Você está na página 1de 29

MBA EM GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO E


SURGIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS DIGITAIS

SERGIO LUIZ RICHTER DOS SANTOS

ORIENTADOR:
PROF. DR. LUIS ALBERTO LUCAS
INTRODUÇÃO

A principal inovação tecnológica integrada pelos serviços bancários na última década é


sem dúvida, o internet banking, ou o uso da internet para realização de consultas bancárias
e transações bancárias.
Até 2015, o internet banking era o canal digital mais utilizado no país para operações
bancárias, de acordo como a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN). A partir de
então, com a disseminação dos smartphones e aplicativos, o mobile banking se tornou o
canal digital líder entre os brasileiros, o que nos leva às mais recentes inovações que
revolucionaram o mercado de operações financeiras: o PIX e o sistema de Open Banking.
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS

 Contexto e Conceito

 Requisitos para Implementação

 Oportunidades e Desafios

 LGPD

 Novos negócios Fintechs

 Conclusão
CONTEXTO
• Principais direcionadores globais e no Brasil:

 Uso de dados granulares cada vez mais intensivo e inteligente

 Inovações tecnológicas trazendo mudanças rápidas e de forma constante

 “Empoderamento” do cliente como demanda da sociedade

 Democratização dos serviços financeiros

 Entrada de novos players prestando serviços financeiros


CONTEXTO
PESQUISA FEBRABAN 2022
CONTEXTO
CONCEITO

O Open Banking é a padronização do processo de compartilhamento de dados e


serviços financeiros pelas instituições autorizadas a funcionar pelo BCB, por meio de
abertura e integração de plataformas e infraestruturas de tecnologia.

O Open Banking parte do pressuposto que o consumidor é titular de seus dados


cadastrais e financeiros, e que pode transferir essas informações que lhe pertencem
para outra instituição, a qualquer momento, em busca de melhores produtos ou serviços
a preços mais baixos.

Com a implementação do Open Banking, uma parte desse benefício será revertido para
quem disponibiliza os dados, ou seja, para os próprios consumidores.
• O Open Banking irá permitir: CONCEITO

 A integração de serviços financeiros às diferentes jornadas digitais dos clientes,


facilitando a contratação de produtos e serviços financeiros em ambientes mais
convenientes para o consumidor, de forma ágil e segura;

 O aumento da transparência e a redução da assimetria de informações (ou a


precificação da assimetria de informações de forma mais eficiente), diminuindo,
assim, as barreiras à entrada no sistema financeiro e favorecendo um ambiente
de negócios mais inclusivo;

 A entrega de serviços customizados aos diferentes perfis de clientes, levando em


consideração os interesses, objetivos e necessidades de cada público;

 A assistência ao planejamento das famílias e das empresas;

 O surgimento de novos modelos de negócios e novas formas de relacionamento


entre as instituições participantes, seus clientes e parceiros.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)
• A internet nasceu buscando a liberdade, a democratização de informação e ser um
local universal onde não haveria barreiras, inclusive sem a intervenção governamental.
Nos últimos anos, porém, a "terra de ninguém" se mostrou um lugar propício para a
disseminação de notícias falsas, crimes cibernéticos e o roubo de dados.

• Muitos países passaram a intervir, de modo a proteger a privacidade de seus cidadãos


e evitar os vazamentos massivos, que causam fraudes e crimes. Hoje mais de 100
países tem legislações direcionadas a isso, e o Brasil não é diferente.

• As normas da Lei Nº 13.709 de agosto de 2018, foram baseadas em um conjunto de


regras específico da União Europeia, conhecida como GDPR, que denomina como
esses dados devem ser tratados e prevê punições para o descumprimento em
 casos de vazamentos e outras irregularidades.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)
• O que diz a Lei?

• Para a LGPD, a definição de dados pessoais é: qualquer dado de uma pessoa


identificada ou identificável. De maneira que, quando falamos sobre a proteção da
privacidade, não devemos nos limitar ao número do CPF ou o nome completo do
usuário, mas informações como gênero, religião, hábitos, entre outras que facilitam a
identificação daquele indivíduo.

• A Lei estabelece regras sobre a obtenção e manutenção dos dados dos brasileiros e
pessoas que estiverem em território nacional, sejam estes adquiridos virtualmente ou
por outros meios convencionais. A coleta deve ser feita sempre com o consentimento
do usuário, com exceção de casos de mandados judiciais ou para garantir a segurança
pública e/ou do Estado, no caso de investigações criminais.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)
Ficou determinado que dados sensíveis, como origem racial, convicção religiosa, opinião
política, preferência sexual, estado de saúde, entre outros, são classificados como
restritos: não poderão ser utilizados para fins que os exponham a situações
discriminatórias e devem ser protegidos. Assim como dados médicos não podem ser
utilizados para fins comerciais, a menos que o usuário autorize.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)

Empresas e órgãos públicos devem inteirar o usuário sobre os seus direitos e oferecer
ferramentas que permitam que este acesse seus dados, edite ou os transfira para outros
serviços, seguindo o princípio de portabilidade. Para ter esses dados compartilhados com
terceiros, as empresas precisam da autorização do cliente e é de responsabilidade delas
informar as consequências dessa decisão.

Pessoas físicas que trabalham com dados para objetivos pessoais, acadêmicos, artísticos
ou jornalísticos, devem tratá-los de forma anônima, assim como os casos de segurança
pública ou do Estado, de Defesa Nacional ou de investigação criminal.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)

Fiscalização

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão responsável por garantir o


cumprimento da Lei, ficou também incumbido de analisar os vazamentos e julgar
segundo a gravidade de cada caso. As falhas devem ser informadas às autoridades assim
que tomem conhecimento delas, não deixando espaço para tentar consertar o vazamento
antes de vir a público.

As empresas serão orientadas a divulgar ou não o vazamento publicamente, dependendo


da situação em questão. As multas e sanções serão aplicadas proporcionalmente,
variando de uma advertência até uma multa de 2% sobre o faturamento anual – limitada
ao valor de R$ 50 milhões – ou uma multa diária, cuja soma dos valores também não deve
ultrapassar o valor já mencionado.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD)

Consentimento

O ponto principal da LGPD é o consentimento, onde o titular é quem tem a palavra final
sobre como e por quem seus dados podem ser manipulados. Este deve ser feito de
maneira informada e inequívoca, como diz o artigo 5º, pois se as intenções não ficarem
claras ou não estiverem determinadas no trato, o pedido e a posterior autorização do uso
dessas informações podem ser considerados nulos.

Quem quiser usar informações para algum fim que não tenha sido previamente aprovado,
deverá entrar em contato com o seu respectivo dono e deixarem claras as suas intenções.
O consentimento pode ser revogado a qualquer momento, dado que a Lei resguarda o
cidadão, principalmente frente a esse tipo de situação.
FINTECHS

Segundo a definição da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), são aquelas


empresas que usam tecnologia de forma intensiva para oferecer produtos na área de
serviços financeiros de uma forma inovadora, sempre focada na experiência e
necessidade do usuário.

Elas adotam modelos de negócio escaláveis e focam na inovação de produtos e


serviços para atender uma necessidade específica do cliente.

Dessa forma, é possível reinventar serviços, desburocratizar processos e tornar


produtos mais baratos aos consumidores. Podemos dizer que as Fintechs são uma
espécie de evolução das startups do setor financeiro.
FINTECHS

O mercado financeiro presenciou avanços na regulamentação e na tecnologia, o que


permitiu a abertura do setor para novos entrantes, as Fintechs.

Após o desenvolvimento desses players, mais um passo está sendo dado


recentemente, levando a um cenário no qual a possibilidade da prestação de
serviços passa a ser embutida em empresas de diferentes setores, a nova lógica
financeira.​
FINTECHS

Tipos de Fintechs que surgiram ao longo dos anos no Brasil:

Fintechs de pagamento: surgiram para facilitar nossa vida quando o assunto é


compra e venda. Podem oferecer novidades em cartões de crédito ou máquinas de
cartão, por exemplo;

Fintechs de crédito ou empréstimo: possuem estrutura enxuta e realizam análise de


crédito a partir de soluções tecnológicas para melhorar a dinâmica dos serviços
financeiros;

Fintechs de crowdfunding: facilitam o processo de financiamento coletivo;

Fintechs de Bitcoins: facilitam as transações dos investidores em criptomoedas;

Fintechs de controle financeiro: organizam as finanças, como controle de gastos por


exemplo;

Fintechs de investimento: oferecem facilidade na hora de fazer investimentos.


FINTECHS
A atuação e evolução das Fintechs no Brasil
As primeiras Fintechs surgiram no país em 2013, já trazendo modelos inovadores, de
baixo custo e com distribuição digital, totalmente focadas em reformular a
experiência do cliente.

Ao olhar para os números, vemos uma redução no número de startups a partir de


2021. Esse cenário se dá por conta da maior complexidade de identificar startups
ainda muito jovens, cujas marcas ainda não são muito conhecidas nos mercados em
que atuam e que, muitas vezes, ainda não validaram suas teses iniciais. :

Número de Fintechs por conjunto de anos:


Antes de 2000: 20
2000 – 2010: 144
2011 – 2015: 306
2016 – 2022: 819

Com o surgimento dessas startups focadas no mercado financeiro, veio também a


ABFintechs, uma associação criada para atender às demandas dessas empresas,
sendo responsável por representar os interesses das Fintechs, atuando como
interlocutora junto a órgãos governamentais e reguladores e, principalmente,
gerando negócios para que os associados se fortaleçam e possam prosperar em
suas atividades.
CONCLUSÃO

O Open Banking pode ser traduzido literalmente como “banco aberto”, tendo como
conceito fundamental a ideia de abertura do sistema financeiro atual, dando maior
possibilidade de gestão e liberdade para o consumidor, referente às suas
informações e operações, o que pode abrir o caminho para muitos produtos
ofertados pelas Fintechs.

O intuito desse conceito de Open Banking é permitir que outras financeiras e


serviços correlatos, como os das Fintechs, acessem os dados dos clientes, desde
que autorizados (como forma de se adequar à LGPD), uma vez que os dados
bancários pertencem aos clientes e não às instituições, tendo mais facilidade na
prestação dos serviços.

Isso faz com que, na prática, o titular dos dados bancários possa movimentar suas
contas e informações financeiras a partir de diferentes plataformas e sistemas,
deixando de utilizar somente o aplicativo do banco, o qual possui relacionamento.
CONCLUSÃO
No Open Banking, a ideia é que as instituições financeiras continuem realizando
suas operações principais, mas possibilitem que outras empresas, no caso as
Fintechs, tenham acesso às suas integrações e desenvolvam novos produtos a
partir disso.

Essas integrações seriam uma forma padronizada de comunicação que possa


integrar todo o sistema financeiro como um todo, principalmente por meio de API’s,
deixando-o aberto.

As Fintechs são empresas que utilizam tecnologia para oferecer produtos e novas
soluções na área de serviços financeiros. Dessa forma, além de desenvolver
produtos inovadores no mercado, a integração com os dados dos clientes, que estão
em poder dos bancos tradicionais, seria facilitada por meio dessas API’s, abrindo-se
novas possibilidades de negócios.

Com um leque de atuação amplo, que vai desde serviços e soluções de pagamentos,
empréstimos e até gestão de investimentos, os bancos sempre acompanharam com
interesse o desenvolvimento destas startups do setor financeiro, porque acreditam
que inovações tecnológicas que possam trazer benefícios ao consumidor, mantendo
a solidez e confiabilidade dos serviços, contribuem para a expansão e aumento da
qualidade do setor.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS DA APRESENTAÇÃO

https://www.bcb.gov.br/nor/basileia/enquadramento.asp

https://fintechsbrasil.com.br/estudos-e-relatorios/

https://blog.simply.com.br/fintechs-no-brasil/]

https://cmsarquivos.febraban.org.br/Arquivos/documentos/PDF/pesquisa-
febraban-2022-vol-3.pdf

https://finsiders.com.br/2022/03/09/abfintechs-oportunidades-para-as-fintechs-
em-2022/

Você também pode gostar