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Tema – Reconhecimento facial e os avanços da tecnologia para a segurança

Segundo o Instituto Igarapé, o reconhecimento facial vem sendo utilizado desde 2011
nas áreas de transporte, controle de fronteiras e segurança. Entretanto, tornou-se
especialmente popular em 2019, no setor da segurança pública. Nesse sentido, é de
suma importância expor os aspectos positivos que essa tecnologia pode oferecer, bem
como seus riscos e influências sobre esse setor.
Inicialmente, uma das principais funções desse mecanismo de reconhecimento é aliar a
inteligência artificial das câmeras de monitoramento à identificação de rostos de
foragidos e condenados pela Justiça. Na Bahia, por exemplo, foram realizadas 109
capturas entre março e dezembro de 2019, demonstrando assim, como esse mecanismo
facilita o trabalho policial na localização dos infratores. Além disso, é possível utilizar
essa mesma inteligência na internet, através de plataforma virtual que forneça, em
tempo real, o “mapa da violência” de determinado local, identificando quais os tipos de
crimes mais praticados em determinado local. Ademais, com esse mecanismo, o estudo
e desenvolvimento sobre o funcionamento do efetivo policial e sua eficácia em
determinada zona será favorecido, aumentando as estratégias de segurança e diminuindo
a criminalidade de forma pontual.
No entanto, essa mesma tecnologia pode produzir riscos consideráveis à sociedade. O
primeiro é o do viés das semelhanças faciais num mesmo contingente populacional.
Afinal, quanto maior a base de dados utilizada, maior a probabilidade de falsos positivo,
isto é, atribuição incorreta do rosto analisado a outro indivíduo não correspondente. No
Rio de Janeiro (2019), por exemplo, uma mulher foi detida por engano e levada à
delegacia do bairro. Além disso, é possível que essa tecnologia sujeite ao preconceito e
parcialidade, como o sistema de reconhecimento de imagens do Google que categorizou
dois jovens negros como “gorilas”. Tem-se, ainda, a diminuição da proteção
fundamental da privacidade e da liberdade de expressão, ao dar ao Estado a
possibilidade de rastrear seus cidadãos em todos os lugares ou manter bancos de dados
com informações de participantes de manifestações políticas.
Além do reconhecimento facial, há também o sistema inteligente de reconhecimento de
placas que facilita a localização de veículos furtados ou roubados. Ademais, o emprego
da biometria – seja a impressão digital ou o formato da íris – também contribuem na
segurança pública, evitando, por exemplo, o cometimento de crimes eletrônicos, como o
estelionato eletrônico. Portanto, inúmeras são as vantagens que a tecnologia pode
proporcionar nessa área. Contudo, é de extrema importância que sua utilização seja
discutida e regulamentada para que não haja excessos e violações aos direitos
fundamentais.

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