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ENSAIO (/ENSAIO/)
Reconhecimento
facial e FOTO: THOMAS PETER/REUTERS
LGPD:
uma
Rodrigo Dias Pinho Gomes
polêmica
08 de Fevereiro de 2020
para o
O debate sobre o uso das tecnologias de reconhecimento facial
século 21
se complexifica entre os benefícios que trazem à vida cotidiana
e os possíveis abusos por parte de quem as emprega
https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2020/Reconhecimento-facial-e-LGPD-uma-polêmica-para-o-século-21 1/4
2/11/2020 Reconhecimento facial e LGPD: uma polêmica para o século 21 | Nexo Jornal
Porém, nem tudo sai conforme o planejado, e muitos casos têm revelado que a
tecnologia ainda está longe da perfeição, produzindo episódios desastrosos. Foi o
que se verificou em 2018, no País de Gales, onde um teste com um sistema da
polícia local apresentou um resultado errado: em mais 90% das vezes, os
identificados pelo sistema não tinha cometido nenhum ato ilegal — são os
chamados “falsos positivos”.
As principais perguntas que a sociedade civil costuma fazer são: de que forma o
software que faz a análise das imagens funciona? Os rostos captados são
armazenados em algum servidor? Onde está localizado esse servidor? Quem tem
acesso a ele? Existem mecanismos de controle de acesso? Qual a política de
segurança das informações constantes desses bancos de dados? Com quais fins
esses dados serão utilizados? É possível utilizar a tecnologia para perseguir,
discriminar ou rastrear pessoas?
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Ocorre que, logo abaixo, o primeiro parágrafo diz que, nessas exceções, deverá
haver uma legislação específica, que obrigatoriamente tem que observar os
princípios gerais de proteção e os direitos do titular inscritos na LGPD. Já o
segundo parágrafo diz que, caso o tratamento dos dados para fins exclusivos de
segurança pública, defesa nacional ou nas atividades de investigação e repressão
de infrações penais seja realizado por empresa privada “sob tutela de pessoa
jurídica de direito público” — o que é justamente o caso do reconhecimento facial
no Brasil, pois inexiste sistema próprio do poder público nesse sentido — deverá
haver um informe específico à ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de
Dados).
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