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Direito de imagem associado à moda e suas perspectivas legais

Autor: Bruna Marques de Oliveira

Resumo

O presente texto tem o intuito de abordar a relação do direito de imagem à luz da constituição,
bem como, associar a influência que a era virtual proporcionou no processo de interação e
comercialização no âmbito da moda. O estudo tem o objetivo de compreender o processo
legislativo que ampara a relação do uso indevido de imagem por parte de uma empresa.

Palavras-chave: Moda, Direito, Imagem.

Abstract

This text aims to address the relationship of image rights in the light of the constitution, as well
as to associate the influence that the virtual era has provided in the process of interaction and
commercialization in the field of fashion. The study aims to understand the legislative process
that supports the relationship of misuse of image by a company.

Keywords: Fashion, Law, Image.

Resumo

Este texto pretende abordar la relación de los derechos de imagen a la luz de la constitución, así
como asociar la influencia que la era virtual ha brindado en el proceso de interacción y
comercialización en el campo de la moda. El estudio tiene como objetivo comprender el proceso
legislativo que sustenta la relación de mal uso de la imagen por parte de una empresa.

Palabras clave: Moda, Derecho, Imagen.

A implantação do projeto e seus objetivos

Para realizar este projeto teremos como percurso metodológico uma pesquisa
bibliográfica que abordará os seguintes autores e documentos legais, são eles: Magrani (2018)
discutirá sobre a evolução da internet; Teffé (2017) tratará sobre a proteção do direito à imagem
na internet e Souza (2003) discorrerá acerca do direito de imagem. Como aporte legal a pesquisa
se deterá nas seguintes legislações: Constituição Federal de 1988 e o Código Civil de 2002.

Será necessário ainda compreendermos a importância do comércio eletrônico


atualmente, precisando entender o processo evolutivo da internet, que a priori foi criada para
atender a uma demanda específica relacionada aos serviços militares e só posteriormente, foi
adaptada para atender demandas comunicacionais, vistas presente na web 2.0. Para Magrani
(2018), a web 3.0 foi essencial para a interação através das redes sociais. Neste momento,
estamos no estágio da web. 4.0 que de forma geral corresponde à capacidade de interagir com a
tecnologia.

A web 4.0 reflete indícios das webs anteriores, sendo possível visualizar uma relação
completa e personalizada da comunicação. Essa evolução só foi possível mediante o avanço e o
acesso à internet, resultado dessa interação está relacionada às inúmeras possibilidades de
comunicação e transação quando nos referimos ao processo de comercialização de produtos.

Diante desses avanços é possível visualizar o trabalho de muitas empresas que divulgam
suas peças em dispositivos vinculados a internet, plataformas digitais, sites e até as redes sociais
(ambiente hoje muito atrativo, pois promove a interação direta com o público-alvo da empresa).

O mercado on-line apresenta-se para muitas empresas que trabalham com a moda, como
um grande desafio que precisa ser analisado e estudado de forma muito cautelosa. Além de ter o
cuidado com a forma de vincular imagens ao perfil da empresa de moda. Essas informações
muitas vezes são postadas sem nenhuma forma de controle e pré-análise, tornando-se algo
perigoso, quando estamos nos referindo à imagem do outro para diversos fins.

Há garantia legal para o sujeito que se encontra em uma situação a qual sua imagem
esteja vinculada de forma indevida. Um dos grandes desafios que essa modalidade enfrenta está
relacionado ao uso das imagens de forma indevida e muitas vezes de forma amadora.

O direito de imagem é protegido pelo artigo 5o, inciso X da Constituição Federal, que o inseriu no
rol dos direitos e garantias fundamentais, prevendo indenização para o caso de sua violação.
 

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação

O Código Civil também traz regras sobre o direito de imagem e o classifica como um direito da
personalidade. Em seu artigo 20, o mencionado diploma, dentre outras disposições, veda a
exposição ou utilização da imagem de alguém sem permissão, caso o uso indevido atinja sua
honra, boa-fama, respeito ou se destine a fins comerciais. Contudo, há situações nas quais o uso
da imagem independe de autorização, quando, por exemplo, for necessário à administração da
justiça ou à manutenção da ordem pública.
Código Civil - Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
 
Dos Direitos da Personalidade
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem
prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade,
ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)

Referências

Código Civil (2002). Lei n°. 10.406. https://bit.ly/3P1Z63I


Constituição da República Federativa do Brasil. (1988). Constituição (1988). Centro Gráfico.
MAGRANI, E. (2018) A internet das coisas. FGV Editora.
SOUZA, C. A. P. de (2013). Contornos do direito à imagem. Revista trimestral de direito civil:
RTDC.
TEFFÉ, C. A. S. de. (2015). A responsabilidade civil do provedor de aplicações de internet
pelos danos decorrentes do conteúdo gerado por terceiros, de acordo com o Marco Civil da
Internet. Revista Fórum de Direito Civil. https://bit.ly/3N5CLAH.
.

HEINRICH, D. P. (2005). Modelagem e técnicas da interpretação para confecção industrial.


Feevale.
SABRÁ, F. (2014). Modelagem tecnologia em produção de vestuário. Estação das Letras e
Cores.
SANCHES, M. C. F.(2017). Moda e projeto: estratégias metodológicas em design. Estação das
Letras e Cores.
Curriculum vitae

Bruna Marques de Oliveira é Mestra em Educação (2019) vinculada à linha de pesquisa


Educação e Formação Docente pela Universidade Tiradentes (Unit). Especialista em Libras:
Língua Brasileira de Sinais: Educação Especial (2014) pela Faculdade São Luís de França
(FSLF) e MBA em Marketing, criatividade e inovação pela UNICESUMAR. Aperfeiçoada em
Fundamentação da Prática Docente (2014) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional do
Rio Grande do Sul (SENAI-RS). Tecnóloga em Design de Moda (2009) pela Faculdade Católica
do Ceará (FCC) e licenciada em Pedagogia (2012) pelo Centro de Educação (CED) da
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Docente na Escola Técnica de Artes da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL). Vice líder do grupo de pesquisa Laboratório de Chafurdos na Moda
(LABchamo). Tem interesse e experiência na área de Moda, atuando principalmente nos
seguintes temas: costura, customização, materiais têxteis e modelagem.

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