e da não-
discriminação, em primeiro momento parece evidenciar como temerária a ex-
ceção legal que possibilita a discriminações lícitas e não abusivas.
Por outro lado, é também o princípio da igualdade material que legitima
tratamento diferenciado com o objetivo de pôr fim a uma desigualdade intrín-
seca própria de determinadas relações. Neste contexto, a igualdade material
poderia se revelar curiosamente, e em aparente contradição, como princípio
que também autoriza tratamentos que segregam determinadas pessoas com o
objetivo de melhor tutelá-las. Por exemplo, pensemos em ações governamen-
tais afirmativas voltadas a grupos vulneráveis cujo mapeamento só pode ser
feito a partir de tratamento de dados sensíveis.
Concluímos, então, que o parâmetro aqui não seria a presença ou não
da discriminação (o que de fato ocorreria), mas a sua finalidade. Interesses
velados e espúrios estritamente comerciais ou intencionalmente opressivos
não seriam, por exemplo, admitidos pelo fato de não atenderem a nenhuma
função merecedora de tutela pelo ordenamento jurídico. Doutro modo, a dis-
criminação ocorrida no interesse exclusivo daquele cujo dado é tratado e a
quem a discriminação busca proteger mostra-se, talvez, um parâmetro rele-
vante para a identificação do merecimento de tutela do tratamento de dados
sensíveis diferenciado, desde que, e sempre, lícito e não abusivo.

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