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CARTA ABERTA PELO BANIMENTO TOTAL DO USO DAS

TECNOLOGIAS DIGITAIS DE RECONHECIMENTO FACIAL NA


SEGURANÇA PÚBLICA

As organizações e pessoas que subscrevem esta carta requerem o banimento total do


uso das tecnologias digitais de Reconhecimento Facial na Segurança Pública1 no
Brasil em razão dos motivos apresentados a seguir. 

Primeiramente, essas ferramentas são capazes de identificar, seguir, destacar


individualmente e rastrear pessoas em todos os lugares aonde elas vão, podendo
violar direitos como: privacidade, proteção de dados, liberdade de reunião e de
associação, igualdade e não-discriminação. Ainda, podem fazer com que as pessoas se
sintam inibidas, prejudicando o direito de exercer sua liberdade de expressão. 

Essas tecnologias têm ocasionado uma série de graves abusos e violações a direitos
humanos em todo o mundo. Um exemplo, retratado no documentário Coded Bias
(https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/04/10/coded-bias-da-netflix-
prova-como-a-tecnologia-e-racista-e-viola-direitos.htm), é o uso do reconhecimento
facial pela polícia do Reino Unido
(https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2021/04/10/coded-bias-da-netflix-
prova-como-a-tecnologia-e-racista-e-viola-direitos.htm?
aff_source=56d95533a8284936a374e3a6da3d7996) e a associação incorreta (até o
ano de 2018) de 98% dos rostos apontados como correspondentes a pessoas
foragidas. Diante dessas preocupações, cidades como São Francisco e Oakland, nos
Estados Unidos (https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-09/tecnologias-
de-reconhecimento-facial-sao-usadas-em-37-cidades-no-pais), baniram o uso de
reconhecimento facial em locais públicos.
Privacidade - Termos
No Brasil, país com a terceira maior população encarcerada
(https://www.cartacapital.com.br/opiniao/contra-o-racismo-carcerario/) do mundo, o
uso de tecnologias de reconhecimento facial na segurança pública levaria ao
agravamento de práticas racistas (https://diplomatique.org.br/a-servico-do-
punitivismo-do-policiamento-preditivo-e-do-racismo-estrutural/) que constituem o
sistema penal. Todavia, apesar da gravidade desses prejuízos, essas tecnologias já
estão na grande maioria dos estados brasileiros
(https://olhardigital.com.br/2021/07/10/seguranca/tecnologia-de-reconhecimento-
facial-chega-a-20-estados/). Na Bahia, desde 2018, câmeras de reconhecimento facial
foram instaladas com a finalidade (https://theintercept.com/2021/09/20/rui-costa-
esta-transformando-a-bahia-em-um-laboratorio-de-vigilancia-com-reconhecimento-
facial/) oficial de combate à criminalidade, mas sem a comprovação de se ter
efetivamente atingido tal objetivo.

Nenhuma proteção técnica ou legal pode eliminar totalmente a ameaça que essas
tecnologias representam. Até mesmo empresas como Amazon, IBM, Meta e
Microsoft repensaram o uso dessas ferramentas em alguns contextos. Acreditamos,
portanto, que elas nunca devem ser usadas em atividades de segurança pública – seja
pelo governo ou mesmo pelo setor privado, por meio da delegação da execução de
serviços públicos. O potencial de abuso é muito grande e as potenciais consequências,
muito graves.

As tecnologias de vigilância nos trazem insegurança em razão da violação a nossos


direitos, sem que nos sejam dadas chances de evitar ou mesmo consentir com sua
implementação e com o fato de nos tornarmos seus alvos. Destacam-se as violações
de nossa integridade, pela coleta e pelo processamento de dados pessoais
biométricos; de nossa liberdade de ir e vir e de autodeterminação, pois podemos estar
sob vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana, criando um contexto
amedrontador; do nosso direito ao devido processo legal, pois a vigilância em massa
considera todas as pessoas culpadas por princípio, minando a garantia constitucional
da presunção de inocência como um pressuposto jurídico básico. 

Independentemente das salvaguardas e correções que poderiam ser propostas


para a criação de uma tecnologia alegada e supostamente “livre de erros”, essa
vigilância constante, massiva e indiscriminada é – em si mesma – uma violação
dos direitos e das liberdades das pessoas. Por estarmos falando de mecanismos 
aplicados de forma incompatível com os direitos humanos, pedimos pelo
banimento, e não apenas por uma moratória, do reconhecimento facial no
contexto da segurança pública. 
Muitas das unidades federativas brasileiras empregam o reconhecimento facial em
políticas públicas, total ou parcialmente voltadas à segurança; e os veículos de
comunicação (https://www.folhape.com.br/noticias/reconhecimento-facial-para-
combater-criminalidade-sera-implantado-em-p/128661/) repercutem sem
questionamentos uma suposta eficácia desse tipo de projeto para a segurança pública.
Por essas razões, esta campanha tem como foco o banimento do reconhecimento
facial no âmbito da segurança pública. Apesar desse recorte, estamos cientes dos
graves problemas decorrentes de outras formas de tecnovigilância que se valem de
dados biométricos (incluindo voz, contagem de passos, temperatura, batimentos
cardíacos, DNA etc.) e são alvo de outras tantas campanhas
(https://reclaimyourface.eu/) e comunicados (https://www.accessnow.org/ban-
biometric-surveillance/)  importantes da sociedade civil e especialistas ao redor do
mundo. 

Ainda no âmbito da segurança pública, é importante destacar que, embora possa


haver a impressão de que a coleta e o tratamento de dados biométricos são realizados
somente pelo poder público, muitas dessas conduções são implementadas por meio
de contratos com a iniciativa privada. Essas parcerias destinam-se à prestação de
serviços que envolvem infraestrutura e ferramentas tecnológicas, podendo incluir o
reconhecimento facial. 

Com frequência, esses acordos público-privados são pouco transparentes


(https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/02/12/justica-da-30-dias-para-que-
metro-de-sp-esclareca-projeto-de-cameras-de-reconhecimento-facial.ghtml) e não
proveem à população detalhes relativos ao processamento de dados — cenário que
pode ter como consequência, dentre outras, usos secundários desses dados para
finalidades de interesse exclusivo das entidades da iniciativa privada. Em outras
palavras, não é rara a ocorrência de desvio de finalidade dos dados pessoais
utilizados nesse tipo de projeto.

Na maioria das vezes, as críticas e os protestos que se opõem a esse cenário são
destinados ao poder público, responsável por sua implementação. Porém, parcerias
público-privadas demandam atenção especial, pois o acesso a informações sobre esse
tipo de iniciativa não pode ser dificultado sob o argumento de que elas estariam
protegidas por segredo comercial ou empresarial, por exemplo. As empresas têm
também a obrigação de respeitar os direitos humanos, independentemente do caráter
de seu envolvimento em projetos desse tipo — o que pode ocorrer a partir do
fornecimento de dados pessoais ao poder público, por exemplo.

Um caso conhecido internacionalmente e que exemplifica o uso de dados coletados


pela iniciativa privada para fins de vantagem competitiva (sem a ciência da
população) é o da empresa Axon (https://www.ibtimes.com/political-capital/police-
body-camera-company-axon-vacuuming-data-stoking-privacy-concerns-2579107)
(atual Taser). Ela utilizou dados gerados por câmeras corporais que havia doado
previamente a departamentos de polícia estadunidenses no desenvolvimento interno
de sua Inteligência Artificial. Imagine o impacto para a coletividade se uma situação
como essa ocorrer no Brasil, atingindo dados biométricos coletados por meio de
reconhecimento facial. Nesse sentido, é relevante destacar que um levantamento do
Al Sur mostra que uma parcela significativa dessas tecnologias utilizadas no Brasil
são oriundas de doações de empresas2.

Como já mencionado, mesmo que o Brasil possuísse uma lei em vigor para a
regulação do processamento de dados pessoais na segurança pública, ainda assim os
perigos que o reconhecimento facial representa não seriam eliminados. Diante de um
contexto em que fatores como racismo, classismo, misoginia e LGBTQIA+fobia
impactam a maneira por meio da qual as pessoas, em sua diversidade, têm seu corpos
percebidos, interpretados, abordados e até mesmo discriminados e reprimidos,
mecanismos cujo funcionamento se baseia na análise de rostos trazem preocupações
específicas. 

Um grande problema das tecnologias de reconhecimento facial é que elas dependem


da classificação dos corpos. Isso pode ocorrer em função de aspectos como sexo e
gênero, por exemplo, trazendo uma visão binária e baseada em estereótipos que não
reconhecem a diversidade de corpos, identidades e expressões – quadro ainda mais
preocupante no Brasil, país que mais mata pessoas trans (https://brasil.un.org/pt-
br/110425-brasil-e-o-pais-que-mais-mata-travestis-e-pessoas-trans-no-mundo-alerta-
relatorio-da). 

Além disso, há registros que mecanismos semelhantes tenham sido utilizados para o
reconhecimento de emoções das pessoas – o que, além de correr o risco de produzir
premissas racistas, não tem comprovação científica sólida de funcionamento
(https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/01/04/reconhecimento-de-
emocoes-por-que-cientistas-de-ia-acham-isso-errado.htm). Nesse sentido, vale
destacar que a ViaQuatro, concessionária do metrô de São Paulo, foi condenada
judicialmente (https://www.conjur.com.br/2021-mai-10/viaquatro-indenizar-
implantar-sistema-deteccao-facial) por ter aplicado esse tipo de mecanismo em seus
usuários.

Seu rosto pode, sem você ter se dado conta, ter sido submetido ao reconhecimento
facial para fins de segurança pública. Isso porque, no Brasil, já existem câmeras de
monitoramento munidas com esse tipo de tecnologia em ruas de diversas cidades,
inclusive em relógios públicos
(https://www.camarapoa.rs.gov.br/noticias/vereadores-conhecem-detalhes-do-
cercamento-eletronico), e também no transporte público
(https://theintercept.com/2020/02/11/metro-sao-paulo-reconhecimento-facial/).
Pessoas que transitam nesse tipo de espaço com frequência não notam que estão
sendo submetidas a alguma identificação. Ainda, há registros de que o
reconhecimento facial é também utilizado em aplicativos de celulares de policiais
(https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2019/10/10/policiais-poderao-fazer-
reconhecimento-facial-de-suspeitos-nas-ruas-usando-camera-do-celular.html) em
abordagens. A possibilidade de circular sem constrangimentos e exercer diversos
direitos nesses espaços estará fortemente ameaçada enquanto esse tipo de projeto
existir.

A presente campanha pede, então, o banimento do reconhecimento facial na


segurança pública porque entende que os seus problemas não têm solução – ou seja,
são inseparáveis do próprio uso desses mecanismos. Os algoritmos não funcionam de
maneira neutra e podem reproduzir discriminações relacionadas ao ambiente e às
pessoas que os formularam e, além disso, sua lógica de funcionamento não é
facilmente explicável ao público. Também poderia haver o vazamento da enorme
quantidade de dados necessária para o funcionamento dessas tecnologias, deixando
vulnerável toda a população.

Mesmo que o funcionamento desses mecanismos fossem aprimorados – uma


necessidade que é frequentemente apontada pelas narrativas que defendem sua
implementação – isso não contornaria seus impactos negativos. A tentativa de
redução desses erros e a programação da tecnologia de acordo com a diversidade das
populações-alvo faria com que esses grupos fossem mapeados, identificados, vigiados
e rastreados com maior facilidade, o que significa que esse uso seguiria sendo
desproporcional. Isso, também, porque há o risco constante de que esse tipo de
tecnologia possa ser instrumentalizado por governos para perseguir determinados
grupos e pessoas. 

Ainda que fossem comprovados “benefícios” dessas tecnologias para a coletividade,


não seria proporcional restringir o direito à privacidade da população que transita
naquele espaço sob a justificativa de impactos positivos pontuais – os quais são
também questionáveis, dada a complexidade de fatores necessários à promoção de
medidas de segurança pública não discriminatórias e que efetivamente levem em
consideração a coletividade. Nesse contexto, é importante ainda questionar se os
“benefícios” apontados nesses debates reproduzem e/ou camuflam violências
institucionais em relação a grupos que já são histórica e socialmente perseguidos e
oprimidos, como a população negra e indígena, imigrantes, pessoas trans e travestis.

Para além desses impactos diretos aos direitos humanos, também não é vantajoso
despender o tanto de dinheiro público que esse tipo de projeto demanda; a pretexto
de melhorar a segurança pública, milhões de reais já são (e ainda podem vir a ser)
gastos
(https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2021/10/prefeitura-
do-recife-pede-opiniao-publica-sobre-a-instalacao-de-108-no.html) na busca de
objetivos que sequer seriam positivos para a população como um todo. 

Adicionalmente, o uso dessas ferramentas de forma massiva não é consistente com


tratados internacionais com os quais o Brasil está comprometido – incluindo a
Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e o Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos (PIDCP). O artigo 17 do PIDCP, por exemplo, protege as
pessoas de sofrerem ingerências arbitrárias ou ilegais em suas vidas privadas. A
respeito do direito à privacidade na era digital, o Conselho de Direitos Humanos da
ONU recentemente apontou em resolução3 que os crescentes usos de tecnologias
como reconhecimento facial, sem as devidas salvaguardas, impactam o direito à
privacidade e outros direitos humanos, incluindo a liberdade de opinião, de expressão
e de reunião pacífica. O Conselho também apontou preocupação com a reprodução e
agravamento de desigualdades raciais com o uso de reconhecimento facial, e
conclamou os Estados a garantirem que tecnologias biométricas e de
reconhecimento, inclusive reconhecimento facial, não levem à vigilância arbitrária
ou ilegal.

Ainda, destaca-se a ameaça ao exercício do direito de protesto. Manifestações


públicas nas ruas são expressões de grupos dos mais diferentes espectros políticos no
Brasil. A possibilidade de ser alvo de vigilância permanente pode levar as pessoas a
mudarem seus comportamentos, em postura de autocensura, e mobilizações legítimas
podem ser inibidas. A autocensura pode atingir de maneira mais profunda grupos
mais vulnerabilizados pela repressão e violência estatal. Em casos limites, o uso
dessas tecnologias pode ensejar a criminalização do direito de protestos. 

Apesar de alegações de um pretenso aprimoramento da segurança pública por meio


do uso de tecnologias de reconhecimento facial, esse tipo de projeto reproduz a
cultura do punitivismo e do encarceramento (https://diplomatique.org.br/a-servico-
do-punitivismo-do-policiamento-preditivo-e-do-racismo-estrutural/), em detrimento
de privilegiar medidas de prevenção e restauração. Há evidências que mostram como
essas tecnologias são usadas de modo abusivo (https://www.flawedfacedata.com/)
e/ou implementadas com pouca ou nenhuma transparência – quadro que sequer
permite que a população questione  a maneira como elas funcionam. 

Trata-se de um uso de tecnologias de vigilância que, por ser tão perigoso, deve ser
rejeitado em um contexto que se pretenda democrático. É preciso banir o uso de
tecnologias de vigilância que promovem a violação de direitos! 
Pelas razões expostas, essa campanha tem por objetivo que, no âmbito da
segurança pública, ocorra a:

1. Proibição do uso das tecnologias de reconhecimento facial, sendo adotadas


normas para a sua respectiva proibição em qualquer das esferas da Federação,
inclusive no que diz respeito às contratações de soluções privadas pela administração
pública.

2. Interrupção de quaisquer projetos que utilizem, ainda que de forma secundária,


reconhecimento facial para fins de segurança pública. Nos casos em que a tecnologia
já foi utilizada na população, os governos responsáveis devem formular políticas
públicas e planos de ação para que as pessoas que tiveram seus direitos humanos
violados por esses mecanismos possam buscar a reparação adequada.

3. Publicação de relatórios de impacto do uso dessas tecnologias, desde o momento


em que elas foram idealizadas até suas respectivas interrupções, incluindo dados
sobre investimento, número e características das abordagens e prisões realizadas,
índices de falsos positivos e negativos, documentação dos procedimentos
implementados, riscos aos titulares de dados e as medidas que foram adotadas para
minimizá-los, entre outras informações relevantes para mensurar o impacto da sua
utilização. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), em cumprimento
das suas atribuições institucionais legalmente estabelecidas, deve exigir a realização e
publicação desses relatórios sempre que necessário.

4. Recusa do setor privado em incentivar a implementação desse tipo de projeto


pelo poder público. Agências de cooperação e bancos não devem fornecer recursos à
administração pública para o desenvolvimento e implementação desse tipo de
projeto. Empresas e startups que desenvolvam mecanismos de reconhecimento facial
não devem fornecer esse tipo de tecnologia para políticas que envolvam segurança
pública, seja esse o objetivo principal ou subsidiário.

5. Mobilização de instituições que buscam defender direitos constitucionais – como


a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Autoridade Nacional de Proteção de
Dados – em favor do banimento do uso do reconhecimento facial na segurança
pública, o que pode envolver desde a realização de diligências administrativas até a
tomada de medidas judiciais frente a governos.

Brasília, 08 de Março de 2022.


1 Levando em conta que essas considerações se referem ao âmbito da segurança pública, vale mencionar que,
segundo a Constituição Federal brasileira (1988), a segurança pública se destina a preservar a “ordem pública” e a
“incolumidade das pessoas e do patrimônio”, sendo exercida pelos órgãos policiais que atuam no país – o que
inclui, além das polícias civis e militares, a polícia federal. Além disso, é relevante destacar que o texto do
anteprojeto de lei que visa consolidar a legislação de proteção de dados brasileira para determinadas finalidades
que não são diretamente abrangidas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (2018), esta última já em vigor,
aponta para um entendimento doutrinário de diferenciação entre a atividade de segurança pública e a atividade
de persecução penal. 
2 https://www.alsur.lat/reporte/reconocimiento-facial-en-america-latina-tendencias-en-implementacion-una-

tecnologia (https://www.alsur.lat/reporte/reconocimiento-facial-en-america-latina-tendencias-en-
implementacion-una-tecnologia)
3 Resolução adotada pelo Conselho de Direitos Humanos na ONU em 7 de outubro de 2021. Disponível em:

https://digitallibrary.un.org/record/3945627?ln=en (https://digitallibrary.un.org/record/3945627?ln=en)

ORGANIZAÇÕES QUE ASSINAM ESTA CARTA:


Abrigo Plataforma (http://www.instagram.com/abrigoplataforma)
Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e Informação
(https://acaoeducativa.org.br/)
Access Now (https://www.accessnow.org)
Afroya Tech Hub (https://www.instagram.com/afroyatech/)
AMAR – Associação de Mulheres Ambulantes de Recife
AMARC Brasil – Associação Mundial de Rádios Comunitárias
AqualtuneLab – Cruzando o Atlântico (https://aqualtunelab.com.br/)
ARTIGO 19 Brasil e América do Sul (https://artigo19.org/)
Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa (http://www.dataprivacybr.org)
Associação Pernambucana das Profissionais do Sexo – APPS
AVABBV – Associação de Vendedores Ambulantes do Bairro da Boa Vista
Blogueiras Negras
Casa da Cultura Digital Porto Alegre
Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (https://cebes.org.br/)
Centro de Estudo de Segurança e CIdadania (CESeC)
Centro Popular de Direitos Humanos – CPDH
Coalizão Direitos na Rede (https://direitosnarede.org.br/)
Coding Rights (https://www.codingrights.org/)
Coletiva Filhas da Terra (https://linktr.ee/filhasdaterra)
Coletiva Periféricas (https://www.perifericas.com.br)
data_labe (https://datalabe.org/)
Derechos Digitales (https://www.derechosdigitales.org/)
Escola de Ativismo (https://escoladeativismo.org.br/)
Instituto Aaron Swartz (https://institutoasw.org/)
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC (https://idec.org.br/)
Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife – IP.rec (https://ip.rec.br)
Instituto Educadigital (https://educadigital.org.br)
Instituto Sumaúma (https://www.sumauma.org/)
Instituto Vero (https://www.vero.org.br/)
Internet Freedom Foundation (https://internetfreedom.in/)
InternetLab (https://internetlab.org.br/pt/)
Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social
(http://www.intervozes.org.br/)
IRIS – Instituto de Referência em Internet e Sociedade (https://irisbh.com.br)
Laboratório de Pesquisa em Políticas Públicas e Internet – LAPIN
(https://www.lapinunb.com.br/sobre)
Lavits (https://lavits.org/)
MariaLab (https://www.marialab.org/)
MediaLab.UFRJ (https://medialabufrj.net/)
Movimento Passe Livre São Paulo
O Projeto Tor / The Tor Project (https://www.torproject.org/)
Observatório da Branquitude (https://observatoriobranquitude.com.br)
Observatório da Ética Jornalística – objETHOS
(https://objethos.wordpress.com/)
Open Knowledge Brasil (https://ok.org.br/)
Palavra Escocesa (https://palavra.scot)
Partido Pirata (https://partidopirata.org)
Pimentalab – Laboratório de Tecnologia, Política e Conhecimento da Unifesp
(https://www.pimentalab.net)
Plataforma CIPÓ (https://plataformacipo.org/)
PrivacyMap
Raul Hacker Club (https://raulhc.cc)
Rede de Pesquisa em Governança da Internet (http://redegovernanca.net.br/)
SINTRACI – Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Informais de Recife
SOS Corpo – Instituto Feminista para Democracia
Washington Brazil Office (https://www.braziloffice.org)
Witness Brasil (https://portugues.witness.org/)
Women In Blockchain Brasil
(https://www.instagram.com/womeninblockchainbr/)

ASSINATURAS INDIVIDUAIS:
Aderica Campos
Adilson Gilberto Rezendo Oliveira
Amanda Amaral Lyra
Amanda Gonçalves Prado Quaresma
Amara García Adán
Aina Selles
Alan Fernandes Xavier
Alice Andrade Rodrigues
Alexandre Cruz
Ana Clara Silva Sabará
Ana Carolina Sousa Dias
Ana Clara Souza
Ana Gabriela Souza Ferreira
Ana Lucia Pompermaye
Ana Luisa Figueiredo de Melo
Anamaria D Andrea Corbo
Analia Fariña de Oliveira
Ânderson Accadrolli
Anderson Santos Mansano
Adriana Luiz Alves Viana
Andre Anghinoni
André Lucas Fernandes
André Mateus Yoshimura
André Ramiro
Andressa Mello Davanso
Andreza Rocha
Andreza S. Pereira
Angelo Gustavo Pereira Nobre
Angelica Mari
Alanis Fonseca Nunes dos Santos
Anna Bentes
Anthonny Sergyo Duarte Sousa
Ariel Pimentel
Asafe Mascarenhas Martins
Azuis
Beto
Bárbara Castilho Maximo
Bárbara Lorena e Silva Alves
Beatriz Cristina Assis Melo
Ben Hur Bahia do Nascimento
Bernardo Gomes Alevato
Branda Camargo Rochwerger
Brenda Cunha
Brisca Bracchi
Bruna Santos, pesquisadora visitante no Berlin Social Science Center – WZB
Bruna Souza Lopes Graça
Bruno Ikeuti
Bruno Messina Olaio Corcione Meneguetti
Carlos Eduardo Figueiredo
Caio Magri
Camila Mattos da Costa
Camila Raquel
Camila Pereira Alves
Carina Quito
Carla Azevedo de Aragao
Carla Lombardo
Carla Vieira – Engenheira de Software e pesquisadora
Carlos Alberto Gomes Ribeiro Junior
Carlos Eduardo Omine da Silva
Carlota Aquino
Carolina Batista Israel – Pós-doutoranda pela Universidade de São Paulo
Carolina da Cruz Prianti
Carolina Dzimidas Haber
Carolina Elisa Margonari
Carolina Kaori Ikawa Bellinger
Carolina La Croix de Pimentel Teixeira
Carolina Soares – Desenvolvedora de projetos Dados Livres
Chico Antonio Rosa Almeida Fritz
Chris Hoult
Cristiane de Fátima Zelenski
Cibele Pastor Veiga
Clara Ferraz
Clara Luz Nunes Ferreira Pessoa
Clara Marinho
Clarissa Mendes Gonçalves
Claudiana Lelis
Cleiton Nonato
Cristian Rafael de Oliveira
Cleberson da Silva Barbosa
Cristiane de Fátima Zelenski
Cristiane Rossato
Cynthia Picolo
Daniel Henrique Brasileiro Veras
Daniele H. Moreira
Danuza França de Azevedo dos Santos
Darília dos Santos Ferreira
Davey
Davi Neuskens
Débora Pio
Diego Cerqueira
Diogo Dal Magro
Diovany Coutt de Freitas
Douglas Henrique da Silva
Djalma Souza Pinto Júnior
Eduarda Costa
Eduardo Maida
Eduardo Gomes Mendonça
Elaine Schmidt de Oliveira
Eliana Grecco
Eliane Campos
Eliel Pinheiro
Emanuel Correa
Emanuela Catunda da Silva
Emanuelle Félix Carvalho
Emmanuelle Pedroso Pereira
Eneida M. Souza
Ênio Lourenço Leite da Silva
Eric Barbosa
Érica Langa
Érico França Bonfim
Esther Beatriz Bezerra Moreira
Everson Silva
Eeverys Cristianne Figueiredo Macedo
Fabianne batista Balvedi
Fabiola Camargo
Felipe Negreiros de Vasconcelos
Fernando de Oliveira Vieira
Fernando M Carvalho
Flávia M. Penteado de Aguiar
Flávia Maria Silva dos Anjos
Frei David Santos OFM
Gabriela Machado Vergili
Gabriel Barros Bordignon
Gabriel Verçoza de Melo
Gabriel Vivas Medeiros
Gabriela de Sá Teles Freitas
Geisa S. Silva – pesquisadora e raquerartivista
Gilberto dos Santos
Gilberto Schein
Gilberto Vieira
Giulia Beatrice Pimentel
Giordano Ritter Parisotto
Giovana Pena Souto
Gisele Zanola Carvalho
Glauber Frederick de Paiva pereira
Gonzalo Cuellar
Gu da Cei – Artista visual e produtor cultural
Gustavo Furtado
Gustavo Luz
Gustavo Ramos Rodrigues
Harumi Miasato
Helena Martins
Hélio Aparecido
Henrique Parra
Hemily Da Silva Borges Ribeiro
Hillary Paiva
Horrara Moreira da Silva
Icaro Ferraz Vidal Junior
Ines Aisengart Menezes
Inês Nin
Ingrid Lima dos Santos
Iolanda da Silva Nery
Isa
Isabel de Santana S P B de Souza
Isabela Maria Rosal Santos
Isabela Mantovani
Isabelle Cristine Oliveira Ribeiro
Isadora Poci
Ismar Renan Alves de Andrade
Izabela Domingues da Silva
Izabella Bittencourt
Jackson Gatell
Jadhy Mariana Zapico Alonso Lourenço
Jadson Willian Agustinho Silva
Jamila Venturini
Janaina Pereira
Janaina Spode
Jardel Gonçalves
Jaqueline Trevisan Pigatto
Jefferson Barbosa de Oliveira
Jess Reia – University of Virginia
Jessica Carmo
Joao Aliano
João Guilherme Bastos dos Santos
João Luiz Pena
João Pedro Azevedo Gonzaga
João Pedro Ferraz Teixeira
João Pedro Vicente Trujillo
João Victor de Amorim Marques
João Victor Meireles Gomes
João Victor Tinte
Johanna Monagreda
Joice Barreto
Joice Marques Marques
José Antonio
José Bonifácio do Amparo Sobrinho
José Germano Neto
José Rolfran de Souza Tavares
José Vitor Pereira Neto
Juan Roberto Delphim Soares
Jucemara Beltrame
Julia D’Agostini
Julia Mezarobba Caetano Ferreira
Júlia Tereza Rodrigues Koole
Juliana Ferreira dos Santos
Juliana Nobrega Neves
Julyanne Barbosa da S. Martins
Kainen Bell
Kaio Duarte Costa – Hackerativista
Kauê Pontes Sales
Karina Cia Bartels Cabral
Karina Moreira Menezes
Karina Pereira Nunes
Katemari Rosa
Katia Regina Carvalho de Assis
Katiana Ventura da Silva
Kecia Miranda
Kelly
Kemel Zaidan
Kennedy Antônio Vasconcelos Ferreira Júnior
Larissa Deangelo Santos
Larissa Milhorance dos Santos
Laura Calabi
Laianny Gonçalves Mangabeira da Silva
Laura Gabrieli Pereira da Silva
Lauren – Coletivo Minha Nossa de luta contra as diversas violências que
atingem as mulheres
Laurianne de Miranda Gomes
Leandro Araujo
Leila Negalaize
Leonardo Ferreira de Mello
Leonardo Oda
Leonardo Perseu
Leonardo Tenório
Leonel Camasão
Leticia Venturoti do Nascimento
Lia Pereira de Araújo e Silva
Lidiane Xavier
Ligia Luanda Curupaná Wohllerz de Mello
Lisangela S Silva
Luã Cruz
Luana Ribeiro Valério
Lucas Eduardo Silva Araújo
Lúcia Maria Xavier de Castro
Luciana Moherdaui
Luís Alexandre Souza
Luis Eduardo Gomes do Amaral Brito
Luís Filipe Silvério Lima
Luis Porto Brasileiro
Luiz Augusto Galicioli
Luíza Briola
Luiza Carvalho
Luiza Xavier Morales
Luize Pereira Ribeiro
Luciano da Silva Carareto Alonso
Maicon Guilherme da Silva Rodrigues
Maira de Castro Lima
Maira Vasconcelos Silva
Maíra Nascimento de Almeida
Manoel Carlos Uchôa de Oliveira
Mar Leite Magalhães Conceição
Marcella de Melo Silva
Marcela Rodrigues Brandão
Marcelo A Xaud
Marcelo de Troi
Marcelo Fornazin
Marcia Correa
Marcos Urupá
Marcos Woelz
Maria Amélia Meneguetti
Maria Aparecida da Vitória Neves
Maria Eduarda da Trindade dos Reis
Maria Eunice Vicentin
Maria Helena Mendes
Maria Luiza Duarte Sá
Maria Luiza Freire Merces
Maria Luiza Gallotti
Maria Odete
Mariliza Guilhen
Maria Rita Aguilar Nepomuceno de Oliveira
Mariana Canto Sobral
Mariana Janot
Mariana Monteiro
Mariana Tiemi Kajiyama
Marielle de Souza Mendonça
Marina Meira
Matheus Fonseca Sousa
Matheus Freitas
Maurício Magalhães
Mauro Beal
Mayara Scudeler Marques
Michelle Andréa Mota de Oliveira
Michelle Fernanda Martins
Michel Momose Marques
Mônica Mourão
Myssilaine Pazos
Mirna Teixeira de Oliveira
Natalia Conceição Viana
Natane Santos
Nathalia Valadares
Nathan Paschoalini
Nayara Sávia Ayres Alencar
Nelson Galvão Moreira de Britto
Neto Muniz
Nikola Lowczy
Nina Da Hora – Cientista da Computação
Olga Lopes
Olivia Maia Barcellos
Otávio Santos Gomes
Pamela Aparecida da Silva Ferreira
Patrícia Cunegundes Guimarães
Patricia Guernelli Palazzo Tsai
Paula Cardoso
Paulo Faltay
Paula Guedes Fernandes da Silva
Paulo Lisboa Cordeiro
Paulo Meneguetti
Paulo Rená da Silva Santarém
Pedro Amaral
Pedro Diogo Carvalho Monteiro
Pedro Henrique Martins dos Santos
Pedro Henrique Pereira da Silva
Pedro Martins
Pedro Pasquotto Coffi
Pedro Paulo da Silva Neri
Pedro S. Sampaio
Pedro Zucchetti Filho
R, Ramires – Educador popular em tecnologia na InfoCria, Instituto Bola Pra
Frente e Redes da Maré
Rafael Alves dos Santos
Rafael de Matos Barreto
Rafael Pereira
Rafaela Batista
Raimundo Miguel Benjamim
Randi R.
Rayssa Marques Lopes Sabino
Regina Secaf
Renan Lopes da Silva
Renata Caroline Alfarano Souza
Renata Gaui
Renata Lisboa Faria
Renata Martinelli
Renata Suescun
Ramênia Vieira
Raphael Rosa
Raquel Lima Saraiva
Raquel Rachid
Renata Arruda
Renata Lima Ribeiro de Sena
Renata Telles de Miranda
Renny BARCELOS FERREIRA
Rhaiana Caminha Valois
Ricardo Yuji Mise
Richard A.
Roberta Sernagiotto Soares
Rodrigo Murtinho – pesquisador em saúde pública
Rodrigo Ochigame
Rodrigo P. R. Lopes
Rodrigo Schlindwein
Rodrigo Wanderley Corrêa de Araújo
Rogério Marques
Ronald Bittencourt
Ronaldo Alves
Roni Silva de Campos
Rosa Maria Tubaki
Rosana Pinheiro Nascimento
Rosângela Maria Atanásio dos Santos
Salete Machado
Samara Nery
Saulo Macedo
Sheley Gomes
Sileide Galvão Moreira de Britto
Sofia Roth
Sophia Santos Araujo
Stefany Pereira Grande
Stephanny Resende de Melo
Susana Garcia Sabino
Tiago Costa de Cliveira Moura
Taís Oliveira – Instituto Sumaúma
Talles Reis dos Santos
Tarcizio Silva – Tech + Society Fellow Mozilla
Tatiana Coelho
Thaís Cruz
Thallita Gabriele Lopes Lima
Thayane Alves
Thayane Guimarães Tavares
Trajano Pontes Neto
Tiago Tarifa Munhoz
Valdinei Freire da Silva
Vanessa Gomes – desenvolvedora back-end e pesquisadora em segurança
digital
Vanessa Koetz
Vagner Diniz
Vera Sá
Veridiana Alimonti
Veruska Sayonara de Góis
Vico Meirelles de Souza
Victor Hugo de Sousa Monteiro
Victória Hellen Nascimento Oliveira
Vinicius Tavares Del Orti
Washington Arruda
Waldo Almeida Ramalho
Wellington Mamedes
Wellington Reis da Conceição
Weverton dos Santos Ferreira
Wilson Borges
Winston Oyadomari
Yasmim Gabrielle M. de Melo
Yasmin Olatoyê Alves Moreira Barbosa
Yure Sousa Lobo
Ywanna Cerqueira Moreira
Zeilane Conceição

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