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Notoriamente, busca-se através da análise econômica do direito realizar uma


leitura-jurídico econômica do referido sistema face aos altos custos para o Estado a fim
de compreender a viabilidade e eficiência do atual sistema brasileiro.

Nesse sentido, o principal objetivo da Análise Econômica do Direito, é “levar


em consideração conceitos econômicos e utilizá-los ao campo do Direito” 1. Tais
conceitos são frutos na maior parte por meio de Políticas Públicas, sendo em sua
maioria, originadas do Poder Legislativo ou Executivo.

Essa análise tem como norteadores três princípios básicos: as escolhas que as
pessoas fazem de forma racional; os comportamentos coletivos que se deduzem de
escolhas individuais e; a eficiência, fundamental para avaliar a ação humana.

Através da formulação destes conceitos econômicos em harmonia com os


supracitados princípios, através da AED o Direito deve buscar e promover a eficiência,
almejando o bem-estar social, bem como a desigualdade social.

Dessa forma, os meios de criminalização, decretação e prisão e fixação de pena,


política das drogas, poderão ser revistos à luz destes conceitos e argumentos, em um
panorama além do jurídico, como também do econômico.

Partamos do princípio da definição proposta no texto pela citação dos autores a


POSNER, onde podemos abordar que a economia é a ciência social que estuda e propõe
a utilização dos bens e recursos escassos na sociedade. Buscando alternativas as esses
recursos necessários à distribuição e complementação social. Utilizando essa
introdução, o texto está intrinsecamente ligado ao sistema carcerário brasileiro, e como
essa gestão econômica dos recursos podem estar afetando o sistema penal. Ou seja, os
autores abordam de forma contundente que os recursos disponibilizados pelo Governo
não subsidiem o sistema como um todo. Pois a gestão, manutenção, investimentos,
sofrem um déficit muito grande para tal ordenamento econômico.

A relação proposta é a do binômio econômico: custo/benefício. Trazendo a luz a


análise proposta pelos autores, são levantados números alarmantes, onde podemos
verificar que o custo individual de cada detento. Em suma, não elevaremos a raiz de

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ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO DE PUNIR E A FALÊNCIA DO CÁRCERE NO BRASIL: UMA QUESTÃO DE
POLÍTICAS PÚBLICAS. CARNEIRO, Claudio.
cada pena e seu delito, mas tratemos apenas do mal econômico que cada um traz aos
cofres públicos por sua detenção.

Os números propostos são da base de dados do CNJ do ano de 2014 onde o


custo mensal médio de um detento é superior ao custo anual de um estudante do ensino
básico. Nos trouxe também que o sistema está superlotado, onde o número de vagas do
sistema prisional está muito longe de aportar todos os presos. O cálculo proposto para
que todos tenham de fato uma vaga é de um investimento de pelo menos R$
33.000.000.000,00 (trinta e três bilhões de reais). Algo muito aquém de uma visão,
identificação e suporte governamental.

Segundo os autores esse número de detentos é muito superior ao número de


vagas pela forma de condução do modelo do direito penal ao tratamento de penas
correlacionadas as drogas. E esse assunto inicia um dilema que é o do uso abusivo das
drogas. Segundo os autores ele é um assunto de saúde pública, mas é tratado como algo
de segurança pública. Sendo de segurança está totalmente ligada ao direito penal, e suas
condições de punição abaixo do código penal. Tratando seus infratores com detenção e
elevando o custo econômico do sistema carcerário.

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