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O texto nos apresenta dois questionamentos como fonte do problema que é

tratado pelo artigo, que seria o paradigma atual sobre a criminologia crítica e de fato
o que é a criminologia crítica. Para responder a esses questionamentos,
observamos a criminologia crítica sob dois fenômenos que vão nos subsidiar base
para estudo. Esses fenômenos são o crescimento exponencial nos índices de
encarceramento em níveis globais e as políticas públicas que reduzem o
pensamento criminológico a apenas ações a serem tomadas pelo estado na área da
segurança pública.

Esses temas discutidos em aula inúmeras vezes estão totalmente ligados e


coexistindo a todo momento, pois o que faz o crime senão a redação das leis, logo
nos permite evidenciar o crime e o criminalizado como rótulos a serem empregados
às pessoas pelo próprio estado. Reflexo desses rótulos são observados em
estatísticas de perfil dos encarcerados no Brasil, por exemplo, o perfil dominante
dentre o público encarcerado se trata de jovens de 18 a 29 anos, não brancos,
homens, solteiro e ensino fundamental incompleto. Essa rápida e rasa análise de
perfil já nos mostra que o poder punitivo do estado não é aplicado apenas a alguém
que teve um comportamento ilícito, de maneira imparcial, mas sim a um
comportamento rotulado a uma classe de pessoas com características previamente
definidas.

Esses fenômenos representam a criminologia ortodoxa como apenas uma


ramificação do direito penal positivista, e a necessidade por soluções e estudo
desses problemas reais e sociais vem para dar base à criminologia crítica como uma
ciência que visa o estudo profundo e questionador não somente do crime e do
criminoso, mas voltado para as regras e os devidos porquês de sua existência e
aplicação. A crítica criminológica vem com um amplo campo de estudo que volta os
olhos para todo sistema penal, políticas estatais, as normas a quem elas se aplicam
e objetivam com isso uma ampliação e mudança desse paradigma simplista e
ortodoxo, que as estatísticas já nos provam que não fornecem solução às demandas
das sociedades atuais.

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