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Atualidades do Mercado Financeiro

Os Bancos na Era Digital


Banco Digital é a denominação dada às instituições financeiras que
funcionam de forma online atendendo todas as necessidades dos clientes
como em um banco tradicional. Não possuem estrutura física para
atendimentos aos clientes (nem agência física – aquela na qual contém caixas
e nem administrativa – contém apenas atendimento para resolução de
problemas), menor custo de tarifas ou até mesmo a sua eliminação,
escalabilidade, repetibilidade e atendimento em massa.

Dentre as vantagens de um banco digital encontram-se: acesso fácil e


descomplicado, acesso a serviços a qualquer hora do dia e da semana,
inovação com acesso a todos serviços de um banco tradicional de forma
completamente online, saques ilimitados na rede de bancos 24h, transferências
para o mesmo banco são ilimitadas, TED ou DOC para o mesmo banco ou não
são ilimitados.

O processo de abertura de conta no banco digital é feito por meio de


digitalização de documentos e informações e coleta eletrônica de assinatura.

Banco Digital ≠ Banco Digitalizado

Banco Digitalizado é a denominação dada ao banco tradicional que


oferece app e internet banking para que os clientes realizem algumas
operações, sendo necessário ir presencialmente a uma agência para resolver
outros diversos serviços, inclusive para desbloquear o app.

O processo de abertura de conta em um banco tradicional conta com


processo presencial nas agências ou através de cadastro eletrônicos nos
canais remotos, porém é necessário um fluxo físico de documentos e
assinaturas. Além disto, no que se refere à resolução de problemas é
necessário contato presencial na agência com o gerente vinculado à conta. Os
canais eletrônicos disponíveis são para transações simples.

Tendência de realizações de operação por meio digital: mobile


banking, internet banking, fone banking, caixa 24h, caixas automatizados, open
banking, dinheiro de plástico.
FINTECH – É uma startup baseada em plataforma digital com
investimento pesado em tecnologia para a ofertas de serviços e produtos
financeiros e bancários pelo meio virtual. É uma empresa que utiliza
tecnologias inovadoras para criar novas soluções financeiras ou melhoras as
soluções já existentes. Ou seja, ela trabalha para inovar e otimizar serviços do
setor financeiro. Essas empresas possuem custos operacionais muito menores
que os banco tradicionais porque utilizam tecnologias para otimizar os seus
processos, são menos burocráticas e possuem menos produtos, porém
apresentam maior especificidade.

O movimento de criação de fintech surgiu a partir de 2016 quando uma


resolução do CMN estabeleceu diretrizes para a abertura e fechamento de
contas online por todas as instituições que tem funcionamento autorizado pelo
Bacen. Em 2018, o CMN permitiu que as fintechs trabalhassem com operações
de empréstimos e financiamento entre pessoas. Algumas das fintechs mais
conhecidas são o Nubank, PagSeguro, Mercado Pago, Creditas, Neon, PicPay.

Atualmente existem diversas categorias de fintech, são elas:

1. BackOffice (contabilidade, gestão financeira);


2. Criptomoedas (corretoras, investimentos e pagamentos);
3. Investimentos (ativos financeiros, gestão de investimentos e marketplace);
4. Câmbio (câmbio e cross border);
5. Serviços Digitais (bancos digitais, contas digitais e eWallets);
6. Crowdfunding (equity e projetos);
7. Meios de Pagamentos (mobile, PdV, processamento);
8. Tecnologia (infraestrutura, open banking, banking as service);
9. Risco e Compliance (análise de risco, antifraude, compliance);
10. Crédito (antecipação, consórcio, marketplace, oferta direta e P2P);
11. Fidelização (benefícios e programas de fidelidade);
12. Finanças Pessoais (educação financeira e gestão pessoal);
13. Dívidas (negociação de dívidas);
14. Cartões (crédito e pré-pago).

São exemplos de fintechs que atuam na área de pagamento e


transferências: Pagseguro, Paypal e PicPay. Da área de empréstimos: Nexoos,
Creditas. Fintechs da área de investimentos: Warren, Rico, XP Investimentos e
Hashdex. De gestão financeira e pessoal: Organizze, Guiabolso. Os bancos
digitais são fintechs que oferecem serviços bancários completos. As fintechs de
análise de crédito são, por exemplo, Quod, Serasa Experian, etc.

BIGTECH – São as grandes empresas do setor de tecnologia como, por


exemplo, facebook, amazon, apple, uber, googles, Netflix, dentre outros. São
empresas que começaram como pequenas startups oferecendo serviços
disruptivos e inovadores que se transformaram utilizando um modelo de
negócio escalável, dinâmico e ágil. Essas empresas possuem um grande poder
de mercado e utilizam a sua escala para e recursos para oferecer soluções
financeiras, porém sua atuação não se restringe a isto pois ela atua de maneira
ampla e em diversos setores. As bigtechs possuem uma grande base de
usuários e clientes em suas plataformas e vendem serviços de comunicação,
bens de consumo, tecnologia da informação, serviços financeiros, dentre
outros.

OPEN BANKING – Instituições financeiras são conhecidas por terem um


modelo de funcionamento em que todos os serviços e aplicativos são criados e
gerenciados internamente, esse modelo dá ao negócio total controle sobre
cada aspecto de suas operações, entretanto, os custos são elevados uma vez
que a companhia terá que investir em uma série de rotinas e na manutenção
de equipes especializadas. Dessa forma, o open banking configura-se como
um modelo de negócios vantajoso uma vez que a empresa passa a ter mais
foco nos seus processos críticos liberando interfaces baseadas em API
para que outras empresas possam criar apps que agreguem valor aos serviços
do negócio.

Uma das ideias que norteiam o open banking é que os dados cadastrais,
movimentações financeiras e informações sobre produtos e serviços
contratados pertencem ao cliente e não ao banco, dessa forma, é possível
que haja compartilhamento destes dados com outras instituições
financeiras de maneira consentida. E a outra ideia é justamente para que o
banco foque em sua atividade principal e delegue demais serviços.
O Open Banking é um termo que refere-se à abertura dos sistemas
financeiros por meio de Application Programming Interfaces, permitindo o
compartilhamento seguro de informações e serviços financeiros entre
instituições financeiras e fintechs.

ATENÇÃO!!! Open Banking é diferente de mobilidade de crédito.

A mobilidade de crédito é a possibilidade de um crédito ser transferido a


outra instituição que deseje comprar a dívida para oferecer melhores condições
ao cliente devedor. Enquanto o open banking é a ideia de compartilhamento de
informações criando maior competitividade dentro do mercado financeiro.

Os impactos do open banking para os clientes foram: maior controle de


suas informações financeiras, possibilidade de comparar taxas e serviços entre
instituições e recebimento de ofertas personalizadas. Nos negócios, os
impactos resultaram numa maior BigData, isto é, maior coleta e processamento
de informações do cliente podendo prospectar novos negócios, criação de
novos modelos de negócio. Para a área de tecnologia, + API open banking,
gestão de consentimento e desenvolvimento de novos serviços e produtos.

Para compartilhamento dos dados, são necessárias 3 etapas:


consentimento, autenticação e confirmação. As instituições financeiras
devem manter os registros de consentimento dos clientes e dos dados
compartilhados com cada participante do sistema.

Um dos riscos relacionados ao sistema financeiro é sobre a segurança


de dados, tendo em vista a sensibilidade das informações que serão
compartilhadas, por isso, é necessário garantir a cybersegurança seguindo as
diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O risco é a utilização das
informações transacionadas de forma indevida e em discordância com a LGPD
bem como ambientes de tecnologias com fragilidades em seus controles de
gestão de acesso que podem expor os dados.

Dentre os desafios que devem ser superados para expansão do open


banking estão: regulação e padronização. A regulação refere-se a definir quais
são os dados bancários que podem ser passados e as regras para isto e a
padronização refere-se a dificuldade em uma startup se conectar com diversas
instituições bancárias uma vez que cada instituição financeira criou seu próprio
padrão de API.

O Open Finance é uma extensão do Open Banking, enquanto que no


Open Banking o compartilhamento de dados limitam-se a dados de transações
financeiras como saldos, extratos, transferências e pagamentos, o Open
Finance amplia o escopo do compartilhamento com dados de
investimentos, seguros, criptomoedas, dentre outros.

Remote Banking
O internet banking é uma ferramenta online que permite acessar a conta
corrente e outras pela internet, com esse recurso, pode verificar saldo, fazer
transferências, pagar contas, solicitar empréstimos, realizar investimentos, etc.
Dentre as vantagens da utilização do internet banking para o cliente
encontram-se: encontrar o produto certo, contar com mais mobilidade, ter
atendimento personalizado, gerir finanças com mais liberdade, pagar menos
tarifa, etc.

O mobile banking refere-se ao uso de smartphone ou outro dispositivo


móvel para realizar tarefas bancárias que normalmente só podiam ser feitas em
agências ou por meio do computador pessoal. A expansão da telefonia celular
e da internet banda larga permitiu que este canal fosse o mais utilizado pelos
brasileiros em operações bancárias em 2016 superando o internet banking de
acordo com pesquisa divulgada pelo Febraban.

O phone banking é o canal de atendimento telefônico, por meio das


centrais de atendimento é possível realizar diversas operações como consulta
a saldos e extratos, transferências, pagamento de contas e tributos, aplicação e
resgate de investimento, dentre outros.

Todos os bancos devem disponibilizar os canais 0800 para o


atendimento ao cliente.

SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) – O SAC é um canal que


o cliente faz reclamações, pede cancelamentos, obtém informações e tira
dúvidas gerais.

Ouvidoria – quando o cliente não ficou totalmente satisfeito com a


solução encontrada pelo 0800 e SAC do banco, a reclamação poderá ser feita
em um outro canal que é a Ouvidoria para solicitar a reavaliação do caso.

Os Caixas Eletrônicos são equipamentos que permitem ao cliente


realizar suas operações bancárias mesmo quando a agência está fechada, em
qualquer dia da semana. O cliente encontra os Caixas Eletrônicos não só em
agências, mas também em pontos espalhados pelas cidades como
supermercados, shoppings e lojas de conveniência. O cliente também conta
com a rede BANCO 24 HORAS que são caixas eletrônicos distribuídos em
diversos locais e estabelecimentos em todo país, e que atendem as operações
bancárias de diversos bancos.

OMNICHANNEL
Omnichannel é uma tendência que se baseia na concentração de todos
os canais utilizados por uma empresa. Trata-se da possibilidade de fazer com
que o consumidor/cliente não veja diferença entre o mundo on-line e o off-line.
Essa tendência é uma evolução do conceito de multicanal, pois é
completamente focada na experiência do consumidor. Por meio da integração
de canais, o consumidor satisfaz suas necessidades onde e quando desejar,
no momento mais confortável para ele, não havendo restrições de local, horário
ou meio.
Formas de Atuação do Sistema Financeiro
Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que
disciplinam a prestação de determinado serviço de pagamento ao público. Os
arranjos facilitam as transações financeiras que usam dinheiro eletrônico.

Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos procedimentos utilizados


para realizar compras com cartões de crédito, débito e pré-pago, em moeda
nacional e estrangeira.

Os serviços de transferência e remessas de recursos também são


arranjos de pagamentos.

As pessoas jurídicas não financeiras que executam os serviços de


pagamento no arranjo são chamadas de instituições de pagamento e são
responsáveis pelo relacionamento com os usuários finais do serviço.
Instituições financeiras também podem operar com pagamentos.

Alguns tipos de arranjos não estão sujeitos à regulação pelo BCB,


como é o caso dos cartões de vale alimentação ou private label (cartões
utilizados só na própria loja que emitiu).

Também não estão sujeitos à supervisão do BC os arranjos de


pagamento de serviços públicos como provisão de água, energia elétrica, gás,
além de cartão pré-pago de bilhetes de transporte.

ATENÇÃO!!! A legislação proíbe que instituições de pagamento prestem


serviços privativos de instituições financeiras, como, por exemplo, concessão
de empréstimos, financiamento, disponibilização de conta bancária ou
poupança.

Os 3 tipos de instituição de pagamento são:

1. Credenciadoras;
2. Emissão de moeda eletrônica;
3. Emissoras de instrumento pós-pago.

As instituições credenciadoras são aquelas que sem gerenciar contas


de pagamento, habilitam estabelecimentos comerciais a aceitar cartões e
participam do processo de liquidação de transações de pagamento como
credor perante o emissor, são as empresas de maquininha de cartão.

As instituições emissoras de moeda eletrônica gerenciam contas de


pagamento pré-pagas, disponibilizam transação de pagamento com base em
moeda eletrônica e converte recursos da moeda eletrônica em física ou
escriturada (Super Pagamentos, BPP, Acesso Soluções de Pagamento).

As instituições emissoras de instrumento pós-pago são as que


gerenciam contas de pagamento pós-paga e disponibilizam transação de
pagamento. Em geral são instituições financeiras, mas há caso de instituição
não financeira emissora de pós-pago (Nu Pagamentos, BB, Bradesco, Itaú,
Santander, Caixa).

Shadow Banking
O advento dos meios de comunicação e transporte cada vez mais
eficientes permitiu o avanço da globalização, e com ela, mercados financeiros
de todo o mundo ficaram cada vez mais interligados e dependentes entre
si.

A expressão shadow banking (sistema bancário sombra), criada em


meados da década passada, foi criada para categorizar o grupo de empresas
intermediárias do segmento financeiro que não participam do sistema bancário
tradicional, isto é, estão “à sombra” do sistema.

Por ser uma estrutura paralela aos mercados tradicionais, o shadow


banking está sujeito a pouca ou nenhuma regulação. Essa rede não bancária já
estava presente entre nós sem ser muito percebida. É o caso do Mercado Pago
do Mercado Livre, o Alli Pay do grupo Alibaba, a Apple Pay, a Google Pay,
Microsoft Pay, etc. Dentre os intermediários não regulamentados que podem
fazer parte do shadow banking estão:

1. Bancos de Investimento;
2. Fundos de Hedge;
3. Operações com Derivativos e títulos securitizados;
4. Fundos do Mercado Monetário;
5. Companhias de Seguro;
6. Fundos de Capital Privado;
7. Fundos de direitos creditórios;
8. Factorings e Fomentadoras Mercantis;
9. Empréstimos Descentralizados (peer-to-peer lending).

O shadow banking surgiu como uma resposta à demanda por


financiamento que não era atendida pelo sistema bancário tradicional. Neste
contexto surgiram instituições financeiras não bancárias como os citados
acima. Estas instituições ofereciam a oportunidade dos investidores de obter
retornos mais elevados em comparação com os investimentos tradicionais de
baixo risco como depósitos bancários. À medida que o shadow banking
expandiu, muitas instituições financeiras não bancárias começaram a oferecer
serviços dos bancos tradicionais como empréstimos e depósitos.

O shadow banking fatura através de uma variedade de serviços


financeiros que oferece, tais como: taxas de administração, spread de juros,
emissão de títulos, investimentos em ativos de maior risco.

As principais diferenças entre as instituições financeiras bancárias e as


não bancárias (shadow banking) são com relação às atividades permitidas, as
não bancárias não podem receber depósitos, nem emitir cheques. As
financeiras bancárias financiam suas atividades a partir da captação de
depósito de clientes, emissão de títulos e outras fontes tradicionais de
investimento enquanto que as não bancárias utilizam fontes mais diversificadas
de financiamento. E em relação à propriedade, os bancos tradicionais são
geralmente propriedades de acionistas enquanto que as não bancárias são
propriedades de empresas ou investidores individuais.

Os bancos oferecem garantias aos depósitos realizados pelos clientes


enquanto que as instituições do shadow banking não oferece essas proteções.
Os bancos são obrigados a fornecer informações detalhadas relativas às suas
operações financeiras e contábeis enquanto que o shadow banking é menos
transparente. Os bancos geralmente possuem uma estrutura de liquidez mais
robusta, o que significa que eles têm acesso a mais fontes de financiamento e
estão melhor equipados para gerenciar choques financeiros. O shadow banking
não é um banco ilegal, mas uma atividade financeira que opera fora do âmbito
regulatório tradicional.

Embora as atividades do shadow banking ocorram fora do sistema


de banco tradicional, elas são regulamentadas por lei e regulamentações
financeiras específicas de acordo com a jurisdição em que são realizadas.

PIX
PIX é o pagamento instantâneo brasileiro. É um meio de pagamento
criado pelo BC em que os recursos são transferidos em poucos segundos a
qualquer hora ou dia (podendo ser realizado em sábados, domingos e
feriados).

O PIX pode ser realizado a partir de uma conta corrente, conta


poupança ou conta de pagamento pré-paga. O PIX pode não ocorrer de forma
instantânea em virtude de instabilidade da plataforma da instituição, do
smartphone ou por problema de comunicação em determinada localidade,
nestas situações a empresa tanto que recebe tanto que transfere os valores
estão isentas de punição da autoridade monetária do BC quando houve um
problema de ordem técnica.

P2P – O PIX pode ser utilizado para o pagamento entre pessoas;

P2B – O PIX pode ser feito entre PF para empresa (person to business);

P2G – O PIX pode ser realizado de pessoa para o governo;

B2B – O PIX pode ser feito entre empresas;

B2G – O PIX pode ser feito entre empresa e governo (pagamento de


tributos, por exemplo).

O passo a passo da transação PIX ocorre em etapas e possui algumas


instituições envolvidas neste processo: O iniciador de pagamentos é uma
instituição responsável por iniciar a transação a pedido do cliente com conta
em instituição autorizada a funcionar pelo BC. Não participa da liquidação
financeira, por exemplo, apps de delivery. O provedor de conta transacional
oferece o serviço de pagamento instantâneo podendo ou não estar conectada
direta ou indiretamente. O participante indireto é aquele na qual é responsável
por fornecer a conta para o cliente, mas não tem conexão direta com o sistema
de pagamentos. O participante direto é a instituição com mais de 500mil contas
transacionais, autorizada a funcionar pelo BC e mantém conta própria de
pagamento instantâneo , sendo responsável pela liquidação da transação. A
base de dados identifica os dados da conta, infraestrutura única de liquidação
executa a transação a qualquer hora ou dia, passa para o participante direto e
em seguida para o indireto chegando ao recebedor.

Diferenças entre TED, DOC e PIX

TED – É necessário informações pessoais do recebedor, se realizada no


horário demora até 90 minutos para receber e se fora do horário só recebe no
próximo dia útil. Somente nos dias úteis e sem limite.

DOC – Também é necessário informações pessoais do recebedor, o


dinheiro só é creditado no próximo dia útil, somente nos dias úteis e com
horário limitado e o limite é de 4.999,99 diário.

PIX – Necessário apenas uma chave, não precisa de informações


pessoais como os demais métodos, realizada em poucos segundos, a qualquer
hora do dia, sem limite.

Cronograma de funcionalidades no PIX

2020 – QR CODE dinâmico e estático, inserção de chave, inserção


manual de dados e pagamento agendado;

2021 – Aproximação e QR CODE pagador (para pagamentos offline);

2022 – Requisição de pagamento (criação de cobrança pelo usuário


recebedor);

2023 – Pagamento com documento.

A partir do dia 2 de janeiro, os bancos não precisam mais impor limites


de valor, apenas restrição por período de tempo. Antes, quem tinha um limite
de 3mil diário e mil por transação precisava realizar 3 operações, atualmente,
pode realizar apenas 1. Para empresas, o limite de transação fica a critério de
cada instituição financeira.
O BC também elevou o limite para retiradas de dinheiro por meio do PIX
saque e PIX troco, o valor passou de 1.000 para 3.000 durante o dia e de 100
para 1.000 à noite. OBS: O pedido para diminuição do limite do PIX deve ser aceito pela
instituição de forma imediata, já o aumento tem um prazo de 24 a 48 horas para ser aceito.

O BC também alterou a regulamentação para o pagamento de salários e


benefícios previdenciários pelo Governo Federal. O Tesouro Nacional poderá
realizar pagamentos de salários ao funcionalismo, aposentadorias e
pensões por meio do PIX. O BC também facilitará o recebimento de recursos
por correspondentes bancários pela modalidade.

Correspondentes Bancários
O correspondente bancário é uma empresa contratada por instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC para
prestação de serviços de atendimento aos clientes, ou seja, atuam como
intermediárias, permitindo a democratização do acesso aos serviços bancários
e financeiros. É uma empresa não bancária (pessoa jurídica) responsável
por mediar instituições financeiras e clientes. Estas empresas podem
estar vinculadas a mais de uma companhia.

O principal objetivo é levar serviços bancários à população e estender a


lugares onde não há agência dos principais bancos. Dessa forma, acelera-se o
atendimento ao cliente e facilita o acesso ao crédito. De acordo com a
regulamentação do BC, essas instituições podem realizar serviços financeiros
variados como:

1. Recebimento e pagamento de contas de qualquer natureza;


2. Recepção e encaminhamento de propostas de abertura de conta de
depósitos à vista e a prazo;
3. Coleta de informações cadastrais e análise de crédito;
4. Serviços de cobrança;
5. Ordens de Pagamento;
6. Solicitação de empréstimos pessoais, empresariais e financiamentos;
7. Solicitação de cartão de crédito e débito para trabalhadores e
aposentados;
8. Realização de recebimentos, pagamento e transferências eletrônicas
visando à movimentação de contas de depósito de titularidade de
clientes mantidas pela instituição contratante;
9. Aplicação e resgate em fundo de investimento;
10. Realização de operações de câmbio de responsabilidade da
instituição contratante.

O correspondente bancário não pode cobrar quaisquer tarifas do


cliente em termo de cadastro ou antecipação de qualquer transação
financeira pois a sua remuneração advém do contrato com a instituição
financeira.

MarketPlace Banking
O MarketPlace é uma plataforma que conecta oferta e demanda de
produtos ou serviços. Ou seja, reúne diversos vendedores em um só ambiente
online. No MarketPlace Banking, os consumidores contam com a comodidade
de encontrar e conhecer os detalhes, comparar e solicitar diversas ofertas de
produtos financeiros de forma simples. Dentre os produtos e serviços
oferecidos, encontram-se: cartões de crédito, contas digitais, maquininhas de
cartão e empréstimos de diversas instituições financeiras.

Em outras palavras, o marketplace banking funciona como um


ecossistema em que a plataforma possui vários fornecedores especializados
em oferecer diferentes serviços aos clientes. É um modelo de negócio que
permite a integração de diversos serviços financeiros de diferentes instituições
em uma única plataforma.

Banking as a Service – O BaaS é uma maneira de empresas não


financeiras oferecerem serviços financeiros aos seus clientes. Dentre as
características que a diferencia do MarketPlace Banking estão:

1. O banco pode ser somente um provedor de conta corrente ou mesmo


um fornecedor de um conjunto completo de serviços;
2. Banco cria uma plataforma, na qual expõe API’s para outras
empresas, fintechs e desenvolvedores para que estes possam
consumir e desenvolver seu próprio produto;
3. Os clientes deste banco “plug-and-play” podem escolher entre o
fornecimento mas aberto de produtos;
4. Na BaaS não há um limite de participação de fornecedores
terceirizados, logo os parceiros conseguem se conectar e
desconectar com maior facilidade.

NOTE: O Open Banking e o BaaS são conceitos relacionados, mas


distintos. O BaaS é uma plataforma de serviços bancários, se
concentrando na terceirização de serviços bancários para empresas não
bancárias enquanto que o Open Banking refere-se ao compartilhamento
de dados. Dessa forma, é possível que o BaaS também implemente
tecnologias de Open Banking.

Funções da Moeda
Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é aceito para liquidar
as transações. Em primeiro lugar, é um meio de troca uma vez que as pessoas
estão dispostas a aceitá-la na troca de bens e serviços, não havendo
necessidade de haver coincidência mútua de desejos para a transação ocorrer.
Em segundo lugar, serve como unidade de conta, ou seja, os preços são
cotados em unidades monetárias e não uns em relação aos outros. Em terceiro
lugar, a moeda é reserva de valor, uma vez que ao recebe-los, as pessoas não
precisam gastar imediatamente pois ele mantém o seu valor (exceto em
períodos de inflação).
As características essenciais da moeda são: indestrutibilidade e
inalterabilidade das suas características físicas, homogeneidade de duas
unidades equivalentes de moeda, divisibilidade, transferibilidade sem registro
da propriedade anterior e facilidade de manuseio e transporte.

A moeda fiduciária atual surgiu da evolução do papel-moeda. Trata-se


de notas e moedas emitidas pelo Banco Central e não lastreadas ou
conversíveis em outro e prata. A moeda bancária ou escritural que existe
apenas na contabilidade dos bancos devido ao poder multiplicador monetário
dos bancos (os bancos não precisam manter a quantidade de moeda que
possuem dentro dos seus cofres, uma vez que todos os dias recebe
depósitos), ou seja, é os depósitos a vista nos bancos comerciais. A moeda
eletrônica é os cartões de débito, cartão de valor acumulado, dinheiro e cheque
eletrônico.

A oferta da moeda pela qual a oferta de moeda é determinada na


maioria das economias experimentou uma alteração fundamental no século
XX. Nas suas primeiras décadas, a moeda sem lastro não era usada de forma
geral, mas sim o outro e a moeda com lastro em ouro. O papel moeda, quando
em uso, podia ser convertido naquele metal precioso por um preço fixo. Nesse
sistema monetário, as variações na oferta de moeda eram determinadas pela
produção do metal precioso. No sistema de curso forçado, a oferta da
moeda é determinada pela política governamental. A diferença é crucial. A
maioria das nações tem uma instituição oficinal que possui autoridade legal
para imprimir dinheiro.

Como regra geral, o banco central de cada país, ao buscar determinar a


oferta de moeda, usa o agregado composto pelo papel moeda e moedas
metálicas em poder do público não bancário mais as reservas que os bancos
comerciais mantém junto a si e no banco central. Como o Banco Central é o
único que pode imprimir ou autorizar que se imprima uma nota de dinheiro ou
cunhar uma moeda, ele determina a oferta dessas notas e moedas na
economia.

Dinheiro na Era Digital


O blockchain é uma espécie de grande “livro contábil” que registra vários
tipos de transações e possui seus registros espalhados por vários
computadores. No caso das moedas criptografadas, como a bitcoin, esse livro
registra o envio e o recebimento de valores.

Quando um usuário solicita uma transação, um bloco que representa a


transação é criado e se difunde para todos os nós da rede que compõe o
blockchain, todos os nós validam o bloco e a transação, cria-se um hash que é
um código usado para identificá-lo, mas também para criar “links” entre os
blocos e ele é adicionado à blockchain, dessa forma, a transação é verificada e
executada.

O blockchain tem um sistema de programação aberto, isto é, ele está


constantemente evoluindo, ou seja, passível de ser modificado, é também
auditável e público. Além disto, as informações são descentralizadas, então é
virtualmente impossível que a camada de criptografia seja rompida a fim de
que se tenha acesso ao todo das informações transmitidas ao blockchain. E
elimina a necessidade de terceiros para proteger e autenticar os dados.

É um sistema rápido, barato que não depende de um órgão


centralizador.

Para facilitar o entendimento, pode-se fazer a seguinte analogia: as


“páginas” deste “livro contábil” estão armazenadas em várias “bibliotecas”
espalhadas pelo mundo, por isso, apagar o conhecimento presente nele é uma
árdua tarefa.

A tecnologia blockchain é empregada em sistemas para registro de:


propriedade intelectual, música, ativo financeiro, dinheiro, contrato de
propriedades etc.

A principal vantagem do blockchain é a segurança, que impede que os


registros do banco de dados sejam apagados ou alterados. No entanto, exige
que os próprios usuários validem as transações, caso contrário, ficam
dependentes de entidades centralizadas.

O bitcoin é uma moeda digital utilizada para comprar e vender produtos


e serviços pela internet. Diferente de outras moedas, o bitcoin só existe no
meio virtual, sendo guardadas em uma carteira digital e usar os serviços das
corretoras que se encarregam de enviar e receber os bitcoin conforme você os
negocia na rede. Atualmente existem 3 maneiras de adquirir bitcoins: através
da mineração, comprando exchanges ou comprando diretamente de outras
pessoas.

A moeda surgiu em 2009 como uma forma de facilitar transações pela


internet. O objetivo do bitcoin era funcionar como uma moeda descentralizada,
sem instituição financeira, assim, as transações pela internet poderiam ser
mais rápidas, baratas e as moedas poderiam ser utilizadas em qualquer país. A
base do sistema do Bitcoin é a criptografia, ela garante que o sistema funcione
e que todas as transações sejam realizadas de forma segura e anônima.
A criação de bitcoins é realizada num processo que convencionou
chamar de mineração: computadores poderosos e extremamente
especializados rodam um software que executa milhões de cálculos
matemáticos por segundos, na esperança de gerar a moeda. Para evitar que a
inflação corroa o valor da moeda, o bitcoin tem um mecanismo que, sozinho,
aumenta a complexidade do processo de mineração para evitar que, de uma
hora para outra, vários mineradores consigam gerar grandes quantidades da
moeda. Ou seja, gerar bitcoin se torna cada vez mais difícil. Atualmente não é
viável minerar no Brasil pois o custo de eletricidade é muito alto.

Exchanges – São sites que reúnem compradores e vendedores em um


ambiente seguro, onde as trocas ocorrem de forma rápida e anônima.

Criptomoedas famosas: bitcoin, ripple, ethereum e litecoin.

Existem diferenças entre as moedas digitais e as criptomoedas, são


elas:

1. As moedas digitais são centralizadas, enquanto as criptos,


descentralizadas;
2. A emissão de moeda digital se dá através de instituições
governamentais enquanto que a cripto ocorre por meio de códigos
computadorizados;
3. As moedas digitais exigem informações pessoais, a cripto, não;
4. As informações das transações em moedas digitais são
confidenciais, enquanto que nas criptos são abertas ao público;
5. A regulação da moeda digital se dá por meio de instituições
governamentais, as criptos não são reguladas;
6. As moedas digitais são amplamente aceitas, porém as criptos são
aceitas em alguns estabelecimentos pois como não são de cunho
forçado, não é obrigado a aceitá-las na transação comercial.

Política Monetária
Lei Complementar 179/2021 garante a autonomia do Banco Central.

Esta lei estabelece a autonomia do Banco Central e a estabilidade de


preços continua sendo o objetivo fundamental do BC que, sem prejuízo
desse objetivo, também irá zelar pela estabilidade e eficiência do sistema
financeiro, isto é, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e
fomentar o pleno emprego.

A diretoria do BC será composta por 9 integrantes sendo um deles o


presidente da autoridade monetária, sendo o presidente da República o
responsável por nomear todos eles, após aprovação pelo Senado Federal. Os
integrantes desta diretoria devem atender alguns pré-requisitos: ser brasileiro
idôneo, ter reputação ilibada, notória capacidade em assuntos econômico-
financeiros ou comprovados conhecimentos que os qualifiquem para esta
função.

NOTE QUE: Embora haja uma presidência no Banco Central, as


decisões são tomadas de forma colegiada, justificada e lavrada em ata.

O prazo do mandato é de 4 anos, podendo ser reconduzido uma vez aos


respectivos cargos. O mandato do presidente do BC terá início com o 1 dia útil
do terceiro ano do mandato do presidente da República. Os mandatos dos
diretores terão início de forma alternada no dia 1 de janeiro de cada ano do
mandato, sendo 2 renovados em cada ano. No ano que for nomeado o
presidente, os diretores serão nomeados no mês de março.

O presidente do Banco Central só poderá ser demitido em 4 hipóteses:

1. A pedido;
2. No caso de enfermidade que o incapacite para exercício do cargo;
3. Quando for condenado em decisão transitada em julgada ou
proferida por órgão colegiado pela prática de improbidade
administrativa ou crime cuja pena acarrete perda do cargo;
4. Quando apresentar comprovado e recorrente desempenho
insuficiente para o alcance dos objetivos.

Os ocupantes dos cargos de presidente e diretor não poderão


exercer qualquer outra atividade profissional, exceto de professor.

Além disto, NÃO poderão manter participação acionária direta ou


indireta em instituições financeiras que estejam sob supervisão ou fiscalização
do BC. Depois que o presidente ou diretor sair, não poderá ocupar cargo no
setor financeiro antes de 6 meses de sua saída do órgão.

ATENÇÃO!!!

O presidente do BC deverá apresentar no Senado Federal, em cada


semestre, os relatórios de inflação e estabilidade financeira.

O BC continuará também a divulgar comunicados e atas das decisões


de política monetária, indicadores de conjuntura e outras informações.

O BC é uma autarquia de natureza especial, com autonomia técnica,


operacional, administrativa e financeira.

A ideia da autonomia do BC é blindá-lo de ser capturado por interesses


governamentais. Entretanto, isto retira um importante instrumento de política
macroeconômica do presidente da república pois o que é bom para o mercado
financeiro nem sempre é bom para a população.

Depósitos Remunerados

Hoje o Bacen administra a quantidade de dinheiro no sistema bancário


por meio da venda com compromisso de recompra dos títulos públicos de sua
carteira, as chamadas operações compromissadas.

Com os depósitos voluntários, o BC ganha maior autonomia, uma vez


que deixa de depender exclusivamente dessas operações para regular a
liquidez bancária, e, consequentemente, manter a taxa básica de juros selix
próxima da meta fixada pelo CMN.

Os depósitos voluntários tem diversas características favoráveis,


como efetividade na absorção de recursos livres no sistema bancário,
simplicidade, baixo custo operacional e fácil entendimento pelos agentes
financeiros. O Banco Central é autorizado a acolher depósitos voluntários à
vista ou a prazo das instituições financeiras. A remuneração será estabelecida
pelo BC de acordo com os respectivos prazos e não poderão ser maiores que
os juros pagos pelo Tesouro Nacional a títulos dos referidos depósitos.

O Banco Central deverá divulgar, semestralmente, um demonstrativo


dos depósitos voluntários, e, trimestralmente prestará contas ao Congresso
Nacional sobre as operações realizadas. A intenção é substituir as
operações compromissadas pelos depósitos remunerados, reduzindo a
dívida pública do país.

Se por um lado ocorre a diminuição da dívida pública, por outro, o BC


pode acabar premiando os bancos com o dinheiro público e remunerando
instituições financeiras com verbas da população que poderiam ser usadas no
estímulo da economia e em investimentos prioritários na saúde e na educação.

Taxa Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento


de política monetário utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Ela
influencia todas as taxas de juros do país como as taxas de juros dos
empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.

A taxa Selic-over refere-se à taxa de juros apurada nas operações


de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam
títulos públicos federais como garantia. Isto é, a partir da definição da meta
da Selic, as instituições financeiras negociam títulos públicos entre si, com o
Tesouro Nacional e com o Banco Central. Esta taxa negociada que é chamada
de Selic Over. Ou seja, é a média ponderada das operações que são feitas
com lastro de título público com prazo de 1 dia.

O BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva


esteja em linha com a meta da Selic definida na reunião do Comitê de Política
Monetária do BC (Copom). Tal sistema é uma infraestrutura do mercado
financeiro administrada pelo BC. Nele transacionam-se títulos públicos
federais. A taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados nesse
sistema corresponde à taxa Selic.

Operações Compromissadas

Operações compromissadas são operações de venda ou compra de


títulos com compromisso de recompra ou revenda dos mesmos títulos em uma
data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos.

São operações de curto prazo remunerados ao preço da venda


acrescida dos juros pactuados nos leilões. Os títulos negociadas são
considerados garantias dessas operações, sendo custodiados no sistema
especial de liquidação e custódia para o caso de títulos federais.

No Brasil, as operações compromissadas feitas pelo Banco Central são


incluídas no cômputo da dívida pública, seja no tradicional conceito de dívida
líquida do Setor Público, seja no conceito de Dívida Bruta do Governo Geral.
Essas operações são como um empréstimo que o Banco Central toma junto ao
mercado e, como tal, requer o pagamento dos juros. Assim, enquanto que os
outros fatores elevam ou reduzem o saldo das compromissadas por conta dos
fluxos de novas operações feitas ou desfeitas, os juros incidem diretamente
sobre o saldo resultante dos fluxos.

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