Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Um dos fatores que corroboram a uma qualidade de vida muito mais eficaz é a
segurança individual e social de cada indivíduo. O mesmo possui o direito a segurança,
e uma das formas de podermos ampliar a tranquilidade é o reconhecimento facial, o
qual é uma das vertentes da inteligência artificial. Em seu conceito, o reconhecimento
facial é uma maneira de otimizar o cruzamento de feições, linhas de expressões, retina
ocular, assim, sendo capaz de procurar e localizar suspeitos em bases de dados e
identificar vítimas de tráfico de seres humanos ou de exploração sexual, abuso de
menores etc., algo teoricamente fascinante para o tempo que vivemos. Contudo, existem
estudos que apontam falhas no processo do reconhecimento de algumas etnias
específicas, gerando dúvidas sobre a eficácia dos programas. O reconhecimento deve
em sua essência ser assertivo em totalidade, pois o erro pode condenar ou liberar um
indivíduo.
Alguns países têm se preocupado com essa questão e têm tomado abordagens
diferentes, como por exemplo, o Reino Unido, um dos pioneiros no quesito circuito
fechado de TV, utilizando o desde 1953. Considerando esse longo percurso, criou
normas que garantem a privacidade às liberdades de expressão e associação em espaços
públicos, isso em esfera Federal, mesmo não havendo uma regulamentação para o
Reconhecimento Facial, procuram enquadrar na legislação vigente
Outro país que vai totalmente na contramão é os Estados Unidos, que deixa a
cargo dos estados e munícipios a legislação sobre o tema, porém, percebe-se uma
concessão geral na não autorização do uso dessa discutida proteção, sob o argumento de
ser um monitoramento invasivo, onde o titular dos dados não tenha o conhecimento da
coleta de imagens, vídeos e análises e de seu tratamento.
No Brasil houve um avanço, recentemente o Conselho Nacional de Justiça
aprovou a Portaria CNJ nº 209/2021, por unanimidade na 361ª Sessão Ordinária,
realizada no dia 06/12/2022, a qual estabeleceu as diretrizes para a realização do
reconhecimento de pessoas em procedimentos e processos criminais e sua avaliação no
âmbito do Poder Judiciário, o qual buscou tornar a justiça criminal mais eficiente, para
assim reduzir a possibilidade de prisões e condenações injustas de inocentes, garantindo
a penalização aos reais culpados.
1
FRANCISCO, P. A. P.; HUREL, L. M.; RIELLI, M . M. Regulação do Reconhecimento Facial
no Setor Público: avaliação de experiências internacionais. Instituto Igarapé, 2020.
Disponível em: < https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2020/06/2020-06-09-Regula
%C3%A7%C3%A3o-do-reconhecimento-facial-no-setor-p%C3%BAblico.pdf >. Acesso em:
05/04/2023.
finalidades genéricas de identificação de criminosos e alimentando o discurso midiático
de “segurança para a população”.